quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Instruções

 
Instruções



A Maçonaria é um liame que une; nenhuma Instituição humana, laica ou religiosa apresenta-se tão propícia para a união universal dos homens, porque ela esforça-se a colocar em evidência os pontos concordantes de todas as opiniões e de superar as divergências que, às vezes, são mais aparentes que reais que geram as divergências e a discórdia.



Adorar a Deus, fazer o bem aos semelhantes, combater tudo o quê prejudica e trabalhar para a própria perfeição, tal é o escopo da Maçonaria.



O culto à Divindade concilia-se com todas as opiniões religiosas porque deixa a cada um os próprios dogmas e a própria fé e contenta-se de expressar, no mais simples linguajar, ao Grande Arquiteto do Universo, os próprios sentimentos de amor e respeito.



Fazer o bem aos semelhantes, significa empregar todo o esforço para lhes ser útil. O prejudicial que a Maçonaria esforça-se a combater são, sobretudo, aqueles que tendem a separar os homens com as divisões exclusivas vindas da diversidade das suas crenças, crenças que a Maçonaria respeita, quando professadas de boa-fé. Enfim, trabalhar para a nossa perfeição, significa iluminar o nosso Espírito à luz da ciência, e fortificar a nossa vontade contra as viciadas paixões.



O Maçom é um homem livre e de bons costumes e é, de modo igual, amigo dos ricos e dos pobres, se esses forem virtuosos.



As duas primeiras qualidades estão intimamente ligadas entre si, porque é, precisamente, na própria boa moralidade que o Maçom encontra a verdadeira liberdade, ou seja, a libertação dos danos e dos vícios mundanos que paralisam o pensamento e aprisionam a vontade. O infortúnio da sorte não influencia sobre sua amizade, porque ele a mede, não sobre a riqueza, mas sobre a virtude.



Os Maçons reúnem-se em Loja para aprender a vencer as suas paixões, a submeter a sua vontade e a fazer novos progressos na Maçonaria.



A Maçonaria não se esforça em sufocar as paixões, o que resultaria quase impossível, porém, esforça-se em imprimir a isso, uma direção menos danosa e de reter o ímpeto perigoso; é nesse sentido que ela submete a vontade dos seus adeptos e lhe facilita o progresso maçônico.



A Loja é o local no qual os Maçons se reúnem para cumprir os seus trabalhos.



No sentido literário a Loja é a Oficina de trabalho dos Maçons, ou seja, o local onde se dá e se recebe a Palavra que os gregos denominavam de "Logos"; hoje, esse "Logos" não é segredo, nem mesmo para os profanos.

A Loja é voltada para o Oriente porque a Maçonaria, como primeiro raio de Sol, surgiu dessa parte.



Dionísio da Trácia e Vitrúvio nos informam que os Templos dos antigos eram voltados para o Oriente; também hoje, vários templos cristãos têm a mesma orientação.



O comprimento de Loja vai do Oriente para o Ocidente, a sua largura, do meio-dia à meia noite e sua altura do zênite ao nadir, ou seja, da superfície da Terra ao infinito.



Essas dimensões indicam que a Maçonaria é universal, não somente por que ela dirige-se a todos os homens, mas sobretudo pela universalidade dos seus princípios e de suas obras.



A Loja é sustentada por três grandes Colunas: Sabedoria para criar, Força para seguir e Beleza para ornamentar.



Esse três termos foram sempre usados para indicar a Perfeição.

Essas Colunas que sustentam a Maçonaria são: a Sabedoria que a fundou e preside as suas deliberações; a Força moral que pela só razão conduz os seus adeptos a executar as suas prescrições; a Beleza dos seus resultados que consistem em unir, iluminar e tornar felizes todos os membros de Família Maçônica.



O Recipiendário é introduzido na Loja, após ter batido à porta por três vezes; esses três golpes significam; pedi e recebereis, procurai e encontrareis; batei e vos será aberta.



A primeira máxima lembra que o Maçom deve estar, sempre, pronto a acolher um pedido baseado na Justiça; a segunda, que ele deve usar da maior perseverança na procura de Verdade para conseguir encontrá-la e a terceira, que o seu coração deve estar, sempre, aberto aos Irmãos que peçam.



O Neófito (em qualquer Loja de Aprendizes) é denominado membro ativo da Grande Loja de São João.



Isso comprova que a denominação de São João é geral e aplicável a todas as Lojas. Porém, de onde vem e qual o significado de tal frase?

Segundo a tradição, vem do tempo das Cruzadas, dos Cavaleiros Maçons que se reuniram aos Cavaleiros de São João de Jerusalém, mais conhecidos como Cavaleiros Templários, para combater os infiéis; o nome de São João teria sido uma palavra de ordem proposta pelos Templários e por esse motivo, toda Loja Maçônica passou a denominar-se de Loja de São João.



Essa narrativa, em certo aspecto histórica, serve para esclarecer o porquê da adoção do nome de São João de parte das Lojas Maçônicas, numa época em que os Maçons perseguidos tinham a necessidade de zelar os seus mistérios sob o manto de religião, na época dominante; no entanto, não seria uma justificativa para mantê-la até nossos dias. A Maçonaria, que admite todas as religiões, não divide os homens em fiéis e infiéis; ela não aceitaria a missão de combater os pretensos infiéis.



Mas, quanto à origem etimológica de palavra João, esse significaria: "dia".

Em efeito, o substantivo João, junto aos persas Jeha, os hebreus Johan e junto aos gregos Joannes tem por radical o hebreu Jom dia, de onde os romanos extraíram Janus, nome sob o qual adoravam o Sol.



Os Maçons em muitas circunstâncias e particularmente nessa, usaram a palavra João para representara alegoricamente o Sol.

Logo, o Aprendiz cria o Neófito membro ativo da Loja do Sol e essa nova fórmula comporta vários significados simbólicos. Porquanto o Sol tem por Loja, o mundo inteiro, o homem não pode vir a ser, realmente membro ativo de tal Loja, ou seja, do Mundo, que através do conhecimento que conquista através de Iniciação. Cada Oficina Maçônica denomina-se Loja do Sol porque constitui como um fulgor da Maçonaria que ilumina o Mundo moral, como o Sol clareia o físico.



 

Por fim, o Maçom, para merecer o título de membro ativo da Loja do Sol, amigo que é de Luz, deve consagrar todos os seus esforços, antes iluminando a si mesmo e após, os seus semelhantes, dissipando com toda a atividade de que é capaz, as trevas acumuladas pela ignorância, a hipocrisia e a ambição.



Aprendiz - Grau 1o

Rizzardo do Caminho

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