sábado, 30 de novembro de 2013

Do velho ao moço


Valoroso irmão Iraildo,
obreiro da Vale do Piranhas 31


 
Do velho ao moço

Você já foi criança um dia, mas os seus anos se dobraram e fizeram de você um jovem adulto, e, agora, você me olha com certo desprezo, só porque muitos anos se dobraram para mim e hoje sou velho.

Você observa minhas mãos trêmulas e encarquilhadas e se esquece que foram elas que ajudaram a acariciar as suas, inseguras na infância.

Critica os meus passos lentos e vacilantes, esquecendo-se de que foram eles que orientaram seus primeiros passos.

Reclama quando lhe peço para ler uma palavra que meus olhos já não conseguem vislumbrar com precisão, esquecido das várias palavras que eu repeti, inúmeras vezes, para que você aprendesse a falar.

Fala da lentidão das minhas decisões, esquecendo-se de que suas primeiras decisões foram por elas balizadas.

Diz que sou um velho desatualizado e sem estudo, mas eu confesso que pensei muito pouco em mim, para fazer de você um homem de bem.

Reclama da minha saúde debilitada, mas creia, muito trabalho foi preciso para garantir a sua.

Ri quando não pronuncio corretamente uma palavra, mas eu lhe afirmo que esqueci de mim mesmo, para que você pudesse cursar uma universidade.

Diz que não possuo argumentos convincentes em nossos raros diálogos, todavia, muitas foram às vezes que advoguei em seu favor, nas situações difíceis em que se envolvia.

Hoje você cresceu e é um homem robusto e a juventude lhe empolga as horas, esqueceu-se de sua infância, seus primeiros passos, suas primeiras palavras, seus primeiros sorrisos, mas acredite, tudo isso está bem vivo na memória deste velho cansado, em cujo peito ainda pulsa o coração amoroso de outrora.

É verdade que o tempo passou, mas eu nem me dei conta, só notei naquele dia em que você me chamou de velho pela primeira vez e, eu olhei no espelho, lá estava um velho de cabelos brancos, vincos profundos na face e um certo ar de sabedoria, que na imagem de ontem não existia.

Por isso eu lhe digo meu jovem, que o tempo é implacável, e um dia você também contemplará o espelho e perceberá que a imagem nele refletida não é mais a que hoje você admira, mas você sentirá que em seu peito, o coração ainda pulsa no mesmo compasso; que o afeto que você cultivou, não se desvaneceu; que as emoções vividas, ainda podem ser sentidas como nos velhos tempos; que as palavras amargas, ainda ferem com a mesma intensidade; e que, apesar dos longos invernos suportados, você ficou frio diante da indiferença dos seres que embalou na infância.

Por isso que lhe aconselho meu filho, não ria nem blasfeme do estado em que estou, eu já fui o que você é, e você será o que hoje sou.

Fonte: Jornal "O UNIFICADOR" - Orgão oficial da Loja Maçônica «OBREIROS DE MACAÉ» nº 2075. Fundado em 25 de outubro 1995 - Filiado à ABIM - Registro nº 018 J

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O CAVALEIRO PELICANO

O CAVALEIRO PELICANO


                                          
                                          
Conta uma lenda medieval que um pelicano saiu de seu ninho em busca de comida para os seus recém-nascidos filhotes. Não notou que por perto se escondia um predador, só esperando a sua ausência para atacar o ninho.

Mal o pelicano desapareceu no horizonte, o danado atacou os coitadinhos, que ainda não tinham aprendido a voar e nem a se defender.

O predador devorou a todos, só deixando como sobra as pequeninas ossadas com as penas que mal começavam a despontar.

Quando o pelicano voltou ao ninho viu a tragédia que ocorrera. Atirando-se sobre os corpos dos filhos chorou horas e horas, até que suas lágrimas secaram.

Sem mais lágrimas para chorar pelos filhos mortos, começou a bicar o próprio peito, fazendo verter sobre o corpo dos pequeninos o sangue que jorrava dos ferimentos que ele mesmo provocara com aquela mutilação.

No seu desespero não percebeu que as gotas do seu sangue, pouco a pouco iam reconstituindo a vida dos seus filhos mortos. E assim, com o sangue do seu sacrifício e as provas do seu amor, a sua família ressuscitara.

        SÍMBOLO DE AMOR E SACRIFÍCIO
                                     
Provavelmente foi a partir dessa lenda que o pelicano se tornou um símbolo de amor e sacrifício. Durante a Idade Média eram vários os contos e tradições em que esse pássaro aparecia como representação da piedade, do sacrifício e da dedicação á família e ao grupo ao qual se pertencia. Essa terá sido também, a razão de os cátaros, os rosa-cruzes, os alquimistas e outros grupos de orientação mística o terem adotado em suas simbologias.

Para os alquimistas o pelicano era um símbolo da regeneração. Alguns operadores alquímicos chegaram inclusive a fabricar seus atanores ― vasos em que concentravam a matéria prima da Obra ― com capitéis que imitavam um pelicano com suas asas abertas. Tratava-se de captar, pela imitação iconográfica, a mesma mágica operatória que a ave possuía, ou seja, aquela capaz de regenerar, com seu próprio sangue, os filhotes mortos.

Os rosa-cruzes em sua origem, em sua maioria eram alquimistas. Daí o fato de terem adotado o pelicano como símbolo da capacidade de regeneração química da matéria não é estranho. E é compreensível também que em suas imaginosas alegorias eles tenham associado essa simbologia com aquela referente ao sacrifício de Cristo, cujo sangue derramado sobre a cruz era tido como instrumento de regeneração dos espíritos, medida essa, necessária para a salvação da humanidade. Daí o pelicano tornar-se também um símbolo cristão, representativo das virtudes retificadoras do cristianismo, da mesma forma que a rosa mística e a fênix que renasce das cinzas.

                      OS CÁTAROS
Porém, quem mais contribuiu para que o pelicano se tornasse um símbolo místico por excelência foram os cátaros. Os sacerdotes dessa seita, que entre os séculos XI e XII se tornaram os principais opositores da Igreja Católica na Europa, chamavam a si mesmos de “popelicans”, termo de gíria francesa formado pela contração da palavra pope (papa) com pelican (pelicano). Significa, literalmente, “pais pelicanos”, numa contra facção com os sacerdotes da Igreja Católica que eram considerados os predadores da lenda (no caso uma serpente, como conta Leonardo da Vinci em sua versão da lenda.
De certa forma, os cátaros, com suas tradições místicas e iniciáticas, se tornaram irmãos espirituais dos templários e antecessores dos rosa-cruzes e dos maçons. Condenados pela Igreja Romana por suas idéias e práticas heréticas, eles foram exterminados numa violenta cruzada contra eles movida pela Igreja em meados do século XIII.

Os cátaros chamavam a si mesmos de filhos nascidos do sacrifício de Jesus. Eles diziam possuir o verdadeiro segredo da vida, paixão e morte de Jesus, que para eles não havia ocorrido da forma como os Evangelhos canônicos divulgavam. Na verdade, eles não acreditavam na divindade de Jesus nem na sua ressurreição, mas tomavam tudo como uma grande alegoria na qual a prática do exemplo de Cristo era a verdadeira medicina da ressurreição. E dessa forma eles a praticavam, sacrificando a si mesmos em prol da coletividade a qual serviam. Dai serem eles mesmos "popelicans.

            O CAVALEIRO DO PELICANO


A Maçonaria adotou a lenda do pelicano por influência das tradições rosa-cruzes que o seu ritual incorporou. Por isso é que encontraremos, no grau 18, grau rosa-cruz por excelência, o pelicano como um dos seus símbolos fundamentais. O próprio título designativo desse grau é o  de Cavaleiro do Pelicano ou Cavaleiro Rosa-Cruz.

O Simbolismo do pelicano é uma alegoria que integra, ao mesmo tempo, a beleza poética da lenda, o apelo emocional do mistério alquímico e o romanticismo do sacrifício feito em nome do amor. Tanto o Cristo quanto a natureza amorosa vertem seu sangue para que seus filhos possam sobreviver. José de Alencar, grande expressão do romanticismo brasileiro utilizou esse tema em um de seus mais conhecidos trabalhos, o poema épico Iracema. Nesse singelo poema a índia Iracema, sem leite em seus seios para alimentar Moacir, o filho dos seus amores com o português Martim, rasga o próprio seio e o alimenta com seu sangue. Assim, o filho da aborígene com o colonizador torna-se o protótipo do homem que iria povoar o novo mundo, a “nova utopia”, a civilização renascida, fruto da interação da velha com a nova civilização. Seriam esses “filhos renascidos” do sacrifício da sua mãe que iriam, na visão do escritor cearense, mostrar ao mundo uma nova forma de viver.

Tudo bem maçônico. A propósito, José de Alencar também era maçom.


do livro  "CONHECENDO A ARTE REAL"

Fonte:http://arlsnovaesperanca.blogspot.com.br

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Interstício


 
Interstício

 

Interstício quer dizer solução de continuidade, o intervalo entre duas superfícies da mesma ou diferente natureza.

A Maçonaria utiliza a expressão em termos de tempo. Interstício é o intervalo de tempo que deve decorrer entre dois factos. Designadamente, interstício é o intervalo de tempo que deve decorrer entre a Iniciação do Aprendiz e a sua Passagem a Companheiro e também o tempo que se impõe decorra entre essa Passagem e a Elevação do Companheiro a Mestre.

O interstício é uma regra que admite exceção: o Grão-Mestre pode dele dispensar um obreiro e passá-lo ou elevá-lo de grau sem o decurso do tempo regulamentar ou tradicionalmente observado. No limite, a Iniciação, Passagem e Elevação podem ocorrer no mesmo dia. Mas a dispensa de interstícios é rara – deve ser verdadeiramente excepcional – e só por razões muito fortes deve ocorrer.

Assim sucede genericamente na Maçonaria Europeia. Já a Maçonaria norte-americana é muito menos exigente neste aspecto, sendo corrente a prática de conferir os três graus da Maçonaria Azul num único dia. Esta é aliás, uma consequência e também uma causa das diferenças entre as práticas e as tradições maçónicas em ambas as latitudes. Mas impõe-se observar que algumas franjas da Maçonaria norte-americana, designadamente nas Lojas que se consideram de Observância Tradicional, se aproximam, neste como noutros aspectos, da prática europeia.

A razão de ser do interstício é intuitiva: há que dar tempo para o obreiro evoluir, para obter e trabalhar os ensinamentos, as noções, transmitidas no grau a que acede, antes de passar ao grau imediato. Em Maçonaria busca-se o aperfeiçoamento e este não é, nem instantâneo (instantâneo é o pudim...), nem automático. Depende de um propósito, de um esforço, de uma prática consciente e perseverante. É um processo. E, como processo que é, tem fases, tem uma evolução que se sucede ao longo de uma lógica e de um tempo. Por isso, em Maçonaria não se tem pressa. O tempo de maturação, o tempo de amadurecimento, a própria expectativa, são essenciais para um harmonioso desenvolvimento individual.

Os graus e qualidades maçónicos não constituem nada, apenas ilustram, representam, emulam a realidade do Ser e do Dever Ser. Não se tem mais qualidades por se ser maçom (embora se deva ter qualidades para o ser...). Há muito profano com mais valor e maior desenvolvimento espiritual e pessoal do que muitos maçons, ainda que de altos graus e qualidades. Para esses os maçons até criaram uma expressão: maçom sem avental. Mas procura-se ilustrar com a qualidade de maçom a tendência para a excelência, a busca do aperfeiçoamento. O Mestre maçom não é, por decreto ou natureza, necessariamente melhor ou mais perfeito do que o Companheiro ou o Aprendiz. Mas com os graus a maçonaria ilustra um Caminho, um Processo, para a melhoria de cada um. Há por aí muito Aprendiz que é mais Mestre de si próprio que muito Mestre de avental com borlas ou dourados. Mas o mero facto de ter de fazer a normal evolução de Aprendiz para Companheiro e de Companheiro para Mestre potencia o que já é bom, faz do bom melhor, do melhor, óptimo e do óptimo excelente.

Assim, em Maçonaria consideramos profícuo e valioso que o profano que pediu para ser maçom aguarde, espere, anseie, pela sua Iniciação. E que o Aprendiz tenha de o ser durante o tempo estipulado e tenha de demonstrar expressamente estar pronto para passar ao grau seguinte, por muito evidente que essa preparação seja aos olhos de todos; e o mesmo para o Companheiro passar a Mestre; e idem para o Mestre começar a ver serem-lhe confiados ofícios; e também para o Oficial progredir na tácita hierarquia de ofícios e um dia chegar a Venerável Mestre.

Tempo. Paciência. Evolução. De tudo isto é tributário o conceito de interstício, tal como é aplicado em Maçonaria.

O interstício pode ser diretamente fixado, regulamentar ou tradicionalmente, ou resultar indiretamente de outras estipulações. Por exemplo, na Loja Mestre Affonso Domingues consideramos que não é o mero decurso do tempo que habilita um obreiro a aceder ao grau seguinte. Mas reconhecemos que o decurso de um tempo razoável é necessário. Estipulámos, assim, no nosso Regulamento Interno, que o interstício para que um obreiro possa aceder ao grau seguinte seja constituído pela presença a um determinado número de sessões. Com isso, estipulamos que uma certa assiduidade é condição de acesso ao grau seguinte e, como a Loja reúne duas vezes por mês, onze meses por ano, indiretamente fixamos um período de tempo mínimo de permanência no grau. Os nossos Aprendizes, quando passam a Companheiros, merecem-no! E os nossos Companheiros, quando são elevados a Mestres estão em perfeitas condições de garantir a fluente prossecução dos objetivos da Loja, incluindo a formação dos Aprendizes e Companheiros. Nós não temos pressa...

Rui Bandeira


Blog escrito por maçons da Loja Mestre Affonso Domingues

domingo, 24 de novembro de 2013

Educação na Maçonaria


Charles E. Boller

Educação na Maçonaria



O cidadão que bate na porta de um templo da Maçonaria em busca da luz, a educação que leva à sabedoria, aguarda que a ordem maçônica possua um método de ensino que o transformá-lo em homem melhor do que já é. Isso é evidente na redação da absoluta maioria das propostas de admissão.

Tempos depois, alguns não encontram esse tesouro, desiludem-se e adormecem. Para eles, a almejada luz foi apenas um lampejo. Longe de constituir falha do método maçônico de educação de construtores sociais, a rotatividade é devida principalmente a nesses cidadãos a luz não penetrar, isso porque eles mesmos não o permitem. A anomalia é consequência do condicionamento a que foram submetidos ao confundirem educação com aquisição de conhecimentos na sociedade. É comum não perceberem a sutil diferença entre os dois propósitos. Professor de escola da sociedade ensina, transmite conhecimentos e não educa. São raros os professores das escolas que mostram caminhos e motivam o livre pensamento, e mesmo assim, isso ainda não constitui educação.

Em educação existe apenas o ato de educar-se, de receber luz de fora e sedimentar em si novos conceitos, princípios e prática de virtudes. É impossível educar outra pessoa, a não ser que essa, na prática de seu livre-arbítrio, consinta e se esforce em mudar a si próprio. No universo dos seres pensantes existe apenas a autoeducação. Qualquer um só pode educar a si próprio. Ao mestre maçom é dada a atribuição de ensinar. Pelo modelo do mundo, é de sua atribuição transmitir conhecimentos e, pelo da Maçonaria, é induzir o educando a decidir qual caminho deseja seguir em sua jornada. O método da ordem maçônica visa a provocar que cada um descubra seus próprios caminhos. Ler em conjunto as instruções do ritual não faz do mestre um educador maçônico, mas um professor que transmite conhecimento; ele não induz à luz, à educação da Maçonaria, à almejada sabedoria; para tal, ele carece de um condicionamento de autoformação. O mestre que apenas dá instruções de forma mecânica nem instrui, pois se comporta à semelhança do modelo do mundo, onde os governos propiciam instrução e igrejas conceitos de ação e moral, que na maioria das vezes visa apenas a escravizar para o trabalho ou ao fundamentalismo radical. Auxiliar alguém a mudar o rumo de sua jornada, na presença do livre-arbítrio, é educação. Romper a “couraça de aço” que envolve o intelecto do educando exige uma expressão de arte, algo quase místico.

Para despertar dentro do educando as potencialidades de seus dons, exige-se do mestre obter conhecimento lato da natureza humana. Para aprofundar-se no conhecimento das características humanas exige-se dele que conheça antes a si mesmo da forma mais ampla possível – é a essência do “conhece-te a ti mesmo”, de Sócrates. Esse autoconhecimento só aflora quando ele atinge a fase de autor-realização em sua vida, o último estágio que um ser humano atinge depois de atender a todas as demais necessidades, e que Abraham Maslow definiu para o indivíduo que procura “tornar-se aquilo que os humanos podem ser, eles devem ser: eles devem ser verdades à própria natureza delas”.

É nesse último nível que se considera a pessoa coerente com aquilo que ela é na realidade, seu verdadeiro eu, de ser tudo o que é capaz de ser, de desenvolver seus potenciais até o limite. Só então é possível ao mestre conhecer a natureza humana alheia, em que a educação passa a obter característica de arte ao invés de ciência. É ilusão pensar que pelo fato do maçom ver-se mergulhado numa sociedade de homens bons, livres e de bons costumes, já seja o suficiente para fazer dele um homem bom. Se ele não o desejar e não agir conforme, de nada adiantam os melhores mestres que nunca obterá a sabedoria maçônica; essa luz só penetra num homem se esse o permitir. Por mais que o mestre se esforce, ou possua proficiência num determinado tema, se o caminho para dentro do educando não estiver aberto, isso não sedimentará e não se transformará em educação ou em luz maçônica.

Se o recipiendário não se abre ao que lhe é transmitido, de nada vale o mais habilidoso educador. O mestre educador exerce apenas um impacto indireto, por uma espécie de indução; um potencial que todos têm latente em si de influenciar terceiros por um conjunto de atividades intelectuais, afetivas e espirituais. Para romper os bloqueios do educando, o mestre deve encontrar-se primeiro, mudar- -se, e só então obterá a capacidade de induzir luz maçônica ao outro – de fazer o outro mudar – momento em que, mente e coração do educando se abrem, e ele mesmo passa a efetuar mudanças em si, exercendo seu potencial de autoeducação. Em todos os casos o educando só muda se o mestre mudar antes.

O aprendizado torna-se ainda mais eficiente quando as provocações provêm da ação do grupo sobre o indivíduo – é o efeito tribal fixado profundamente na mente de cada indivíduo, fenômeno psicológico e social desenvolvido desde os vetustos homens das cavernas – é quando a maioria das barreiras e bloqueios desaba e abre-se espaço para a autoeducação; nesse caso, com o objetivo de obter aprovação do grupo e identificar-se com seus semelhantes.

Fica mais efetivo quando uma força assemelhada é aplicada a si mesmo, para obter a aprovação própria, algo que lança o homem na obtenção de sua derradeira necessidade: a autorrealização. Note-se que educação maçônica, a luz, a sabedoria, não têm nada a ver com decorar rituais, conhecer ritualística, ser uma enciclopédia ambulante; é uma arte que adquire contornos quase mágicos, principalmente quando os resultados aparecem e produzem bons frutos ao induzir os outros a mudarem para melhor como edificadores sociais.

Enquanto a ciência pode ter tratamento intelectual com a transmissão de instruções, a arte de educar da Maçonaria vai muito além, e alcança intuição cósmica, limitada apenas nas fronteiras que cada um impõe a si próprio. Enquanto o talento analisa e é consciente, o gênio intui e vai muito além da consciência, pode até alcançar o místico.

Abordagens técnicas não furam a couraça do livre arbítrio do educando, mas a alma da educação pode ser alcançada pela “metafísica” da arte de ensinar os caminhos para a luz. É uma mistura equilibrada de conhecimento, emoção e espiritualidade; elementos dependentes entre si. A educação que quebra as barreiras do livre-arbítrio apresentará sempre contornos lúdicos na sua indução. Para isso exigem-se do educador maçônico autoconhecimento e autorrealização.

Tal personagem porta a capacidade de induzir na mente do educando uma caminhada que o motiva a efetuar mudanças em sua vida; não porque o mestre assim o determina ou exemplifica, mas porque o educando assim o deseja. Quando o mestre adquire essa arte de atingir e motivar o educando pela autoeducação, terá quebrado a barreira da indiferença do livre-arbítrio e o educando se modifica porque ele assim se auto-determina.

Com isso, o mestre alcança a plenitude de sua atribuição. É a razão do educador maçônico nunca ser definitivo em suas colocações e sempre apresentar as verdades sob diversos ângulos, para que o educando possa escolher ele próprio qual é o melhor caminho a seguir. É a razão de propiciar aos educandos a possibilidade de debater num grupo, em família, os temas com que a Maçonaria os provoca e eles mesmos definirem, cada um a sua maneira, suas próprias verdades.

É a razão de o mestre brincar com os pensamentos, propiciando emoção agradável, conduzindo as provocações apenas na direção certa do tema e que cada um define suas próprias veredas. Em todos os casos nos quais o educando sente-se livre para pensar e intuir, ele derruba as inexpugnáveis barreiras do livre-arbítrio que o impedem, em outras circunstâncias mais rígidas e ritualísticas, de obter as suas próprias verdades pelos eternos ciclos de tese, antítese e síntese.

Da mágica que se segue da absorção da luz pela auto-educação é que surge a razão do maçom nunca iniciar um trabalho sem invocar a fonte espiritual da arte de educar à glória do Grande Arquiteto do Universo, a única fonte de luz da Maçonaria.

Autor


Ir.’. Charles Evaldo Boller
ARLS Apóstolo da Caridade Nº 21 • Or.’. Curitiba • PR


Bibliografia


1.     ROHDEN, Humberto. Educação do homem integral, 1a edição. São Paulo: Martin Claret 2007

Fonte: Revista Universo Maçônico

sábado, 23 de novembro de 2013

A COMISSÃO DE SINDICÂNCIA


V..M.. Nonato e sua esposa Aurineide em prece.
 
A COMISSÃO DE SINDICÂNCIA

 


* Irmão Marco Antonio Perottoni

 

            Sabemos que a maçonaria é uma sociedade que se iniciou em tempos passados, que muito se tem discutido e pesquisado para se chegar as suas reais origens, e que vem sobrevivendo por séculos, apesar das constantes mudanças ocorridas em nosso mundo.

            Esta sobrevivência vem sendo garantida pela constante renovação de seus membros, que mantêm seus segredos mais carismáticos. Rituais, fundamentos e segredos vêm sendo transmitidos de geração para geração num ritual de confiança e fraternidade.

            Sendo uma sociedade iniciática, tem o dever de primar pela escolha de seus futuros membros e que darão continuidade à sua perpetuidade.

            Se necessitamos de membros ativos e conscientes para perpetuá-la para as próximas gerações, é necessário que sejamos muito criteriosos nas escolhas de futuros Obreiros e que esta tarefa seja entregue a quem efetivamente tenha as qualidades necessárias para o fiel cumprimento da mesma.

            Sem nenhuma dúvida a futuro de nossa Ordem está diretamente ligado a escolha e análise das indicações feitas por seus atuais Obreiros e que fica associada aos padrões éticos, morais e intelectuais dos mesmos, principalmente os padrões éticos.

            De todos os trabalhos maçônicos destaca-se, em minha visão, um muito especial e, até diria, extraordinário, em cujo desempenho o maçom há de movimentar-se, tanto no interior do Templo e especialmente fora dele, no mundo profano, que é a “SINDICÂNCIA”. É, como dissemos, um trabalho especial que muito honra e dignifica o Irmão encarregado do seu desempenho, uma vez que tem excepcional importância para a construção das bases de progresso de uma Loja.   É uma incumbência de grande vulto e estrita consideração para com o Irmão escolhido pelo Venerável Mestre. Não estamos sendo nenhum pouco originais quando dizemos que, quando encarregados de fazermos uma “SINDICÂNCIA”, deveremos ser minuciosos e severos no exame dos candidatos, pois é de nosso desempenho na busca das respostas dos quesitos que vamos gerar o convencimento dos demais Irmãos, na admissão de um profano em nossa Ordem.

            Quando estamos examinando um candidato temos que examinar muito mais do que as características indicadas pelo proponente e que giram em torno de boa convivência social, trabalhador, de moral reconhecida e honestidade.

            Sem dúvidas são características necessárias para ser aprovado, mas perguntamos: são as únicas? Com toda a certeza temos outros valores e qualidades que têm que ser avaliadas, tais como ética, justiça, sabedoria, inteligência, liderança, perseverança e caridade.

            Quanto mais e precisas as informações que trazemos para a Sindicância, muito menos possibilidades de errarmos na escolha de um novo membro para a Ordem.

            Como vemos, o momento mais importante de um processo de iniciação de um novo integrante da Ordem, é a “SINDICÂNCIA”. É neste momento que será montado o verdadeiro perfil, com os valores e qualidades, do profano.

            O Sindicante não pode, jamais, atuar com desleixo nesta atividade, não pode deixar-se levar por afinidades pessoais ou se preocupar em contrariar ou não o Mestre que fez a indicação ou qualquer membro da Loja. Se existirem problemas com o Profano estes devem ser levados ao conhecimento da Assembléia.

            Num clube social uma campanha de “mais um” o que interessa é o número. Na Maçonaria, onde os princípios e finalidades são outros, bem diferentes devem ser os processos de admissão deste “mais um”. O que conta, em nossa Ordem, é a qualidade e jamais a quantidade dos candidatos.

            Como atingir este objetivo?

            Esta seleção, sempre procurada, é conseguida a contento através das “SINDICÂNCIAS” bem elaboradas e levadas a efeito pelos Irmãos escolhidos pelo Venerável Mestre e que prezam a distinção que lhe é dispensada ao serem selecionados para executarem honroso trabalho. Em razão disso, a “SINDICÂNCIA” assume grau de importância imprescindível para o bom andamento das propostas de iniciação e a garantia de bons resultados nos trabalhos, dai a deferência especialíssima da Loja para com o Irmão que for escolhido como Sindicante.

            Ao contrário, àqueles que não apreciam, no devido valor, a enorme importância e responsabilidade dessa missão, ou não estão dispostos há consumir um tempo em benefício do progresso de sua Loja, fornecendo uma informação consistente e exata, é preferível que não aceitem tão honroso encargo, devendo, delicada e honestamente, rejeitar essa missão, porque uma boa “SINDICÂNCIA” deve ser isenta de qualquer resquício de obrigatoriedade, protecionismo, sem nenhum indício de optatividade e traçada com o intuito de iluminar os Irmãos que irão tomar parte da decisão que dela, a “SINDICÂNCIA”, advir.

            O Venerável Mestre elege para tão valiosa e nobre tarefa a Irmãos que lhe merecem respeito, consideração e a mais absoluta confiança. Estes formarão a Comissão de Sindicância, confidencial, pois só o é e deve permanecer do conhecimento do Venerável Mestre, portanto, desconhecida dos demais Irmãos da Loja.

            É importante afirmar que o Sindicante deve agir com a máxima lisura e honestidade, jamais utilizando esta condição para constranger ou buscar favores ou benefícios pessoais em função da condição do "sindicado" e deixando de lado qualquer relação com credo, raça ou ideologias nos seus questionamentos ou julgamentos.

            Não é por se eleger uma Comissão de Sindicância que os demais Obreiros da Oficina deixam de ter responsabilidade na admissão dos candidatos, pois são tacitamente havidos como sindicantes aditivos ou complementares, que tendo conhecimento de algum fato que venha em benefício ou em desabono do candidato têm o dever de comunicar à Loja.

 

DA DEVOLUÇÃO DA SINDICÂNCIA

            O meio mais discreto de fazer retornar a “SINDICÂNCIA” às mãos do Venerável Mestre, a não ser a entrega direta, é o Saco de Propostas e Informações.

            Há o prazo regulamentar que deve ser observado na íntegra. Este prazo, entendemos, poderá ser prorrogado por mais um período, a critério do Venerável Mestre, mediante solicitação por parte do sindicante.

            É importante que nos conscientizemos da relevância das informações e da honra que nos é deferida no momento que passamos a fazer parte de uma Comissão de Sindicância, pois de nosso desempenho depende, em muito, o progresso de nossa Loja. Lutemos por sindicâncias feitas com qualidade, esclarecedoras e que efetivamente ajudem na decisão da Loja.

            Para finalizar, transcrevo um trecho de LUIZ PRADO, cujo livro “ROTEIRO MAÇÔNICO PARA O QUARTO DE HORA DE ESTUDOS” inspirou o desenvolvimento desta peça de arquitetura, e que diz o seguinte sobre o sindicante: “É a própria Loja curiosa de saber o que ocorre com os candidatos. Seu mister de garimpagem maçônica assemelha-se aos cuidados empregados na escolha das “pedras” preciosas e diamantes embrionários que, tarde ou cedo, irão ser transmutados por meio da lapidação, no caso o processo de iniciação”.

 

* Marco Antonio Perottoni - M.·.I.·.

Loja Cônego Antonio das Mercês -

Membro Efetivo Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas - Porto Alegre – RS


Publicado no INFORMATIVO CHICO DA BOTICA  Edição nº. 073
Data: 31 de agosto de 2013  da
AUG :. RESP :. LOJ :. “FRANCISCO XAVIER FERREIRA DE PESQUISAS MAÇÔNICAS” - JURISDICIONADA AO GORGS
 

Colaboração enviada pelo irmão Devaldo de Souza.

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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Ainda Quando


 
Ainda Quando

Sim, meus amigos, recordemos a palavra de Paulo, o apóstolo da libertação espiritual.


Ainda quando senhoreássemos todos os idiomas de comunicação entre os homens e os anjos, na Terra e nos Céus, e não tivermos caridade...


Ainda quando possuíssemos as chaves do conhecimento universal para descerrar todas as portas das grandes revelações e não tivermos caridade...


Se conquistássemos as maiores distâncias atingindo outros planetas e outras humanidades no Império Cósmico e não tivermos caridade...


Ainda quando enfeixássemos nas mãos todos os poderes da ciência com a possibilidade de comandar tanto os movimentos do Macroscomo, quanto a força dos átomos e não tivermos caridade...


Ainda quando conseguíssemos dominar a profecia e enxergar no futuro todos os passos das nações porvindouras e não tivermos caridade...


Então, de nada terão valido para nós outros as vitórias da inteligência, porque, sem amor, permaneceremos ilhados em nossa própria inferioridade, inabilitados para qualquer ascensão à felicidade verdadeira com as bênçãos da Luz.

Batuira

terça-feira, 19 de novembro de 2013

A Ordem dos Templários

A Ordem dos Templários
O fato de que nunca se teve a oportunidade de se ter acesso a documentos originais dos julgamentos contra os templários motivou o surgimento de muitos livros e filmes, com grande repercussão pública, porém, sem nenhum embasamento histórico. Também muitas sociedades secretas como a maçonaria se colocam como herdeiras dos templários, entretanto, a partir de documentos históricos, e, não a partir de fábulas e astúcia é possível entendermos melhor esse episódio da história.
A obra, publicada pela Biblioteca Vaticana: “Processus contra templários”, restaura a verdade histórica sobre Os Cavaleiros da Ordem do Templo, conhecidos como templários, cuja existência e ulterior desaparecimento foram motivo de numerosas especulações e lendas.
Os pergaminhos são relativos ao processo contra os templários, realizados sob o pontificado do Papa Clemente V, cujos originais são conservados no Arquivo Secreto do Vaticano. O principal valor da publicação reside na perfeita reprodução dos documentos originais do citado processo e nos textos críticos que acompanham o volume; explicam como e por que o pontífice Clemente V absolveu os Templários da acusação de heresia e suspendeu a Ordem sem dissolvê-la, reintegrando os altos dignitários Templários e a própria Ordem na comunhão da Igreja.
A Ordem dos Cavaleiros do Templo
Os templários foram fundados por Hugo de Payens, depois da primeira Cruzada em 1119. São Bernardo escreveu a regra dessa ordem monacal e militar.
Os Templários eram membros de uma ordem religiosa de monges guerreiros. O nome de Cavaleiros do Templo lhes veio porque seu convento principal e primeiro fora estabelecido junto ao local onde existira o Templo de Salomão, em Jerusalém. A finalidade da Ordem dos Cavaleiros do Templo era a de defender a Terra Santa dos ataques dos maometanos, mantendo os reinos cristãos que as Cruzadas haviam fundado no Oriente.
A Ordem do Templo e sua regra fora aprovada pela Igreja. Os Templários foram, durante muito tempo, fiéis à sua regra e à sua finalidade.
Estes cavaleiros fizeram voto de pobreza e seu símbolo passou a ser o de um cavalo montado por dois cavaleiros. Em decorrência do local de sua sede, do voto de pobreza e da fé em Cristo surgiu o nome da Ordem, "Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão", ou simplesmente "Cavaleiros Templários".
Sob a divisa Non nobis, Domine, non nobis, sed nomini Tuo da gloriam (Sl 115,1) - (Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao Vosso nome dai a glória).
Seu crescimento vertiginoso ao mesmo tempo que ganhava grande admiração da Europa se deu pelo grande fervor religioso e pela sua incrível força militar. Os Papas guardaram a ordem acolhendo-a sob sua imediata proteção, excluindo qualquer intervenção de qualquer outra jurisdição fosse ela secular ou episcopal. Não foram menos importantes também os benefícios temporais que tal ordem recebeu dos soberanos da Europa.
Um contemporâneo (Jacques de Vitry) descreve os Templários como "leões de guerra e cordeiros no lar; rudes cavaleiros no campo de batalha, monjes piedosos na capela; temidos pelos inimigos de Cristo, a suavidade para com Seus amigos".
Levando uma forma de vida austera não tinham medo de morrer para defender os cristãos que iam em peregrinação a Terra Santa. Como exército nunca foram muito numerosos aproximadamente não passavam de 400 cavaleiros em Jerusalém no auge da ordem, mesmo assim foram conhecidos como o terror dos maometanos. Quando presos rechaçavam com desdém a liberdade oferecida a preço de apostatarem (negar a Fé cristã).
O grande crescimento da Ordem e a perda de sua missão
Com o passar do tempo a ordem ficou riquíssima e muito poderosa: receberam várias doações de terras na Europa, ganharam enorme poder político, militar e econômico, o que acabou permitindo estabelecer uma rede de grande influência no continente, o que pode ter provocado um relaxamento da moral, sede pelo poder, pelo dinheiro.
Também começaram a ser admitido na ordem devido à necessidade de contingente, pessoas sem levar em conta os mesmos critérios do seu inicio. Logo, o fervor cristão, a vida austera e a vontade de defender os cristãos da morte deixaram de ser as motivações principais dos cavaleiros templários.
A grande riqueza da ordem atrai a atenção do Estado
Felipe IV pensou em apropriar-se dos bens dos Templários, e por isso havia posto em andamento uma estratégia de descrédito, acusando-os de heresia. A perseguição aos templários começou em 1307, quando o rei da França, acusou os templários de heresia e imoralidade.
No dia 13 de Outubro de 1307 o rei obrigou o comparecimento de todos os templários da França. Os templários foram encarcerados em masmorras e submetidos a torturas para se declararem culpados de heresia, no pergaminho redigido após a investigação dos interrogatórios, no castelo de Chinon, no qual Felipe IV da França (Felipe o Belo) havia prendido ilicitamente o último grão-mestre do Templo e alguns altos dignitários da Ordem.
O Pergaminho de Chinon atesta que o Papa Clemente V absolveu os templários, das acusações de heresia, evidenciando, assim, que a queda histórica da Ordem deu-se por causa da perda de sua missão e de razões de oportunismo político.
Da perda de sua missão o que caracterizou não mais uma vida austera como no inicio da ordem se aproveitou o Rei Felipe IV, o Belo, para se apoderar dos bens da Ordem, acusando-a de ter se corrompido. Ele encarcerou os Superiores dos Templários, e, depois de um processo iníquo, os fez queimar vivos, pois obtivera deles confissões sob tortura, que eram consideradas nulas pelas leis da Igreja e da Inquisição (Concílio de Viena (França) em 1311 e Concílio regional de Narbona (França) em 1243).
A sentença do Papa Clemente V a Ordem dos Templários
A ata de Chinon declara que os Templários não dissolvidos, mas absolvidos, suscitou a reação da monarquia francesa, tanto que obrigou Clemente V à ambígua discussão sancionada em 1312, durante o Concílio de Vienne, com a bula «Vox in Excelso», na qual declarava que o processo não havia comprovado a acusação de heresia, mas só a indignidade e os maus hábitos difundidos entre muitos membros da Ordem.
Ao declarar que o processo não tinha comprovado a acusação de heresia, Clemente V suspendeu a Ordem dos Templários mediante uma sentença não definitiva, sem dissolvê-la, para impedir um cisma com a França, reintegrando os altos dignitários Templários na comunhão da Igreja.
O Pergaminho de Chinon atesta que o Papa Clemente V absolveu os templários, das acusações de heresia, mostrando assim, que o Pontífice não considerou a ordem como sendo herege (conforme se especulava). E que deu a absolvição ao último grã-mestre dos Templários, Jacques de Molay, e aos cavaleiros da Ordem. O Pontífice ainda permitiu a eles "receber os sacramentos cristãos e serem acompanhados por um capelão" até os últimos momentos de sua vida.
Considerações finais
A destruição da Ordem do Templo propiciou ao Rei francês não apenas os tesouros imensos da Ordem (que estabelecera o início do sistema bancário), mas também a eliminação do exército da Igreja, o que o tornava senhor rei absoluto, na França.
Nos demais países a riqueza da ordem pertencente à Igreja em sua maioria também ficou com os respectivos Estados. A ordem dos Hospitalarios também herdou uma parte do dinheiro.
Jacques de Molay
Grãos-Mestres
1. Hugo de Payens (Huguens de Payns) (1118-1136)
2. Hugue, conde de Champagne
3. Rossal de Clairvaux
4. Geoffro de Bissor
5. André de Condemare
6. Archambaud de Saint-amande
7. Philippe de Milly (Philippus de Neapoli/de Nablus) (1169-1171)
8. Odo de St Amand|Odo (Eudes) de St Amand ou Odon de Saint-Chamand (1171-1179)
9. Arnaud de Toroge (Arnaldus de Turre Rubea/de Torroja) (1179-1184)
10. Gérard de Ridefort (1185-1189)
11. Robert de Sablé (Robertus de Sabloloi) (1191-1193)
12. Gilbert Horal (Gilbertus Erail/Herail/Arayl/Horal/Roral) (1193-1200)
13. Phillipe de Plessis / Plaissie`/ Plesse` /Plessiez (1201-1208)
14. Guillaume de Chartres ou Willemus de Carnoto (1209-1219)
15. Pedro de Montaigu|Pierre (Pedro) de Montaigu (Petrus de Monteacuto) (1219-1230)
16. Armand de Périgord (Hermannus Petragoricensis) ou Hermann de Pierre-Grosse (???-1244)
17. Richard de Bures (1245-1247)
18. Guillaume de Sonnac (Guillelmus de Sonayo) (1247-1250)
19. Renaud de Vichiers (Rainaldus de Vicherio) (1250-1256)
20. Thomas Bérard (1256-1273)
21. Guillaume de Beaujeu (Guillelmus de Belloico) (1273-1291)
22. Thibaud Gaudin (Thiband Ggandin) (1291-1292)
23. Jacques de Molay (1292-1314)
 
Fonte: Wikipédia