segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A Maçonaria e o Contexto Nacional

A seguir, extraída parte de esclarecedora Palestra do Valoroso Irmão Marco Antonio Mello Raposo Mestre Maçom da Loja Vale do Piabanha/GLERJ proferida na Loja Jesus Cristo no Rio de Janeiro.

"Num passado bastante remoto, nossa instituição apresentava-se como contraponto às tiranias, aos entraves à roda evolutiva econômica e social, e aos desmandos da Igreja Católica em sua busca por um poder cada vez maior sobre os povos e sobre os Estados; enfim tratava-se de uma instituição que incomodava aos déspotas poderosos de então. Por isso ela era sempre mantida na linha de fogo da polêmica e da controvérsia.

Nunca a maçonaria foi tão atacada e vilipendiada pela Igreja e perseguida pelos Estados como naquela época.

Mas, apesar disso, ela fazia a roda da vida da humanidade girar. As renomadas personalidades que compunham a instituição naqueles tempos lhe trazia prestígio e respeito, não só por serem nomes que detinham poder, mas principalmente por se tratar de homens de coragem, com a firme determinação de combater tudo aquilo que representasse ameaça à paz, à soberania e a justiça social.

Lamentavelmente, tudo isso transformou-se em relíquias de um passado remoto.

Entretanto, meus Irmãos, parece que o processo cíclico que faz girar a roda da vida está nos impelindo em direção do renascimento daquela gloriosa fase de nosso passado. Nada ocorre ao acaso. Tudo na vida tem seu momento próprio de nascer, morrer, renascer, num contínuo ciclo evolutivo.

É chegada a hora de mais um renascimento! Portanto, meus Irmãos, não desprezemos a disposição de mais de 100.000 Irmãos espalhados pelo País em querer a inserção de nossas instituições numa luta clara e frontal pela busca de um futuro mais digno para nossa Nação, tendo nossos atuais dirigentes à frente desse processo, comandando-nos e orientando-nos conforme as luzes de suas sabedorias.

Preparamos, para o atingimento desse objetivo, uma estratégia inicial que esperamos venha a ser gradativamente enriquecida pelos Irmãos que forem aderindo ao propósito estabelecido, e vislumbrem novas ações que possam aprimorá-la.

Conclusão

Temos o dever moral de honrar as nossas mais nobres tradições e dar início a um processo que contribua, de forma incisiva, para a correção dos rumos atuais em defesa de nossa Pátria, de nossos lares, de nossas famílias e, pela busca do Bem Comum.

No Ritual do Aprendiz Maçom durante a abertura dos trabalhos, quando o Venerável Mestre pergunta “para que nos reunimos aqui Irmão 1º Vigilante?”, ele então responde: “para combater a tirania, a ignorância, os preconceitos e os erros, e glorificar o Direito, a Justiça e a Verdade; para promover o bem estar da Pátria e da Humanidade, levantando Templos à Virtude e cavando masmorras ao vício.”

Meus estimados Irmãos, vamos então dar cumprimento ao determinado em nosso Ritual! Vamos romper com essa inércia! Vamos dar um basta nessa sujeira que emporcalha a Nação!

Vamos mostrar a nossos filhos e netos que um dia esse País poderá vir a ter governantes dignos, honestos, capazes e comprometidos com ideais mais elevados! Mostremos a esse País que além de Maçons somos brasileiros, e que em nossas veias corre sangue!

Prostar-se indignado sem nada fazer é estar conivente com a disseminação dos vermes que contaminam as entranhas dos poderes constituídos!

Lá está nossa Bandeira! Nosso símbolo maior! Símbolo de luta e de esperança. Não a desapontemos! Não adianta só criticar tudo o que vem ocorrendo de errado com nosso País.
É chegada a hora de perguntarmos para nós mesmos: o que podemos e devemos fazer por ele?

Para atingirmos tal propósito necessitamos disciplina, perseverança e tenacidade. Não podemos continuar inertes, deixando que escorra por nossas mãos a grande oportunidade de resgatarmos os mais nobres legados da maçonaria universal. Já deixamos passar preciosas oportunidades de levar adiante um trabalho sério que só engrandeceria a Instituição a qual pertencemos; que só nos dignificaria e nos enobreceria; que só nos abençoaria com o orgulho de sermos simplesmente Maçons.

Transformemos esta noite de 6 de outubro de 2009, num marco que simbolize o início de nossa caminhada rumo ao resgate de nossos consagrados valores e de nossa verdadeira identidade. Que o GADU nos abençoe nos combates do porvir.

Que sejamos um só corpo, um só espírito, um só coração na luta por uma Maçonaria mais presente, mais ativa e mais afeta aos destinos de nossa Nação. Que a história da Maçonaria brasileira venha, no futuro, orgulhar-se de todos nós.

O que procurei trazer na noite de hoje foi uma opinião livre de vícios e preconceitos e suficientemente honesta e sincera, para me expor a atrair sobre mim toda a sorte de interpretações e sentimentos.

Entretanto, meus Irmãos, estejam certos de que desejo, apenas, o bem estar de nossa Pátria herdamos denso legado de Irmãos que nos antecederam numa jornada rica em Instituição. Por elas sonharei, enquanto me for permitido sonhar; por elas lutarei, enquanto me for permitido lutar e por elas tombarei, se preciso for tombar.
Nunca nos esqueçamos, meus Irmãos, de que ninguém é tão pobre que nada tenha a dar, nem tão aquinhoado pela vida que nada tenha a receber, nem tão bruto que nada possa ensinar ou tão sábio que nada reste aprender. Dobremo-nos humildes e esperançosamente ante o golpe do Maço do Criador e sujeitemo-nos à orientação de Seu Cinzel, para que mereçamos compor a Grande Obra da Criação. E, se um dia encontrarmos as trevas da decepção em nossa jornada maçônica, não nos quedemos como tantos insensatamente o fazem, amaldiçoando a escuridão.

Acendamos as luzes dos nossos espíritos, e iluminemos o caminho daqueles que se deixaram ficar. Que sejamos um elo que se funde à cadeia infinita que une todos os Maçons do universo na Divina Tarefa.
Colocamo-nos, em nossa Loja, à disposição de todos os Irmãos que acreditem ser possível reescrever a nossa história.

Venerável Mestre, agradecemos a oportunidade que nos foi confiada, e coloco-me à disposição de todos os Irmãos aqui reunidos para um profícuo debate sobre o que acabamos de apresentar.

Muito obrigado pela atenção dispensada pelos queridos Irmãos."
Marco Antonio Mello Raposo Mestre Maçom

domingo, 15 de novembro de 2009

DEUS CASIMIRO DE ABREU 1839-1860

Eu me lembro! Eu me lembro! – Era pequeno
E brincava na praia; o mar bramia
E, erguendo o dorso altivo, sacudia
A branca escuma para o céu sereno.

E eu disse a minha mãe nesse momento:
“Que dura orquestra! Que furor insano!
Que pode haver maior do que o oceano,
Ou que seja mais forte do que o vento?! –

Minha mãe a sorrir olhou pr’os céus
E respondeu: - “Um Ser que nós não vemos
É maior do que o mar que nós tememos,
Mais forte que o tufão! Meu filho, é – DEUS!”-

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Educação na Maçonaria

O cidadão que bate na porta de um templo da Maçonaria em busca da luz, a educação que leva à sabedoria, aguarda que a ordem maçônica possua um método de ensino que o transformará em homem melhor do que já é. Isto é evidente na redação da absoluta maioria das propostas de admissão. Tempos depois, alguns não encontram este tesouro, desiludem-se e adormecem. Para estes, a almejada luz foi apenas um lampejo. Longe de constituir falha do método maçônico de educação de construtores sociais, a rotatividade é devida principalmente a nestes cidadãos a luz não penetrar, isto porque eles mesmos não o permitem. A anomalia é consequência do condicionamento a que foram submetidos ao confundirem educação com aquisição de conhecimentos na sociedade. É comum não perceberem a sutil diferença entre os dois propósitos. Professor de escola da sociedade ensina, transmite conhecimentos e não educa. São raros os professores das escolas que mostram caminhos e motivam o livre pensamento, e mesmo assim, isto ainda não constitui educação. Em educação existe apenas o ato de educar-se, de receber luz de fora e sedimentar em si novos conceitos, princípios e prática de virtudes. É impossível educar outra pessoa, a não ser que esta, na prática de seu livre arbítrio, consinta e se esforce em mudar a si próprio. No universo dos seres pensantes existe apenas a auto-educação. Qualquer um só pode educar a si próprio.

Ao mestre maçom é dada a atribuição de ensinar. Pelo modelo do mundo, é de sua atribuição transmitir conhecimentos e, pelo da Maçonaria, é induzir o educando a decidir qual caminho deseja seguir em sua jornada. O método da ordem maçônica visa provocar cada um a descobrir seus próprios caminhos. Ler em conjunto as instruções do ritual não faz do mestre um educador maçônico, mas um professor que transmite conhecimento; ele não induz a luz, a educação da Maçonaria, a almejada sabedoria; para tal, ele carece de um condicionamento de auto-formação. O mestre que apenas dá instruções de forma mecânica nem instrui, pois se comporta a semelhança do modelo do mundo, onde os governos propiciam instrução e igrejas conceitos de ação e moral, que na maioria das vezes visa apenas escravizar para o trabalho ou ao fundamentalismo radical. Auxiliar alguém em mudar o rumo de sua jornada, na presença do livre arbítrio, é educação. Romper a "couraça de aço" que envolve o intelecto do educando exige uma expressão de arte, algo quase místico.

Para despertar dentro do educando as potencialidades de seus dons, exige-se do mestre obter conhecimento lato da natureza humana. Para aprofundar-se no conhecimento das características humanas exige-se dele que conheça antes a si mesmo, da forma a mais ampla possível - é a essência do "conhece-te a ti mesmo", de Sócrates. Este autoconhecimento só aflora quando ele atinge a fase de auto-realização em sua vida, o último estágio que um ser humano atinge depois de atender a todas as demais necessidades, e que Abraham Maslow definiu para o indivíduo que procura "tornar-se aquilo que os humanos podem ser, eles devem ser: eles devem ser verdades à própria natureza delas". É neste último patamar que se considera a pessoa coerente com aquilo que ela é na realidade, seu verdadeiro eu, de ser tudo o que é capaz de ser, de desenvolver seus potenciais até o limite. Só então é possível ao mestre conhecer a natureza humana alheia, onde a educação passa a obter característica de arte ao invés de ciência.

É ilusão pensar que pelo fato do maçom ver-se mergulhado numa sociedade de homens bons, livres e de bons costumes, já seja o suficiente para fazer dele um homem bom. Se ele não o desejar e não agir conforme, de nada adiantam os melhores mestres que nunca obterá a sabedoria maçônica; esta luz só penetra num homem se este o permitir. Por mais que o mestre se esforce, ou possua proficiência num determinado tema, se o caminho para dentro do educando não estiver aberto, isto não sedimentará e não se transformará em educação ou em luz maçônica. Se o recipiendário não se abre ao que lhe é transmitido, de nada vale o mais habilidoso educador. O mestre educador exerce apenas um impacto indireto, por uma espécie de indução; um potencial que todos têm latentes em si de influenciar terceiros por um conjunto de atividades intelectuais, afetivas e espirituais. Para romper os bloqueios do educando, o mestre deve encontrar-se primeiro, mudar-se, e só então obterá a capacidade de induzir luz maçônica ao outro - de fazer o outro mudar - momento em que, mente e coração do educando se abrem, e ele mesmo passa a efetuar mudanças em si, exercendo seu potencial de auto-educação. Em todos os casos o educando só muda se o mestre mudar antes. O aprendizado torna-se ainda mais eficiente quando as provocações provêm da ação do grupo sobre o individuo - é o efeito tribal fixado profundamente na mente de cada indivíduo, fenômeno psicológico e social desenvolvido desde os vetustos homens das cavernas - é quando a maioria das barreiras e bloqueios desaba e abre-se espaço para a auto-educação; neste caso, com o objetivo de obter aprovação do grupo e identificar-se com seus semelhantes. Fica mais efetivo quando uma força assemelhada é aplicada a si mesmo, para obter a aprovação própria, algo que lança o homem na obtenção de sua derradeira necessidade: a auto-realização.

Note-se que educação maçônica, a luz, a sabedoria, não têm nada a ver com decorar rituais, conhecer ritualística, ser uma enciclopédia ambulante; é uma arte que adquire contornos quase mágicos, principalmente quando os resultados aparecem e produzem bons frutos ao induzir os outros a mudarem para melhor como edificadores sociais. Enquanto a ciência pode ter tratamento intelectual com a transmissão de instruções, a arte de educar da Maçonaria vai muito além, e alcança intuição cósmica, limitada apenas nas fronteiras que cada um impõe a si próprio. Enquanto o talento analisa e é consciente, o gênio intui e vai muito além da consciência, pode até alcançar o místico.

Abordagens técnicas não furam a couraça do livre arbítrio do educando, mas a alma da educação pode ser alcançada pela "metafísica" da arte de ensinar os caminhos para a luz. É uma mistura equilibrada de conhecimento, emoção e espiritualidade; elementos dependentes entre si. A educação que quebra as barreiras do livre arbítrio apresentará sempre contornos lúdicos na sua indução. Para isto exigem-se do educador maçônico autoconhecimento e auto-realização. Tal personagem porta a capacidade de induzir na mente do educando uma caminhada que o motiva em efetuar mudanças em sua vida; não porque o mestre assim o determina ou exemplifica, mas porque o educando assim o deseja. Quando o mestre adquire esta arte de atingir e motivar o educando pela auto-educação, terá quebrado a barreira da indiferença do livre arbítrio e o educando se modifica porque ele assim se auto-determina. Com isto o mestre alcança a plenitude de sua atribuição. É a razão do educador maçônico nunca ser definitivo em suas colocações e sempre apresentar as verdades sob diversos ângulos, para que o educando possa escolher ele próprio qual é o melhor caminho a seguir. É a razão de propiciar aos educandos a possibilidade de debater num grupo, em família, os temas com que a Maçonaria os provoca e eles mesmos definirem, cada uma a sua maneira, as suas próprias verdades. É a razão de o mestre brincar com os pensamentos, propiciando emoção agradável, conduzindo as provocações apenas na direção certa do tema e onde cada um define suas próprias veredas. Em todos os casos onde o educando sente-se livre para pensar e intuir, ele derruba as inexpugnáveis barreiras do livre arbítrio que o impedem, em outras circunstâncias mais rígidas e ritualísticas, de obter as suas próprias verdades pelos eternos ciclos de tese, antítese e síntese. Da mágica que se segue da absorção da luz pela auto-educação é que surge a razão do maçom nunca iniciar um trabalho sem invocar a fonte espiritual da arte de educar à glória do Grande Arquiteto do Universo, a única fonte de luz da Maçonaria.

Charles Evaldo Boller (foto)

Área de Estudo: Educação, Espiritualidade, Maçonaria, Pedagogia.

Bibliografia:
1. ROHDEN, Humberto, Educação do Homem Integral, primeira edição, Martin Claret, 140 páginas, São Paulo, 2007.

Blog Segredo Maçônico

terça-feira, 10 de novembro de 2009

As qualidades para a iniciacäo

As qualidades do profano para o ingresso devem levar em conta, as condições morais e a sabedoria, no que diz respeito ao sentimento profundo e altruísta, com relação ao procedimento legitimo de respeito e apreço aos semelhantes.

Em recente evento, na cidade de Campina Grande-PB, ouvíamos falatório de profanos, alusivos a nossa Sublime Ordem, da decadência que atravessava a Instituição, em função do grande número de irmãos iniciados em nossos Augustos Mistérios e, atualmente, se declaravam ex-maçons, e, para confirmarem, era bastante realizarem uma pesquisas com os ex-maçons e indagarem os motivos que os levaram a abandonarem a Ordem Maçonica.


Dentre os motivos alocados afirmaram a falta de cultura dos maçons, a falta de força moral dos que a dirigem, a realidade de que a maçonaria é um simples clube de serviço e entretendimento, além do que a bandeira que defendia na antiguidade, tais como, liberdade, igualdade e fraternidade, está fora de época, ultrapassada, sem serventia para os nossos dias.


Assim, após presenciar tantos disparates e arrogância, filhas legitimas da ignorância, respeitosamente, pedi licença e solicitei a palavra para expressar a verdade sobre o significado da filosofia maçonica, tão tragicamente e covardemente agredida, começando pelos seguintes pontos:

1 - Embora todos os candidatos a iniciação sejam honrados e justos, não perseveram na luta intima de combate aos vícios e as paixões e fogem para continuarem com os vícios e paixões nos seus corações.
2 - A finalidade primeira da Ordem é melhorar os que lá se matricularam em seres humanos mais dignos e honrados, através de boas ações e de estudos edificantes, para poderem contribuírem com futuro melhor para toda a humanidade.
3 - Salvo as excecões, a grande maioria dos que abandonam a Maçonaria o fazem por fraqueza intima, não conseguem suportar a qualidade de vida que lhe é orientada para construir um homem de ideal, humilde, honesto em todos os aspectos, tanto no profissional, no familiar, no cidadão e perante o que seja bom, belo e justo, no mais fiel entendimento de uma estrita moral.
4 - Percebemos que ao saírem da Maçonaria não aprenderam a dominar as más paixões e, consequentemente, não realizaram nenhum progresso na Maçonaria.
5 - Ao ingressarmos buscamos, verdadeiramente, o verdadeiro maçom, olhar para a Luz, para o Alto, para o GADU, ao contrário, em atitude exatamente oposta o incauto se compraz em continuar alimentando o seu orgulho em olhando para baixo, persistindo alimentar os vícios e as paixões que o animalizam.
6 - Todo verdadeiro maçom tem - a língua de boa reputação -, ou seja, apresenta um som espiritual de evolução, cujo proceder identificamos em qual degrau da escada evolutiva nos encontramos, falamos e exemplificamos aquilo que sai da boca em consonância com o nosso coração.
7 - O bem está em alta, sendo o bem a moeda corrente de nossa INSTITUIÇÃO, em hipótese alguma, está decadente. Ao contrário, decadente esta o mal que é de responsabilidade dos macons extirpá-lo da face da Terra, a fim de cumprir o seu o objetivo maior que é o de tornar feliz a humanidade.
8 - Não obstante, serve de alerta para todos nós macons, que, peremptóriamente, inadvertidamente, muitas vezes, nos descuidamos de beber da fonte fecunda de nossa Respeitável Ordem.
9 - Percebe-se que a ignorância anda solta a todo vapor. Prudência e cautela nos compete assumir.

Finalizando, quando Buda foi indagado por um discípulo para que resumisse todos os seus ensinamentos. Depois de pensar um momento, respondeu:

Cessa de praticar o mal;
Aprende a praticar o bem;
Limpa teu coração;
Tal é a religião dos Budas.

Nós somos um só.
A TODOS TFA
Walter Sarmento de Sá Filho


sexta-feira, 30 de outubro de 2009

FERNANDO PAIVA e sua lente

Geralmente não coloco ou discuto nada político ou religioso na Lista mas este “outdoor” em Jaraguá do Sul nos enche de esperanças e traduz o que pensamos;

Assinado pelos Maçons Jaraguenses.

Fernando Paiva
Maçom

Se extinguirmos a vaidade a Maçonaria será perfeita

"Um Irmão pode não ser um amigo, mas um amigo será sempre um Irmão"Benjamim Franklin

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

PERSEVERAR

Etmologicamente, PERSEVERAR é continuar firme e constante no propósito sem, contudo, atentar para as conseqüências e riscos advindos de tal atitude.

No Filosofismo maçônico, perseverar é continuar no propósito firme da consecução dos objetivos, observando porém, os que nos ladeiam para evitar ultrapassar os limites da ética e do bom senso.

O progresso humano não existiria sem a PERSEVERANÇA. Sem ela não haveria a pesquisa dos cientistas e tecnólogos.

As obras mais importantes da humanidade só se efetivaram graças à tenacidade e perseverança de seus autores e, a título de ilustração, podemos citar alguns dignificantes exemplos:
Simon Bolivar, o libertador da América, várias vezes perdeu batalhas e esteve preso, mas não desistiu e, perseverando, triunfou;

Franklin Delano Roosevelt, mesmo paralítico, numa cadeira de rodas, teve relevante participação como primeiro mandatário dos Estados Unidos e, como aliado, teve papel fundamental junto a

Winston Churcill na vitória durante a Segunda guerra mundial;

Thomas Alva Edison experimentou quase 10.000 testes para lograr o êxito da lâmpada;

Miguel de Cervantes sofreu incompreensões e experimentou a miséria, teve seus escritos desconsiderados, viveu na miséria, viveu em regime de mendicância para não morrer de fome e, mesmo assim, perseverando, legou-nos o “Dom Quixote de La Mancha”, obra de valor literário e filosófico inegável;
Camões, mesmo sem uma das vistas, deixou-nos “Os Lusíadas”;

Confúcio, aos 55 anos, foi abandonado pelo seu mestre. Mesmo assim, perseverou, oferecendo extraordinária contribuição filosófica para a humanidade;

Buda, procurando a iluminação, provou solidão e abandono, não desistiu e teve a luz, legando à humanidade eternas mensagens de paz.

A galeria daqueles que não desistiram e confiaram na vitória é imensa, impossível enumerá-los todos, possível, porém, seguirmos seus exemplos, não nos abatendo diante de obstáculos.

Se queremos vencer, superando quaisquer problemas, prossigamos em paz, perseverando na ação operosa e confiante, assim conseguindo alcançar as metas essenciais de nossas vidas.

Disse Jesus: “Aquele que perseverar até o fim, este terá o reino celestial”.
Assim, se queremos, portanto, a vitória, PERSEVEREMOS.

Vale de Goiânia, 22 de abril de 1998.
José Vitorino Vieira
Loja Maçônica Luz no Horizonte - 2038

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Nasci, não sei quando.

Em meu nome ergueram templos de pedra e os encheram com os que não me compreendiam.

Em meu nome, se fantasiaram e se engalanaram.


Em meu nome, fizeram-se falsos homens de bem.


Em meu nome, buscaram o poder pelo poder.


Em meu nome, delegaram-se sapientes e iniciados.


Em meu nome, fizeram-se donos da verdade.


Em meu nome, perseguiram mais do que ajudaram.


Em meu nome, ludibriaram e enganaram.


Em meu nome, me dividiram, como se eu não fosse uma só.


Em meu nome, retiraram dos meus rituais a essência dos ensinamentos do meu criador.


Em meu nome, criaram graus e degraus, como forma de serem importantes por estas conquistas e não pelo trabalho interior e exterior de cada um. Em meu nome, criaram e criam vários ritos, tudo no grito.


Em meu nome, ganham a vida criando estórias e arregimentando seguidores para estas, para mais tarde se desmentirem.


Em meu nome, fazem leis e normas para os favorecer, ou para tentar calar o meu grito através dos que tentam me defender.


Em meu nome, usam a sociedade para benefício próprio e de seus apadrinhados ou cúmplices. Em meu nome, criam até rituais onde o iniciado não necessita crer em DEUS, coitados, não sabem nem ao menos o que é uma iniciação . Em meu nome, iniciam sem jamais iniciar.


Em meu nome, se colocam como maçom sem jamais se preocuparem em um deles verdadeiramente um dia se tornar.


Em meu nome, relegam a um segundo plano o verdadeiro sentido da iniciação.


Em meu nome, fazem sessões rápidas, maquinalmente, sem propósito algum, para sobrar mais tempo para a sessão gastronômica.


Em meu nome, sim, em meu nome, fazem tanta coisa errada que até fico constrangida em aqui apresentar.


Eu sou justa, sou perfeita, nasci para ajudar o homem a se aproximar do nosso Criador que é DEUS.


Eu sou justa, sou perfeita, dei os símbolos como meio didático para o homem melhor me compreender e praticar.


Eu sou justa, sou perfeita, criei o ritual para poderem com os símbolos melhor me compreender e entender.


Eu sou justa, sou perfeita, pensei que o homem poderia através dos símbolos e dos rituais interagir melhor com as forças energéticas positivas do universo.


Eu sou justa, sou perfeita, chamei o homem de pedra bruta para que ele sentisse e compreendesse a necessidade de se lapidar.


Eu sou justa, sou perfeita, mostrei ao homem que o templo físico deveria ser uma representacão do universo, só que alguns não entenderam, que tudo ali é sagrado, é uma das muitas moradas do meu Pai. Ali não há lugar para a inveja, o ciúme, a disputa, a vaidade, a intemperança, a raiva, a injúria e o juízo de valor.


Eu sou justa, sou perfeita, até deixo o homem dizer que eu tenho segredo, estes, se existem, são administrativos, como qualquer sociedade que um dia foi ou é perseguida tem, como forma de proteger os seu membros.


Eu sou justa, sou perfeita, nasci para ajudar todos os homens, independentemente do sexo, raça, cor, religiosidade ou posição social a se transformar em um iniciado, ou seja, num homem e consequentemente um espírito de LUZ. Que será aonde toda a humanidade terá forçosamente que chegar.


Assim está escrito e assim se cumprirá.


Eu sou justa, sou perfeita, a todos e a tudo levo o meu perdão, mas, por favor, Sejam Dígnos de Mim, Não me maltratem e Me Socorram.


O meu nome, sim, o meu nome é MAÇONARIA.



SOBRE A MAÇONARIA
A Maçonaria proclama a prevalência do espírito sobre a matéria. Pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever, da prática desinteressada da beneficência e da constante investigação da verdade. Seus fins supremos são: Liberdade, Igualdade e Fraternidade
Fonte: Extraído do http://www.maconariauniversal.com.br/

domingo, 18 de outubro de 2009

SER MESTRE

A revista maçônica União, no artigo SER MESTRE, assim nos informa:

Ser Mestre significa ser Mestre de si mesmo, trabalhar com inteligência e força de vontade em si mesmo no seu próprio aperfeiçoamento, tendo sempre em mente o fato de que nada mais somos do que simples aprendizes no Grande Mistério, mesmo que nos denominemos Mestres.


Ser Mestre é aceitar que não nos pertencemos, mas à coletividade, e que por isso mesmo sua inteligência e sua vontade devem estar sempre a serviço dessa coletividade.

Ser Mestre é acender luzes pelo caminho por que passa, luzes de amizade e sabedoria, de bondade e justiça, de harmonia e compreensão, de solidariedade e fraternidade.
Ser Mestre é não se considerar juiz dos defeitos e erros dos outros, mas saber compreender e perdoar.

Ser Mestre é saber aceitar um conselho, para ser ajudado.

Ser Mestre é retribuir com ternura aos que o odeiam.

Ser Mestre é ser perfeito nas mínimas realizações.

Só a luz pode

"Através da violência você pode matar um assassino, mas não pode matar o assassinato.

Através da violência você pode matar um mentiroso, mas não pode estabelecer a verdade.


Através da violência você pode matar uma pessoa odienta, mas não pode matar o ódio.


A escuridão não pode extinguir a escuridão.


Só a luz pode."


Martin Luther King, clérigo, líder negro, maçom e teólogo de nacionalidade norte-americana. Martin Luther King Júnior nasceu em 15 de janeiro de 1929 em Atlanta, Georgia. Faleceu em 4 de abril de 1968 em Memphis com 39 anos de idade, assassinado. Prêmio Nobel da Paz, 1964.
Precisamos romper com as velhas tradições das falsidades, da falta de escrúpulo ainda renitente em alguns de nós.

Busquemos nos espelhar nos valorosos e corajosos pioneiros(FOTO) que em busca da Verdade, se reuniam em nome do GADU.


No ano de 1791, na loja maçônica as nove irmãs, em Paris, celebraram-se um acontecimento de alto relevo, a revolução de 89 havia ensejado a declaração dos direitos humanos dando a honra da liberdade, da igualdade e da fraternidade e a maçonaria que sempre fora pioneira nesse ideal de engrandecimento humano recebia na sua Casa um dos homens de mais notáveis do século, tratava-se de Voltaire, um dos pais da enciclopédia, no momento em que a palavra lhe foi delegada, por que ele recebia a iniciação no grau 33, declarou a razão por que ele se tornara discípulo da Ordem.


Naquela solenidade, para que tenhamos a idéia da sua magnitude, encontravam-se representante de Catarina da Russsia, do Rei da Inglaterra, das altas personalidades
francesas e no Oriente se encontravam as bandeiras representativas da corte européia.


A emoção havia galvanizado a alma dos convidados, tratava-se de uma reunião branca em que os nâo iniciados tomavam parte, e, aquele homem octogenário, sob cujos ombros repousavam a cultura, a sabedoria e os direitos da criatura humana, prosseguiu o seu memorável discurso.


- "Faço-me maçom por que encontrei nesta Ordem Sagrada os ideais da dignidade humana. Aqui tive a oportunidade de aprender a amar e a respeitar a criatura humana. Nesta Casa que abre as suas portas às idéias revolucionárias, aprendi, também, a amar a Deus, e variavelmente disse. Que Eu não acredito em Deus! E é uma verdade. Eu não acredito em Deus, aquele que os homens fizeram. Mas eu acredito em Deus. Aquele que fez os homens".


A palavra luminifera de Voltaire. Em um improviso memorável durante duas horas emocionou as personalidades mais ilustres que ali se encontravam. Ao terminar o admirável discurso, foi homenageado pelo jovem Benjamim Franklin. Assim se escreveria mais tarde que se estava no limiar de uma nova época. Franklin, o jovem, representava os ideais da futura tecnologia. Com Voltaire, encerrava-se toda uma era de realizações grandiosas, de nobreza, de desenvolvimento elevados que constituíam o passado.


E desde aquele momento, a maçonaria através dos seus landmarks guardaria no recesso dos seus estatutos a veneranda figura de Voltaire, como dos mais gloriosos marcos da sua historia contemporânea.

Foi Abraão Lincoln, presidente dos estados unidos da América quem teve a oportunidade de dizer que a maçonaria é uma Ordem filantrópica de natureza social que agasalha no seu seio as almas idealistas, que não tem prioridade religiosa, mas alberga todas as religiões. E em momento de grande inspiração ele terminou dizendo que a maçonaria representava um dos mais alto ideais da humanidade, erguendo a sua bandeira de defesa dos direitos da criatura humana e trabalhando pela felicidade geral de todos os povos.


No Brasil, entre outros, Rui Barbosa, teria a oportunidade de dizer onde florescem os ensinamentos maçônicos, não vicejam a ditadura, a soberania dos poderes arbitrários, nem a dominação daqueles conquistadores violentos que denigrem a condição da criatura humana.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Degraus nos Templos

"A Maçonaria, apesar de seus sublimes fins foi muito desvirtuada quando abriu despreocupadamente as suas portas, onde a falta de escrúpulos na seleção de seus iniciados, permitiu que seus templos fossem invadidos por multidão de pessoas diferentes e esquecida dos elevados princípios que possuía, transformou-se em sociedade de elogios e auxílio mútuos. Entidade onde a ação da política militante introduziu em seu meio princípios de moralidade barata, movimentada por interesses inconfessáveis. O Rito Escocês Antigo e Aceito tem por objetivo restabelecer o antigo e verdadeiro caráter da mais alta moralidade, aderente a prática de virtudes, ao fomento da liberdade regida pela lei, da igualdade com subordinação e disciplina".


Degraus nos Templos do Rito Escocês Antigo e Aceito Charles Evaldo Boller Área de Estudo: Comportamento, Maçonaria, Ritualística, Simbologia. Blog Segredo Maçônico




Os degraus existentes em Loja são num total de dez. No Rito Escocês Antigo e Aceito praticado nas Grandes Lojas, não são dados nomes nem significados simbólicos aos degraus existentes em Loja e estão assim distribuídos: um no altar do segundo vigilante; dois no altar do primeiro vigilante; três no trono do venerável mestre; quatro separando oriente do ocidente. Sabe-se da existência de nomes para cada degrau e que estes têm a finalidade de ajudar no entendimento do significado de sua escalada. É possível especular e lhes dar significação simbólica se considerado que cada degrau num ambiente disciplinado como o da Maçonaria está ligado ao desenvolvimento da liderança.




Pobre daquele maçom que não entende o significado da escalada dos degraus da Loja e, pelo cargo que exerce, se coloca acima de seus irmãos. Certamente verá fracassada sua educação em liderança, o que vai refletir em sua vida particular, sua família, afetar a sociedade que o cerca e em conseqüência, a nação.




O bruto pode até impor sua vontade de forma opressiva por curto espaço de tempo, mesmo assim o mal causado para si e a Loja é duradouro, até irreversível. Isto contrasta com o que ocorre na sociedade, onde os cargos políticos deveriam estar apenas em mãos de servidores públicos; servidores e não ditadores, corruptos ou ladrões. Aquele irmão que hoje está em cargo público, onde deveria ser servidor da coletividade e não o faz, serve apenas a si próprio, é maçom que não aprendeu o sentido que a escalada dos degraus representa. Por não haver aprendido o significado do galgar dos degraus não tem capacidade de se empenhar em propiciar o bem coletivo.




Um irmão ligado à política e que não executa o que aprendeu na ordem, é aquele que normalmente apresenta a desculpa que o cargo público o deixa assoberbado e só aparece em Loja quando surge a necessidade de pedir votos. E como vai aprender se usa a Maçonaria apenas como ferramenta para abrir certas portas do poder e não estuda?




Para a pessoa que escala os degraus da Loja no sentido de crescer em poder, como desvirtuado líder da humanidade, cada degrau para cima conduz um degrau para baixo, para a imoralidade, a falta de ética. Aquele que sobe os degraus da Loja apenas visando portar faixas, medalhas, aventais, espadas, e outros adereços confeccionados de materiais prateados ou dourados, todos reluzentes, não sobe, desce até o fundo do poço e arrasta consigo aqueles que se sujeitam em segui-lo.




O venerável mestre ocupa o degrau mais alto na Loja por imposição de seu cargo; isto é disciplina; não que com isto ele seja mais importante que os obreiros, ao contrário, quanto mais sobe, mais humilde é o homem maçom. Visto desta forma, o oriente não é a única a fonte de sabedoria, isto é vaidade, o leste apenas simboliza a sabedoria; esta emana do corpo da Loja, e o oriente, qual espelho, a reflete de volta aos seus emissores. Para ser espelho, o oriente deve consistir de destacados obreiros virtuosos. Se a qualidade moral, cultural e ética das pessoas que compõem a Loja é ruim, de que adianta o mais sábio dos homens em sua presidência? Quem faz a Loja, quem dá luz ao espetáculo, quem brilha de fato, não é o venerável, o grão-mestre, são todos os membros da oficina em união e abençoados pelo Incriado. Aquele que sobe um degrau para o alto serve aos que estão em degraus inferiores. Na ordem maçônica, o mestre maçom está empenhado num processo de melhoria interminável que não visa o poder pelo poder, mas pelo servir. Para obter sucesso no servir coloca em prática o que os degraus definem, e quanto mais ele sobe na hierarquia da Loja, mais se empenha em servir e isto lhe proporciona verdadeiro e natural poder e capacidade de refletir a sabedoria gerada nos demais quadrantes do templo.


Os degraus deixam o presidente ciente do desenvolvimento da capacidade de retribuir com bondade as críticas dos outros, por vezes cruéis, e localizar pontos onde efetuar mudanças em si próprio para melhor servir os irmãos. Está ciente que os outros só mudam se ele mudar; cada modificação em si próprio tem por objetivo diminuir a distância entre ele e os irmãos; liderar significa caminhar junto com os outros em direção ao objetivo comum e não andar na frente dos liderados visando seus próprios alvos.




O verdadeiro líder maçônico divisa com clareza o real objetivo, age e obtém bons resultados quando propicia aos outros, não o que querem, mas o que precisam para escalar os mesmos degraus pelos quais ele subiu. Um irmão puxa os outros pelos degraus acima, e isto mostra o quanto a ordem é importante na formação de lideranças tão necessárias para a condução de si próprio, da família, da Maçonaria, da sociedade, do país.




A prática da disciplina é uma constante em Loja que desenvolve bons líderes para a sociedade humana. É o líder forjado na cobrança de resultados; formado na batalha de enfrentar problemas e situações onde é cobrado pela sua responsabilidade. Na ocasião azada aprende a lidar com o medo e a ansiedade do enfrentamento de situações conflitantes, pois uma necessidade judicativa é tratada com urgência para não poluir a Loja, onde a procrastinação pode levar até ao abatimento de colunas. Em todas as situações o líder maçom age para ensinar, e aquele que recebe treinamento é discípulo, cuja raiz é disciplina. O discípulo que aprende o significado dos degraus é feliz e certamente cultiva boas sementes, separa joio do trigo. A disciplina faz com que o maçom não apenas esteja qualificado para ser bom líder, mas que também queira aceitar o encargo. Ao alterar sua disposição mental, ao modificar a maneira de pensar pela disciplina maçônica, o líder modifica sua vida e realmente faz a diferença.




O líder maçom não distribui apenas abraços e beijos; quando necessário também aplica "palmadas" naquele que se comporta de forma inadequada, que desrespeita a disciplina, que é o aprendizado do galgar dos degraus de forma obediente. Para este existe a lei; rígida e aplicada com firmeza. O mestre maçom aprende a encontrar o equilíbrio entre aplicar "palmadas" e ter um bom relacionamento. As suas boas ações são conscientes, sabe encontrar o meio-termo que orienta sua razão para moderar seu ímpeto ao extremo. O constante cultivar de princípios éticos alicerçados em cada degrau que escala o levam a concluir ser impossível separar intelecto de coração. Estas duas características convivem dentro de todas as pessoas, mas principalmente no interior do mestre maçom forjado nas oficinas da Maçonaria. Visto desta forma, disciplina e amor são sinônimos, é onde a ordem maçônica deixa de ser a sociedade de elogios e auxílios mútuos pela qual é caracterizada nos últimos tempos. Aplicam-se "palmadas" e abraços por amor para que o resultado de toda a ação resulte em edificar templos a virtude. As emoções são controladas com o tempo, pela prática de constantes ações moderadas em presença da racionalidade, o que predispõe a excelência moral de forma integral.




O alicerce dos degraus da Loja, da escalada do líder maçom, está apoiado em: paciência, gentileza, respeito, altruísmo, humildade, perdão, honestidade, compromisso, resumindo: no amor.




O amor fraterno que a Maçonaria coloca acima de todas as virtudes, o exemplo vivo do que já foi dito no passado pelos maiores líderes e grandes iniciados como a única solução para todos os problemas da humanidade. Em sendo o perfeito vínculo de união, o amor se destaca no mestre maçom por: - como ele serve e se dedica aos seus irmãos; - colocar em prática o que a escalada dos degraus lhe ensinam sem parar; - propiciar os meios de desenvolvimento ordeiro e pacífico de uma pequena célula de sociedade, um laboratório de humanismo onde seus membros se tratam e se comportam como irmãos, praticando o mais profundo amor fraterno entre si.




Ao conjunto de atitudes de cada mestre maçom que escala de forma consciente os degraus da Loja resulta a prática da verdadeira Maçonaria, um ambiente onde qualquer irmão, obediente e disciplinado, descobre a existência do Princípio Criador que é definido por Grande Arquiteto do Universo, pois é sabido que Este só se manifesta onde as pessoas se tratam como irmãos e desenvolvem profundo amor entre si.


Bibliografia:


1. ASLAN, Nicola, Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia, ISBN 85-7252-158-5, segunda edição, Editora Maçônica a Trolha Ltda., 1270 páginas, Londrina, 2003;


2. BENOÎT, Pierre; VAUX, Roland de, A Bíblia de Jerusalém, título original: La Sainte Bible , tradução: Samuel Martins Barbosa, primeira edição, Edições Paulinas, 1663 páginas, São Paulo, 1973;


3. BOUCHER, Jules, A Simbólica Maçônica, Segundo as Regras da Simbólica Esotérica e Tradicional, título original: La Symbolique Maçonnique , tradução: Frederico Ozanam Pessoa de Barros, ISBN 85-315-0625-5, primeira edição, Editora Pensamento Cultrix Ltda., 400 páginas, São Paulo, 1979;


4. CAMINO, Rizzardo da, Dicionário Maçônico, ISBN 85-7374-251-8, primeira edição, Madras Editora Ltda., 413 páginas, São Paulo, 2001;


5. CHALITA, Gabriel, Os Dez Mandamentos da Ética, ISBN 85-209-1584-1, primeira edição, Editora Nova Fronteira S/A, 224 páginas, Rio de Janeiro, 2003;


6. CLAUSEN, Henry C., Comentários Sobre Moral e Dogma, primeira edição, 248 páginas, Estados Unidos da América, 1974;


7. FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio de, Dicionário de Maçonaria, Seus Mistérios, seus Ritos, sua Filosofia, sua História, quarta edição, Editora Pensamento Cultrix Ltda., 550 páginas, São Paulo, 1989;


8. HUNTER, James C., O Monge e o Executivo, Uma História Sobre a Essência da Liderança, título original: The Servant, tradução: Maria da Conceição Fornos de Magalhães, ISBN 85-7542-102-6, primeira edição, Editora Sextante, 140 páginas, Rio de Janeiro, 2004;


9. MARTINS, Maria Helena Pires; ARANHA, Maria Lúcia de Arruda, Filosofando, Introdução à Filosofia, ISBN 85-16-00826-6, primeira edição, Editora Moderna Ltda., 396 páginas, São Paulo, 1993;


10. WEIL, Pierre; TOMPAKOW, Roland, O Corpo Fala, A Linguagem Silenciosa da Comunicação Não-verbal, ISBN 85-326-0208-8, 33ª edição, Editora Vozes Ltda., 288 páginas, Petrópolis, 1994.

POESIA: "ALMA DE APRENDIZ"

Homem em sua plenitude,
Estuda, evolui, aprende, contradiz,

Cava masmorra ao vício.

E levanta templos à virtude.

Alma de um menino valente,

Que voa em seus objetivos.


E caminha Olhei bem,

Prestei atenção,

Vi o sistema solar- O Big-bang!

O universo em expansão.

Viajei pelas órbitas dos cometas,

Questionei o rito dos planetas.


Naveguei pelo espaço-tempo,

Luz, som, mundo desconhecido.

Explorei nosso passado,

A vida e sua relação esotérica.

Ganhei a palavra sagrada,

Sinais, magia, cabala e simbologia.


Todos os mistérios e a ritualística periférica.
Conheci o saber, o verbo, o princípio e a fé.

Viajei pelas águas sagradas,

Senti a pureza da terra, do fogo e do ar.

Realizei as viagens simbólicas,

livre, seminu, sem enxergar.


Segui com coragem a beleza que nos conduz.

E descobri o valor da confiança,

Da descoberta – divina luz.
Olhei bem, Prestei atenção,

Vi a Abóbada Celeste

Em seus detalhes.


Encontrei a harmonia inconteste

Do Grande Arquiteto do Universo

E sua lei universal,

Que revigora, encanta e se espalha

Pelas entranhas e profundezas Da minha alma.

Que esclarece os mistérios.


E a verdade fundamental.
Alma de aprendiz,

Que se revela com graça e discernimento.

Alma intuitiva e calma,

Que sacrifica o espírito

E ilumina a virtude do verdadeiro irmão.


Alma que liberta o profano

E que renasce Com a Iniciação.

Inteligentemente,

Purifica a força e o pensamento

Do aprendiz Maçon.

Sol que aparece no Oriente.


E jorra-se em Luz Ao romper do dia,

Luz que movimenta a gente.

Aprendiz que trabalha ao meio-dia,

Gérmen, feto, princípio da maçonaria.

Elo da corrente,Verso reverso,

Prosa e poesia.

Alma de aprendiz,

Que se revela sempre em frente: Liberdade,Igualdade,Fraternidade!
Objetivo supremo do homem, Caminho, revelação e verdade.

Vida Justa e Perfeita,

Retidão, filosofia,Alimento da alma,

Luz de sabedoria.

Wlidon Lopes da Silva, A:.M:.
A:.R:.L:.S:. Mounth Moriah 3327, São Paulo - Brasil

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

UMA ESCOLA DE ESPERANÇA

“Todo homem que tenha que talhar para si um Caminho para o Alto encontrará obstáculos Incompreensíveis e constantes” Fernando Pessoa ).

A Maçonaria tem procurado, através dos tempos, conscientizar o Homem de sua origem e de seu destino, preocupando-se em fazer com que todos os seus adeptos estudem a natureza da alma humana imortal, entendendo que o corpo tem um início e um fim e que este corpo só é ativo enquanto a alma nele permanece.

E para onde vai a alma depois que ela deixa o corpo? Indagações inúmeras tem feito o homem a respeito disso e embora as respostas apresentem diversas variáveis, todos os que acreditam na imortalidade da alma sabem que ela se apresentará, após permanência em um corpo, a poderes supraterrenos criados pelo Grande Arquiteto do Universo para recebê-la e orientá-la com relação ao que terá de fazer para aperfeiçoar-se.

Mas quem é esse Grande Arquiteto do Universo? É o mesmo Deus que uns conhecem como Tupã, como Viracocha, como Alá e sobre muitos outros nomes. Mas como a Maçonaria define o GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO? Nossa instituição ensina-nos que ele é um ser incriado, do qual viemos e para o qual voltaremos quando conseguirmos o aperfeiçoamento final. Ele é a plenitude do amor e até a sua justiça infalível é exercida sob a égide do amor.


A Maçonaria consagra o homem que vive do fruto de seu trabalho, cumpre os seus deveres morais, familiais, sociais, honrando seus pais, à sua esposa, a seus filhos, à sua pátria e à humanidade. Nossa Ordem aconselha-nos a acalentar o sonho de fazer feliz a humanidade. Fala-nos que devemos perseguir tal sonho diuturnamente. Enfim, ela nos recomenda a adoção de postura que poderão levar-nos do vale à montanha, isto é, do zero ao infinito. Não é à toa que sempre falamos na Escada de Jacó, a qual nos incentiva a subir pelo menos um degrau a cada dia na escalada evolutiva.


Amando a criatura estaremos honrando o Criador. Mas, para amar a criatura temos que, primeiro, ornamentar o nosso templo interior com a paz, com a doçura, com o conhecimento. Aí, será fácil conseguirmos a instalação do amor dentro de nós. Naturalmente nos despontarão benefícios exteriores, pois estaremos totalmente preocupados em ser e não em ter. Todos conhecem os símbolos da Fé, da Esperança e da Caridade. Mas, quantos conseguem transformar o sentido de tais símbolos em ações efetivas? A Maçonaria utiliza-se de vários símbolos, obrigando, com isso, os Maçons a estudarem continuadamente seus desdobramentos numa realidade capaz de incluir os filhos do nosso Pai Celeste no contexto da felicidade. Mas para conseguirmos isso precisamos submeter nossas emoções à razão.


A inteligência vale-se, muitas vezes, das emoções para dirigir-nos ao que chamamos mistério ou plano místico e/ou celestial. Nunca devemos nos esquecer de que o Grande Arquiteto do Universo nos dotou de um equipamento sensorial chamado razão, o que vale dizer que nossas emoções precisam passar pelo crivo desse departamento. E por falar em razão vejamos o que nos ensinou Benedictus de Spinoza, cognominado de o filósofo da autonomia da razão, em seu “Tratado Político, cap. II parágrafo 8º”.


“Então, quando qualquer coisa na Natureza parece-nos ridículo, absurda ou má, é porque não temos senão um conhecimento parcial das coisas e ignoramos em geral a ordem e a coerência da Natureza como um todo e porque desejamos que tudo se arrume conforme os ditames de nossa própria razão; apesar de que, de fato, o que nossa razão considera como mal, não é um mal em relação às leis de nossa natureza, tomada separadamente”.


Matéria veiculada no "Jornal o Tempo" em 17/08/2007
Trecho da Obra “Arte Real” Autor: Pedro Campos de Miranda ( GLMMG )
"TERMINE COM A VAIDADE E A MAÇONARIA SERÁ PERFEITA"
"Um Irmão pode não ser um amigo, mas um amigo será sempre um Irmão"
Benjamim Franklin

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Testemunho do poder dos laços maçônicos

“O verdadeiro objetivo da Maçonaria pode resumir-se nestas palavras: apagar entre os homens os prejuízos de castas, as distinções convencionais de cor, origem, opinião e nacionalidade; aniquilar o fanatismo e a supertição; extirpar os ódios de raça e com eles o açoite da guerra. Numa palavra, chegar por livre e pacífico progresso a uma fórmula e modelo de eterna e universal justiça, segundo a tal todo ser humano possa desenvolver livremente as faculdades de que esteja dotado, e concorra cordialmente e com todas as suas forças para a felicidade comum da espécie humana, de modo que a humanidade inteira seja uma família de irmãos unidos pelo afeto, sabedoria e trabalho.”
History of Masonry, Rebold, pág 62.


“O mundo inteiro não é mais que uma república, da qual cada nação é uma família e cada individuo um filho. Sem derrogar nenhum dos diferentes deveres que requer a diversidade de Nações, a Maçonaria tende a criar um novo povo, composto de homens de distintas nacionalidade, mas ligados pelos laços da ciência, moral e virtude.”
Morals and Dogma, por Albert Pike, pág. 220.


Faz poucos anos estavam neste país muito agitados os ânimos pelo risco de que explodisse uma guerra entre nós e os Estados Unidos da América. Esse risco passou e jamais se reproduzirá em forma tão aguda. Por que? Porque a Fraternidade enviou à Inglaterra seu mais alto representante, o Grão-Mestre de Illinois, e eu tive o sumo prazer de vê-lo na Loja Q.C., onde deu a mensagem de paz e fraternidade, dizendo: “Não haverá guerra entre os Estados Unidos e a Inglaterra. Somos irmãos, e a Maçonaria dos Estados Unidos resolveu que não haja guerra nem agora nem no futuro entre nossos dois países. Delegaram-me que viesse dizê-lo em nome de um milhão de irmãos e suplicar-vos que em resposta digais que não haverá guerra."

Arcana of Freemasonry, de Churchward, pág. 75.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Jacques DeMolay - Nosso eterno espelho


"Senhor, permiti-nos refletir sobre os tormentos que a iniqüidade e a crueldade nos fazem suportar. Perdoai, ó meu Deus, as calúnias que trouxeram a destruição à Ordem da qual Vossa Providência me estabeleceu chefe. Permiti que um dia o mundo, esclarecido, conheça melhor os que se esforçam em viver para Vós. Nós esperamos, da Vossa Bondade, a recompensa dos tormentos e da morte que sofremos para gozar da Vossa Divina Presença nas moradas bem-aventuradas. Vós, que nos vedes prontos a perecer nas chamas, Vós julgareis nossa inocência. Intimo o papa Clemente V em quarenta dias e Felipe o Belo em um ano, a comparecerem diante do legítimo e terrível trono de Deus para prestarem conta do sangue que injusta e cruelmente derramaram." Esta foi a prece proferida no dia 18 de março de 1314, no momento em que o Grão-Mestre Jacques DeMolay e seu fiel companheiro foram supliciados.







Jacques de Molay foi o 22º e último Grão-Mestre da Ordem do Templo - Ordem militar fundada na cidade de Jerusalém, por Hugo de Payns e mais oito companheiros, no ano de 1118, com a denominação de

Pobres Cavaleiros de Cristo, cuja missão era proteger os cristãos peregrinos que se dirigiam ao Santo Sepulcro, à época das Cruzadas, e que, tendo enriquecido excessivamente, suscitou a cobiça dos reis e do alto clero.Tendo nascido em Besançon, na Borgonha (França), por volta de 1244, de uma família nobre - pouco se sabendo de sua infância e adolescência -, Jacques DeMolay entrou para a Ordem do Templo por volta de 1265, aos 21 anos de idade, sendo forjado nos moldes da cavalaria e instruído por uma rigorosa filosofia sócio-econômica que dominava na época do feudalismo, seguindo, depois, para a Palestina, onde se distinguiu nos campos de batalha contra os infiéis. Era Grão-Mestre da Ordem do Templo, à época em que Jacques DeMolay nela teve ingresso, o templário Thomas Berard. No ano de 1298 Jacques DeMolay assumiu o cargo de Grão-Mestre dos Templários - denominação dada aos cavaleiros da Ordem do Templo -, fazendo com que seu nome fosse escrito e pronunciado por historiadores do mundo inteiro, após a morte de seu antecessor Teobaldo Gaudini, tendo, para tanto, sido eleito por unanimidade, embora ausente da Terra Santa. Quando se preparava para reparar os danos sofridos pelos cristãos no Oriente, DeMolay foi chamado à França pelo Papa Clemente V, que pretextou o desejo em que estava de estabelecer uma aliança entre Templários e Hospitalários - Ordem estabelecida em Jerusalém, em 1099, depois da tomada da cidade pelos Cruzados, que tinha por finalidade hospedar os peregrinos cristãos e cuidar de suas necessidades e doenças -, que de há muito rivalizavam e se desentendiam. Essas duas Ordens formavam uma grande potência econômica, sendo que a Ordem dos Templários possuia várias propriedades e outros tipos de riqueza, doados pelos que um dia haviam recebido sua ajuda Templários em várias cruzadas pela Europa. Frustado o intento de juntar as duas ordens e se transformar em líder absoluto, Felipe "O Belo", rei da França, de quem Jacques DeMolay era amigo e padrinho de um de seus filhos ( Delfim Carlos, que mais tarde se chamaria Carlos IV "rei da França ), movido pela ganância, arma um plano para acabar com a Ordem dos Templários, usando um nobre francês de nome Esquin de Floyran, o qual teria como missão denegrir a imagem dos templários e de seu Grão-Mestre Jacques DeMolay. Como recompensa Esquin de Floyran receberia terras pertencentes aos Templários, evidentemente só receberia depois da queda da Ordem dos Templários. Em 1307, Jacques DeMolay foi a Paris para o funeral de uma Princesa da casa Real Francesa e a noite foi repousar em um castelo de propriedade dos Templários que ficava mais perto do castelo do rei Felipe, em companhia de poucos homens que, em sua maioria, eram nobres. Posto em ação o infame plano do rei de França, Jacques DeMolay é preso na madrugada de 12 para 13 de outubro pelo chefe da guarda real Guilherme de Nogaret que era também um de seus Conselheiros, sob a acusação dos crimes mais odiosos. Submetido a tortura, Jacques DeMolay fez algumas declarações desfavoráveis à Ordem do Templo, retratando-as posteriormente. Por esse motivo, e sob a acusação de relapso, foi condenado a ser queimado vivo, juntamente com Godofredo de Charney, preceptor da Normandia, e outros dignitários da Ordem que o acompanharam na retratação. Jacques DeMolay declarara que as heresias e os crimes imputados à Ordem eram falsos, que a regra do Templo era santa, justa e católica, mas por ter cedido em outros tempos ao receio dos tormentos e às carícias do papa e do rei, fazendo confissões inverídicas, considerava-se digno de morte, oferecendo-se por isto a suportá-la com paciência. DeMolay foi julgado três vezes e torturado várias vezes para que dissesse que era Herege e que a ordem dos Templários cometia várias heresias. Em 18 de março de 1314, uma comissão nomeada pelo Papa Clemente V (inquisição), julgou Jacques DeMolay pela última vez, que, aos 70 anos de idade, foi condenando a morte. Jacques De Molay e os demais dignitários da Ordem do Templo que o acompanharam foram queimados vivos neste mesmo dia 18 de março de 1314, numa ilhota do Sena, chamada "Île de la Cité". É bem possível que os Templários, que se tinham transformado em banqueiros, inclusive dos papas e dos reis, se deixassem levar a certas desordens morais, pecando principalmente por orgulho e intemperança, mas o seu crime principal parece ter sido a inquietação em que as suas riquezas e o seu poderio militar mantinham os reis, que poderiam facilmente combater, visto possuírem um exército de 20.000 cavaleiros. Porém, as suas imensas riquezas excitavam os monarcas famélicos e rapinantes como Felipe, o Belo, sempre necessitado de dinheiro.

Jacques DeMolay durante sua morte na fogueira intimou aos seus três algozes, a comparecer diante do tribunal de Deus, e amaldiçoando os descendentes do Rei da França, Filipe "O belo". O primeiro a morrer foi o Papa Clemente V, logo em seguida o Chefe da guarda e conselheiro real Guilherme de Nogaret e no dia 27 de novembro de 1314 morre o rei Filipe aos 46 anos de idade.

Jacques DeMolay 1244-1314 AD Last Grand Master of the Order of the Temple(The Templars)
Texto compilado e pesquisado pelo nosso Valoroso Mestre, tribuno e irmão José Inácio da Silva Filho, um dos maiores estudiosos da Ordem Maçonica na Paraíba.

domingo, 11 de outubro de 2009

O Segredo Maçônico

"Aqueles que só se determinaram a se fazer Maçons para conseguir conhecer o segredo podem se enganar, pois talvez eles vivam cinqüenta anos como Mestres Maçons sem jamais chegar a penetrar o segredo dessa confraria.

O segredo da Maçonaria é inviolável por sua própria natureza, pois o Maçom que o sabe, o sabe por tê-lo adivinhado.

Ele não o aprendeu de ninguém, mas o descobriu de tanto ir à Loja, observar, raciocinar, deduzir.

Tudo o que se faz na Loja deve ser secreto, mas aqueles que, por uma indiscrição desonesta não tiveram escrúpulo de revelar o que se faz ali, não revelaram o essencial.

Como eles poderiam revelá-lo se não o sabiam?

Se eles o soubessem, não haveriam revelado as cerimônias”.
Colaboração preciosa de Devaldo de Souza (na foto de chapéu).

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A MORTE





A
oposição entre a morte e a vida é uma das questões mais antigas que a humanidade enfrenta.

No entanto, morrer opõe-se a nascer, enquanto Alfa e Ómega de cada tempo de vida.
No mundo ocidental estamos habituados a temer o outro, ou seja, tudo o que é contrário; somos nós ou os outros; se temos vida tememos a morte. Branco ou preto, opostos ou complementos. Antítese.
No mundo oriental, encontramos a síntese da vida e da morte. Ambas fazem parte do caminho, entrelaçadas, permitem ao homem que avança para a morte saber-se imortal.
A morte será real ou simbólica?
Toda a morte é simbólica e iniciática, permitindo-nos ingressar numa nova vida, renascendo interiormente e transmutando o nosso íntimo, o nosso verdadeiro ser.


Não é apenas uma inevitabilidade, mas pode ser também o caminho para uma nova oportunidade, um recomeço.


A morte é fundamental na iniciação maçónica, representando um ritual de passagem do profano para iniciado, constitui uma oportunidade de aceder a uma nova visão da realidade, transformando os metais inferiores, de que necessitei de me separar, em metais superiores dos quais já não será necessário despojar-me.


O tempo de vida do iniciado dá-lhe uma nova oportunidade de vencer o vício e as paixões abrindo o caminho da luz e da verdade, libertando o espírito dos grilhões impostos pela razão, como nos transmitiu Paracelso, para quem o conhecimento visionário se substituirá à compreensão literal dos textos. Este é o tempo para buscar o conhecimento primordial e fundamental, que diz respeito à natureza divina da própria essência do ser, em que a alma surge como centelha de luz divina. Branco.


A informação incorrecta remete para o temor, em que a centelha de luz está sujeita à influência de forças exteriores e obscuras, no exílio da matéria. Cativos no cárcere imperfeito que é o corpo, somos iludidos pelos sentidos exteriores. A ilusão, esta Maya que nos confunde e faz acreditar no mundo material.


Estamos pois nesta terra, esta Gaya onde os densos véus de Maya nos impedem de receber o influxo espiritual do Sol. Preto.


Este dualismo, presente em Zoroastro e Platão, cava um abismo entre interior e exterior, sujeito e objecto, espírito e matéria. Dois caminhos paralelos.


O chão de mosaico de ladrilhos pretos e brancos remete para a natureza bipolar da existência terrena. A quimera da luz e das trevas, forma e matéria. Conduz ao santo dos santos que contém o fogo espiritual eterno que nenhum mortal pode ver.


Resta-nos a alquimia. Corpo hermético que nos possibilita a nossa própria transmutação.


Transmutação dos metais. Alegoria da transmutação da nossa própria alma.


Este é o nosso trabalho enquanto alquimistas.


A nossa verdadeira obra alquímica. A arte real.Três são as substâncias que dão a cada coisa o seu corpus, dizia Paracelso. O que arde é enxofre, o que deita fumo é mercúrio, o que se transforma em cinzas é o sal. O sal é o sedimento físico, o cadáver.


O par alquímico enxofre e mercúrio, Sol e Lua, Masculino e Feminino, unem-se apenas pela acção do fogo salino.


O enxofre e o sal são duas forças em perpétua oposição. Enquanto o enxofre simboliza tudo o que nos induz movimento, mudança, criação e expansão, o sal remete para tudo o que na nossa vida constitui estabilidade, resistência e inércia. Um precisa do outro, pois são dois pólos da Energia Universal. O equilíbrio entre estas duas tendências produz o mercúrio vital, princípio da inteligência e da sabedoria, caminho para as virtudes.


Morrer e renascer. Branco e Preto.


Chegaremos ao ternário, harmonizando os opostos, refletiremos no mundo a unidade inicial.




Encontraremos os três pontos. Força, Beleza e Sabedoria. Fé, Esperança e Caridade. Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Osíris, Íris e Horus. Brahma, Vishnu e Shiva. Enxofre, Sal e Mercúrio. Pai, Mãe e Filho.


Chegaremos ao triângulo, símbolo de Perfeição, Harmonia e Sabedoria.


A morte como transcendência da vida humana não é algo evidente. Cremos que a morte é deixar de viver, no entanto se a alma supera a morte, então a morte é o meio para alcançar una nova vida.


Morrer é voltar a viver.


Isto é defendido por muitas doutrinas que acreditam que os homens constam de um corpo corruptível e de uma alma imortal.


A alma humana é um princípio imaterial que anima o corpo. Esta imaterialidade é o que assegura à alma a sua imortalidade, não podendo morrer porque é uma centelha divina, uma participação do seu criador, o G.´.A.´.D.´.U.´.Como nos transmitiu William Shakespeare, nós somos feitos da mesma matéria que os sonhos.


Refletir sobre a morte obriga-nos a refletir sobre a vida.


A câmara de reflexões, isolando-nos do mundo, propícia a introspecção profunda, o conhece-te a ti mesmo, na busca da pedra filosofal.


Sepulcro e ovo; a câmara permite-nos pensar a morte não como um fim, mas como um começo.


Superamos a prova da terra, qual grão de trigo que atirado à terra teve de germinar, abrindo o caminho para a luz. Afinal descemos ao interior da terra, penetrámos para lá das aparências e retificando a nossa forma de ver, pensar e agir encontraremos a pedra filosofal, essencial na nossa própria transmutação.

Encontrámos o pão. O grão de trigo fez o seu caminho. Também nós temos de fazer o nosso caminho. Desbastar a pedra bruta. Só a pedra cúbica poderá ser utilizada na construção do templo.
Depois, morrerá o “eu inferior”, sendo integrado e alinhado no “Eu Superior”, queimando de vez o Karma, que se tornará Dharma. Chegará o momento de sair da roda de Samsara, pois terminará o ciclo das reencarnações, em que a jangada após atravessar o rio, permite ao passageiro alcançar o Nirvana.
A morte representa o desconhecido. Por isso, é fonte natural de receios e angústias.
No entanto, é vulgar encontrarmos entre os profanos a aceitação da morte pela sua inevitabilidade e apenas tementes da dor que acompanha a corrupção do corpo, imposta pelo avançar do tempo ou pelo malho, que nos tomba através da doença ou de acidente.
Quando compreendermos a morte estaremos a compreender a vida.
A morte é muitas vezes a única solução que resta numa vida sem sentido, possibilidade de recomeço quando o rio da vida não pode mais seguir o seu caminho e até o livre arbítrio deixa de poder ser exercido. Encontramos neste caso suicidas, mas também pessoas insuspeitas que desenvolvem todo o tipo de doenças psicossomáticas, forma discreta da alma se livrar do corpo.
Outros casos existem que exigem reflexão mais profunda e que não poderemos explorar. Ficam para outra oportunidade.
A Acácia florescerá onde for plantada.
A morte foi objeto de muitas manipulações ao longo dos séculos. A forma como enfrentamos a morte influencia decisivamente a forma como vivemos.
O medo da morte pode paralisar a vida. Por isso, tantas e tantas vezes no passado, o medo da morte foi usado para controlar os impulsos dos injustiçados. Superar esse temor liberta-nos.
Atingimos um poder imenso. Aproximamo-nos da liberdade.
Aqui chegados, importa clarificar que não dizemos “que viva a morte” como o personagem funesto da guerra civil espanhola, mas sim não temeis a morte! Pois, a nossa verdadeira essência é imortal.

A ampulheta marca a brevidade do nosso tempo de vida até que a gadanha ceife o fio que nos liga ao veículo que nos transporta nesta passagem e nos lance na eternidade. Assim, importante é a maneira como empregamos este tempo que nos é concedido. Imenso privilégio poder partir nessa viagem estando em completa paz interior.
No momento de passar ao Oriente Eterno, deixamos, então, o nosso corpo, iniciando a viagem em direção à luz, penetrando o túnel inundado de luz e escutando a música das esferas no regresso a casa.
Até renascermos e voltarmos a ver-nos numa cadeia de união.


Bibliografia:
* Blaschke, Jorge e Rio, Santiago, A Verdadeira História da Maçonaria, Quidnovi, Matosinhos, 2006
* Blavatsky, Helena Petrovna, As Origens do Ritual na Igreja e na Maçonaria, Editora Pensamento, São Paulo
* Camino, Rizzardo da, O Aprendiz Maçon, Madras, São Paulo, 1996
* Camino, Rizzardo da, Rito Escocês Antigo e Aceito (1º ao 33º), Madras, São Paulo, 1999
* Figueiredo, Joaquim Gervásio de, Dicionário de Maçonaria, 2ª Edição, Revista e Aumentada, Editora Pensamento, São Paulo, 1996
* Guénon, René, Os Símbolos da Ciência Sagrada, Editora Pensamento, São Paulo, 1993
* Jacq, Christian, A Viagem Iniciática ou Os Trinta e Três Graus da Sabedoria, Edições ASA, Porto, 1999
* Jacq, Christian, O Mundo Mágico do Antigo Egipto, Edições ASA, Porto, 2000
* Leadbeater, Charles Webster, A Vida Oculta na Maçonaria, Editora Pensamento, Tradução da 2ª Edição de 1928, São Paulo, 1997
* Lepage, Marius, História e Doutrina da Franco-Maçonaria, Editora Pensamento, São Paulo, 1978
* Palou, Jean, A Franco-Maçonaria Simbólica e Iniciática, Editora Pensamento, São Paulo
* Wilmshurst, Walter Leslie, Maçonaria – Raízes e Segredos da sua História, Tradução Portuguêsa, Prefácio, Lisboa, 2002Compilado e enviado por J.Paulo

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

"A maior necessidade do mundo é de homens.

Homens que não podem ser comprados nem vendidos.

Homens honestos no mais íntimo de seus corações.

Homens que não temem chamar o pecado por seu nome.

Homens cuja consciência é tão fiel ao dever como a agulha magnética do pólo.

Homens que fiquem com o direito embora o céu caia.

E o objetivo de uma Loja Maçônica é criar tais homens."


Que estas palavras, ditas por Albert Eyler, Past Grão-Mestre da Grande Loja da Pennsylvânia, EUA, possam nos fazer pensar e pesar nossas atitudes como Cidadãos e Maçons.


"A derrota não desmoraliza ninguém; o que desmoraliza é a vitória trapaceada."

Gondin da Fonseca



"Querem saber o que os homens pensam? Não ouçam o que dizem, observem o que fazem".

Beauchêne



Prece dos Cavaleiros Templários


"Deus infinito que lês em nossos corações,

que conheces os nossos pensamentos mais íntimos
que nos dá o livre arbítrio para que escolhamos entre

a estrada do Bem e do Mal.

Recebe minha prece e ilumina minha alma para que

não caia no erro, para que não desagrade a vossa

soberana vontade. Guia-me pelo caminho da virtude e
fazei de mim um ser útil à Humanidade."

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

DEFINIÇÃO DE MAÇONARIA


A definição mais aceita e mais divulgada da Maçonaria é a seguinte:

Instituição educativa, filantrópica e filosófica que tem por objetivo os aperfeiçoamentos morais, sociais e intelectuais do Homem por meio do culto inflexível do Dever, da prática desinteressada da Beneficência e da investigação constante da Verdade”.
José Castellani


Citando o sábio chinês Chuang, a sra. Blavatsky disse: "As coisas que o homem conhece não podem, de forma alguma, ser comparadas, numericamente falando, às coisas que desconhece".


Na verdade, em relação ao que deveria ser conhecido, o saber humano é uma proporção ínfima. Existem, naturalmente, tantos mistérios no cosmo e no microcosmo," e o Logos mostra-nos um número tão prodigioso de fenômenos impenetráveis, que ninguém pode ser censurado pelo fato de a compreensão humana permanecer muito aquém da realidade universal.

Do livro (De Broederschap van Shamballa ) A Fraternidade de Shamballa