segunda-feira, 30 de abril de 2012


"A Luz..."
No momento da sua Iniciação, o maçom, recém neófito, vislumbra apenas uma réstia da Luz, uma porção da centelha divina.
Tal como na “Alegoria da Caverna” do filósofo grego Platão, também o neófito, não está preparado para receber a Luz na sua grandeza, uma vez que, ficaria ofuscado com a experiência e não recolheria os benefícios dessa exposição luminar.
Só através da sua longa caminhada maçônica, será possível ao maçom aceder à totalidade e imensidão da Luz e compreender a sua magnificência. Apesar disso, a Luz nunca o abandonará, pois a cada passo dado, a escuridão onde vive mergulhado se irá esbatendo, fruto do seu estudo e trabalho em prol do melhoramento da sua condição humana. E no dia em que partir para o Grande Oriente Eterno e se libertar do seu “corpo físico”, será para a Luz que o maçom se encaminhará.
A Luz por sua vez, não é uma luz literal, não é uma lâmpada ou um holofote; a Luz é um “estado de alma”, que só é alcançável a alguns, não os escolhidos, mas os que trabalham na senda de a atingir. E que trabalhando, retiram o véu que lhes cobre os olhos. Não é á toa nem por mera futilidade que os maçons quando alguém os questiona sobre o que sentiram e observaram quando tiveram contato com a Luz durante a sua cerimônia de Iniciação, afirmarem que é algo que não se consegue explicar por palavras, sejam quais forem… Uma vez que só passando por tal experiência e sentindo tudo o que há por sentir na sua Iniciação, pode alguém vivenciar tais sentimentos. É uma experiência única e transcendental. Quase divinal…
A Luz para os maçons também representa o Grande Arquiteto do Universo (a Divindade), e como tal, nas suas celebrações rituais, é imprescindível que os maçons dirijam o seu olhar para a Luz, por forma a venerarem e sentirem a Sua presença metafísica no templo. O que só é possível através de um certo estado de Iluminação, uma espécie de chamamento e estado de meditação que se sente no íntimo de cada um (por isso é algo que varia de Ser para Ser e só de forma gradual se a vai conquistando).
Concluindo, fica a reflexão: “tudo o que foi Luz à Luz retornará…”


Nuno RaimundoLoures, Portugal

domingo, 29 de abril de 2012

 

O custo do sucesso


Por Ralph Marston
 
 
Se o sucesso não tivesse um custo, todo mundo seria um sucesso.
Se as conquistas não tivessem um custo, todos seríamos conquistadores.
Se a felicidade não exigisse dedicação, ela perderia o sentido. Temos a tendência de pensar em grandes conquistas levando em conta apenas o resultado final. Mas geralmente isso é só uma gota.
A conquista mesmo está no fazer, no esforço, na dedicação, no custo exigido. Ter uma vida de sucessos não significa acumular troféus e prêmios. Mas sim estar disposto a comprometer-se com o custo que esse sucesso exige. Ser um sucesso exige esforço, dedicação, disciplina, foco, paixão, e muitas outras qualidades. E todas estas exigências devem ser exercitadas em todos os momentos. No preço que você paga está o valor que você procura.

Seja ético - A vitória que vale a pena é a que aumenta sua dignidade e reafirma valores profundos. Pisar nos outros para subir desperta o desejo de vingança.

Estude sempre e muito - A glória pertence aquele que tem um trabalho especial para oferecer.

Acredite sempre no amor - Não fomos feitos para a solidão. Se você está sofrendo por amor, ou está com a pessoa errada ou amando de uma forma ruim para você. Caso tenha se separado, curta a dor, mas se abra para outro amor.

Seja grato a quem participa das suas conquistas - O verdadeiro campeão sabe que as vitórias são alimentadas pelo trabalho em equipe. Agradecer e a melhor maneira de deixar todos motivados.

Eleve suas expectativas - Pessoas com sonhos grandes obtém energia para crescer. Os perdedores dizem: "Isso não é para nós". Os vencedores pensam em como realizar seu objetivo.

Curta muito a sua companhia - Casamento dá certo para quem não é dependente. Aprenda a viver feliz mesmo sem uma pessoa ao lado. Se não tiver com quem ir ao cinema, vá com a pessoa mais fascinante: você!

Tenha metas claras - A história da humanidade é cheia de vidas desperdiçadas. Amores que não geram relações enriquecedoras, talentos que não levam a carreiras de sucesso. Ter objetivos evita o desperdício de tempo, energia e dinheiro.

Cuide bem do seu corpo - Alimentação, sono e exercícios são fundamentais para uma vida saudável. Seu corpo é seu templo. Gostar da gente deixa as portas abertas para que os outros gostem de você também.

Amplie os relacionamentos profissionais - Os amigos são a melhor referência em crises e a melhor fonte de oportunidades na expansão. Ter bons contatos é essencial em momentos decisivos.

Seja simples - Retire de sua vida tudo o que lhe da trabalho e preocupação desnecessários. Crie espaço para desfrutar mais a viagem da vida.

Mulher, não imite o modelo masculino - Os homens fizeram sucesso a custa da solidão e da restrição aos sentimentos. O preço tem sido alto: infartos e suicídios. Sem duvidas, temos mais a aprender com as mulheres do que vocês conosco. Preserve a sensibilidade feminina – e mais natural e lucrativa.

Tenha um orientador - Viver e decidir na neblina sabendo que o resultado só será conhecido quando pouco restar a fazer. Procure alguém de confiança, de preferência mais experiente e bem sucedido, para lhe orientar nas indecisões.

Jogue fora o vicio da preocupação - Viver tenso e estressado está virando moda. Parece que ser competente e estar de bem com a vida são coisas incompatíveis. Bobagem! Defina suas metas, conquiste-as e deixe a neura para quem gosta dela!

O amor é um jogo cooperativo - Se vocês estão juntos, é para jogar no mesmo time. Ficar mostrando dificuldades do outro ou lembrando suas fraquezas para os amigos não tem graça.

Diga adeus a quem não merece - Alimentar relacionamentos que só trazem sofrimento e masoquismo atrapalha sua vida.

Resolva - A pessoa do próximo milênio vai limpar de sua vida as situações e os problemas desnecessários. Saiba tomar decisões, mesmo as antipáticas. Você otimizara seu tempo e seu trabalho. A vida fluirá muito melhor.

Aceite o ritmo do amor - Assim como ninguém vai empolgadíssimo todos os dias para o trabalho, ninguém está sempre no auge da paixão. Cobrar de si e do outro viver nas nuvens é o começo de muita frustração.

Celebre as vitórias - Compartilhe o sucesso, mesmo pequenas conquistas, com pessoas queridas. Grite, chore, encha-se de energia para os desafios seguintes.

Perdoe - Se você quer continuar com uma pessoa, enterre o passado para viver feliz. Todo mundo erra, a gente também.

Arrisque - O amor não é para covardes. Quem fica a noite em casa sozinho só terá de decidir que pizza pedir, é o único risco que corre será o de engordar.
Tenha uma vida espiritual - Conversar com Deus é o máximo, especialmente para agradecer. Ore antes de dormir, comer, por tristeza, por felicidade, por qualquer motivo. Oração e meditação são forças de inspiração que elevam sua alma, fortalece seu espírito e aumenta sua fé.

sábado, 28 de abril de 2012


Irmão Com Três Pontinhos
CM Álvaro Rodriguez Perez , ARLS Morada do Sol 227
Oriente de Araraquara -SP , 18/08/2002 ev
A palavra irmão, tal como se encontra no dicionário, significa pessoa que descende de um ou dos dois pais comuns. Essa definição baseada na origem biológica da pessoa, embora bastante simples e precisa não é suficiente para definir a palavra irmão no sentido mais amplo do termo.

Muitas religiões, notadamente os evangélicos no Brasil, utilizam o termo irmão para definir aquele que professa a mesma religião que a sua, esse sentido deriva da crença que todos somos filhos de um único Deus e, portanto a humanidade formaria, segundo esse entendimento, uma grande família, sendo todos irmãos. É sem dúvida uma bela e filosófica visão e talvez seja um fim a ser alcançado.

Nos Estados Unidos da América, os índios Sioux, tinham uma tradição que era a seguinte: todo menino nascido na tribo, durante os primeiros meses era amamentado por todas as mulheres da tribo, dessa forma esse menino ao tornar-se um guerreiro, considerava todas as mulheres da tribo como suas mães e todos os velhos como seus avós, destarte todos os outros guerreiros eram seus irmãos e estando em batalha, cada um cuidaria da sua vida e da vida de seus irmãos, sendo esse um sentimento tão forte que jamais um irmão seria abandonado no campo de batalha, se tivessem que morrer morriam juntos, irmãos na vida e na morte.

Na Maçonaria temos o costume de tratar-nos como irmãos, demonstrando dessa forma o caráter fraternal de nossa organização. Quando um profano recebe a luz em um templo, durante o ritual de iniciação, a primeira coisa que ele vê são seus irmãos armados com espadas, jurando protege-lo sempre que for preciso.

A partir desse momento todos que a ele se referem o tratam por irmão, os filhos de seus irmãos passam a tratá-lo como tio e as esposas de seus irmãos passam a ser suas cunhadas. Forma-se nesse momento um elo firme entre o novo membro da ordem e a família maçônica.

É difícil precisar, no entanto, como esse vinculo se cria e se mantém. Porque? ao sermos reconhecidos como Maçons o outro lado prontamente abre um sorriso amigo e te abraça, como se já te conhecesse de toda a vida. Que força é essa que nos une e faz com que homens de diferentes, raças, credos, profissões e classes sociais, tenham um sentimento de irmandade mais forte entre eles, que entre irmãos de sangue?

A Maçonaria que passou por várias fases em sua existência desde a Maçonaria operativa até as atuais Lojas Simbólicas, foi refinando a maneira pela qual seus membros são escolhidos e convidados para integrar nossas colunas, o possível candidato sem saber está sendo observado em seus atos e na forma de conduta na vida profana, sendo que ao ser formalmente convidado, parte de sua avaliação já foi concluída, bastando agora cumprir os regulamentos da respectiva potência maçônica, para levar a cabo o ingresso do novo membro.

Talvez devido ao fato que todo o Maçom sabe dos rigores dessa seleção, em que pese o fato de que algumas vezes cometemos erros, iniciando irmãos que nem de longe mereceriam essa honra, nós temos a tendência a confiar em um irmão porque sabemos que ele é livre e de bons costumes.

Aquele que ao apor sua assinatura em uma folha qualquer acrescentar os três pontinhos deve saber que está dizendo ao mundo, “Sou Livre e de Bons Costumes”. E como tal será cobrado em suas ações e atitudes tanto dentro dos templos como no mundo profano.

Creio que muitos irmãos adentram à nossa ordem sem a devida reflexão da responsabilidade que isso lhes impões, repetem os juramentos sem entender a verdadeira abrangência de suas palavras, o fazem por que isso faz parte do ritual, da mesma forma que pessoas que jamais freqüentam a igreja se casam e juram amor eterno e fidelidade diante do sacerdote sem, no entanto ter a menor intenção de cumprir esse juramento.

È compreensível que muitos irmãos entrem na Ordem sem o devido conhecimento da mesma, até porque esse conhecimento é pouco divulgado e muitas vezes os padrinhos e aqueles que fazem as sindicâncias não esclarecem o profano devidamente sobre as responsabilidades que estará assumindo. O que não é aceitável é que depois de ingressar e conhecer nossas normas e formas de conduta exigidas o irmão continue agindo como antes do ingresso, ou seja, o irmão transforma-se naquilo que costumamos chamar de “Profano de Avental”, é aquele irmão que embora imbuído de boas intenções não permeou seu espírito com os ensinamentos da Maçonaria e mesmo que permaneça na Ordem por toda a vida jamais será um Maçom no mais completo sentido da palavra.

Nossa ordem necessita de irmãos que tenham entre si aquele sentimento de fraternidade e solidariedade, tal qual os guerreiros Sioux, que sendo filhos genéticos de pais diferentes se sentem irmãos, porque participam de algo que é maior que cada um deles individualmente.

Nossas Lojas precisam de irmãos de verdade, aqueles que tem orgulho de pertencer a essa instituição e estão dispostos a sacrifícios pessoais em benefício da mesma. Ele deve lembrar-se sempre que ele não escolheu a Maçonaria, mas foi por ela escolhido por reunir as condições necessárias para tal. No entanto ele escolheu ficar e deve ser fiel aos seus juramentos.

Precisamos, portanto de Irmãos com três pontinhos de verdade.

CM Álvaro Rodriguez Perez , ARLS Morada do Sol 227

Oriente de Araraquara –SP , 18/08/2002 ev

sexta-feira, 27 de abril de 2012


A PEDRA BRUTA
1.- INTRODUÇÃO
2.- PEDRAS NA VIDA HUMANA
3.- OUTRAS PEDRAS COINCIDENTES
4.- COINCIDÊNCIAS RELIGIOSAS
5.- SÍMBOLO DO GRAU DE APRENDIZ MAÇOM
6.- CONCLUSÃO
7.- BIBLIOGRAFIA




1.- INTRODUÇÃO

Ao reunir subsídios para a elaboração deste trabalho sobre a PEDRA BRUTA me deparei com muitos textos bastante semelhantes entre si, a maioria discorrendo sobre a simbologia para o aprendiz maçom e o quanto ela representa. Por exemplo, a imperfeição espiritual do homem, ou ainda, o início da transferência do conhecimento maçônico.

Intuí, então, que pouco ou nada somaria reapresentar as mesmas coisas, mesmo que - talvez - em outro formato. Resolvi buscar, então, alguns dados históricos sobre a importância das pedras, em geral, na vida humana. Foi aí que me surpreendi, pois me deparei com uma infinidade de textos e citações dando conta da antigüidade e da profundidade da influência das pedras na vida humana.

A forte presença das pedras em muitas passagens bíblicas, e até mesmo a disputa pelo direito de fazer interpretações das escrituras nos estimulam a pensar no elevado sentido que tudo isto deve ter em nossas vidas.

Ao final, me permito calcar minha conclusão exatamente no discutidíssimo Gênesis 1, 26: “ Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.”
2.- PEDRAS NA VIDA HUMANA

As pedras sempre tiveram papel extremamente importante na vida humana, quer como material, quer como símbolo. Em Discursos e Práticas Alquímicas, no quarto Colóquio Internacional de Lisboa ocorrido em 2002, Carlos Dugos escreveu sobre o Simbolismo da Pedra – Correspondências Maçônico-Alquímicas. Disse que as pedras sagradas ou sacralizadas são divididas em dois gêneros, pela Tradição:
- aerólitos que, por serem oriundos do Céu, têm todas as conseqüências simbólicas dessa origem;
- pedras de Obra, que são objeto de manipulação iniciática,
No trecho intitulado ¨Estados da pedra e as nomenclaturas simbólicas¨ disse: ¨...a pedra manipulada canonicamente que, tendo no bétilo (pedra sagrada, considerada, no antigo Oriente Próximo, como a morada de um deus e, às vezes, o próprio deus ) o seu arquétipo (modelo pelo qual se faz uma obra material ou intelectual/ modelo ideal, inteligível, do qual se copiou toda coisa sensível: para Platão a idéia do bem é o arquétipo para todas as coisas boas da natureza), constitui sempre um modo de espiritualizar a substância, materializando o espírito."

Disse também que ao se tomar as tradições hermética e maçônica como dupla referência, pode-se estabelecer analogia entre a pedra alquímica, como matéria prima da Obra, e a pedra do construtor, como módulo individual do Templo. E continua:

"A fase hermética do nigredo, em que a matéria escolhida é ¨carbonizada¨, destina-se a provocar a sua morte física – putrefacio – condição primeira para um eventual renascimento in gloria. Marcado pelo luto das trevas, este momento constitui uma paixão no sentido teológico do termo. Tal dissolução destrói a escória corporal, tomando a massa um aspecto cadavérico. Não obstante, sob tal aparência, algo palpita no seu interior, indicando que a morte é um mero efeito iniciático e não uma causa absoluta.

Bem assim, a Pedra Bruta maçônica é negra e sobre ela se faz o primeiro trabalho do recém iniciado que, vindo das trevas mortais em que todo homem nasce, viu uma réstia da luz, ao terceiro ¨golpe¨. Esta pedra disforme, aparentemente inerte, guarda igualmente, em si, o germe modular de uma metamorfose.

Aprendendo de pronto os ensinamentos da Iniciação, o novo Aprendiz transmite à Pedra Bruta, por três ¨golpes¨, a luz que do mesmo modo lhe foi dada. Com isto torna dúctil a morfologia áspera do mineral, transmitindo-lhe um sopro do espírito, como prelúdio de uma fase mais adiantada da Obra.
"

O albedo (poder refletor de um corpo não luminoso que difunde a luz recebida: albedo da lua)
hermético tem o seu tempo quando a escória negra da pedra calcinada apresenta, em alguns pontos, o brilho do diamante negro. É o sinal de que o cadáver se anima de uma insuspeitada vitalidade. Trata-se, então, de libertar essa emanação de todo o carvão que a envolve, de forma a que, devidamente purificada e isolada, ganhe o esplendor brilhante da neve, um fulgor de alvura e de pureza dificilmente atribuível à natureza, no seu estado nativo. Ao corpo renascido juntou-se agora uma «alma».

Essa brancura é também emblemática da Pedra Cúbica, na qual o Companheiro maçom aplicou a sua Arte purificadora. A escória que enegrecia o minério e lhe dava uma forma caótica, foi desbastada até se obter a perfeição do cubo, entidade geométrica associada à volumetria das quatro, das seis e, potencialmente, às sete direções do espaço, ou outras tantas qualidades arquétipas da realidade. Agora, a pedra é uma fonte de conhecimento e ensinamento.
"
3.- OUTRAS PEDRAS COINCIDENTES
Diz ainda o mesmo Carlos Dugos:

"A Pedra Filosofal alquímica constitui uma particularidade contida na natureza da Pedra Bruta, do mesmo modo que a Pedra de Chave maçônica representa uma especificidade incluída no contexto geral da Pedra Cúbica de Ponta. A primeira reporta-se a um sentido temporal de eternidade – a sua posse equivale, alegoricamente, a viver-se para sempre, livre de doenças e da morte. A segunda está associada à idéia do espaço infinito – sendo ela o remate cental da abóbada do Templo, o que equivale a dizer-se a abóbada celeste constitui o suporte do Universo."

"A Maçonaria conhece ainda a Pedra Angular ou de Fundamento, cornestone cuja implantação, no início de uma obra de edificação, é praticada mediante um rito próprio que, na versão profana da construção civil, foi substituído pela cerimônia do lançamento da “primeira pedra”. Tal rito está ligado à idéia de início; primeiro impulso, em tudo conforme o simbolismo de Janu, a divindade latina propiciadora de todos os começos, já que presidia a porta que mediava entre o fim de um ano e o começo de outro, numa clara alusão ao caráter solsticial desta entidade. Como se depreende, o simbolismo desta pedra remete para a matéria prima inicial da Obra, seja ela a Pedra Bruta ou a substância escolhida para a manipulação alquímica."
4.- COINCIDÊNCIAS RELIGIOSAS
O início
Em Gênesis 2, 7 está escrito: "Formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida;e o homem foi feito alma vivente."

Mais adiante, no versículo 7 do mesmo capítulo, consta: "O ouro dessa terra é bom; ali há o bdélio (goma-resina do Levante e das Índias Orientais, empregada para falsificar a mirra), e a pedra ônix."

Portanto, dentre as tantas coisas criadas, lá já estava a pedra negra, bruta, mas que, trabalhada, se transforma até em fulgurante jóia.

A pedra do testemunho de Josué
Em Josué 24, 26-28, lemos: "
E Josué escreveu estas palavras no livro da lei de Deus. Então tomou uma grande pedra, e a erigiu ali debaixo do carvalho que estava junto do santuário do Senhor.

Disse Josué a todo o povo: Vede! Esta pedra nos será por testemunho. Ela ouviu todas as palavras que o Senhor nos disse. Será por testemunho contra vós, para que não mintais a vosso Deus.

Então Josué despediu o povo, cada um para a sua herança.
"

Pedra – um homem, pedras – o Templo
"
A corrente religiosa cristã, a cuja tradição estão associadas praticamente todas as modalidades ocidentais da Arte Real, incluindo a Alquimia e a Maçonaria, tem na pedra uma das suas principais figuras simbólicas. De resto, o simbolismo da pedra é universal, particularmente nos povos sedentários e, sobretudo, devido à unidade da Tradição Primordial, de onde provêm todas as tradições particulares.

De um modo geral, uma pedra é tomada como símbolo de um homem, em termos individuais, enquanto o conjunto ordenado de pedras – o Templo – simboliza o coletivo da Humanidade.

Pedro foi chamado a tornar-se a pedra de fundamento da futura Igreja já que, do ponto de vista pastoral, a pedra perfeita personificada pelo sucessor de Cristo, serviria de modelo às outras pedras formadas pelo coletivo dos crentes, sendo a Igreja o próprio conjunto assim formado.

O anúncio evangélico de que o Templo derrubado seria reerguido em três dias, correspondentes à paixão, morte e ressurreição de Cristo e, bem assim, às três fases da Obra hermética e aos três tempos da mestria maçônica.

A corrente cristã apresenta, na sua origem, um claro sinal de que os elementos do princípio real e ativo são nela predominantes sobre os elementos do princípio sacerdotal e contemplativo. Jesus nasce sob a égide do Leão da Casa Real de Judá, de tradição guerreira e não no seio das tribos de vocação sacerdotal, nomeadamente a de Levi.

O PRIMADO DE PEDRO (MARCOS LIBÓRIO)
Uma das grandes razões de divergência entre católicos e protestantes diz respeito à legitimidade para a interpretação das Sagradas Escrituras. Para os seguidores da reforma, qualquer pessoa poderia ler e entender corretamente a Bíblia, sem o auxílio de ninguém senão do Espírito Santo, que guiaria cada um infalivelmente na busca do verdadeiro significado da palavra divina.

É o chamado livre exame da Bíblia, proposto pelo ex-frade Lutero.

Para os católicos, o legítimo intérprete das Escrituras (e também da Tradição) é o papa, sucessor direto de São Pedro, pois Cristo confiou a ele esse mistério. Ao papa, portanto, devem os católicos obediência em matéria de fé e moral, em função do poder divino a ele conferido.

Os protestantes, apesar de discutir as passagens discordantes da Bíblia de forma crítica, acabam tendo que reconhecer que cada um, em conexão direta com Deus, tem a sua interpretação, a sua “verdade”, originando-se, dessa forma, o fenômeno da multiplicação das seitas que se constata a partir do século XVI, e que não cessou até hoje.
"

Pedro é o mais citado pelos Evangelistas
Pedro é o mais proeminente dos Apóstolos, começando pelo número de vezes que seu nome é mencionado nos Evangelhos (171 vezes). Além da quantidade, é relevante destacar que seu nome é normalmente ligado às citações que denotam importância.
Cristo muda o nome de Simão para Pedro
Outro destaque exclusivo de Pedro é que Cristo, ao chamá-lo a uma nova e superior vocação, lhe atribui curiosamente um novo nome, que carrega o significado poderoso de, ao mesmo tempo, chefe e fundamento da nova sociedade que terá por missão espalhar os ensinamentos do Mestre pelos quatro cantos do mundo: "Este (André) encontrou primeiro seu irmão Simão, e lhe disse: Encontramos o Messias. E levou-o a Jesus. E Jesus, fixando nele o olhar, disse: Tu és Simão, filho de João, tu serás chamado Cefas, que quer dizer Pedro" (Pedra) (João I, 41-42).

Analisemos em primeiro lugar a mudança do nome: quantas vezes, em toda a Escritura, Deus muda o nome de alguém? Se são poucas as vezes, conclui-se que este ato é solene, dada a sua excepcionalidade, que faz concluir a gravidade daquilo que o motivou.

Ora, em toda a Sagrada Escritura Deus muda apenas três vezes o nome de homens, sempre para destacar a dignidade de uma vocação superior: primeiro, muda o nome de Abrão para Abraão, tornando-o o patriarca fiel a Deus e recompensado com a Antiga Aliança e a promessa de uma descendência pujante (Gênesis, XVII, 5-8). O segundo eleito é Jacó, a quem Deus nomeia Israel, renovando as promessas feitas ao avô em relação ao povo judeu. A mais ninguém Deus concede este privilégio, nem a reis nem a Profetas, que foram tantos e com tal santidade! No Antigo Testamento, Deus sela a Aliança com seu povo escolhendo e mudando o nome dos Patriarcas, mostrando de forma inequívoca que unge – separa - seus eleitos.

O "Tu és Petrus"
Cristo dirige-se a Pedro, após sua maravilhosa profissão de fé ("Que dizem os homens de mim" ... "que dizeis vós?" "Tu és o Cristo, Filho de Deus vivo!", e confirma sua promessa: "Bem aventurado és Simão Barjona, porque não foi a carne e o sangue que a ti revelou, mas sim meu Pai que está nos céus, e eu digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão sobre ela. E eu te darei as chaves do reino dos céus, e tudo o que ligares na terra será ligado também nos céus" (Mateus, XVI, 16-19)

Nunca houve texto mais deturpado, mais recortado e refeito, na busca desesperada de alterar-lhe o sentido, que se apresenta simples. Para os protestantes, Cristo estaria falando de duas pedras. A primeira delas ("tu és pedra") não é pedra; no máximo é uma pedra menor, diferente da segunda ("sobre esta pedra"). A primeira é Pedro, a segunda, Cristo, ou a confissão de Pedro, conforme o examinador.

Ora, é impossível admitir que a Sabedoria Divina tenha se expressado de forma tão confusa, ainda mais se nos lembrarmos da mudança do nome de Pedro. Lembremos ainda que Cristo falava em aramaico, língua em que Pedro e pedra significam, ambos, Cefas. Não resta qualquer espaço para dúvidas.

Mas dirão ainda os protestantes: em várias passagens se diz que Cristo é a pedra, o fundamento! Não há dúvida. Mas só Cristo é pedra ? Vejamos o que Ele diz: “ eu sou a luz do mundo” (João, VIII, 12) e depois: “Vós sois a luz do mundo”, dirigindo-se aos apóstolos (Mateus, V, 15)

Duas luzes ? Sim. Há, portanto, luz e luz, pedra e pedra. Uma luz fonte, outra luz reflexo; uma pedra fundamento invisível, causa e fim dos homens, outra pedra fundamento visível, rocha de sustentação da Igreja indefectível e guia infalível dos homens.
5.- SÍMBOLO DO GRAU DE APRENDIZ MAÇOM
A primeira imagem com a qual o Aprendiz Maçom toma contato sintetiza os símbolos atinentes ao seu estágio e ilustra o trabalho daquele que está iniciando seu aprendizado. Trata-se da imagem de um jovem – presumivelmente um pedreiro ou escultor - olhando para um bloco de pedra bruta tendo nas mãos um malho e um cinzel. Eis aí, portanto, os quatro elementos básicos do Grau de Aprendiz Maçom: o próprio pedreiro ou escultor, o malho, o cinzel e a pedra bruta.

A PEDRA BRUTA é o símbolo do Grau de Aprendiz Maçom. Ela representa a natureza humana, ainda não trabalhada, rústica como o homem é encontrado na sociedade.

Simboliza a imperfeição espiritual do homem, independentemente de suas qualidades profissionais e de sua posição social. Representa o começo, o início de todo o ensinamento que a Maçonaria transmite a seus adeptos. Sua aparência grosseira, tal como se encontra na natureza, passa forte imagem de algo que precisa ser desbastado, lapidado, assim como o homem pode se tornar mais polido e útil.

Os Aprendizes, Profanos recém-Iniciados, trabalham a Pedra Bruta para transformá-la em Pedra Cúbica que possa, ao lado de outras pedras, ser usada na construção do edifício social, do meio de onde foi extraída. No Templo a Pedra Bruta está colocada sobre o solo, ao lado do Trono do Irmão 1º. Vigilante, simbolizando o homem físico, o homem não evoluído espiritualmente, o homem maçom recém-Iniciado. O Irmão Márcio Silva Campara, da Loja Águia de Haia n°. 214 das Grandes Lojas de Minas Gerais diz, em seu artigo Pedra Bruta II:

"
Sendo o Primeiro Grau o alicerce da Filosofia Simbólica, resumindo ele toda a moral maçônica de aperfeiçoamento humano, compete ao Aprendiz Maçom o trabalho de desbastar a pedra bruta, isto é, desvencilhar-se dos defeitos e paixões, para poder concorrer à construção moral da humanidade, que é a verdadeira obra da Maçonaria. A Pedra Bruta dos Maçons simboliza essa matéria prima, natural, informe, cheia de saliências e reentrâncias, tirada das pedreiras tal e qual ali é encontrada, sem nenhum beneficiamento por parte do homem.

No período da Maçonaria Operativa, entre as várias tarefas dos Aprendizes estava o oficio de Cantaria, ou seja, o ofício de dividir, cortar, esquadrar as pedras para as construções. Porém, com a transferência da Maçonaria Operativa para a Especulativa, o primeiro grau de aprendiz foi alicerçado na filosofia simbólica. Até um passado recente costumava-se dizer que fulano de tal parecia uma pedra bruta devido a sua ignorância. A natureza desse tipo de pessoa se deve à falta de educação, visto que, nos primórdios da civilização os homens não se entendiam a não ser pela força. À medida que foram civilizados e educados, passou-se a ter entendimentos, acordos, formação de sociedades, surgindo então, homens cultos, sábios e instrutores da formação
."

Diz mais o Irmão Márcio:

"
A Pedra Bruta nada mais significa que o Obreiro cheio de imperfeições, que somente alcançará o estágio de Pedra Polida quando se houver livre das paixões e dos vícios, praticando o bem a seu semelhante, desprezando o materialismo consumista dos dias de hoje, e procurando participar de uma sociedade mais justa e perfeita, através da prática da fraternidade, deixando transparecer suas virtudes de homem íntegro.

Ao término do trabalho de aperfeiçoamento moral, simbolizado pelo desbastar dessa massa informe, a que chamamos de Pedra Bruta, houverdes, pela fé e pelo esforço, conseguido transformá-la em Pedra Polida, apta à construção do edifício, podeis descansar o Malho e o Cinzel, para empunhardes outros utensílios subindo a escala da hierarquia Maçônica.

A Pedra Bruta é o material retirado da jazida, no estado da natureza até que, pela constância e trabalho do Obreiro, fique na devida forma para poder entrar na construção do Edifício Maior. Humildade, sinceridade, nobreza de caráter, espírito de fraternidade, são virtudes escondidas na Pedra Bruta e que deverão ser ressaltadas pelo verdadeiro Maçom através da compreensão, do estudo e da aplicação, pois de nada adianta dizer-se Maçom quando a ignorância e os erros são conservados na sua personalidade.
"

"A Pedra Bruta não é material inerte e informe", diz o Irmão Rubens José Nogueira, da Loja Lealdade e Luz, que continua: "mas, antes de tudo, um ativo de beleza, uma verdadeira Pedra Viva, o que traz à lembrança o pronunciamento do grande Michelangelo que, ao ser questionado como fazia para criar obras de arte tão magníficas e cheias de vida, a partir de blocos informes e frios, simplesmente respondeu: (Quando olho um bloco de mármore vejo a escultura dentro dele. Tudo o que tenho a fazer é retirar as aparas. Existe uma obra de arte que a nós foi destinado criar). Embora pareça simples, temos consciência do quão difícil é a tarefa de moldar essa pedra, segundo os ensinamentos filosóficos de nossa Ordem, pois a sua forma é determinada pela consciência individual de cada homem e suas arestas esculpidas pela ação da sociedade onde esse homem foi encontrado."

6.- CONCLUSÃO
Cabe a cada um de nós, todos os dias, em todos os momentos, lembrar que fomos criados por Deus à Sua imagem e semelhança e isto pode significar simplesmente que temos a capacidade de amar. E mais, pelo livre arbítrio tudo pode ser usado para o bem ou para o mal.

O irmão Antonio Alberto Lourenço Lucas, em seu trabalho "Deveres de um aprendiz maçom", mais precisamente no parágrafo 4 do capítulo 5, diz que um dos deveres é: "Cultivar a amizade, reunindo em círculos os que têm ideais iguais, os que têm conhecimento e fome de verdade, não se esquecendo de cultivar o caráter, sem cessar. Estimular os bons, amar os fracos e fugir dos maus – se não conseguir levá-los ao bem. Nunca odiar ninguém."

Já a Governadora do Distrito 4730 de Rotary International, em sua carta mensal de fevereiro último, repetiu duas célebres frases, que considero muito apropriadas e inspiradoras para as conclusões deste trabalho.

A primeira é de Paul Harris, fundador do Rotary International, e diz: "O amor é mais poderoso do que o ódio. Faça para o amor a metade da propaganda que foi feita para o ódio e não haverá mais guerra e conflitos." E a segunda é do Mahatma Ghandi que sacramenta: "Não existe um caminho para a Paz, a Paz é o caminho."

Então, meus Irmãos, ouso lhes dizer que não existe um caminho para a felicidade, a própria felicidade é que é o caminho para uma vida melhor. A felicidade entendida como o sentimento de quem faz as coisas com amor. Na família, que tende a responder com afeto. No trabalho, em que as realizações se tornam mais facilmente alcançáveis. No estudo, que ao invés de fardo maçante, se mostra esteira segura que conduz ao conhecimento.

E na arte, meus Irmãos ? E na arte, pergunto eu.

Na arte é que melhor se manifesta, como em nenhum outro ramo, o amor. O amor do poeta que nos sensibiliza falando do seu amor nem sempre correspondido. O amor do pintor que retrata a luz. O amor do escultor que, por vezes, só nos fica devendo o sopro da vida em suas criações, pois que tudo o mais está perfeitamente expresso em sua obra.

Portanto, a minha sugestão é de que, antes de buscar em nosso interior qualquer outro talento, vamos colocar em prática o que todos já nascemos sabendo, que é amar. Amar a quem nos concebeu. Amar a quem nos criou, Amar a quem nos educou. Amar a quem amplia os nossos conhecimentos e horizontes. Assim, estaremos também amando a nós próprios, pois que nada somos além de resultado de todas essas maravilhosas formas de amor que atuam sobre nós antes mesmo de que pudéssemos ter qualquer consciência, inclusive do próprio eu.

Desse modo vamos conseguir, como reflexo, mais amor. Amor que alimenta o nosso espírito. Amor que nos impulsiona cada vez mais para nos tornarmos pessoas melhores. E se já sabemos amar, se já agimos com essa motivação, quem sabe só não esteja faltando expressar melhor o nosso amor.

Fica aqui, portanto, a atrevida sugestão para que com maior freqüência e prodigalidade se confesse esse amor, abusando do risco de enquadramento na pieguice. Mas, se fizermos felizes a quem amamos, quem se importa em parecer piegas a quaisquer outros olhos ?

Quem sabe não estejamos, com isto, motivando mais pessoas a se libertarem de um engessamento que apenas tolhe suas próprias confissões de amor.

Amemos, meus Irmãos !!!

E sejamos felizes !!!



Ir.’. Pedro Celso Leandro
16/04/2008 - A.’. M.’. , ARLS Bondade e Justiça nº. 84 Curitiba, Brasil

7.- BIBLIOGRAFIA
1.- Bíblia Sagrada - Tradução de João Ferreira de Almeida
2.- As pedras na vida humana de Ailton Leite
3.- Discursos e práticas alquímicas, Colóquio Internacional – Lisboa 2002 – Simbolismo da Pedra – Correspondências maçônico-alquímicas de Carlos Dugos
4.- O primado de Pedro de Marcos Libório
5.- O aprendiz ou a pedra bruta de Warner Luiz de Oliveira
6.- Fragmentos da pedra bruta de José Castellani
7.- Pedra Bruta II de Márcio Silva Campara
8.- Mistérios do número 6 de José Laércio do Egito
9.- Prancha Pedra Bruta de Carlos Roberto Pittoli (publicada no Portal Maçônico)
10.- Prancha Pedra Bruta de Carlos Alberto Pereira (publicada no Portal Maçônico)
11.- O bem, o mal e a lição da pedra bruta de Carlos Raposo (Portal IPPB-Instituto de Pesquisas Projeciológicas e Bioenergéticas)
12.- O desbastar da pedra bruta de Antonio Augusto Queiroz Batista
13.- A pedra bruta de Rubens José Nogueira
14.- Jesus esotérico de José Reis Chaves
15.- Deveres de um aprendiz maçom de Antonio Alberto Lourenço Lucas
16.- Carta mensal de fevereiro/2008 (Rotary Distrito 4730: Citações de Paul Harris e de Mahatma Ghandi), pela Governadora Ilma Brandalize Machado

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Os irmãos Neto, Lauro e Estevão.
Amigos como os de infância
O grupo de maçons conversava descontraidamente. A reunião formal terminara, a refeição que se lhe seguira também já fora apreciada por todos. A conversa fluía com naturalidade. Embora partindo do tema que iniciara o debate, cada um ia-se afastando dele, ao sabor do curso dos seus pensamentos. Era um grupo de amigos que conversava. Como qualquer outro grupo de amigos. Talvez a mais notável diferença fosse que não havia ruído de fundo de conversas cruzadas. Mesmo em descontração, aquele grupo de maçons praticava a regra de que falava um de cada vez, para todo o grupo, e cada um aguardava a sua vez de dar a sua opinião.

Rapidamente a conversa derivou para o significado que aquele grupo, a Loja, tinha para cada um. O que cada um esperava. Do que cada um pretendia que fosse, que fizesse.

Cada intervenção era diferente da anterior. Mesmo quando concordando com o que já fora dito, acrescentava-se sempre algo de novo, alguma subtileza, uma nuance, um elemento, que tornava diferente o que se declarava similar. Nada de extraordinário naquele grupo. Há muito que era assim e assim se forjara a sua identidade. Os novos que se juntavam aos que já estavam depressa aprendiam como o grupo funcionava. Era através da apresentação sucessiva de opiniões, posições, sugestões, nunca completamente coincidentes, às vezes diversas e aparentemente inconciliáveis, que, lentamente, naturalmente, sem esforço, emergia a síntese que todos acabavam por adotar como a posição comum, por todos aceite e respeitada. Às vezes não era fácil. Às vezes durava mais tempo. Às vezes implicava duas, três, quatro, as conversas que fossem necessárias. Mas, mais tarde ou mais cedo, sempre a tal posição comummente adotada acabava por emergir.

A conversa espraiou-se por um tema que não era novo. Os mais antigos no grupo sabiam que era ciclicamente abordado e renovado. Era natural. O grupo alterava-se, renovava-se, havia sempre novos elementos que nunca tinham abordado a questão. O tema era o que fazer com o grupo. E, como sempre, derivava-se sempre para as expectativas de cada um...

Um preferia o convívio. Outro apreciava mais o ritual. Um terceiro dava muita importância à beneficência. Outro ainda gostava mesmo era da apresentação de trabalhos. Houve mesmo outro que declarou, enfaticamente, que o que buscava era que fossem contraditadas as suas ideias feitas, de forma a poder continuamente testar o seu pensamento e, assim, verificar quando devia mudar de opinião. Um outro ainda, não menos enfaticamente, esclarecia que considerava uma maçada as reuniões em que não aprendia nada novo. Mas, no entanto, logo acrescentava que, mesmo quando sabia que havia reuniões em que não aprendia nada de novo, e que ele ia achar uma maçada, ainda assim gostava de ir e... não sabia como, também essas acabavam por lhe ser úteis.

E assim iam conversando, como alguns deles e outros assim mesmo tinham conversado antes, e outros antes deles... Nada de especialmente novo, pensava o velho maçom, sabendo, esperando que, como sempre, algo de diferente acabasse por surgir, como frequentemente acabava por suceder.

Foi então que um deles, pessoa de palavras não muito complicadas, mais de fazer do que de falar, chegada a sua vez, disse que o que ia dizer tinha-o ouvido a outro membro do grupo, naquele dia não presente, mas que era isso mesmo o que sentia.

E disse então: a Loja é aquele sítio onde podemos ter amigos como os de infância.

O velho maçom recostou-se na cadeira em que se sentava e sorriu interiormente: a síntese daquela noite fora encontrada!

Tinha e tem toda a razão aquele maçom não especialmente dotado para a palavra, mas que expressou a ideia melhor que os melhores oradores. É precisamente isso que é uma Loja maçónica que se preza de o ser: um local onde podemos encontrar amigos como os da infância, um bem precioso de que a vida e as preocupações da idade adulta geralmente nos privam de ir renovando. Amigos como os da infância normalmente só na infância se fazem - e essa é uma das razões por que esse período da vida é recordado frequentemente com nostalgia... Passada a infância, podem fazer-se amigos, fazem-se amigos, mas, em bom rigor, essas novas amizades dificilmente têm a mesma pureza, o mesmo desinteresse, a mesma naturalidade, das amizades de infância.

Mas, lembrou-o com acerto aquele maçom, e já o tinha notado o outro maçom que ele citara, ali, na Loja, descobria-se um local onde, afinal, se podia ter amigos como os de infância.

E esta é parte importante e imprescindível da essência da Maçonaria.

A próxima vez que um profano me perguntar o que faz afinal um grupo de homens adultos reunir-se frequentemente, tirando tempo à sua família, aos seus afazeres, ao seu descanso, já sei finalmente como lhe posso responder, para que entenda: reunimo-nos em Loja, gostamos de o fazer, porque aquele é um local onde podemos ter amigos como os de infância - e isso é raro, muito raro, e precioso!

Rui Bandeira
Fonte: apartirpedra.blogspot.com

terça-feira, 24 de abril de 2012




REFLEXÃO MAÇÔNICA

Sex, 11 de dezembro de 2009

Não aceitarei nunca a devassidão
Como ser humano tenho os meus defeitos,
Sei que jamais somos perfeitos
Mas devemos perseguir a perfeição.


O incrédulo é um ser material sem nome,
Nunca aceitarei a devassidão do mau político,
Nunca posso aceitar que num país rico
Haja bolsões de miséria e fome.


Não posso admitir nunca a pedofilia,
Não acatarei nunca a hipocrisia
E condeno o vício em sua plenitude.


Perde-se a virtude de uma só vez,
Mas é necessário muita sensatez
Para poder se arranjar virtude.


José Alves da Silva (APP)

segunda-feira, 23 de abril de 2012

 

ANTE O SUICIDIO

Emmanuel




Se a idéia do suicídio alguma vez te visita o pensamento, reflete no infortúnio de alguém que haja tentado inutilmente destruir a si mesmo, quando pela própria imortalidade, está claramente incapaz de morrer.
Na hipótese de haver arremessado um projétil sobre si, ingerido esse ou aquele veneno, recusado a vida pelo enforcamento ou procurado extinguir as próprias forças orgânicas por outros meios, indubitavelmente arrastará consigo as conseqüências desse ato, a se lhe configurarem no próprio ser, na forma dos chamados complexos de culpa.

Entendendo-se que a morte do corpo denso é semelhante a um sono profundo, de que a pessoa ressurgirá sempre, é natural que esse alguém penetre no Mundo Maior, na condição de vítima de si mesmo.

Não nos é lícito esquecer que os suicidas, na Espiritualidade, não s]ao órfãos da Misericórdia Divina, e, por isso mesmo, inúmeros benfeitores lhes propiciam o socorro possível.
Entretanto, benfeitor algum consegue eximi-los, de imediato, do tratamento de recuperação que, na maioria das vezes, lhes custará longo tempo.

Ponderando quanto ao realismo do assunto, por maiores se te façam as dificuldades do caminho, confia em Deus que, em te criando a vida, saberá defender-te e amparar-te nos momentos difíceis.

Observa que não existem provações sem causa e, em razão disso, seja onde for, estejamos preparados para facear os resultados de nossas próprias ações do presente ou do passado, em nos referindo às existências anteriores.

Cientes de que não existem problemas sem solução, por mais pesada a carga de sofrimento, em que te vejas, segue à frente, trabalhando e servindo, lançando um olhar par a retaguarda, de modo a verificar quantas criaturas existem carregando fardos de tribulações muito maiores e mais constrangedores do que os nossos.

O melhor meio de nos premunirmos na Terra contra o suicídio, será sempre o de nos conservarmos no trabalho que a vida nos confia, porque o trabalho, invariavelmente dissolve quaisquer sombras que nos envolva a mente.
E, por fim, consideremos, nas piores situações em que nos sintamos, que Deus, cujo infinito amor nos sustentou até ontem, embora os nossos erros, em nos assinalando os propósitos de regeneração e melhoria, nos sustentará também hoje.


Do livro: Amigo
- Psicografia: Francisco Candido Xavier.
- Pelo espírito de: Emmanuel

domingo, 22 de abril de 2012


 

 

Código de Hamurábi

Khammu-rabi, rei da Babilônia no 18º século A.C., estendeu grandemente o seu império e governou uma confederação de cidades-estado.. Erigiu, no final do seu reinado, uma enorme "estela" em diorito, na qual ele é retratado recebendo a insígnia do reinado e da justiça do rei Marduk. Abaixo mandou escreverem 21 colunas, 282 cláusulas que ficaram conhecidas como Código de Hamurábi (embora abrangesse também antigas leis).
Muitas das provisões do código referem-se às três classes sociais: a do "awelum" (filho do homem" , ou seja, a classe mais alta, dos homens livres, que era merecedora de maiores compensações por injúrias - retaliações - mas que por outro lado arcava com as multas mais pesadas por ofensas); no estágio imediatamente inferior, a classe do "mushkenum", cidadão livre mas de menor ststus e obrigações mais leves; por último, a classe do "wardum", escravo marcado que no entanto, podia ter propriedade. O código referia-se também ao comércio (no qual o caixeiro viajante ocupava lugar importante), à família (inclusive o divórcio, o pátrio poder, a adoção, o adultério, o incesto), ao trabalho (precursor do salário mínimo, das categorias profissionais, das leis trabalhistas), à propriedade.
Quanto às leis criminais, vigorava a "lex talionis" : a pena de morte era largamente aplicada, seja na fogueira, na forca, seja por afogamento ou empalação. A mutilação era infligida de acordo com a natureza da ofensa.
A noção de "uma vida por uma vida" atingia aos filhos dos causadores de danos aos filhos dos ofendidos. As penalidades infligidas sob o Código de Hamurabi, ficavam entre os brutais excessos das punições corporais das leis mesopotâmica Assírias e das mais suaves, dos hititas. A codificação propunha-se a implantação da justiça na terra, a destruição do mal, a prevenção da opressão do fraco pelo forte, a propiciar o bem estar do povo e iluminar o mundo. Essa legislação estendeu-se pela Assíria, pela judéia e pela Grécia.
Khammu-rabi - esse era o exato nome dele - foi rei da Babilônia no 18º século A.C.. Ele estendeu grandemente o seu império e governou uma confederação de cidades-estado. Mandou escreverem 21 colunas, com 282 cláusulas que ficaram conhecidas como Código de Hamurábi (embora abrangesse também antigas leis).
As leis e cláusulas - elaboradas em 1.780 antes de Cristo - são curiosas. Veja algumas das excentricidades:

1. Se alguém enganar a outrem, difamando esta pessoa, e este outrem não puder provar, então que aquele que enganou deve ser condenado à morte.

2. Se alguém fizer uma acusação a outrem, e o acusado for ao rio e pular neste rio, se ele afundar, seu acusador deverá tomar posse da casa do culpado, e se ele escapar sem ferimentos, o acusado não será culpado, e então aquele que fez a acusação deverá ser condenado à morte, enquanto que aquele que pulou no rio deve tomar posse da casa que pertencia a seu acusador.

3. Se alguém trouxer uma acusação de um crime frente aos anciãos, e este alguém não trouxer provas, se for pena capital, este alguém deverá ser condenado à morte.

4. Se ele satisfizer aos anciãos em termos de ter de pagar uma multa de cereais ou dinheiro, ele deverá receber a multa que a ação produzir.

5. Um juiz deve julgar um caso, alcançar um veredicto e apresentá-lo por escrito. Se erro posterior aparecer na decisão do juiz, e tal juiz for culpado, então ele deverá pagar doze vezes a pena que ele mesmo instituiu para o caso, sendo publicamente destituído de sua posição de juiz, e jamais sentar-se novamente para efetuar julgamentos.

6. Se alguém roubar a propriedade de um templo ou Corte, ele deve ser condenado à morte, e também aquele que receber o produto do roubo do ladrão deve ser igualmente condenado à morte.

7. Se alguém comprar o filho ou o escravo de outro homem sem testemunhas ou um contrato, prata ou ouro, um escravo ou escrava, um boi ou ovelha, uma cabra ou seja o que for, se ele tomar este bem, este alguém será considerado um ladrão e deverá ser condenado à morte.
8. Se alguém roubar gado ou ovelhas, ou uma cabra, ou asno, ou porco, se este animal pertencer a um deus ou à Corte, o ladrão deverá pagar trinta vezes o valor do furto; se tais bens pertencerem a um homem libertado que serve ao rei, este alguém deverá pagar 10 vezes o valor do furto, e se o ladrão não tiver com o que pagar seu furto, então ele deverá ser condenado à morte.

9. Se alguém perder algo e encontrar este objeto na posse de outro: se a pessoa em cuja posse estiver o objeto disser "um mercador vendeu isto para mim, eu paguei por este objeto na frente de testemunhas" e se o proprietário disse "eu trarei testemunhas para que conhecem minha propriedade" , então o comprador deverá trazer o mercador de quem comprou o objeto e as testemunhas que o viram fazer isto, e o proprietário deverá trazer testemunhas que possam identificar sua propriedade. O juiz deve examinar os testemunhos dos dois lados, inclusive o das testemunhas. Se o mercador for considerado pelas provas ser um ladrão, ele deverá ser condenado à morte. O dono do artigo perdido recebe então sua propriedade e aquele que a comprou recebe o dinheiro pago por ela das posses do mercador.

10. Se o comprador não trouxer o mercador e testemunhas ante a quem ele comprou o artigo, mas seu proprietário trouxer testemunhas para identificar o objeto, então o comprador é o ladrão e deve ser condenado à morte, sendo que o proprietário recebe a propriedade perdida.

 

sábado, 21 de abril de 2012

DEUS


DEUS  


Passei tanto tempo Te procurando.
Não sabia onde estavas, olhava para o infinito e não Te via.
E pensava comigo mesmo: será que Tu existes??

Não me contentava com a busca e prosseguia,
Tentava Te encontrar nas religiões e nos templos.
Tu também não estavas.

Te busquei através dos sacerdotes e pastores.
Também não te encontrei.

Senti-me só, vazio, desesperado e descri.
E na descrença Te ofendi,
E na ofensa tropecei,
E no tropeço caí,
E na queda senti-me fraco.

Fraco procurei socorro
No socorro encontrei amigos
Nos amigos encontrei carinho
No carinho eu vi nascer o amor
Com amor eu vi um mundo novo.

E no mundo novo resolvi viver...
O que recebi, resolvi doar.
Doando alguma coisa muito recebi
E em recebendo senti-me feliz.

E ao ser feliz, encontrei a paz
E tendo a paz foi que enxerguei
Que dentro de mim é que Tu estavas
E sem procurar-te foi que Te encontrei.

EURÍPEDES BARSANULFO

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Não Merecem



Não Merecem


Guarde-se do mal e defenda-se dele com a realização do bem operante. O mal não merece consideração.
Há muito que fazer, valorizando a oportunidade de serviço que surge inesperada.
A intriga não merece a atenção dos seus ouvidos.
A injúria não merece o respeito da sua preocupação.
A ingratidão não merece o zelo da sua aflição.
O ultraje não merece o seu revide verbalista.
A mentira não merece a interrupção das suas nobres tarefas.
A exasperação não merece o seu sofrimento.
A perseguição gratuita não merece a sua solicitude.
A maledicência não merece o alto-falante da sua garganta.
A inveja não merece o tempo de que você necessita para o trabalho nobre.

Os maus não merecem a sua inquietação.
Entregue-os ao tempo benfazejo.

Abra os braços ao dever, firme-se no solo do serviço, abrace-se à cruz da responsabilidade, recordando o madeiro onde expirou o Cristo e, em perfeita magnitude, desafie a fúria do mal.
O lídimo cristão é fiel servidor.


Você tem somente um amo a quem prestará contas: Jesus!

Preocupado com o que deve fazer, não pare a escutar os que não têm o que fazer ou nada querem fazer.
Transformando-se em antena viva da inspiração superior, registre o ensinamento evangélico do amor, no coração, viva-o na ação e prossiga sem medo.

Você sabe que em toda seara existem abelhas diligentes e marimbondos destruidores. Também, não ignora “que os maus por si mesmos se destroem”, como afirma a sabedoria popular.


Identifique no obstáculo o ensejo iluminativo e não se detenha.

Por essa razão, enquanto a ventania açoita, guarde a sua fé robusta e, sem dar atenção ao mal, esteja acautelado, porque, não descendo às ondas mentais dos maus, você paira inatingível nas vibrações superiores das Altas Potências da Vida. Doe amor e, assim, faça o bem, para que não venha “a responder por todo mal que haja resultado de não haver praticado o bem”.


Autor: Marco Prisco

quinta-feira, 19 de abril de 2012

O QUE É MAÇONARIA

O maçom Walter Lemos (SP) e o Orador Valdeir (PB).
                   
                     O QUE É MAÇONARIA
A Maçonaria é uma instituição essencialmente filosófica, filantrópica, educativa e progressista.

Por que é Filosófica?

É filosófica porque em seus atos e cerimônias ela trata da essência, propriedades e efeitos das causas naturais. Investiga as leis da natureza e relaciona as primeiras bases da moral e da ética pura.

Por que é Filantrópica?

É filantrópica porque não está constituída para obter lucro pessoal de nenhuma classe, senão, pelo contrário, suas arrecadações e seus recursos se destinam ao bem-estar do gênero humano, sem distinção de nacionalidade, sexo, religião ou raça. Procura conseguir a felicidade dos homens por meio da elevação espiritual e pela tranqüilidade da consciência.
Por que é Progressista?
É progressista porque partindo do princípio da imortalidade e da crença em um princípio criador regular e infinito, não se aferra a dogmas, prevenções ou superstições. E não põe nenhum obstáculo ao esforço dos seres humanos na busca da verdade, nem reconhece outro limite nessa busca senão o da razão com base na ciência.

Quais são os seus princípios?

A liberdade dos indivíduos e dos grupos humanos, sejam eles instituições, raças, nações; a igualdade de direitos e obrigações dos seres e grupos sem distinguir a religião, a raça ou nacionalidade; a fraternidade de todos os homens, já que somos todos filhos do mesmo CRIADOR e, portanto, humanos e como conseqüência, a fraternidade entre todas as nações.
Qual o seu lema?
Ciência - Justiça - Trabalho: Ciência, para esclarecer os espíritos e elevá-los; Justiça, para equilibrar e enaltecer as .relações humanas; e Trabalho por meio do qual os homens se dignificam e se tornam independentes economicamente. Em uma palavra, a Maçonaria trabalha para o melhoramento intelectual, moral e social da humanidade.
Qual é seu objetivo?

Seu objetivo é a investigação da verdade, o exame da moral e a prática das virtudes.
O que entende a Maçonaria por moral?

Moral é para a Maçonaria uma ciência com base no entendimento humano. É a lei natural e universal que rege todos os seres racionais e livres. É a demonstração científica da consciência. E essa maravilhosa ciência nos ensina nossos deveres e a razão do uso dos nossos direitos. Ao penetrar a moral no mais profundo da nossa alma sentimos o triunfo da verdade e da justiça.

O que entende a Maçonaria por virtude?

A Maçonaria entende que virtude é a força de fazer o bem em seu mais amplo sentido; é o cumprimento de nossos deveres para com a sociedade e para com a nossa família sem interesse pessoal. Em resumo: a virtude não retrocede nem ante o sacrifício e nem mesmo ante a morte, quando se trata do cumprimento do dever.
O que entende a Maçonaria por dever
A Maçonaria entende por dever o respeito e os direitos dos indivíduos e da sociedade. Porém não basta respeitar a propriedade apenas, mas, também, devemos proteger e servir aos nossos semelhantes. A Maçonaria resume o dever do homem assim: "Respeito a Deus, amor ao próximo e dedicação à família". Em verdade, essa é a maior síntese da fraternidade universal.

A Maçonaria é religiosa?

Sim, é religiosa, porque reconhece a existência de um único princípio criador, regulador, absoluto, supremo e infinito ao qual se dá, o nome de GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO, porque é uma entidade espiritualista em contra posição ao predomínio do materialismo. Estes fatores que são essenciais e indispensáveis para a interpretação verdadeiramente religiosa e lógica do UNIVERSO, formam a base de sustentação e as grandes diretrizes de toda ideologia e atividade maçônicas.
A Maçonaria é uma religião?

Não. A Maçonaria não é uma religião. É uma sociedade que tem por objetivo unir os homens entre si. União recíproca, no sentido mais amplo e elevado do termo. E nesse seu esforço de união dos homens, admite em seu seio pessoas de todos os credos religiosos sem nenhuma distinção.
Para ser Maçom é necessário renunciar à religião a qual se pertence?

Não, porque a Maçonaria abriga em seu seio homens de qualquer religião, desde que acreditem em um só Criador, o GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO, que é Deus. Geralmente existe essa crença entre os católicos, mas ilustres prelados tem pertencido à Ordem Maçônica; entre outros, o Cura Hidalgo, Paladino da Liberdade Mexicana; o Padre Calvo, fundador da Maçonaria na América Central; o Arcebispo da Venezuela, Don Ramon Ignácio Mendez; Padre Diogo Antonio Feijó; Cônegos Luiz Vieira, José da Silva de Oliveira Rolin, da Inconfidência Mineira, Frei Miguelino, Frei Caneca e muitos outros.

Quais outros homens ilustres que foram Maçons?

Filósofos como Voltaire, Goethe e Lessing; Músicos como Beethoven, Haydn e Mozart; Militares como Frederico o Grande, Napoleão e Garibaldi; Poetas como Byron, Lamartine e Hugo; Escritores como Castellar, Mazzini e Espling.
Somente na Europa houve Maçons ilustres?
Não. Também na América existiram. Os libertadores da América foram todos maçons. Washington nos Estados Unidos; Miranda, o Padre da Liberdade sul-americana; San Martin e O'Higgins, na Argentina; Bolivar, no Norte da América do Sul; Marti, em Cuba; Benito Juarez, no México e o Imperador Dom Pedro I no Brasil.
Quais os nomes de destaque no Brasil que foram Maçons?

D. Pedro I, José Bonifácio, Gonçalves Lêdo, Luis Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias), Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoto, Prudente de Morais, Campos Salles, Rodrigues Alves, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Wenceslau Braz, Washington Luiz, Rui Barbosa e muitos outros.
Então a Maçonaria é tolerante?

A Maçonaria é eminentemente tolerante e exige dos seus. membros a mais ampla tolerância. Respeita as. Opiniões políticas e crenças religiosas de todos os homens, reconhecendo que todas as religiões e ideais políticos são igualmente respeitáveis e rechaça toda pretensão de outorgar situações de privilégio a qualquer uma delas em particular.
O que a Maçonaria combate?

A ignorância, a superstição, o fanatismo. O orgulho, a intemperança, o vício, a discórdia, a dominação e os privilégios.
A Maçonaria é uma sociedade secreta?

Não, pela simples razão de que sua existência é amplamente conhecida. As autoridades de vários países lhe concedem personalidade jurídica. Seus fins são amplamente difundidos em dicionários, enciclopédias, livros de história etc. O único segredo que existe e não se conhece senão por meio do ingresso na instituição, são os meios para se reconhecer os maçons entre si, em qualquer parte do mundo e o modo de interpretar seus símbolos e os ensinamentos neles contidos.
Quais as principais obras da Maçonaria no Brasil?

A Independência, a Abolição e a República. Isto para citar somente os três maiores feitos da nossa história, em que os maçons tomaram parte ativa.
Quais as condições indispensáveis para pertencer a Maçonaria?

Crer na existência de um princípio Criador; ser homem livre e de bons costumes; ser consciente de seus deveres para com a Pátria, seus semelhantes e consigo mesmo; ter uma profissão ou oficio lícito e honrado que lhe permita prover suas necessidades pessoais e de sua família e a sustentação das obras da Instituição.
O que se exige dos Maçons?

Em princípio, tudo aquilo que se exige ao ingresso em qualquer outra instituição: respeito aos seus estatutos, regulamentos e acatamento às resoluções da maioria, tomadas de acordo com os princípios que as regem; amor à Pátria; respeito aos governos legalmente constituídos; acatamento às leis do país em que viva, etc. E em particular: a guarda do sigilo dos rituais maçônicos; conduta correta e digna dentro e fora da Maçonaria; a dedicação de parte do seu tempo para assistir às reuniões maçônicas; a prática da moral, da igualdade e da solidariedade humana e da justiça em toda a sua plenitude. Ademais, se proíbe terminantemente dentro da instituição, as discussões políticas e religiosas, porque prefere uma ampla base de entendimento entre os homens afim de evitar que sejam divididos por pequenas questões da vida civil.
O que é um Templo Maçônico?

É um lugar onde se reúnem os maçons periodicamente para praticar as cerimônias ritualísticas que lhes são permitidas, em um ambiente fraternal e propício para concentrar sua atenção e esforços para melhorar seu caráter, sua vida espiritual e desenvolver seu sentimento de responsabilidade, fazendo-lhes meditar tranqüilamente sobre a missão do homem na vida, recordando-lhes constantemente os valores eternos cujo cultivo lhes possibilitará acercar-se da verdade.
O que se obtêm sendo Maçom?
A possibilidade de aperfeiçoar-se, de instruir-se, de disciplinar-se, de conviver com pessoas que, por suas palavras, por suas obras, podem constituir-se em exemplos; encontrar afetos fraternais em qualquer lugar em que se esteja dentro ou fora do país. Finalmente, a enorme satisfação de haver contribuído, mesmo em pequena parcela, para a obra moral e grandiosa levada a efeito pelos homens. A Maçonaria não considera possível o progresso senão na base de respeito à personalidade, à justiça social e a mais estreita solidariedade entre os homens. Ostenta o seu lema "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" com a abstenção das bandeiras políticas e religiosas. O segredo maçônico, que de má fé e caluniosamente tem se servido os seus inimigos para fazê-la suspeita entre os espíritos cândidos ou em decadência, não é um dogma senão um procedimento, uma garantia, uma defesa necessária e legítima, porém como inevitavelmente tem sucedido com todo direito e seu dever correlativo, o preceito das reservas maçônicas já tem experimentado sua evolução nos tempos e segundo os países. A Maçonaria não tem preconceito de poderes, e nem admite em seu seio, pessoas que não tenham um mínimo de cultura que lhes permitam praticar os seus sentimentos e tenham uma profissão ou renda com que possam atender às necessidades dos seus familiares, fazer face às despesas da sociedade e socorros aos necessitados.
BIBLIOGRAFIA
 Esta Peça de Arquitetura foi extraida da Aug.'. e Resp.'. Loja Fraternidade de Santos nº 132, através do seu site www.maconaria.com.br