segunda-feira, 31 de maio de 2010

Hábitos - cultive o amor e colha felicidade

Hábitos - cultive o amor e colha felicidade


Falaremos um pouco sobre os hábitos e a influência silenciosa que promovem verdadeiros prodígios ou desastres em nossas vidas.
Segundo o dicionário Aurélio, hábito é a disposição duradoura adquirida pela repetição freqüente de um ato, uso, ou costume.
É preciso ter bastante atenção com as ações cotidianas adquiridas e repetidas no automatismo da vida.

Segundo Aristóteles, filósofo grego (384-322 a.C.), "Nós somos o que fazemos repetidamente. Excelência, não é uma ação isolada, mas um hábito".
O primeiro dos hábitos incutidos em nós, é o do aprendizado. O fato é que somos instigados ao hábito de estudar, praticar e aprender algo para alcançarmos determinados objetivos materiais e incorremos no erro de acharmos que podemos parar ao alcançar o objetivo proposto. Outro engano é obscurecer a necessidade de aprendizado moral em detrimento do aprendizado intelectual.

Stephen Covey, no seu livro "Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes", afirma que os nossos hábitos estão intrinsecamente ligados ao nosso conhecimento, nossa habilidade e nosso desejo. A partir dessa perspectiva, para se tornar um mestre no seu ofício, na sua profissão, é necessário ampliar os seus conhecimentos, aprimorar as suas habilidades e manter sempre inflamado o desejo de tornar-se um profissional melhor dia após dia.

Devemos ter uma postura diante da vida semelhante a uma pessoa que está sempre com o recipiente vazio, pronto para encher no lago do conhecimento. Seremos melhores a cada dia, se percebermos que, em nossas mentes e em nossos corações cabem novas idéias e novas posturas diante da vida.

O educador americano, Horace Mann, uma vez descreveu dessa forma o hábito: “O hábito é um cabo; nós tecemos um fio a cada dia e, no final, não conseguimos Parti-lo.” É evidente a dificuldade em romper com velhos hábitos, principalmente os que se transformam em vícios. Isto mesmo, vícios são hábitos adquiridos. Vejamos a definição de vício no dicionário Aurélio:
3. Costume de proceder mal; desregramento habitual.
8. Psiq. Prática irresistível de mau hábito, em especial de consumo de bebida alcoólica, de droga.
John Dryden, escreveu: “Primeiro fazemos nossos hábitos, e então nossos hábitos nos fazem”.
Se desejarmos mudar de vida, devemos mudar de hábitos, pois “se você desenvolve os hábitos do sucesso, você fará do sucesso um hábito”. Assim falou Michael E. Angier.
Allan Kardec falava da arte de formar caracteres, elementos individualizadores de uma pessoa, que incute hábitos, porquanto “a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos”.
Deste modo, cada indivíduo pode listar um conjunto de hábitos que podem levá-lo ao sucesso profissional e pessoal a partir da observação dos conceitos aqui propostos.


Washington Marques - Obreiro da Loja Maçônica Calixto Nóbrega nº 15 - Sousa - PB.
Foto: Confraternização infanto-juvenil.

domingo, 30 de maio de 2010

SURGE A IDÉIA DE JUSTIÇA

SURGE A IDÉIA DE JUSTIÇA

Charles Evaldo Boller

Pode-se especular que a intuição de justiça e direito surgiu nas cavernas de nossos ancestrais pré-históricos, quando da descoberta do fogo, o que lhes aumentou o tempo em que ficavam acordados. Ao iluminarem as cavernas obtiveram mais tempo de convivência ativa. Com isto afloraram vantagens estratégicas. Tiveram mais tempo para planejar e trocar experiências, bem como de contar estórias e transmitir informações vitais para a sobrevivência. Dessa dinâmica social a espécie tornou-se poderosa, transformou o homem num ser social por excelência. Da convivência forçada nas horas de escuridão fora das cavernas surgiu a condição ideal para tornar o homem superior aos outros animais que compartilham a biosfera. Descobriu-se nesta época que o amor fraterno, a energia emocional que une fraternalmente os seres vivos, é o único meio das ações humanas interagirem de forma positiva com seus semelhantes, permitindo obter assistência colaboradora de uns para com os outros. E isto grandes pensadores vem repetindo através das eras. Infelizmente, poucos entendem por que devem adaptar-se na adoção deste proceder benéfico e persistem a sugar a energia vital do meio ambiente e de seus semelhantes até a exaustão.

É devido a inteligente dedução efetuada pelo morador das cavernas que o benefício do amor transmitiu-se pelas gerações e cada um já nasce com uma intuição natural de direito e Justiça, denominado propriamente de direito natural. Esta noção, este inatismo, precede todo e qualquer código compilado de leis. Desde que livre e independente, o homem possui direitos inalienáveis: respeito; desenvolvimento da personalidade; igualdade; trabalho; evolução; liberdade; associação; legitima defesa; e outros. É da consciência humana que floresce o direito natural. A Justiça está alicerçada nos deveres e direitos naturais do homem e o auxiliam em seu relacionamento social, fazendo-o manter seu equilíbrio em relação aos outros, impedindo-o de ser uma besta, humanizando-o.

O problema é que sempre que um recurso se restringe, aumenta a concorrência que leva uns a desconfiarem dos outros. Principalmente na escassez de comida, segurança e sexo. A convivência forçou os vetustos homens a conviver em espaços estreitos, já que a noite não lhes era possível sair de sua toca devido à escuridão reinante, o que instigou disputas por melhor espaço, a fêmea melhor dotada ou o melhor pedaço de comida. Mas o verdadeiro fundador da sociedade civil certamente foi aquele ancestral que, cercando um pedaço de terra, àquela área associou o pensamente de posse: "isso é meu"! Acabou a paz do homem nativo, que vivia em equilíbrio com a natureza, que desfrutava do direito natural, que descansava sua cabeça em qualquer lugar, ao abrigo de qualquer arbusto, sem problemas de impacto ambiental, sem necessidade de correr, salvo para defender-se de algum predador. Um dia era como o outro e o tempo transcorria sem maiores situações de estresse. A tendência de reservar um espaço de chão para fixar morada é explorada ao extremo em nossa sociedade moderna; são edificados "caixotes", uns sobre os outros, amontoados. Isto gera problemas de relacionamento entre pessoas, violência, porque sempre existe aquele que, por uma razão ou outra, não paga as taxas de condomínio, ou então perturba a paz de seus vizinhos com ruídos ou provocações. E num país como o Brasil - que é só terra - existe uma espécie de invasor de terras que se denomina um "sem terra". No transito de automóveis é possível perceber a violência como resultado da concorrência: é só aumentar o número de veículos que transitam numa mesma via para imediatamente surgirem situações onde um "apressadinho" ou um mais ansioso colocar em risco a vida de outros motoristas, a sua própria, de pedestres ou causa dano ao patrimônio público. Mas a grande campeã de disseminação de violência de hoje é a falta de oportunidades e a desigual distribuição das riquezas. Quando não há disputa ou concorrência, a vida em grupo é suave, tranqüila, e nesta forma natural de convivência quase não há necessidade de a sociedade punir pela coerção social. Quando a distribuição dos recursos e oportunidades é igualitária não ocorrem eventos "sociopáticos" significativos, salvo nos casos de insanidade.

A sociedade não deve punir para vingar, sua obrigação é a de ensinar o homem a melhorar cada vez mais. O que se deduz da vida em sociedade real de hoje, é que ela não ama seus componentes, embrutecida e insensibilizada pela ganância e o poder, tornou-se subserviente à economia e espreme a todos até sobrar apenas bagaço.

O conhecimento de como surge e se aplica justiça com equidade é uma noção muito importante que o maçom desenvolve para melhorar a si mesmo e a coletividade. Da correta interpretação do que é justiça, diferenciando-a de vingança, ele extrai as diretrizes básicas de seu relacionamento com irmãos e visinhos. Cada maçom é conduzido a desenvolver seu conhecimento para utilizar intuitivamente do direito natural, sem a necessidade de lei escrita. Em se tratando de um ser fraterno, o pedreiro especulador sonda todas as possibilidades de buscar o equilíbrio da justiça, desaparecendo a necessidade de um juiz que lhe dite o que é direito. Ele usa do direito natural que reside em seu intelecto, voltado para o amor. É a lei do amor que define o direito natural. Esta suprema lei conduz a tomar para si apenas o que é de seu direito e estrita necessidade, sem invadir o direito do outro. Não há necessidade de justiça aplicada por um terceiro porque não chega nem a surgir evento que lhe dê razão de existir. Esta noção é muito simples se vista com o coração. Existe um ditado que diz: se todos varrerem a frente de suas casas a cidade fica limpa num instante. De forma parecida é com o direito natural; se cada um apenas utilizar o que precisa para sua subsistência há recursos para todos na cidade.

Entretanto, a sociedade não vive assim. Infelizmente o homem insiste teimosa e estultamente em avançar sobre o que é de direito do outro. É um animal que tem uma inclinação instintiva em demarcar território, dominar seus iguais em busca do poder e possuir muito mais coisas do que realmente precisa. Daí a necessidade da instituição das leis para acalmar a fera. Na aplicação da Justiça, as leis tornam-se tanto ou mais cruéis que a ações que lhe deram causa. Isto porque normalmente é o mais rico que dispõe mais de aplicação e desfruta de suas benesses; o ladrão de galinhas vai preso enquanto o ladrão de "colarinho branco" anda solto. Uma Justiça que tarda não é justiça. Uma justiça corrupta é pior que a selvageria de uma terra sem leis. E como o jogo de interesses cresce em graus de complexidade proporcional ao número de cidadãos que formam uma sociedade, as leis vão se complicando e embaralhando cada vez mais até ficar impossível aplicar a justiça com equidade e a comunidade explode atos de vinganças e guerras.

É nisto que a Maçonaria trabalha usando de simbologia simples como o mosaico, a corda de oitenta e um nós, a trolha, o esquadro, o nível, o compasso, e outros; tudo para transmitir o direito natural e levar seus adeptos a intuírem que sem igualdade de direitos a sociedade humana desaparece. A Maçonaria ensina a todos a serem prudentes, haja vista que sob certos aspectos a prudência é sinônimo de sabedoria. O exercício começa dentro dos templos, onde cada irmão é induzido a tratar o outro com respeito e igualdade. Onde o direito natural falha, o problema judicativo é tratado em câmara do meio, não sem antes se haverem esgotado todos os recursos de conciliação e dado todo o tempo possível para firmar acordo pelas diretivas do amor fraterno. De lá a experiência é levada para fora dos templos; ao escritório, em casa e todos os lugares por onde uma pessoa assim formada passa. A intenção é transformar cada maçom num multiplicador do amor fraterno, uma idéia simples de entender, mas difícil de aplicar. Existem pensadores que ensinam a amar até ao inimigo, o maior estágio que um maçom pode alcançar ao se submeter aos ensinamentos da ordem. A idéia de Justiça ocorre neste último estágio da escalada do amor fraterno. O sol brilha sobre bons e maus, da mesma forma que a justiça. Os vetustos homens das cavernas deduziram pela necessidade de sobrevivência de se ter a disposição mental de considerar os outros como iguais é a única saída para viver em paz e aumenta as chances de sobrevivência do grupo. De forma semelhante os maçons de hoje, pelo amor fraterno fazem surgir a idéia de justiça perfeita e equilibrada, treinam suas capacidades de desenvolver esta única forma de resolver todos os problemas da humanidade pelo amor e à glória do Grande Arquiteto do Universo.
Foto: Charles Evaldo Boller

sábado, 29 de maio de 2010

DEUS

DEUS

O Universo é obra inteligentíssima: obra que transcende a mais genial inteligência humana.
E como todo efeito inteligente tem uma causa inteligente, é forçoso inferir que a do Universo é superior a toda inteligência :
É a inteligência das inteligências;
A causa das causas;
A lei das leis;
O princípio dos princípios;
A razão das razões;
A consciência das consciências;
É Deus. Deus! Nome mil vezes santo, que Newton jamais pronunciava sem se descobrir!
Deus! Vós que vos revelais pela natureza, Vossa filha e nossa mãe, reconheço-vos eu, Senhor,
Na poesia da criação; na criança que sorri;
No ancião que tropeça; no mendigo que implora;
Na mão que assiste; na mãe que vela;
No pai que instrui; no apóstolo que evangeliza;
Reconheço-vos eu, Senhor, no amor da esposa,
No afeto do filho; na estima da irmã;
Na justiça do justo; na misericórdia do indulgente;
Na fé do pio; na esperança dos povos;
Na caridade dos bons; na inteireza dos íntegros;
Deus! Reconheço-vos eu, Senhor,
No estro do vate; na eloqüência do orador;
Na inspiração do artista; na santidade do moralista;
Na sabedoria do filósofo; nos fogos do gênio!
Deus! Reconheço-vos eu, Senhor,
Na flor dos vergéis; na relva dos vales;
No matiz dos campos; na brisa dos prados;
No perfume das Campinas; no murmúrio das fontes;
No rumorejo das franças; na música dos bosques;
Na placidez dos lagos; na altivez dos montes;
Na amplidão dos oceanos; na majestade do firmamento!
Deus! Reconheço-vos eu, Senhor,
Nos lindos antélios; no íris multicor;
Nas auroras polares; no argênteo da lua;
No brilho do sol; na fulgência das estrelas;
No fulgor das constelações!
Deus! Reconheço-vos eu, Senhor,
Na formação das nebulosas; na origem dos mundos;
Na gênesis dos sóis; no berço das humanidades;
Na maravilha, no esplendor, no sublime infinito!
Deus! Reconheço-vos eu, Senhor, com Jesus, quando ora: “PAI NOSSO QUE ESTAIS NOS CÉUS”...
Ou com os anjos,
Quando cantam: “GLÓRIA A DEUS NAS ALTURAS”...

Eurípedes Barsanulfo


Imagem: Copiada da internet, blog de Sávio. Representação do Grande Arquiteto do Universo, presente no micro e no macro.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que eu nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

Manuel Bandeira

Foto: Manuel Bandeira

quinta-feira, 27 de maio de 2010

EDUCAÇÃO NATURAL NA MAÇONARIA

Autor: Charles Evaldo Boller

A escola pública na maioria dos países não contempla a educação natural, aquela que organiza os valores e princípios internos, preconizada pelo Movimento Iluminista, cujas bases foram lançadas por Rousseau (1712-1778) e complementadas por Kant (1724-1804). A educação que humaniza o homem não existe na escola pública moderna, em todos os países. A escola pública gratuita está voltada mais para a transmissão de conhecimento que para a formação do homem integral. Inclusive é negligente com a formação humana nos aspectos de incutir valores e princípios. O homem não é treinado para: pensar; meditar; desenvolver virtudes; emoções; e espiritualidade, mas para ser escravo do próprio homem. Com raríssimas exceções, escolas particulares educam de fato, incutem valores e espiritualidade junto com a formação para o mercado de trabalho. Mas estas escolas normalmente estão fora da realidade econômica da maioria da população.

A transmissão de conhecimentos está voltada para o Comércio e a Indústria, requisitos do Capitalismo, que exerce domínio absoluto em todos os níveis, em todas as escolas públicas ou privadas. Ganho financeiro é um poder ao qual o homem se submete. Negligencia-se o homem em sua trajetória pela vida e se favorece o aparecimento de criaturas com graves crises existenciais, frustradas de tal forma que chegam a não dar mais o devido valor à própria vida. Vive-se o momento e apenas para si mesmo. Os próprios filósofos alardeiam que a vida humana não tem finalidade alguma, que em sua jornada pela biosfera o homem é apenas objeto de eventos aleatórios. Sem a educação natural o homem está condicionado para apenas gozar da vida e fugir das vicissitudes ao invés de enfrentá-las. A única perspectiva futura daquele que não obteve este tipo de educação é de sumir no nevoeiro do tempo de onde lhe foi dito que foi gerado a partir da evolução de bactérias, algas, fermentos, fungos, esponjas, águas-vivas e vermes, para uma não existência, um esquecimento eterno.

Abrir escolas incentiva a ciência, mas não intensifica a consciência; sentimento ou conhecimento que permite ao ser humano vivenciar, experimentar ou compreender aspectos ou a totalidade de seu mundo interior. Na existência de mais consciência, o número de vagas ocupadas nas cadeias diminuiria. Mesmo toda a informação e ciência produzidas pelas escolas podem fechar uma prisão sequer se a sociedade não se conscientizar da necessidade do desenvolvimento da consciência, da moralidade e do bem.

O que antigamente era desenvolvido no seio da família deveria ser ministrado na escola pública, já que pai e mãe, quais escravos, são obrigados a trabalhar debaixo do sistema. Entretanto, a escola pública limita-se em transmitir conhecimento voltado para mercado de trabalho que escraviza, enquanto o treinamento das emoções, sentimentos, sentidos e instintos são negligenciados. Ações que o bom senso recomenda como fundamentais para diminuir o número de presidiários e gerar cidadãos felizes, equilibrados e socialmente integrados. A educação dos potenciais latentes em cada um aproxima o homem de sua condição humana. Educação é consciência, instrução é ciência; ambas sustentam o corpo; a mais importante é a invisível consciência.

Nem religiões, e muito menos governos tratam a educação com a seriedade que deveriam. Governos querem transmitir instrução, religiões restringem-se a moral e assim o homem fica incompleto. Descartes (1596-1650) disse: "Toda a filosofia é como uma árvore: as raízes são a metafísica, o tronco é a física e os ramos são todas as outras ciências". Usando deste pensamento, o homem moderno está incompleto na raiz. Não existe alicerce. Aquilo que não se vê. Sabe-se que existe, mas fica enterrado dentro da pessoa. A escola constrói o homem material, apenas o que da árvore aparece acima do solo; preocupa-se apenas com tronco e folhas. As raízes são complexas necessidades que dão razão para viver e não se restringem apenas à moralidade.

A religião deveria preocupar-se com o alicerce e completar o que está invisível, mas isto não acontece! Centenas as religiões apenas exploram as pessoas em seus metais e as enganam com fantasias. Durante um curto espaço de tempo até é possível enganar alguns, mas é difícil manter mentiras por muito tempo. Acrescente-se que todas as religiões fundamentam seu poder no medo de muitos e na inteligência de um grupo reduzido que lhes definem os descaminhos, sempre voltados ao domínio e opressão pelo medo. Todos os esforços, da absoluta maioria das religiões, estão voltados para um aviltante senhor e único amo: o valor financeiro. A religião coloca de um lado um diabo e de outro um salvador. Enquanto um leva o homem à perdição o outro supostamente o resgataria. Em grosso modo, as maquinações teologais buscam fora do homem a solução de suas incertezas e angústias existenciais; e só se manifestam se sua ação for possível de converter em ganho de qualquer natureza; principalmente financeira e política. Diante desta realidade, que é constante em todas as civilizações, não se constrói ou se fortalece a raiz, o alicerce invisível que mantém o homem de pé frente às tempestades e incertezas da vida. Fica o homem jogado de um lado ao outro ao sabor de tentações e redenções.

Na ausência de formação integral e do despertar da consciência o desenvolvimento do homem fenece e de sua essência apodrece-lhe a raiz nos porões da sociedade, raízes atadas por inquebrantáveis grilhões; indestrutíveis porque são usados voluntariamente, no exercício do livre arbítrio. A conseqüência do livre arbítrio é o homem ser o único ator da construção de sua vida e responsável tanto pelo mal como pelo bem que produz. Ele é responsável por todas as suas ações, independente de prêmio ou castigo, céu ou inferno, ser bom ou mau. Se o homem não gozasse de um projeto que o criou livre e independente, de nada serviria educação de qualquer tipo; bastaria seguir o que lhe fosse ditado pelos instintos. Mas não é assim. O homem é responsável por sua história porque foi dotado de livre arbítrio e nenhum intermediário, homem santo ou clérigo religioso o poderá salvar; nem mesmo Deus interferirá, porque o Grande Arquiteto do Universo criou o homem independente, livre, dotado de livre escolha. Se o Criador interferisse nas ações da criatura seria como admitir a existência de erros em seu projeto. É devido a isto que a Maçonaria ensina que liberdade vem sempre acompanhada de responsabilidade. Quem escraviza é o próprio homem. E o que é ilógico, o homem escraviza a si mesmo. Ao longo da história homem vem explorando homem em seu próprio prejuízo. É dominado à força ou se deixa dominar em virtude de suas limitações e vícios.

No convívio social eclodem choques de todos os tipos. A violência alcançou patamares insustentáveis. Se buscadas razões fora de si, a culpa pela violência é do meliante que pratica a violência. Mas ao lume da fria razão a culpa é partilhada com o omisso que se prende atrás das grades e muros de seu castelo, pensando que isolando a violência lá fora será poupado de sua ação. Diz o sábio que o silêncio dos bons é tão responsável pela maldade quanto o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética. Felizmente os maus ainda constituem minoria. O problema é que a sociedade está cada vez mais tolerante e omissa no tratamento com o mau. O egocentrismo cria legiões de omissos e materialistas. Resguardam-se na ilusão de que o mal nunca cairá sobre eles e por covardia e omissão deixam o mal crescer. Mas como a realidade mostra, o mal sobrevirá para todos os que o provocam, seja por ação ou por omissão. O cidadão bom está por detrás das grades enquanto o meliante está do lado de fora tentando levar vantagem. A sociedade corre atrás de corrigir o mal depois de feito e pouco se faz de forma preventiva através da educação.

Se o homem fosse apenas produto do meio de nada adiantaria também qualquer tipo de educação. Seria simplíssimo! Para resolver os problemas de violência bastaria modificar as circunstâncias do meio em que o homem vive. Afastá-lo da sociedade que o perverte; como o Emílio descrito por Rousseau. Se apenas o meio modificasse o homem para o bem, então todo maçom seria só candura! Mas a realidade não é assim! Ser bom ou mau é questão de escolha, de exercer o poder do livre arbítrio para o bem ou para o mal, e isto é modificável pela educação. Incentivados pela Maçonaria, autoconhecimento e autorealização são caminhos para amenizar o mal porque usam do poder do livre arbítrio do próprio homem para o bem.

Na política, o nebuloso clima de corrupção e a sensação de impunidade deixam a todo bom cidadão desalentado. Isto porque o homem transfere poder aos maus ao vender seu voto. Desta forma os maus estão no poder criando leis cada vez mais complexas e intrincadas de modos que ao meliante fica fácil constituírem defensores matreiros que os defendam na Justiça. E para complicar ainda mais, a Justiça - brasileira - é tão lenta em responder aos anseios do bom que é como se ela sequer existisse. A sensação de impunidade é insuportável!

Se a escola pública realmente educasse o homem conforme preconizado pelos iluministas, e não apenas o instruísse para o trabalho assalariado, a forma de escravidão moderna, a realidade social seria muito diferente. A Maçonaria oferece a educação natural e basta ao maçom aproveitar da oportunidade oferecida e partir para se auto-educar nos moldes ditados por homens como Rousseau e Kant. O ideário educacional iluminista traçou o caminho de uma época de escravidão ao absolutismo imperial e clerical e pavimentaram caminhos para a democracia e o capitalismo, realidades que apresentam hoje outras nuanças e dificuldades. Os eventos que sucederam os ideários humanitários e pacifistas dos iluministas tornaram-se sucessões de impérios de terror e amarguras. Para os iluministas do século das luzes a violência desencadeada depois de sua atuação destruiu os resíduos de esperança que ainda lhes restavam. Foram revoluções e guerras globais revestidas de muita maldade, do jorrar de muito sangue inocente, de acendimento e manutenção de muito ressentimento. A paz só é mantida pela guerra; são guerras preventivas em todos os quadrantes do Orbe. A constante é sempre o homem explorando o próprio homem.

Quantos hoje são os que seguem a única lei, a do amor fraterno, ditada por grandes iniciados do passado? Ritualística, simbologia e alegorias são ferramentas pedagógicas da Maçonaria programadas como portadoras de mensagens de homens do passado para os homens ao futuro, que é o hoje. A educação natural preconizada por Rousseau e Kant ainda está em sintonia com a dinâmica social de nossos dias. Cabe ao maçom usar da oportunidade que a ordem maçônica oferece e desenvolver em si consciência e valores morais com vistas à sabedoria que conduz a felicidade da humanidade. É a razão de ser designado construtor social. O bom senso indica que a tarefa do malho e do cinzel ainda não terminou. Cabe ao maçom morrer e renascer diversas vezes e ressurgir sempre renovado de dentro da pedra bruta e disforme para servir de pedra angular na construção de templos vivos, purificados da maldade que o homem desenvolve quando se sociabiliza. Certamente o Grande Arquiteto do Universo, através daquilo que inspira o maçom a pensar com sabedoria, proverá as Luzes necessárias para iluminar os caminhos do futuro e usar da Sublime Instituição para a libertação do homem dominado pelo próprio homem.

Bibliografia:
1. ARANHA, Maria Lúcia de Arruda, História da Educação e da Pedagogia, Geral e Brasil, ISBN 85-16-05020-3, terceira edição, Editora Moderna Ltda., 384 páginas, São Paulo, 2006;
2. ROHDEN, Humberto, Educação do Homem Integral, primeira edição, Martin Claret, 140 páginas, São Paulo, 2007;
3. ROUSSEAU, Jean- Jacques, Emílio ou Da Educação, R. T. Bertrand Brasil, 1995.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

É Possível Definir Maçonaria?

Prezado Senhor, vou revelar um pouco do que é a Maçonaria.

Encontram-se na literatura diversos tipos e níveis de definições para o que é Maçonaria. Algumas se prendendo a aspectos formais de sua estrutura, organização e objetivos pragmáticos; outras, realçando sua dimensão jurídica e institucional; e também, as que se ocupam mais estritamente de sua dimensão transcendental, filosófica e iniciática.

Em sentido lato a Maçonaria é uma "escola" de deveres, de formação cívica e moral; embora estes sejam resultados inerentes e recorrentes da ação maçonicamente orientada para ajudar a atingir a perfeição na arquitetura do Universo, da sociedade humana. É uma ciência que objetiva a busca da verdade divina e material, uma instituição cujo fim é dispersar a ignorância, combater o vício e inspirar amor fraterno à humanidade.

É uma instituição filantrópica, filosófica e progressista. Seus membros acreditam em um Deus e na imortalidade da alma, praticam virtudes e estudam moral, ética, ciências e artes. É altamente espiritualizada e não é uma religião. Em suas salas de reuniões, denominadas templos, aprende-se a investigar a verdade como fonte de ação transformadora do mundo através da atividade consciente e racional dos homens; é um grande salto da inteligência humana, onde princípios iluministas propiciam a convivência harmoniosa de pessoas das mais variadas religiões e facções políticas discutindo assuntos que auxiliam na estruturação da sociedade.

Como instituição busca e cultiva a verdade e a justiça pelas leis do amor, porque é de sua base filosófica que só o amor fraterno é capaz de transformar os homens e o mundo; de movê-los de forma justa e perfeita.

O comportamento ético e moral dos seus homens, assim como as suas atividades operativas, são limitados pelo nível de conhecimento que cada um detém e do comprometimento individual com a ação de cada maçom na sociedade. Não raro encontram-se pessoas sem formação acadêmica alguma em seu meio. O fato de possuírem apenas instrução elementar não limita o desenvolvimento na ordem maçônica; existem inúmeros exemplos de pessoas que se destacam como possuidores de inata capacidade de liderar e elevada sabedoria decorrente da convivência e esforço em melhorar-se.

Viver a Maçonaria implica em vida abnegada prazerosamente ao estudo. Sem polir-se nenhum iniciado maçom integra com garbo a construção do suposto templo universal - a sociedade onde ele vive e onde é simbolicamente uma pedra angular desta edificação. Maçom que não estuda, não progride. Para ele seria mais inteligente e divertido freqüentar um clube social que ocupar a cabeça com a resolução de problemas da humanidade.

A Maçonaria tem simbologia mística e segredos. Detém as espirais do conhecimento transcendental, de uma simbologia que enriquece a percepção a cada passo que se conquista na busca do conhecimento destes segredos. É uma simbologia hermética, fechada, esotérica, transcendental e infinita; quanto mais portas são abertas, outras tantas se apresentarão. Não é secreta, apenas tem segredos como a atuação de qualquer categoria profissional ou empresa da sociedade, para simplificar, basta citar que uma loja maçônica tem seus estatutos e regimentos legais regularmente inscritos em cartório de registro público de documentos. Entretanto, as suas informações esotéricas apenas se revelam na medida em que o indivíduo torna-se merecedor deste conhecimento, quando ele mesmo o descobre em si mesmo e conforme se abrem coração e mente, quando evolui no conhecimento do universo transcendental, do não visto e apenas percebido pelos sentidos. Este processo não é passível de acesso senão ao iniciado que prossegue em sua jornada junto de outros iguais, freqüentando todas as reuniões, e isto demanda tempo. Nestas reuniões o indivíduo é modificado pelo poder do grupo, assim como se manifesta este poder modificador desde os tempos das cavernas, e é a única forma de entender e aprender o significado de sua simbologia. É a razão da inutilidade em ocultá-la, porque nunca se revela, nem poderá ser revelada e, menos ainda, compreendida, senão por aquele a quem foi desvelado o "pórtico" que demarca o início do caminho, e que depois vive sua condição de iniciado, da melhor forma possível, malgrado suas imperfeições, pelo resto de sua existência. Metaforicamente, quem conhece os sinais e símbolos esotéricos da Maçonaria, compreende a inutilidade de comunicá-los aos que não os conhecem - é uma experiência idiossincrática e transcendental - cada iniciado apenas poderá sentir o que é capaz de suportar e compreender, alicerçado em seus próprios referenciais e limitações. Livrarias disponibilizam livros que expõem os segredos mais íntimos da Maçonaria e ainda assim, não revelam o conhecimento; alcançável apenas pela constante convivência.

Durante a efêmera vida, cada um só colhe o que planta. Por isso, é recomendado apenas plantar da semente boa. Não em qualquer solo, ensina a parábola de Jesus Cristo. A Maçonaria escolhe na sociedade aqueles que já são bons terrenos de semeadura; não acolhem pessoas subservientes, ovelhas passíveis de conduzir facilmente aos redis da escravidão; os escolhidos portam mente desenvolvida e independente. Pessoas com tal característica são difíceis de modificar, e nisto encontra-se uma das grandes máximas da Maçonaria - o amor fraterno, o único meio de modificar as pessoas mais obstinadas e solucionar todos os problemas da humanidade, visando Liberdade, Igualdade e Fraternidade. E como a verdade nem sempre é doce e afável, existem casos onde ela é um chicote que, em ação, é amargo, rude e áspero, daí a necessidade do aporte da disciplina e obediência assemelhada àquelas encontradas nas forças armadas. É pelo constante treinamento da obediência que o maçom torna-se bom líder na vida em sociedade, pois é de conhecimento geral que a civilização está sempre em perigo quando o direito de comandar é concedido àqueles que nunca aprenderam a obedecer. Os líderes que nunca se saíram bem quando estiveram sob alguma autoridade tendem a ser rígidos e orgulhosos demais, sem noção, com tendência a exercer o poder de forma ilimitada e absoluta, e isto, a Maçonaria combate. Na ordem maçônica a boa liderança é exercida por homens que buscam obter a compreensão do mundo em que vive o liderado, isto porque todo trabalho é sempre realizado por outros líderes igualmente servidores, todos voluntários, que submetidos à lei do amor obedecem à lei escrita no papel e esta convivência modifica pessoas e pereniza a prática da Maçonaria.

A Maçonaria abre caminhos; portas. Existem aqueles mais toscos que entendem este abrir de portas como o acesso a gabinetes de outros maçons colocados em cargos importantes na sociedade humana. Quem entra na Maçonaria para abrir portas, para fazer contatos importantes, já está simbolicamente fora da ordem. É lógico que a maioria dos destacados maçons da sociedade possivelmente chegaram onde estão devido ao treinamento de liderança que desenvolveram com auxílio da metodologia da Maçonaria. Um maçom só defende ao outro quando for justo; não existe qualquer acordo em defender àquele que fez algo ilegal, ou de facilitar acesso a um cargo para o qual não tem qualificação. O abrir de portas está estreitamente ligado à evolução da pessoa humana, da eliminação da ignorância, do inculto, da aspereza, na formação de vínculos de amizade profunda com outros seres; aí sim, abrem-se portas materiais de acesso a gabinetes de pessoas importantes, pois aquele que segue o caminho de busca da perfeição tem por merecimento todas as portas deste tipo abertas para si.

É uma ordem filantrópica porque seu profundo amor à humanidade não se restringe ao aliviar da fome e frio dos necessitados e desvalidos, mas em mostrar caminhos e construir pontes que unem os seres humanos. A maior obra beneficente da ordem maçônica é aquela em que, no calor das reuniões, constroem-se seres humanos melhorados, e não aquela em que se dá o pão ao próximo para aliviar a fome por mais um dia, aonde, na maioria das vezes, geram-se mais dependentes ou acomodados. Auxiliar os carentes é o exercício que desenvolve os sentimentos e eleva a auto-estima do maçom; é parte de seu aprendizado, é o exercício de bondade, benevolência e caridade, e se estas não forem as molas propulsoras da beneficência, então a atividade não passa de hipocrisia. A benemerência bem orientada e eficiente é aquela onde o maçom aprende a "pescar" o bom peixe que o nutrirá, proporciona qualidade de vida e, por conseqüência, levam-no a ensinar outros a "pescar" igualmente.

A Maçonaria não se reduz a conceitos. As definições interessam apenas àqueles que buscam o conhecimento superficial e genérico. Ao afirmar-se que "é uma instituição essencialmente iniciática" indica-se que este conceito apenas aponta o "umbral", o limite da instituição em relação ao Universo e ao mundo social. Por isso é difícil e embaraçoso expressar o que seja Maçonaria. É uma "escola", um caminho para um mundo justo, perfeito e verdadeiro. Caminho difícil, mas doce. Caminho aberto para todos os homens de sensibilidade e de boa vontade. Se alguém soubesse definir com precisão o que é a Maçonaria, com certeza não é maçom, é apenas um curioso.

Agora que o senhor já conhece um pouco do que é Maçonaria, resta incentivar que siga em frente, busque conhecer-se, seja bom cidadão, porque é a única maneira de ser visto por um maçom que o represente dentro da ordem maçônica e defenda sua entrada na instituição. Não se trata de uma sociedade na qual o senhor manifesta a vontade de entrar, paga a jóia de um título de sócio proprietário, continua pagando uma mensalidade de manutenção, e pronto, a partir disto torna-se maçom. Mesmo depois que o senhor obtiver quem o defenda lá dentro, existe um intrincado e complexo processo investigatório de sua vida em sociedade, cujo conjunto de hábitos deverá pautar pela honra, amor, honestidade e outras virtudes. Não é dado a ninguém revelar quem são os maçons da comunidade, porque o maçom deve ser precavido na escolha de meus companheiros, haja vista a Maçonaria ser feita da convivência entre pessoas que dispõem da orientação mental de combater absolutismo, injustiça, vaidade, ditadura, e outras, e isto não se faz sem expor-se a uma série de perigos devidos aos soberbos, poderosos e opressores. Se buscar a felicidade da humanidade é a disposição que orienta sua mente, se esta inclinação é honesta e verdadeira, o senhor já é um homem maçom, falta-lhe apenas conquistar o símbolo de trabalho do maçom, o avental; o senhor já é maçom sem avental. Continue em levar a vida reta e justa para que, um dia, um maçom, da Sublime Ordem Maçônica Universal da Maçonaria, em sua comunidade, descubra no senhor os valores exigidos de homem livre e de bons costumes e lhe propicie a iniciação.

Mas não pense meu caro senhor, que a vida de maçom é um "mar de rosas" - ela é uma senda repleta de perigos e constrangimentos, isto porque não se combate maldade, ignorância, vaidade e intolerância do mundo real sem expor-se ao perigo de cruéis inimigos, onde o pior adversário é o senhor mesmo. Considere adicionalmente que todos os maçons são homens imperfeitos em busca da perfeição, e que entre eles certamente encontrarás alguns que lhe trarão desalento, característica de qualquer associação humana. Mas o fato deles gastarem seu tempo e recurso para reunirem-se com seus iguais com regularidade já os torna merecedores e dignos de confiança para uma caminhada a perfeição. Mesmo com prováveis percalços é importante perseverar, conviver e deixar irradiar a própria luz sobre justos e injustos, cultos e incultos, bons e maus, despóticos e liberais.

Tudo o que se aprende na Maçonaria de nada vale se não for colocado em prática. O aprendizado em atividade, aplicado, demonstra sabedoria e irradiará como um luzeiro, qual sol, sobre aqueles que convivem em comunidade. Se a intenção de entrar na Ordem for curiosidade, vaidade ou valores materialistas, então não aceite a iniciação, porque a responsabilidade é imensa e a experiência frustrada uma inútil perda de tempo e de recursos financeiros. Ser maçom exige denodada vida preconizada pela dedicação a si mesmo, a família, ao trabalho, ao próximo, e isto, custa - tanto em valores monetários como em tempo, paciência, obediência e outros.

Se apesar destas advertências o senhor ainda persiste em tornar-se maçom, então, que Deus o proteja e guarde! Siga em frente, vá ombrear com outros maçons os sublimes objetivos da Maçonaria Universal, não importa aonde.

Texto de Charles Evaldo Boller - copiado do segredomaconico.blospot.com
Foto: Charles Evaldo Boller

terça-feira, 25 de maio de 2010

TER OU SER IRMÃO




Na edificação dos costumes e da vivência em sociedade, o construtor e sua obra têm ligação intrínseca em todas as fases do projeto, pois não pode o pedreiro iniciar qualquer trabalho se eximindo da responsabilidade sobre os efeitos que este venha a influenciar durante ou após sua execução. Sendo assim, menos ainda pode o pedreiro livre deixar de medir a todo tempo a marca de sua trajetória como edificador de posturas e conceitos no que concerne o trato e relacionamento entre os irmãos ou profanos do mundo exterior.

Neste contexto, o desbastar da pedra bruta não é uma atitude isolada, ela permeia a todos quantos a volta do novo ser acompanham este processo de transformação e neste momento, suas vidas também acabam por ser transformadas, na reação em cadeia onde os bons costumes e a retidão das ações devem ser como o maço, instrumento de força que as imprime nos corações da eternidade.

A postura correta do pedreiro livre, entretanto, esbarra nas entrelaçadas relações do quotidiano enquanto na correria do dia a dia esquecemo-nos até mesmo de quem somos e do novo papel que hora passamos a desempenhar na sociedade. Nestes momentos devem sempre ser lembradas as palavras do V.'.M.'. no encerramento, suscitando diligência, moderação e prudência, cernes da formação moral aprendidas no seio de nossa casa perfeita e às vezes esquecidas ao nos depararmos com os desafios do dia a dia exaustivo.

As promessas solenes de amparo, assistência, tolerância e bondade jamais devem estar submersas nos pesados afazeres ou perderemos nossa identidade de homens pinçados da turba e diferenciados da maioria, negando a formação justa e perfeita que como uma dádiva recebemos, permitindo ao mundo que julgue o trabalho de nossa oficina, em vão.

As belíssimas palavras de Davi também nos remetem a um maior sentimento sobre nosso comportamento não apenas em loja, mas no mundo profano também, pois ao citar “Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união”, devemos lembrar-nos que no início dos tempos todas as criaturas tiveram origem num só criador, o Senhor que como o orvalho de Hermon, que desce sobre os montes de Sião, ordena a vida e a bênção para sempre.

Somos de fato então todos irmãos, pois somos filhos de um mesmo Pai cuja harmonia e amor nos foram magistralmente ensinadas pelo Divino Mestre, as quais devem ser cultivadas a cada manhã, partes que são da lista de bons ofícios que deve professar o verdadeiro pedreiro livre e de bons costumes. Enganamos-nos, porém, se pensamos que ter irmãos nos basta, pois neste momento o verbo “ser”, também diferencia-nos da mesmice que ronda a humanidade onde todos buscam “ter”, muitas vezes sem o merecer.

Devemos nos esmerar em “ser” irmãos, pois o que o é, é por si só, não esperando mais por isso. Ser irmão é estar disposto a servir sempre a todos os que têm direito aos nossos bons ofícios, ou seja, a sociedade, esta que milita na escuridão, cega a beira do abismo implorando por um fio de esperança, que apenas os atos de homens completos e de bons costumes e, sobretudo, responsáveis por seus atos, podem multiplicar.

Termino com a famosa frase de Voltaire:
“Posso não concordar com nenhuma das palavras que você diz, mas morrerei lutando para que tenhas o direito de dizê-las.”
Voltaire.

Wiliam Ferreira Nogueira, A:.M :.
A:.R:.L:.S:. Wilton Cunha 144de Jaú – 308 Or:. do Rio de Janeiro, Brasil
Gravura: Voltaire, Rousseau e Benjamim Franklin

domingo, 23 de maio de 2010

"UM AMIGO É COMO O SOL, NÃO PRECISAMOS VÊ-LO TODOS OS DIAS PARA SABER QUE ELE AINDA EXISTE."

A AMIZADE É UM AMOR QUE NUNCA MORRE

A amizade é uma virtude que muitos sabem que existe, alguns descobrem, mas poucos reconhecem.
A amizade quando é sincera o esquecimento é impossível A confiança, tal como a arte, não deriva de termos resposta para tudo, mas, de estarmos abertos a todas as perguntas.
A dor alimenta a coragem. Você não pode ser corajoso se só aconteceram coisas maravilhosas com você.
A esperança é um empréstimo pedido à felicidade.
A felicidade não é um prêmio, e sim uma conseqüência, a solidão não é um castigo, e sim um resultado.
A felicidade não está no fim da jornada, e sim em cada curva do caminho que percorremos para encontrá-la.
A gente tropeça sempre nas pedras pequenas, porque as grandes a gente logo enxerga.
A glória da amizade não é a mão estendida, nem o sorriso carinhoso, nem mesmo a delicia da companhia. É a inspiração espiritual que vem quando você descobre que alguém acredita e confia em você.
A infelicidade tem isto de bom: faz-nos conhecer os verdadeiros amigos.
A inteligência é o farol que nos guia, mas é a vontade que nos faz caminhar.
A maior fraqueza de uma pessoa é trocar aquilo que ela mais deseja na vida, por aquilo que ele deseja no momento.
A persistência é o caminho do êxito.
A pior solidão é aquela que se sente na companhia de outros.
A SOLIDÃO É UMA GOTA NO OCEANO QUE SÓ OLHA PARA SI MESMA... UMA GOTA QUE NÃO SABE QUE É OCEANO...
Amigos são a outra parte do oceano que a gota procura...
A tua única obrigação durante toda a tua existência é seres verdadeiro para contigo próprio.
A verdadeira amizade deixa marcas positivas que o tempo jamais poderá apagar.
A verdadeira amizade é aquela que não pede nada em troca, a não ser a própria amiga.
A verdadeira generosidade é fazer alguma coisa de bom por alguém que nunca vai descobrir.
A verdadeira liberdade é poder tudo sobre si.
Algumas pessoas acham-se cultas porque comparam sua ignorância com as dos outros.
Amigo de verdade é aquele que transforma um pequeno momento em um grande instante.
Amigo é a luz que não deixa a vida escurecer.
Amigo é aquele que conhece todos os seus segredos e mesmo assim gosta de você!
Amigo é aquele que nos faz sentir melhor e sobre tudo nos faz sentir amados...
Amigo é aquele que, a cada vez, nos faz entrever a meta e que percorre conosco um trecho do caminho.
Amigos são como flores cada um tem o seu encanto por isso cultive-os.
Amizade é como música: duas cordas afinadas no mesmo tom, vibram juntas...
Amizade, palavra que designa vários sentimentos, que não pode ser trocada por meras coisas materiais... Deve ser guardada e conservada no coração!!!
As pessoas entram em nossas vidas por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem.
Celebrar a vida é somar amigos, experiências e conquistas, dando-lhes sempre algum significado.
Diante de um obstáculo não cruzes os braços, pois o maior homem do mundo morreu de braços abertos.
Elogie os amigos em público, critique em particular.
Errar é humano, perdoar é divino.
Evitar a felicidade com medo que ela acabe; é o melhor meio de ser infeliz.
Faça amizade com a bondade das pessoas, nunca com seus bens!
Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente.


Érico Veríssimo






P.S.:
É seu amigo aquele que quer as mesmas coisas que você e rejeita as mesmas coisas que você.


São Tomás de Aquino


"Um Irmão pode não ser um amigo, mas um amigo será sempre um Irmão"


Benjamim Franklin

quarta-feira, 19 de maio de 2010

O SILÊNCIO







É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar.
É melhor tentar, ainda que em vão que sentar-se, fazendo nada até o final.
Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias frios em casa me esconder.
Prefiro ser feliz embora louco, que em conformidade viver.
Martin Luther King


"O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons."
Martin Luther King


Se você não está pronto para morrer por alguma coisa, então você não está pronto para viver.
Martin Luther King

"A injustiça que se faz a um é uma ameaça que se faz a todos."
Barão de Montesquieu

"Se não punires uma injustiça, tu mesmo estarás praticando uma."
Publílio Siro

"A injustiça, senhores, desanima o trabalho, a honestidade, o bem; cresta em flor os espíritos dos moços, semeia no coração das gerações que vêm nascendo a semente da podridão, habitua os homens a não acreditar senão na estrela, na fortuna, no acaso, na loteria da sorte, promove a desonestidade, promove a venalidade [...] promove a relaxação, insufla a cortesania, a baixeza, sob todas as suas formas."


Rui Barbosa



"Ai daquele que edifica a sua casa na injustiça." Vulgata



A NATUREZA DO ESCORPIÃO

A NATUREZA DO ESCORPIÃO

Um mestre do Oriente viu quando um escorpião estava se afogando e decidiu tirá-lo da água, mas quando o fez, o escorpião o picou...

Pela reação de dor, o mestre o soltou e o animal caiu de novo na água e estava se afogando.

O mestre tentou tirá-lo novamente e outra vez o animal o picou.

Alguém que estava observando se aproximou do mestre e lhe disse:

- Desculpe-me mas você é teimoso! Não entende que todas as vezes que tentar tirá-lo da água ele irá picá-lo?

O mestre respondeu:
- A natureza do escorpião é picar, e isto não vai mudar a minha, que é ajudar.

Então, com a ajuda de uma folha, o mestre tirou o escorpião da água e salvou sua vida, e continuou:

- Não mude sua natureza se alguém te faz algum mal; apenas tome precauções.

- Alguns perseguem a felicidade, outros a criam.

- Preocupe-se mais com sua consciência do que com sua reputação.

- Porque sua consciência é o que você é, e sua reputação é o que os outros
pensam de você
.

- E o que os outros pensam, é problema deles.


Copiado do blog maçonaria.net

terça-feira, 18 de maio de 2010



Não havia no povoado pior ofício do que 'Porteiro da Zona'.

Mas que outra coisa poderia fazer aquele homem?

O fato é que nunca tinha aprendido a ler nem escrever, não tinha nenhuma outra atividade ou ofício.

Um dia, entrou como gerente no prostíbulo um jovem cheio de idéias, criativo e empreendedor, que decidiu modernizar o estabelecimento.

Fez mudanças e chamou os funcionários para as novas instruções.

Ao porteiro disse:

- A partir de hoje, o senhor, além de ficar na portaria, vai preparar um relatório semanal onde registrará
a quantidade de pessoas que entram e seus comentários e reclamações sobre os serviços.

- Eu adoraria fazer isso, senhor - balbuciou - mas eu não sei ler nem escrever!

- Ah! Quanto eu sinto! Mas se é assim, já não poderá seguir trabalhando aqui.

- Mas senhor, não pode me despedir, eu trabalhei nisto a minha vida inteira, não sei fazer outra coisa.

- Olhe, eu compreendo, mas não posso fazer nada pelo senhor.

Vamos dar-lhe uma boa indenização e espero que encontre algo que fazer. Eu sinto muito e que tenha sorte.

Sem mais nem menos, deu meia volta e foi embora. O porteiro sentiu como se o mundo desmoronasse. Que fazer?

Lembrou que no prostíbulo, quando quebrava alguma cadeira ou mesa, ele a arrumava, com cuidado e carinho.

Pensou que esta poderia ser uma boa ocupação até conseguir um emprego.

Mas só contava com alguns pregos enferrujados e um alicate mal conservado.

Usaria o dinheiro da indenização para comprar uma caixa de ferramentas completa.

Como o povoado não tinha casa de ferragens, deveria viajar dois dias em uma mula para ir ao povoado mais próximo para realizar a compra.

E assim o fez. No seu regresso, um vizinho bateu à sua porta:

- Venho perguntar se você tem um martelo para me emprestar.

- Sim, acabo de comprá-lo, mas eu preciso dele para trabalhar... já que....

- Bom, mas eu o devolverei amanhã bem cedo.

- Se é assim, está bom.

Na manhã seguinte, como havia prometido, o vizinho bateu à porta e disse:

- Olha, eu ainda preciso do martelo. Porque você não o vende para mim?

- Não, eu preciso dele para trabalhar e além do mais, a casa de ferragens mais próxima está à dois dias/mula de viagem.

- Façamos um trato - disse o vizinho - eu pagarei os dias de ida e volta mais o preço do martelo,

já que você está sem trabalho no momento. Que lhe parece?

Realmente, isto lhe daria trabalho por mais dois dias... aceitou.

Voltou a montar na sua mula e viajou. No seu regresso, outro vizinho o esperava na porta de sua casa.

- Olá, vizinho. Você vendeu um martelo ao nosso amigo. Eu necessito de algumas ferramentas, estou disposto a pagar-lhe

seus dias de viagem, mais um pequeno lucro para que você as compre para mim, pois não disponho de tempo para viajar para fazer compras. Que lhe parece?

O ex-porteiro abriu sua caixa de ferramentas e seu vizinho escolheu um alicate, uma chave de fenda, um martelo e uma talhadeira. Pagou e foi embora.

E nosso amigo guardou as palavras que escutara: 'não disponho de tempo para viajar para fazer compras'.

Se isto fosse certo, muita gente poderia necessitar que ele viajasse para trazer as ferramentas.

Na viagem seguinte, arriscou um pouco mais de dinheiro trazendo mais ferramentas do que as que havia vendido.

De fato, poderia economizar algum tempo em viagens.

A notícia começou a se espalhar pelo povoado e muitos, querendo economizar a viajem, faziam encomendas.

Agora, como vendedor de ferramentas, uma vez por semana viajava e trazia o que precisavam seus clientes.

Com o tempo, alugou um galpão para estocar as ferramentas e alguns meses depois,

comprou uma vitrine e um balcão e transformou o galpão na primeira loja de ferragens do povoado.

Todos estavam contentes e compravam dele. Já não viajava, os fabricantes lhe enviavam seus pedidos. Ele era um bom cliente.

Com o tempo, as pessoas dos povoados vizinhos preferiam comprar na sua loja de ferragens, do que gastar dias em viagens.

Um dia ele lembrou de um amigo seu que era torneiro e ferreiro e pensou que este poderia fabricar as cabeças dos martelos.

E logo, por que não, as chaves de fendas, os alicates, as talhadeiras, etc... E após foram os pregos e os parafusos...

Em poucos anos, nosso amigo se transformou, com seu trabalho, em um rico e próspero fabricante de ferramentas.

Um dia decidiu doar uma escola ao povoado. Nela, além de ler e escrever, as crianças aprenderiam algum ofício.

No dia da inauguração da escola, o prefeito lhe entregou as chaves da cidade, o abraçou e lhe disse:

- É com grande orgulho e gratidão que lhe pedimos que nos conceda a honra

de colocar a sua assinatura na primeira página do Livro de atas desta nova escola.

- A honra seria minha - disse o homem. Seria a coisa que mais me daria prazer, assinar o Livro, mas eu não sei ler nem escrever, sou analfabeto.

- O Senhor?!?! - disse o prefeito sem acreditar. O Senhor construiu um império industrial sem saber ler nem escrever?

Estou abismado. O que teria sido do Senhor se soubesse ler e escrever?

- Isso eu posso responder - disse o homem com calma. Se eu soubesse ler e escrever, ainda seria o PORTEIRO DA ZONA!!!


Geralmente as mudanças são vistas como adversidades.
As adversidades podem ser bênçãos.
As crises estão cheias de oportunidades.
Se alguém lhe bloquear a porta, não gaste energia com o confronto, procure as janelas.
Lembre-se da sabedoria da água:

'A água nunca discute com seus obstáculos, mas os contorna.'

Que a sua vida seja cheia de vitórias, não importa se são grandes ou pequenas, o importante é comemorar cada uma delas'

'Não há comparações entre o que se perde por fracassar e o que se perde por não tentar'.

“Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de errar."
(Willian Shakespeare)

Copiado do blog perserverânca

segunda-feira, 17 de maio de 2010

A LUTA DE BENJAMIM FRANKLIN CONTRA AS DEFICIÊNCIAS MORAIS

Benjamin Franklin era um homem que fazia de tudo.

Ele foi impressor, cientista, político, economista, financista, escritor, comerciante e inventor.

Sua lista de méritos inclui o primeiro hospital, a agência de correio, a companhia de seguros contra incêndio, a biblioteca; como também a criação dos óculos bifocais, a cadeira de balanço, o poste de iluminação pública, o cartão postal, o jornal Saturday Evening Post, e a Universidade da Pensilvânia.

Ele se aposentou, milionário, aos quarenta anos de idade, e quando morreu, era o homem mais rico dos Estados Unidos.

Franklin realizou tudo isso e muito mais em sua ativa vida.

Mas isso não lhe foi suficiente. Ele quis ser perfeito. Ele decidiu atacar diretamente cada uma de suas deficiências e transformá-las em tesouros morais.

Concebeu um projeto para alcançar a perfeição.

Desejou viver sem cometer nenhuma falta, em momento algum e tentava conquistar tudo o que pudesse conduzir-lhe a inclinação natural, os costumes ou a diligência.

Mas logo descobriu que havia subestimado uma tarefa de dificuldades muito maiores do que podia imaginar.

Enquanto cuidava de me guardar uma falta, era sempre pego de surpresa por uma outra.

Assim, Franklin mudou de tática. Fez uma lista do que ele considerava as doze virtudes mais importantes.

As virtudes valorizadas por Franklin são hoje tão significativas quanto há 200 anos.

TEMPERANÇA: Não coma até a congestão; não beba até a embriaguez.

SILÊNCIO: fale apenas o que puder ser benéfico para si mesmo e para os outros.

ORDEM: deixe tudo o que é seu ocupar seu devido lugar.

RESOLUÇÃO: resolva-se fazer o que deve ser feito; faça diligentemente o que resolveu.

FRUGALIDADE: faça despesas apenas para fazer o bem a si mesmo e aos outros, isto é, não desperdice nada.

LABORIOSIDADE: não perca tempo; esteja sempre ocupado com algo útil; elimine toda ação desnecessária.

SINCERIDADE: não faça uso de artifícios danosos; pense de modo inocente e justo. Se você falar, fale de igual modo.

JUSTIÇA: não prejudique ninguém por injúrias, ou pela omissão dos benefícios que fazem parte do seu dever.

MODERAÇÃO: evite extremos. Não guarde ressentimentos.

HIGIENE: não tolere qualquer falta de higiene quando ao corpo, às roupas ou à habitação.

TRANQÜILIDADE: não se perturbe com trivialidades, incidentes comuns ou o inevitável.

CASTIDADE: evite excessos sexuais. Não prejudique sua paz e reputação, bem como a dos outros.

HUMILDADE: imite Jesus e Sócrates. Toda noite Franklin passava em revista sua lista e colocava uma marca preta para cada falha que tivesse cometido durante o dia.

Fonte de consulta: Revista “O Pensamento”.


Foto: Reunião da solidariedade realizada em João Pessoa, denominada as "Crias de Chico", em homenagem ao irmão Chico pelos serviços fraternos prestados aos funcionários do BB em SOUSA, nas décadas de 80 e 90.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

SOLIDARIEDADE - AGRADECIMENTO

SOLIDARIEDADE - AGRADECIMENTO

Agradeço aos familiares, amigos e amigas do Ideal Espírita, irmãos maçons, queridos amigos Católicos e Evangélicos, radialistas compromissados com a verdade, aos sites de nossa cidade e a todos que estão ajudando com preces e mensagens de conforto espiritual, pelo lamentável ocorrido do dia 05.05.2010, às 16h:30 dentro do terreno da “Casa do Caminho.”

Temos consciência de que esta atitude é muito importante para aqueles que atravessam um momento difícil em suas vidas, pois, evidencia de forma lúcida e bela, o sentimento sublime da solidariedade humana.

A pratica do bem, do amor e da caridade requer de cada um comprometimento com o Mestre Jesus, apesar de saber que a vida tem momentos muito difíceis, e não raro pode-se vacilar e ficar vulneráveis, não obstante, Jesus pede-nos para perseverar no bem até o fim.


A Justiça Divina não falha, Deus em sua sabedoria não comete injustiça com nenhum de seus filhos. A dor não bate na porta errada.

A dor é oportunidade bendita de resgate, a misericórdia de Deus é infinita e nos permite que enganos do passado sejam consertados, mesmo no cutelo da dor, que representa o cadinho purificador de nossas almas, conforme Bezerra de Menezes.

À luz da Doutrina Espírita torna-se perceptivo aquele que hoje é vitima foi o algoz de ontem, enquanto aquele que hoje maltrata, fere e derrama lágrimas, assume o papel de algoz presentemente, ante a Lei Divina, amanhã estará na qualidade de vítima. Percebemos que todos já erramos, entretanto, é preciso fugir da escuridão da ignorância ainda observada em alguns irmãos da caminhada.

Tudo passa, a vida é efêmera, somente o Amor nos aproxima de Deus. Cada novo dia é convite à renovação inadiável que precisamos efetuar no nosso intimo, modificando atitudes, e aprendendo novas maneiras de viver e conviver, com harmonia e amor.
Nada tememos realizar sob a égide de Jesus, é nossa vontade de caminhar em direção a pratica do bem, do amor e da caridade sendo a constante de sempre. Poderão matar o nosso corpo, não obstante, o nosso espírito é imortal, fomos criados por Deus para viver para sempre.

Fiquei muito sensibilizado com os telefonemas, com as palavras carinhosas, com os abraços amigos, a prece luminosa de Izaias, um valoroso Evangélico da Assembléia de Deus e com alguns depoimentos espontâneos na emissora de Rádio 104 FM.
Orai e confiai, disse o Cristo.
Deus jamais deixa fardo pesado em ombros frágeis.
Que a paz de Jesus os abençoe e que a Luz do seu Amor ilumine os vossos caminhos.
Walter

quinta-feira, 13 de maio de 2010

RELIGIOSIDADE E MAÇONARIA

RELIGIOSIDADE E MAÇONARIA


Padre Aloísio Guerra nasceu em Simão Dias - Sergipe em 1930.
Cursou Filosofia e Teologia.
Ordenou sacerdote pela Igreja Católica Apostólica Romana em, 20/12/1959 (portanto há 51 anos).
Foi vigário de Campina Grande na Paraíba e chanceler da Curia Metropolitana.
Por motivos particulares, em 1966 solicitou à Sé Romana seu afastamento do exercício sacerdotal.
Em 1986 foi recebido na Igreja Católica Ortodóxa Antioquina e nomeado pároco para Recife e adjacências.
É importante ressaltar, que o ramo ortodóxico da Igreja Católica, é muito mais rigoroso quanto às tradições e ritos.
Iniciou na Ordem Maçônica, pelo Grande Oriente Independente de Pernambuco.
Antes da iniciação, já fora agraciado com a “Medalha do Mérito Maçônico Pernambucano” concedida pelo Grão Mestre daquele Estado, devido à simpatia e amizade demonstrada à Ordem.
Quando de sua iniciação disse as seguintes palavras :
“Permitam-me ousar falar agora neste ágape, de um assunto do qual vocês conhecem melhor que eu.
Nunca estamos devidamente preparados para uma iniciação.
A Iniciação Maçônica, entendo-a como um projeto de vida.
O Maçom não pode parar.
Seu aprendizado deve ser constante.
Cada Maçom deve ser uma Luz, não apenas para profanos, mas também para seus irmãos Maçons.
O Filho do Grande Arquiteto do Universo disse, em Mateus 5,14-16:
“Não se acende uma luz para se colocar debaixo de um móvel, mas sobre um candelabro, a fim de que ilumine a todos os que estão na casa.”
E conclui com esta recomendação: “Assim brilhe, pois, a vossa luz perante os homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus”.
Notem, um dos motivos por que me tornei Padre foi também a visão, o exemplo que um sacerdote transmite. Da mesma forma na Maçonaria pois, os outros nos vendo como Maçons queiram também ser um de nós.
Temos uma ética a seguir.
Os grandes mestres tinham a consciência de que existe no homem uma luz, um tesouro oculto, uma pérola preciosa, o próprio Reino de Deus, elemento sagrado por amor que induz o homem a ser bom, veraz, puro e santo. O homem(o maçom especialmente) deve ter um grande respeito, uma profunda reverência diante de sua alma, do Espírito de Deus que nele habita.
São Paulo dos disse em 1º Cor 6,19 : “Não sabeis que sois templos do Espírito Santo e que o Espírito de Deus habita em vós? Não profaneis pois o Templo de Deus que é santo-E isto sois vós.”
Portanto meus Irmãos Maçons, o verdadeiro motivo de ser bom é a consciência de cada um, a santidade da alma, a sacralidade do Templo vivo do Grande Arquiteto do Universo que somos cada um de nós. E aqui vai minha súplica a cada Irmão Maçom : Ajudem-me a ser o maçom que esperam que eu seja.”
Meu primeiro escrito sobre Maçonaria, deu-se antes de ser nela iniciado, tinha como título: RELIGIÃO E MAÇONARIA.
Uma vez iniciado, tive uma surpresa.
Tinha como certo ser a Maçonaria uma entidade boa. Estava enganado. Ela não é boa é ótima. Muito mais, é realmente sublime!
Então me apaixonei por ela.
Amados Irmãos é, no mínimo , curioso, observar que, enquanto as religiões brigam, são concorrentes entre si, a Maçonaria congrega todas as religiões ecumenicamente, no mútuo e fraternal respeito.
Na maçonaria existem Padres e Pastores de várias denominações.
Quem é católico se torna um católico melhor, assim como o evangélico e o espírita.
Quem acusa ou escreve contra a Maçonaria, o faz por ignorância ou má-fé.
Raríssimas entidades são tão sérias, tão dígnas de crédito quanto a Maçonaria.
Somente os que são iniciados e se aprofundam em sua riqueza, também espiritual, poderão aquilatar sua grandeza.
Ela tem muito a oferecer às pessoas, fazendo-as crescer, cada vez mais úteis à sociedade, transformando-as em construtores sociais.
A Maçonaria não quer apenas que você se alimente de sabedoria, mas sobretudo que aprenda a alimentar os outros, isto é, o que recebe aqui, distribua acolá.
Conheci maçons que deixaram a maçonaria, decepcionados.
Adianto, alguém pode se decepcionar com alguns maçons, jamais com a Maçonaria, ou então não conseguiram nela penetrar, porque ela é perfeita; nós Maçons, sim, somos homens imperfeitos.
E aí está o primeiro trabalho maçônico, desbastar a pedra bruta que existe em cada um de nós.
O trabalho aí está, tirar nossos excessos, nossos defeitos, todos os detritos, transformando a pedra bruta em pedra polida, para a construção adequada do Templo de Deus que somos cada um de nós.
E para isso contamos com a ajuda do Mestre maior, o Grande Arquiteto do Universo.
Notem bem, pouco a mim importa se hoje sou Mestre Instalado e Membro Efetivo do Supremo Conselho dos Graus 4 a 33 do REAA.
O que realmente importa é continuar a caminhada maçônica, considerando tudo isso um ponto de partida e não um ponto de chegada.
Meu aprendizado continua porque, como disse Ernest Hemingway :“aquele que acredita possuir todas as respostas, certamente não fez todas as perguntas”.
Encontrei na convivência maçônica um espírito fraterno, por que não dizer, uma religiosidade de fazer inveja às comunidades paroquiais e evangélicas.
Apesar das campanhas difamatórias, não existe Maçom ateu e a Igreja Católica, se serviu e se serve da Maçonaria, que nunca negou sua colaboração... e, a recíproca não é verdadeira.
Pode acreditar prezado leitor, se você é um homem de bem, acredita em Deus, deseja fazer o bem e praticar a fraternidade, na Maçonaria você terá campo para crescer.
Se você procurar conhecê-la, estudá-la, tenho certeza, terminará por amá-la.
Você pode até decidir não se tornar Maçom, mas ficará com a certeza de que, tudo que se diz de ruim da Maçonaria, é uma deslavada mentira.
Encerro este trabalho, citando o conceito de Maçonaria de nosso Ir.’. Padre Aloísio :
Maçonaria é tolerância, respeito, amor, perseverança, temperança... é a prática constante de todas as virtudes na construção de uma sociedade Justa e Perfeita.


Ir.’. Petrônio Cardoso Júnior M.’.M.’.


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Bibliografia
Religiosidade e Maçonaria
Autor: Padre Aloísio Guerra.
Editora Maçônica “A Trolha” Ltda

terça-feira, 11 de maio de 2010

Sinto vergonha de mim - VERSOS ÍNTIMOS




Sinto vergonha de mim
RUI BARBOSA

Sinto vergonha de mim
por ter sido educador de parte desse povo,
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade
e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim
por ter feito parte de uma era
que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser
e ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez
no julgamento da verdade,
a negligência com a família,
célula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação
com o "eu" feliz a qualquer custo,
buscando a tal "felicidade"
em caminhos eivados de desrespeito
para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim
pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo,
a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade,
a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido,
a tantos "floreios" para justificar
atos criminosos, a tanta relutância
em esquecer a antiga posição
de sempre "contestar",
voltar atrás
e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim
pois faço parte de um povo que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer...

Tenho vergonha da minha impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões
e do meu cansaço.

Não tenho para onde ir
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti,
povo brasileiro!

"De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto".







VERSOS ÍNTIMOS
Augusto dos Anjos

Vês?! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

DESCRIÇÃO DO MAÇOM

“A escola maçônica tem um objetivo. O objetivo está no objeto, e o objeto é o homem”

Competência – A nossa humilde pretensão é atender a inúmeros “Irmãos não maçons” que nos consultam diariamente sobre o meio de como poderiam “alcançar um lugar entre nós”.

A única autoridade competente para falar sobre a Ordem Maçônica é o Sereníssimo Grão Mestre, cujo poder se apóia sobre a opinião dos Maçons que o estabeleceram.
O que citamos neste trabalho, não exprime em realidade, senão opinião pessoal, observada em três décadas de atividades maçônicas e o somatório de impressões que cremos ser verdadeiras. Ficamos felizes pelo sentimento que provocou nossa Iniciação entre os Maçons, porque foi a simpatia que a ditou, e, se a curiosidade de inicio nos atraiu, foi ao reconhecimento, que se deveu nossa apreciação pela Sublime Ordem.

Maçonaria – Há uma tendência manifesta da opinião de muitos em conhecer a Maçonaria, a única instituição clara, positiva, que poderia tornar os homens melhores e assegurar a paz da Humanidade. Quando os homens caminharem sob sua bandeira, se estenderão mãos fraternas. Esse é o sinal de que chegou o momento para levar a questão para o seu verdadeiro terreno.

A Maçonaria é uma Ordem, à qual não podem pertencer senão homens livres e de bons costumes, que se comprometem a pôr em prática um ideal de paz; impõe a todos os seus membros o respeito das opiniões e crenças de cada um; proíbe no seu seio toda a discussão ou controvérsia, política partidária ou religiosa; visa ainda, o aperfeiçoamento moral dos seus membros, bem como de toda a Humanidade. Ela é ainda um centro permanente de união fraterna, onde reinam a tolerante e frutuosa harmonia entre os homens, que sem ela seriam estranhos uns aos outros.

A Maçonaria reproduz o que o espírito concebe e quer. Ela se exala doce e suave como o perfume; é rápida como o relâmpago, ou lenta como a nuvem; ela é alternativamente triste e melancólica como a noite; jovem e alegre como o dia; é caprichosa como a criança, consoladora como a mãe e protetora como o pai; é límpida como o amor e grandiosa como a Natureza. Quando ela está neste último termo, confunde-se com a prece, glorifica a Deus, e coloca no arrebatamento aquele mesmo que a produz ou a concebe. Não é compreendida senão quando nela Iniciamos. Não pede para ser aceita cegamente; ela apela para a discussão e a luz. Em lugar da fé cega, que anula a liberdade de pensar, ela afirma não haver fé inabalável senão aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade. À fé, é necessária uma base, e essa base é a inteligência perfeita do que se deve crer; para crer, não basta ver, é preciso, sobretudo, compreender.

O homem - É o homem um ser essencialmente sociável. Quantos, porém, não se queixam de só encontrar na sociedade frieza e indiferença?
Sob qualquer aspecto em que é considerado, o homem é cheio de imperfeições. Essas imperfeições físicas ou morais fazem de alguma sorte, parte integrante de sua individualidade.
O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei da justiça, de amor e de caridade em sua maior pureza. Interroga-se à consciência sobre seus próprios atos, pergunta a si mesmo se não violou essa lei; se não fez o mal e se fez todo o bem que podia; se negligenciou voluntariamente uma ocasião de ser útil; se ninguém tem o que reclamar dele, se fez a outrem tudo o que quereria que se fizesse para com ele. Tem fé no futuro; por isso, coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.
Tem fé em Deus, em Sua bondade, em Sua justiça e em Sua sabedoria; sabe que nada ocorre sem Sua permissão e se submete, em todas as coisas, à Sua vontade. Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperança de recompensa, retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seu interesse à justiça.

Em Maçonaria “homem livre” é aquele que não é escravo, nem servo, nem criado, servidor ou assalariado, enfim, aquele que não exerce profissão servil. Todo trabalho honrado é respeitado, mas é uma das regras mais antigas da Maçonaria, não admitir em seu seio aqueles que se ocupam de trabalhos servis.

Filosoficamente, o homem não é livre quando vive à mercê dos preconceitos. O preconceito deturpa a razão, oprime a consciência, faz com que se tome o bem pelo mal. É a causa de todas as idolatrias e o germe de todo o despotismo. O homem tende a libertar-se de todas as servidões, provenham elas da opressão ou de seus próprios vícios.

O que é Maçom? – Os Maçons só devem admitir nas suas lojas homens maiores de idade, de ilibada reputação, gente de honra, leais e discretos, dignos em todos os níveis de serem bons irmãos, e aptos a reconhecerem os limites do domínio do homem e o infinito poder do Eterno.
Os maçons regulares, também ditos tradicionais, são aqueles que trabalham nas suas Lojas sob invocação de Deus, Grande Arquiteto do Universo, sobre o livro sagrado, o esquadro e o compasso, para aí trabalhar segundo o rito, com zelo e assiduidade e conforme os princípios e regras prescritas pela Constituição e os Regulamento Gerais da Obediência. Tomam as suas obrigações sobre juramento, a fim de dar o caráter solene e sagrado indispensável à sua perenidade.

Maçom é um homem instruído, de boa conduta, que não permite nenhuma má paixão vibrar em seu coração e também não admite em seu cérebro sequer uma idéia de injustiça ou de maldade, que procura sempre a Verdade e, por sua conduta ou honradez, se mostra um exemplo. O maçom é um estudioso que não se cansa de aprender, respeita todas as opiniões. É contrário a todas as opressões, ao humilde dá sua mão. Seus pensamentos acerca da Humanidade são puros e elevados.

O verdadeiro maçom é um homem de bem; pode-se reconhecê-lo por suas palavras e suas ações. Deus não se serve do mentiroso para ensinar a verdade.
Seus pensamentos e ações fazem aumentar a consideração, a simpatia, a confiança e o amor, mantendo a benevolência, porque só se colhe o que se semeia. O que pensa dos outros, eles pensam dele. Cumpre-lhe, pois, enviar os pensamentos que deseja que lhes devolvam.
O objetivo final de todo Maçom é alcançar a perfeição, da qual a criatura é capaz; o resultado dessa perfeição é o gozo da felicidade suprema, que lhe é a consequência, e a qual chega, mais ou menos prontamente segundo o uso que fazem de seus diferentes graus de adiantamento. Em qualquer causa atua como justo, embora suas ações sejam discretas.
Os maçons não são homens excepcionais. São homens comuns em um mundo em movimento. Homens com aspirações como quaisquer outros. Diferem por uma poderosa vontade, e uma vontade vigorosa é a mais poderosa de todas as forças, e agindo harmonicamente na ação direta sobre as pessoas que os cercam para alcançar um objetivo único: o progresso universal. Muitos, enganados pelo orgulho, supõem que têm uma vontade muito forte, porém, o homem calmo e comedido em todas as ocasiões da vida, por muito violentas que sejam, é o que demonstra possuir uma vontade poderosa. Isso se prende a que, sobre a Terra, vêem-se sempre mais máscaras do que rostos, e que os olhos ali estão obscurecidos pela vaidade, pela cobiça, pela farsa, interesse pessoal e todas as más paixões.
Considera o lar, um Templo. O maçom é um homem que se realiza através da compreensão, da tolerância, da prática das virtudes; homens que chegaram à conclusão de que a Fraternidade entre os homens começa com o homem na fraternidade.
Para um maçom “regular” a sociedade só será mais perfeita se isso decorrer do processo de aperfeiçoamento individual; cada qual é juiz de si próprio, e de sua consciência.
Para ser maçom não basta uma auto proclamação. É necessário que “os seus Irmãos o reconheçam como tal”, isto é, é essencial que se tenha sido Iniciado, por outros maçons, cumprido com as suas obrigações de maçom, esotéricas, simbólicas e as materiais, e que se integre numa Loja regular. Os Maçons cultivam nas suas Lojas o amor à Pátria, a submissão às leis e o respeito pelas autoridades constituídas; consideram o trabalho como o dever primordial do ser humano e honram-no sob todas as formas. Os Maçons devem-se, mutuamente, ajuda e proteção fraternal, mesmo no fim da sua vida. Praticam a arte de conservar em todas as circunstâncias a calma e o equilíbrio, indispensáveis a um perfeito controle de si próprio.
Enfim, compete-lhes ser atencioso para com os fracos, desesperados e injustiçados; levantar-lhes o moral e mostrar-lhes a vida sob um aspecto mais risonho excitando-lhes o ânimo.
Valdemar Sansão – M.’. M.’.

PS – Os interessados que se julgarem aptos, por favor, se apresentem, pois a Maçonaria necessita de tais homens. Esperemos por encontrá-los.