sábado, 31 de julho de 2010

Nosso mundo é o reflexo da nossa consciência.


Nosso mundo é o reflexo da nossa consciência.


Rubem Alves
colunista da Folha de S.Paulo


Ela entrou, deitou-se no divã e disse: "Acho que estou ficando louca".
Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. "Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões _é uma alegria!


Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica.


De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões... Agora, tudo o que vejo me causa espanto."


Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as "Odes Elementales", de Pablo Neruda.


Procurei a "Ode à Cebola" e lhe disse: "Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: 'Rosa de água com escamas de cristal'. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta... Os poetas ensinam a ver".


Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física.


William Blake sabia disso e afirmou: "A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê".


Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado.


Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo.


Adélia Prado disse: "Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra". Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.


Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem.
"Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios", escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa.


O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido.
Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver.


O zen-budismo concorda, e toda a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada "satori", a abertura do "terceiro olho". Não sei se Cummings se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu:


"Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os olhos dos meus olhos se abriram".


Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado. Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, "seus olhos se abriram".


Vinícius de Moraes adota o mesmo mote em "Operário em Construção":
"De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa _garrafa, prato, facão_ era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção".


A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados.
Se os olhos estão na caixa de ferramentas, eles são apenas ferramentas que usamos por sua função prática.


Com eles vemos objetos, sinais luminosos, nomes de ruas _e ajustamos a nossa ação.
O ver se subordina ao fazer. Isso é necessário. Mas é muito pobre.


Os olhos não gozam... Mas, quando os olhos estão na caixa dos brinquedos, eles se transformam em órgãos de prazer: brincam com o que vêem, olham pelo prazer de olhar, querem fazer amor com o mundo.


Os olhos que moram na caixa de ferramentas são os olhos dos adultos.
Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças.



Para ter olhos brincalhões, é preciso ter as crianças por nossas mestras. Alberto Caeiro disse haver aprendido a arte de ver com um menininho, Jesus Cristo fugido do céu, tornado outra vez criança, eternamente:


"A mim, ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas quando a gente as têm na mão e olha devagar para elas".


Por isso _porque eu acho que a primeira função da educação é ensinar a ver_ eu gostaria de sugerir que se criasse um novo tipo de professor, um professor que nada teria a ensinar, mas que se dedicaria a apontar os assombros que crescem nos desvãos da banalidade cotidiana.


Como o Jesus menino do poema de Caeiro. Sua missão seria partejar "olhos vagabundos"...


Rubem Alves, 71, educador, escritor. Livros novos para crianças e adultos-crianças: "Os Três Reis" (Loyola) e "Caindo na Real: Cinderela e Chapeuzinho Vermelho para o Tempo Atual" (Papirus).
Site: www.rubemalves.com.br

Foto: Rubem Alves.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

A Idade da Sabedoria

A Idade da Sabedoria


Idoso é quem tem o privilégio de viver uma longa vida... velho é quem perdeu a jovialidade.

A idade causa a degenerescência das células... a velhice causa a degenerescência do espírito.

Você é idoso quando sonha... você é velho quando apenas dorme.

Você é idoso quando ainda aprende... você é velho quando já nem ensina.

Você é idoso quando se exercita... você é velho quando somente descansa.

Você é idoso quando tem planos... você é velho quando só tem saudades.

Para o idoso a vida se renova a cada dia que começa... para o velho a vida se acaba a cada noite que termina.

Para o idoso o dia de hoje é o primeiro do resto de sua vida... para os velhos todos os dias parecem o último de uma longa jornada.

Para o idoso o calendário está repleto de amanhãs... para o velho o calendário só tem ontens.

Que você, quando idoso, viva uma vida longa, mas que nunca fique velho.


(autor desconhecido - retirado da net )

Dizia Mário de Andrade:
Quando temos uma bacia cheia de cerejas, comemos com displicência. Quando já temos poucas cerejas, até lhes roemos o caroço.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Restauração de Templos Vivos

Restauração de Templos Vivos
Charles Evaldo Boller

O maçom é sucessivamente exortado a edificar e restaurar templos. Reconstruir templos danificados tem na Maçonaria significado simbólico de grande profundidade filosófica. Isto porque na reconstrução concorrem valores humanos significativos, bem mais intensos que na sua construção. Para uma edificação ser reconstruída, esta deve possuir valor inestimável, e são poucos os abnegados que se habilitam na empreitada de reconstruir algo danificado e com alta probabilidade de ser destruído de novo. Na reconstrução de templos concorrem valores como firmeza de decisão e perseverança no objetivo para concluir a reconstrução, bem como, heroísmo no enfrentamento de terríveis e insidiosos inimigos durante as atividades. A ordem maçônica usa de ilustrações de reconstruções para provocar o raciocínio de restaurações constantes de um tipo especial de templo: o homem integral.

Quando em Maçonaria se faz referência a um templo, este designa o local de reunião dos maçons, e por extensão simbólica, significa o "grande" Universo e o "pequeno" Universo, aonde este último constitui a essência do próprio homem, sua força vital, o seu corpo completo; o homem como um templo vivo. Entende-se por corpo completo a sua constituição física e a força ativa que o mantém vivo. Este conjunto complexo pode ser comparado a um universo em miniatura composto de: corpo, mente, emoção e espiritualidade. Na soma total destes elementos, o espírito é considerado encarnado, parte do corpo físico. A reconstrução deste tipo de templo ocorre a cada iniciação, a cada nova modificação interior, em resultado da auto-educação estimulada pela ordem maçônica. Cada pedreiro trabalha com as ferramentas de que dispõe, em si mesmo e como resultado de seu desenvolvimento físico, intelectual, emotivo e metafísico. O sábio percebe a finalidade do desafio de modificar a si mesmo para o bem. O sublime e principal propósito é levar o homem a conhecer-se intimamente, de modificar-se, de reconstruir-se ou reorganizar-se internamente ao templo vivo que cada um é.

No diálogo, "O Banquete", Platão (428 a. C. - 347 a. C.) afirma que enquanto na juventude prevalece a admiração pela beleza, no adulto amadurecido descobre-se a verdadeira beleza na espiritualidade. É na maturidade que o homem desperta e se considera parte de um templo maior que consiste em toda a vida do "grande" Universo. Conscientiza-se que concorre para a realização de todo o esplendor do milagre da vida estabelecido em leis naturais espantosas, só compreendidas no amadurecimento espiritual adulto. Entretanto, existem "adultos" que, ao não se modificarem internamente, continuam menores de idade, dependentes da orientação de terceiros e ainda não alcançaram idade madura. Neste caso não se trata do período da vida compreendido entre a juventude e a velhice, ou a meia-idade, mas o termo último de desenvolvimento humano, a fase de autorealização. É a liberdade observada quando o homem não é culpado de sua própria menoridade, de sua heteronomia, de deixar-se conduzir por um terceiro. Heteronomia refere-se à deficiência onde a dependência não acontece for falta de entendimento ou limitação fisiológica, mas da falta de coragem ou preguiça de trabalhar em seu templo, presa de paixões desenfreadas ou vícios degradantes. Para Platão, o adulto que venceu sua minoridade reconhece que a beleza emana de sua característica espiritual, essencialmente quando desenvolvida por si mesmo e em si mesmo. E isto constitui a liberdade absoluta do homem, pois quando não padece de heteronomia, é em seu "pequeno" Universo interior, qual templo, que o homem adulto é soberano e senhor absoluto.

Um templo maçônico é a representação simbólica do Universo maior, composta de toda matéria animada e inanimada. É tão incrível a matéria deste "grande" Universo que, se observada de perto, de bem perto, ao nível atômico e subatômico, é como se toda a existência material fosse feita com absolutamente nada de massa, de quase nada, quase que exclusivamente de espaço vazio. As partículas são tão insignificantes e afastadas umas das outras em espaços relativos tão grandes que, em essência, resulta apenas espaço vazio. E é tão somente pela velocidade com que os elétrons giram ao redor do núcleo que se manifesta a solidez da matéria. Em essência, a matéria do Universo é feita de nada, de espaço vazio. Ser parte deste todo e ao mesmo tempo deste nada, deste maravilhoso espetáculo da matéria inanimada e animada pelo sopro da vida, é o que dá um importante significado para a vida do homem. É uma distinção impar ser uma individualidade diante do volume de matéria inanimada que existe. O homem é feito da matéria inanimada do Universo, a qual recebeu vida de uma forma ainda incompreensível para o seu conhecimento científico. É natural que, respeitadas as devidas proporções, se considere o homem como um "pequeno" Universo de matéria e energias aglutinadas e animadas por uma energia vital e sobre o qual o intelecto sem heteronomia exerce poder e comando.

Se as estrelas e planetas exercem influências gravitacionais de uns sobre os outros, então as partículas que formam o templo do homem, o seu "pequeno" Universo interior, estão sob influência energética dos outros corpúsculos semelhantes espalhados pelo "grande" Universo. É este pertencer que dá grande significado para a vida do homem. Seu templo faz parte indissolúvel do Universo e isto promove um maravilhoso significado para exercer a liberdade com responsabilidade. É uma honra e distinção impossível de esquecer o fato de ser premiado para viver com liberdade dando conta de si mesmo no Universo.

Se destruído o corpo, ou parte dele, ao nível da matéria e com a atual tecnologia disponível ainda é impossível ao homem reconstruir um templo assim. Resta remendar o corpo físico e mantê-lo funcionando mesmo que precariamente e em decadência progressiva. Para viver com qualidade, o sábio cuida bem de sua saúde física e emocional enquanto os anos lhe vão desgastando a maravilhosa estrutura biológica, até o instante em que a regeneração química de suas moléculas se torna impossível e o sopro da vida o abandona. Alguns parceiros do homem que compartilham a biosfera terrestre têm em si a capacidade de desenvolverem novos membros que lhes foram arrancados por acidentes ou predadores, mas ao homem esta faculdade ainda não se disponibilizou. Já o templo interior do homem é passível de reconstrução, basta que para isto se parta para a ação com vontade e perseverança. A capacidade de reconstruir o templo interior, uma vez destruído, é uma capacidade que cada homem possui em potencial. É só deixar que esta inclinação espiritual se manifeste e se obedeça ao bom senso de seguir sempre em frente.

Simbolicamente, a ação nobre da espada inibe a aproximação e defende do inimigo externo e subjuga e mata o inimigo interno, enquanto a trolha, na mão do trabalhador da pedra, participa na edificação e reedificação de templos. A trolha constrói o templo externo de pedra, assentando as pedras, em cujo interior, ao alisar as paredes, melhora as relações entre as pedras vivas que estão construindo e reconstruindo templos vivos. Os maçons reúnem-se num templo de pedra que representa o Universo, local sagrado onde cada indivíduo reconstrói seu próprio lugar sagrado, o templo de si mesmo. É local também onde se provoca e incentiva ao seu irmão a edificar e melhorar seu templo. Cada um atua num templo de carne que é a representação em miniatura do Universo dentro de um templo de pedra que representa o Universo. Os templos melhorados pelo trabalho em si mesmos agradecem ao privilégio de vestirem ossos com carne, animados pela força ativa do espírito que exalta o dom da vida. É pelo conjunto de todo o trabalho de construção e reconstrução, planejado racionalmente, que o maçom declara a glória do Grande Arquiteto do Universo.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Vencerás

Vencerás

Não desanimes.

Persiste mais um tanto.

Não cultives pessimismo.

Centraliza-te no bem a fazer.

Esquece as sugestões do medo destrutivo.

Segue adiante, mesmo varando a sombra dos próprios erros.

Avança ainda que seja por entre lágrimas.

Trabalha constantemente.

Edifica sempre.

Não consintas que o gelo do desencanto te entorpeça o coração.

Não te impressiones nas dificuldades.

Convence-te de que a vitória espiritual é construção para o dia-a-dia.

Não desistas da paciência.

Não creias em realizações sem esforço.

Silêncio para a injúria

Olvido para o mal.

Perdão às ofensas.

Recorda que os agressores são doentes.

Não permitas que os irmãos desequilibrados te destruam o trabalho ou te apaguem a esperança.

Não menosprezes o dever que a consciência te impõe.

Se te enganaste em algum trecho do caminho, reajusta a própria visão e procura o rumo certo.

Não contes vantagens nem fracassos.

Não dramatizes provações ou problemas.

Conserva o hábito da oração para quem se te faz a luz na vida intima.

Resguarda-te em Deus e persevera no trabalho que Deus te confiou.

Ama sempre, fazendo pelos outros o melhor que possas realizar.

Age auxiliando.

Serve sem apego.

E assim vencerás.



Emmanuel

terça-feira, 27 de julho de 2010

INSTRUÇÃO DE APRENDIZ

INSTRUÇÃO DO GRAU DE APRENDIZ

V.'.M.'.,


Como parte da I.'. à Maç.'. realizada no dia 25 de novembro último passado, peço licença para apresentar-vos, e aos demais IIr.'. o que com a graça do G.'.A.'.D.'.U.'. compreendi sobre I.'. e a primeira Instrução do grau de Apr.'. M.'..

A palavra I.'. deriva da raiz latina initia,na acepção de adquirir os primeiros rudimentos de uma ciência, filosofia, religião, por extensão início de uma nova vida religiosa, filosófica, social ou ética; maçonicamente, admissão ritualística aos AAug.'.MMist.'.de um grau Maçônico.

A principal função da I.'. é propiciar ao profano neófito, ferramentas filosóficas e espirituais que o capacitarão à refletir sobre a condição de homemescravo da matéria, vivendo na "escuridão espiritual"; e, por graças do G.'.A.'.D.'. U.'.apresentou-se a oportunidade para que com esforços e ajuda dos IIr.'.MM.'. evoluir gradativa, paulatina e constantemente da condição de: homem-matéria bruta para homem-espírito em evolução. Afinal exigência divina e aspiração maior..

O ritual de I.'. tem o seu caráter Simb.'., embora não deixe de ser realista, ao mostrar ao indivíduo sua luta no seio da sociedade, a dependência e sumo esforço a que o homem é submetido durante a breve estada nesta terra para viver livremente.

Ao contrário do que possa parecer a filosofia da I.'. perde-se na noite escura da história, mas sendo parte integrante das antigas religiões pré-cristãs, de egípcios, persas, gregos, judeus, romanos, celtas, escandinavos, ameríndios e outros povos que chegaram e partiram. Esta realidade é provada pela descoberta de papiros e, outros tipos de escrita, especialmente após Champollion Ter decifrado a pedra ROSETA, possibilitando a tradução de grande parta da escrita cuneiforme do antigo Egito e, através de investigação cientifica realizada pela moderna paleontologia que nos legou o conhecimento de civilizações a muito desaparecidas e nos propiciaram obras como: o Livro dos Mortos do Antigo Egito, o Livro dos Mortos Tibetano, Zohar dos hebreus, Evangelho de Cristo, Apocalipse de S. João, Filosofia Grega entre outras.

Um exemplo: Os Mistérios Eleusinos da Antiga Grécia ensinava aos Iniciados, preceitos morais, e o principio criador. O primeiro dos mistérios ensinado ao neófitoresumia-se na frase. "A morte é vida, e a vida é morte; quem busca valores ilusórios nesta vida, buscá-los-á após a morte".

Em essência, a interpretação era que a vida aqui e no Além é imortal e a mesma, e que, por isso, após a morte o indivíduo seria o que fora e desejara em vida. No livro dos Mortos do Antigo Egito, nos deparamos com a emblemática tríadeEu sou o Hoje. Eu sou o Ontem. Eu sou o Amanha . Através de meus numerosos Nascimentos permaneço jovem e vigoroso. Eu sou a Alma divina e misteriosa que, em outro tempo, criou os deuses, e cuja essência oculta nutre as divindades do céu.

O que dá-nos a entender o caráter inicíatico e espiritual deste antigo povo. Ainda no referido livro o escriba deixa claro que para o povo egípcio e seus Faraós, a vida espiritual, era de suma importância para o Homem e, realmente tratada com seriedade, acreditando firmemente na existência desta centelha divina chamada alma . Para estes, todos deviam estar preparados para quando chegasse a hora de atravessar o céu em viagem na barca de Ra. Senão vejamos e interpretemos esta significativa passagem: Mas eu, eu nasci para o mundo do Além sob forma de um Espirito santificado cheio de vida... Salve, oh! Iniciados que morais sob a Terra! Destrui e extirpai o Mal que se aferra a Minha pessoa!.

Na antigüidade a I.'. tinha por objetivo transmitir os conhecimentos ocultos, religiosos e filosóficos dos iluminados aos escolhidos, uma vez que a grande massa popular ainda não possuía o discernimento necessário para compreenderem ensinamentos de tamanho alcance e complexidade. A Bíblia no Antigo e Novo testamento nos apresenta muitas demonstrações de que os profetas e o próprio Jesus transmitia a Gnose por parábolas quando dos seus sermões. A exemplo do sermão da montanha . Vejamos esta passagem do evangelho quando Jesus diz aos apóstolos: "Quem tem ouvido para ouvir ouça . Quando os doze o interrogaram acerca dessa parábola Ele disse-lhes: "A vós é dado saber os mistérios do Reino de Deus, mas aos que estão de fora todas estas coisas se dizem por parábolas, para que, vendo, vejam e não percebam; e ouvindo, ouçam, e não entendam..."Ainda: " Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas; não aconteça que as pisem e, voltando-se contra vós, vos despedacem".

Nesta época a palavra "porcos" era então alegórica dentro de determinados círculos, sinônima dos atuais "vulgos", "leigos", "profanos". Os termos " Reino", Reino de Deus" ou dos "Céus", "Porta Estreita", "Caminho Estreito", "Salvos", "Condenados" são expressões relacionadas com a I.'. e os seus Mistérios.

No antigo Testamento temos muitas passagens como em Isaías 26,7A vereda do Justo é plana; tu que és Justo aplana a vereda do Justo . Provérbios 9,1A Sabedoria edificou a sua casa, lavrou as suas sete colunas . Isso nos faz refletir sobre o caráter espiritual do homem e a eterna dualidade matéria x espirito, apontando as dificuldades que o homem espirito tem para sobrepujar a homem matéria densa. invólucro que aprisionará nossa alma no Hades Orfeico se não estivermos sempre em guarda e de prontidão estaremos sempre mais próximo do precipício que do cume.

Analisemos o que Nietzche nos diz em Assim falava Zaratustra:
Não é a subida que atemoriza; o que provoca temor é a descida! A descida de onde o olhar se precipita para a profundidade e a mão se estende para o cume. É então que se apodera do coração a vertigem da sua vontade duplicada. Vede, qual é a minha descida e o meu perigo; enquanto os meus olhos precipitam-se para ocume, minhas mãos quereriam agarrar-se em algo e amparar-se....no abismo!
Porque o ritual Iniciático deve ser efetuado em T.'. a C.'.? Tendo por objetivo apresentar os conhecimentos esotérico e filosóficos aos que passarem pelas difíceis provas exigidas e, encontrando-se em estado de evolução espiritual que os permita compreender os ensinamentos. Estado este que não tem correlação com a situação material e intelectual do neófito e, sim, com sua disposição e boa vontade para através do estudo e dedicação, compreender e trilhar os passos lentos mas firmes do aprendizado. Aprendizado que deverá ser ministrado no recinto fechado do T.'. longe dos olhos profanos da multidão, que não poderiam compreender seus nobres ensinamentos; senão vejamos o que nos disse o filosofo Nietzche:
Falou Zaratustra:
Quando, pela primeira vez, estive com os homens cometi a grande estultícia de dirigir-me a praça pública. E como me dirigia a todos, não falava a ninguém: mas apreendi uma outra verdade, e isto apreendi comigo: ( ...) Em praça pública ninguém acredita em homem superior. Em praça pública o Populacho diz! Não acreditamos em Homem Superior, somos todos Iguais.
Após Iniciado, o Apr.'. deverá dedicar-se com boa vontade à compreensão dos ensinamentos ministrados pelo V.'.M.'. e demais IIr.'., dedicar uma parte de seu tempo ao estudo filosófico preparando-se para tornar um homem melhor, livrando-se do poder da matéria que: tudo vê mas em nada crê. Vejamos a realidade desta verdade analisando a máxima do filosofo romano Epicteto que nos diz.

Um médico visita um enfermo e lhe diz: Tens febre; abstém-te por hoje de tomar qualquer alimento, e não bebas mais que água. O enfermo dá-lhe crédito, agradece-lhe e paga-lhe. Um filósofo diz a um ignorante: Os teus desejos são desenfreados, os teus temores são baixos e servis, professas falsas crenças. O ignorante enfurece-se e sente-se ferido no amor-próprio. De que nasce tal diferença? De o Enfermo conhecer o seu mal, e o ignorante não.

As minhas expectativas quando da I.'.M.'. certamente foram um misto de curiosidade e apreensão. A minha natureza profana temerosa e ansiosa sobre como se daria e, em que consistia a I.'. Mas após a adentrarmos ao T.'., e sermos afetuosamente acolhidos pêlos IIr.'.MM.'. que com tranquilizadora atenção dissiparam todas os receios, dúvidas e apreensões existentes, que logo se desfizeram para dar lugar as mais nobres expectativas. Ao ser vendado e, colocado sentado durante longo tempo, foi solicitado que pensasse na família, na minha vida pregressa e refletisse. Assim fui gradativamente entrando em estado de absoluta calma e tranqüilidade espiritual, propicio para a reflexão.
Certamente auxiliado pela escuridão dos sentidos físicos proporcionado pela venda nos olhos, a imaginação tal qual um calidoscópio ma mostrou nos mais diversos matizes, muitos dos momentos da vida presente e passada; propiciando uma visão cosmogônica do que esperamos para o futuro.

Outro ponto importante do processo de I.'. foi a passagem pela câmara de reflexões onde, deixado a sós comigo mesmo, em ambiente decorado com diversas alegorias M.'. que estão o tempo todo a demonstrar a fatalidade e brevidade da matéria. Na reflexão vi muito claramente a necessidade de estar sempre vigilante e perseverante em meu aprimoramento espiritual. afinal a todo instante somos lembrados que a morte física poderá se abater sob nos como asa ligeira e talvez encontrar-nos no mais absoluto sono espiritual. Como disse o mestre Jesus, Estais sempre Vigilantes. O poeta e orador romano Cícero disse: Quem não souber morrer bem, terá vivido mal, pois quantas vezes morremos vítimas de nosso medo de morrer!

NA câmara de reflexões tive a oportunidade de refletir sobre a vida pregressa; e sentir o peso das quantas vezes que: por orgulho, ignorância, apego a matéria, falta de sabedoria, o meu irmão menor, ao solicitar ajuda, simplesmente foi ignorado e despachado com o clássico não tenho tempo . Talvez este irmão ao aproximar-se nem estava em busca sempre nosso receio maior - de ajuda material; talvez buscasse um pouco de carinho, solidariedade, uma voz amiga, um conselho, quem sabe talvez como a mariposa que busca a luz, este irmão tenha pensado que podíamos dar-lhe um pouco de luz. Engano! Pois enquanto não conseguirmos dominar a materialidade existente em nós. O Nosso lado divino não fluirá. -Sim! porque os deuses nos fizeram para sermos divinos e perfeitos- Somente dominando a matéria a centelha divina existente nos levará invariavelmente a buscar sol do meio dia que se irradia do TODO, o qual nos originamos e para o qual retornaremos.

E se neste dia não estivermos preparados vejamos o que nos anuncia o L.'.da L.'. mulçumano, onde Maomé faz-nos uma clara advertência: E temei o dia em que cada alma se apresentará sozinha e dela não se aceitará nem resgate nem intercessão. E ninguém a socorrerá

Preceitos que devem ser lembrados todos os dias, para que possamos evoluir e melhorar como seres espirituais que somos e no dia que a divindade nos convidar a restituir-lhe o depósito que nos confiou, longe de revoltar-se pelo destino, devemos estar espiritualmente preparados como nos diz Sêneca, em sua carta a Sereno, comentando sobre o seu desterro e a possibilidade de morrer no exílio longe de Roma, diz: que o homem ignaro, põe-se a reclamar das divindades, maldizer o seu infeliz destino, aborrecer-se. Não! mil vezes Não! Neste dia com a serenidade do sábio diremosDou-te graças pêlos bens que colocastes a minha disposição e deixastes em meu poder.. Retoma esta alma, melhor do que ma deste, pois de bom grado deponho em tuas mãos o que de ti recebi sem perceber

Diz o filosofo que na morte dá-se a conhecer a verdadeira natureza dos heróis, e se sua vida pode nos servir de exemplo. Ao discípulo que mostrou-se aflito pela maneira como muitos dos maiores homens da época morreram disse Sêneca. Observa como cada um destes grandes homens suportou o seu destino; e se eles mostraram coragem, ambiciona a mesma firmeza de alma. Se foram fracos e covardes diante da morte, sua perda é indiferente

Em nossa primeira lição fomos ensinados sobre os rituais de nossa iniciação como Apr.'. de M.'., os nossos instrumentos de trabalho, e o simbolismo de cada etapa. A I.'.submeteu o Apr.'. as prova do que para os gregos significava os quatro elementos essenciais, a saber. A Terra, a Água, o Ar, e o Fogo. Do elemento Terra que na M.'. operativa, significava que o Apr.'. tinha que primeiro aprender a desbastar a pedra bruta para depois ascender a companheiro, na M.'. filosófica, simboliza no primeiro grau o corpo físico do aprendiz que ele deve aprender a dominar e educar antes de ascender ao grau seguinte.

O Ar, um dos quatro elementos naturais é a Segunda das provas por que passa o candidato a Apr.'.M.'.simbolizando a mais pura aspiração de sua inteligência pelas mais elevadas concepções da vida. A Água, o terceiro elemento é a prova a que é submetido o candidato a Apr.'. M.'.pela Ablução ensina-se que a prova que passastes é para lembrar-te sempre da pureza de suas mãos e que as mesmas jamais sirvam de instrumento para ações desonestas. Nesta hora a água lembra ao Candidato o ensinamento do Taoismo, quando Lao Tse disse aos seus discípulos: Aprendei as virtudes da Água que são preciosos ensinamentos de vida; A água não sobrepõe obstáculos, mas sempre encontra um meio de contorna-los. Esse comportamento deve inspirar a conduta dos que buscam uma vida harmoniosa, livre dos conflitos desnecessários. Na terceira viagem o Candidato a Apr.'. M.'. passa pela prova do fogo, que com sua chama purificadora, elimina as nódoas do vício, simbolizando ao Apr.'. que o mesmo deve trabalhar incessantemente com as suas armas pela nobre causa da felicidade humana. Como disse Lamenais, em seu poema A LUTA NOBRE:


Jovem soldado aonde vais?
Vou combater por Deus nos altares da pátria.
Benditas sejam as tuas armas, jovem soldado!
Jovem soldado, ando vais?
Vou combater pela justiça, pela causa santa dos povos e pêlos sagrados direitos dos homens.
Benditas sejam as tuas armas, jovem soldado!
Jovem soldado, aonde vais?
Vou combater para a libertação de meus irmãos de sofrimento e opressão, para o rompimento das cadeias que os prendem ao mundo.
Benditas sejam as tuas armas, jovem soldado!
Jovem soldado , aonde vais?
Vou combater contra os homens iníquos e em favor dos justos que os primeiros pisam com os seus pés; combater contra os amos em favor dos escravos, contra os tiranos em favor da liberdade.
Bendita sejam as tuas armas, jovem soldado!
................................................................................................
Jovem soldado, aonde vais?
Vou lutar para que caiam por terra as barreiras que separam os povos, e as quais os impedem de abraçar-se num comum amor, filhos que são do mesmo Pai.
Benditas sejam as tuas armas, jovem soldado!


Por fim o batismo de Sangue, onde o Candidato a Apr.'. M.'. compromete-se a jamais faltar ao cumprimento dos deveres de M.'. Na primeira instrução é dito que no Grau de Apr.'. está baseada toda a filosofia da Maç.'.Simb.'., pois compete ao Apr.'. o trabalho de desbastar a P.'.B.'.superando as paixões e defeitos, podendo assim concorrer para a construção de uma humanidade melhor, que em ultima instancia é a verdadeira obra dos Maç.'..

Também foi dado a conhecer aos AApr.'. toda a simbologia inerente ao grau, utilizado por todos os Maç.'. para reconhecimentos mútuos tais como os S.'.T.'.P.'., P.'.Sem.'., P.'.P.'. condição sine Qua non para que os mesmos possam adentrar ao T.'. e participar dos TT.'..Nesta primeira lição ensina-se ao Apr.'. que este não deve nunca escrever de modo profano sobre o significado das PP.'.SS.'. e TT.'. ensinados no T.'.sobe pena de Ter sua Gar.'.cortada.

Durante a primeira lição é apresentado aos candidatos à Apr.'.M.'. os seus instrumentos de trabalho, que são a régua de 24 Pol.'. o Maço e Cinzel, instrumentos que o aprendiz ira utilizar para desbastar a P.'.P.'.transformando-a em P.'.C.'..

A Régua antigo símbolo de retidão, método e Lei. O antigo Deus Egípcio Phath tem em suas mãos uma régua com a qual ele meda as enchentes do Nilo. Em sua simbologia a régua engendra a linha reta, que deve ser a direção de nossa conduta. Na L.'.Simb.'. significa que o M.'.não deve mal gastar as horas na ociosidade e egoísmo, mas sim repartir o tempo eqüitativamente, dedicando uma parte ao trabalho material, parte no estudo e meditação e parte em nosso recreio e repouso, porem todas no serviço da humanidade

O Cinzel, emblema da personalidade não educada e polida. Representa o intelecto. Simbolizando as vantagens da educação o Cinzel sustentado com a mão esquerda deve ser utilizado para golpear a P.'.B.'. para transforma-la em P.'.C.'.significado alegórico e moral que o homem deve trabalhar incessantemente sobre si mesmo para aproximar-se da perfeição exigida pela divindade .Trabalho duro e difícil que exige constante vigília do Apr.'.M.'. O Cinzel, somente tem valor se o maço sustentado pela mão direita golpea-lo na cabeça, caso contrario o maço seria somente um instrumento de destruição.

Poderoso é quem domina a si mesmo - Taoismo
Infeliz do homem que repousa no amanhã - Hesíodo

Graças ao G.'.A.'.D.'.U.'.por mais esta oportunidade de apreender.
Amauri Valle, M.'.M.'.
Aug.'.e Resp.'.Loj.'.Simb.'.Pedreiros de Machado nr 27, Or.'.de Machadinho do Oeste- Ro. / Brasil

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Vivência do Amor Fraterno

Vivência do Amor Fraterno



A Maçonaria recebe novos membros por intermédio da iniciação, o que a diferencia de sociedades profanas. Naquele psicodrama é exigido do recipiendário o juramento de que tudo fará para defender seu irmão na ocorrência de infortúnios. É algo muito diferente ao irmão de sangue, que nos é dado de forma compulsiva. O irmão maçom é resultado de escolha consciente e racional, daí as amizades resultantes serem coladas com o cimento do amor fraterno.

Um sábio maçom, quando inquirido sobre sua interpretação do significado de fraternidade, usou a seguinte parábola: "Encontrava-me nas proximidades de uma colina coberta de neve e observava dois garotos que se divertiam com um pequeno trenó. Quando os dois meninos chegavam embaixo da encosta, depois de haverem escorregado, o rapaz mais velho colocava o mais novo às costas e subia pelo aclive puxando o trenó por uma corda. O garoto mais velho chegava ao topo ofegante sob carga tão grande. E isto se repetiu várias vezes, até que resolvi inquirir: - Mas não é uma carga muito pesada esta que levas morro acima? - O garoto mais velho respondeu sorrindo: - De forma alguma! Esta carga é leve! Pois este é meu irmão!" Para o sábio irmão esta foi a definição exata de fraternidade. Para ele, o amor fraternal exige espírito elevado, consta até de sacrifícios, mas não o considera como tal, e sim algo natural, a carga é transportada com alegria e sem reclamar - este sábio maçom foi o presidente norte-americano Abraham Lincoln.

Na escolha de um profano a ser iniciado, procura-se estimar no perfil emocional do proposto sua capacidade de desenvolver a vivência do amor fraterno. No questionário de sindicância existem perguntas assim: "o profano vive em harmonia no lar?" "Qual sua reputação no mundo profano?" "Entre colegas de trabalho?" "Demonstra ser pessoa capaz de adaptar-se com facilidade ao meio e ter bom convívio social?" Significa então que todo aquele que for considerado limpo e puro, aprovado e iniciado, tem o amor fraterno como característica. Ele tem a capacidade de superar eventuais dificuldades de relacionamento interpessoal, isto já faz parte dele. E para melhorar mais ainda, esta qualidade distintiva fundamental é depois sacramentada por juramento solene! A conseqüência é o aquecimento do amor fraterno que reina depois entre os irmãos em loja.

Na iniciação o recipiendário recebe um avental branco, considerado seu ornamento máximo, e lhe é dito que deve mantê-lo imaculado, limpo. Não se trata aqui de sujeira literal, esta pode até ocorrer para o diligente obreiro. Mancha que pode até sair com água, e basta lavar. Aquele paramento do zeloso maçom deve ficar isento de qualquer nódoa moral ou comportamental, que só a água do amor fraterno limpa. Nenhum iniciado deve jamais usar seu avental e adentrar numa loja, se lá houver irmão que esteja odiando. Isto suja seu avental de forma indelével e afeta as energias que envolvem a todos. Deve considerar a dificuldade de resolver problema de relacionamento interpessoal como se fosse o escalar de uma encosta íngreme e coberta de neve, com aquele irmão às costas. Não é fácil! Mas, mesmo ofegante, e sob carga tão grande, deve fazê-lo sorrindo. A razão deve suplantar a emoção, haja vista que isto já faz parte dele como iniciado. Se inquirido do peso da carga, este irmão deve exclamar: - De forma alguma! Esta carga é leve! Pois este é meu irmão!

Egoísmo e indiferença são sintomas de falta de amor, pois o contrário de amor não é ódio, é a indiferença! Quando existem situações de disputa ou mágoa, é importante que os envolvidos resolvam as querelas fora das paredes do templo, e só então coloquem seus aventais e adentrem. Ao superarem suas diferenças, a benção do Grande Arquiteto do Universo, a divindade dentro dos iniciados, lhes proporcionará o aglutinante místico do amor fraterno que cimentará de forma brilhante as duas pedras que ambos representam na grande edificação da humanidade.

Isto é vivência real do amor fraterno, o aglutinante místico que mantém unidos os irmãos numa loja. Num agrupamento assim constituído é certa a presença do Grande Arquiteto do Universo.

Poderá haver bem maior que um amor fraternal bem vivido? O Grande Arquiteto do Universo certamente só está onde existem pessoas que se tratam como verdadeiros irmãos espirituais e onde cada um nutre profundo amor fraterno pelo outro.

Todo irmão que passar por uma situação onde eventualmente ocorre disputa ou ofensa, deve colocar aquele que considera ser seu ofensor às costas e carregá-lo para o alto de seu coração. E, se inquirido do peso, deve exclamar: - De forma alguma! Esta carga é leve! Pois este é meu irmão.


Charles Evaldo Boller

domingo, 25 de julho de 2010

A MAÇONARIA E O BANDO DE GADIÂNTON

A MAÇONARIA E O BANDO DE GADIÂNTON
Cesóstre Guimarães de Oliveira
cesostre@hotmail.com

De todas as bobagens que tenho ouvido sobre a Maçonaria, existe uma que com certa freqüência tem sido repetida por meus irmãos mórmons, e esta se destaca por sua pitoresca compreensão. Graças a um provocante e-mail que recebi, abordo este tema (ainda) inusitado para mim. Quem já leu meu livro “Os Construtores de Templos” deve lembrar que nele faço relato da experiência vivida por mim quando tomei a decisão de ser iniciado Maçom, na ocasião eu disse: “ouve uma pequena desordem no âmbito familiar, eles temiam por achar que eu estava a me unir a uma versão moderna do Bando de Gadiânton”.
Mas, em função dos esclarecimentos recebidos, e das referencias que sempre tive na Maçonaria, eu sabia não haver nenhuma relação entre as combinações secretas descritas no Livro de Mórmon e a milenar fraternidade.
Provavelmente, já neste momento do texto, aquele que não tem nenhuma intimidade com o Livro de Mórmon deve estar a se perguntar, “afinal, que Bando de Gadiânton é este do qual você fala?”
Portanto, é para estes (não esclarecidos) que explico: o Bando de Gadiânton foi formado por criminosos que viveram nas Américas no período coberto pelos escritos do Livro de Mórmon. Eles faziam parte de um grupo criminosamente organizado por um homem chamado Quiscúmen, que no alicerçamento de suas idéias maquiavélicas estabeleceu a prática de juramentos como forma da demonstração de fidelidade. Inicialmente o bando foi organizado com o único objetivo de assassinar o juiz supremo da terra dos nefitas. Com a consumação deste intento assassino, eles continuaram organizados em torno das idéias de Quiscúmen direcionando suas realizações criminosas para todo tipo de mal, inclusive e tornando-se experts na arte do terror e do engano. Conforme minha compreensão dos textos sagrados, todas as versões deste bando criminoso tem seguido exatamente os mesmos padrões estabelecidos por seus criadores.
Em análise superficial dos manuais mórmon, destaco várias características atribuídas ao grupo criminoso de Quiscúmen. Ao fazer isto, espero que meu leitor compreenda, que embora minhas interpretações estejam em harmonia com a doutrina Mórmon, estas são conclusões minhas, e não devem ser tomadas como interpretações de alguém autorizado a falar em nome da Igreja. Na verdade, apenas tento fazer uma descrição simples e superficial, meu objetivo e fazer que você assimile as razões pelas quais considero incoerente comparar o Bando de Gadiânton com a Maçonaria.
De acordo com o Livro de Mórmon os pontos que passo a destacar distanciam a Maçonaria dos grupos das combinações secretas.

a) Os objetivos das combinações secretas estão sempre relacionados com a conquista do poder e do enriquecimento ilícito.

a.1) Os objetivos da Maçonaria primam pelo bem social da humanidade, protegendo os injustiçados e punindo os tiranos, sempre pondo os interesses da coletividade acima dos interesses individuais.

b) As combinações secretas utilizam o dinheiro e a violência para atingir seus objetivos.

b.1) A Maçonaria utiliza o dinheiro para realizar ações sociais, e sempre se contrapõem ao violento tirano.

c) O sigilo absoluto é um dos princípios básicos das combinações secretas, e também uma forma de acobertar suas práticas criminosas.

c.1) O sigilo na Maçonaria visa resguarda tradições milenares e proteger o Maçom da intolerância dos ignorantes e preconceituosos.

d) As combinações secretas florescem e prosperam através do espólio e da maldade.

d.1) A Maçonaria floresce com a iniciação de homens livres e de bons costumes.

e) O diabo é a maior inspiração para as combinações secretas, e por isso essas organizações são apontadas por Deus como uma maldade "acima de toda a maldade de toda a terra."

e.1) A Maçonaria busca inspiração no belo e divino, o profano é veemente repudiado, embora não nos envolvamos nas questões religiosas, no mundo todo os cristãos maçons são maioria.

E, finalmente, ratificando tudo que já disse trago à luz do conhecimento e da verdade uma testemunha que confirmará todas as minhas palavras, o Profeta Joseph Smith Junior. Quem melhor do que ele para testificar acerca da índole pura da maçonaria? Como alguém poderá dizer, ou sequer pensar, que uma organização onde esteve abrigado Joseph Smith Junior, o Profeta de Deus, seja uma organização que busque sua inspiração no diabo?
Entendo que um não membro tenha estes lapsos, que confunda os objetivos da Maçonaria e da Igreja em relação á humanidade, mas a nós mórmons isto não é permitido, afinal, somos, ou não, os verdadeiros membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias? Absorvo da culpa, os incrédulos, inclusive quando fazem criticas a forma sigilosa em que guardamos os rituais do templo, nós sabemos de sua natureza sagrada, eles não. São eles que não entendem o porquê da realização dos rituais do Templo, é difícil para eles entender que nossos rituais não são combinações secretas. Sendo eu um membro da Igreja é muito fácil compreender que um convênio também pode ser compreendido como um juramento.
Penso que, um Mórmon tentar comparar a Maçonaria com uma combinação secreta é uma tentativa intencional de agredir o bom senso, é uma violência a verdade e a coerência. Todos podem ter acesso às informações que comprovam ser a Maçonaria estimuladora das virtudes que são antagônicas às combinações secretas.
Fico embasbacado ao notar tanta histeria manifestada de forma coletiva. Na tentativa de fazer parecer natural, alguns trapalhões tentam relacionar a Maçonaria com as combinações secretas descritas no Livro de Mórmon. Isso faz com que as palavras dos alienados, dos néscios, adubem a mente fértil dos indoutos que ávidos por acreditar em qualquer coisa, quase que imploram para serem ensinados sobre o significado das combinações secretas. Pobres almas que ainda não viram a luz, que se encontram envoltas pela escuridão de seus temores, vêem conspiração em qualquer lugar, em qualquer relação que lhes pareça fugir ao padrão estabelecido por seus pensadores.
Atribuir caráter de conspiração secreta àquilo que não compreende, é uma característica quase universal dos indoutos, dos raquíticos da fé, e do conhecimento.
Estes, de quem refiro, são os que também vêem combinações secretas nas ações dos maçons, e algumas vezes nos templos mórmons. Gostaria de me estender neste assunto, mais considero desnecessário assim proceder, pois penso ser a prolixidade um luxo que me não permito, por enquanto, dou-me por satisfeito até que a questão me seja novamente apresentada.

Site: http://mormonsmacons.blospot.com/
Foto: Do autor do texto Cesóstre Guimarães de Oliveira

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Código de Moral Maçônica (1717)

Código de Moral Maçônica (1717)


- Adora o G.'.A.'.D.'.U.'.. e tem em mente que o verdadeiro culto a Ele consiste, principalmente, em praticar boas obras.

- Tem sempre tua alma em um estado puro para estar digno diante de tua consciência.

- Ama o próximo como a ti mesmo.

- Não faças o Mal para esperar o Bem.

- Estima os bons, ama os débeis, foge dos maus, mas não odeies nada.

- Não lisonjeies teu irmão, pois isto é uma traição; se teu irmão te lisonjeia, teme que ele te corrompa.

- Escuta a voz de tua consciência.

- Sê o pai dos pobres, cada suspiro que tua dureza cause-lhes, são outras tantas maldições que cairão sobre tua cabeça.

- Respeita o viajante nacional ou estrangeiro e ajuda-lhe. Ele deve ser uma pessoa sagrada para ti.

- Evita as querelas, prevê os insultos e faze com que a razão esteja sempre ao teu lado.

- Reparte o teu pão com o faminto, abriga os pobres e os peregrinos em tua casa; quando vires o desnudo, cobre-o e não desperdices tua comida com quem não a merece.

- Não cedas à ira, facilmente, porque ela repousa no seio do néscio.

- Detesta a avareza, porque quem ama as riquezas nenhum fruto sacará delas, e isto também é vaidade.

- Foge dos ímpios senão tua casa será arrasada, somente os lares dos justos florescerão.

- No caminho da honra e da justiça está a vida, mas o caminho transviado conduz à morte.

- O coração dos sábios está onde se pratica a virtude e o dos néscios onde se festeja a vaidade.

- Respeita as mulheres, jamais abuses de sua debilidade e, muito menos, penses em desonrá-las.

- Se tens um filho, regozija-te; mas sabe que para ter a confiança dele, terás de fazer com que até os dez anos, ele te tema; até os vinte, ele te ame e até a morte, ele te respeite. Até os dez anos, sê-lhe o mestre; até os vinte, sê-lhe o pai e até a morte, seu amigo. Pensa em dar-lhe bons princípios antes que belas maneiras, deva-lhe retidão esclarecida e não frívola elegância. Cria um homem honesto antes que um homem hábil.

- Não te envergonhes e nem te orgulhes do teu destino, pensa que é a forma de cumpri-lo que te fará envergonhado ou orgulhoso.

- Lê e aproveita, vê e imita, reflete e trabalha, ocupa-te sempre com o bem dos teus irmãos e trabalha para ti mesmo.

- Contenta-te com tudo, de tudo e por tudo.

- Não sejas rápido para julgar os homens; não reproves e muito menos elogies; procura, antes disto, sondar bem os corações para apreciar suas obras.

- Entre profanos, sê livre sem licença, grande sem orgulho e humilde sem baixeza. Entre Irmãos, sê firme sem ser tenaz, severo sem ser inflexível e submisso sem ser servil.

- Fala moderadamente com os grandes, prudentemente com os iguais, sinceramente com os amigos, docemente com os pequenos e eternamente com os pobres.

- Justo e valoroso, defende o oprimido, protege a inocência, sem esperar por nada dos serviços que prestares.

- Exato apreciador dos homens e das coisas, não atenderás mais que ao mérito pessoal, sejam quais forem o alimento, o estado e a fortuna que se lhe assome.

- O dia em que se generalizem estas máximas entre os homens, a humanidade será feliz e a Maçonaria haverá terminado sua tarefa e cantará seu triunfo regenerador.



Traduzido pelo nosso Ir.'. Alberto Victor Castellet, autor do livro "Maçonaria, mais Secreta do que Discreta":

Colaboração do irmão Devaldo de Souza

O FUTURO

POR QUE SÓ DEPOIS?

É interessante verificar a explosão de solidariedade que movimenta a humanidade após uma catástrofe de vastas proporções, como a ocorrida no Haiti ou no Tsunami, lá na Ásia distante. Esses momentos põem em evidencia o patrimônio maravilhoso que nossa humanidade já amealhou em sua trajetória. Sinal de progresso efetuado. Em cima dessa constatação, pôr, me vieram uma reflexão concernente as experiências individuais e, claro, também, coletivas: Por que esperarmos para agir após a dor?

Por que esperar a perda de um ente querido para se indagar do afeto com que poderíamos tê-lo envolvido?

Por que ver o lar dilacerado para entende-lo como abrigo acolhedor ante os desafios da vida?

Por que aguardar a família desfeita para sentir a dor de ver o desespero dos filhos perante sua segurança destroçada?

Por que enxergar o sepultamento de um vizinho e se indagar a razão de quase nunca termos dado à ele poucos minutos de nosso tempo para uma prosa de carinho, um tantinho de atenção?

Por que esperar o triste momento de descobrir o filho envolvido nas drogas para entender que poderíamos ter-lhe dado mais um pouco de atenção e de estrutura moral, a fim de que não precisasse tanto das fugas pelas drogas?

O amor vivido possui o condão de antecipar-se aos sofrimentos. Se ele é capaz de agir quando a penúria se apresenta também é capaz de evitá-la. Se o amor cura, também previne.. Quando amamos, não esperamos apenas que a amargura apareça para agirmos, expressando nossa generosidade; tudo fazemos para que ela, a amargura, não apareça.

É certo que a tristeza irá aparecer, e aí, devemos estar à postos para aliviá-la na face amiga, no entanto, se pudermos estimular alegria no outro, não precisamos apenas fazer quando o estrago já está acontecendo.

Não estou dizendo que nosso objetivo é impedir que os outros tenham suas provações e as experiências que carecem. Não é isto. Quero apenas mostrar que, muitas vezes, somos pegos de surpresa em situações que poderiam não ter surgido se, com o olhar atento do amor, houvéssemos agido primeiro. É como os governos que gastam um dinheiro enorme para atender as vítimas de deslizamentos ou enchentes porque não investiram um montante bem menor na prevenção dessas tragédias.

Resumindo, usando uma expressão futebolística bem ao gosto do povo brasileiro: O Amor, como bom zagueiro, muitas vezes se antecipa àquele que lhe ataca. Por que deixar para depois?
Postado no Blog de Frederico Menezes



NOVA CIVILIZAÇÃO

Todo mundo já percebeu que o mundo está em plena mudança. Em todos os campos da manifestação do pensamento humano há alteração significativa. Em outras áreas, a mudança é mais lenta e encontra resistência maior.

Esse turbilhão, essa efevercência, leva de roldão os anestesiados e causa insegurança e temor. A resistência à mudança que caracteriza o homem torna-se patente no espírito engessado, arcaico, sem viço para ansiar novos ares.

Ainda há um imenso trabalho a ser feito no tocante aos valores da nossa civilização. A futilidade de propósitos e os interesses egoísticos disseminam a fragilidade moral terrena. A maturidade que afugenta a desonestidade e a indiferença ainda é minoria, embora seja uma minoria que vem crescendo consideravelmente ao longo desse período de intensas e profundas transformações...

São as reencarnações de espíritos nobres, melhorando a condição média no âmbito moral, os fatores responsáveis por esse acelerar de mudanças na concretização de uma sociedade mais ética e transparente, eivada de valores mais espiritualizados. As síndromes das posses materiais darão lugar à vontade de mais amar seu semelhante, de mais despojar-se do jogo das aparências, do infeliz hedonismo que alimenta monstros devoradores da felicidade humana.

Esse ciclópico período da humanidade é o baixar do Céu à Terra, trazendo o Édem das virtudes para mais próximo da experiência humana. Felizes os que vierem a somar para essa mudança, mudando a si mesmo. O novo modelo civilizatório deve ter início em nós, na intimidade da nossa maneira de viver, pensar, agir...


Postado no Blog de Frederico Menezes
Textos de Frederico Menezes
Gravura "Navegando no futuro", de João Sávio

quinta-feira, 22 de julho de 2010

POEMAS E REFLEXÕES

POEMA

Emily Dickinson

Não viverei em vão, se puder
Salvar de partir-se um coração,
Se eu puder aliviar uma vida
Sofrida, ou abrandar uma dor,
Ou ajudar exangue passarinho
A subir de novo no ninho –
Não viverei em vão.


Oh morte, não te orgulhes

John Donne


Oh Morte, não te orgulhes, pois ruim
Como dizem não és, medonha e forte;
Quem pensa que abateste, pobre Morte.
Não morre; nem matar podes a mim.
Se o sono, o teu retrato, agrada assim,
Contigo fluirá melhor a sorte;
E o bom, ao conhecer o teu transporte,
Descansa o corpo e se liberta enfim.
Serva de reis, destino, acasos e ânsia,
À droga, à peste e à guerra te associas;
E adormecem-nos ópios e magias
Mas que teu golpe. Então, por que a jactânia?
Um breve sono a vida eterna traz,
E vai-se a morte. Morte, morrerás.


"Existem algumas pessoas que precisam de anos, tanto de prática como de estudos, para se tornarem pessoas íntegras e de boa vontade".

“Odeio o homem que, como o Portal da Morte, diz uma coisa mas esconde outra em seu coração”, grita o angustiado Aquiles na Ilíada de Homero. Disse profeta Jeremias: “Percorram as ruas de Jerusalém, procurem e observem! Procurem nas praças, vejam se encontram um homem justo e que busque a verdade.”

É a honestidade que o filósofo Diógenes procurou em Atenas e Corinto, numa imagem perene: “Com lampião e lanterna, à luz do sol, procurei um homem honesto, mas nenhum pude encontrar”, conforme narrativa do século XVII.

DEUS


Casimiro de Abreu

Eu me lembro! Eu me lembro! – Era pequeno
E brincava na praia; o mar bramia
E, erguendo o dorso altivo, sacudia
A branca escuma para o céu sereno.
E eu disse a minha mãe nesse momento:
“Que dura orquestra! Que furor insano!
Que pode haver maior do que o oceano,
Ou que seja mais forte do que o vento?! –
Minha mãe a sorrir olhou pr’os céus
E respondeu: - “Um Ser que nós não vemos
É maior do que o mar que nós tememos,
Mais forte que o tufão! Meu filho, é – DEUS!”-

quarta-feira, 21 de julho de 2010

A Maçonaria e o Contexto Nacional

A seguir, extraída parte de esclarecedora Palestra do Valoroso Irmão Marco Antonio Mello Raposo Mestre Maçom da Loja Vale do Piabanha/GLERJ proferida na Loja Jesus Cristo no Rio de Janeiro.

Num passado bastante remoto, nossa instituição apresentava-se como contraponto às tiranias, aos entraves à roda evolutiva econômica e social, e aos desmandos da Igreja Católica em sua busca por um poder cada vez maior sobre os povos e sobre os Estados; enfim tratava-se de uma instituição que incomodava aos déspotas poderosos de então. Por isso ela era sempre mantida na linha de fogo da polêmica e da controvérsia.
Nunca a maçonaria foi tão atacada e vilipendiada pela Igreja e perseguida pelos Estados como naquela época.
Mas, apesar disso, ela fazia a roda da vida da humanidade girar. As renomadas personalidades que compunham a instituição naqueles tempos lhe trazia prestígio e respeito, não só por serem nomes que detinham poder, mas principalmente por se tratar de homens de coragem, com a firme determinação de combater tudo aquilo que representasse ameaça à paz, à soberania e a justiça social.

Lamentavelmente, tudo isso transformou-se em relíquias de um passado remoto.
Entretanto, meus Irmãos, parece que o processo cíclico que faz girar a roda da vida está nos impelindo em direção do renascimento daquela gloriosa fase de nosso passado. Nada ocorre ao acaso. Tudo na vida tem seu momento próprio de nascer, morrer, renascer, num contínuo ciclo evolutivo.

É chegada a hora de mais um renascimento! Portanto, meus Irmãos, não desprezemos a disposição de mais de 100.000 Irmãos espalhados pelo País em querer a inserção de nossas instituições numa luta clara e frontal pela busca de um futuro mais digno para nossa Nação, tendo nossos atuais dirigentes à frente desse processo, comandando-nos e orientando-nos conforme as luzes de suas sabedorias.
Preparamos, para o atingimento desse objetivo, uma estratégia inicial que esperamos venha a ser gradativamente enriquecida pelos Irmãos que forem aderindo ao propósito estabelecido, e vislumbrem novas ações que possam aprimorá-la.

Conclusão

Temos o dever moral de honrar as nossas mais nobres tradições e dar início a um processo que contribua, de forma incisiva, para a correção dos rumos atuais em defesa de nossa Pátria, de nossos lares, de nossas famílias e, pela busca do Bem Comum.
No Ritual do Aprendiz Maçom durante a abertura dos trabalhos, quando o Venerável Mestre pergunta “para que nos reunimos aqui Irmão 1º Vigilante?”, ele então responde: “para combater a tirania, a ignorância, os preconceitos e os erros, e glorificar o Direito, a Justiça e a Verdade; para promover o bem estar da Pátria e da Humanidade, levantando Templos à Virtude e cavando masmorras ao vício.”
Meus estimados Irmãos, vamos então dar cumprimento ao determinado em nosso Ritual ! Vamos romper com essa inércia! Vamos dar um basta nessa sujeira que emporcalha a Nação!
Vamos mostrar a nossos filhos e netos que um dia esse País poderá vir a ter governantes dignos, honestos, capazes e comprometidos com ideais mais elevados! Mostremos a esse País que além de Maçons somos brasileiros, e que em nossas veias corre sangue!
Prostar-se indignado sem nada fazer é estar conivente com a disseminação dos vermes que contaminam as entranhas dos poderes constituídos!
Lá está nossa Bandeira! Nosso símbolo maior! Símbolo de luta e de esperança. Não a desapontemos! Não adianta só criticar tudo o que vem ocorrendo de errado com nosso País.
É chegada a hora de perguntarmos para nós mesmos: o que podemos e devemos fazer por ele?

Para atingirmos tal propósito necessitamos disciplina, perseverança e tenacidade. Não podemos continuar inertes, deixando que escorra por nossas mãos a grande oportunidade de resgatarmos os mais nobres legados da maçonaria universal. Já deixamos passar preciosas oportunidades de levar adiante um trabalho sério que só engrandeceria a Instituição a qual pertencemos; que só nos dignificaria e nos enobreceria; que só nos abençoaria com o orgulho de sermos simplesmente Maçons.
Transformemos esta noite de 6 de outubro de 2009, num marco que simbolize o início de nossa caminhada rumo ao resgate de nossos consagrados valores e de nossa verdadeira identidade. Que o GADU nos abençoe nos combates do porvir.
Que sejamos um só corpo, um só espírito, um só coração na luta por uma Maçonaria mais presente, mais ativa e mais afeta aos destinos de nossa Nação. Que a história da Maçonaria brasileira venha, no futuro, orgulhar-se de todos nós.
O que procurei trazer na noite de hoje foi uma opinião livre de vícios e preconceitos e suficientemente honesta e sincera, para me expor a atrair sobre mim toda a sorte de interpretações e sentimentos.
Entretanto, meus Irmãos, estejam certos de que desejo, apenas, o bem estar de nossa Pátria herdamos denso legado de Irmãos que nos antecederam numa jornada rica em Instituição. Por elas sonharei, enquanto me for permitido sonhar; por elas lutarei, enquanto me for permitido lutar e por elas tombarei, se preciso for tombar.

Nunca nos esqueçamos, meus Irmãos, de que ninguém é tão pobre que nada tenha a dar, nem tão aquinhoado pela vida que nada tenha a receber, nem tão bruto que nada possa ensinar ou tão sábio que nada reste aprender. Dobremo-nos humildes e esperançosamente ante o golpe do Maço do Criador e sujeitemo-nos à orientação de Seu Cinzel, para que mereçamos compor a Grande Obra da Criação. E, se um dia encontrarmos as trevas da decepção em nossa jornada maçônica, não nos quedemos como tantos insensatamente o fazem, amaldiçoando a escuridão.
Acendamos as luzes dos nossos espíritos, e iluminemos o caminho daqueles que se deixaram ficar. Que sejamos um elo que se funde à cadeia infinita que une todos os Maçons do universo na Divina Tarefa.
Colocamo-nos, em nossa Loja , à disposição de todos os Irmãos que acreditem ser possível reescrever a nossa história.
Venerável Mestre, agradecemos a oportunidade que nos foi confiada, e coloco-me à disposição de todos os Irmãos aqui reunidos para um profícuo debate sobre o que acabamos de apresentar.
Muito obrigado pela atenção dispensada pelos queridos Irmãos.


Marco Antonio Mello Raposo

Mestre Maçom

terça-feira, 20 de julho de 2010

Valorosos maçons






Precisamos romper com as velhas tradições das falsidades, da falta de escrúpulo ainda renitente em alguns de nós.
Busquemos nos espelhar nos valorosos e corajosos pioneiros que em busca da Verdade, se reuniam em nome do GADU.

No ano de 1791, na loja maçônica as nove irmãs, em Paris, celebraram-se um acontecimento de alto relevo, a revolução de 89 havia ensejado a declaração dos direitos humanos dando a honra da liberdade, da igualdade e da fraternidade e a maçonaria que sempre fora pioneira nesse ideal de engrandecimento humano recebia na sua Casa um dos homens de mais notáveis do século, tratava-se de Voltaire, um dos pais da enciclopédia, no momento em que a palavra lhe foi delegada, por que ele recebia a iniciação no grau 33, declarou a razão por que ele se tornara discípulo da Ordem.

Naquela solenidade, para que tenhamos a idéia da sua magnitude, encontravam-se representante de Catarina da Russsia, do Rei da Inglaterra, das altas personalidades francesas e no Oriente se encontravam as bandeiras representativas da corte européia.
A emoção havia galvanizado a alma dos convidados, tratava-se de uma reunião branca em que os nâo iniciados tomavam parte, e, aquele homem octogenário, sob cujos ombros repousavam a cultura, a sabedoria e os direitos da criatura humana, prosseguiu o seu memorável discurso.
- "Faço-me maçom por que encontrei nesta Ordem Sagrada os ideais da dignidade humana. Aqui tive a oportunidade de aprender a amar e a respeitar a criatura humana. Nesta Casa que abre as suas portas às idéias revolucionárias, aprendi, também, a amar a Deus, e variavelmente disse. Que Eu não acredito em Deus! E é uma verdade. Eu não acredito em Deus, aquele que os homens fizeram. Mas eu acredito em Deus. Aquele que fez os homens".
A palavra luminifera de Voltaire. Em um improviso memorável durante duas horas emocionou as personalidades mais ilustres que ali se encontravam. Ao terminar o admirável discurso, foi homenageado pelo jovem Benjamim Franklin. Assim se escreveria mais tarde que se estava no limiar de uma nova época. Franklin, o jovem, representava os ideais da futura tecnologia. Com Voltaire, encerrava-se toda uma era de realizações grandiosas, de nobreza, de desenvolvimento elevados que constituíam o passado.
E desde aquele momento, a maçonaria através dos seus landmarks guardaria no recesso dos seus estatutos a veneranda figura de Voltaire, como dos mais gloriosos marcos da sua historia contemporânea.

Foi Abraão Lincoln, presidente dos estados unidos da América quem teve a oportunidade de dizer que a maçonaria é uma Ordem filantrópica de natureza social que agasalha no seu seio as almas idealistas, que não tem prioridade religiosa, mas alberga todas as religiões. E em momento de grande inspiração ele terminou dizendo que a maçonaria representava um dos mais alto ideais da humanidade, erguendo a sua bandeira de defesa dos direitos da criatura humana e trabalhando pela felicidade geral de todos os povos.
No Brasil, entre outros, Rui Barbosa, teria a oportunidade de dizer onde florescem os ensinamentos maçônicos, não vicejam a ditadura, a soberania dos poderes arbitrários, nem a dominação daqueles conquistadores violentos que denigrem a condição da criatura humana.
Pinturas: Voltaire, Abraão Lincoln e Benjamim Flanklin.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A MAÇONARIA E SUA ESTREITA RELAÇÃO COM O HOMEM PERFEITO

A MAÇONARIA E SUA ESTREITA RELAÇÃO COM O HOMEM PERFEITO

A Ordem Maçônica sempre cultivou a aproximação com grandes vultos das artes e da literatura universal, pois os mesmos sempre habitaram nossos templos; recebemos luzes e damos, como reciprocidade, sinceridade e fraternidade. Fazemos intercâmbios!
A Ordem, como entidade separada da grande sociedade, sempre teve influência na vida dos grandes pensadores da humanidade. Não vou cair no lugar-comum de nominar essas figuras; o grande público poderá reconhecê-las, baseado na repercussão das suas vidas.
Apenas como curiosidade histórica, permitam-me citar o genial Wolfgang Amadeus Mozart, iniciado na maçonaria em uma época de grande dificuldade de relacionamento entre nossa instituição e os Estados monárquicos. Mozart foi influenciado pelos influxos do iluminismo da nossa Ordem, não como artista, pois o gênio já nasce gênio, mas sim na sua vida privada, em relação à grande sociedade.
A maçonaria deu-lhe guarida em momentos de dificuldade existencial, facilitando, de alguma maneira, a realização da sua magistral obra. Sabemos que o que se cria em sociedade tem mais vida do que aquilo que se cria na solidão.
Tenho arquivada nos meus guardados cópia de um bilhete que Mozart enviou a um irmão da Ordem, na semana que estreava a ópera de sua autoria Cosi Fan Tutte:

Salzburgo, 20 de janeiro de 1790
Querido irmão Puchberg,
Se você puder, empreste-me outros 100 florins.
Sinceramente, seu irmão
W.A. Mozart

Provavelmente, muitos leitores podem estar se perguntando: que entidade é esta que se propõe, como está dizendo o articulista, influenciar os homens. Sabemos que a maçonaria continua sendo um mistério para boa parte da população; para muitos porque estes não se interessam em buscar respostas para suas dúvidas; para uns poucos, por juízo preconceituoso e apressado.
Para tentar esclarecer estes e aqueles, gostaria de definir a maçonaria copiando o que nos diz o historiador José Castelani: “É uma instituição iniciática, filosófica, filantrópica e evolucionista. Proclama a prevalência do espírito sobre a matéria, pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever. Suas finalidades são: liberdade, igualdade e fraternidade.”


Podemos, também, ouvir o maçom Fichte, famoso filósofo alemão do século 18, amigo de Emanuel Kant: “É uma instituição destinada a cancelar a unilateralidade da cultura recebida pelo homem na grande sociedade e elevar esta cultura, constituída pela metade, à cultura universal e puramente humana.” Se a definição de Fichte é mais sintética, também nos obriga a tentar explicar para os leitores o que imaginamos que a nossa Ordem possa dar para a cultura universal.
Cultura para a religião: como cidadão do mundo espiritual, devemos impedir que a religião seja unilateralmente concebida, interferindo em nossas ações e dirigindo nosso intelecto.
Cultura para o Estado: é o estabelecimento da íntima ligação entre o sentimento do direito e a consciência do cidadão. Em outras palavras, observar, como maçom, com a mais escrupulosa exatidão, as leis do seu país. Estas, por mais deficientes que sejam, são sempre melhores do que nada. No entanto, a imposição das autoridades não pode levá-lo a raciocinar como se existisse apenas o seu país, porque fazemos parte da humanidade inteira. Se as leis editadas por estas mesmas autoridades são consensualmente contrárias à Justiça, o maçom não se propõe a cumpri-las. Não faz isso simplesmente por ser maçom, mas sim como homem de caráter íntegro.
Cultura para a educação: é o despertar para nossa capacidade, como racionais, de dominar e proteger a natureza. É o uso de instrumentos da razão para transformar o homem, com reentrâncias do caráter semelhantes a uma pedra bruta, ainda não polida pelo cinzel do pedreiro, em um indivíduo justo e de atitudes perfeitas.
Quais são os meios de que a Ordem Maçônica dispõe para cumprir este desiderato?
O ensinamento e o exemplo, respondem em uníssono a voz dos obreiros da Arte Real, acumuladas através dos séculos; o ensinamento propicia o saber, porém, não pressupõe condições para agir. A decisão, a ser emanada do seu foro íntimo, poderá levá-lo a concretizar esta etapa com sabedoria. Se, ao lado desta disposição, comparando nossa vontade e o desejo de executar a ação com atitudes positivas que assimilamos de quem acreditamos, leva-nos a pensar que estamos trilhando o caminho da razão.
Muitos leitores, por não pertencerem à nossa Ordem, indicariam uma terceira via, a via da emoção, ou seja, a tentativa de atingir o alvo sensível do interlocutor, o seu coração, como fazem muitos oradores públicos.
Comovendo o indivíduo, fazendo-o verter lágrimas emocionadas, podemos, de fato, conduzi-lo a uma efêmera boa ação; após enxugar os olhos, com o desaparecimento do embaçamento momentâneo da visão, passado o êxtase do espírito, ele é o mesmo homem de antes.
Mesmo que o leitor jamais entre em uma loja maçônica, espero que possa acolher em seu coração o sentimento maçônico, segundo o qual tudo o que diz respeito à humanidade e à sua evolução desperta nossa atenção e interesse.
Não afirmo que os maçons são necessariamente melhores do que os outros homens, e, tampouco, que não se consiga alcançar a mesma perfeição fora da Ordem. O que afirmo, respaldado em séculos de imutável ritualística, é que o maçom tem obrigação de, pelo menos, se equiparar aos melhores homens e mulheres da grande sociedade.

Hélio Moreira é membro da Academia Maçônica de Letras de Goiás e da Academia Goiana de Letras.

Copiado do blog de João Sávio http://drjoaosavio.blospot.com.br/
Foto: Mozart

domingo, 18 de julho de 2010

TER OU SER IRMÃO

TER OU SER IRMÃO

Na edificação dos costumes e da vivência em sociedade, o construtor e sua obra têm ligação intrínseca em todas as fases do projeto, pois não pode o pedreiro iniciar qualquer trabalho se eximindo da responsabilidade sobre os efeitos que este venha a influenciar durante ou após sua execução. Sendo assim, menos ainda pode o pedreiro livre deixar de medir a todo tempo a marca de sua trajetória como edificador de posturas e conceitos no que concerne o trato e relacionamento entre os irmãos ou profanos do mundo exterior.

Neste contexto, o desbastar da pedra bruta não é uma atitude isolada, ela permeia a todos quantos a volta do novo ser acompanham este processo de transformação e neste momento, suas vidas também acabam por ser transformadas, na reação em cadeia onde os bons costumes e a retidão das ações devem ser como o maço, instrumento de força que as imprime nos corações da eternidade.

A postura correta do pedreiro livre, entretanto, esbarra nas entrelaçadas relações do quotidiano enquanto na correria do dia a dia esquecemo-nos até mesmo de quem somos e do novo papel que hora passamos a desempenhar na sociedade. Nestes momentos devem sempre ser lembradas as palavras do V.'.M.'. no encerramento, suscitando diligência, moderação e prudência, cernes da formação moral aprendidas no seio de nossa casa perfeita e às vezes esquecidas ao nos depararmos com os desafios do dia a dia exaustivo.

As promessas solenes de amparo, assistência, tolerância e bondade jamais devem estar submersas nos pesados afazeres ou perderemos nossa identidade de homens pinçados da turba e diferenciados da maioria, negando a formação justa e perfeita que como uma dádiva recebemos, permitindo ao mundo que julgue o trabalho de nossa oficina, em vão.

As belíssimas palavras de Davi também nos remetem a um maior sentimento sobre nosso comportamento não apenas em loja, mas no mundo profano também, pois ao citar “Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união”, devemos lembrar-nos que no início dos tempos todas as criaturas tiveram origem num só criador, o Senhor que como o orvalho de Hermon, que desce sobre os montes de Sião, ordena a vida e a bênção para sempre.

Somos de fato então todos irmãos, pois somos filhos de um mesmo Pai cuja harmonia e amor nos foram magistralmente ensinadas pelo Divino Mestre, as quais devem ser cultivadas a cada manhã, partes que são da lista de bons ofícios que deve professar o verdadeiro pedreiro livre e de bons costumes. Enganamo-nos, porém, se pensamos que ter irmãos nos basta, pois neste momento o verbo “ser”, também diferencia-nos da mesmice que ronda a humanidade onde todos buscam “ter”, muitas vezes sem o merecer.

Devemos nos esmerar em “ser” irmãos, pois o que o é, é por si só, não esperando mais por isso. Ser irmão é estar disposto a servir sempre a todos os que têm direito aos nossos bons ofícios, ou seja, a sociedade, esta que milita na escuridão, cega a beira do abismo implorando por um fio de esperança, que apenas os atos de homens completos e de bons costumes e, sobretudo, responsáveis por seus atos, podem multiplicar.

Termino com a famosa frase de Voltaire:
“Posso não concordar com nenhuma das palavras que você diz, mas morrerei lutando para que tenhas o direito de dizê-las.”
Voltaire.

Wiliam Ferreira Nogueira, A:.M :.
A:.R:.L:.S:. Wilton Cunha 144de Jaú – 308 Or:. do Rio de Janeiro, Brasil


Pintura: Lição de humildade, Jesus lavando os pés.

sábado, 17 de julho de 2010

BENJAMIN FRANKLIN

A LUTA DE BENJAMIN FRANKLIN CONTRA AS DEFICIÊNCIAS MORAIS

Benjamin Franklin era um homem que fazia de tudo.

Ele foi impressor, cientista, político, economista, financista, escritor, maçom, comerciante e inventor.

Sua lista de méritos inclui o primeiro hospital, a agência de correio, a companhia de seguros contra incêndio, a biblioteca; como também a criação dos óculos bifocais, a cadeira de balanço, o poste de iluminação pública, o cartão postal, o jornal Saturday Evening Post, e a Universidade da Pensilvânia.

Ele se aposentou, milionário, aos quarenta anos de idade, e quando morreu, era o homem mais rico dos Estados Unidos.

Franklin realizou tudo isso e muito mais em sua ativa vida.

Mas isso não lhe foi suficiente. Ele quis ser perfeito. Ele decidiu atacar diretamente cada uma de suas deficiências e transformá-las em tesouros morais.

Concebeu um projeto para alcançar a perfeição.

Desejou viver sem cometer nenhuma falta, em momento algum e tentava conquistar tudo o que pudesse conduzir-lhe a inclinação natural, os costumes ou a diligência.

Mas logo descobriu que havia subestimado uma tarefa de dificuldades muito maiores do que podia imaginar.

Enquanto cuidava de me guardar uma falta, era sempre pego de surpresa por uma outra.

Assim, Franklin mudou de tática. Fez uma lista do que ele considerava as doze virtudes mais importantes.

As virtudes valorizadas por Franklin são hoje tão significativas quanto há 200 anos.

TEMPERANÇA: Não coma até a congestão; não beba até a embriaguez.

SILÊNCIO: fale apenas o que puder ser benéfico para si mesmo e para os outros.

ORDEM: deixe tudo o que é seu ocupar seu devido lugar.

RESOLUÇÃO: resolva-se fazer o que deve ser feito; faça diligentemente o que resolveu.

FRUGALIDADE: faça despesas apenas para fazer o bem a si mesmo e aos outros, isto é, não desperdice nada.

LABORIOSIDADE: não perca tempo; esteja sempre ocupado com algo útil; elimine toda ação desnecessária.

SINCERIDADE: não faça uso de artifícios danosos; pense de modo inocente e justo. Se você falar, fale de igual modo.

JUSTIÇA: não prejudique ninguém por injúrias, ou pela omissão dos benefícios que fazem parte do seu dever.

MODERAÇÃO: evite extremos. Não guarde ressentimentos.

HIGIENE: não tolere qualquer falta de higiene quando ao corpo, às roupas ou à habitação.

TRANQÜILIDADE: não se perturbe com trivialidades, incidentes comuns ou o inevitável.

CASTIDADE: evite excessos sexuais. Não prejudique sua paz e reputação, bem como a dos outros.

HUMILDADE: imite Jesus e Sócrates. Toda noite Franklin passava em revista sua lista e colocava uma marca preta para cada falha que tivesse cometido durante o dia.

Fonte de consulta: Revista “O Pensamento”.

Pintura: Benjamin Franklin

sexta-feira, 16 de julho de 2010

A AMIZADE É UM AMOR QUE NUNCA MORRE




A AMIZADE É UM AMOR QUE NUNCA MORRE



A amizade é uma virtude que muitos sabem que existe, alguns descobrem, mas poucos reconhecem.
A amizade quando é sincera o esquecimento é impossível. A confiança, tal como a arte, não deriva de termos resposta para tudo, mas, de estarmos abertos a todas as perguntas.
A dor alimenta a coragem. Você não pode ser corajoso se só aconteceram coisas maravilhosas com você.
A esperança é um empréstimo pedido à felicidade.
A felicidade não é um prêmio, e sim uma conseqüência, a solidão não é um castigo, e sim um resultado.
A felicidade não está no fim da jornada, e sim em cada curva do caminho que percorremos para encontrá-la.
A gente tropeça sempre nas pedras pequenas, porque as grandes a gente logo enxerga.
A glória da amizade não é a mão estendida, nem o sorriso carinhoso, nem mesmo a delicia da companhia. É a inspiração espiritual que vem quando você descobre que alguém acredita e confia em você.
A infelicidade tem isto de bom: faz-nos conhecer os verdadeiros amigos.
A inteligência é o farol que nos guia, mas é a vontade que nos faz caminhar.
A maior fraqueza de uma pessoa é trocar aquilo que ela mais deseja na vida, por aquilo que ele deseja no momento.
A persistência é o caminho do êxito.
A pior solidão é aquela que se sente na companhia de outros.
A SOLIDÃO É UMA GOTA NO OCEANO QUE SÓ OLHA PARA SI MESMA... UMA GOTA QUE NÃO SABE QUE É OCEANO...
Amigos são a outra parte do oceano que a gota procura...
A tua única obrigação durante toda a tua existência
é seres verdadeiro para contigo próprio.
A verdadeira amizade deixa marcas positivas que o tempo jamais poderá apagar.
A verdadeira amizade é aquela que não pede nada em troca, a não ser a própria amiga.
A verdadeira generosidade é fazer alguma coisa de bom por alguém que nunca vai descobrir.



A verdadeira liberdade é poder tudo sobre si.
Algumas pessoas acham-se cultas porque comparam sua ignorância com as dos outros.
Amigo de verdade é aquele que transforma um pequeno momento em um grande instante.
Amigo é a luz que não deixa a vida escurecer.
Amigo é aquele que conhece todos os seus segredos e mesmo assim gosta de você!
Amigo é aquele que nos faz sentir melhor e sobre tudo nos faz sentir amados...
Amigo é aquele que, a cada vez, nos faz entrever a meta e que percorre conosco um trecho do caminho.
Amigos são como flores cada um tem o seu encanto por isso cultive-os.
Amizade é como música: duas cordas afinadas no mesmo tom, vibram juntas...
Amizade, palavra que designa vários sentimentos, que não pode ser trocada por meras coisas materiais... Deve ser guardada e conservada no coração!!!
As pessoas entram em nossas vidas por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem.
Celebrar a vida é somar amigos, experiências e conquistas,
dando-lhes sempre algum significado.
Diante de um obstáculo não cruzes os braços, pois o maior
homem do mundo morreu de braços abertos.
Elogie os amigos em público, critique em particular.
Errar é humano, perdoar é divino.
Evitar a felicidade com medo que ela acabe; é o melhor meio de ser infeliz.
Faça amizade com a bondade das pessoas, nunca com seus bens!
Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente.
Érico Veríssimo

quinta-feira, 15 de julho de 2010

EVOLUIR

A Natureza é minha Mãe.
O Universo é meu Caminho.
A Eternidade é meu Reino.
A Imortalidade é minha Vida.
A Mente é meu Lar.
O Coração é meu Templo.
A Verdade é meu Culto.
O Amor é minha Lei.
A Forma em si, é minha Manifestação.
A Consciência é meu Guia.
A Paz é meu Abrigo.
A Experiência é minha Escola.
O Obstáculo é minha Lição.
A Dificuldade é meu Estímulo.
A Alegria é meu Cântico.
A Dor é meu Aviso.
A Luz é minha Realização.
O Trabalho a minha Benção.
O Amigo é meu Companheiro.
O Adversário é meu Instrutor.
O Próximo é meu Irmão.
A Luta é minha Oportunidade.
O Passado a minha Advertência.
O Presente a minha Realidade.
O Futuro a minha Promessa.
O Equilíbrio é minha Atitude.
A Ordem é minha Senha.
A Beleza é meu Ideal.
A Perfeição é o meu Destino.

De Chico Xavier

Foto: Homenagem da Loja Regeneração Campinense às autoridades campinenses, estando à frente os juízes Coriolano Ramalho e Walter Sarmento.