quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Maçonaria – Grande Instituição Social




Maçonaria – Grande Instituição Social

“O benevolente propósito da Instituição Maçônica é de alargar a esfera da felicidade social e de promover a felicidade da raça humana” (Washington).

Fraternidade – A Maçonaria se preocupa com a elevação da humanidade a um estado de vida feliz, onde o amor fraternal ligue todos os seres humanos esparsos sobre a superfície da terra. Deixando de lado, agora, as artificiais distinções de posição e riqueza que são, contudo, necessárias no mundo o progresso normal da sociedade, os seus membros reúnem-se em suas Lojas sobre um comum nível de Fraternidade e Igualdade. O relacionamento entre Irmãos deve guardar o sentimento de Fraternidade.

Somente as virtudes e os talentos constituem títulos e merecem ocupar lugar mais elevado, sendo o grande objetivo de todos verem quem pode trabalhar e agradar mais.

A sua amizade e fraternal afeição são inculcados ativamente e assiduamente cultivados, e, sendo estabelecido este grande vínculo místico, distingue de maneira peculiar a sociedade.

Caridade - A Caridade é um dos primeiros deveres do Maçom, consignado nos mais antigos usos e costumes da Ordem. Desta forma, todas as Obediências maçônicas possuem serviços de assistência, seja sob forma de simples auxílio mútuo, seja através de fundações e manutenção de hospitais, creches, dispensários, orfanatos, etc., sendo em algumas delas grandemente desenvolvidos. Como em todas as reuniões entre Maçons deve correr o Tronco de Solidariedade, ou Beneficência, há em todas as Oficinas um Oficial encarregado de fazê-lo circular, o Hospitaleiro.

Como uma das virtudes teólogos, a Caridade é recomendada e ensinada em quase todas as práticas e símbolos da Maçonaria.

A Caridade é também uma das três bases ou colunas da Maçonaria, devendo resultar do êxito de todo trabalho empreendido com fé e prosseguido com esperança. Todos os rituais encarecem o valor da prática da caridade, pois, como dizia S. Paulo (I Cor. XII, 13), ela é superior às outras duas virtudes.

Considerando que a prática da Caridade predispõe a alma para o Bem, e conseqüentemente para a perfeição moral do homem, a Maçonaria a incluiu entre os seus postulados. Deve ser esclarecido, no entanto, que a caridade maçônica não se exerce por meio de esmolas.

Os nossos antepassados, há séculos, reuniram-se sob ritos antigos, não para exercer a caridade, mas para procurar a Verdadeira Luz... A caridade é uma conseqüência das nossas doutrinas, e não a finalidade das nossas reuniões.

Solidariedade maçônica - é o amor em crescimento íntimo, preparando-nos para a verdadeira fraternidade, impulsionando-nos a outros objetivos de ação perante a vida. É despertar para o bem, consciencializando-nos interiormente para as diretrizes novas. Ajudar é exercício de apoio legítimo. Não só beneficia, mas, acima de tudo, desenvolve o sentimento de solidariedade, ampliando o amor, a fraternidade. O exercício desse sentimento engrandece e desenvolvem as possibilidades de crescimento interior, direccionando-o para a verdadeira solidariedade, preconizada pelo Mestre dos Mestres, do “amai-vos uns aos outros”, que devemos alcançar em nossas experiências sucessivas de progresso interior.

Nada mais angustiante que sentir a impossibilidade de socorrer as necessidades de um Irmão desprovido de meios de sobrevivência.

É com tacto e discrição que devemos ajudar os nossos Irmãos. Têm eles direito à nossa proteção, uma vez que aos que faltam do necessário são os credores dos que gozam do supérfluo. A beneficência é, pois, uma simples justiça. Deve ser realizada como um dever de solidariedade, sem nunca fornecer pretexto a atos de ostentação ou de vaidade, fontes de orgulho para aquele que dá e humilhação para quem recebe.

Todos podem ser úteis uns aos outros. Cada um tem necessidade de todos, e quem se recusar a socorrer o seu semelhante, está se excluindo, por este fato, da comunhão dos Iniciados.

Embora a Maçonaria não seja de nenhum modo uma sociedade de beneficência nem de socorros mútuos, como muitos erradamente pensam, o espírito de solidariedade não obstante, não está alheio ao Maçom; deve, ao contrário, fazer parte de sua própria natureza e condição de Maçon.

Podemos, assim, por exemplo, observar perfeitamente o caso típico do Aprendiz que, sofrendo a influência das prescrições de sua vida profana, considera ainda a palavra “solidariedade” como sinônimo demagógico de “caridade”. Ele a pratica por superstição, sem alegria, mas no sentido de assegurar-se a benevolência daquele que o julgará, no momento de sua morte. Com os ensinamentos maçônicos não demorará em admitir que a solidariedade não é outra coisa senão o prolongamento, no plano moral, da interdependência econômica e social dos homens que vivem em sociedade.

Há obrigações devidas por todo Maçom aos seus irmãos, que assim podemos resumir: assistir um irmão em sua aflição ajudá-lo em suas virtuosas empresas; fazer votos para o seu bem-estar; conservar os seus segredos; e defender a sua reputação tanto na sua ausência como na sua presença.

Servir é a nossa melhor maneira de caminhar. O trabalho dignifica, engrandece e, acima de tudo, nos torna úteis. Quer seja servil, intelectual ou sentimental, guardemos sempre o objetivo puro de concorrer para o bem. Cabe-nos o dever de crescer em amor, sabedoria, enriquecendo os sentimentos, multiplicando potencialidades. Em linguagem mais extensa:

Quando as necessidades de um irmão solicitarem o nosso auxílio estaremos sempre prontos para prestar-lhe tal assistência, para salvá-lo da ruína, enquanto não for prejudicial a nós ou às nossas relações, se o acharmos merecedor disso.

A indolência não será causa de nossas hesitações, nem de nossas indignações e não nos farão desviar; mas esquecendo qualquer consideração egoísta, seremos sempre prontos para servir, socorrer e sermos benevolentes para um companheiro em aflição, e mais particularmente a um irmão Maçom.

Quando fizermos votos ao Deus Todo-Poderoso para o bem-estar de um Irmão, o lembraremos como se fosse nós próprios; como as vozes das crianças e dos inocentes sobem para o Trono da Graça, assim com certeza as súplicas de um coração fervoroso elevam-se até as mansões da bênção, tanto quanto as nossas preces são certamente necessárias aos outros.

Guardaremos como se fosse nosso o segredo de um irmão a nós confiado como tal; como se traindo esta confiança poderíamos fazer-lhe o maior dano que seria capaz de sofrer nesta vida mortal; não somente isto, mas seria semelhante à vilania de um assassino, que se embosca na escuridão a fim de apunhalar o seu adversário, quando desarmado e não estando preparado para enfrentar um inimigo.

Suportaremos o temperamento de um irmão em sua ausência como o faríamos em sua presença; se estiver em nosso poder, não o insultaríamos injustamente, nem permitiríamos que outros o fizessem.

Para muitos Irmãos que não distinguem a diferença entre Caridade e Solidariedade, basta dizer que a caridade é um favor que se presta, ao passo que a solidariedade é uma obrigação. A finalidade das Lojas Maçônicas, de um lado, é facilitar a procura da Verdade e, do outro, é ensinar o desbaste de Pedra Bruta (necessidade de esquadrejamento); mas não somente aos Aprendizes.

O que há de menos difícil é de contribuir materialmente para o alívio dos infortúnios que podem ser socorridos. As Confrarias do trabalho, desde os tempos mais remotos impuseram aos seus adeptos a obrigação de assegurar a existência das viúvas e dos órfãos de sua Congregação. O ancião impotente tampouco era abandonado; recebia cuidados convenientes e sabia que funerais decentes lhes seriam reservados. Os Maçons modernos não quiseram se subtrair a estes tradicionais e sagrados encargos; assim toda a Loja tem seu tronco de beneficência.

Valdemar Sansão – M:. M:.



terça-feira, 30 de agosto de 2011

Mario Behring - Desprezou os aplausos e as falsas pompas, ficou com Verdade.



Mario Behring











Mario Behring



Ao tentarmos dizer alguma coisa sobre a figura exponencial de MÁRIO BEHRING, fazemos com o maior respeito e admiração. Entendemos que nunca devemos negar os justos aplausos aos que, conscientes da verdade dos fatos e do direito, dispõem-se a colocar sobre os próprios ombros, o julgamento da história.


Já temos aprendido, sobejamente, que errar é humano; permanecer no erro é obstinação.

Os adversários do nosso Ilustre Irmão MÁRIO BEHRING, costumam apontar-lhe erros e omissões com o fim precípuo de desmerecer o seu caráter ou ofuscar o brilho de suas idéias e o ímpeto de sua coragem.

Certamente, não é fácil lutar contra os “poderosos”, mas não é difícil, estamos convencidos, usar o bom senso para bem esclarecer os que na defesa dos próprios interesses ou de grupos, preferem perpetuar-se desfilando, propositadamente, nos caminhos perigosos da incerteza e da insegurança.

Mário Behring ou Mário Marinho de Carvalho Behring, engenheiro, jornalista e maçom brasileiro. Nasceu em Ponte Nova, Minas Gerais em 27 de janeiro de 1876. Faleceu, em 14 de junho de 1933, com 57 anos de idade. Fundador das Grandes Lojas Estaduais Brasileiras.

Mário Behring, no alvorecer de sua maioridade, isto é, aos 22 anos, transpôs o pórtico da Loja Maçônica “UNIÃO COSMOPOLITA”, lá mesmo em Minas Gerais, onde, mais tarde, sem muito se demorar, veio a empunhar o Primeiro Malhete de sua Oficina.

Ponderado em suas palavras, porém desassombrado em suas atitudes MÁRIO BEHRING, conforme a filosofia dos seus tempos, logo iniciou uma luta sem quartel em favor da liberdade de pensamento e contra os radicalismos de todas as espécies, principalmente, o religioso.

No início do século passado, ou seja, em 1901, transferiu-se para a cidade do Rio de Janeiro, então capital da República, onde pelo seu comprovado gosto pelos estudos sobre os assuntos Maçônicos, veio a ser nomeado Membro da Comissão de Redação do Boletim Oficial do Grande Oriente do Brasil, então única Potência Maçônicas existente no Brasil, originário da Loja “Comércio e Artes” que, subdividindo-se em três, isto é , da mesma “Comércio e Artes”, “União e Tranqüilidade” e “Esperança de Niterói”, fundou o GOB em 17 de Junho de 1822, conforme consta de seus registros.

É bem de ver que, tão logo MÁRIO BEHRING começou a comparar os resultados dos seus estudos sobre a ORDEM com as estruturas do GOB, passou a querer influenciar na reformulação dos procedimentos do mesmo, principalmente, quando renunciou a sua eleição, em 1903 para Membro efetivo do Gr:. Capítulo do Rito Francês ou Moderno, numa irrecusável demonstração aos menos avisados de que, embora combatesse, febrilmente, o sectarismo e intolerância religiosas, cultivava a sua crença no G.A.D.U. e na imortalidade da alma, postulados não aceitos pelo referido Rito, apesar de nele haver inicialmente orientado os seus primeiros passos.

Continuou MÁRIO BEHRING Membro da Comissão de Redação do Boletim Oficial desde 1902 até 1905, tendo sido eleito em 1906, Grande Secretário Adjunto, quando, mais uma vez, usando de seus conhecimentos, elaborou, em 1907, o projeto da Constituição do GOB que pela conotação liberalista emprestado aos seus dispositivos, tenderia, fatalmente, à regularidade, não somente de suas origens, mas, sobretudo, dos seus trabalhos, não fosse o desvirtuamento que lhe deu uma Comissão de 18 Membros encarregados de sua redação final, para proteger os interesses contrariados pelo trabalho de MÁRIO BEHRING.

Apesar de toda sua luta e influência, MÁRIO BEHRING não conseguiu ver vitoriosos os seus pontos de vista que, em última análise, era uma tomada de posição em consonância com o desenvolvimento da Maçonaria Universal.

Mais esclarecido na investigação da verdade e desejando prosseguir, sob os eflúvios do G.A.D.U., no seu empreendimento, MÁRIO BEHRING aceitou a sua eleição, em 1907 para Membro Efetivo do então Supremo Conselho do Grau 33 para os Estados Unidos do Brasil de onde poderia melhor combater os desmandos a que era submetida a nossa Ordem no Brasil, pelos excessos de poder e apaixonada vaidade dos que se aproveitavam da Ordem ao seu bel-prazer, ainda que esse comportamento pudesse redundar em prejuízo para os verdadeiros objetivos de nossa Instituição.

Sem dúvida, entre os que se opuseram às idéias de MÁRIO BEHRING encontravam-se homens que, apenas por erro de observação ou possível desconhecimento da universal regularidade então buscada, permaneceram na arraigada defesa das suas posições.

Todavia, pelo entusiasmo de suas palavras e pela seriedade de seus propósitos, MÁRIO BEHRING começava a encontrar apoio dos que viam nele um líder eficiente e capaz de tomar uma posição em favor da regularidade da nossa ORDEM no Brasil, ainda que isso lhe custasse, presumivelmente, muito suor e muitas lágrimas.

A interinidade do seu Grão-Mestrado de 10/08/20 a 19/11/20 e de 25/12/20 e 22/04/21, valeu-lhe a experiência da efetividade do seu mandato no período de 28/06/22 a 13/07/25 vez que, lutando em todas as frentes, por nossa regularidade, inclusive junta ao Congresso Internacional de Lausanne, em 1921, reconhecia, com maior força de argumentos, a necessidade de não confundir as administrações do Simbolismo com o Filosofismo.

Terminado o seu mandato de Grão-Mestre, MÁRIO BEHRING, passou o Malhete ao seu sucessor Venâncio Neiva, o qual, procurando coonestar o movimento encabeçado por MÁRIO BEHRING, elaborou um Tratado a ser firmado entre os Graus Simbólicos e os Graus Filosóficos. Infelizmente, por ter, se passado para o Oriente Eterno aquele irmão não pode firmá-lo, cabendo ao seu sucessor Fonseca Hermes, a responsabilidade de fazê-lo.

Dava-se ao Tratado a significação de vida não dependente, porém, harmônica entre as duas administrações.

Isso, entretanto, não vingou por muito tempo, eis que forças e interesses se levantaram a ponto de levar o Grão-Mestre Fonseca Hermes à renúncia, instalando-se em seu lugar Octavio Kelly, o qual, desrespeitando todo esforço anteriormente feito e a legislação Maçônica Internacional, passou a exercer, de modo hostil, os cargos de Grão-Mestre e Soberano Grande Comendador, mesmo não tendo sido eleito para este último cargo.

Com essa atitude o Grão-Mestre Octavio Kelly proclamando-se, também, Soberano Grande Comendador, rompeu o Tratado assinado em outubro de 1926 e deu lugar a que MÁRIO BEHRING, em 20/06/27, vendo-se espoliado na legitimidade e regularidade do seu cargo, e, sentindo a responsabilidade dos compromissos assumidos no exterior, uma vez que somente avocando o DEC, de 01/06/21, que dava ao Supremo Conselho do Brasil, personalidade jurídica distinta do GOB é que foi admitido no Congresso de Lausanne e confiando nos que haviam de defender, a qualquer custo, os postulados que ensejaram o reconhecimento da Maçonaria Brasileira entre seus Irmãos do Universo, retirou-se do Grande Oriente do Brasil e estimulou a fundação das Grandes Lojas Brasileiras.

MÁRIO BEHRING era um engenheiro e não um advogado como muitos pensam ter sido, pelo ardor de sua luta e pela firmeza dos seus argumentos diante dos mais renomados jurisconsultos seus opositores. O seu desmedido interesse pela leitura dos assuntos maçônicos e o desejo de projetar a nossa ORDEM no concerto Universal, impulsionaram-no a fundar as Grandes Lojas Brasileiras há 80 anos passados.

Sem embargo, podemos afirmar com SALVADOR MOSCOSO, em seu trabalho publicado na Revista “ASTRÉA” de dezembro de 1966; “o homem maçom que volver os OLHOS para a história e a experiência de Mário Behring, não escreveria um livro, mas faria um exame de consciência”.

Mário Behring, quis legar os vindouros, através de páginas expressivas na história Maçônica Brasileira, algo da própria respiração, fazendo dele documento animado de personalidade. Foi tão fiel o retrato de suas ações que o oferecem aos seus Irmãos como valioso presente, narração dos movimentos avulsos da sua sensibilidade nas várias emergências da vida.

Nunca se observou o cansaço, havendo, em todos os excertos, a corajosa decisão de quem se propôs inventariar como Maçom e por isso com serenidade, os passos das transatas caminhadas.

O futuro há de saborear, avidamente, a sua história porque nela se guarda o Maçom insigne que a escreveu. Nela ficará, fielmente o retrato, e para todo o sempre, Mário Behring com aquela emoção, educada e sutil, de quem sempre desprezou as falsas pompas.

Aí estão, em rápidas pinceladas sem retoques, alguns traços da marcante e exemplar personalidade do Paladino da Regularidade Maçônica Brasileira que, ao seu tempo, soube honrar os juramentos feitos e os compromissos assumidos perante o G.A.D.U., e a sua consciência. MÁRIO BEHRING soube respeitar a dignidade dos seus semelhantes, sem ostentação ou falsa modéstia.

Em 14 de Junho de 1933 quando viajou para o Oriente Eterno, deixou-nos, tal qual um vigoroso cometa, um rastro de intensa claridade a nos guiar pelos caminhos do equilíbrio, da moral e da razão.

Fonte: www.cmsb.org.br



segunda-feira, 29 de agosto de 2011

AO MAÇOM ADORMECIDO!



AO MAÇOM ADORMECIDO!





“Estar adormecido” Significa o maçom afastado de sua Loja. Cremos, porém que esse “adormecer” tem várias nuances, como por exemplo: “estar sonolento”, nem desperto nem em sono.

O maçom que se afasta de seus Irmãos e de sua Loja estará dando um passo impensado e cruel, uma vez que, com sua ausência, atingirá toda a Loja, rompendo a Cadeia de União, por ser ele um elo indispensável; sua ausência “enlutará” sua comunidade.

O maçom afastado sofre desgaste espiritual; mesmo que não se dê conta disso, o seu templo interior estará vazio e, assim, não poderá louvar o Criador do Universo.

Mesmo que surjam divergências entre os Irmãos, o afastamento prejudicará a quem se afasta; os demais suprirão a ausência com a admissão de novos candidatos.

Necessitamos do convívio permanente. Se estiver afastado, por qualquer motivo, retorne e será devidamente qualificado em todos os pontos da Maçonaria e encontrará uma plêiade de Irmãos prontos a recebê-lo e abraçá-lo, dizendo: Entre, tomai vosso assento. Nós esperávamos por vós...!

Não interrompa o destino; participe da corrente da Fraternidade. Será tão difícil olharmos nos olhos de nossos Irmãos e dizermos humildemente: “Perdão, eu me excedi, voltemos a viver fraternalmente no seio da Maçonaria?”


 
A prudência e o interesse de nossas Corporações Filosóficas, Academias, Lojas de Pesquisas, CÍRCULOS HERMÉTICOS, etc, lhes impõe o rigoroso dever de exigir a regularidade do candidato em suas Lojas Simbólicas, vetando a participação em seus Mistérios ao Obreiro (“placetado”).

Venham os que realmente além de serem dignos da acolhida, sejam “regulares” consoantes às regras maçônicas, capazes de contribuir ao fim proposto.

(Regular, sinônimo de obediência, de cumprimento dos deveres que aceitou). Regularidade Maçônica faz com que como filiado de uma potência e Loja regular esteja amparado espiritualmente e reconhecido por toda a Fraternidade Universal.

Assim será filiado (readmitido) e não mais “tolerado” como ex-Obreiro, mas sim RECONHECIDO como Irmão.

Volte a ser participante do grupo, mas doravante participe ativamente, esteja presente quando um Irmão precisar de sua ajuda; saiba usar as palavras certas de apoio e de estímulo, no momento certo; saiba respeitar o espaço do outro; saiba escutar e ajudar; se tiver de criticar, que seja com educação e bom senso, respeitando a opinião do outro; discorde sem magoar.

Lembre-se que do outro lado alguém vai ler, refletir, tirar ensinamentos, seguir nosso conselho, nossa sugestão, isso se estiver conforme.

Entenda que somos uma comunidade de Irmãos e amigos e que esta amizade pode deixar de ser virtual e transformar-se em real. Enfim, participar de uma lista de discussão, de um círculo hermético, é plantar uma semente que irá crescer e dar frutos e receber amor.

O Grande Arquiteto do Universo que tudo fez; que tudo sabe e que tudo vê; que me fez Maçom, porque não me fiz, nem sequer me tornei – simplesmente sou – porque ELE o quis!

Somos simples elos – parte de um todo que se faz UM – um por todos e em cada um. Vejo em mim esta Força magna brotando intacta, surgindo, crescendo, fazendo-me Força, tornando Bela a vida que trago em meu corpo, em meu ser pequeno; tão grande contudo, feito a cinzel, esquadro e compasso, nível e prumo, alavanca, régua e maço, talhado, trabalhado passo a passo em viagens, leituras, trabalhos... Devo embeber-me do espírito da Fraternidade!

E olho para o lado, vejo Irmãos. Às vezes os vejo – às vezes não os reconheço. Deixo de vê-los, às vezes, porque nos tornamos pequenos demais frente à grandeza da Ordem que representam. Nem os percebo quando a tolerância deixa de ser norma de conduta, quando querem provar que são cultos e superiores aos demais imaginando que suas opiniões, crenças e opções são as melhores. Os Irmãos já notaram que muitos acham ter muito a ensinar aos outros? E que, em geral, quase não se dispõem a ouvir?

Dão opiniões sobre tudo, impõem seu modo de ver, de pensar, de deliberar. Nem os noto quando a Caridade em seu sentido maior se vê substituída pela Vaidade, pela rigidez excessiva, que obedece mais o desejo de autoridade que à verdadeira busca espiritual.

É o profano que passou pela Câmara de Reflexão e não morreu, ingressou na Maçonaria, mas não renasceu, pois o espírito dela, sua filosofia, não entendeu. Passou o dia em brancas nuvens, não serviu e nem viveu...!

Quero vê-los, mas não consigo. Quero senti--los, mas eles se fizeram tão longe. Longe demais para estender a mão. Tarde demais para senti-los IRMÃOS!

Por Valdemar Sansão



sábado, 27 de agosto de 2011

DIA DO MAÇOM

P.S.: A pedido de muitos Irmãos que participaram da festa da Maçom, publicamos os dados dos homenageados e fotos quando os mesmos discursavam agradecendo a Comenda.







Cerimonial de entrega das Comendas “Venerável Doca Pereira” a cinco maçons sousenses que se destacaram no cumprimento de suas obrigações maçônicas e a duas personalidades que pelo seu trabalho benemérito é motivo de merecidas honrarias pela Maçonaria.

Sousa 20.08.2011.

Boa Noite!

Meus Senhores, Minhas Senhoras e a todos os irmãos de ideal Maçônico.

Desejamos expressar os nossos mais profundos sentimentos de gratidão pela justa e especial deferência em homenagear a:



1 - Esse homenageado ele não tem esperança em Deus ele tem certeza da justiça de Deus, representando para mim um exemplo de magistrado sereno, mas enérgico; humilde, mas altivo e humano em suas decisões; simples, mas íntegro. É uma pessoa comprometida com a qualidade do trabalho que realiza e, acima de tudo, com a diferença que irá fazer na vida das pessoas que confiam na sua habilidade em promover a justiça com lisura de um julgador imparcial.

O destaque está no seu trabalho benemérito a frente do “Natal Diferente”, atendendo aproximadamente duas mil famílias na cidade de Sousa há mais de 9 anos.

Merecedor da Comenda: Bernardo Antonio da Silva Lacerda, profissão Juiz de Direito da Comarca de Sousa. Natural de Sousa (PB).
Entrega a Comenda pelo maçom Walter
Bernardo Antonio discursando.



2 - Equivocadamente buscam solução na ilusória e cruel dependência do álcool e das drogas químicas que estão sobrepujando em todos os espaços de lazer, trabalho, educação secundária e acadêmica, e, principalmente, na área da mais sublime das Instituições da face da Terra; a família.

Vale lembrar, que os Códigos Divinos estabelecem que somente através do AMOR se possa haurir paz e atingir metas felizes para si e para o próximo.

Por essa razão, ao lado das terapêuticas mais preciosas, o AMOR junto aos pacientes de qualquer enfermidade produz resultados insuspeitados.

A maçonaria observou, presenciou o excelente trabalho de amor e disciplina de Lanusia, aos usuários de droga, na instituição Jesus Perola Preciosa, há mais de treze anos de trabalho ininterrupto na reabilitação dos usuários de drogas. .

Na verdade, estamos nos referindo a valorosa Maria Lanusia da Costa Silva, natural de Pombal, digna de nossos aplausos..

Entrega a comenda Sizenando.

Lanúsia agradece a homenagem.




Maçons homenageados:
A Maçonaria surge para levar o homem à felicidade, por intermédio da sabedoria e do amor, demonstrando-lhe a imortalidade da alma, sua evolução e seu papel na vida. Vem mostrar que o egoísmo e o orgulho são as chagas da humanidade, que a prendem ao materialismo, tirando-lhe a esperança no futuro e a alegria em viver.

Santo Agostinho ensinava: “Mas, lembrai-vos bem de que o Cristo renega como seu discípulo, todo aquele que só nos lábios tem a caridade.

Não basta crer; é preciso, sobretudo, dar exemplos de bondade, de tolerância e de desinteresse, sem o que estéril será a vossa fé.”



3 - Vamos falar de um Mestre em todas as acepções imagináveis da palavra Mestre, cientista e estudioso do Direito, professor universitário de respeitabilidade ilibada, pai de família exemplar, jamais se locupletou com o poder da toga, na qual estava investido, foi para mim exemplo de um magistrado sereno, mas enérgico; humilde, mas corajoso; simples, mas íntegro.

 
É verdade, já perceberam que estamos falando do respeitável mestre maçom da Calixto Nóbrega, Jarismar Gonçalves de Melo, juiz de Direito aposentado e professor aposentado da UFCG, natural de Ipaumirim

Entrega a comenda José Soares Coelho


O maçom Jarismar enfatiza a sublime Maçonaria.




4- Serve de exemplo para todos nós pelo zelo com que vivencia a maçonaria, sendo, sobretudo, respeitado pela sua opinião sensata. Todos conhecem o empenho do irmão da Vale para promover a justiça, a beneficência na maçonaria e a todas as entidades e/ou pessoas que buscam o seu auxílio.Conhecido como o irmão que chega, quando todos já se foram. Fraternidade é questão de honra para o irmão homenageado.

Na verdade estamos nos reportando ao irmão Juscélio Trajano de Sousa, empresário, natural de Sousa, grau 33 da maçonaria, pertencente à Loja Vale do Piranhas - São Gonçalo.

Em virtude de viagem à João Pessoa em companhia de seu sogro enfermo não compareceu e autoriza o irmão IRAILDO para receber a Comenda a que faz jus.

Entrega a comenda Assis de João da Penha.
Iraildo justifica ausência do valoroso Juscélio.



5 - Cativou os irmãos da Calixto Nóbrega, pela sua urbanidade, humildade, simplicidade e o amor que demonstra pela Ordem Maçônica. Obreiro assíduo da Loja Maçônica Fraternidade e Trabalho, sempre prestigia com sua presença a Loja Calixto Nóbrega, fato que cativou aos maçons da Calixto.

Seu nome é Luis Alves Timóteio, Mestre em carpinteiro, ofício do pai do nosso Senhor e Mestre Jesus, além de Mestre na Maçonaria. Natural de Cajazeiras (PB),

Entrega a comenda Chico Lima


Luis realiza brilhante homenagem em favor da Ordem.





6 - Com relevantes serviços prestados à Ordem Maçônica, maçom antigo, destacou-se pela maneira vibrante, intransigente na harmonia dos trabalhos maçônicos e apaixonado quando se trata dos assuntos da ORDEM. Sendo um defensor incansável na questão dos postulados da maçonaria.

Trata-se de Sezino Queiroga de Oliveira, empresário, nascido em São Francisco, à época distrito de Sousa, portanto Sousense de nascimento, Maçom e past máster da Loja Lindolfo Pires

Entrega a comenda o irmão Olimpio, irmão de sangue e irmão maçom.

Sezino discursa enfatizando o papel de verdadeiro Maçom.




7 - Maçom no verdadeiro sentido da palavra, obreiro incansável da Loja Maçônica União Sousense, destacou-se como um pacificador, juntamente com Emanuel, Pontes, Iraildo e Chico Lima, conseguiram unir as forças maçônicas de nossa cidade, apenas praticando o salmo 133, da Bíblia Sagrada.

Falamos de José Evânio da Costa Siebra, veterinário e professor, natural de Araripe (CE),

Entrega a comenda Emmanuel


O pacificador Siebra agradece a homenagem, destacando o
compromisso de elevar templos a virtude.







SALMO 133



Oh! Quão bom e suave é que os irmãos vivam em união! É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão e que desce à orla de suas vestes. Como o orvalho do Hermon, que desce sobre os montes de Sião, porque ali o Senhor a benção e a vida para sempre.

Feliz dia do Maçom!

Parabéns a todos os maçons presentes.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Rivail maçom?(Kardec)

Allan Kardec


Rivail maçom?(Kardec)

Querem alguns biógrafos que Rivail pertenceu à franco-maçonaria, "ainda que nenhum traço de sua iniciação tenha sido descoberto", conforme ressalvou Jean Vartier.Tudo porque na sua obra espírita se encontram termos e expressões maçônicas, como "grande Arquiteto" (que é imitação de Platão), e, mais amiúde, "tolerância", "liberdade", "igualdade", "solidariedade", etc.

Com esse raciocínio, ninguém deixaria de ser maçom, inclusive nosso Padre Antonio Vieira, que igualmente usou, no século XVII, a expressão "supremo Arquiteto" como sinônimo de Deus.

Consideramos, assim, bastante insuficientes essas alegações, e mais: se na França daquela época todo mundo era maçom, logicamente se achavam muito disseminadas a linguagem e as idéias maçônicas. E Rivail, como é natural e compreensível, poderia ou deveria ter sofrido a influência do pensamento maçônico.

Parece que a primeira pessoa a maçonizar Rivail teria sido Mme.Calude Varèze, em sua obra "Lês Grands Illuminés"(Paris, 1948), e foi mais longe: afirmou que ele se iniciara na maçonaria martinista por intermédio do lionês Jean-Baptiste Willermoz (1730-1824), discípulo do fundador Martinès de Pasqually (1727-1774). Este místico, filho de gentil-homem francês de origem portuguesa, nascido em Grenoble, teve também outros seguidores ilustres, como Louis-Claude de Sanit-Martin. Nas lojas martinesistas, os maçons altamente graduados se punham em comunicação com os seres invisíveis, que, no entender deles, não eram seno os chamados anjos das igrejas.

Willermoz mantivera correspondência epistolar com Pasqually, Joseph de Maistre, Saint-Germain, Cagliostro, Savalette de Lange e outros notáveis místicos e ocultistas da época. Segundo René Lê Forestier, Willermoz "foi um desses magnetizadores espiritualistas que acreditaram encontrar no sonambulismo provocado o meio de comunicação com o mundo supra-sensível". Realizavam-se nas lojas martinistas e Willermozistas, em salas convenientemente preparadas, verdadeiras sessões espíritas, nas quais manifestações físicas e inteligentes do Além coroavam as reuniões dos irmãos "eleitos".

Em razão, talvez, de tudo o que expomos é que Mme. Calude Varèze se adiantara em estabelecer uma ligação entre Rivail e Willermoz, ligação que Jean Vartier contraria frontalmente, demonstrando sua inaceitabilidade e reconhecendo na autora excesso de imaginação.Todavia, Vartier não acha improvável que Rivail tenha tido formação maçônica, e pergunta se ele não teria sido obscuro irmão de uma loja ao mesmo tempo deísta e iluminista, ressaltando, no entanto, como o faz A. Moreil, que o ilustre pedagogo francês renunciara aos formalismos e simbolismos e a todo o aspecto ritual e secreto da maçonaria.

Recentemente o fascículo 58 da coleção "As Grandes Religiões", publicada por Abril Cultural S.A., de S. Paulo, registrou na margem da pagina 916 que Rivail, antes de vir a ser o Codificador do Espiritismo, pertencera à Grande Loja Escocesa de Paris. O ilustre confrade Doutor Canuto Abreu investigou o assunto e foi informado de que o autor daquela nota é o Prof. G. Mândelo, da Universidade de Turim(Itália), especialista em história de religiões e seitas.O referido fascículo chegou a estampar, em página inteira, os paramentos maçônicos que Rivail teria usado, fotografados, segundo a mesma publicação, na Sociedade dos Direitos Humanos, de Paris.

A nosso ver, porém, e escudados na longa e afanosa pesquisa que fizemos, inclusive nas coleções da "Revue Spirite", apenas existiu, entre Rivail e maçonaria, afinidade de princípios e ideais, sem jamais haver ele ingressado em loja alguma. É certo que sempre viu com simpatia a franco-maçonaria, mas isto não implica nem prova qualquer adesão oficial da parte dele.

Amigos maçons, alguns íntimos, ele os teve, antes e depois de codificar a Doutrina Espírita.A "Revue Spirite" de 1881, pág.; 101, cita, por exemplo, o nome de J. P. Mazaroz, autor de várias obras sobre a franco-maçonaria e cuja grande preocupação fora a reivindicação dos direitos do trabalhador.

Em 25 de fevereiro de 1864, estando presentes na Sociedade Espírita de Paris vários maçons estrangeiros (inclusive maçons espíritas), Rivail(Kardec) pergunta aos Espíritos acerca da cooperação que o Espiritismo pode encontrar na franco-maçonaria. Em três mensagens recebidas por médiuns diferentes, foi-lhe respondido que a doutrina espírita pode perfeitamente vincular-se às das Grandes Lojas do Oriente, e vice-versa, exatamente porque o Espiritismo realiza todas as aspirações generosas e caritativas da maçonaria, porque ele sanciona as crenças por ela professadas,fornecendo provas insofismáveis da imortalidade da alma,e, afinal, porque ele conduz a Humanidade ao mesmo fim que ela(maçonaria) se propõe: a união, a paz, a fraternidade universal, pela fé em Deus e no porvir.

Na verdade, as relações entre espíritas e maçons sempre foram as melhores possíveis, tanto assim que, em 1899, a abertura do Congresso Espírita e Espiritualista Internacional, em Paris, se deu precisamente no salão de festas do Grande Oriente de França, onde Jules Lermina foi empossado como presidente do Congresso.

ZêusWantuil e Francisco Thiesen

Allan Kardec-Meticulosa pesquisa biobibliográfica.

Editora FEB - Rio



Estou pesquisando em outras fontes. Breve postarei mais informações.

TFA

GERALDO FERNANDES



quinta-feira, 25 de agosto de 2011

OS SETE DEGRAUS


Grãos Mestres de seis estados nordestinos reunidos em Lavras da Mangabeira - CE.


OS SETE DEGRAUS E SUA IMPORTÂNCIA SIMBÓLICA NO APRIMORAMENTO MAÇÔNICO.

Luis Henrique Miranda Griffo – M\M\

A complexidade e a diversidade dos símbolos que nos são apresentados na maçonaria são muitos e todos, sem exceção, nos servem para uma profunda reflexão visando principalmente o aprimoramento interior e a conseqüentemente evolução do Homem Maçom. Podemos classificar de uma forma geral este simbolismo maçônico em duas classes bem definidas: os símbolos materiais e as virtudes, ou idéias, que estes exprimem. Tal complexidade se dá pelo fato da maçonaria ter herdado de diversas escolas (sejam estas de cunho místico, esotérico, religioso ou político), uma grande quantidade de símbolos, sendo necessário ao Maçom um estudo constante e atencioso do momento histórico da humanidade quando este ou aquele símbolo foi introduzido em nossa Ordem.

O Templo maçônico é uma alegoria que nos remete a construção do Templo do Rei Salomão, sendo o mesmo dedicado a “morada” do Deus de Abraão, Isaac e Israel (Jacó), sendo esta casa antes prometida em diversas passagens bíblicas e efetivamente erguida por Salomão, filho de Davi. Temos diversas referências da arquitetura deste Templo no livro de Reis II, mas, ao observarmos seus utensílios não conseguimos ver ornamentos e paramentos como corda de 81 nós, pavimento mosaico, Delta luminoso, Estrelas, etc. Este fato nos atesta à influência que outras culturas deixaram ao passarem seus adeptos pela Maçonaria. O REAA baseia-se, fundamentalmente, nas origens israelita-salomônica, onde herdamos ensinamentos de altíssimo esoterismo.

Vamos agora, após esta breve introdução, voltarmos nossos esforços para o tema deste trabalho, qual seja, os sete degraus que dão acesso ao Trono de Salomão e sua importância no aprimoramento moral do Maçom.

Os quatro primeiros degraus estão situados no Ocidente e dão acesso ao Oriente, entre a balaustrada que divide os dois pontos cardeais no eixo da Loja. O primeiro degrau representa a Força, virtude esta que está relacionada com a vontade de empreender esforços ilimitados para sairmos da inércia que nos aprisionam em um determinado ponto que nos impede o progresso. É somente através da Força que iremos efetivamente acessar ao segundo degrau, que é o Trabalho. O Trabalho aqui pode ser decifrado como o resultado da Força antes empreendida, pois é através de seus resultados que podemos afirmar que todo o tipo do mesmo enobrece o Homem. O Trabalho aqui não é exclusivamente o que nos dá “o pão nosso de cada dia”, mais também o Trabalho incessante do Maçom, que está em desbastar constantemente a sua Pedra Bruta em busca de seu aprimoramento.

Uma vez concluído este trabalho toma o Maçom conhecimento da Ciência, que é o nosso terceiro degrau em ascensão ao Trono da Sabedoria. Ciência é à base das Artes ou Ciências Liberais, decomposta e, a saber: em trívio (Gramática, Retórica e Dialética); e em quatrívio (Aritmética, Geometria, Astrologia e Música), que formam à base do desenvolvimento e consolidação do nosso atual sistema educacional.

Avançando-se no estudo e compreensão da Ciência podemos então somá-la a Virtude, que em nossa concepção é um montante de conceitos latentes no Ser Maçom. Diz-se que a Virtude é o último degrau do Ocidente pelo fato de, somente após a escalada dos demais, pode o Maçom, através da introspecção, alimentar sua alma com os conceitos aprendidos anteriormente. Sem eles não teria como se ter princípio basilares para as principais Virtudes, onde podemos destacar, dentre outras, a Lealdade, a Fidelidade, a Honestidade, a Bondade, o Desapego e o Amor, dentre outras tão necessárias para que os Irmãos vivam em União Fraternal.

Acima deste “último degrau” do Ocidente observa-se uma superfície plana, onde a denominamos como Oriente. Ao analisarmos a linha que compreende entre o último degrau do Ocidente e o primeiro degrau que dá acesso ao Trono de Salomão temos, ao centro, o Altar dos Juramentos e, sobre este, o Livro da Lei. Não foi por acaso que este foi ali introduzido. Sua disposição atual deve nos remeter a reflexão de que nada terá real praticidade se não forem observados e cumpridos os códigos morais estabelecidos no Livro da Lei. Este cumprimento não deve aqui ser encarado como uma rigidez dogmática e inflexível. Devemos primeiro interpretar, já que a Bíblia é um livro complexo, a mensagem cifrada contida em seus infinitos ensinamentos. Há cerca de 2.000 anos, o mestre cabalista Rabi Shimon bar Yochai disse que “quem aceita o Tanach literalmente é um tolo”. Um dos problemas mais conflitantes das religiões ditas cristãs está justamente na forma como o líder destas interpretam as leis contidas em seu Livro Sagrado e, a seu “bel prazer”, conduzem o povo na ignorância e nas rédeas de um sistema intimidador e penitencial onde “deus” (com letra minúscula mesmo) castiga o homem que não dá seu dízimo em detrimento de seu crescimento espiritual e, principalmente, material. Maçonaria é tarefa de Libertação e em nada se assemelha a quaisquer sistemas escravocratas. O Livro da Lei nos serve como referência das grandes conquistas e a libertação de um povo em busca da Luz Permanente. E são estas lições e passagens que irão preparar o Maçom a ascender ao Trono de Salomão, ou o tão justamente denominado Trono da Sabedoria.

No primeiro degrau do Oriente temos a Pureza, pelo qual podemos associá-la a Fé. Só podemos cultuar a Fé quando estamos puros de todas as influências malignas, pois a Fé é um estado constante e divino de conexão com o GADU. Ser puro é limparmos nossos corações antes de comungarmos com o Criador nossas fraquezas e sucessos, pois “até o mais puro Mel azeda em um recipiente sujo”, e é sobre estas condições que subiremos ao segundo degrau.

Chegamos então na perspectiva da Luz, onde a Esperança nos faz julgar que existe um mundo melhor que este em que nosso corpo físico veste nossas almas. Ver a Luz é abrirmos nossas mentes para um novo conceito, para uma nova fase, para um verdadeiro renascimento; tendo em vista que devemos sepultar o velho homem que vivia nas trevas da ignorância. Na maçonaria a Luz nos é dada no momento de nossa Iniciação. Mas esta só nos é revelada em um momento oportuno. Estar na Luz é rasgar definitivamente o véu que protege o Sanctum Sanctorum e ver, face a face, a Verdade.

Este último degrau, a Verdade, só poderá ser alcançado após um longo período de aprimoramento interior. Todas as escolhas deverão ser fruto de intensa meditação, para então serem refinadas. A Verdade é o nossa maior conflito, posto que existem em um único acontecimento três perspectivas da mesma. Ou seja, a versão de um lado, a versão do outro e a Verdade de fato. E é neste ponto, a Verdade absoluta, que muito de nós se julgam mais sábios, mais conhecedores, mais sagazes que os outros. Como a Maçonaria está além do que os nossos cinco sentidos possam conceber, podemos considerar que a mesma é dotada de um “sistema de autodefesa”. Este dito “sistema” expurga de seus quadros os excessos e posturas não condizentes com seus princípios, sempre praticado por àquele que não se deixa iniciar. Não adianta dissimular, pois o GADU nos conhece na essência, forma etérea do Ser. Todos os nossos defeitos podem ser mascarados, mas ninguém consegue ser o que não é por muito tempo, e logo a Verdade vem à tona.

Deste aprendizado concluímos que a Caridade não é tão somente o que efetivamente fazemos para com os menos afortunados. A Caridade para com a Loja física também advém da Loja Celestial. Não é a nossa Oficina quem, através de um processo eleitoral, elege um irmão Mestre Maçom para o veneralato. Esta decisão não poderia ser unicamente através das falhas mãos humana, já que a figura do Venerável Mestre transcende as obrigações administrativas, tornando-se este também um líder espiritual do grupo. Uma espécie de “célula matriz” na formação do arquétipo da Loja, onde o sucesso e o fracasso do grupo dependem de sua Força, seu Trabalho, sua Ciência e sua Virtude, para que uma Sessão dedicada ao GADU seja plena em Pureza, Luz e Verdade.

Finalizando, após discorrer sobre todos os aspectos ora citados, podemos concluir que não é tão somente o tempo de Ordem que determina se um Irmão Maçom tem os preceitos para ser Venerável Mestre de Loja. Mais sim pelo fato do mesmo ter atravessado um percurso árduo até, por merecimento e experiência, tomar assento no Trono de Salomão. E o motivo para tal processo é louvável e necessário, pois uma vez ali posto este irmão representará a Sabedoria de todos nós. Deste processo dependeu, depende e sempre dependerá a Maçonaria Universal e, neste Universo de símbolos que estamos imersos, os sete degraus que estão em nosso Templo representam o caminho que deverá ser seguido por todos nós, com passos firmes, sempre para frente e para o alto.




Os maçons Marcelli Sena, João Marcelino e Walter Sarmento,
comemorando o Dia do Maçom.




























quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A Primeira Grande Loja

Primeira Loja Maçônica.

A Primeira Grande Loja

A primeira federação que reuniu as Lojas maçônicas sob uma obediência coletiva institucional, foi a Grande Loja de Londres, fundada em 24 de junho de 1717, através da associação participativa de quatro Lojas que, até essa data, se reuniam de modo independente.

Não havia rito com graus seqüenciais como temos no presente. Duas cerimônias apenas, faziam parte da caminhada evolutiva do maçom no seu processo Iniciático: a Recepção a um Candidato e a Passagem do Aprendiz para o Grau de Companheiro.

Além dessas, um evento especial, que era realizado uma vez ao ano após a eleição de um Companheiro para a presidência da Loja, marcava a exaltação do mesmo à condição de Mestre Instalado no cargo. O grau de Mestre Maçom ainda não havia sido criado.

Para os líderes da fundação da Grande Loja, a maçonaria era um culto secreto destinado a conservar e difundir a crença na existência de Deus, ajudar os maçons a ordenarem sua vida e orientarem o seu procedimento, segundo os princípios de sua religião.

Posteriormente, a idéia sobre fé religiosa tornou-se menos rígida entre os maçons anglo-saxões, que, não obstante, continuaram admitindo apenas os crentes monoteístas.

Valorizavam, essencialmente, a presença do Livro das Sagradas Escrituras durante os trabalhos, como símbolo da vontade revelada de Deus. O pensamento nuclear do maçom inglês hoje é a prática de uma moral capaz de unir todos os homens, sejam quais forem suas crenças.

 
Ir.·. Luis Henrique Griffo





terça-feira, 23 de agosto de 2011

Sessão Maçônica Motivadora



Sessão Maçônica Motivadora

Charles Evaldo Boller

Sinopse: Considerações a respeito promoção de sessões maçônicas motivadoras imprescindíveis para a sobrevivência da Maçonaria.

O objetivo do maçom em loja é participar de sessão maçônica motivadora para realimentar sua alma na vivência do dia-a-dia. Sessões com assuntos administrativos reduzidos ao mínimo para sobrar mais tempo para degustar bons pensamentos em animadas atividades que visam o crescimento e a autoeducação. O tempo de instrução e estudos é a alma da sessão maçônica!

Cabe apenas aos aprendizes e companheiros maçons a tarefa de manterem acesa a chama do pensamento maçônico? Aprendizes e companheiros são pessoas sedentas de informações e conhecimentos ou os instrutores nas sessões? Instrução é dever do mestre maçom! Ultimamente os aprendizes e companheiros, e só estes, por obrigação regimental, apresentam peças de arquitetura, trabalhos de cunho intelectual visando aumento de salário. Por que os mestres maçons não se encontram motivados para tal? Faltam provocações! Carecem de debates e conversas informais dos assuntos da Maçonaria dentro e fora da loja. Tristemente, são comuns os aprendizes e companheiros ensinarem de forma proativa enquanto os mestres maçons dormem! Como aconteceu isto? Porque o mestre maçom está tão desmotivado? São as sessões maçônicas desmotivadoras! Ou o mestre desce do pedestal em que ele foi colocado em resultado de sessões monótonas ou deixa de ser o eterno e motivado aprendiz ou deixa a ordem maçônica! Esta última é a realidade universal!

Mestre motivador e motivado nasce do atrito com os outros intelectos que o acompanham numa sessão maçônica, daí a importância de debates. A tarefa dos embates por pensamentos em animadas argumentações é arrancar lascas de imperfeição das pedras uns dos outros, o polimento exige trabalho, atividade em equipe - não é assim que são formadas as pedras roladas dos fundos de rios? Uma pedra vai batendo na outra até que todas adquirem formas harmoniosas, quase lisas, nunca perfeitas, apenas aperfeiçoadas. São pancadas ora suaves ora bruscas, mas continuas! O resultado são pedras diferentes umas das outras: grandes, pequenas, achatadas, ovais, arredondadas, mas nunca perfeitas. Cada pedra mantém sua forma própria e reflete a luz com maior ou menor intensidade, dependendo de quanto ela rolou em contado com outras pedras maiores e menores, até com pedras tão pequenas como grãos de areia. Todas se modificam pelo atrito constante. Não há necessidade de erudição elevada, apenas conhecimento médio já é suficiente numa motivadora sessão maçônica, é semelhante à diversificação das pedras do fundo dos rios. Em verdade, basta apenas uma mente sadia - qualquer mente humana! O objetivo deve ser o canteiro de obras movimentado onde cada obreiro é aprendiz, um eterno aprendiz, mesmo que seja apenas um grão de areia em erudição ele vai influir no pensamento de seu irmão.

Promover debate em loja é retornar à prática da Maçonaria especulativa, que preconiza o filosofar, o estudo teórico, o raciocínio abstrato e investigativo, que usos e costumes deturparam a ponto de descaracterizar as sessões maçônicas. Urge despertar nos irmãos a salutar capacidade em desenvolver o pensamento em animadas discussões das coisas da sociedade e da ordem maçônica. O propósito central das sessões motivadoras é eliminar o inconformismo gerado pelo comparecimento semana após semana em loja apenas para ouvir o som seco, duro, impessoal dos malhetes, em detrimento do trabalho no polimento das pedras chocando-se umas nas outras no exercício do pensamento. Sessões sem debate e instrução mecânicas revelam perda de tempo; são vazias e sem propósito; devem ser defenestradas do templo. O obreiro da pedra deve terminar seu dia em loja com algo novo e consistente dentro da mochila que ele leva de volta para casa. Urge acabar com a mente desocupada, oca, vazia, cheia de lacunas em resultado de atividade passiva e deixar a capacidade de pensar fazer sua parte na construção do templo ideal da sociedade, onde cada homem é apenas uma pedra. Atividades motivadoras em loja levantam a egrégora, um campo de força do pensamento em uníssono e vibrante, algo revelado no brilho dos olhos dos participantes. Como é possível ver os olhos do irmão que dorme o sono dos anjos? O objetivo da Maçonaria é despertar o equilíbrio da razão, emoção e espiritualidade - quando poderão fazer isto se suas mentes estão adormecidas pelo enfadonho e repetitivo som monótono das mesmas ideias repetidas vez após vez?

O obreiro deve voltar à prática do salutar e edificante afiar da espada, a língua, e praticar o manuseio do maço e do cinzel, dar tratos à capacidade de pensar, que há muito foi substituído por outras atividades nada motivadoras; mesmices, tão entediantes que apenas embalam o sono dos ouvintes passivos. Urge incrementar a qualidade das sessões maçônicas de modo a torna-las motivadores de tal forma que estabeleçam contágio para edificantes conversas entre irmãos, o que é de fato o real objetivo da Maçonaria especulativa com sua filosofia e liturgia.

Mestres maçons devem ser compelidos na confecção de peças de arquitetura? Não! Ninguém é obrigado a fazer nada além do determinado pelas leis que regem a loja. O mestre maçom só confeccionará peças de arquitetura quando estiver inspirado para isto. Tais construções surgem no canteiro de obras principalmente se esta for a sua vontade e depois do obreiro se ver provocado por novas inspirações provindas em loja dos irmãos, das outras pedras, pedriscos e grãos de areia.

O salão é o mesmo, as músicas e o ritmo é que devem mudar. O baile será alegre e trará prazer aos dançarinos se a sessão for motivadora e entusiasta! O que interessa é cada músico dar o que tem de bom em si e animar o baile ao sabor de seus pensamentos temperados com alegria. O que se objetiva é alimentar com o sadio, construtivo e consistente alimento da filosofia maçônica. A sede de conhecimento maçônico deve ser aplacada para que o homem produza frutos. O gênio da motivação vem do ritmo impelido pelos músicos e maestro, onde todos participam da orquestra e ao mesmo tempo dançam ao som de seus pensamentos, sonhos e até devaneios. E assim, os dançarinos vão se movimentando na pista do tempo construído à semelhança de um rio e onde cada pedra lustra a outra para honra e à glória do Grande Arquiteto do Universo.

Bibliografia:

1. DANTAS, Marcos André Malta, Do Aprendiz ao Mestre, Primeira edição, Editora Maçônica a Trolha limitada, 248 páginas, Londrina, 2010;

2. PUSCH, Jaime, ABC do Aprendiz, segunda edição, 146 páginas, Tubarão Santa Catarina, 1982;

3. RODRIGUES, Raimundo, A Filosofia da Maçonaria Simbólica, Coleção Biblioteca do Maçom, Volume 04, ISBN 978-85-7252-233-5, primeira edição, Editora Maçônica a Trolha limitada., 172 páginas, Londrina, 2007.

Data do texto: 23/08/2011.

Sinopse do autor: Charles Evaldo Boller, autor, engenheiro eletricista e maçom de nacionalidade brasileira. Nasceu em 4 de dezembro de 1949 em Corupá, Santa Catarina. Com 61 anos de idade.

Loja Apóstolo da Caridade 21 Grande loja do Paraná.

Rito: Rito Escocês Antigo e Aceito

Local: Curitiba.

Grau do Texto: Aprendiz Maçom.

Área de Estudo: Cultura, Educação, Filosofia, Maçonaria, Pensamento.

Publicado no Blog Segredo Maçônico: http://segredomaconico.blogspot.com/2011/08/sessao-maconica-motivadora.html