terça-feira, 30 de novembro de 2010

O SÉCULO XXI E A MAÇONARIA



O SÉCULO XXI E A MAÇONARIA
Breno Trautwein

O motor da mudança não é tecnológico, mas humano. Assim, a organização do futuro deverá ser coerente com a aspiração das pessoas por auto-respeito e auto-realização”. William O’Brien.

Por que a evasão de maçons das Lojas?


Entre muitos fatores temos: grupelhos de dominação, reuniões má elaboradas; criando uma rotina monótona, os parladores permanentes sem qualquer mensagem, a falta de um objetivo para a Loja, ou para a potência, ou para a Ordem; de um modo geral: a falta de uma administração efetiva e programada.

Se a Maçonaria fosse uma empresa, ela estaria falida, porquanto o seu regime de Governo está mais para a monarquia absoluta, do que para uma república democrática; pois os dirigentes, desde as lojas até os grão-mestres, são de um modo geral prepotentes e incompetentes em matéria de planejamento administrativo. São mais ditadores, do que os companheiros fraternais desta romagem terrestre.


Outro aspecto a ser abordado é o ponto de vista do cliente maçônico.

O que eles buscam nas lojas e na fraternidade?


Seria somente o auto-respeito e a auto-realização? Ou haverá outras causas?


Analisando a sociedade, no momento, notamos de um lado a busca do hedonismo animalizado pela sensualidade, pela glutanoria, pela evasão dos lugares de vivência para lugares exóticos; num falso prazer ótico, é a busca incessante de sensações e emoções a fim de satisfazer o nosso primitivo cérebro reptiliano. D’outro lado a procura da religião, também, dentro do primarismo de satisfazer as necessidades materiais, e não as espirituais.


Infelizmente, as religiões abastardam-se num comércio de benesses arrancadas de Deus a custa de pagamentos pecuniários, de magia evocativa ou gestual, através da interferência de um representante celeste na Terra, e, sobretudo, a resignação de viver na miséria e na dor, para poder ganhar o céu e ficar estático pela eternidade, olhando e adorando o criador.

Logicamente, os clientes da Maçonaria não pertencem aos epicuristas materialistas, mas ao grupo que procura uma nova perspectiva para suas aspirações espirituais. Possivelmente, passaram pelo misticismo animista e moralista, estão investigando uma outra forma de crença, para satisfazer-lhes a racionalidade: um misticismo racional.


Num século de profundo egoísmo, gerando um individualismo selvagem; onde não tem lugar para os afetos humanos.


Há somente o interesse em explorar o outro para o próprio benefício econômico. Neste ambiente social de guerras de todos os tipos, os homens vão atrás de uma paz, de compreensão, de comunhão com todos aqueles que têm as mesmas aspirações.


Chegando as lojas, após a bela dramatização da iniciação; depois a elevação; mais tarde a exaltação; se ele não for bastante desembaraçado e curioso, passará a ser simples espectador de cenas que se repetem monotonamente, sessões após sessões, sem qualquer organização, motivação, ou uma ação global para todos os participantes; levando-os as situações inquietantes geradoras de:


a) desinteresse pelos conteúdos e atividades propostas pelas lojas; e
b) insatisfação em relação ao que fazem e como fazem.


Nada encontrando de útil para si, o cliente deixa de comprar o produto supérfluo, mal-embalado, e às vezes caro, não lhe restando outra solução: o abandono.

Modernamente, considerando algumas idéias profanas numa visão mais atualizada da administração de uma empresa vencedora, teríamos os métodos dos sistemas, de uma Organização de Alto Desempenho, ou uma das mais em moda: Gerência para a Qualidade Total, cujos princípios básicos seria criar uma organização capaz de adaptar-se as novas tecnologias, as novas condições ambientais geradas pelos nossos valores humanos, além de ser flexível, e ainda em relação à Maçonaria, haveria, dentre outros os seguintes propósitos:

1) desenvolver lideranças efetivas;
2) investir em tecnologia de informação para obter respostas rápidas;
3) adotar um sistema eficaz de comunicação; e
4) fazer o planejamento estratégico em todos os níveis com metas bem definidas, objetivos bem operacionais.


Tudo isto como um começo para, segundo o filósofo colombiano Bernardo Toro, as principais competências pessoais para o próximo século serão:


1) alta competência em leitura e escrita;
2) alta competência em cálculo matemático e resolução de problemas;
3) alta competência em expressão escrita: precisão para descrever, precisão para analisar e comparar, precisão para expressar o próprio pensamento;
4) capacidade para descrever, analisar e criticar o ambiente social;
5) capacidade para recepção crítica dos meios de comunicação de massas;
6) capacidade para criar, trabalhar e decidir em grupo: aprendizagem cooperativa; e
7) capacidade para localizar, ter acesso e usar informações acumuladas (guardados em bancos de dados).

Estas são algumas proposições sobre as qualidades do homem para o século XXI, e não nos podemos esquecer que a Maçonaria é herdeira do Humanismo medieval, centrado no indivíduo, o qual para o futuro deveria não só saber usar a tecnologia, mais em especial a de informação, e poderíamos desde já pensarmos numa rede de computadores de cada potência, reunidas numa rede geral de todas elas.


Para chegarmos ao milênio que se avizinha, torna-se evidente a necessidade de abandonarmos dogmas e preconceitos de um passado obscuro, e iniciarmos a viver o aqui e agora, analisando e criticando as arcaicas estruturas maçônicas legais, organizacionais, filosóficas, de usos e costumes, e mesmo ritualísticas.


O tempo não espera. Ele passa rápido destruindo as estruturas de alto gasto energético, e construindo composições mais econômicas e eficazes. Ou se evolui ou se perece, não há terceira opção.



segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Condições Para Ser Maçom!




Condições Para Ser Maçom!

Escrito por Valdemar Sansão


“Erros são, no final das contas, fundamentos da verdade. Se um homem não sabe o que uma coisa é, já é um avanço do conhecimento saber o que ela não é” (Carl Gustav Jung).

Maçonaria – A Maçonaria agrega um grupo de iniciados que, além de amarem o próximo, amam-se a si mesmos, evoluindo mentalmente, na incessante busca do saber.


Toda instituição que recebe seus adeptos por meio do processo iniciático foge do comum, pois, existindo uma “seleção”, a Maçonaria ocupa-se dos problemas superiores, fugindo do vulgar.


O maçom, como elemento componente da instituição, por sua vez, deve comprovar pertencer a uma entidade seletiva e destacar-se do mundo profano, por exemplo.


Reconhece-se o maçom mais pela conduta.


O maçom foi “escolhido” mercê da vontade do Grande Arquiteto do Universo, que é Deus, entre milhares de pessoas; é um “destaque” e por esse motivo ele faz jus às benesses que a Maçonaria dispensa.


O Maçom deve, a todo o momento, ser grato por ter sido “chamado” e demonstrar essa gratidão pelo seu viver.

O que a Maçonaria lhes oferece? - Pela dedução de suas Leis, a Maçonaria não oferece nenhuma outra vantagem aos seus filiados, senão a que se relaciona com a solidariedade, a amizade fraterna e o levantamento moral de suas personalidades.


A solidariedade e a Verdade – Os elementos da amizade fraterna são nossos pontos perfeitos: a obrigação de deixarmos nosso próprio caminho para servir a um Irmão merecedor; a obrigação de sempre nos lembrarmos de nosso Irmão em nossas meditações; a obrigação de mantermos sigilo; a obrigação de ajudar um Irmão e de proteger seu bom nome; e finalmente, a obrigação de prevenir um Irmão da presença de um perigo. Nós oferecemos essa obrigação moral àquele que estiver disposto a manter reciprocidade.


A solidariedade não corresponde, necessariamente, à ajuda material. Ela pode ser uma mão ou um ouvido amigo, um favor ou uma palavra encorajadora. O compromisso subjacente é o de uma disposição de ajudar a outro Maçom, ou sua família, com o mesmo nível de consideração que seria demonstrada em relação a um irmão natural. Nós podemos oferecer esse compromisso àquele disposto a manter mutualidade.


A Verdade é um dever e uma medida de valores que nos é confiada. Cada um dos três Graus da Maçonaria Simbólica ensina, por preceitos, alegorias e símbolos, as virtudes da justiça, fidelidade, temperança, coragem e prudência, tudo o que temos para sermos verdadeiros – verdadeiros ontem, verdadeiros hoje e verdadeiros amanhã. Nós estamos dispostos a compartilhar as lendas, as alegorias e símbolos que as ilustram, com aqueles que estiverem dispostos a praticar as virtudes que elas representam.


Amizade fraterna, solidariedade e verdade exigem atividades e compromisso pessoal. Temos que fazer algo para colocá-las em prática. A Maçonaria pode dar aos homens uma oportunidade de fazer algo para melhorar a si mesmo na busca daquelas verdades. Devemos demonstrar-lhe que os princípios maçônicos oferecem um modo de pensar e um modo de viver.


Temerários – aqueles que porventura intentem marchar para seus Templos visando interesses pessoais ou alimentando esperanças alheias aos fundamentos do referido ideal, deverão ser evitados, porque, ou se enganarão redondamente ou irão se decepcionar em pouco tempo de estada nas suas fileiras.


Todos os maçons, de qualquer grau, têm por dever precípuo observar e fazer observar as Leis Maçônicas e Regulamentos Vigorantes. Sob um prisma todo especial, são métodos que ensinam tudo que possa dizer respeito à família, à honra, à ciência, ao princípio de liberdade e a todas as idéias elevadas, às grandes concepções e todas as iniciativas de indiscutível grandeza moral.


Livres e de bons costumes - É a condição exigida para que um profano ingresse na Maçonaria por intermédio da Iniciação.


Não basta o candidato ser politicamente livre; não basta que tenha um comportamento moral comum. A Maçonaria proclama que a sua filosofia tem por base na tradição, nos usos e costumes; portanto, "costumes" não é um mero comportamento, uma moral de conduta, mas sim um universo de práticas que conduzem o ser humano a uma vida espiritual.


O candidato deve comparecer à Iniciação com uma disposição quase de "amar a seu futuro irmão" como a si mesmo. Isso exige um comportamento para com seu próprio corpo, para com sua própria alma e para com o seu espírito.

Ser livre e de bons costumes constitui uma exigência de maior profundidade do que parece à primeira vista; seria muito cômodo aceitar um candidato que politicamente é livre, pois não há mais escravidão no mundo; ou que, penalmente, não se encontre preso, cumprindo alguma pena.


Livre e de bons costumes é a característica do maçom e ele deve fazer jus a essa benesse. Todo o maçom, mesmo antigo na Ordem, tem o dever de se manter "livre e de bons costumes".


A iniciação – significa a “aceitação” para fazer parte do grupo, posto que possa ser definida como “princípio”, é a expressão peculiar para as cerimônias e ritos secretos, místicos e espirituais.


O principal é ter equilíbrio e evitar o fanatismo; o maçom é um Iniciado permanente; mesmo que se afaste de sua Loja, a Iniciação não sofrerá abalo; é como o sacerdócio, in aeternum.


A Maçonaria sempre adotou a Iniciação como meio de selecionar seus filiados.
Liberdade, Igualdade e Fraternidade - Apesar de inserido no lema da Maçonaria, o mundo ainda não conseguiu definir a igualdade e a liberdade, e muito menos a Fraternidade.


Igualdade - Nossa Constituição afirma que todos são iguais perante a lei; contudo, um menos favorecido da sorte não encontra vaga nos colégios para seus filhos em idade escolar; um pobre enfermo bate às portas dos hospitais em vão; não há oportunidade para o trabalho; o lazer e a diversão não são distribuídos equitativamente; o que é benesse não é dado aos pobres. Um pobre que apenas consegue subsistir porque ganha somente para a escassa alimentação, não pode fazer parte do maravilhoso preceito constitucional de igualdade. Uma igualdade injusta não é igualdade.


Um maçom deve cultivar a igualdade como se fosse uma virtude! As diferenças sociais ferem e aviltam; a operacionalidade maçônica detém-se, também, nesse campo.

Liberdade - Nada há mais perigoso que esse conjunto de nove letras, porque freqüentemente, em nome da liberdade, cometem-se os mais hediondos crimes. A liberdade exige um conjunto de ações complementares; uma falsa liberdade oprime e desajusta, desequilibra e desilude.

Fraternidade é uma associação fraterna usada para demonstrar que todos os homens podem conviver como se fossem Irmãos da mesma carne.

Maçonicamente interpretando, a Fraternidade apresenta-se de vários modos: a Fraternidade de uma Loja; a Fraternidade em uma Ordem; a Fraternidade Universal, também designada de "Fraternidade Branca".


O candidato que passa pela Iniciação maçônica ingressa após a sua aclamação em Loja, na Fraternidade maçônica, nos seus vários aspectos e de modo permanente.

A Fraternidade implica obrigações e direitos; a parte ética e de comportamento é muito importante. São admitidas pequenas rusgas, como sucede dentro de uma família, mas com a obrigação de serem passageiras.

O maçom tem o dever de tolerar esses incidentes e perdoar se eles tiverem sido mais intensos.


Concluindo, de tudo o que expusermos acima, temos a dizer que a Maçonaria não tem objetivo nem a pretensão de convencer alguém a alguma coisa, pois sabemos todos nós que ninguém convence ninguém a nada, cada um é que se convence por si só.

Tudo o que contraria o bom senso e a lógica ou que seja contrário à prática do bem não é Maçonaria.


Valdemar Sansão – M:. M:.

A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA NA MAÇONARIA



A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA NA MAÇONARIA
José Castellani


A abordagem de um assunto complexo exige algumas premissas, que, embora verdades inconcussas, podem ser, muitas vezes, esquecidas, em benefício de interesses pessoais de momento.

A primeira premissa esclarece que a Maçonaria é uma Fraternidade. Ora, o substantivo feminino fraternidade designa o parentesco de irmãos, o amor ao próximo, a harmonia, a boa amizade, a união ou convivência como de irmãos. Isso leva à conclusão de que, na organização designada, genericamente, como Maçonaria, ou Franco-Maçonaria, definida como uma Fraternidade, deve prevalecer a harmonia e reinar a união ou convivência como de irmãos.

A segunda premissa afirma que a Maçonaria, como uma Fraternidade, deve ser uma instituição fundamentalmente ética. O substantivo feminino ética designa a reflexão filosófica sobre a moralidade, ou seja, sobre as regras e códigos morais que orientam a conduta humana; refere-se, também, à parte da Filosofia que tem por objetivo a elaboração de um sistema de valores e o estabelecimento dos princípios normativos da conduta humana, segundo esse sistema de valores. Sendo, a Maçonaria, até pela sua definição, uma organização ética, devem ser rígidos os códigos de moral e alto o sistema de valores, que orientam a conduta entre maçons.


Todos os códigos maçônicos ressaltam a importância dos valores éticos entre maçons, ou seja, entre Irmãos. Isso está bem evidente em disposições inseridas em textos constitucionais, as quais, com pequenas variações de Obediência para Obediência, afirmam que, entre outros, são deveres do maçom:
"Reconhecer como Irmão todo maçom e prestar-lhe, em quaisquer circunstâncias, a proteção e ajuda de que necessitar, principalmente contra as injustiças de que for alvo; Haver-se sempre com probidade, praticando o bem, a tolerância e a fraternidade humana".
E completam, destacando que:
"Não são permitidas polêmicas de caráter pessoal nem ataques prejudiciais à reputação de Irmãos, nem se admite o anonimato".


A ética, todavia, não fica restrita apenas às relações entre maçons, mas, também,, às destes com as Obediências que os acolhem, principalmente nas referências a estas, ou aos seus dirigentes, em textos escritos. Isso está bem caracterizado no dispositivo legal, que admite ser direito do maçom:


"Publicar artigos, livros, ou periódicos que não violem o sigilo maçônico nem prejudiquem o bom conceito da (do) Grande Loja (Grande Oriente)".


A par, entretanto, dessa ética de caráter interno, há aquela reconhecida em todos os meios sociais e que considera atentatórias às regras e códigos morais das sociedades ditas civilizadas, atitudes como:
1. Divulgar denúncia de fatos, sem a necessária comprovação, o que envolve difamação e calúnia;
2. Difamar e atacar pessoas, em conversas e em reuniões, sem a presença dos atingidos pelos ataques;
3. Divulgar, por qualquer veículo, o texto de cartas particulares e, portanto, confidenciais;
4. Atacar pessoas e instituições, sem lhes dar o direito de resposta no mesmo veículo e no mesmo local em que foi publicado o ataque (e esse é um direito garantido por lei);
5. Ter conhecimento de que alguém está incorrendo em atitudes antiéticas, como as citadas, e nada fazer, ou, o que é pior, ajudar a incrementá-las;
6. Aproveitar uma situação de inimputabilidade penal --- por qualquer motivo, inclusive senilidade --- para produzir ataques, difamações e injúrias contra pessoas e/ou instituições.


Atitudes antiéticas, como essas citadas, ocorrem todos os dias, na sociedade atual, principalmente em épocas de campanha eleitoral, de crises econômicas, de tumulto social ; ocorrem, também, nos meios onde a intriga e os mexericos fazem parte do ofício e trazem dividendos financeiros, como é o caso das "colunas sociais" e da mídia especilizada em futricas de rádio, televisão e teatro. É claro que ocorrem! A sociedade atual, graças ao esgarçamento de sua estrutura familiar e ao avanço avassalador da amoralidade, é, hoje, altamente antiética : a solidariedade é moeda em baixa; o respeito às demais pessoas é praticamente inexistente; o acatamento da lei e da ordem vai escorrendo pelo ralo; a deslealdade, no sentido de auferir vantagens, vai de vento em popa; quem está por cima, pisa na cara de quem está por baixo; e quem está por baixo tenta puxar o tapete de quem está por cima.


A Maçonaria, contudo, deveria dar o exemplo de moral e de ética. Afinal de contas, ela afirma, em todas as suas Cartas Magnas, que:


"Pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever, da prática desinteressada da beneficência e da investigação constante da verdade. (...) Proclama que os homens são livres e iguais em direitos e que a tolerância constitui o princípio cardeal nas relações humanas, para que sejam respeitadas as convicções e a dignidade de cada um".


Nem sempre, porém, isso acontece. A Instituição maçônica, doutrinariamente, é perfeita, mas os homens são apenas perfectíveis. Procuram se aperfeiçoar, mas muitos nem sempre conseguem o seu intento, mesmo depois de muitos e muitos anos de vida templária, persistindo nas atitudes aéticas e antiéticas, que lhes embotam o espírito e assolam o ideal de solidariedade, de moral e de respeito à dignidade humana.


Para aqueles que pretendem, realmente, se aperfeiçoar, valem os conselhos contidos numa mensagem encontrada na antiga igreja de Saint Paul, em Baltimore, datada de 1692 :

"Vá placido entre o barulho e a pressa lembre-se da paz que pode haver no silêncio. Tanto quanto possível, sem capitular, esteja de bem com todas as pessoas. Fale a sua verdade, clara e calmamente; e escute os outros, mesmo os estúpidos e ignorantes, pois também eles têm a sua história. Evite pessoas barulhentas e agressivas. Elas são tormento para o espírito. Se você se comparar a outros, pode se tornar vaidoso e amargo, porque sempre haverá pessoas superiores e inferiores a você. Desfrute suas conquistas, assim como seus planos. Mantenha-se interessado em sua própria carreira, ainda que humilde; é o que realmente se possui, na sorte incerta dos tempos. Exercite a cautela nos negócios, porque o mundo é cheio de artifícios. Mas não deixe que isso o torne cego à virtude que existe; muitas pessoas lutam por altos ideais e, por toda parte, a vida é cheia de heroísmo. Seja você mesmo. Principalmente, não finja afeição, nem seja cínico sobre o amor, porque, em face de toda aridez e desencanto, ele é perene como a grama. Aceite, gentilmente, o conselho dos anos, renunciando, com benevolência, às coisas sa juventude. Cultive a força do espírito, para proteger-se, num infortúnio inesperado.


Mas não se desgaste com temores imaginários. Muitos medos nascem da fadiga e da solidão. Acima de uma benéfica disciplina, seja bondoso consigo mesmo. Você é filho do Universo; não menos que as árvores e as estrelas, você tem o direito de estar aqui. E que seja claro, ou não, para você, sem dúvida o Universo se desenrola como deveria. Portanto, esteja em paz com Deus, qualquer que seja a sua forma de conhecê-lo, e, sejam quais forem sua lida e suas aspirações, na barulhenta confusão da vida, mantenha-se em paz com sua alma. Com todos os enganos, penas e sonhos desfeitos, este ainda é um mundo maravilhoso. Esteja atento"!

sábado, 27 de novembro de 2010

A ARTE DE SERVIR

A ARTE DE SERVIR

Toda a natureza é um serviço.
Serve a nuvem, serve o vento, serve a chuva.
Onde haja uma árvore para plantar, planta-a tu;
Onde haja um erro para corrigir, corrige-o tu;
Onde haja um trabalho e todos se esquivam, aceita-o tu.
Sê o que remove a pedra do caminho, o ódio entre os corações e as dificuldades do problema.
Há a alegria de ser puro e a de ser justo;
Mas há sobretudo, a maravilhosa, a imensa alegria de servir.

Que triste seria o mundo se tudo se encontrasse feito.
Se não existisse uma roseira para plantar, uma obra para iniciar!
Não te chamem unicamente os trabalhos fáceis.
É muito mais belo fazer aquilo que os outros recusam.
Mas não caias no erro de que somente há méritos nos grandes trabalhos;
Há pequenos serviços que são bons serviços; adornar uma mesa, fazer uma bandeja, arrumar os livros, pentear uma criança.
Aquele é o que critica; este é o que destrói; sê tu o que serve.

O servir não é faina de seres inferiores. Deus que dá os frutos e a luz, serve. Seu nome é: "Aquele que Serve".
Ele tem os olhos fixos em nossas mãos e nos pergunta cada dia:

A QUEM SERVISTE HOJE?
À árvore? A teu irmão? À tua mãe?


Gabriela Mistral
Poetisa Chilena
Prêmio Nobel de Literatura

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O perfil e o segredo de um Venerável justo e perfeito


Farol - Alexandria

O perfil e o segredo de um Venerável justo e perfeito

Matéria desenvolvida pelo Ir. Valdemar Sansão

Anualmente é eleito pelos seus pares um novo Venerável Mestre que, entusiasmado pelo cargo, com as mãos cheias de enorme responsabilidade, faz a programação, nem sempre cumprida com o êxito desejado.

Isso se justifica pela falta de responsabilidade, de coragem, pelo desânimo, negligência, indiferença ou ausências às Sessões; pela inadimplência, ou seja, descumprimento de compromissos com a Tesouraria, pela falta de apoio, comprometimento, incompreensão e negação da devida atenção de alguns Irmãos.

Formalmente falando, buscamos para V.'.M.'. um homem sensato, de conduta ilibada, com as qualificações para ensinar e aprender a se desincumbir muito bem de sua função. É preciso iniciar a jornada pela base, pelo estudo, de modo a não nos faltar à paz, o equilíbrio e a tolerância para discernir quem será o melhor Candidato.

Alguém pode ser brilhante orador, professor, empresário, médico, juiz ou advogado, mas nem sempre pode ser qualificado para "guia dos Irmãos” de uma Loja Maçônica. Ter nome famoso, riqueza e posição social, dispor de força ou autoridade, não são qualificações para tal fim.
Devemos ter certeza que ele possui conhecimentos maçônicos, compreensão e prática da fé raciocinada que deverá nos transmitir para facilitar a jornada evolutiva de todo o quadro de obreiros da Loja.
A vaidade pode conduzir um homem a considerar-se poderoso e infalível, porém, os mais avisados sabem que na Maçonaria não existem "poderosos e infalíveis" e, sendo uma fraternidade, não há outra Instituição onde melhor se aplique o lema: “liberdade, igualdade, fraternidade”.

Um dos problemas internos das Lojas é que muitos Irmãos mais presunçosos e despreparados, depois de serem exaltados, deixam de estudar, achando que atingiram a “Plenitude Maçônica”.

Esses são os primeiros a cabalar com o objetivo de serem indicados candidatos ao cargo de V.'.M.'., tendo sucesso em Lojas que, sem critérios ou cuidados, promovem sua eleição, propiciando o desrespeito às tradições da Ordem por pura omissão, conivência ou até covardia.

Outras vezes Irmãos, por melindres, intrigas, ou apenas pela facilidade de magoar-se; pela satisfação de vaidades pessoais ou birra, trazem candidatos para o "trono de Salomão", tão somente voltados para seus relacionamentos. Pior ainda é que, eleitos e empossados, eles banalizam a ritualística, acham que mudar e inventar futilidades (abobrinhas) é sinônimo de modernização e inovação.

A Maçonaria, principalmente a anglo-saxônica, mostra-se completamente avessa, a esse e a tantos outros desvios de conduta e de proceder antimaçônico. Ameaçam, rugem, mais felizmente não mordem. Mesmo assim, depois vem o lamento pela má escolha, mas deles também é a responsabilidade da colheita daquilo que plantaram.

O que devemos fazer para ajudar a impedir o sucesso desses insensatos que faltam à fé jurada? É necessário que meditem sobre disciplina que envolve o estudo, a reflexão em torno dos princípios maçônicos, e o empenho responsável de renovação do verdadeiro maçom.

Ouvindo “o programa administrativo ou de trabalho” (plataforma dos candidatos); vendo o modo como se comportaram nos cargos exercidos nos últimos anos; se aprenderam a melhor lidar com o diferente, considerando acima de tudo seu carisma, ou seja, suas qualidades especiais de liderança, derivadas de individualidade excepcional, somando o conjunto dessas e outras qualidades, podem avaliar e melhor determinar se o candidato está apto para assumir esse desafio.

É imprescindível considerar entre seus procedimentos, o conhecimento doutrinário; se chefia sua família de maneira ajustada; se sua condição financeira é digna, estável, etc. Quanto mais claramente conseguirmos ver as qualidades do candidato, mais valioso ele se torna para nós.

Uma escolha apressada de alguém desqualificado poderá trazer resultados muitas vezes desastrosos. Não bastam anos de freqüência às reuniões ou a leitura de alguns livros maçônicos, para dominar-se o conhecimento exigido.

Para pleitear o honroso cargo, é preciso estudar – única forma de alcançar o aprendizado - porque aprender é, evidentemente, um ato de humildade. Mas para adquirir sabedoria, é preciso observar. Só assim conseguiremos, ao invés de colocar o homem no centro de tudo, descobrir o tudo que está no centro do homem.

O candidato quando bem selecionado, pode desempenhar essa missão gloriosa, conduzindo-a com mãos suficientemente fortes para afagar e aplaudir; sabedoria para ensinar e modéstia para aprender, e por este conhecimento, fazer-se paciente, puro, pacífico e justo; adquirindo a aptidão de reconhecer o seu limitado poder e abundantes erros; sua capacidade e suas falhas; seus direitos e deveres; dispor de força para, ciente de tudo isso, se livrar das paixões humanas e assim adquirir a antevisão e o equilíbrio necessários para se desincumbir muito bem dos obstáculos em seu Veneralato, levando Paz, Amor Fraternal e Progresso à sua Loja.

O V.'. M.'. escolhido tem que ser um líder agregador que entusiasma seus Irmãos pelo devotamento e abnegação à Maçonaria. Os grandes Mestres sabem ser severos e rigorosos sem renegarem a mais perfeita benevolência. Trata os Ilr.'. da forma como deseja ser tratado e ajuda-os a se tornarem o que são capazes de ser: filhos amados do Criador do Universo, portanto IRMÃOS.

Agradece os Ilr.'. pela oportunidade de evoluir junto a todos; procura respostas dentro de si mesmo; refaz suas crenças, redimem equívocos e culpas; regenera erros e falhas, distribui perdão; espalha as sementes da harmonia, da concórdia e da felicidade que contaminam a Loja, que é a soma de valores do conjunto dos Irmãos do quadro, o sinal que marca a direção do aperfeiçoamento; valoriza tudo de bom e o melhor que existe em cada Obreiro. Ama todos os sonhos que calam os corações de Irmãos constrangidos, humildes, que sentem e não falam.

Na sua função, todas as realizações, todos os sucessos ou insucessos serão frutos da sementeira já plantada ou das circunstâncias forjadas por seu próprio comportamento.

Mas seria cômodo transferir tudo que o desagradou à ação de ex-Veneráveis e fugir de responsabilidades, quase sempre justificando seus erros com erros dos outro? Não, isso não seria conduta de um Maçom e muito menos do Venerável justo e perfeito.

Todo V.'. M.'.deseja o crescimento, o melhoramento, o progresso de sua Loja. Para tanto precisa ter projetos (planejamento, metas e meios), não só quanto à formação de sua administração (onde o que um não faz, o outro faz. Assim cada um tem seu papel útil a desempenhar); à previsão do trabalho e envolvimento de todos na ação filantrópica; a reunião dos mais íntimos com ele afinados, e que juntos possam formar um quadro coeso, de Irmãos compreensivos e amorosos que o ajudem a superar o peso das decisões que caiam sobre seus ombros. A eles poderá pedir conselhos, orientação e apoio, que, certamente, jamais lhes serão recusados.

Não deve se considerar com poderes absolutos e independentes, nem esquecer que seus poderes são claramente especificados e delimitados pelo Estatuto da Obediência e aos usos e costumes da Ordem. Ele não só está obrigado a se pautar por essas obrigações estatutárias, mas tem de respeitá-las, devido à sua condição especial de Venerável Mestre da Loja.

Precisa compreender que ao outro assiste o direito de ter opinião contrária à sua. Deve procurar criar uma empatia com o crítico, ver o assunto do ponto de vista dele, manifestando entender o seu sentimento. Sendo todos iguais, ninguém é mais forte ou mais fraco e deixa que perceba isso.
Assim ele compreenderá que o seu direito de opinar está sendo respeitado.

Quando um Irmão necessita falar ouve-o; quando acha que vai cair, ampara-o; quando pensa em desistir, estimula-o.

A bondade e a confiança de seus pares que o elevaram a essa posição de destaque, exige ser usada com sabedoria, aplicando-a no comprometimento da justiça, nunca na causa da opressão.
Administrará sua Loja com afeição, cortesia, boa vontade e amizade, nunca impondo o poder pelo argumento da força.

No desempenho de sua função terá sempre à vista que ninguém vence sozinho, mas jamais permanecerá na ofuscação das influências dos que o apoiaram ou se deixará dominar por qualquer tentativa de predominância.

Ele como V.’.M.’. é responsável por tudo o que acontecer de certo ou de errado em sua Loja. Por mais que se queixe da “herança perversa recebida” de seu antecessor; de Iniciações de candidatos mal selecionados, fardos que agora estão sobre sua carga; de Irmãos que faltam ao sigilo, à disciplina; da desorganização da Secretaria e da Tesouraria da Loja, que motivam contrariedades, causam prejuízos de ordem moral e monetária de difícil reajustamento. Deve verificar antes o que ele tem feito para modificar, agilizar e melhorar esse quadro.

A condução de uma Loja dá trabalho, requer paciência, é como se fossemos tecer uma colcha de retalhos, tratar de um jardim, cuidar de uma criança. Deve ser feita com destreza, dedicação, vontade e habilidade.

Forçado é perceber que possuímos em nossos Irmãos os reflexos de nós mesmos. Cabe-nos, por isso mesmo tentar compreendê-los, pela própria consciência, para poder extirpar espinhos, separar as coisas daninhas, ruins, que surgem entre as boas que semeamos no solo bendito do tempo e da vida que se não forem bem cuidadas serão corrompidas.

A todos fala, mas poucos o ouvem. A todos ensina, mas poucos o compreendem. A todos chama, esperando que alguém o ajude, mas poucos o atendem. Contudo sabe que não está só, que há muitos Irmãos (a maioria) compartilhando seu amor para acontecer a Fraternidade Universal.

Quando o V.'. M.'. lança a semente da união, chame-o fraternidade.

Quando nos convida a analisar nossos feitos para reconhecer erros cometidos, chame-o consciência.

Quando aos defeitos alheios pede paciência, chame-o indulgência.

Quando floresce um sentimento puro de amizade aos olhos de todos, chame-o amor.

Quando aos nossos erros, incompreensões, medos, desânimos, perdoa de boa vontade, chame-o bondade.

Quando a cada um deixa que receba segundo os seus atos, chame-os justiça.

Quando nos lábios de um Irmão aparecer um sorriso, e mais outro, sorri junto, mesmo de coisas pequenas para provar ao mundo que quer oferecer o melhor, chame-o felicidade.

Quando valoriza a ritualística, o simbolismo, utilizando as Sessões Ordinárias como uma forma objetiva de instruir o Irmão, incentivando o estudo e a discussão de tudo que seja relevante para a Ordem em particular e para a sociedade em geral, chame-o instrutor.

Quando estimula os Irmãos a apresentarem trabalhos de conteúdo, elaborados por eles, e reprova simplesmente cópias retiradas de livros, revistas ou Internet, e o que é ainda mais inconveniente, insensato e desastroso, o recurso do plágio, ou seja, a cópia ou imitação do trabalho alheio, sem menção do legitimo autor, aí sim, pode chamá-lo Mestre.

Mestre sim, porque, sempre independente, nunca perde a alegria, nunca se acomoda e, como fiel condutor que representa o grupo, que ocupa a primeira posição de comando, isto é, comanda (manda com) seus liderados em qualquer linha de idéia, chame-o líder.

Quando ao sair das reuniões cada um de nós se sinta fortalecido na prática da Arte Real, do bem e do amor ao próximo, pode chamar o local de Loja Maçônica Regular, Justa e Perfeita.

Acabando a tristeza e a preocupação, surge então a força, a esperança, a alegria, a confiança, a coragem, o equilíbrio, a responsabilidade, a tolerância, o bom humor, de modo que a veemência e a determinação se tornam contagiantes, mas não esquecendo o perigo que representa a falta do entusiasmo que também contagia.

E, finalmente, ao se aproximar o término de seu Veneralato, faz uma reflexão sobre quais foram as atitudes reais de benemerência que vem tomando? (aqui nos referimos a auxílio financeiro a alguma Instituição filantrópica), falamos principalmente do "ombro amigo" na hora necessária, ou o empréstimo de seu ouvido para que as queixas fossem depositadas?

Esta não é a enumeração de todas as qualidades que distinguem o Venerável Mestre ideal, mas todo aquele que se esforce em possuí-las, está no caminho que conduz a todas as outras.

Agradeça caríssimo Irmão, toda a coragem nos momentos de tensão, o socorro da luz nos momentos de desânimo que sempre pode contar com verdadeiros Irmãos em seu Veneralato.

Nunca deixe de agradecer por ter sido a ferramenta, o instrumento de trabalho criado por Deus, usado como símbolo da moralidade, para trazer luz, calor, paz, sabedoria, beleza para muitos corações e amor sem medida no caminho de tantos Irmãos como sem medida foi por eles amado.

Encerrando o seu mandato, que consiga afirmar a todos os obreiros de sua Loja: "não sinto que caminhei só. Obrigado por estarem comigo. Obrigado por me demonstrarem quanto bem me querem. Eu também os quero bem.
Gostaria de continuar, mas é tempo de "passar o malhete" e dizer: MISSÃO CUMPRIDA!"

Em nossas reflexões, que o amor desperte em nossos corações e juntos, com os olhos voltados para frente, consigamos tenacidade para construir o presente e audácia para arquitetar o futuro, por isso, NUNCA DEIXAREMOS NOSSO VENERÁVEL LUTAR E CAMINHAR SÓ!

Se todos nós desejamos ser felizes, devemos ter sempre em mente o provérbio, que diz: "Ao se dividir o amor, multiplica-se a felicidade”.

A fim de vermos no Venerável Mestre de nossa Loja e em cada criatura, um Irmão a quem devemos dar as mãos para a renovação da confiança no Grande Arquiteto do Universo.

Agora você entende o perfil e o segredo de um Venerável justo e perfeito?

PEDRA BRUTA
Blog do site SALMO133 - Pesquisas e Estudos Maçônicos

domingo, 21 de novembro de 2010

Reunião Loja Carneiro da Cunha - João Pessoa-PB


Reunião memorável digna de verdadeiros maçons, ocorreu no dia 18.11.2010.


A Maçonaria é apregoada pelos profanos, dos irmãos muito se amarem, defenderem-se uns aos outros, em qualquer circunstância. Certamente, desconhecem os nossos Landmarks, haja visto, a Maçonaria não acata, nem protege a desonestidade e a desonra. Algumas vezes, o irmão que não coaduna com o "cavar masmorras ao vício e levantar templos à virtude", será novamente instruído e caso permaneça reincidente, a Lei maçônica o convidará a retirar-se do seio dos aprendizes das virtudes.


Permitam-me, registrar a sessão ocorrida no Oriente de João Pessoa, cujos assuntos abordados foram sublimes e cujos objetivos culminaram com o desenvolvimento de ações pertinentes a verdadeira finalidade da sublime e sacrossanta Maçonaria.


Regresso feliz, alma embevecida e renovada pela oportunidade de participar da sessão, com a efetiva interração de quase todos os maçons presentes, onde todos os assuntos tratados, fariam até o próprio Jacques Demolay entender que não foi em vão o seu suplício.


O escritor Jairo Capasso, foi feliz, até parece que já participou de reuniões com homens livres e de bons costumes, quando afirmou, com conhecimento de causa o seguinte pensamento: "O caminhar para Deus não é um caminhar solitário, mas é um caminhar com os outros."


A harmania reinante em Loja era de sensibilizar o aprendiz mais recalcitrante, permanecendo ecoando em nossas almas a honra, a fé, a força e beleza dos irmãos presentes.

A nossa Ordem representa muito mais do que meras palavras, na verdade, é necessário buscarmos os símbolos e as alegórias, interpretá-los, e, sobretudo, vivenciá-los como toda a Loja, naquela noite memorável, estavam caminhando únidos e uníssonos num só lema, a pratica da caridade, aliás, em uma mensagem Emmanuel, nos adverte de que: "Quando não desejarmos ser melhor, a vida nos melhorará através da dor."

Assim, mesmo sendo uma obrigação de maçom, receber aos irmãos com fraternidade e respeito, manifesto o meu mais profundo agradecimento a todos os Obreiros da respeitável Loja Carneiro da Cunha. "Toda árvore boa dá bons frutos".

A todos
S.F.U.

Do irmão


Walter

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A SEMENTE DA VERDADE

A SEMENTE DA VERDADE

Um imperador precisava achar um sucessor. Como não tinha filhos nem parentes decidiu chamar todas as crianças do reino e uma delas foi Thai.


Thai era excelente jardineiro e toda planta que tocava crescia forte e viçosa.

Reunidas as crianças, o imperador entregou-lhes algumas sementes para que cultivassem por um ano e seu trono seria daquele que trouxesse a mais bela flor.

Thai plantou a semente com carinho e dedicação mas, por mais que se esforçasse a semente não brotava.


Fez tudo o que podia, mas nada adiantou, e no dia da apresentação Thai não queria ir ao palácio, mas seu avô aconselhou:


Você é honesto. Vá até o imperador e diga a verdade. Não se envergonhe. Devemos sempre agir com honestidade, buscando a felicidade, sem que a nossa alegria faça alguém infeliz.

Então Thai foi até o palácio e chegando lá viu que todas as crianças traziam consigo belíssima planta, mas viu também que o imperador olhava cada uma delas sem nenhum contentamento.

Chegando a sua vez Thai não se conteve e começou a chorar. Com a cabeça baixa mostrou o vaso ao imperador e pediu-lhe perdão, pois por mais que se esforçasse a semente não brotou. Então o imperador falou-lhe:

— Não se envergonhe criança, você fez o certo. SUA GRANDE VIRTUDE FOI DIZER A VERDADE. Eu havia queimado todas as sementes, portanto nenhuma poderia germinar.


— Você foi o único que de fato plantou a semente da verdade.


“Algumas vezes a verdade não é tão bonita quanto uma flor, mas precisamos encará-la com coragem para vencer os grandes desafios”.

Extraído de ( F u n d a ç ã o E d u c a r D P a s c )
barbarabompan@terra.com.br

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Dignos de serem bons irmãos




Nono Landmark


Os Maçons só devem admitir nas suas lojas homens maiores de idade, de perfeita reputação, gente de honra, leais e discretos, dignos em todos os níveis de serem bons irmãos e aptos a reconhecer os limites do domínio do homem e o infinito poder do Eterno.

Este nono Landmark define, com precisão evidente, as características de quem está em condições de ser admitido maçon.

Tal só pode ocorrer relativamente a homens - o que exclui a admissão, na Maçonaria Regular, de mulheres e a existência de Lojas mistas; conferir, a este respeito, o comentário que elaborei a propósito do terceiro Landmark.

Esses homens têm de ser maiores de idade, isto é, adultos. A maioridade afere-se, desde logo, pela lei civil que vigora no país onde funciona a Loja. Mas o preceito, corretamente interpretado, exige mais: exige a maioridade de pensamento, isto é, a maturidade necessária para compreender o que implica ser maçom e a capacidade e vontade de palmilhar o caminho do aperfeiçoamento.

Têm ainda tais homens de ser de perfeita reputação. Não basta ser sério e honesto, impõe-se que seja tido e reputado como tal no seu ambiente social. O maçom, por o ser, deve impor-se à consideração geral. Dificilmente o consegue quem não tiver angariado por si e suas ações tal reputação. Não seria a aquisição da qualidade de maçom que melhoraria a sua reputação. Pelo contrário, seria a mácula na sua reputação que mancharia a Maçonaria.

Tem de ser gente de honra, ou seja, que dá valor à sua palavra e a cumpre, que sabe o valor, a importância e a responsabilidade da sua honra e age em conformidade.

Devem os maçons ser leais, condição essencial para integrarem uma Fraternidade em que todos em si vão confiar.

Devem ser discretos, porque o é a Maçonaria. Note-se: não secreta, mas discreta! No sentido em que preserva a intimidade e a identidade dos seus membros e da sua atividade. No sentido de que não alardeia nem publicita o que faz a quem ajuda, o que contribui, seguindo o preceito de que, no vero homem de bem, nem sequer a mão esquerda tem de saber o que deu a mão direita.

Têm de ser dignos de serem bons irmãos, porque só assim podem integrar a Fraternidade Maçônica.

Têm de ter a capacidade de reconhecer os limites do homem, porque só assim podem reconhecer o seu papel no Universo e procurar aproximar-se o mais possível desses limites, sem a pretensão de serem mais do que são: humanos.

Finalmente, têm de ter a capacidade de reconhecer o infinito poder do Eterno, isto é, de serem crentes num Criador Todo Poderoso.

Quem acusa a Maçonaria de ser uma elite... Tem razão! Poucos estão ainda em condições de ser admitidos maçons, efetivamente! Mas um dos objetivos do trabalho maçônico é a construção do Templo Coletivo, isto é, o aperfeiçoamento geral da sociedade, através da intervenção e do exemplo dos maçons. Esperamos que cada vez mais estejam em condições de vir a ser admitidos maçons!

Rui Bandeira
Lisboa - PORTUGAL

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Desmonte da Maçonaria e da Sociedade


Desmonte da Maçonaria e da Sociedade

Charles Evaldo Boller



Os efeitos das evasões na Maçonaria, independente de obediência e país, é resultado de gradual desmonte. As estatísticas demonstram que desde a década de 1950 a Maçonaria é desmontada à semelhança do hodierno Estado brasileiro. Em termos globais o número de obreiros da Maçonaria e os valores da sociedade crescem à semelhança de rabo de cavalo! Os grupos de poder infiltrados na Maçonaria e na política mundial conduzem as instituições ao sabor de suas insidiosas pretensões. No Estado brasileiro é só ler o PNDH-3 e outros projetos e leis para identificar ideologias perniciosas que contribuem ao desmonte da sociedade brasileira. Os valores culturais do brasileiro estão em risco. O legislativo gradativamente altera a ordem cultural brasileira submetido a escusos interesses de poder e economia alienígena. Sociedades como os Estados Unidos da América fenecem debaixo da degradação de valores e princípios. E quando os valores da educação e hegemonia familiar são prejudicados, ao olhar a história da humanidade, em todas as civilizações, esta degradação define desmonte, sobraram de cada civilização apenas resquícios que "mais se parecem com as colunas de um templo druida em ruínas, rude e mutilado em sua grandeza". Por analogia, e devido ao fato do maçom ser parte desta sociedade em dissolução, implica que a ordem maçônica segue o roldão.



A principal atividade da ordem maçônica é a de propiciar ambiente próprio para homens bons desenvolverem-se ainda mais, tornarem-se líderes na Maçonaria e na sociedade e obterem a educação necessária para oferecer oposição ao desmonte preconizado pelos que mandam no mundo. O que se vê na Maçonaria são manobras de distração, de mudança de foco da essência do que deveria ser realizado em loja. Se a divisão em novos ritos e obediências promove novas linhas de pensamentos ela é correta, vem ao encontro de salvar a atual civilização. Se a razão for dividir para conquistar poder, então a instituição segue o caminho da estagnação, mesmice, trivialidade. Basta observar em qual destes caminhos cada loja segue, para determinar a capacidade de sobrevivência de seus obreiros na ordem maçônica. Se não existirem elementos de atração para o maçom permanecer dentro da instituição, se os líderes da Maçonaria não efetuarem esforços hercúleos para motivar os maçons à prática da ação maçônica, vivemos o fim.



Algumas causas de conhecimento geral de evasão de maçons das lojas são: Educação: não de conhecimento, mas de valores e princípios; pensamento: tíbio interesse para pesquisar, ler e escrever; instrução: aplicada de forma mecânica e sem cobrança; debate: descamba em queixume, lamúria e até explosão emocional; trabalho: aprendizes e companheiros ensinam. Acomodação: obreiro entra calado e sai mudo do templo; vaidade: cargo é motivado por sede de poder e distinção; recrutamento: proposto não tem perfil maçônico; sindicância: irresponsável e negligente; decepção: na maioria das propostas de iniciação busca-se por evolução humanística; desafio: ausência de projetos nas áreas de ciências humanas; prolixidade: oratória inócua, desfocada; voluntariado: não aceita cargo que exige trabalho, dedicação e assiduidade; propaganda: associação é espaço para divulgação de currículos, bens e serviços; proposta: é usual proporem a terceirização da responsabilidade civil individual; proselitismo: reiterada investida para atrair irmãos para religião ou ideologia.



Albert Pike, em 1871, em "Morals and Dogma", relativo aos graus filosóficos do Rito Escocês Antigo e Aceito, assim se dirigiu aos irmãos do grau quatro, Mestre Secreto: "Se o irmão estiver desapontado com os três primeiros graus, na forma como os recebeu, e, se pareceu que o desempenho não chegou até o que imaginava; se as lições de moralidade não são novas; onde a instrução científica é rudimentar e os símbolos são explicados de forma imperfeita; lembre-se que as cerimônias e as lições dos graus, com o tempo, foram se acomodando cada vez mais, por supressões e afundando na memória muitas vezes limitada da capacidade e intelecto do mestre e das necessidades do aprendiz recém-iniciado; que a simbologia veio até nós de uma época em que os símbolos eram usados, não para revelar, mas esconder; quando a aprendizagem mais comum foi confinada a uns poucos escolhidos e os mais simples princípios de moralidade pareciam verdades recém-descobertas. Onde esses graus, antigos e simples, agora mais se parecem com as colunas de um templo druida em ruínas, rude e mutilado em sua grandeza, em outras partes corroídas pelo tempo e desfiguradas pelas adições modernas e interpretações absurdas. Estes três graus iniciais, ditos simbólicos, são a entrada para o grande templo maçônico. São as três colunas do pórtico de entrada".



Mesmo com a realidade de 1871, que é semelhante a atual, a Maçonaria cresceu durante as duas grandes guerras e depois começou a decair a partir de 1950, logo após a Segunda Guerra Mundial. Será que o maçom aguarda a eclosão da Terceira Guerra Mundial para motivar-se? Por mais forte que seja a Maçonaria esta não resistirá se seus homens se desumanizam, não pensam e não lutam.



Rousseau iniciou a análise da alienação das pessoas, afirmando ser praticamente impossível escapar da possibilidade de submeter-se à vontade geral em detrimento da vontade individual. O cidadão, em nome da aprovação social e da sobrevivência castra sua vontade individual. Marx leva a questão da alienação ao extremo quando assenta sua filosofia na desumanização resultante do desenvolvimento capitalista, aonde o trabalho aliena do homem até seu próprio corpo, bem como, de sua natureza externa, mental e humana. Ao pensar sobre este tema o maçom acorda o que jaz adormecido em si e se posiciona. Posicionamento exige debate, estudo, ação. Posicionar-se significa perda de poder dos poderosos.



A Maçonaria preconiza a fundamentação filosófica que se use como referência a natureza humana e que se estudem os limites e interesses humanos. Para o maçom e Protágoras, o homem é a medida das coisas quando reconhece suas limitações e assim dimensiona sua ação maçônica dentro de sua capacidade. Os símbolos maçônicos falam ao erudito como aos sem erudição num mesmo nível, cada um responde conforme seus referenciais. Coloca-se o homem no centro da realidade e do saber quando se propiciam oportunidades iguais para todos e se respeitam as limitações individuais. Este laboratório recheado de símbolos existe em todos os ritos da Maçonaria, é só viver o dia-a-dia de cada loja. Levar outros a posicionarem-se é outro dos objetivos que a Maçonaria faz e os poderosos abominam.



Se a Maçonaria caminha para a estagnação, seria porque o "conhece-te a ti mesmo", de Sócrates e da Maçonaria, foge aos interesses dos que realmente mandam no mundo? Os ignorantes são facilmente conduzidos aos redis dos poderosos, salvo uns poucos que observam fatos e dados de ângulo mais elevado. Da maioria ouvem-se brados de ordem e revolta, muita lamúria e pouca ação maçônica. Quando se diz que cada maçom deve permitir que a Maçonaria penetre em si mesmo, significa ação proativa para consigo mesmo e a sociedade, significa: educação, pensamento, debate, trabalho e luta. Ao libertar-se da alienação e passar a pensar por conta própria corta-se o poder dos poderosos, dos alienadores, e disto eles estão cientes; é a razão das hostes inimigas sitiarem e atacarem a Maçonaria, desmontando-a. O desmonte ocorre de dentro para fora. Os piores inimigos, os mais terríveis demolidores da Maçonaria são maçons! Alguns destes maçons nem sabem que são joguetes nas mãos dos poderosos, são até honestos em suas intensões, mas não pensam e não deixam os outros pensarem. Ou então babam pelo poder! Quando não são vítimas de suas próprias paixões servem de instrumento para desfigurar a Maçonaria com "adições modernas e interpretações absurdas".



A ideologia do igualitarismo da Maçonaria e Aristóteles define que os homens devem ser tratados da mesma maneira, mas que a retribuição deve ser proporcional à contribuição individual usando como referência: mérito, necessidade e solidariedade. Desta forma o maçom se humaniza sabendo da necessidade de ação para obter mérito. Sem ação ele se torna peso para os outros maçons. A Maçonaria não é sociedade de auxílio mútuo. Há necessidade de trabalho e ação social. A ação social não está restrita a benemerência que pode ser terceirizada, o objetivo é fazer cada maçom posicionar-se na sociedade como multiplicador de novos pensamentos. Como adquirirá novos pensamentos sem leitura, debate, estudo e escrita? É na autorealização, o último estágio das necessidades de Maslow, que o maçom se motiva e continua perseverante em sua atividade, obtida com ação maçônica constante. Diz o sábio maçom: "lugar de maçom é em loja"!



Um grande iniciado do primeiro século, e muitos outros antes e além dele, chegaram à única conclusão que é apenas pelo amor fraterno que se resolvem todos os problemas da humanidade. Creia na proteção do Grande Arquiteto do Universo, mas, por favor, tranque a porta! - diz o sábio. O caminho para aumentar em número com qualidade é a ação maçônica em todos os sentidos: beneficente, conspiratória, erudita, espiritual, filosófica, fraterna, iniciática, política, social, e por aí afora. Nada se faz sem luta, sem ação. A luta através da ação maçônica não tem necessidade de nova guerra global, basta que cada maçom usufrua e coloque em prática o que desenvolve junto com seus irmãos em sua loja. A diversificação de ritos, lojas e obediências serve para o propósito de oferecer albergue para todas as linhas de pensamento. É só olhar para a história que se deduz que é em resultado de autoconhecimento, de educação - desenvolvimento físico, intelectual e moral - que o homem se liberta da escravidão. A educação liberta o cidadão e, por consequência, o Estado. Resultado: lojas cheias. Apenas quando a absoluta maioria dos cidadãos agirem à glória do Grande Arquiteto do Universo é que a Maçonaria pode ser desmontada; até lá permanece a única fortaleza a opor-se aos poderosos.



Bibliografia:

1. CASTELLANI, José, A Ação Secreta da Maçonaria na Política Mundial, ISBN 85-88781-02-6, 1ª edição, Editora Landmark, 204 páginas, São Paulo, 2001.

2. CHAVES, Pablo Bonilla, Uma Leitura do Papel da Educação à Luz da Constituição Brasileira de 1988, O Processo Educativo como Elemento Propulsor da Cidadania e da Sociedade, ISBN 978-85-60520-53-4, 1ª edição, Núria Babris Editora, 216 páginas, Porto

3. COSTA, Frederico Guilherme, Maçonaria, um Estudo da sua História, Nº 12, 1ª edição, Editora Maçônica a Trolha Ltda., 184 páginas, Londrina, 1991.

4. Estatística da variação de obreiros na maçonaria norte-americana desde 1924; Masonic Membership Statistics; http://www.msana.com/msastats.asp

5. ESTULIN, Daniel, A Verdadeira História do Clube Bilderberg, título original: La Verdadera Historia del Club Bilderberg, tradução: Lea P. Zylberlicht, ISBN 85-7665-169-6, 1ª edição, Editora Planeta do Brasil Ltda., 320 páginas, São Paulo, 2006.

6. FERREIRA, Antônio do Carmo, A Função do Maçom na Sociedade, ISBN 978-85-7252-272-4, 1ª edição, Editora Maçônica a Trolha Ltda., 148 páginas, Londrina, 2009.

7. FERRER-BENIMELI, José Antonio, Arquivos Secretos do Vaticano e a Franco-maçonaria, História de uma Condenação Pontifícia, título original: Les Archives Secrètes du Vatican et la Franc-maçonerie, tradução: Sílvio Floreal de Jesus Antunha, ISBN 978-85-370-0288-9, 1ª edição, Madras Editora Ltda., 832 páginas, São Paulo, 2007.

8. GEORGE, Susan, O Relatório Lugano, Sobre a Manutenção do Capitalismo no Século XXI, título original: The Lugano Report, tradução: Afonso Teixeira Filho, ISBN 85-85934-89-1, 1ª edição, Boitempo Editorial, 224 páginas, São Paulo, 1999.

9. ISRAEL, Jonathan I., Iluminismo Radical a Filosofia e a Construção da Modernidade 1650-1750, Radical Enlighttenment, Philosofy, Making of Modernity, 1650-1750, tradução: Cláudio Blanc, ISBN 978-85-370-0432-6, 1ª edição, Madras Editora Ltda., 878 páginas, São Paulo, 2009.

10. KAMEL, Ali, Não Somos Racistas, ISBN 85-209-1923-5, 1ª edição, Editora Nova Fronteira S/A, 144 páginas, Rio de Janeiro, 2006.

11. Livro com a íntegra do PNDH-3, Programa Nacional de Direitos Humanos, Versão três, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República Federativa do Brasil: http://portal.mj.gov.br/sedh/pndh3/pndh3.pdf

12. MASI, Domenico de, Criatividade e Grupos Criativos, título original: La Fantasia e la Concretezza, tradução: Gaetano Lettieri, ISBN 85-7542-092-5, 1ª edição, Editora Sextante, 796 páginas, Rio de Janeiro, 2003.

13. MASI, Domenico de, O Futuro do Trabalho, Fadiga e Ócio na Sociedade Pós-industrial, título original: Il Futuro del Lavoro, tradução: Yadyr A. Figueiredo, ISBN 85-03-00682-0, 9ª edição, José Olympio Editora, 354 páginas, Rio de Janeiro, 1999.

14. PIKE, Albert Morals and Dogma of the Ancient and Accepted Scottish Rite of Freemasonry, prepared for the Supreme Council of the Thirty Third Degree for the Southern Jurisdiction of the United States, Charleston, 1871.



Biografias:

1. Abraham Maslow, psicólogo de nacionalidade norte-americana. Também conhecido por Abraham H. Maslow. Nasceu em Nova Iorque em 1 de abril de 1908. Faleceu em Califórnia, em 8 de junho de 1970, com 62 anos de idade. Conhecido pela proposta hierarquia de necessidades de Maslow.

2. Albert Pike, advogado, autor, escritor, historiador, maçom e poeta de nacionalidade norte-americana. Nasceu em Boston, Massachusetts em 29 de dezembro de 1809. Faleceu em Washington, em 2 de abril de 1891, com 81 anos de idade. Reorganizador de todos os rituais do Rito Escocês Antigo e Aceito, do grau quarto ao trinta e três.

3. Jesus Cristo, líder religioso, rabino e rei de nacionalidade judia. Também conhecido por O Salvador. Nasceu em Belém em 4 a. C. Faleceu em Jerusalém, em 29. É tido pelos cristãos como o Salvador, aquele que nasceu para sacrificar-se e assim redimir os pecados do homem.

4. Karl Marx ou Karl Friedrich Marx, compositor, economista, filósofo, revolucionário e teórico político de nacionalidade alemã e judia. Nasceu em Trier, Renânia em 5 de maio de 1818. Faleceu em Londres. Inglaterra, em 14 de março de 1883, com 64 anos de idade. Ideólogo do marxismo.

5. Protágoras ou Protágoras de Abdera, filósofo de nacionalidade grega. Nasceu em Abdera em 480 a. C. Faleceu, em 411 a. C. Foi o primeiro pensador a chamar-se de sofista.

6. Rousseau ou Jean-Jacques Rousseau, ensaísta, escritor, filósofo, pedagogo e sociólogo de nacionalidade francesa. Nasceu em Genebra, Suíça em 28 de junho de 1712. Faleceu, em 2 de julho de 1778, com 65 anos de idade. Foi de suma influência na Revolução Francesa e no Romantismo.

7. Sócrates ou Sócrates de Atenas, filósofo de nacionalidade grega. Nasceu em Atenas em 468 a. C. Faleceu, em 399 a. C. Um dos mais importantes pensadores de todos os tempos.




terça-feira, 9 de novembro de 2010

A ESCADA DE JACÓ





Aug\ Resp\ Loj\ Simb\Cavaleiros da Paz nº 295
Jurisdicionada à G\L\M\M\G\

Ir\CARLOS ANTÔNIO BATISTA


A ESCADA DE JACÓ

Alfenas – MG
2009

A ESCADA DE JACÓ
Encontramos no Painel da Loja de Aprendizes uma escada, denominada Escada de Jacó que simbolicamente representa a ligação entre a Terra e os Céus. A origem da introdução do simbolismo da Escada de Jacó na Maçonaria Especulativa deve-se à visão de Jacó, registrada no Velho Testamento, Gênesis 28 vers.10,11,12, 17 e 18. Um veículo que conduzia à morada de Deus, galgando-se degrau por degrau, em busca da perfeição. É um emblema maçônico. Tanto a subida quanto a descida tem seu cume ancorado numa base, por isso o Mestre Eckhart disse: “o que existe de mais alto em sua insondável divindade corresponde àquilo que mais baixo existe nas profundezas da humildade. Aí está a transcendência da vocação humana. Somos o que queremos ser”.

Jacó tendo partido de Bersabé, ia para Haran. E como chegasse após o por do sol a certo lugar, onde ele queria passar a noite, pegou numa das pedras que ali havia; e tendo-a posto por baixo de sua cabeça, dormiu ali mesmo. Então viu em sonhos uma escada, cujos pés estavam fincados sobre a terra, e o cimo tocava o céu; e os anjos de Deus subindo e descendo por esta escada. Viu também o Senhor firmado no cimo da escada, que lhe dizia: “Eu sou o Senhor Deus de Abraão, teu pai e o Deus de Isaac. Eu darei a ti e a teus descendentes a terra em que tu dormes. A tua posteridade será numerosa, como o pó da terra; e tu te estenderás ao Ocidente, e ao Oriente, e ao Setentrião, e ao meio dia; e todas as tribos da terra serão benditas em ti e naquele que sairá de ti. Eu serei o teu condutor por toda a parte, por onde fores; e eu te tomarei a trazer a este país; e não te deixareis, a menos que não tenha executado tudo o que te prometi”.



Variadas são as interpretações do sonho de Jacó, e, especialmente sobre o significado da Escada. A mais comum é que cada degrau simboliza o esforço que ao Maçom cumpre executar para ascender até a Perfeição. Etapas vencidas e iniciações ganhas. Os degraus simbolizam os diversos planos do Universo. No Rito Escocês Antigo e Aceito, a Escada teria 33 degraus, correspondendo cada degrau a um Grau Maçônico.



Segundo as tradições maçônicas, a escada com esse significado consta de catorze degraus. Nos mistérios persas e indostâmicos ela tinha grande importância e, por isso, em seus templos se erigia uma escada de sete degraus, correspondentes também às sete cavernas iniciáticas. Mas, em realidade, seus degraus são tantos quantas são as virtudes necessárias ao aperfeiçoamento individual e, das quais, as três principais são a Fé, a Esperança e a Caridade, ali simbolizadas pela Cruz, a Âncora e o Cálice.



FÉ – ESPERANÇA - CARIDADE



O teto de um Templo Maçônico é a representação da sua própria altura, ou seja, tem o céu estampado em suas pinturas. Todo maçom deve ter como objetivo, alcançar este Céu, o ilimitado, o infinito, a certeza de estar-se atingindo a própria LIBERDADE. O ELO de ligação ou a estrada a ser trilhada para alcançar tal pretensão, da ESCADA DE JACÓ. Cada degrau representa uma etapa de aperfeiçoamento moral e também um grau da Maçonaria Simbólica e Filosófica.

Três são os símbolos que o maçom deve ter sempre em seus corações, e em mente, para se empenhar nessa caminhada. SÃO ELES: FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE, representados respectivamente pela CRUZ, ÂNCORA e TAÇA.



A Fé representa o primeiro degrau da escada de Jacó, pois ela é a SABEDORIA do ESPÍRITO, sem a qual o Homem nada levará a termo.



A Esperança representa os degraus intermediários, pois ela ampara e anima o espírito nas dificuldades encontradas no caminho.



A Caridade representa o último degrau, que só será atingido praticando-a, pois ela é a própria imagem dos mais puros sentimentos humanos, onde no seu ápice uma estrela de sete pontas.

No painel do aprendiz, ao lado da estrela de 7 pontas encontramos à direita a Lua rodeada de 7 estrelas e à esquerda o Sol. O número 7, na simbologia mística nos esclarece do porque uma estrela incomum de 7 pontas no ápice da escada de Jacó.


SIMBOLOGIA DO NÚMERO 7

Principio neutro dominando os elementos da natureza, aliança da idéia e da forma; a unidade em equilíbrio; paciência desenvolvendo a inteligência. Vitória: ligada à natureza e ao amor, simboliza o triunfo do iniciado ao fim da sua busca ( entendimento, compreensão e conhecimento)

Número que representa a energia mais perfeita que Deus concedeu para utilização dos iniciados nos rituais. O sete, diz os seguidores de Pitágoras, era assim chamado em função do verbo grego "sebo", - venerar e deriva do hebraico Shbo, set, ou satisfeito, abundância, sendo Septos, em grego "santo, divino, de mãe virgem".

Assim como a Escada de Jacó está envolvida nos mistérios e instituições que a tradição nos dá conhecer, temos a árvore da vida, no jardim do Éden nos mostrando caminhos entre um estágio inferior para um estágio superior. O verso da carta do tarô - o arcanjo maior - O julgamento - aonde vemos uma escada de sete degraus um arcanjo com sua trombeta , tendo à sua volta uma serpente que engole seu rabo com uma árvore ao seu redor. Além de figuras humanas na base da escada.

È a Escada de Jacó um símbolo religioso nos mostrando que só chegaremos à morada de Deus se galgarmos degrau por degrau a escada da vida. È o símbolo do caminho para a perfeição. Sua colocação no painel do aprendiz indica que o neófito colocou o pé no primeiro degrau da escada, iniciando sua busca para o aperfeiçoamento moral. Outra visão - a esotérica - da escada de Jacó, onde anjos subiam e desciam por ela, nos mostra, simbolicamente os ciclos evolutivos e involutivos da vida num perpétuo fluxo e refluxo através dos sucessivos nascimentos e mortes.


A Escada de Jacob, alegoria de origem bíblica, portanto, nem sempre está presente no recinto da Loja maçônica, a não ser no desenho do Painel da Loja. Todavia, algumas Lojas costumam esculpir a escada na face frontal do Altar (ou Pedestal), no Oriente. No topo da escada há uma estrela de sete pontas. A estrela de sete pontas tem o mesmo simbolismo do número sete, que é o produto da união do ternário espiritual com o quaternário material ; o sete é considerado um número perfeito, pois representa um ciclo, ou período existencial completo. Toda a mística e toda a tradição cosmogônica ocidental assim como parte da oriental, estão baseadas no sistema setenário : a escala musical tem sete notas, sete são as cores do arco-íris, sete são os chacras principais, sete são as esferas planetárias tradicionais, sete são os pecados capitais,sete foram os dias da criação, sete são as ciências liberais. A estrela heptagonal --- assim como o menorá, candelabro de sete braços --- também simboliza os sete planetas conhecidos na Antiguidade e as sete Ciências, ou Artes Liberais : Gramática, Lógica, Retórica, Aritmética, Geometria, Música e Astronomia.

BIBLIOGRAFIA

NEVES, Jurandyr José Teixeira. A Escada de Jacó. Disponível em: http://www.maconaria.net/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=75

SARTORI, Eloi. A Escada de Jacó. Disponível em: http://www.brasilmacom.com.br/pecas/aescadadejaco4.htm

CASTRO, Nêodo Ambrósio. Escada de Jacó. Disponível em: http://www.brasilmacom.com.br/pecas/escadajaco.htm

Trabalho exemplar do Irmão Carlos Antônio Batista
Da Loja Cavaleiros da Paz, nº 295
Jurisdicionada à GLMMG

INSTRUÇÕES PARA UM APRENDIZ MAÇOM


INSTRUÇÕES PARA UM APRENDIZ MAÇOM

A MAÇONARIA É UMA ASSOCIAÇÃO ÍNTIMA DE HOMENS ESCOLHIDOS, CUJA DOUTRINA TEM POR BASE O GADU, QUE É DEUS; COMO REGRA, A LEI NATURAL; POR CAUSA, A VERDADE, A LIBERDADE E A LUZ MORAL; POR PRINCÍPIO, A IGUALDADE, A FRATERNIDADE E A CARIDADE; POR FRUTOS, A VIRTUDE, A SOCIABILIDADE E O PROGRESSO; POR FIM, A FELICIDADE DOS POVOS, QUE INCESSANTEMENTE, ELA PROCURA REUNIR SOB SUA BANDEIRA DE PAZ. A MAÇONARIA EXISTE E EXISTIRÁ SEMPRE ONDE HOUVER O GÊNERO HUMANO. SIM SOU MAÇOM, POIS MMIICTMRR E TENHO COMO DEVER HONRAR E VENERAR O GADU, A QUEM AGRADEÇO SEMPRE AS BOAS AÇÕES QUE PRATICO PARA COM O PRÓXIMO E OS BENS QUE ME COUBEREM EM PARTILHA. DEVO TRATAR TODOS OS HOMENS SEM DISTINÇÃO DE CLASSE E DE RAÇA, COMO MEUS IGUAIS E IRMÃOS. DEVO COMBATER O ORGULHO, O ERRO E OS PRECONCEITOS; LUTAR CONTRA A IGNORÂNCIA, A MENTIRA O FANATISMO E A SUPERSTIÇÃO QUE SÃO OS FLAGELOS CAUSADORES DE TODOS OS MALES QUE AFLIGEM A HUMANIDADE E ENTRAVAM MEU PROGRESSO; DEVO PRATICAR JUSTIÇA RECÍPROCA COMO VERDADEIRA SALVAGUARDA DOS DIREITOS E DOS INTERESSES DE TODOS, E A TOLERÂNCIA QUE DEIXA A CADA UM O DIREITO DE ESCOLHER E SEGUIR SUA RELIGIÃO E SUAS OPINIÕES; DEPLORAR OS QUE ERRAM, ESFORÇANDO-ME, PORÉM, PARA RECONDUZI-LOS AO VERDADEIRO CAMINHO, ENFIM, IR COM TODAS AS FORÇAS EM SOCORRO DO INFORTÚNIO E DA AFLIÇÃO.



O MAÇOM CUMPRIRÁ TODOS ESTES DEVERES PORQUE TEM A FÉ, QUE LHE DÁ CORAGEM E O CONDUZ AO PROGRESSO; A PERSEVERANÇA, QUE VENCE OS OBSTÁCULOS; E O DEVOTAMENTO, QUE O LEVA A FAZER O BEM, MESMO COM RISCO DE SUA VIDA E SEM ESPERAR OUTRA RECOMPENSA QUE NÃO SEJA A TRANQUILIDADE DE SUA CONSCIÊNCIA.



MEUS IIRM, CAUSOU-VOS ESTRANHEZA QUE A RECEPÇÃO DE UM NOVO MEMBRO EM NOSSA ASSOCIAÇÃO FOSSE DE MODO MUITO DIVERSO DO QUE SE PRATICA NAS SOCIEDADES PROFANAS. EM VEZ DA SIMPLES ACEITAÇÃO DOS ASSOCIADOS, PASSASTES POR UM CERIMONIAL E POR UM INTERROGATÓRIO, QUE VOS PARECERAM, TALVEZ, INÚTEIS, PRINCIPALMENTE NA ÉPOCA MATERIALISTA DA VIDA HODIERNA.



SE VOLVERMOS UM POUCO AO PASSADO E O COMPARARMOS AO PRESENTE, VEREMOS QUE ALGUMA COISA DE ETERNAMENTE BELA E ADMIRÁVEL EXISTE NO HOMEM, QUANDO, PERSCRUTANDO-LHE OS INSTINTOS MORAIS, O VEMOS, ATRAVÉS DAS LUZES DA RAZÃO E SÃS INSPIRAÇÕES, SENHOR DE SEU DESTINO SOCIAL. É QUE ENCARAMOS O HOMEM NÃO COMO UM SER DEGENERADO, PRESO A TERRA PELO EGOÍSMO DE SEUS SENTIMENTOS, RASTEJANDO NOS CÍRCULOS DOS PRECONCEITOS E SEGUINDO SERVILMENTE OS VELHOS ERROS HEREDITÁRIOS, MAS COMO UM SER SUPERIOR AOS DEMAIS, USANDO CONSCIENTEMENTE DE SEUS DEVERES E DE SEUS DIREITOS PARA CHEGAR AO APOGEU DA PERFEIÇÃO A QUE É DESTINADO PELA NATUREZA. EIS PORQUE NOSSAS CERIMÔNIAS SE DESTINAM A MOSTRAR-VOS QUE, A PARTIR DE HOJE, TENDES A DESEMPENHAR O PAPEL DE CONSTRUTOR SOCIAL.

ASSIM, PODEIS PERGUNTAR: ONDE ENCONTRAR NA CIÊNCIA HUMANA, NESTE AMÁLGAMA ONDE O BEM E O MAL ESTÃO INTIMAMENTE LIGADOS, OS ELEMENTOS NECESSÁRIOS PARA A REGENERAÇÃO

NÃO ABUSEMOS DE NOSSAS PRÓPRIAS FRAQUEZAS E MUITO MENOS DOS ENLEVOS DE NOSSA VAIDADE: O MAL EXISTE POR TODA A PARTE, COM SUAS ATRAÇÕES TENTADORAS, MAS, POR TODA PARTE ESTÁ IGUALMENTE O BEM, SERVINDO DE EIXO A TODAS AS EXISTÊNCIAS. O MAL NÃO É UM PRINCÍPIO DESCONHECIDO, UMA CAUSA SEM ORIGEM, É O LADO FRACO DE NOSSA NATUREZA, O PASSO ESCORREGADIO DA VIDA SENSITIVA E SE, MANCHANDO TRONOS E ALTARES, CORROPENDO CHOUPANAS E PALÁCIOS, INVADE A HUMANIDADE, NÃO É JUSTO QUE SACRIFIQUEMOS NOSSA DIGNIDADE DE HOMEM E NOSSA FORÇA MORAL AOS APETITES DA VIDA MATERIAL; NÃO É PARA QUE FUJAMOS DA CIÊNCIA DO BEM, MAS PARA QUE POSSAMOS PÔ-LA EM PRÁTICA NO MEIO SOCIAL.
EIS PORQUE RECEBEMOS O APRMAÇ COMO PEDRA BRUTA, QUE É PARA QUE EM SEU SER MORAL DEBASTE AS ARESTAS E AS ASPEREZAS QUE AINDA EXISTEM, A FIM DE SE TORNAR UM ELEMENTO ÚTIL A CONSTRUÇÃO DO EDIFÍCIO SOCIAL QUE À MAÇONARIA COMPETE ERIGIR. EMBORA, SIMBÓLICA, ESSA CONSTRUÇÃO NÃO SE FARÁ COM QUALQUER ARGAMASSA, MAS COM O APROVEITAMENTO DE NOSSA AÇÃO E DE NOSSO TRABALHO EXERCIDOS NOS CORAÇÕES HUMANOS, ONDE EXISTE AS IMPERFEIÇÕES DO ERRO E AS ASPEREZAS DO ORGULHO E DA VAIDADE, PARA QUE, EM PLENO DESENVOLVIMENTO DA LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA, SAIBAMOS QUE ELA SOMENTE PODE SER ÚTIL QUANDO A RAZÃO DOMINÁ-LA E GUIÁ-LA, SEM SACRIFICAR OS NOBRES INSTINTOS DA CONSCIÊNCIA À AVIDEZ DAS PAIXÕES MATERIAIS.

Instruções do Grau de Apr. Maç., compiladas pelo Irm Delgídio Gomes, M.M., para estudo, reflexão e aprendizado.
João Pessoa, Abril de 2010.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Maçonaria e o ‘20 de setembro’


Maçonaria e o ‘20 de setembro’

Da luz, que si difunde, sagrada filosofia surgiu no mundo assombrado, a pura maçonaria.

Da razão, parte sublime, sacros cultos merecia altos heróis adoraram, a pura maçonaria. (Hino da Maçonaria – D. Pedro I)

A maçonaria é uma associação iniciática, filosófica, filantrópica e educativa, de carácter universal, que cultiva os princípios da liberdade, igualdade e fraternidade. Os maçons estruturam-se e reúnem-se em células autônomas, conhecidas como Lojas.

- Maçonaria e a nacionalidade Brasileira
A história da maçonaria, participando de todos os momentos importantes de nossa pátria, se confunde com a própria nacionalidade brasileira. Sob o lema da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, os irmãos maçons foram os principais mentores intelectuais e atores de todos os grandes movimentos pátrios. Sua ação foi fundamental na Inconfidência Mineira, Independência, Revolução Farroupilha, Lei do Ventre livre, Libertação dos escravos e a criação da República. Dentre tantos personagens importantes de nossa história podemos citar alguns ilustres maçons como: Álvares Maciel, Barão de Mauá, Bento Gonçalves, Castro Alves, Dom Pedro I, Duque de Caxias, Frei Caneca Garibaldi, Gonçalves Ledo, Joaquim Nabuco José Bonifácio de Andrada, Marechal Deodoro, Padre Feijó, Quintino Bocaiúva, Rui Barbosa…
Sempre atualizada em relação às grandes questões nacionais, a maçonaria desenvolve, hoje, uma agressiva campanha em defesa da questão indigenista-ambientalista que aflige a nossa Amazônia e que ganha corpo graças à omissão e cooperação do governo federal.

- Revolução Farroupilha
O Venerável Mestre Bento Gonçalves da Silva, na noite de 18 de setembro de 1835, dirigiu os trabalhos da loja Maçônica Philantropia e Liberdade situada na Rua da Igreja, n° 67, atual Duque de Caxias. Nesta ocasião, foi definido o plano para a tomada de Porto Alegre pelos Revolucionários Farroupilhas e, consequente, a destituição do presidente provincial Fernandes Braga.

- Extrato de Balaústre nº 67 de 18 de Setembro de 1835


Aos 18 dias do mês de setembro do ano de 1835 da E:.V:.e 5835 da V:.L:. reunidos em sua sede, sito a Rua da Igreja, Nº 67, em um lugar Claríssimo, Forte e Terrível aos tiranos, situado debaixo da abóbada Celeste do Zenith aos 30º e 5´ de Latitude da América Brasileira, ao Vale de Porto Alegre, Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, nas dependências do Gabinete de Leitura onde funciona a Loj:. Maç:. Philantropia e Liberdade, com o fim de especificadamente traçarem as metas finais para o início do movimento revolucionário com que seus integrantes pretendem resgatar os brios, os direitos e a dignidade do povo Riograndense.
A sessão foi aberta pelo Ven:. Mestre Ir:. Bento Gonçalves da Silva. Registre-se a bem da verdade, ainda as presenças dos IIr:. José Mariano de Mattos, Ex Ven:. José Gomes de Vasconcelos Jardim, Pedro Boticário, Vicente da Fontoura, Paulino da Fontoura, Antonio de Souza Neto e Domingos José de Almeida, o qual serviu como Secretário e lavrou a presente ata. Logo de início o Ven:. Mestre depois de tecer breves considerações sobre os motivos da presente reunião de caráter extraordinário informou a seus pares que o movimento estava prestes a ser desencadeado. A data escolhida é o dia 20 do corrente, isto é, depois de amanhã. Nesta data, todos nós, em nome do Rio Grande do Sul, nos levantaremos em luta contra o imperialismo que reina no País.
Na ocasião, ficou acertada a tomada da Capital da Província pelas tropas dos IIr:. Vasconcellos Jardim e Onofre Pires, que deverão permanecer com seus homens nas imediações da Ponte da Azenha, aguardando o contingente que deverá se deslocar desde a localidade de Pedras Brancas, quando avisados. Tanto Vasconcellos Jardim como Onofre, ao serem informados responderam que estavam a postos aguardando o momento para agirem. Também fez ouvir o nobre Vicente da Fontoura que sugeriu o máximo de cuidado, pois certamente, o Presidente Braga seria avisado do movimento.
O tronco de Beneficência fez a sua circulação e rendeu a moeda cunhada de 421$000 contados pelo Ir:. Tes:. Pedro Boticário.
Por proposição do Ir:. José Mariano de Mattos, o tronco de Beneficência foi destinado à compra de uma Carta de Alforria, de um escravo de meia idade, no valor de 350$000, proposta aceita por unanimidade.
Foi realizada uma poderosa Cadeia de União, que pela justiça e grandeza da causa, pois em nome do povo Riograndense lutariam pela Liberdade, Igualdade e Humanidade, pediam a força e a proteção do G:.A:.D:.U:. para todos os Ir:. e seus companheiros que iriam participar das contendas.
Já eram altas horas da madrugada quando os trabalhos foram encerrados, afirmando o Ven:. Mestre que todos deveriam confiar nas LL:.do G:.A:.D:.U:. e como ninguém mais quisesse fazer uso da palavra, foram encerrados os trabalhos, do que, eu Domingos José de Almeida, Secretário, tracei o presente Balaústre, a fim de que, a história através dos tempos, possa registrar que um grupo de Maçons Homens Livres e de Bons Costumes, empenhou-se com o risco da própria vida, em restabelecer o reconhecimento dos direitos desta abençoada terra, berço de grandes homens, localizada no extremo sul de nossa querida Pátria.
Oriente de Porto Alegre, aos dezoito dias do mês de setembro de 1835 (E:.V:.)
18º dia do sexto mês Tirsi da V:.L:. ano de 5835.
Assinado: Ir:. Domingos José de Almeida – Secretário
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Texto de Hiram Reis e Silva

domingo, 7 de novembro de 2010

A MAÇONARIA



A MAÇONARIA


A Maçonaria não é uma sociedade beneficente ou securitária e não visa lucro. Todavia são imensuráveis os serviços caritativos prestados por ela, no esforço comum de todos os homens pela solidariedade entre irmãos, mesmo fora de seus quadros. Ela prega a fraternidade e o auto-desenvolvimento e, através da exemplificação dos princípios e preceitos da ordem maçônica, almeja-se tornar melhores os homens bons.

Uma filosofia de vida

Maçonaria significa muitas coisas para muitas pessoas. Isso é verdade, não apenas para os não-maçons, mas se aplica também aos maçons.
A maçonaria tem conotação diferente em situações diversas. Alguém escreveu que maçonaria é gentileza em casa, honestidade nos negócios, lealdade no trabalho, cortesia na sociedade, compaixão e inquietação pelos doentes e infelizes, resistência às adversidades, ajuda aos fracos, perdão aos arrependidos, amor ao próximo e, acima de tudo, reverência e amor a Deus. Sim, ela é tudo isso, mas é mais. Maçonaria é uma filosofia de vida, um modo agradável de se viver.

Método de ensino maçônico

Atualmente a Loja Maçônica é chamada especulativa porque ela dá ênfase à filosofia moral, que é a base, e não à arte de edificar construções que ocupava os maçons do século XVI e anteriores. As ferramentas dos pedreiros são utilizadas para simbolizar as virtudes morais, em vez de servirem para construir catedrais.
Os ensinamentos da Maçonaria estão baseados em princípios éticos que são aceitáveis por todos os homens de bem. Entre seus preceitos figuram o entendimento e a caridade para toda a humanidade. Apesar de perseguida muitas vezes por monarcas e ditadores, a Ordem Maçônica tem perseverado em sua obra.
Através do Simbolismo e de alegorias ensinados pelos rituais e livros o Maçom aprende os princípios do Amor Fraternal, da Assistência e da Lealdade. Os princípios da Maçonaria baseiam-se em sentimentos de profundo amor pela pátria, respeito ao próximo e a vontade pessoal de viver uma vida virtuosa.
A Maçonaria proclama, orgulhosamente, que é composta por homens que estão comprometidos a estender Amor Fraternal e Afeição a todos, em qualquer lugar, sem interferir nas crenças de qualquer homem, sejam religiosas ou leigas, sem buscar obter vantagens para seus membros, do ponto de vista profissional ou político.
Grande Loja Maçônica de Pernambuco

sábado, 6 de novembro de 2010

ÉTICA MAÇÔNICA



ÉTICA MAÇÔNICA
Por Ir.´. Ed Halpaus *


“Um homem sem ética é uma besta desenfreada solta neste mundo.” (Irmão Manly Hall)

Querido Estudante de maçonaria,

Eu tive a felicidade de poder assistir a algumas reuniões maçônicas recentemente, e a oportunidade de falar sobre Maçonaria. Na conclusão de algumas das minhas palestras, sempre havia tempo para algumas perguntas e respostas. Eu gosto de ser perguntado sobre Maçonaria por alguns motivos: Um deles é que é sempre bom para aquele que pergunta obter uma resposta para algo que estava em sua mente. Outro motivo é que me dá a oportunidade de fazer alguma pesquisa para encontrar a resposta. Nossa Comissão de Educação, na verdade, não só acolhe e solicita perguntas, nós realmente gostamos de recebê-las, porque, se não fosse pelas perguntas, não haveria muito que significasse informação/educação maçônicas.
Recentemente, um tema tem surgido na internet sobre a ética na educação maçônica. Tenho lido muitos dos posts na internet, e se eu entendo direito, a questão diz respeito ao fato de ser ético saber algo sobre a Maçonaria que seria interessante, e não compartilhar. Eu acho que vejo as coisas de forma diferente; acho que ética é muito simples. O Rev. John Maxwell também afirma que é muito simples: ele sugere que se uma pergunta sobre a ética surgir, faça uma pergunta simples: "Como eu gostaria de ser tratado nesta situação?"
Quando se trata de conhecimento maçônico, eu sempre quis ser capaz de aprender com os outros, falando com eles, ouvindo palestras maçônicas, lendo o que eles tinham a dizer sobre a ordem, etc. Todo maçom tem o direito de aprender tanto quanto quiser sobre Maçonaria, e aqueles de nós que têm informações a passar adiante temos a obrigação de ajudar nossos irmãos a aprender aquilo que eles querem aprender. Esta idéia está presente na Obrigação do primeiro grau e também no código maçônico de minha Grande Loja. A nenhum Maçom deveria ser negada informação de que ele devesse ou precisasse saber.
Ao final de minhas palestras, e através de e-mail, correio e telefone, recebo um monte de boas perguntas, tanto de maçons quanto de profanos. (Nem todos os estudantes de maçonaria foram iniciados.) Há um grande interesse na Maçonaria e em tudo que a rodeia.
Recentemente, recebi uma pergunta que envolvia algo que eu nunca pensei viesse à tona.
Pouco antes disso eu estava lendo sobre Hermann Goering no livro de Denslow "10.000 maçons famosos". [Este livro pode ser encontrado on-line em www.phoenixmasonry.org ] Eu acho que o "10.000 maçons" de Denslow é um livro maravilhoso para o estudante de maçonaria possuir, e sou muito grato ao irmão que me forneceu um exemplar [na verdade, um conjunto de 4 livros], que eu uso e leio regularmente.
Enfim, no volume 2, Herman Goering é mencionado, não porque ele era maçom - ele não era -, mas porque ele era um antimaçom. (Os verdadeiros antimaçons nunca ficarão felizes até, e a menos que a fraternidade maçônica deixe de existir.
Aqui está a pergunta que foi feita após uma de minhas palestras: O irmão vira uma foto de uma publicação antiga mostrando uma cerimônia (ele não a tinha consigo naquele momento, mas ele a descreveu para mim) na Alemanha, em 1938, no lançamento da pedra fundamental da fábrica da Volkswagen. Ele disse que certamente se parecia com uma cerimônia maçônica, e parecia que os homens vestindo casacas e um deles, de cartola, usava um avental. A pergunta era se eu achava que era uma cerimônia maçônica? Devo acrescentar que Adolfo Hitler também aparecia na foto.
Não é nenhum segredo que Hitler queria acabar com a Maçonaria, assim como Hermann Goering. Lendo sobre Goering em "10.000" descobre-se sua rápida ascensão ao poder dentro do governo nazista com crescente responsabilidade e poder. A parte interessante da curta biografia de Goering no "10.000" é quando ele se encontrou e conversou com o Grão Mestre Von Heeringen em 07 de abril de 1933. Goering lhe disse: "Em um estado nacional socialista... não há lugar para os maçons." Interessantes em suas palavras - não "não há lugar para a Maçonaria", mas "não há lugar para os maçons". Denslow relata que "Mais tarde, os chefes da
maçonaria alemã informaram 'se a intenção do ministro Goering encontrasse aprovação geral no gabinete do Reich, não haveria nenhuma questão quanto à continuidade de nossa Grande Loja de Maçons. ' Seguem-se as regras segundo as quais a Maçonaria poderia continuar - 1. suspensão do uso das palavras 'maçom' e 'Loja'; 2. Interrupção de todas as relações internacionais; 3. Exigência de que todos os membros fossem de origem alemã, 4. Eliminação da exigência de Segredo; 5. Eliminação daquelas partes do ritual, que tinham origem no Velho
Testamento. [Os números foram adicionados por mim ou para esclarecimento.] Como resultado, a Grande Loja Nacional mudou seu nome para 'Ordem Nacional Cristã de Frederico, o Grande”.
No livro "A Maçonaria no contexto" dos irmãos Morris e De Hoyos, há um capítulo intitulado "No Olho do Furacão", de Rolf Melzer, que visita este período da história e os eventos acima mencionados com mais detalhes. Um trecho deste livro e do capítulo está em:
http://books.google.com/books?id=hXq4lJeX_DUC&pg=PA97&lpg=PA97&dq=search:+The+Nati
onal+Christian+Order+of+Frederick+the+Great.&source=bl&ots=1Wf9dRSqGA&sig=eW2- gytGyujI62mzde5VHPHYYv0&hl=en&ei JHPvS6LeMIO0lQeVw8y1CA = & sa = X & oi = book_result
& ct = result & resnum = 3 & mf = 0CB8Q6AEwAg v = # onepage & q & f = false

Quanto à foto da cerimônia de lançamento da pedra fundamental da Volkswagen em 1.938, aqui estão algumas informações interessantes sobre ela:
Acho que encontrei a foto online em: http://auto.howstuffworks.com/ 1931-1945-volkswagen beetle3.htm . Agora, se você é um pouco como eu, precisará de uma lupa para ver tudo o que há na foto. Mas, parece-me que o homem vestindo smoking e cartola está vestindo um avental, embora não seja um avental branco de pele de cordeiro, mas sim um avental marrom e maior, e parece-me que ele e os outros estão fazendo a saudação nazista. Hitler está em primeiro plano olhando o carro Volkswagen (Fusca). A legenda também é muito interessante: "Com muito
alarde, Adolf Hitler presidiu a cerimônia de lançamento da pedra fundamental da nova fábrica da Volkswagen em 26 de maio de 1938, no que viria a ser chamado de Wolfsburg." O artigo que segue sobre o carro da Volkswagen é interessante para aficionados do carro e de história.
Meu palpite, e apenas uma suposição já que não posso saber ao certo, é que os homens na foto realizando a cerimônia eram membros da "Ordem Nacional Cristã Frederico, o Grande". Não sendo mais maçons, eles ainda conhecem a cerimônia da pedra fundamental e muito provavelmente, teriam satisfação em realizá-la para um novo edifício. E, se eu estou correto, alguma coisa da cerimônia poderia se parecer com uma cerimônia maçônica, com exceção dos simbolismo ligado aos elementos, a cerimônia de pedra fundamental seria muito semelhante ao de qualquer cerimônia de pedra fundamental, que eu acho era realizada muito antes da Maçonaria especulativa, tal como a conhecemos hoje. O Irmão Jim Tresner escreveu um excelente livro chamado "Do Sacrifício ao Símbolo", que traça a história das pedras angulares e cerimônias de 8000 a.C. até o ano 400 e.v., passando pela Idade Média até os dias atuais. E ele explica como a cerimônia maçônica da Pedra Angular evoluiu a partir de cerimônias de lançamento de pedra angular anteriores. Se você quiser ler um livro que responde a uma série de perguntas, se não todas, sobre cerimônias de pedra fundamental leia o livro de Tresner, ISBN: 0-935633-31-6
O que é interessante retirar deste episódio da história e da formação da Ordem Nacional Cristã Frederico, o Grande, após a eliminação da Grande Loja Nacional da Alemanha é que, para ganhar o favor do Governo Nacional Socialista, a Grande Loja cumpriu as exigências feitas por Goering. Isso, na prática, removeu todos os maçons judeus da nova organização e da Maçonaria; eliminou o ritual, uma vez que a lenda de Hiram vem dos livros do Antigo Testamento, Crônicas e Reis; também eliminou toda e qualquer coisa de natureza privada, inclusive a maneira como alguém votaria dentro de um grupo sobre coisas que precisavam ser votadas. Mudando para tentar ganhar o favor do novo governo, os maçons da Grande Loja da Maçonaria fizeram com que a maçonaria deixasse de existir. Independentemente de uma cerimônia de pedra fundamental ser ou não uma cerimônia maçônica.

Ética - quão ético é mudar uma organização para eliminar todos os não-cristãos que eram membros - Como pergunta o Rev. Maxwell: "Como eu gostaria de ser tratado nesta situação?"
Ser removido sem mais nem menos, de uma fraternidade que você ama seria um corte muito cruel.
"A ética deve começar no topo de uma organização. É uma questão de liderança e do Chefe do Executivo deve dar o exemplo.

"Edward Hennesy”
*- Ed Halpaus é membro da Grand Lodge of A.F. & A. M. of Minnesota, USA.