sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A VELHA SÁBIA


A VELHA SÁBIA



Uma mulher velha e sábia que fazia uma viagem através das montanhas quando, no leito de um rio, encontrou uma pedra preciosíssima.

No dia seguinte, continuando o seu caminho, deparou-se com um viajante que tinha fome. Para atender ao seu pedido de ajuda, a mulher abriu a bolsa para dividir com ele a comida.

O homem deslumbrou-se com a visão da pedra e pediu à mulher que lha desse de presente, o que ela fez sem hesitar.

O viajante se foi, rejubilando-se por sua sorte... Aquela pedra poderia garantir-lhe segurança e bem-estar por toda a sua vida.

Mas, alguns dias depois, ele voltou à procura da mulher... Ao encontrá-la entregou-lhe a pedra dizendo: "Pensei muito e sei bem o valor dessa pedra, mas venho devolvê-la. O que eu quero é algo muito mais precioso... Se for possível, me dê o que está dentro da senhora e que a fez capaz de entregar-me sem hesitação um tesouro como esse."

E a velha disse:

Aprendi a amar... Aprendi a desapegar-me ... Aprendi a ser inteira, ser livre. Mas são aprendizados muito difíceis, que requerem fé em Deus, fé na vida, confiança nas pessoas e no futuro.

E o homem perguntou:

Como consigo ser assim igual a senhora?

E ela respondeu: Somente duas coisas podem nos ajudar nessa tarefa: Primeiro, o tempo, que nos amadurece, nos faz mais humildes e devemos continuar sempre aprendendo; e em segundo a espiritualidade, que nos dá o conhecimento interior e, com ele, a certeza de não nos perdermos no caminho.

A história é de autor desconhecido


quinta-feira, 29 de setembro de 2011

SEM PRETENSÃO



SEM PRETENSÃO




Não tenho
A pretensão
De que todas
As pessoas que gosto,
Gostem de mim.


Nem que eu faça
A falta que elas fazem.
O importante para mim
É saber que eu,


Em algum momento,
Fui insubstituível...
E que esse momento será inesquecível!
Só quero que meu sentimento
Seja valorizado!


Quero um dia,
Poder dizer às
Pessoas que nada
Foi em vão
Que o amor existe
Que vale à pena se
Doar às amizades


Às pessoas...
Que a vida
É bela sim!
E que eu
Sempre dei o
Melhor de mim.
E que valeu à pena!


Mário Quintana

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Vingança ou Justiça?

Charles Evaldo Boller

Vingança ou Justiça?

Charles Evaldo Boller

Sinopse: Repudiar a vingança e estabelecer o amor fraterno com educação como solução para os problemas da concorrência por recursos enfrentada pela humanidade.

A sociedade não deve punir para vingar, sua obrigação é a de ensinar o homem a melhorar cada vez mais. "Educai as crianças e não será necessário castigar os homens" (Pitágoras de Samos). O que se deduz da vida em sociedade real de hoje é que ela não ama seus componentes, embrutecida e insensibilizada pela ganância e o poder tornou-se subserviente a economia e espreme a todos até sobrar apenas bagaço.

É evidente que o homem é naturalmente bruto, fera sanguinária cuja única força limitadora atenuante de sua natural violência provém da lei e da intimidação que ela exerce. Lei escraviza. Lei é artifício para selar uma espécie de acordo entre os cidadãos de uma determinada sociedade. Concebida com o propósito dos cidadãos de determinadas sociedades não sucumbirem devido aos exageros dos mais fortes e bem dotados. Surgiu da necessidade de estabelecer regras de convivência que determinam, a priori, o que não é aceito em nome da convivência pacífica por uma sociedade específica, bem como as penalidades impostas àqueles que as desrespeitam. Cada sociedade estabelece suas próprias leis. O que é aceito em uma pode ser condenada em outra; não existe uniformidade universal; tentam, mas não conseguem devido à diversificação moral que é característica de cada grupo social. As leis vão crescendo em graus de complexidade até que se tornam uma carga muito pesada para ser suportada pelo cidadão comum, a exemplo do que aconteceu com a antiga lei mosaica que, na visão ocidental, o Cristo veio cumprir e que com sua morte foi totalmente eliminada, remanescendo apenas a lei do amor fraterno. As leis transformaram-se numa espécie de escravidão a que todo homem, que se diz civilizado, é submetido compulsoriamente.

As decisões que cada um tomava de sua própria iniciativa no Direito Natural passou a ser arriscado no jogo de azar da interpretação de um terceiro, um juiz, nem sempre competente e com frequência suscetível às influências dos donos do poder ou das amizades. Um avilte ao direito natural intuitivo. Com isto a sociedade tomou para si o direito de vingar do indivíduo e criou o que se denomina justiça - com letra minúscula. Em todos os tempos, em todas as sociedades, a Justiça foi usada pelos poderosos para oprimir os mais fracos e sem recursos. Mesmo que sua definição seja a busca do equilíbrio entre as partes, independente de condição social dar a cada indivíduo o que lhe pertence, em tempo algum ela ocupou esta posição, salvo nas ideologias e utopias teóricas, ou na concepção de uns poucos otimistas.

Existem os que ainda acreditam que a Justiça da sociedade está a seu dispor, isto é falácia! Na realidade a Justiça dos homens está a favor do dinheiro, do poder, da influência e da amizade. O engodo atravessa eras, em todas as sociedades a Justiça não só é usada por vingança, mas também para usurpar a liberdade do homem de ir e vir, tomando para si um direito de judiar e matar, usurpando o direito natural do individuo. "Platão disse: meu caro amigo Antíoco, pode-se perdoar de bom grado a confissão de qualquer homem amar-se excessivamente, mas, dentre os vários vícios que nascem desse amor próprio, um dos mais perigosos é aquele que impede um julgamento equilibrado e imparcial de si mesmo; pois a amizade deixa-nos facilmente cegos a respeito do que amamos, a menos que uma educação sábia tenha-nos acostumado a preferir o que é belo e honesto em si mesmo ao que nos interessa pessoalmente" (Plutarco o Biógrafo Grego).

Pena de Prisão

Uma das grandes judiações é a pena de prisão. É hipócrita, sórdida, desumana porque exclui o condenado da sociedade por muitos anos e até o resto da vida do infeliz. Por vingança a Justiça prende os que pecam contra a sociedade em lugares horrendos, afastando-os da sociedade. Hipocritamente a isto denominam ressocialização, tentativa de recuperar o homem para a sociedade. Entretanto, além de tomar um dos bens inalienáveis do homem, sua liberdade, esta ação cria uma sociedade de reclusos que, apartados da sociedade, concentram o mal em pequenos espaços; onde aumenta a concorrência, a disputa para definir qual é o mais malvado e cruel. As mazelas surgem exatamente porque a sociedade, desde tempos imemoriais se amontoa, e devido a isso disputa, guerreia e luta pelo espaço físico. Colocam-se homens uns ao lado de outros em prisões, propiciando condições muito piores para restaurar um desvio de conduta em sua maioria diminuto e que pela convivência piora; prolifera o contágio do mal. Muitos condenados são resultados da falta de educação, de cultura, de oportunidades, ou da melhor distribuição dos recursos. Ao amontoar o lixo social humano só se propicia a fermentação dos piores desvios de conduta. "O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele" (Immanuel Kant).

Prostituição Histórica da Justiça

Quantas mentes brilhantes foram caladas pelo despotismo de governantes e quantos santos foram queimados por praticarem o bem em desacordo com a vontade do grupamento humano em que viviam. Os assassinatos foram cometidos ao longo do tempo com todos os poderes de comum acordo: Religião, Legislativo, Executivo e Justiça. Uma prostituição continua ao longo das eras que em nome de um deus, do rei ou da pátria matou milhões de inocentes. A promiscuidade é perceptível ao se permitir a formação de grupos de meliantes que desafiam qualquer governo, que debocham daquelas instituições que alienaram o direito natural do homem e o transformaram em instrumento de vingança.

Diante desta horrenda realidade a Maçonaria em sua filosofia busca conscientizar seus adeptos da necessidade de não tomar a Justiça em suas próprias mãos, o que tornaria a vida insustentável em meio aos extremos de concorrência por mais recursos. A própria natureza já começa a mostrar os efeitos da característica extrativista do homem que nada colabora com a sustentabilidade e a exaure ao limite. Para conter o desastre, algumas lojas da Maçonaria Universal promovem debates e estudos do que pode ser realizado para minorar o sofrimento humano, mas é insuficiente. Deve-se primar por ação e não por reação. Já é tardia a reação à violência que assalta diariamente o cidadão correto e honesto. As prisões estão tão cheias que tem ladrão saindo pelo ladrão!

Ficam os questionamentos: deve-se deixar o povo morrer de fome; um bilhão de seres humanos de hoje padecem fome crônica todos os dias? Estaria a solução em mais uma guerra global, como era realizado na antiguidade? Que fazer no Brasil do carnaval e futebol onde a miséria enfeita vergonhosamente os barrancos das metrópoles? Aumentar a altura do muro, grades e alarmes monitorados evitam a violência? Pena de prisão resolve?

Penas de prisão em nada contribuem, antes aumentam o inchaço do problema onde a Justiça não tem força e com isto tornou-se impotente, demorada, inexistente. Na eventualidade de surgimento de sistema ditatorial, a força sem a Justiça se reduz a tirania. Sobra para sociedade investir em educação. Não confundir educação com aquisição de conhecimento. Assim como dito já nos tempos de Pitágoras, a educação preconizada pela Maçonaria atua junto aos seus adeptos. Em seus templos são cultuados virtudes e valores que permitem ao homem edificar-se com ferramentas simbólicas que incentivam arrancar as nódoas do homem para com isto glorificar a criação efetuada pelo Grande Arquiteto do Universo.

Bibliografia:

1. GAVAZZONI, Aluisio, História do Direito, Freitas Bastos Editora, 2005;

2. OLIVEIRA FILHO, Denizart Silveira de, Comentários aos Graus Filosóficos do Rito Escocês Antigo e Aceito, 1997;

3. REALE, Giovani e ANTISERI, Dario, História da Filosofia, Editora Paulus, 1990;

4. ROUSSEAU, Jean-Jacques, A Origem da Desigualdade entre os Homens, Editora Escala, 2006;

5. SACADURA ROCHA, José Manuel de, Fundamentos de Filosofia do Direito, Editora Atlas, 2006.

Biografia:

1. Kant, conferencista, filósofo, maçom, professor e teólogo de nacionalidade alemã. Immanuel Kant nasceu em 22 de abril de 1724 em Königsberg. Faleceu em 12 de fevereiro de 1804 em Königsberg, com 79 anos de idade. O último grande filósofo dos princípios da era moderna, um dos pensadores mais influentes;

2. Pitágoras, filósofo e matemático de nacionalidade grega. Pitágoras de Samos nasceu em 26 de novembro de 582 a. C. Em Ásia Menor. Faleceu em 500 a. C. Fundador da Escola de Crotona, responsável pela criação dos números irracionais e do Teorema de Pitágoras;

3. Plutarco, biógrafo e ensaísta de nacionalidade grega. Plutarco o Biógrafo Grego nasceu em 46 em Queronéia, Beócia. Faleceu em 125, com 78 anos de idade. Tornou-se famoso pela sua obra Vidas paralelas dos gregos e romanos ilustres.

Data do texto: 02/03/2011.

Sinopse do autor: Charles Evaldo Boller, autor, engenheiro eletricista e maçom de nacionalidade brasileira. Nasceu em 4 de dezembro de 1949 em Corupá, Santa Catarina. Com 61 anos de idade.

Loja Apóstolo da Caridade 21 Grande loja do Paraná.

Rito: Rito Escocês Antigo e Aceito

Local: Curitiba.

Grau do Texto: Aprendiz Maçom.

Área de Estudo: Consciência, Educação, Filosofia, Justiça, Maçonaria.



terça-feira, 27 de setembro de 2011

A DECISÃO


A DECISÃO

"Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer, antes que o relógio marque meia-noite". É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje. Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a poluição. Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício. Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo. Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria, ou posso ser grato por ter nascido. Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho. Posso sentir tédio com as tarefas da casa ou agradecer a Deus por ter um teto para morar.

Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades... Se as coisas não saíram como planejei, posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar. O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma.

TUDO DEPENDE DE MIM. Você já parou para pensar em como pode decidir pela sua felicidade ou infelicidade, a cada dia? Já se deu conta de que tudo depende da forma como você encara o que acontece? Há tantos momentos na sua vida, que você desperdiça, e passa na inutilidade ou na reclamação. Momentos que podem se transformar em aflições ou em alegrias. Num momento você pode resolver vencer ou se entregar à derrota; libertar-se das velhas fórmulas de queixas ou prosseguir acabrunhado e triste. Lembre-se: a cada segundo você pode decidir o momento seguinte. Por isso, resolva-se pela escolha da melhor parte, porque este é o seu momento de decisão.

CHARLES CHAPLIN

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

NÃO SOMOS O QUE DIZEM QUE SOMOS


NÃO SOMOS O QUE DIZEM QUE SOMOS
Por que bode?

Dentro da nossa organização, muitos desconhecem o nosso apelido de "BODE". A origem desta denominação data do ano de 1808. Porém, para saber do seu significado, temos necessidade de voltarmos no tempo.

Por volta do ano 3 D.C., vários apóstolos saíram pelo mundo, a fim de divulgar o cristianismo. Alguns foram para o lado judaico da Palestina. E lá, curiosamente, notaram que era comum ver um judeu falando ao ouvido de um bode, animal muito comum naquela região. Procurando saber o por quê daquele `monólogo', "foi difícil obter resposta. Ninguém dava informações, com isso aumentava ainda mais a curiosidade dos representantes cristãos, em relação àquele fato. Até que Paulo, o Apóstolo, conversando com rabino de uma aldeia, foi informado de que o ritual era usado para a expiação dos erros. Fazia parte da cultura daquele povo, contar a alguém de sua confiança, quando cometia (mesmo que escondido) suas faltas. Acreditando com isso que se outro soubesse, ficaria aliviado junto a sua consciência, pois estaria dividindo o sentimento ou problema.

Mas por que o BODE?, quis saber Paulo. E por que o bode é o seu confidente?

Como o bode não fala, o confesso fica ainda mais seguro de que seu segredo será mantido, respondeu-lhe o rabino.

A Igreja, trinta e seis anos mais tarde, introduziu no seu ritual, o confessionário, juntamente com o voto de silêncio por parte do padre confessor - nesse ponto da história não conta se foi o Apóstolo Paulo que levou a idéia a seus superiores da Igreja. O certo é que ela faz bem à humanidade. Com esse ato, do confessionário, aliado ao voto de silêncio, o povo passou a contar suas faltas. Na atualidade, com a confiança duvidosa, em função de escândalos por parte de alguns padres, diminuíram os confessores e confessionários e aumentou o número de divãs de psicanálise.

Voltemos a 1808, na França de Bonaparte, que após o Golpe de 18 Brumário, se apresentava como o novo líder político daquele país. A Igreja, sempre oportunista, uniu-se a ele e começou a pesquisar todas as instituições que não fossem o Governo e a Igreja. Assim, a Maçonaria, que era um fator pensante, teve seus direitos suspensos e seus Templos fechados: proibida de se reunir. Porém, Irmãos de fibra, na clandestinidade, se reuniram, tentando modificar a situação do país.

Neste período, vários maçons foram presos pela Igreja e submetidos a terríveis inquisições. Porém ela nunca encontrou um covarde ou delator entre os maçons.

Chegando ao ponto de um dos inquisidores dizer a seguinte frase a seus superiores: "Senhor, este pessoal (maçons) parecem BODES, por mais que eu os flagele, não consigo arrancar-lhes uma palavra".

Assim, a partir daí, todos os maçons tinham, para os inquisidores, essa denominação "BODE"- aquele que não fala, que sabe guardar segredo.

Colaboração Irmão Laerte da Silva "Danilo J. Fernandes"
Oriente de São Paulo

Texto enviado p/Ir.’. Thirso Júnior M.'.M.'.
ARLS Colunas de São Sebastião - 2265 – SP
E-Mail: tico@tecnet.psi.br






















domingo, 25 de setembro de 2011

A FAMÍLIA E AS DROGAS




A FAMÍLIA E AS DROGAS

Muitos pais, ao se perguntarem por que seus filhos se drogam, não notam que a procura da resposta tende a incluí-los. É comum, em famílias com estrutura geradora de patologias, que o fenômeno não seja percebido com facilidade. É necessário, muitas vezes, que o quadro se agrave para que os outros participantes do grupo familiar se dêem conta de sua inclusão na problemática.

Em muitos grupos, e na grande maioria no de adolescentes, experimentam-se drogas, sem, entretanto, evoluírem para uma toxicomania. Até porque, nessa etapa da vida, as pressões do grupo e a necessidade de contestação sistemática como uma prática de liberdade levam rapazes e moças a experimentarem drogas. Isto não quer dizer que todos se tornarão dependentes, ou que venham de famílias, como diz Kalina, pré-aditivas.

Na origem de qualquer drogação, estão a falta de amor e o abandono – a verdadeira origem dessa grave patologia. A utilização da droga, seja de qual espécie for, é sempre um sintoma que denuncia um grave comprometimento com a possibilidade de se lidar com a frustração. O acúmulo de frustrações, as quais desde a mais tenra infância atormentam uma pessoa, a leva a uma total intolerância com o seu viver, com o seu dia-a-dia. Essa vida insuportável é aliviada através da utilização de uma droga, possivelmente como vê ou via seus pais fazerem, muitas vezes de forma socialmente bem aceita, através de um Lexotan, um Rohipnol, um Whisky para relaxar. Ou seja, o efeito psicológico desejado é sempre o de um anestésico para a angústia, mesmo que o efeito físico-químico seja diverso.

É comum que anúncios de bebidas e cigarros venham sempre associados a sucesso, dinheiro, felicidade no amor, através de belos homens ou mulheres. É a vida de sucesso, de felicidade plena, ou seja: sem frustrações – o ideal maníaco da felicidade eterna e ininterrupta! Contudo essa não é a forma como o ser humano vive: a angústia irrompe e com ela temos que nos haver – nem todos suportam isso, daí os anestésicos sob a forma do uso continuado de drogas, as mais diferentes.

O adolescente é presa fácil desse tipo de apelo: ele também quer ter sucesso, aparecer como importante e crescido. São, contudo, as drogas ditas oficiais as que, na verdade, mais trazem problemas de internações no âmbito da saúde pública: o cigarro, na área de pneumologia, e a bebida, na saúde mental.

Normalmente o adolescente começa bebendo, e os pais achando graça do porre do filho – já é homem, pode beber! Contudo, se fumar maconha, escandaliza a todos.Em muitas casas, em vez de biblioteca na sala, encontramos o bar, ou o bar como altar, onde se fomenta uma cultura do álcool – uma idolatria muitas vezes de funestas conseqüências.

É extremamente corriqueiro e até de bom tom oferecer-se uma bebida, quase sempre alcoólica, para a visita que chega. A pergunta é feita, de preferência no diminutivo – quer uma cervejinha, um whiskyzinho, uma batidinha? –, forma que se usa para negar o conteúdo perigoso do álcool.

Apesar de sabermos que comer e beber em conjunto sempre foi uma forma que os seres humanos utilizaram para reforçar os laços sociais e religiosos, é necessário também lembrar que, em certas condições, isso pode se tornar uma prática de finalidade oposta, ou seja, não de reforçar, mas de cortar os laços.

Grupos de usuários geralmente mantêm-se fechados, inclusive procurando evitar a saída de qualquer membro, devido à intensa inveja que essa saída produz. Os laços com os de fora, com os caretas, não são desejáveis, até porque o grupo se fecha em torno de um discurso extremamente pobre, no qual a temática da droga e seus efeitos é preponderante.

(Luiz Alberto Pinheiro de Freitas. Adolescência, Família e Drogas. P. 42-4)

Postado por BLOG DO JOÃO SÁVIO

sábado, 24 de setembro de 2011

Quando é que um homem é maçom?



Fernando Paiva e seu Pai, exemplos de maçons.


Quando é que um homem é maçom?

"Quando pode olhar por sobre os rios, os morros e o distante horizonte com um profundo sentimento de sua própria pequenez no vasto panorama das coisas que o rodeiam e, assim mesmo, ainda conservar a fé, a coragem e a esperança - que são as raízes de toda a virtude. Que sabe que, no fundo do seu coração, todo homem é tão nobre, tão vil, tão divino, tão diabólico, e tão solitário como ele mesmo, e procura conhecer, perdoar e amar seu semelhante.

Quando sabe simpatizar com os homens em suas tristezas, sim, mesmo em seus pecados sabendo que cada homem luta duramente contra óbices em seu caminho.

Quando aprendeu como fazer amigos, e conservá-los, e, sobretudo, como conservar-se seu próprio amigo...

Quando nenhuma voz de desespero atinge seus ouvidos em vão e nenhuma mão procura sua ajuda sem obter resposta.

Quando achar um bem em toda fé que ajuda qualquer homem a ver coisas divinas e a perceber significações majestosas na vida, qualquer que seja o nome desta crença...

Quando conservar a fé em si mesmo, em seus companheiros, em seu Deus; em sua mão uma espada contra o mal, em seu coração um pouco de canção - satisfeito por viver mas não temendo de morrer! Tal homem encontrou o único real segredo da Maçonaria, aquele que ela procura transmitir ao mundo inteiro".

Joseph F. Newton - The Builders

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

DROGAS - BEBIDAS ALCOÓLICAS E ... ,


Aspectos históricos

Registros arqueológicos revelam que os primeiros indícios sobre o consumo de álcool pelo ser humano datam de aproximadamente 6000 a.C., sendo, portanto, um costume extremamente antigo e que tem persistido por milhares de anos. A noção de álcool como uma substância divina, por exemplo, pode ser encontrada em inúmeros exemplos na mitologia, sendo talvez um dos fatores responsáveis pela manutenção do hábito de beber, ao longo do tempo.

Inicialmente, as bebidas tinham conteúdo alcoólico relativamente baixo, como, por exemplo, o vinho e a cerveja, já que dependiam exclusivamente do processo de fermentação. Com o advento do processo de destilação, introduzido na Europa pelos árabes na Idade Média, surgiram novos tipos de bebidas alcoólicas, que passaram a ser utilizadas em sua forma destilada. Nessa época, esse tipo de bebida passou a ser considerado um remédio para todas as doenças, pois “dissipavam as preocupações mais rapidamente que o vinho e a cerveja, além de produzirem um alívio mais eficiente da dor”, surgindo, então, a palavra uísque (do gálico usquebaugh, que significa “água da vida”).

A partir da Revolução Industrial, registrou-se grande aumento na oferta desse tipo de bebida, contribuindo para um maior consumo e, conseqüentemente, gerando aumento no número de pessoas que passaram a apresentar algum tipo de problema decorrente do uso excessivo de álcool.

Aspectos gerais

Apesar do desconhecimento por parte da maioria das pessoas, o álcool também é considerado uma droga psicotrópica, pois atua no sistema nervoso central, provocando mudança no comportamento de quem o consome, além de ter potencial para desenvolver dependência.

O álcool é uma das poucas drogas psicotrópicas que tem seu consumo admitido e até incentivado pela sociedade. Esse é um dos motivos pelos quais ele é encarado de forma diferenciada, quando comparado com as demais drogas.

Apesar de sua ampla aceitação social, o consumo de bebidas alcoólicas, quando excessivo, passa a ser um problema. Além dos inúmeros acidentes de trânsito e da violência associada a episódios de embriaguez, o consumo de álcool a longo prazo, dependendo da dose, freqüência e circunstâncias, pode provocar um quadro de dependência conhecido como alcoolismo. Dessa forma, o consumo inadequado do álcool é um importante problema de saúde pública, especialmente nas sociedades ocidentais, acarretando altos custos para a sociedade e envolvendo questões médicas, psicológicas, profissionais e familiares.

BEBIDAS ALCOÓLICAS

Álcool Etílico: Etanol
Fermentados (vinho, cerveja)
Destilados (pinga, uísque, vodca)



Efeitos agudos


A ingestão de álcool provoca diversos efeitos, que aparecem em duas fases distintas:

uma estimulante e outra depressora.

Nos primeiros momentos após a ingestão de álcool, podem aparecer os efeitos estimulantes, como euforia, desinibição e loquacidade (maior facilidade para falar).

Com o passar do tempo, começam a surgir os efeitos depressores, como falta de coordenação motora, descontrole e sono. Quando o consumo é muito exagerado, o efeito depressor fica exacerbado, podendo até mesmo provocar o estado de coma.

Os efeitos do álcool variam de intensidade de acordo com as características pessoais.

Por exemplo, uma pessoa acostumada a consumir bebidas alcoólicas sentirá os efeitos do álcool com menor intensidade, quando comparada com outra que não está acostumada a beber. Um outro exemplo está relacionado à estrutura física: a pessoa com estrutura física de grande porte terá maior resistência aos efeitos do álcool.

O consumo de bebidas alcoólicas também pode desencadear alguns efeitos desagradáveis, como enrubecimento da face, dor de cabeça e mal-estar geral. Esses efeitos são mais intensos para algumas pessoas cujo organismo tem dificuldade de metabolizar o álcool. Os orientais, em geral, têm maior probabilidade de sentir esses efeitos.

Álcool e trânsito

A ingestão de álcool, mesmo em pequenas quantidades, diminui a coordenação motora e os reflexos, comprometendo a capacidade de dirigir veículos ou operar outras máquinas. Pesquisas revelam que grande parte dos acidentes é provocada por motoristas que haviam bebido antes de dirigir. Nesse sentido, segundo a legislação brasileira (Código Nacional de Trânsito, que passou a vigorar em janeiro de 1998), deverá ser penalizado todo motorista que apresentar mais de 0,6g de álcool por litro de sangue. A quantidade de álcool necessária para atingir essa concentração no sangue é equivalente a beber cerca de 600ml de cerveja (duas latas de cerveja ou três copos de chope), 200ml de vinho (duas taças) ou 80ml de destilados (duas doses).

Alcoolismo


Como já citado neste texto, a pessoa que consome bebidas alcoólicas de forma excessiva, ao longo do tempo, pode desenvolver dependência, condição conhecida como alcoolismo. Os fatores que podem levar ao alcoolismo são variados, envolvendo aspectos de origem biológica, psicológica e sociocultural. A dependência do álcool é condição freqüente, atingindo cerca de 10% da população adulta brasileira.

A transição do beber moderado ao beber problemático ocorre de forma lenta, tendo uma interface que, em geral, leva vários anos. Alguns sinais da dependência do álcool são: desenvolvimento da tolerância, ou seja, a necessidade de beber maiores quantidades de álcool para obter os mesmos efeitos; aumento da importância do álcool na vida da pessoa; percepção do “grande desejo” de beber e da falta de controle em relação a quando parar; síndrome de abstinência (aparecimento de sintomas desagradáveis após ter ficado algumas horas sem beber) e aumento da ingestão de álcool para aliviar essa síndrome.

A síndrome de abstinência do álcool é um quadro que aparece pela redução ou parada brusca da ingestão de bebidas alcoólicas, após um período de consumo crônico.

A síndrome tem início 6 a 8 horas após a parada da ingestão de álcool, sendo caracterizada por tremor das mãos, acompanhado de distúrbios gastrintestinais, distúrbios do sono e estado de inquietação geral (abstinência leve). Cerca de 5% dos que entram em abstinência leve evoluem para a síndrome de abstinência grave ou delirium tremens que, além da acentuação dos sinais e sintomas anteriormente referidos, se caracteriza por tremores generalizados, agitação intensa e desorientação no tempo e no espaço.

Efeitos sobre outras partes do corpo


Os indivíduos dependentes do álcool podem desenvolver várias doenças. As mais freqüentes são as relacionadas ao fígado (esteatose hepática, hepatite alcoólica e cirrose).

Também são freqüentes problemas do aparelho digestivo (gastrite, síndrome de má absorção e pancreatite) e do sistema cardiovascular (hipertensão e problemas cardíacos). Há, ainda, casos de polineurite alcoólica, caracterizada por dor, formigamento e cãibras nos membros inferiores.

Durante a gravidez

O consumo de bebidas alcoólicas durante a gestação pode trazer conseqüências para o recém-nascido, e, quanto maior o consumo, maior o risco de prejudicar o feto. Dessa forma, é recomendável que toda gestante evite o consumo de bebidas alcoólicas, não só ao longo da gestação, como também durante todo o período de amamentação, pois o álcool pode passar para o bebê através do leite materno.

Cerca de um terço dos bebês de mães dependentes do álcool, que fizeram uso excessivo dessa droga durante a gravidez, é afetado pela “síndrome fetal pelo álcool”. Os recém-nascidos apresentam sinais de irritação, mamam e dormem pouco, além de apresentarem tremores (sintomas que lembram a síndrome de abstinência).

As crianças gravemente afetadas, e que conseguem sobreviver aos primeiros momentos de vida, podem apresentar problemas físicos e mentais que variam de intensidade de acordo com a gravidade do caso.

 FONTE: CEBRID - Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas

Universidade Federal de São Paulo
Depto. de Psicobiologia
Rua Botucatu, 862 - 1° andar
04023-062 - São Paulo - SP
Fax: (11) 5084-2793
Tel: (11) 2149-0155





























































quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Tema: Maçonaria


Tema: Maçonaria




“A Maçonaria paulista pode ser comparada à uma árvore frondosa, cujos galhos se estendem por todo o Estado de São Paulo e que tem suas raízes plantadas no solo fecundo de Porto Feliz”. É assim que o advogado Reinaldo Crocco Júnior, venerável mestre (2002-2003) (equivalente a presidente) da Loja Inteligência de Araritaguaba costuma definir, em suas palestras, o trabalho dessa secular e misteriosa instituição. Crocco fala com conhecimento de causa. Maçom há quase 20 anos, ele pesquisou em várias parte do Brasil a história da Maçonaria, em especial a loja de Porto Feliz, hoje reconhecida como a primeira do Estado de São Paulo. Foi aqui, por exemplo, que foi iniciado Regente Feijó (em 1831, segundo o historiador Brasil Bandecchi). Esta e outras histórias, Crocco conta nesta entrevista concedida à Revista Viu!, na qual ele também destaca o que é verdade e mentira sobre a irmandade dos Maçons.

A Loja Maçônica de Porto Feliz é a mais antiga do Estado?

É a mais antiga do Estado de São Paulo, comprovadamente. Fundada aqui em Porto Feliz em 19 de agosto de 1831, quando lojas maçônicas existiam em Mato Grosso, Rio de Janeiro e alguns estados do Nordeste. Na província de São Paulo, que englobava grande parte do Paraná (inclusive Curitiba), não existiam lojas maçônicas.





.
Quem fundou?

Foi um oficial do exército brasileiro, chamado João Batista Lobo de Oliveira. Ele era matogrossense, passou pelo Rio de Janeiro. Lá houve um movimento maçônico em 1827 e começaram, então, a determinar a criação de lojas em outros estados, no país. Esse oficial veio para Porto Feliz com um negociante chamado Luiz Luciano Pinto, e aqui eles encontraram João Gaudie Lei, que era comerciante. Os três criaram a loja, chamada Inteligência de Porto Feliz.

Então, desde daquela época já tinha este nome?

É. Daí a loja abateu colunas (fechar, encerrar as atividades) em três oportunidades. Tenho aqui as datas: em 1835; depois, na década de 50, também parou. Voltou em 1983, mas sempre com o mesmo nome Inteligência. Quer dizer, em Porto Feliz nunca foi fundada outra loja maçônica. Sempre foram reerguidas as colunas da loja antiga... A Inteligência fundou, inclusive, em São Paulo, a loja Amizade, que é a mais antiga da cidade.

Qual a origem do termo maçom?

É de origem francesa, que significa pedreiro livre, construtor. Na época, os grandes construtores dos grandes templos que existem em toda Europa, eram maçons. Os maçons dominavam a arte da construção. Hoje, como a maçonaria é especulativa, simbólica, a maçom significa construtor social, aquele que constrói o dia-a-dia.

O senhor é um estudioso da maçonaria. O que lhe encanta? Há quanto tempo é maçom?

Já vai fazer 20 anos que faço parte. O que me encanta é a filosofia. Muita gente pensa que a maçonaria é uma religião. Não é. Também não é uma sociedade secreta. É uma sociedade de finalidade filantrópica, mas o trabalho principal, a essência, é o ser humano. Ela entende que se você não melhorar a si próprio, você não vai melhorar o mundo. Todos nós alvejamos um mundo melhor. Esse é um propósito universal. Mas, como construir esse mundo se a gente não melhorar? O que você errou ontem, não erre hoje. Aperfeiçoe-se.

Quais os trabalhos que vocês desenvolvem lá dentro, buscando esse aperfeiçoamento interno?

Nas reuniões da maçonaria, todas às terças-feiras, a gente tem por lema praticar virtudes. Cavar masmorras ao vício. Quer dizer, tudo o que você faz de ruim, convivendo com pessoas que sabem dizer se aquilo é bom ou não, você vai se aperfeiçoando. E a maçonaria também não deixa de ter seu lado filantrópico. Ela ajuda muitas pessoas e instituições, só que não divulga. Então, vivendo nesse clima, nesse ambiente saudável, você automaticamente está melhorando a si próprio e a quem convive com você.

Mas têm coisas da maçonaria que não se pode dizer, não é?

É, muita gente comenta sobre os segredos da maçonaria. Na verdade, ela tem uns sinais, uns toques, que só o maçom conhece. Por exemplo, não sei falar o idioma árabe, mas se eu for a qualquer país onde o idioma seja árabe, me identifico como maçom, com alguns sinais, com alguns toques. Em qualquer país do mundo eu me identifico como maçom. Esse é o tal segredo, entre aspas, que só os maçons conhecem. Mas a maçonaria, de um modo geral, já foi muito mais fechada do que é hoje. Hoje é mais aberta, nós fazemos aqui em Porto Feliz o que chamamos de sessões abertas. São palestras que a loja promove, trazendo pessoas importantes e abertas para quem quiser participar...

O senhor já conseguiu identificar alguém pelos códigos maçons?

Identificar já. Muitas vezes me identifico e meus irmãos se identificam comigo. Isso é comum. Pode chegar três, quatro pessoas aqui em casa e uma delas se identificar comigo que ninguém vai perceber. Essa é a forma de se saber que existe dois maçons num determinado local. Agora, já existiu um caso aqui em PF de um irmão nosso, que assaltado em São Paulo no começo da noite. Ele ficou numa situação desesperadora, perdeu todo dinheiro e documentos. Então, pediu socorro. Posicionou-se em uma avenida, fazendo determinados sinais de socorro e imediatamente começaram a parar dois, três, quatro veículos, que vieram ver o que estava acontecendo. Ele contou o que estava ocorrendo e foi providenciado o seu retorno a Porto Feliz.

Antigamente, isso era muito mais fechado. Inclusive não se sabia nem quem era maçom...

Era. Nos tempos mais antigos, os maçons nem nomes revelavam. Todos tinham apelidos, para que não fossem identificados. Eram identificados pelos toques, sinais, usam capuzes até. Reuniam-se em cavernas, eram escondidos. Isso porque havia muita perseguição, não só da igreja da época, como da própria política do momento. Então, havia os apelidos. Por exemplo, o fundador da loja de Porto Feliz, João Batista Lobo de Oliveira, tinha o apelido de “Trajano”. O Luiz Luciano Pinto era o “Bruce” e o João Gaudie Lei era o “Voltaire”. Isso era uma forma de camuflagem para fugir às perseguições.

Porque não pode entrar mulher na maçonaria?

Ela é antigüíssima, tradicionalista e vem da época da sociedade paternalista, onde o homem mandava. Hoje, se mantém a tradição, mas já existem lojas maçônicas de mulheres, inclusive aqui em São Paulo. Mas, a rigor, não existe nada que impeça, até poderia ser uma loja mista. Mas, há outras razões. É tradição, costume antigo. Mas a maçonaria respeita muito as mulheres. Aqui em Porto Feliz, a própria construção do templo da Loja Inteligência é um trabalho do grupo Acácia, formado pelas mulheres dos maçons. Elas é que trabalharam, lutaram e praticamente construíram o templo em que está hoje a loja.

Parece que o templo tem algumas características, não tem janela...

Não é que não tenha janela. O prédio da loja tem janela, tem porta, comum. O templo é quase que subterrâneo, escondido. Porque ali se reúnem os maçons. Nas sessões chamadas maçônicas, só se reúnem ali os maçons. E, por que é fechado? Para que as pessoas que não são membros não participem das reuniões, até em função da mitualística maçônica, dos sinais que se usam lá dentro, para o aperfeiçoamento dos maçons (que são chamados irmãos). São, enfim, procedimentos, que só interessam aos maçons. Por isso que o templo é fechado.

É verdade que os maçons se ajudam em momentos de dificuldade?

O maçom sempre estende a mão, não só a outro maçom, mas como a qualquer outro necessitado. A maçonaria ampara as pessoas que necessitam. É evidente que se houver um maçom que necessite de alguma ajuda, será ajudado. Mas essa história de que os maçons são ricos, isso é conversa. Não existe.



Não há a exigência de uma determinada condição financeira para ser maçom?

Não, a única condição para ser maçom é que se acredite em Deus. A maçonaria não aceita ateus. Ela não é uma religião, é uma sociedade filantrópica, acredita na existência de Deus e na sobrevivência da alma, do espírito, em uma vida após a morte. Então, as pessoas que não crêem em Deus e não crêem numa vida após a morte, elas não podem entrar na maçonaria. Deus para a maçonaria é um conceito universal, não é o Deus dos católicos, nem o dos evangélicos. É Deus. A maçonaria o chama de Grande Arquiteto do Universo.

Vocês acreditam em reencarnação?

Acreditamos na vida do espírito após a morte. A reencarnação, propriamente dita, depende da filosofia religiosa de cada um. A maçonaria acredita que a vida não acaba aqui. Você morre, seu corpo é sepultado, mas o espírito continua porque é eterno. Quanto à reencarnação, eu propriamente, acredito. Professo a religião espírita.

Dizem que alguns maçons famosos foram iniciados em Porto Feliz?

O professor Brazil Bandecchi sustenta que, em 1831, o padre Diogo Antonio Feijó, o Regente Feijó, foi iniciado maçom em Porto Feliz, na loja Inteligência. Ele teve uma desavença política no RJ, veio para SP, tinha o cargo semelhante de ministro da justiça no tempo do Brasil Imperial. Para fugir do burburinho político, ele veio descansar em Itu, da onde foi trazido para cá. Daqui ele voltou a SP onde filiou-se à loja Amizade, onde uns dizem que ele chegou a ser segundo vigilante (seria o cargo de segundo vice-presidente da loja). Outros dizem que ele chegou a ser Venerável Mestre (cargo de presidente da loja). É um fato histórico dentro de Porto Feliz que muita gente não conhece.



Não há também uma história de quem D. Pedro também esteve aqui?

D. Pedro II, em 1846, passou por Porto Feliz e seguiu para Capivari. Não consta que ele tivesse visitado a loja em Porto Feliz, mas em Capivari, na loja Integridade. Existe até hoje a cadeira onde ele se sentou, preservada.

Ouve-se, por exemplo, falar de rituais com sangue, que é usado para escrever. Existe isso?

Dizem isso. Alguns comentam. Mas não existe nada disso. Pelo contrário, a maçonaria é uma sociedade que mantém suas tradições, mas respeita o ser humano, busca o aperfeiçoamento do homem. Não existe e nunca existiu nenhum ritual desse tipo. Isso é crendice popular. Coisa que o povo criou. c. Nunca existiu nada disso na história da maçonaria. O fato deles se esconderem na época era em razão da perseguição da igreja católica e perseguição política.

E a história do bode?

Na verdade, o bode foi até adotado pela maçonaria como um lema. O bode vem de uma expressão “bhody”, que significa ser iluminado. O que hoje se chama vulgarmente de “bode”, com aquela conotação do chifre, de que a maçonaria seria coisa do diabo. Mas isso absolutamente não existe. É uma instituição que prega a existência de Deus. Se você for convidado para integrar a maçonaria, mas disser que não acredita em Deus, sinto muito mas não poderá ser aceito.

Quando a pessoa ingressa na maçonaria há algum ritual?

Existe uma cerimônia de iniciação, fechada, restrita. É uma cerimônia para mostrar a diferença entre o homem maçom e o homem profano, o que ele passa a representar para a sociedade a partir dali. É uma ritualística fechada, só para os maçons, onde a finalidade é essa: mostrar o significado da vida, que é passageira; ou você faz algo ou não faz



Há proposta de se abrir mais a maçonaria, até para que se deixe de alimentar todo esse folclore?

As reuniões maçônicas são e sempre serão só para os maçons. Isso, é claro, desperta a curiosidade. “O que será que eles estão fazendo?”. Mas, nada de extraordinário, nada de ilegal, nada de sacrifício de animal ou humano. Não se bate em Jesus Cristo como muita gente pensa. Pelo contrário, os maçons se reúnem entre discutirem entre si para treinarem sua formas de identificação.

Quais são os maçons famosos da história?

Há muitos. Os essênios, povo entre os quais Jesus teria vivido a maior parte da vida dele, eram iniciados nos mistérios da maçonaria. Muitos autores dizem que Jesus foi e é o maior de todos os maçons. Muitos historiadores dizem isso, mas não há comprovação, claro. Na história do Brasil, maçons ilustres como Rui Barbosa, Jânio Quadros, José Bonifácio, o imperador D. Pedro I (D. Pedro II não foi maçom), que chegou ao cargo maior, de grão-mestre.

A maçonaria também tem uma participação na historia do Brasil, não é?



Os grandes vultos da história do Brasil, quase todos eles, são maçons. E os grande feitos da história do Brasil, entre eles a Proclamação da República, da Independência, a libertação dos escravos, se deve à maçonaria. No dia 20 de agosto é comemorado como Dia do Maçom, porque a Independência foi proclamada dentro de uma loja maçônica no Rio de Janeiro. O brado de D. Pedro, às margens do riacho Ipiranga, é um fato histórico. Ele gritou “Independência ou Morte” porque ele tinha todo um retaguarda política que lhe dava sustentação para garantir a independência do Brasil. A verdadeira independência foi assegurada e proclamada dentro de uma loja maçônica.

Hoje são quantos os maçons de Porto Feliz?

Maçons ativos, que freqüentam a loja, temos 33. Mas, temos perto de 50, 60 maçons entre os que estão em atividade e os que estão afastados, mas podem voltar a qualquer momento. É importante salientar também e muitos já me perguntaram: “Se um dia você quiser sair da maçonaria não vão matá-lo?” (risos) De jeito nenhum. Não há nenhum impedimento. O maçom é livre. Você entra se você quiser, desde que convidado. E desde que preencha os requisitos, entre os quais: acreditar em Deus, ser uma pessoa que não tenha um passado pouco recomendável.

Se, por exemplo, a pessoa tiver um processo não pode ser maçom?

Depende do processo. Você pode ter sido processado e não ter tido nenhuma responsabilidade. É feito uma avaliação para saber o porque desse processo. Busca-se a verdade sempre. Aliás, é um dos lemas da maçonaria, a busca permanente da verdade.

Muita gente também confunde Maçonaria com Rotary Clube, não é?



É, existe essa confusão. O Rotary é uma instituição de uma importância muito grande para a sociedade. A única distinção que existiria, além dos toques e sinais que só os maçons conhecem, seria de que o Rotary é uma sociedade mais aberta, faz filantropia, é composto por pessoas de dignidade a toda prova. E existem muitos maçons no Rotary e rotarianos na maçonaria. São instituições que se confundem e tem objetivos praticamente comuns.

Existe caso de expulsão?

Existe, claro, como em toda sociedade. O maçom que não cumpre seus deveres maçônicos, que não é exemplo de 24h de dignidade, decência e bom comportamento, pode ser muito bem expulso.

O que é um pecado capital para o maçom?

Ser desonesto, não ser cumpridor de seus deveres, não ser um bom marido, não ser bom pai, não ser um cidadão que realmente constrói a sociedade, ser um bandido, se tornar um criminoso qualquer, se tornar um cidadão de má índole. Isso não faz parte dos princípios da maçonaria. Nem a pessoa que parte para esse lado vai permanecer lá, ela não vai se sentir bem. Automaticamente acaba saindo.

A atividade da maçonaria hoje está centrada em alguma entidade filantrópica?

A maçonaria sempre que chamada ela tem ajudado a todos. Tem alguns maçons fazendo parte da diretoria, trabalhando e fazendo até um trabalho muito bonito na Santa Casa. Mas, de modo geral, todos que pedem o auxílio da maçonaria tem recebido, indistintamente.



Revista Viu!


 

Este artigo veio de .: A.:R.:L.:S.: Inteligencia nº 3924 :.

O link deste artigo é:





terça-feira, 20 de setembro de 2011

O QUE É SER MAÇOM?


O QUE É SER MAÇOM?

1. É subir a Escada de Jacó pelas Iniciações da Vida sem ferir os Irmãos neste percurso;
2. É realizar o sonho de desbastar pelo pensamento e pelas ações as arestas dos vícios e da insensatez;
3. É socorrer o Irmão nas dificuldades, chorar com ele as suas angústias e saber comemorar a seu lado as suas vitórias;
4. E reconhecer nas viúvas e nos órfãos a continuidade do Irmão que partiu para o Oriente Eterno;
5. É ver na filha do Irmão a sua filha e na esposa do Irmão, uma Irmã, Mãe ou Filha;
6. É combater o fanatismo e a superstição sem o açoite da guerra mas com a insistência da palavra sã;
7. Ser modelo da eterna e universal justiça para que todos possam concorrer para a felicidade comum;
8. É saber conservar o bom senso e a calma quando outros o acusam e o caluniam;
9. É ser capaz de apostar na sua coragem para servir aqueles que o ladeiam, mesmo que lhe falte o próprio sustento;
10. É saber falar ao povo com dignidade ou de estar com reis e presidentes em palácios suntuosos e conservar-se o mesmo;
11. É ser religioso e político respeitando o direito da religião do outro e da política oposta à sua;
12. É permitir e facilitar o desenvolvimento pleno das concorrências para que todos tenham as mesmas oportunidades;
13 É saber mostrar ao mundo que nossa Ordem não é uma Sociedade de Auxílios Mútuos;
14. É estar dominado pelo princípio maior da TOLERÂNCIA suportando as rivalidades sem participar de guerras;
15. É abrir para si e permitir que outros vejam e o sigam, o Caminho do Conhecimento e da Iniciação;
16. É conformar-se com suas posses sem depositar inveja nos mais abastados;
17. É absorver o sacerdócio do Iniciado pela fé no Criador, pela esperança no melhoramento do homem e pela caridade que abrir-se-á em cada coração;
18. É sentir a realidade da vida nos Sagrados Símbolos da Instituição;
19. É exaltar tudo o que une e repudiar tudo o que divide;
20. É ser obreiro de paz e união, trabalhando com afinco para manter o equilíbrio exato entre a razão e o coração;
21 É promover o bem e exercitar a beneficência, sem proclamar-se doador;
22. É lutar pela FRATERNIDADE, praticar a TOLERÂNCIA e cultivar-se integrado numa só família, cujos membros estejam envoltos pelo AMOR;
23. É procurar inteirar-se da verdade antes de arremeter-se com ferocidade contra aqueles que julga opositores
24. É esquivar-se das falsidades inverossímeis, das mentiras grosseiras e das bajulações humanas;
25. É ajudar, amar, proteger, defender e ensinar a todos os Irmãos que necessitem, sem procurar inteirar-se do seu Rito, da sua Obediência, da sua Religião ou do seu Partido Político;
26. É ser bom, leal, generoso e feliz, amar a Deus sem temor ao castigo ou por interesse á recompensa;
27 E manter-se humilde no instante da doação e grandioso quando necessitar receber;
28. É aprimorar-se moralmente e aperfeiçoar o seu espírito para poder unir-se aos seus semelhantes com laços fraternais;
29. É saber ser aluno de uma Escola de Virtudes, e Amor, de Lealdade, de Justiça, de Liberdade e de Tolerância;
30. É buscar a Verdade onde ela se encontre e por mais dura que possa parecer;
31 É permanecer livre respeitando os limites que separam a liberdade do outro;
32. É saber usar a Lei na mão esquerda, a Espada na mão direita e o Perdão à frente de ambas;
33. É procurar amar o próximo, mesmo que ele esteja distante, como se fosse a si mesmo.


O transcrito acima não responde a pergunta, "quem sou eu”, e sim a um perfil que tento lapidar em mim mesmo, quem sabe poderei dizer: “Este sou eu”.

Fonte: Blog João Sávio - Cabo de Santo Agostinho - PE.