sábado, 31 de dezembro de 2011

Os Intérpretes divinos


Os Intérpretes divinos



Em pleno século XXI, quais ferramentas são concedida para identificarmos os verdadeiros operários de Jesus, existirão formas definidas, calcadas em subsídios científicos e/ou morais, a fim de que, nesta fase evolutiva do planeta, apontemos com segurança os trabalhadores de Jesus.



Examinemos o nosso país, a nossa comunidade, o nosso trabalho, o nosso lar. Observemos a nós mesmos, diante do espelho e vejamos a obra prima criada por Deus.



Qual o meu comportamento ético/moral perante os meus familiares? Existe algo nas entrelinhas, nos pensamentos desavisados, desvirtuados que não posso revelar? Caso positivo, logicamente, a princípio, a qualificação de operário de Jesus aguardará mais algum tempo. Afinal, poderemos enganar aos outros encarnados, entretanto, a nós e a Deus jamais enganaremos, aliás, o corcunda para onde for, levará sempre a sua corcunda. Qualquer atitude indigna, realizada as escondidas, entre quatro paredes, com astucia e sagacidade enganaremos a justiça humana, e, em função da nossa pobreza espiritual não percebemos a presença de alguns bilhões de testemunhas invisíveis do mundo espiritual. Uns chorando, pois nos amam e torcem pela nossa evolução, outros alegres, sofredores, observando a nossa derrocada

.

No nosso trabalho profissional, em qualquer área de atuação, realizado com honestidade e competência, denota, a quem realiza, uma expressão de alegria, respeito e paz íntima, sendo o trabalho uma oportunidade de contribuir em beneficio do semelhante, concomitantemente, representa uma lei divina emanada de Deus, na forma de benção sublime da ocupação laboriosa, onde cada um contribuirá conforme sua posição evolutiva.



Em nossa comunidade, compete-nos uma conduta ativa, de forma benéfica, silenciosa, sem alarde, sem barulho, sem explanações enganosas, sem subtrair a confiança e o vil metal de nossos irmãos. E, mesmo sendo ignorado pelos conterrâneos, não perde tempo em lamentações. Enfrenta as dificuldades e tem consciência das Verdades imortais, pois somos eternos, e atentemos a falácia de nosso tempo em distonia com os ensinamentos sublimados do meigo rabi da Galileia. O Mestre afirma: Prossegue, amando e aprendendo.



No nosso país, povo maravilhoso, ingênuo em sua grande maioria, os maus em sua minoria se sobrepõem aos bons que são numericamente superiores, como relata o “O Livro dos Espíritos“, de Allan Kardec, de que no dia em que os bons que são tímidos, assumirem seu papel, começaremos a implantar um mundo melhor em nossa Terra.



Um encontro deveras significativo, ocorreu, aparentemente “casual“, entre Jesus e Zaqueu.

O escritor Humberto de Campos (Irmão X) relata como foi o encontro de Zaqueu com Jesus:

“Grandes multidões se apinhavam nas estradas. Um publicano abastado de nome Zaqueu, conhecia o renome do Messias e desejava vê-lo. Chefe prestigioso na sua cidade, homem rico e enérgico, Zaqueu era, porém, de pequena estatura, tanto assim que, buscando satisfazer ao seu vivo desejo, procurou acomodar-se sobre um sicômoro, levado pela ansiosa expectativa com que esperava a passagem de Jesus. Coração inundado de curiosidades e de sensações alegres, o chefe publicano, ao aproximar-se o Messias, admirou-lhe o porte nobre e simples, sentindo-se magnetizado pela sua indefinível simpatia.”



O episódio de Zaqueu, relatado pelo evangelista Lucas, em Lucas, 19: 1-10, nos conduz a significativas reflexões.

“E, quando Jesus chegou aquele lugar, olhando para cima, viu-o e disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, porque, hoje, me convém pousar em tua casa. E, apressando-se, desceu e recebeu-o com júbilo.

E, vendo todos isso, murmuravam, dizendo que entrara para ser hóspede de um homem pecador. E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e, se em alguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado.”



Zaqueu era uma pessoa notoriamente desprezada pelos habitantes da cidade. Primeiro por ser publicano, segundo por ser chefe dos publicanos e, em terceiro lugar, por ser uma pessoa que enriqueceu possivelmente de forma ilícita. Jesus, no entanto, nele identificou o homem rico de coração nobre, capaz de transfigurar a riqueza em trabalho e beneficência.



O livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo“, de Allan Kardec, no capítulo 16, item 7, p. 256, nos esclarece:

“Se a riqueza é causa de muitos males, se exacerba tanto as más paixões, se provoca mesmo tantos crimes, não é a ela que devemos inculpar, mas ao homem, que dela abusa, como de todos os dons de Deus. Pelo abuso, ele torna pernicioso o que lhe poderia ser de maior utilidade. É a conseqüência do estado de inferioridade do mundo terrestre. Se a riqueza somente males houvesse de produzir, Deus não a teria posto na Terra. Compete ao homem fazê-la produzir o bem. Se não é um elemento direto de progresso moral, é, sem contestação, poderoso elemento de progresso intelectual.”


 
Afinal, Zaqueu transformou-se num intérprete divino? E nós? Será que já estamos inscrito no “livro amigos de Jesus“ existente no mundo espiritual?


Walter


Referências:



1. O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec

2. Páginas de espiritismo cristão - Rodolfo Calligaris

3. Boa Nova - Humberto de Campos - Chico Xavier

4. Caminho verdade e vida - Emmanuel - Chico Xavier

5. Caridade - Espíritos diversos IDE

6. Fonte Viva - Emmanuel Chico Xavier

7. Dicionário da Bíblia - Volume 1 - Bruce M. Metzger e Michael D. Coogan

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Entendendo a Ordem

Arca da Aliança.

Entendendo a Ordem
Irmão Luis Mario Luchetta (Oriente de Curitiba, Paraná)
Publicado na revista A Trolha, nº 231, janeiro de 2006.

01 – A Ordem Maçônica

A Ordem é, hoje, o que seus membros são hoje!
A crise reside em cada um dos membros.
A Ordem não entra em crise, já é ordenada por natureza.



02 – a Maçonaria não é...

Democracia – É um sistema hierarquizado, onde todos se comprometem a subir todos os degraus possíveis da perfeição simbólica, espiritual e moral;
Sistema de Fé – É um sistema de atitudes e comportamento. Há que se ter cuidado para não cair em contradições;
Sistema Filosófico – É mais uma escola de filosofar em que todos buscam perfeição, ecletismo e melhoras gerais;
Escola de Psicologia – Permite que o Obreiro conheça a si mesmo e modifique sua conduta inadequada;
Metafísica – Dado que a doutrina e o simbolismo apontam para reflexões sistemáticas e objetivas.

03 – O Começo é Difícil

Os primeiros passos no caminho da sabedoria são os mais estafantes, porque nossas almas fracas e teimosas detestam o esforço e o desconhecido, sem a garantia completa da recompensa. Á medida que progredimos nossa decisão se fortalece e o aprimoramento pessoal torna-se progressivamente mais fácil. Aos poucos passa a ser até difícil deixar de fazer o que melhor para nós.
O compromisso firme e, ao mesmo tempo paciente, de remover as crenças nocivas de nossas almas confere-nos, pouco a pouco, a habilidade de ver com mais clareza, através de nossos frágeis temores, nossa desorientação nas questões amorosas e nossa falta de autocontrole. Paramos de nos esforçar para impressionar os outros. Um belo dia percebemos com satisfação que não estamos mais representando para platéia alguma.

04 – Depende Exclusivamente de Cada Irmão.

Ninguém ensina Maçonaria para ninguém.
Isso ocorre em qualquer escola Iniciática, aonde cumpre ao Recipiendário praticar a Ritualística (munido do Ritual), absorver cada palavra e cada símbolo e, vivenciá-lo na sua existência.
À medida que pratica e vivencia o ritual, o homem incorpora-se no símbolo e integra-se ao mito.
O mito rememora os feitos virtuosos e o rito os celebra, repetindo-se periodicamente.
Dizer que não nada há de substancial na repetição do rito é rejeitar uma verdade subterrânea que tem contribuído secularmente para o aperfeiçoamento da humanidade.
O neófito que não encontra nada é porque não encontrou muita coisa em relação ao que buscava com os olhos profanos.
A Maçonaria só pode oferecer ferramentas, utensílios e trabalho.
Como a Ordem não é feita à altura das fantasias, ilusões e quimeras do candidato, não pode oferecer mudança imediata e renovação súbita de sua personalidade. O que está posto é um caminho árduo de auto-percepção.
Pitágoras, ao constatar que não havia nada de assombroso no templo de sua iniciação, ao invés de decepcionar-se, verificou que não havia nada em si mesmo, apenas desejos e ilusões. Ai então começou o seu caminho para a sabedoria. O Irmão que chega neste ponto já é um maçom.
A Maçonaria quer dar ao Obreiro de hoje, tal como fez para aquele de ontem, os utensílios que lhe permitam encontrar sua verdade e sua liberdade individuais.
A iniciação permite o ingresso nesse caminho, mas toca a cada um trilhar. Só com esforço, empenho próprio, paciência, tolerância e vontade é que se passa da iniciação fictícia e teatralizada para a iniciação real, aquela que transforma a promessa em realidade, a esperança em certeza e um caminho de conhecimento ritualístico em caminho de vida.

05 – Cuidados a Tomar.

Ausência de trabalhos sobre simbologia, lendas, mitos e ritualística.
Descumprir interstícios e formação típica de graus.
Dar "asilo político" a Irmão. (Há sempre alguém querendo que a Loja interfira a seu favor).
O mundo profano ignora os graus e o nível de conhecimento do irmão. Portanto, maçom é maçom, logo, a postura, comportamento e respeito devem estar sempre presentes.
A missão do obreiro é lapidar a P\ B\.
A Oficina trabalha em um tempo simbólico; é atemporal.
A Oficina trabalha em um espaço sagrado; é não espacial.
Isso tudo implica: ritualística, liturgia, símbolos; a ordem fundamenta-se na experiência iniciática, que requer reflexão e vivência comuns.

06 – Lema do Maçom:

Liberdade: coloca o homem numa posição do querer e do poder.
Igualdade: infunde no homem a obrigação de respeitar seu semelhante, seja ele quem for.
Fraternidade: dá ao homem uma maneira certa de cultivar o amor.

07 – Depoimentos

A) Voltaire: 'A Maçonaria é a entidade mais sublime que conheci. É uma instituição fraternal, em que se ingressa para dar e que procura os meios de fazer o bem, exercitar a beneficência."
B) Albert Eyler, (Grão Mestre da Pensilvânia): 'A maior necessidade do mundo é e homens. Homens que não podem ser comprados nem vendidos. Homens honestos no mais intimo de seus corações. Homens que não temem chamar o pecado por seu nome. Homens cuja consciência é tão fiel ao dever como a agulha magnética do pólo. Homens que fiquem com o direito embora o céu caia. E o objetivo de uma Loja Maçônica é criar homens.

08 – Privacidade

O pensamento científico não nos permite sonhar, mas o homem sabe se exaltar, sabe se embriagar ao contato dos coloridos suntuosos e com o perfume das flores, com a complexidade da pedra, com essas lufadas de amor que emanam de toda essa natureza com a qual convivemos e cujas profundas leis permanecem desconhecidas para nós. A Maçonaria comunica esse impulso do coração, ela pede também ao homem que se analise, que se busque interiormente. Ela quer que cada um conserve o seu particularismo, que saiba continuar a ser ele mesmo, sabendo também se integrar entre os outros. Cada um deve poder se realizar por si mesmo, com a ajuda daqueles a quem se associa. Existe então uma troca contínua entre os Irmãos, um impulso de amor. Daí nasce essa enorme corrente de fraternidade, que não escapa à concepção religiosa do humano.

09 – Quando um Homem é Maçom?

Quando pode olhar por sobre os rios, os morros e o distante horizonte com um profundo sentimento de sua própria pequenez no vasto panorama das coisas que o rodeiam e, assim mesmo, ainda conservar a fé, a coragem e a esperança – que são as raízes de toda virtude.
Quando sabe que, no fundo de seu coração, todo homem é nobre, tão vil, tão divino e tão solitário como ele mesmo, e procura conhecer, perdoar e amar seu semelhante.
Quando sabe simpatizar com os homens em suas tristezas, sim, mesmo em seus pecados, sabendo que cada homem luta duramente contra muitos óbices em seu caminho.
Quando aprendeu como fazer amigos e conservá-los, e sobretudo, como conservar seu próprio amigo...
Quando nenhuma voz de desespero atinge seus ouvidos em vão e nenhuma mão procura sua ajuda sem obter resposta.
Quando achar um bem em toda fé que ajuda qualquer homem a ver as coisas divinas e a perceber significações majestosas na vida, qualquer que seja o nome desta crença.
Quando conserva a fé em si mesmo, em seus companheiros, em seus irmãos, em seu Deus, em sua mão uma espada contra o mal, satisfeito em viver, mas não temendo morrer.
Tal homem encontrou o único real segredo da maçonaria, aquele que ela procura transmitir ao mundo inteiro. (citação de Joseph F. Newton)

10 – Sigilo

É incontestavelmente, o sigilo, a pedra de toque inestimável que dá com segurança o caráter do Maçom. Não que o sigilo seja sempre necessário pela natureza dos assuntos tratados em Loja, mas porque habitua o Maçom à circunspeção, corrige a leviandade e a tagarelice. Pitágoras exigia dos postulantes longos mutismos, de anos, por vezes. Era maneira de corrigir o pendor natural das palavras irrefletidas. Pensar com segurança, meditar com paciência, julgar com imparcialidade, agir com firmeza, são preciosas qualidades que todo Maçom se esforçará em adquirir, infatigavelmente. As recompensas não existem para o Maçom, trabalha por um grato e salutar dever consciente, não pede aplausos, não almeja agradecimentos. Suas ações generosas, esquece-as, não as proclama. O ato de beneficência fica entre o que dá e o que recebe. Sabe o Maçom que ficará ignorado. O bem não é vaidade, é o móvel de suas ações. Guardar sigilo é poupar ao indigente o rubor da esmola, é merecer para a Ordem a confiança e as bênçãos das vitimas do infortúnio. Sigilo é também um degrau de honra. (ensinamento de Dario Velozzo)

11 – Significado de Ser Mestre Maçom

Ser Mestre Maçom significa ser Mestre em si mesmo, trabalhar com inteligência e força de vontade em si mesmo, no seu próprio aperfeiçoamento, tendo sempre em mente o fato de que nada mais somos do que simples aprendizes do Grande Mistério, mesmo que nos denominemos mestre.
Ser Mestre é aceitar que não nos pertencemos, mas à coletividade, e que por isso mesmo sua inteligência e sua vontade devem estar sempre a serviço dessa coletividade.
Ser Mestre é acender luzes pelo caminho por que passa, luzes de amizade e sabedoria, de bondade e justiça, de harmonia e compreensão, de solidariedade e fraternidade.
Ser Mestre é não se considerar juiz dos defeitos e erros dos outros, mas saber compreender e perdoar.
Ser Mestre é aceitar um conselho, para ser ajudado. É retribuir com ternura aos que o odeiam.
Ser Mestre é ser perfeito nas mínimas realizações. (ensinamento de Manoel Gomes).



Fonte: Site Filhos de Hiram

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

A Única Qualidade Específica do Homem: A razão

Estátua de SÊNECA - ROMA

A Única Qualidade Específica do Homem: A razão

Esforça-te por que não te suceda o mesmo que a mim: começar os estudos na velhice. E esforça-te tanto mais quanto enveredaste por um estudo que dificilmente chegarás a dominar mesmo na velhice. «Até que ponto poderei progredir?» - perguntas-me. Até ao ponto onde chegarem os teus esforços. De que estás à espera? O saber não se obtém por obra do acaso. O dinheiro pode cair-te em sorte, as honras serem-te oferecidas, os favores e os altos cargos poderão talvez acumular-se sobre ti: a virtude, essa, não virá ter contigo! Não é sem custo, sem grandes esforços, que chegamos a conhecê-la; mas vale bem a pena o esforço, porquanto de uma só vez se obtêm todos os bens possíveis. De fato, o único bem é aquele que é conforme à moral; nos valores aceites pela opinião comum não encontrarás a mínima parcela de verdade ou de certeza.



(...) Cada coisa é avaliada por uma qualidade específica. O valor da videira está na sua produtividade, o do vinho no seu sabor, o do veado na sua rapidez; o que nos interessa nas bestas de carga é a sua força, pois elas apenas servem para isso mesmo: transportar carga. Num cão a primeira qualidade é o faro, se o destinamos a seguir a pista da caça, a velocidade, se queremos que ele persiga as feras, a coragem, se pretendemos que as ataque à dentada. Em cada ser, portanto, há uma qualidade que predomina, para cujo exercício nasce, e em virtude da qual é avaliado. Ora qual é a qualidade suprema do homem? A razão: graças a ela o homem supera os outros animais e aproxima-se dos deuses. Por conseguinte, o bem específico do homem é a razão perfeita, todas as suas restantes qualidades são-lhe comuns com os animais e as plantas. O homem tem força: também os leões. É belo: também os pavões. É veloz: também os cavalos. Não digo que em relação a todas estas qualidades ele seja superado, nem me interessa qual a qualidade que o homem tem mais desenvolvida, mas sim qual é a sua qualidade única, específica. O homem tem corpo: também as árvores. Tem capacidade de se mover instintiva e voluntariamente: os animais e os vermes também. Tem voz: mas muito mais sonora é a voz do cão, mais estridente a da águia, mais grave a do touro, mais doce e ágil a do rouxinol. Qual é a qualidade exclusiva do homem? A razão: quando a razão é plena e consumada proporciona ao homem a plenitude. Por conseguinte, uma vez que cada coisa quando leva à perfeição a sua qualidade específica se torna admirável e atinge a sua finalidade natural, e uma vez que a qualidade específica do homem é a razão, o homem torna-se admirável e atinge a sua finalidade natural quando leva a razão à perfeição máxima. À razão perfeita chamamos a virtude, a qual é também o bem moral.

Séneca, in 'Cartas a Lucílio'
Fonte:
Blog do Citador

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Transformação Humana


Transformação Humana



Escrito por A Jorge


Tudo aquilo, portanto, que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles


Abandonamos os bens do mundo profano


Abraços fraternais foram as recompensas
Aclamação pelos irmãos consagraram a gentil acolhida
Adornos recebemos
Aprendizes nos tornamos


Baterias de alegria foram ouvidas
Beneficência sendo louvada


Crianças nos tornamos
Conhecimento buscamos
Candidatos à perfeição como destino
Caridade como arma trazemos


Deus estando connosco


Estrela simbolizando o homem perfeito
Eternidade é o nosso tempo
Evolução por obrigação conseguiremos


Fraternos sem dogmas e cepticismo
Finalidade, o aperfeiçoamento


G.A.D.U. aqui tens seus seguidores


Harmonia em nossos corações palpitantes
Hospitalaria contando connosco a toda hora do dia
Huzé como saudação pela alegria


Idade de três anos completamos
Igualdade sentimos quando trabalhamos
Imbatível espírito de irmandade


Justas serão as nossas lutas


Lapidar a pedra bruta seria só o inicio
Livres de preconceitos e sendo de bons costumes
Livro da Lei como fonte de sabedoria
Loja se tornando nosso mundo de trabalho e reflexão
Luz por causa teremos


Maçons, aqui prontos estamos
Mandamentos praticamos
Meio-dia iniciamos
Meia-noite encerramos


Nomes conhecemos


Ocidente foi a nossa porta de entrada
Ordem e disciplina mantemos
Oriente, perante o sol que Ilumina nos prostramos
Ouvindo, ouvindo, aprendemos


Palavras nos informam que já é chegada a hora
Pedra bruta temos que desbastar
Perfeição será a nossa meta
Persuasão, e o bom exemplo serão nossas armas
Pilares construiremos
Propostas apresentaremos
Purificação moral e espiritual manteremos


Quadro da Loja, aqui estamos como humildes serventes


Recompensa, distinção pelos nossos talentos
Riqueza de conhecimento transmitida através dos ritos
Ritos de passagem, repetidas de modo bem conhecidos.
Ritos que nos ajudam dar ordem e sentido a vida.
Ritos predizíveis realizados da mesma maneira por muitas gerações.
Ritos marcando a transição de um estado de vida para outro.


Sabedoria em todas as provas demonstraremos
Salários simbólicos mereceremos
Segredo com a vida guardaremos
Silêncio por virtude praticaremos
Simbolismos morais e filosóficos interpretaremos
Sinais empregaremos e reconheceremos


Templo de Salomão imagem das maravilhas da criação
Templo, onde edificamos o ser humano ideal
Testamento deixamos para nascermos numa vida nova
Três, sempre três
Três vezes três
Três aspectos de um todo
Trindade, começo, meio e fim


União de todos por todos


Verdade sempre será a nossa causa
Virtude, a sociabilidade, o progresso como frutos
Vozes dizendo que somos livres e de bons costumes


Por fim dizemos que nós em novos homens nos transformamos.
A riqueza do mundo profano se esvai, pois aqui tudo é novo


Poesia de Autor Desconhecido


Fonte: Loja Maçônica Mestre Affonso Domingues

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

PRINCÍPIOS MAÇÔNICOS - Tornar feliz a humanidade


PRINCÍPIOS MAÇÔNICOS: Tornar feliz a humanidade.
Exemplo dos maçons gauchos, sob à égide do Grande Arquiteto do Universo, em perseverar no bem, na justiça, no Amor e na Caridade.

"Aqui e no mundo, maçons ou não, lutemos pela Ética, Justiça e Respeito!"

#Balaústre nº 67

Aos 18 dias do mês de setembro de 1835 E.’. V.’. e 5835 V.’. L.’., reunidos em sua sede, sito à Rua da Igreja, nº 67, em lugar Claríssimo, Forte e Terrível aos tiranos, situado abaixo da abóbada celeste do Zenith, aos 30º sul e 5º de latitude da América Brasileira, ao Vale de Porto Alegre, Província de São Pedro do Rio Grande, dependências do Gabinete de Leituras, onde, neste momento, funciona a Loj.’. Maç .’. Philantropia e Liberdade, com o fim de, especificamente, traçarem as metas finais para o início do movimento revolucionário, com que seus integrantes pretendem resgatar os brios, os direitos e a dignidade do povo Riograndense, se reuniram IIr.’. da LOJA.

 
A sessão foi aberta pelo Ven .’. Mestre, Ir.’. Bento Gonçalves da Silva. Registre-se, a bem da verdade, ainda as presenças de nossos IIr.’. José Mariano de Mattos, nosso ex - Ven .’. , Ir.’. José Gomes de Vasconcellos Jardim, Ir.’. Pedro Boticário, Ir.’. Vicente da Fontoura, Ir.’. Paulino da Fontoura, Ir.’. Antônio de Souza Neto e deste Ir.’. Domingos José de Almeida, que serviu como Secretário, lavrando o presente Balaústre.

 
Logo de início, o Ven .’. Mestre, depois de tecer breves considerações sobre os motivos da presente reunião, de caráter extraordinário, informou que o nosso movimento revolucionário estava prestes a ser desencadeado. A data escolhida, é dia vinte de setembro do corrente, isto é, depois de amanhã. Nesta data, todos nós, em nome do nosso Rio Grande do Sul, nos levantaremos em luta contra o imperialismo que reina no País.

Na ocasião, ficou acertada a tomada da Capital da Província pelas tropas dos IIr.’. Vasconcellos Jardim e Onofre Pires, que deverão se deslocar desde a localidade de Pedras Brancas, quando avisados. Tanto o Ir.’. Vasconcellos Jardim como o Ir.’. Onofre Pires, ao serem informados, responderam que estariam a postos, aguardando o momento para agirem. Também se fez ouvir o nobre Ir.’. Vicente da Fontoura, o qual sugeriu que tomássemos o máximo cuidado, pois que, certamente, Braga, o Presidente da Província, seria avisado do nosso movimento.

 
O Tronco de Beneficência fez a sua circulação e rendeu a medalha cunhada de 421$000, contados pelo Ir.’. Tes.’. Pedro Boticário. Por proposição do Ir.’. José Mariano Mattos, o Tronco de Beneficência foi destinado à compra de uma Carta da Alforria de um escravo de meia idade,no valor de 350$000, proposta aceita por unanimidade.



Foi depois realizada uma poderosa Cadeia de União, pela justiça e grandeza da causa, pois em nome do povo Riograndense, lutaríamos pela Liberdade, Igualdade e Humanidade, pedindo a força e proteção do G.’. A.’. D.’. U.’. para todos os IIr.’. e aos seus companheiros, que iriam participar das contendas. Já eram altas horas da madrugada quando os trabalhos foram encerrados, afirmando o Ven.’. Mestre que todos deveriam confiar nas LL .’. do G.’. A.’. D.’. U.’. e depois, como ninguém mais quisesse fazer uso da palavra, foram encerrados nossos trabalhos, do que eu, Ir.’. Domingos José de Almeida, como Secretário, tracei o presente Balaústre, a fim de que nossa História, através dos tempos, possa registrar que um grupo de maçons, homens “livres e de bons costumes”, empenhou-se com o risco da sua própria vida, para restabelecer o reconhecimento dos direitos desta abençoada terra, berço de grandes homens, localizada no extremo sul de nossa querida Pátria.
Oriente de Porto Alegre, aos dezoito dias do mês de setembro de 1835 da E.’. V.’., 18º dia do sexto mês, Tirsi, da V.’. L.’. do ano de 5835.
Ir .’. Domingos José de Almeida
Secretário



OBSERVAÇÕES MINHAS: ( como bom gaucho...)
Realmente, como previa aquela ata da Loja “Philantropia e Liberdade”, uma grande Revolução, (conhecida depois como “Farroupilha”), eclodiria 2 dias depois da reunião da Loja , em 20 de Setembro de 1835. O Ven:. Mestre da Loja, Ir:. Bento Gonçalves da Silva, foi o líder inconteste do movimento, de caráter federalista e republicano que durou 10 longos anos, deixando todos os combatentes em “farrapos”. Foi um verdadeiro drama no qual figuras históricas de primeira grandeza foram protagonistas, como por exemplo o Ir.’. italiano Giuseppe Garibaldi e o Ir.’. Duque de Caxias (este do lado do Império).



No período da Regência os gaúchos estavam divididos, irreconciliáveis, Conservadores (chimangos) de um lado e Liberais (maragatos) de outro lado; estes, com um maior apoio nas camadas populares – daí, também, derivou o nome da Revolução “ Farrapos” - que foi feita, principalmente por motivos econômicos, contra a pesada taxação que caía sobre o charque e o couro do Rio Grande do Sul.



Bento Gonçalves, Presidente da Província, havia sido chamado à Corte. Denunciado como rebelde e acusado de promover a separação da Província do Rio Grande do resto do Brasil, defendeu-se com brilhantismo e voltou em triunfo ao Rio Grande, mas ainda assim, ele foi destituído pelos Conservadores, o que foi a causa imediata da Revolução.



A Revolução Farroupilha, ou Guerra dos Farrapos, foi uma das páginas mais fabulosas da História do Brasil, cheia de acontecimentos maçônicos, que merecem ser contados.

Terminou após 10 (dez) anos de luta intensa, um verdadeiro fratricídi . E pasmem... ao final, na hora da rendição dos gaúchos, atuou em nome do Império Central do Brasil, o nosso Irmão Duque de Caxias: 2 maçons assinaram a paz Duque de Caxias de um lado e Bento Gonçalves do outro lado. Não foi rendição incondicional!!... algumas condições foram negociadas, por exemplo: na bandeira do Rio Grande do Sul - até hoje!! – está lá escrito : ”República do Piratini – Liberdade, Igualdade e Humanidade – 1835”.





Ir.’. Artur O. T. Costa

Piracicaba / SP

SETº / 2003

 

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA: a íntegra deste Balaustre, (Ata), foi publicada na Revista Maçônica “Engenho & Arte” nº 3/99, página 96.



segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Sócrates

Sócrates

Sócrates

Nasceu em 470 a.C., em Atenas, filho de Sofrônico, um escultor, e de Fenáreta.

Nos primeiros anos, aprendeu Sócrates a arte do pai e enquanto esculpia, meditava e estudava; através da reflexão pessoal, buscava na elite de Atenas o conhecimento filosófico da época.

Seu casamento com Xantipa em nada alterou o seu modo de vida.

Ingressou na política, tornando-se funcionário público e magistrado, mantendo-se porém rígido em seu modo de pensar; foi soldado valoroso e a política não conseguiu deturpar a sua formação, o seu temperamento crítico; servia a pátria, vivendo justamente e formando cidadãos sábios, honestos e temperados, divergindo nisto dos sofistas que agiam para o próprio proveito.

O seu modo rígido de vida, criou-lhe inimizades e descontentamento geral, hostilidade popular.

Com aparência de chefe de uma aristocracia intelectual, teve contra si acusações sérias partidas de Mileto, Anito e Licon de corruptor da mocidade e de negar os deuses da pátria, introduzindo outros.

Sua defesa foi frágil, preferindo o juízo eterno da razão.

Foi condenado à pena capital; deram-lhe de beber cicuta, uma infusão de ervas venenosas.

A característica de sua filosofia é a introspeção e exprime-se no célebre lema:

“conhece-te a ti mesmo”, isto é, “torna-te consciente de tua ignorância”, como sendo o ápice da sabedoria, que é o desejo da ciência mediante a virtude.

Sócrates não deixou nada escrito; foram os seus discípulos, Xenofonte e Platão, os responsáveis pelo registro dos ensinamentos e da biografia do grande mestre.

Toda filosofia de Sócrates volta-se para o mundo humano, espiritual, com finalidades práticas e morais.

Mostra-se cético a respeito da Cosmologia e da metafísica, um ceticismo de fato e não de direito; dedica-se a uma ciência da prática dirigida para os valores universais.

O fim da filosofia é a moral; no entanto, para realizar o próprio fim, torna-se preciso conhecê-lo; para construir uma ética é necessária uma teoria; a “gnosiologia” deve preceder logicamente, a moral. Se o fim de filosofia é prático, o prático depende, por sua vez, inteiramente, do “teorético”, no sentido de que o homem tanto opera quanto conhece; virtuoso é o sábio, malvado o ignorante.

O moralismo socrático é equilibrado pelo mais radical intelectualismo, racionalismo, que se coloca contra todo voluntarismo, sentimentalismo, pragmatismo, ativismo, etc.

A filosofia socrática resume-se na gnosiologia e na ética, sem metafísica.

A gnosiologia de Sócrates, que se concretiza no seu ensinamento dialógico, donde deve ser extraída e se esquematizada nos seguintes pontos fundamentais: ironia, maiêutica, introspecção, ignorância, indução, definição.

 
Antes de tudo, cumpre desembaraçar o espírito dos conhecimentos errados, dos preconceitos, das opiniões; este é o momento da ironia, ou seja, da crítica.

Sócrates, como os sofistas, posto como finalidade diversa, reivindica a independência da autoridade e da tradição, a favor da reflexão livre e da convicção racional.

Logo, será possível realizar o conhecimento verdadeiro, a ciência, mediante a razão.

Isto significa que a instrução não deve consistir na imposição extrínseca de uma doutrina ao discípulo, mas o Mestre deve tirá-la da mente do discípulo, deve seduzi-la pela razão imanente e constitutiva do espírito humano, o que é um valor universal.

É a famosa “maiêutica” de Sócrates, que declara auxiliar os “partos” do espírito. Há aqui uma certa influência da genitora de Sócrates que era parteira.

Esta interioridade do saber, esta intimidade da ciência, fixa-se no famoso dito socrático e muito usado na linguagem maçônica: “Conhece-te a ti mesmo”, que no pensamento, do filósofo significa, precisamente, consciência racional de si mesmo, para organizar racionalmente a própria vida.

Entretanto, consciência de si mesmo quer dizer, antes de tudo, consciência da “própria ignorância” inicial e, portanto, necessidade de superá-la pela aquisição da ciência.

Esta ignorância não é ceticismo sistemático, mas apenas, metódico, um poderoso impulso para o saber, embora o pensamento socrático fique no agnosticismo filosófico por falta de uma metafísica, pois, Sócrates achou, apenas, a forma conceptual da ciência, não seu conteúdo.

Por ciência, naturalmente, Sócrates não limitou o conhecimento da época, mas sim, quis referir-se à necessidade da investigação, do estudo.

O procedimento lógico para realizar o conhecimento verdadeiro, científico, a indução ou melhor, remontar do particular ao universal, da opinião à ciência, da experiência ao conceito.

Como Sócrates é o fundador da ciência em geral, mediante a doutrina do conceito, assim é o fundador, em particular, da ciência moral, mediante a doutrina de que eticidade significa racionalidade, ação racional.

Virtude é inteligência, razão, ciência, não sentimento, rotina, costume, tradição, lei positiva, opinião comum.

Tudo isto tem que ser criticado, superado, subindo até à razão, não descendo até à animalidade.

Sócrates levava a importância da razão para a ação moral até aquele intelectualismo que, identificando conhecimento e virtude, bem como ignorância e vício, tornava impossível o livre-arbítrio.

Sócrates não exauriu a problemática levantada, mas deixou para Platão e Aristóteles o início do estudo da metafísica e o complemento de sua obra.

Nas lições maçônicas, os conceitos socráticos são repetidos ainda hoje, pois o itinerário traçado por Sócrates é diuturnamente percorrido pelos maçons que não esgotaram a ciência da moral.

A filosofia socrática constitui uma das pedras angulares do grande Edifício da filosofia maçônica.



Rizzardo da Camino
O Companheirismo Maçônico





domingo, 25 de dezembro de 2011

A verdadeira história do natal


A verdadeira história do natal

Origens Pagãs

Quando buscamos a verdadeira história do Natal, acabamos diante de rituais e deuses pagãos. Sabemos que Jesus Cristo foi colocado numa festa que nada tinha haver com Ele. O verdadeiro simbolismo de Natal oculta transcendentes mistérios. Esta festividade tem sua origem fixada no paganismo. Era um dia consagrado à celebração do “Sol Invicto”. O Sol tem sua representação no deus greco-romano Apolo e, seus equivalentes entre outros povos pagãos são diversos: Ra, o deus egípcio, Utudos na Babilônia, Surya da Índia e também Baal e Mitra.

Mitra era muito apreciado pelos romanos, seus rituais eram apenas homens que participavam. Era uma religião de iniciação secreta, semelhante aos existes na Maçonaria. Aureliano (227-275 d.C), Imperador da Roma, estabeleceu no ano de 273 d.C., o dia do nascimento do Sol em 25 de dezembro “Natalis Solis Invcti”, que significava o nascimento do Sol invencível. Todo O Império passou a comemorar neste dia o nascimento de Mitra-Menino, Deus Indo-Persa da Luz, que também foi visitado por magos que lhe ofertaram mirra, incenso e ouro. Era também nesta noite o início do Solstício de Inverno, segundo o Calendário Juliano, que seguia a “Saturnalia” (17 a 24 de dezembro), festa em homenagem à Saturno. Era portanto, solenizado o dia mais curto do ano no Hemisfério Norte e o nascimento de um Novo Sol. Este fenômeno astronômico é exatamente o oposto em nosso Hemisfério Sul.

Estas festividades pagãs estavam muito arraigadas nos costumes populares desde os tempos imemoráveis para serem suprimidas com a advento do Cristianismo, incluso como religião oficial por Decreto por Constantino (317-337 d.C), então Imperador de Roma. Como antigo adorador do Sol, sua influência foi configurada quando ele fez do dia 25 de dezembro uma Festa Cristã. Ele transformou as celebrações de homenagens à Mitra, Baal, Apolo e outros deuses, na festa de nascimento de Jesus Cristo. Uma forma de sincretismo religioso. Assim, rituais, crenças, costumes e mitos pagãos passam a ser patrimônio da “Nova Fé”, convertendo-se deuses locais em santos, virgens em anjos e transformando ancestrais santuários em Igrejas de culto cristão. Deve-se levar em consideração que o universo romano foi educado com os costumes pagãos, portanto não poderia ocorrer nada diferente.

Todavia, o povo cristão do Oriente, adaptou esta celebração para 6 de janeiro, possivelmente por uma reminiscência pagã também, pois esta é a data da aparição de Osíris entre os egípcios e de Dionísio entre os gregos.

Jesus, o “Filho do Sol”

 
No quociente Mitraísmo/Cristianismo se observa surpreendentes analogias. Mitra era o mediador entre Deus e os homens. Assegurava salvação mediante sacrifício. Seu culto compreendia batismo, comunhão e sacerdotes. A Igreja Católica Romana, simplesmente “paganizou” Jesus. Modificou-se somente o significado, mantendo-se idêntico o culto. Cristo, substituiu Mitra, o “Filho do Sol”, constituindo assim um “Mito” solar equivalente, circundado por 12 Apóstolos. Aliás, curiosa e sugestivamente, 12 (n. de apóstolos), coincide com o número de constelações. Complementando as analogias astronômicas: a estrela de Belém seria a conjunção de Júpiter com Saturno na constelação do ano 7 a.C, com aparência de uma grande estrela.

Nova Ordem

Uma nova ordem foi estabelecida quando o decreto de Constantino oficializa o Cristianismo. Logo, livres de toda opressão, os que então eram perseguidos se convertem em perseguidores. Todos os pagãos que se atrevessem a se opor as doutrinas da Igreja Oficial eram tidos como hereges e dignos de severo castigo.

Culto às “Mães Virgens”

 
No Antigo Egito, sempre existiu a crença de que o filho de Ísis (Rainha dos Céus), nasceu precisamente em 25 de dezembro. Ísis algumas vezes é “Mãe”, outras vezes é “Virgem” que é fecundada de maneira sobrenatural e engravida do “Deus Filho”.

Tal culto à “Virgem” é encontrado entre os Celtas, cujo a civilização, os druídas (sacerdotes), praticam o culto baseado em um “Deus Único”, “Una Trindade”, a ressurreição, a imortalidade da alma e uma divindade feminina: uma “Deusa-Mãe”, uma “Terra-Mãe” e uma “Deusa Terra” também virgem, que se destinava a dar à luz a um “Filho de Deus”.

Este culto as “Deusas Virgens-Mães” está reiterado em muitas religiões e mitologias, inclusive civilizações pré-colombianas, como em numerosas mitologias africanas e em todas as seitas iniciáticas orientais.

A reconfortante imagem do arquétipo “MÃE” é primordial para existência humana. Este arquétipo pode assumir diversas formas: deusas, uma mãe gentil, uma avó ou uma igreja. Associadas a essas imagens surgem a solicitude e simpatia maternas, o crescimento, a nutrição e a fertilidade.

Culto ao “Deus-Herói”

 
Como afirmei, a concepção de uma “Rainha dos Céus” que dá à luz a um “Menino-Deus” e “Salvador” corresponde a um arquétipo básico do psiquismo humano e tem sua origem nos fenômenos astronômicos. Enviado por um “Ser Supremo”, que é o PAI, o FILHO assume suprimindo o PAI, como acontece em todas as sagas gregas, indo-européias e diversas culturas. Coincidentemente, existe um padrão constante que quase sempre expressa o mesmo propósito: fazer do FILHO um HERÓI, que cumpre o mandato do PAI, sucedendo-o. Este HERÓI se faz causa de um ideal primeiro que se move ao longo da História como MODELADOR de uma cultura.

A versão do nascimento e infância de Jesus é uma repetição da história de muitos outros Salvadores e Deuses da humanidade. Ilustra bem a figura do “Arquétipo Herói”, comuns em qualquer cultura e que seguem sempre a mesma fórmula. Nascidos em circunstâncias misteriosas, logo exibe força ou capacidade de super-homem, triunfa na luta contra o mal e, quase sempre, morre algum tempo depois.

Este arquétipo reflete o tipo de amadurecimento sugerido pelos mitos: nos alerta para ficarmos atentos as nossas forças e fraquezas internas e nos aponta o conhecimento como caminho para se desenvolver uma personalidade saudável.

“Anexo a nossa consciência imediata”, escreveu Carl Jung, “existe um segundo sistema psíquico de natureza coletiva, universal e impessoal, que se revela idêntico em todos os indivíduos”. Povoando este inconsciente coletivo, afirmava, havia o que chamava de “arquétipos”, imagens primordiais ou símbolos, impressos na psique desde o começo dos tempos e, a partir de então, transmitidos à humanidade inteira. A MÃE, o PAI e o HERÓI com seus temas associados, são exemplos de tais arquétipos, representados em mitos, histórias e sonhos.

Eis que nasce Papai Noel

 
Com o passar do tempo, de gerações que foram sucedendo-se, veio o esquecimento e nem Mitra, nem Apolo ou Baal faziam mais parte do panteão de algum povo. Acabou restando somente símbolos: a árvore, a guirlanda, as velas, os sinos e os enfeites. Até que no séc. IV, mais exatamente no ano de 371, uma nova estrela brilha em nosso céu e na Terra nasce Nicolau de Bari ou Nicolau de Mira. A generosidade a ele atribuída granjeou-lhe s reputação de mágico milagreiro e distribuidor de presentes. Filho de família abastada, doou seus bens para os pobres e desamparados. Entretanto, tecia um grande amor pelas crianças e foi através delas que sua lenda se popularizou e que Nicolau acabou canonizado no coração de todas as pessoas.

No fim da Idade Média, ainda “espiritualmente vivo”, sua história alcançou os colonos holandeses da América do Norte onde o “bom velhinho” toma o nome de “Santa Claus”. Ao atravessar os Portais do Admirável Mundo, muito sobre o que ele foi escrito lhe rendeu vários apelidos, como: “Sanct Merr Cholas”, “Sinter Claes” ou “Sint Nocoloses”, e é considerado sempre como padroeiro das crianças.

O Papai Noel Ocidental

Até aproximadamente 65 anos atrás o Papai Noel era, literalmente, uma figura de muitas dimensões. Na pintura de vários artistas ele era caracterizado ora como um “elfo”, ora como um “duende”. O Noel-gnomo era gorducho e alegre, além de ter cabelos e barbas brancas.

 
No final do século XIX, Papai Noel já era capa de revistas, livros e jornais, aparecendo em propagandas do mundo todo. Cartões de Natal o retrataram vestido de vermelho, talvez para acentuar o “espírito de natal”. A partir daí o personagem Papai Noel foi adquirindo várias nuances até que em 1931 a The Coca-Cola Company, contrata um artista e transforma Papai Noel numa figura totalmente humana e universalizada. Sua imagem foi definitivamente adotada como o principal símbolo do Natal.

A imagem do Noel continuou evoluindo com o passar dos anos e muitos países contribuíram para sua aparência atual. O trenó e as renas acredita-se que sejam originárias da Escandinávia. Outros países de clima frio adicionaram as peles e modificaram sua vestimenta e atribuíram seu endereço como sendo o Pólo Norte. A imagem da chaminé por onde o Papai Noel escorrega para deixar os presentes vieram da Holanda.

Hoje, com bem mais de 1700 anos de idade, continua mais vivo e presente do que nunca. Alcançou a passarela da fama e as telas da tecnologia. Hoje o vemos em filmes, shoppings, cinemas, no estacionamento e na rua. Ao longo desses dezessete séculos de existência, mudou várias vezes de nome, trocou inúmeras de roupa, de idioma e hábitos, mas permaneceu sempre a mesma pessoa caridosa e devotada às suas crianças. E, embora diversas vezes acusado de representar um veículo que deu origem ao crescente consumismo das Festas Natalinas, é preciso reconhecer que ele encerra valores que despertam, revivem e fortalecem os nossos sentimentos mais profundos. Sua bondade é tão contagiante que atinge tipo “flecha de cupido”, qualquer pessoa, independente de crença ou raça, o que evidencia a sua magia e seu grande poder de penetração no mundo.

Espero que todos tenham um feliz dia de Mitra!

Fonte: Ceticismo.net

sábado, 24 de dezembro de 2011

QUE VINDES AQUI FAZER?

1ª Loja Maçõnica

QUE VINDES AQUI FAZER?



Existe uma resposta ritualística para esta pergunta. Com facilidade, qualquer maçom a recita de cor, comprovando que está a par dos conhecimentos básicos para se fazer reconhecer. A pergunta, porém, contém uma significação mais profunda, específica, que podemos analisar antes de adotarmos a resposta como real e sincera.

VENCER AS PAIXÕES
Ao declarar que deseja vencer suas paixões, o maçom está assumindo o compromisso de descobrir quais são aquelas que assolam o seu espírito e, mais ainda, como pretende removê-las ou substituí-las. Para isso, ele deve ter plena consciência do que é, como está procedendo no seu meio e o que faz por si, pelos irmãos e pela humanidade. Conhecer-se intimamente é o primeiro passo para derrotar os impulsos menos nobres e fazê-lo transformarem-se em movimento na direção do bem.



Também é preciso identificar, com muita exatidão, o que são paixões, como se manifestam e do que provém, para que o processo de eliminação não se limite a remover os seus efeitos, e sim, destrua-lhes as causas. De fato, não projetar um ódio sobre o objeto desse sentimento evita que ele produza efeitos externos e, assim, contribui para um relacionamento mais harmonioso com as pessoas. Mas essa atitude não remove o ódio em si mesmo, deixando-o lá, latente, pronto a eclodir a qualquer momento ou a inspirar posturas e ações não condizentes com o aperfeiçoamento que buscamos.

Tal como Teseu, que se internou no labirinto para aniquilar a besta - o Minotauro - também nós temos que percorrer esses caminhos escuros e sombrios do nosso espírito, para de lá extrair as bestas que devemos combater - nossos vícios - ou seja, nossos defeitos de caráter, a fim de, vencida a porfia, de lá podermos assomar mais fortes, mais limpos, mais aptos para o trabalho social a que nos propomos.

Então, para declarar que vencemos uma paixão identificada, é necessário que tenhamos a certeza de que ela não mais existe e, se não se manifesta, não é por ter sido amordaçada, e sim, porque deixou de compor o nosso eu interior, definitivamente. Esse é o primeiro passo.

SUBMETER A VONTADE
A vontade é a capacidade que os seres vivos animados têm de determinarem o seu procedimento de acordo com o que lhe dita a consciência ou o instinto. Nossa vontade humana pode ser controlada pela inteligência, que escolhe os recursos de que disporá para manifestar-se. Assim, à luz dos costumes e leis, somos obrigados a restringir a manifestação da nossa vontade àquilo que pode ser feito ou representado, sem ofensa à lei ou aos bons costumes.

Isso, no entanto, não impede que, às vezes, procedamos em desacordo com essas leis e costumes, para satisfazer uma necessidade ou desejo. Esta violação das normas e usos vigentes representa um emprego volitivo das nossas capacidades sem o controle adequado da nossa consciência e da nossa mente, representando a fuga do ser de dentro dos limites impostos pelo contexto social.

É por isso que, na Maçonaria, exercitamos a nossa capacidade de fazer a nossa vontade ficar contida dentro dos limites dos nossos landmarks, leis usos e costumes, que são suficientes para assegurar que seremos pessoas capazes de viver dignamente em qualquer contexto legal. Esse domínio sobre o exercício da vontade depende de intenso treinamento ininterrupto e diuturno, pois sempre há alguma dessas manifestações de indisciplina intelectual e mental pronta para aparecer e nos vencer.

No labirinto, Teseu guiou-se pelo fio que Ariadne lhe deu e que ficou segurando, à saída, para que o herói pudesse achar o caminho de volta. É esse fio que representa a submissão da vontade a um traçado pré-concebido e pré-existente: as leis os costumes e os usos da sociedade a que pertencemos. Enquanto não pudermos seguir esse fio dourado, não gteremos dominado a nossa vontade, para que nos leve ao aperfeiçoamento que almejamos.

FAZER PROGRESSOS NA MAÇONARIA
Esta típica expressão maçônica nos mostra que somos maçons para aumentarmos nossos conhecimentos da Arte Real continuadamente, sem interrupção por qualquer motivo. Se freqüentamos regularmente a nossa loja, fazêmo-lo para continuar esse progresso, através do convívio, da reflexão no silêncio e na meditação impostas pela austeridade ambiental e da atividade intelectiva provocada pelas ações que ali se desenrolam.

Cada sessão é uma aula sui generis específica, cujo conteúdo tem significado diferente para cada um dos irmãos. As lições lá aprendidas e exercitadas devem se tornar nosso patrimônio intelectual e emocional exclusivo, formador da nossa personalidade maçônica e garante do aprendizado que se segue. Nada substitui, em eficiência, no nosso método de aprendizado, o convívio dos diferentes, com a troca benfazeja e enriquecedora das experiências e opiniões de cada um com todos os outros. Acumulando essas ricas experiências em loja, certamente seremos melhores como cidadãos e como integrantes da Maçonaria e estaremos em condições de propagar essa cultura multicentenária para os nossos pósteros.

Fica, deste modo, respondida a pergunta em epígrafe.

Tomara que possamos, ao respondê-la em alto e bom tom, quando inquiridos, ter consciência do grande significado que oculta, aos não iniciados, as verdades do nossos trabalho maçônico. Que todos possamos refletir sobre ela e criarmos, nós próprios, as nossas respostas, de modo a que sejamos, todos, construtores de um mundo melhor.

Irm José Prudêncio Pinto de Sá, MI
ARLS SINARCHIA Nº 52 Coronel do Exército Brasileiro - da Reserva
Or de Santa Maria - RS

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

PRESENTE DE NATAL



PRESENTE DE NATAL

Um dia, Alfredo acordou em uma véspera de Natal, muito contente, pois uma data muito importante estava para chegar. Era o dia do aniversário do menino Jesus, e é lógico, o dia em que o Papai Noel vinha visitá-lo todos os anos. Com seus cinco aninhos, esperava ansiosamente o cair da noite, para voltar a dormir e olhar o seu pé de meia que estava frente a porta, pois não tinha árvore de Natal. Dormiu muito tarde, para ver se conseguia pegar aquele velhinho no "flagra", mas como o sono era maior do que sua vontade, dormiu profundamente.
Na manhã de Natal, observou que seu pé de meia não estava lá, e que não havia presente algum em toda a sua casa. Seu pai desempregado, com os olhos cheios de água, observava atentamente ao seu filho, e esperava tomar coragem para falar que o seu sonho não existia, e com muita dor no coração o chama:
-- Alfredo meu filho, venha cá!
-- Papai?
-- Pois não filho?
-- O Papai Noel se esqueceu de mim...
Falando isso, Alfredo abraça seu pai e os dois se põem a chorar, quando Alfredo fala:

-- Ele também esqueceu do senhor papai?
-- Não meu filho. O melhor presente que eu poderia ter ganho na vida está em meus braços, e fique tranqüilo pois eu sei que o papai Noel não esqueceu de você.
-- Mas todas as outras crianças vizinhas estão brincando com seus presentes...
-- Ele pulou a nossa casa...
-- Pulou não... O seu presente está te abraçando agora, e vai te levar para
um dos melhores passeios da sua vida!
E assim, foram para um parque e Alfredo brincou com seu pai durante o resto do dia, voltando somente no começo da noite. Chegando em casa muito sonolento, Alfredo foi para o seu quarto, e "escreveu" para o Papai Noel:
"Querido Papai Noel, Eu sei que é cedo demais para pedir alguma coisa, mas quero agradecer o presente que o senhor me deu. Desejo que todos os Natais que eu passe, faça com que meu pai esqueça de seus problemas, e que ele possa se distrair comigo, passando uma tarde maravilhosa como a de hoje. Obrigado pela minha vida, pois descobri que não são com brinquedos que
somos felizes, e sim, com o verdadeiro sentimento que está dentro de nós, que o senhor desperta nos Natais. De quem te agradece por tudo, Alfredo."
E foi dormir...

Entrando no quarto para dar boa-noite ao seu filho, o pai de Alfredo viu a cartinha, e a partir desse dia, não deixou que os seus problemas afetassem a felicidade dele, e começou a fazer que todo dia fosse um Natal para ambos.

Se uma criança de cinco anos, conseguiu perceber que os melhores presentes que se pode receber não são materiais, porque nós não fazemos o mesmo? Que todos façamos com que cada dia seja um Natal, valorizando a amizade, carinho e todos os sentimentos bons que existem dentro de nós.

Afinal, as únicas coisas que poderemos levar desta vida, são os sentimentos e as recordações que ficarão guardadas em nossos corações, não é verdade???

E precisamos lembrar, também, do verdadeiro sentido do Natal, do protagonista desta "festa": uma criança humilde, que nasceu há quase 2000 anos e foi o responsável pelo destino da humanidade.

Às vezes nos pegamos envolvidos com tantas coisas que acabamos esquecendo dele, do aniversariante". Não se esqueça de agradecê-lo pelos "presentes" que Ele tem lhe dado!!! E o melhor "presente" que você pode ofertá-lo é o seu amor e a sua vida!!!





Mensagem enviada pelo irmão Honório Pires Junior em 12.12.2005.

Honório Pires França Jr
15 de abril de 1959 - 2008.

Uberaba - MG - Brasil