segunda-feira, 31 de março de 2014

A ACLAMAÇÃO

 
 
Conhece-te a ti mesmo.
 
A ACLAMAÇÃO
Huzzé! Huzzé! Huzzé!
 
Aclamação e não exclamação
Huzzé! Huzzé! Huzzé!
 
Existem momentos fortemente marcantes na Iniciação e nas sessões Maçônicas normais. Um deles é a aclamação: “Huzzé, Huzzé, Huzzé”, firmemente pronunciada e três vezes repetida. Aclamação e não exclamação de alegria entre os Maçons usual no R.E.A.A.. A palavra HUZZÉ tem origem hebraica, embora em árabe seja pronunciada “HUZZA”, para os antigos árabes ‘HUZZA” era o nome dado a uma espécie de acácia consagrada ao sol, como símbolo da imortalidade, e sua tradução significa força e vigor, palavras simbólicas que fazem parte da tríplice saudação feita na Cadeia de União: Saúde, Força e Vigor. Na Inglaterra a aclamação “HUZZÉ” tem a pronúncia UZEI, tomada do verbo TO HUZZA (aclamação) como sentido “viva o rei”.
Existe mesmo na língua inglesa o verbo to huzza, que significa aclamar. A bateria de alegria era sempre  feita em honra a um acontecimento feliz para uma Loja ou para um Irmão. Era natural que os Maçons escoceses usassem esta aclamação. O dicionário “Michaelis” diz: huzza, interj. (de alegria) – v. gritar hurra, aclamar. Traduzindo corretamente do árabe “Huzzah” ( Viva ), significa Força e Vigor.
            “Huzzé, Huzzé, Huzzé” por constituir uma aclamação, é pronunciada com voz forte. Ela é feita apenas por duas vezes em cada reunião, por ocasião da abertura e do encerramento dos trabalhos. Trazemos às Sessões as preocupações de ordem material que podem criar correntes vibratórias que põem obstáculos e restringem nossas percepções. Ao contrário, no decorrer dos trabalhos, o esforço constante para o bem e o belo, forma correntes que estabelecem as relações com os planos superiores. Nesse sentido, a aclamação Huzzé, Huzzé, Huzzé, na abertura do trabalho oferece passagem à energia habilitando-nos a benefícios ( saúde, força e vigor ) bem mais consistentes e duradouros. O importante é que, ao iniciar a Sessão, tenhamos presente que, em Loja, tudo, verdadeiramente tudo, tem uma razão para sua existência. Nada, absolutamente nada, se faz no interior de um Templo por acaso.
                 O valor do HUZZE está no som, à energia provocada elimina as vibrações negativas. Quando em Loja, surgirem discussões ásperas e o Venerável Mestre receiar-se que o ambiente possa ser perturbado suspenderá os trabalhos, e comandará a expressão HUZZÉ, de forma tríplice, reiniciando os trabalhos, o ambiente será outro, ameno e harmônico.
            Ao se aproximar do objeto mais sagrado, existente no Templo Maçônico – o Livro da Lei  ( A Bíblia Sagrada ), os maçons lembram pelo nome de Huzzé, expressando com essa aclamação alegria e contentamento, por crerem que o Grande Arquiteto do Universo se faz presente a cada sessão de nossos trabalhos.
E é a ELE que os Maçons rendem graças pelos benefícios advindos de Sua infinita bondade e de Sua presença que, iluminando e espargindo bênçãos em todos aqueles que ali vão imbuídos do Espírito Fraterno, intencionados a praticar a Tolerância, subjugar as suas Intransigências, combater a Vaidade e, crentes que assim procedendo, estarão caminhando rumo a evolução espiritual do Homem, meta do Maçom.
A Maçonaria é uma Obra de Luz; a prática da saudação está arraigada nos ensinamentos Maçônicos. A consideração da saudação Huzzé na abertura dos trabalhos está relacionada ao meio-dia, hora de grande esplendor de iluminação, quando o sol a pino subentende que não há sombra, tornando-se um momento de extrema igualdade – ninguém faz sombra a ninguém. Lembra também as benesses da Sabedoria, representada pelo nascer do sol, cujos raios vivificantes espalham luz e calor, ou seja, a Sabedoria e seus efeitos. Quando do encerramento dos trabalhos, a saudação está relacionada à meia-noite, nos dando o alento de que um novo dia irá raiar, pois quanto mais escura é a madrugada, mais próximo está o nascer de um novo dia. A aclamação ao sol no seu ocaso, lembra que a Luz da Sabedoria irradiou os trabalhos, agora prestes a terminar, em alusão ao fim da nossa vida (meia-noite) quando devemos estar certos de que nossa passagem pelo plano terreno fora pautada por atos de Sabedoria.
            No Rito Moderno a aclamação é “Igualdade, Liberdade e Fraternidade”; no Adoniramita é “Vivat, Vivat, sempre Vivat”; no Brasileiro “Glória, Glória, Glória!” E nos ritos de York ( Emulation ) e Schroeder não existe aclamação.
Huzzé! é, pois, a reiteração que os Irmãos fazem de sua fé no Grande Criador, que tudo pode e tudo governa. E só através DELE encontram o caminho para a ascensão.
            A primeira reflexão, portanto, em torno da aclamação sugere que analisemos nossa vida e verifiquemos se sustentamos os propósitos de paz ou espalhamos a agitação.
            O Mahatma Gandhi dizia que alguém capaz de realizar a plenitude do amor neutralizará o ódio de milhões. Certamente estamos distanciados de suas realizações. Não obstante, podemos promover a paz evitando que ressentimentos e mágoas fermentem no coração dos que conosco congregam e se transformem nesse sentimento desajustaste que é o ódio.
 Certa feita o Obreiro de uma Loja queixava-se do Mestre de Cerimônias ao Venerável por sempre lhe oferecer, na falta dos titulares, os cargos que, segundo ele, eram de mais difícil desempenho ou de menor evidência. O Venerável, um semeador da paz o desarmou.
- Está enganado, meu Irmão, quanto ao nosso Mestre de Cerimônias. Ele o admira muito, sabe que é eficiente e digno de confiança. Por isso o tem encaminhado para desempenho das funções e encargos onde há problemas, consciente de que sabe desempenhá-los e resolvê-los melhor que qualquer outro Obreiro do quadro da Loja.
Desnecessário dizer que com sua intervenção pacificou o Irmão que passou a ver com simpatia as iniciativas a seu respeito. Desarmou, assim, o possível desafeto passando a ideia de que o Mestre de Cerimônias não tinha a mesma opinião a seu respeito, fazendo prevalecer à sugestão de Francisco de Assis: “Onde houver ódio que eu semeie o Amor”.
 Existem aqueles que entendem huzzé como força poderosa, ou seja, um mantra, que deve ser com a consciência de quem a emprega direcionada no sentido do bem. Seria essa a razão e significação da palavra Huzzé como proposta na ritualística Maçônica?
            Devemos acrescer, ainda, que Cristo, em várias oportunidades, saudava os Apóstolos com um “Adonai Ze” (O Senhor esteja entre vós). Essa aclamação os deixava mais alegres e confiantes, formando uma corrente de otimismo. Na Idade Média quando um católico encontrava-se com outro, dizia: DOMINUS VOBISCUM (O Senhor esteja convosco); PAX TECUM (A paz esteja contigo ).
            Até pelo exemplo citado, façamos tudo ao nosso alcance para que reine em nossa Loja uma atmosfera de carinho, afeição, tranquilidade, paz, amor e harmonia para nossa constante elevação e glória do Grande Arquiteto do Universo.
 O emprego da aclamação Huzzé na Maçonaria tem também o sentido esotérico numa indução moral a que se busque o prazer no que se pratica, para o bem da humanidade (isto no começo) e, no final, a mesma alegria pelo bem praticado, não sem também invocar particularmente o duplo sentido do “Ele é ou ele está...”  (com todos, evidentemente ).
            O importante é que, no momento exato, gritemos de alegria sempre que pudermos estar reunidos em Templo e rendermos graças por estarmos juntos mais uma vez.
Huzzé, Huzzé, Huzzé!
Autor: Irm João Alves de Oliveira Filho - MM
ARLS Paz e Progresso – GOBMG – REAA
Telefone: ( 33 ) 8816 - 6062
Gov. Valadares  - MG
13 de agosto de 2012

domingo, 30 de março de 2014

São Tomás de Aquino

 
“Dê-me, Senhor, acerto ao começar, direção ao progredir e perfeição ao concluir".
” São Tomás de Aquino" (1225 - 1274)

sexta-feira, 28 de março de 2014

P E R IG O S O Q U IT T E - P L A C E T


 
P E R IG O S O  Q U IT T E - P L A C E T

O tema é polemico e merece ser estudado com seriedade pelos Irmãos. Frequentemente, confundimos benevolência com negligência. O instrumento do Quitte-Placet é um direito e até mesmo uma benesse que o IRMÃO pode requerer. Seja por motivo de trabalho, mudança, ou até mesmo por não querer fazer mais parte da Loja ou da Maçonaria. Existem milhares de motivos.
Mas compreendam que a proposição do quitte-placet deve vir do Irmão. Trata-se de uma escolha pessoal. Estando ele em dia com suas obrigações para com a Loja, basta apenas uma comunicação feita à direção da Loja. O problema se apresenta com os “Irmãos Terríveis”, aqueles que trazem desarmonia, criam discórdia, não trabalham e dão trabalho.
Muitas vezes, por falta de pulso e seriedade de toda a Loja, os Irmãos o “convencem” a pedir o Quitte-Placet, pois será o caminho mais fácil ou considerado o melhor caminho. Melhor caminho para quem? Para a Loja que se viu “livre” do nome do Irmão em seu Livro de Obreiros, mas que constantemente gravará seu ne varietur no Livro de Visitantes? Desta forma, ele continuará a falar despropósitos em Loja e sua presença será motivos para a ausência dos bons obreiros. Se este Irmão não serve para trabalhar com os Irmãos da Loja “X”, por quê servirá para a Loja “Y”?
Quando o problema está na Loja, o Irmão que não se sente bem ou não pactua com alguma situação, naturalmente se afasta, procurando outra Loja. Assistimos também a desenrolares desarmoniosos em nível de Potências e Lojas co-irmãs. Uma Loja dá o Quitte para o Irmão e este procura na sua cidade outra Loja que o acolhe, (pois ele esta devidamente regular), acaba por criar ressentimentos na Loja Mãe. Sejamos objetivos: Se o Irmão não tem valor para sua Loja, não terá também para as outras.

Se identificarmos o Irmão como um “Profano de Avental” é hora de o colocarmos para fora da Sublime Ordem. Comportamentos dentro ou fora do Templo que não coadunam com a moral e éticas maçônicas, devem ser punidos com exclusão ou expulsão. Todas as Potências/Obediências tem em suas leis os instrumentos legítimos e adequados para esse essencial procedimento de “assepsia”.
Não cabe aqui falsa tolerância e benevolência da fraternidade. A pessoa expulsa pode continuar a ser seu parceiro de truco, companheiro de pescaria, amigo de buteco, mas não poderá ser um Maçom, pois suas atitudes negativas podem resvalar em todos nós.
A sociedade que assiste de fora ou que sofre com o comportamento inadequado, desonesto, ignorante deste profano de avental, desconhece o que seja uma Loja ou Potência. Para a sociedade profana, a Maçonaria é uma coisa só. Portanto, quando admitimos que um ou outro Irmão continue com comportamentos inadequados para a Sublime Ordem, estamos colocando sobre nós mesmos o olhar desconfiado, critico das pessoas de fora da Maçonaria e muitas vezes trazemos para nós, o irado crivo da sociedade profana. Vamos deixar de lado a negligencia e atuarmos como corpo único. O que não serve para mim não vai servir para meu Irmão.
 Estudemos a Constituição da Potência/Obediência, o Regulamento Geral e os Códigos de Delitos e de Processo Penal Maçônico. Não podemos deixar brechas para permitir a entrada e a presença de pessoas de mau caráter na Maçonaria.

TFA

Ir.'.Sérgio Quirino Guimarães

Delegado Geral do Grão-Mestre – G.'.L.'.M.'.M.'.G.'.

Fonte: Jornal do Aprendiz, Página 11, Março 2014.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Amor na Prática


 

Amor na Prática


Na prática, o amor dá sempre certo.



É como a boa semente. Plantou, vingou, produziu fruto.

A energia do amor está plantada por Deus dentro de você. Tem todas as condições para germinar.

Empregada corretamente, nunca falha.



Experimente. Ame. Plante o bem.



A lei de Deus opera infalivelmente.



Agir de acordo com a lei de Deus é encontrar o caminho da libertação e da paz.

Lourival Lopes

segunda-feira, 24 de março de 2014

A Nação precisa da Maçonaria


Charles Evaldo Boller
 
A Nação precisa da Maçonaria

Ir. Charles Evaldo Boller

Curitiba

21/03/2014

No Brasil os políticos temem aos evangélicos: estes ainda mantêm rígidos princípios de moral e agem politicamente através de líderes forjados em seus templos. Infelizmente são fundamentalistas que hostilizam a Maçonaria por razões de crença dogmática. Seria ótimo alinhar esforços com eles: lamentável que sejam ideologicamente inconciliáveis devido à filosofia maçônica libertária e não dogmática.

Os políticos brasileiros não temem à Maçonaria brasileira, nem à Igreja Católica Apostólica Romana, nem aos formadores da juventude nas escolas, nem a outras escolas de moral, porque estas instituições estão dominadas pelo pensamento de Gramsci. A sociedade brasileira caiu diante do pensamento, da ideologia comunista. Excetuando aos maçons ativistas do comunismo, cabeças-de-ponte presentes em nossos templos para desunir e conquistar de dentro para fora, a Maçonaria é formada por pessoas da sociedade suscetíveis de dominação pelo pensamento do exterior aos templos. O maçom deve preparar-se para combater pensamento com pensamento, e isso só se faz dentro dos templos.

Não se veem pessoas identificadas externamente como evangélicos nas ruas portando bandeiras ou desafiando publicamente ao poder instalado. Atuam sim! Conspiram nos corredores do poder para equilibrar a balança desta ideologia comunista que fere de morte à família e por esta a sociedade. Desenha-se ditadura sanguinária que transforma lentamente o Brasil em país medíocre e falido como a Venezuela. Os evangélicos são bem sucedidos nesta oposição! O princípio ocorre em seus templos, dedicando tempo e raciocínio ao desenvolvimento de pensadores e líderes.

O Brasil é desmontado pedra por pedra, valor por valor, princípio por princípio, família por família, até sobrarem apenas homens ocos e escravos úteis.

O Brasil é invadido pelos cubanos que aportam disfarçados em ações ditas humanitárias como a dos médicos: estes, e outros que virão em breve, comandarão o Brasil como há pouco tempo aconteceu com a Venezuela, onde Fidel construiu o fantoche Hugo Cháves, usado para conquista democrática de um país que foi dos economicamente mais poderosos da América do Sul.

Enquanto isso, quais são as marionetes verde-amarelas? É fácil: basta pensar.

A China quebra nossa economia.

Em Cuba o Brasil constrói: porto, e outros...

Os comunistas do Brasil no poder perdoam dívidas bilionárias de outros países.

Nos bastidores a política internacional brasileira alinha-se com a Rússia.

Serve-se "pão e circo": queimam-se fortunas na construção de estádios de futebol...

Compram-se petrolíferas falidas.

Maquiavelicamente divide-se a sociedade para conquistar. Prática comum do poder para conquistar poder: o brasileiro nunca foi racista: hoje é!

Enquanto isso não se tem: escola, judiciário, hospital, polícia,...

Sim! A nação implora que os maçons se alinhem!

Não nas ruas, mas nos templos!

Massas são manipuláveis: o homem que pensa não! Mesmo que seja um pouco tarde para isso, urge desenvolver pensadores! É para isso que existe a Maçonaria: desenvolver o homem que pensa. O templo é a representação do homem símbolo que cuida de transformar-se em pensador livre. O lugar político do maçom é, numa primeira instância, a Loja: similar ao que fazem os evangélicos em seus templos. É na Loja que o maçom se ilumina, aprende a andar com as forças das próprias pernas, torna-se líder e desenvolve a capacidade de tornar-se livre para pensar — e pensa! Basta investir e persistir! Em teoria o maçom deveria ter mais chances que os evangélicos em virtude à liberdade na prática da filosofia político-social da Maçonaria Universal. Infelizmente, não é assim! Nos falta desenvolver em nossos templos maçônicos o homem símbolo que pensa.

Citando Rizzardo da Camino, (1966):

O Arquiteto está dentro da Loja.

O Universo está dentro da Loja.

O infinito e o incognoscível estão dentro da Loja.

O homem adquire vida dentro da Loja.

Uma Loja maçônica não está situada em determinada rua e número, cidade e país: ela está onde se encontra o homem.

A Loja está dentro do Homem Símbolo.

A Loja é o Homem Símbolo!

O homem é o templo do Arquiteto!

Para tornar-se Templo do Arquiteto há necessidade do aporte do Homem Símbolo que é moral, muda-se, transforma-se, e aprende a pensar.

Pensem: vocês acham que os políticos comunistas brasileiros têm receio de manifestos maçônicos? Somos poucos, insignificantes em número. Mesmo que seja instrumento escrito por pessoas que pensam, quantos manifestos maçônicos já foram emitidos e publicados? Lembra-se deles? Manifestos são escritos, lidos e depois destruídos, engavetados, arquivados, mofados, esquecidos. Os que estão destruindo e entregando o Brasil têm medo sim: do homem brasileiro que pensa. Pensa e vota. Pensa e convence outros a votarem. Pensa e faz outros pensarem, portanto, libertarem-se. Pensamento é processo do ser racional vivo: não pode ser arquivado, mofado, esquecido. É no pensamento que somos absolutamente livres! O homem que pensa é imbatível, arrecada votos e pela multiplicação de pensamentos em meio da sociedade é capaz de virar o jogo, independente de sistema político.

Sabemos disso! Os maçons sempre fizeram assim! A luta sempre foi pela articulação pelo pensamento! Em todas as vezes que se obteve sucesso e se interferiu na história política, a arma mais eficaz utilizada foi o pensamento na articulação política. Homens brutos desafiam de peito aberto, homens inteligentes desafiam de cabeça aberta ao poder instalado, seja este qual for! O homem que pensa e a consequente articulação no meio social convencem outras pessoas a fazerem o mesmo e não derrama sangue: é letal contra o mal.

Vejam como agem os politicamente temidos evangélicos!

Os maçons brasileiros já foram assim!

T.F.A.

Charles Evaldo Boller

21/03/2014 08:03.

Fonte:  – Opinião JB News – Informativo nr. 1.298 Florianópolis (SC) – sábado, 22 de março de 2014.

domingo, 23 de março de 2014

Foi Deus, foi Deus, Foi Deus


 
Foi Deus, foi Deus, Foi Deus

 
Quem foi que fez?

 
João de Deus Limeira
 

Quem foi que fez o sol tão vivificador?
E sua luz resplandecente cheia de fulgor?
Os trilhões de estrelas que cintilam nos céus?
E as nuvens vaporosas como densos véus?
A mecânica celeste, o arcano profundo da eterna ciência que equilibra os mundos?
Os microorganismos em desenvolvimento
e os orbes gigantescos em deferecimento?
O átomo e a nebulosa, a ameba e o Serafim,
e as origens das coisas que nunca terão fim?
A virtude impoluta que não se modifica,
e a possante energia que a tudo vivifica?
Quem foi que fez o vento, a chuva, o raio e o
trovão?
A primavera, o outono e também o verão?
O perfume das flores, o som, a luz, o ar?
Os campos, as florestas, a terra, o céu e o mar?
Quem foi que fez o infravermelho e o ultravioleta?
E fez da lagarta surgir uma bela borboleta?
O esperto gafanhoto e o formoso rouxinol?
Surgindo a alvorada, os clarões da luz do sol?
Quem foi que fez as feras bravas, os ternos
passarinhos, a asa dos insetos e a beleza de um ninho?
Deu agilidade incrível à pulga saltitante,
e fez o passo lerdo e tardo do elefante?
Quem foi que fez o colibri com linda sutileza,
sugando o mel das flores com tal delicadeza?
O tatu escavando a cova em que se abriga,
e a faina inesgotável da minúscula formiga?
O inquieto macaco, o fogoso corcel, e a abelha trabalhando na construção do mel?
Quem foi que fez a ostra, o golfinho, o tubarão, a baleia?
E a engenhosa aranha tecendo a sua teia?
E o instinto de conservação, como bússola infalível de orientação, guiando com acertos os irracionais, sem nunca transgredir as regras naturais?
As maravilhas do reino mineral, o leito onde repousa o reino vegetal, os prodígios da animalidade, e um elo mais acima, a nossa humanidade?
E tantos outros reinos que nós desconhecemos, sistema de mundos que nem nos apercebemos?
Os gênios tutelares arqui-angelicais, imersos nos segredos dos planos siderais?

Que maravilha é esta que eu não posso descrever, com todo dramatismo que eu pudesse ter?
Artista inimitável, sublime e ilimitável.
Me ponho de joelhos e contemplo abismado.
E pergunto a mim mesma com estupefação.
Quem criou isso com tanta perfeição até o perdão?
Quem dá sem pedir nada, e paga sem dever nada?
E a tudo movimenta sem nunca se mover?
Formando e transformando.
Criando e dirigindo.
Governando e agindo.
Quem tem tamanho poder?
Pergunto a outras vozes.
Quem que podeis dizer?
Eu vos peço queridos irmãos, amigos meus.
E as vozes me respondem:
Foi Deus
Foi Deus
Foi Deus.

sábado, 22 de março de 2014

Conversa com Jesus


 
Conversa com Jesus

 

Senhor! Não lastimamos tanto
Contemplar no caminho a
penúria sem nome,
Porque sa
bemos que socorrerás
Os famintos
de pão e os sedentos de paz;
Dói encontrar na vida
Os que fazem a fome.

Ante aqueles que choram
Não lamentamos tanto,
Já que estendes o braço
Aos que gemem de
angústia e cansaço;
Deploramos achar nas multidões do mundo
Os que abrem na Terra as comportas do pranto.

Não lastimamos tanto os que se esfalfam
Carregando a aflição de
rrea cruz,
De vez que nós sa
bemos quanto assistes
Os humildes e os tristes;
Lastimamos os cérebros que brilham
E sonegam a luz.

Não deploramos tanto os que suportam
Sarcasmo e solidão na carência de
amor,
Porquanto tens as mãos, hora por hora,
No consolo e no apoio a todo ser que chora;
Lamentamos fitar os amigos felizes
Que alimentam a
dor.

É por isso, Jesus, que nós te suplicamos:
Não nos deixes seguir-te o passo em vão,
Que o
prazer do conforto não nos vença,
Livra-nos de tombar no pó da indiferença...
Inda que a
provação nos seja amparo e guia,
Toma e guarda em serviço o nosso coração
.

 
Maria Dolores

quinta-feira, 20 de março de 2014

A LETRA “G” NA MAÇONARIA


 


A LETRA “G” NA MAÇONARIA

“Alguns autores maçônicos são unânimes em afirmar que a letra G é, sem contestação, um enigma maçônico, que sucintas interpretações e comentários alguns fantasiosos, porém constitui um verdadeiro mistério que nem os mais cultos e sábios Maçons conseguem decifrá-lo”.




A letra G, é a sétima letra do nosso alfabeto, estudos concluem que pode ter vários significados:


Gravitação: É a força primordial que rege o movimento e o equilíbrio da matéria.



Geometria ou a Quinta Ciência: É fundamento da ciência positiva, simbolizando a ciência dos cálculos, aplicada à extensão, à divisão de terras, de onde surge à noção da parte que nelas a nós compete, na grande partilha da humanidade e dos direitos da terra cultivada.



Geração: É a vida perpetuando a série dos seres. Força Criadora que se acha no centro de todo ser e de todas as coisas.



Gênio: É a inteligência humana a brilhar com seu mais vivo fulgor.

Gnose: É o mais amplo conhecimento moral, o impulso que leva o homem a aprender sempre mais, que é o principal fator do progresso.

Glória: a Deus.



Grandeza: O homem, a maior e mais perfeita Obra da Criação.

Gomel: Uma palavra hebraica entende-se, os deveres do homem para com Deus e os seus semelhantes.



No centro da estrela flamejante, também conhecida como pentagrama, vê-se a letra G. É indiscutível que a melhor significação é Gnose, ou seja, CONHECIMENTO.



O caráter homonial da estrela flamejante é a luz das fontes pitagóricas e das referências gregas e romanas, portanto é impossível negar ao símbolo o seu significado mágico, eis que Pitágoras se dedicava à magia.



Na segunda metade do século V de Roma que se inventou a letra “G” que, visivelmente, é uma simples modificação do “C”,que no latim , encontramos indiferentemente as formas como Caius ou Gaius, Cnoeus ou Gnoeus, uma com o mesmo valor fonético da outra.


G é a primeira letra do nome de Deus em países anglo-saxões como: Gott, na Alemanha; God, na Inglaterra e Holanda; Gud, nos países escandinavos e Gad na Síria e na Pérsia era Goda. Alguns autores parecem não ter percebido que todos os nomes Gott, God, Gud, Geração, Gravitação, Geometria, Gênio, Glória, Grandeza, etc.., começam realmente por G, na língua empregada por eles, porém traduzem-se por nomes que não se iniciam pela letra G em muitos outros idiomas.


Os gnósticos (conhecedores ou clarividentes) possuidores da Gnose ou verdadeira ciência têm a mesma inicial.



Gnosticismo é um sistema de filosofia religiosa cujos adeptos supunham possuir os conhecimentos completos, absolutos, transcendentes, da natureza e atributos de Deus.



Wirth é de opinião que o significado da letra G vem das palavras GLÓRIA, GRANDEZA e GEOMETRIA, assim seria: Glória, para Deus; Grandeza, para o Venerável e Geometria para outros irmãos.


Em certos rituais, aparecem cinco significados diferentes da Letra G: Gravitação, Geometria, Geração, Gênio e Gnose.



A esta altura é necessário fazer a indagação: por que se contentar com esses cinco nomes, quando existem tantas palavras que começam pela letra G?




Portanto a discussão em torno da letra G é um grande mistério a ser desvendado.



BIBLIOGRAFIA:
- A Simbólica Maçônica – Jules Boucher – Ed. Pensamento
- O Livro do Companheiro - Oswald Wirth

 Fonte: BLOG cidade maçonica http://img2.blogblog.com/img/icon18_edit_allbkg.gif

quarta-feira, 19 de março de 2014

Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios Cap.13

São Paulo
 
Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios Cap.13
 
Se eu falasse todas as línguas, as dos homens e as dos anjos, mas não tivesse amor, seria como um bronze que soa ou um címbalo que retine.
 
O amor é paciente, é benfazejo; não é invejoso, não é presunçoso nem se incha de orgulho; não faz nada de vergonhoso, não é interesseiro, não se encoleriza, não se alegra com a injustiça, mas fica alegre com a verdade. Ele desculpa tudo, crê tudo, espera tudo, suporta tudo.
 
O amor jamais acabará. As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência desaparecerá.
 
Com efeito, o nosso conhecimento é limitado, como também é limitado nosso profetizar. Mas quando vier o que é perfeito, desaparecerá o que é imperfeito.
 
Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Quando me tornei adulto, rejeitei o que era próprio de criança. Agora nós vemos num espelho, confusamente, mas, então veremos face a face. Agora, conheço apenas em parte, mas, então, conhecerei completamente, como sou conhecido.
 
Atualmente permanecem estas três: a fé, a esperança, o amor. Mas a maior delas é o amor.
 
 
 

 
 

segunda-feira, 17 de março de 2014

Carta Íntima


Auta de Souza

 

Carta Íntima


Escuta, meu Irmão! Pelo caminho
Da miséria terrestre, há muitas dores;
Muito fel, muita sombra, muito espinho,
Entre falsos prazeres tentadores.

Há feridas que sangram... Há pavores
De órfãos sem lar, sem pão e sem carinho;
Confortemos os pobres sofredores,
Almas saudosas do Celeste Ninho!

Jesus há de sorrir com o teu sorriso,
Quando faças no mundo o bem preciso,
Pelo que sofres em desesperação.

Todo o bem que plantares nessa vida,
Há de esperar tua alma redimida
Nos caminhos de luz e redenção!

Autora: Auta de Souza, poetisa nascida em Macaíba (RN).

domingo, 16 de março de 2014

A filosofia do Islã


Alcorão ou Corão (em árabe: القرآن, transl. al-Qurʾān, lit. "a recitação") é o livro sagrado do Islã.



 
Alcorão ou Corão
(em árabe: القرآن, transl. al-Qurʾān, lit. "a recitação")
é o livro sagrado do Islã.

2. A filosofia do Islã

A doutrina Islã possui três princípios, ou artigos de fé, indissociáveis:

• o credo: trata-se de uma revelação divina e de uma religião monoteísta;

• os deveres religiosos: estão resumidos em cinco, sendo considerados os pilares da revelação;

• as relações pessoais: são princípios éticos e políticos ensinados pelo islamismo.

2.1 - O credo Islã

Sempre se julga mal uma religião quando se toma como ponto de partida exclusivo suas crenças pessoais, porque então é difícil justificar-se um sentimento de parcialidade na apreciação dos princípios. [...] Se nos reportarmos ao meio onde ela surgiu, aí encontramos quase sempre, se não uma justificativa completa, ao menos uma razão de ser. É necessário, sobretudo, penetrar-se no pensamento inicial do fundador e dos motivos que o guiaram. Longe de nós a intenção de absolver Maomé de todas as suas faltas, nem sua religião de todos os erros que chocam o mais vulgar bom-senso. Mas a bem da verdade, devemos dizer que também seria pouco lógico julgar essa religião conforme o que dela faz o fanatismo, como o seria julgar o Cristianismo segundo a maneira por que alguns cristãos o praticam. É bem certo que, se os mulçumanos seguissem em espírito o Alcorão, que o Profeta lhes deu por guia, seriam, sob muitos aspectos, completamente diferentes do que são. 2  Para apreciar a obra de Maomé é preciso remontar à sua fonte, conhecer o homem e o povo ao qual ele se havia dado a missão de regenerar, e só então se compreende que, para o meio onde ele vivia, seu código religioso era um progresso real. 3

A revelação divina, base da crença islâmica, está resumida no seguinte artigo de fé: Não há um Deus senão Alá, e Maomé é seu Profeta. Esta coluna mestra da religião islâmica é a unicidade de Allah, chamada de Tauhid. A crença na unicidade de Deus é entendida sob três enfoques: a) unicidade do Criador ou Arububia. Significa que Alá criou e mantém o universo, coisas e seres, pois Ele é o Senhor de tudo e de todos; b) unicidade da divindade ou Tahid al uluhia. Expressa que Alá é o Único que devemos adorar e somente a Ele devemos dirigir nossas súplicas, dispensando intermediários entre Ele e os homens; c) unicidade dos nomes e atributos de Alá ou Tauhid al assmá ua sifát. Esclarece que a Alá pertencem todos os nomes e atributos da perfeição, razão suficiente para nos submetermos totalmente a Ele, pois é “Allah, o Único!

O Absoluto! Jamais gerou ou foi gerado. E nada é comparável a Ele’’ (Alcorão, surata 112). 21

O credo em Deus único produz, como conseqüência, a crença na existência de anjos que, nos livros sagrados do Islamismo, são entendidos como mensageiros divinos que executam as determinações de Alá. Esses mensageiros são feitos de luz, possuem mãos, pés e asas. Incansáveis, jamais agridem; possuem poderes sobrenaturais, são extremamente virtuosos, têm várias ocupações e podem assumir a forma humana. 22

Quando revestidos de corpo físico, os mensageiros divinos se revelam como pessoas especiais, portadoras de uma missão divina, apesar de possuírem corpos de carne e ossos, de sentirem o que nós sentimos, de adoecerem e morrerem, como qualquer um de nós. 23

O credo islâmico aceita e venera alguns livros, considerados sagrados, porque foram revelados por Alá, por meio dos mensageiros que assumiram a forma física. Os principais livros sagrados são: Torah, de Moisés; Salmos, de Davi; Evangelho, de Jesus e Alcorão, o último dos livros santos, o qual permanece inalterado. Abraão, Moisés, Jesus e Maomé são mensageiros divinos, entre os vinte e cinco citados no Corão. 23

A crença no Dia do Juízo Final é outro artigo de fé islâmica. Acredita-se que, após a morte, seremos ressuscitados, e, nesse dia, todos os nossos atos serão julgados por Alá. A justiça, então, será feita e quem tiver seguido o caminho revelado por Alá, terá o paraíso como morada eterna. As pessoas que preferiram atender os desejos inferiores e os caprichos terão o inferno como morada na eternidade. Os mortos aguardam, dormindo, o dia do julgamento.

A crença na predestinação, outro artigo de fé, significa ter convicção que Alá é o Senhor e que Ele colocou tudo no seu devido lugar, criando a felicidade e o sofrimento. Dessa forma, o tempo da vida de cada um está nas mãos de Alá. O homem possui livre-arbítrio, mas não pode sair do círculo permitido por Ele; deve esforçar-se para conseguir de maneira lícita o que deseja para mudar uma situação, não devendo acomodar-se e nem culpar o destino pela sorte ou azar. 24

O céu e o inferno estão descritos com detalhes no Corão, e dão margem a diferentes tipos de interpretação muçulmana. 11

Uma das críticas mais severas do Islamismo contra o Cristianismo é que, por este centralizar a palavra de Deus em Jesus (“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós’’ – João 1:14), a religião cristã teria produzido uma ruptura na essência do monoteísmo. Tal fato não aconteceu com o Islamismo, já que o Corão é, literalmente, a palavra de Deus. Na verdade, são equívocos de interpretação, pois, se no Cristianismo a palavra de Deus está centralizada numa pessoa (Jesus), no Islamismo está num livro (Alcorão). Sendo assim, os muçulmanos não consideram correto comparar Jesus com Maomé e a Bíblia com o Corão. Aceitam que há um paralelo entre o Evangelho e o Corão, porque ambos são de origem divina, revelados por mensageiros de Alá.

Consideram a Bíblia, como um todo, mais como um texto histórico, ao passo que o Corão é “incriado e existe de sempre’’.

É ofensivo chamar os seguidores do Islã de maometanos. Eles se dizem muçulmanos, ou seguidores do Islã, uma vez que Maomé foi apenas um profeta (o maior deles), não criou uma religião, mas revelou a religião verdadeira. 12

2.2 - Os deveres religiosos

São práticas, resumidas em cinco pilares que se complementam e devem ser aceitas integralmente pelo mulçumano. Significa dizer que aquele que nega parcial ou totalmente um pilar, não é considerado muçulmano. 21 Tais práticas podem ser assim resumidas:

Credo ou Shahada: também chamado de testemunho, está resumido na expressão: “Não há Deus senão Alá e Maomé é seu Profeta’’. Este testemunho deve ser repetido pelos fiéis, várias vezes durante o dia, e também deve ser proclamado do alto dos minaretes na hora de cada oração. Este ato de fé encontra-se registrado nas paredes das mesquitas. O Shahada é porta de entrada para o Islam, considerado a chave do paraíso. 25 É o primeiro testemunho que deve ser sussurrado aos ouvidos do recém-nascido e o último que o moribundo ouve. 13 A crença islâmica é clara, simples, indo ao encontro do filtra (conhecimento inato do ser humano).

Não aceita acréscimos nem que se retire algo dela. 21

Oração ou Salat: representa a comunicação direta dos homens com Alá, sem intermediários. A oração é proferida por meio de um ritual que envolve movimentos, recitações do Corão e louvores a Alá. Para o muçulmano, quando ele se posiciona para orar e diz Allahu Akbar (Alá é o Maior) ele sai, então, da esfera mundana para o plano superior. 26

As orações são pronunciadas cinco vezes ao dia. Antes de cada oração, propriamente dita, ouve-se o chamado vindo dos minaretes, dando tempo ao crente para, ritualmente, se tornar limpo. Os muçulmanos acreditam que as atividades biológicas tornam as pessoas naturalmente impuras. A purificação consiste em lavar o corpo inteiro em água corrente. Às vezes é permitido lavar apenas o rosto e as mãos. É comum a existência de casas de banhos próximas às mesquitas.

A maioria das orações islâmicas são fórmulas fixas, embora haja também a oração espontânea, na qual o fiel diz a Deus algo pessoal. As preces são acompanhadas de gestos específicos. Os gestos têm mais valor do que as palavras. As cinco orações diárias podem ser ditas em qualquer lugar, desde que a pessoa se ajoelhe e ore voltada para Meca.

É recomendável que o fiel faça uma das preces diárias na mesquita, ou que aí ore, pelo menos, uma vez por semana. É especialmente relevante a oração de sexta-feira, ao meio-dia, porque nesta prática religiosa está incluído um sermão.

Os que comparecem às mesquitas devem estar respeitosamente vestidos, tirar os sapatos antes de entrar e acompanhar os gestos de quem dirige as orações, de forma ordenada e disciplinada. O líder das orações posiciona-se à frente do grupo, direcionado para Meca, de costas para a congregação. Somente os homens oram no salão principal da mesquita, reservando-se as galerias para as mulheres, as quais podem, também, ficar escondidas atrás de uma cortina, existente no fundo do templo. Qualquer homem adulto muçulmano pode ser um imã, ou dirigente das preces. 14

Caridade ou Zakat: trata-se de uma taxa, ou imposto formal, obrigatório, fixado em 2,5%, sobre a riqueza e a propriedade do muçulmano, 16 que este deve doar à mesquita.

O Jejum ou Siám: é o quarto dever islâmico. O Corão proíbe aos muçulmanos de comerem carne de porco, de cachorro, raposa, asno — alimentos de uso comum em certa culturas orientais —, por considerarem estes animais impuros. Proíbe também a ingestão de sangue sob qualquer forma. Assim, o abate de animais utilizados na alimentação segue normas ritualísticas, para que não sobre qualquer resíduo de sangue. O vinho e outras bebidas alcoólicas são também proibidas. 9

No nono mês do ano muçulmano — o Ramadã —, mês sagrado do jejum, há um dia de jejum especial. Entre o nascer e o pôr-do-sol desse dia é proibido desenvolver qualquer tipo de atividade. Após o poente, o jejum é suspenso com boa comida e bebida em todas as residências. Em geral, é costume os homens ficarem na mesquita durante a noite especial do Ramadan, ouvindo o Corão, alimentando-se e bebendo festivamente. O Ramadan foi o mês em que Maomé teve a sua primeira revelação. O jejum simboliza o retiro que todo muçulmano deveria fazer, como Maomé fez. 17

Peregrinação a Meca ou Hajj: é o quinto dever religioso. Cabe a todo muçulmano adulto, que tenha condições, realizar peregrinação a Meca, pelo menos uma vez na vida. Para os muçulmanos, Meca e Caaba são o centro do mundo. Não só os fiéis se voltam para Meca quando oram: também as mesquitas são construídas com o eixo mais longo apontando para lá. Os mortos igualmente são enterrados voltados para Meca. Esta cidade é visitada anualmente por cerca de 1,5 milhão de peregrinos, metade dos quais vem de fora da Arábia. A grande mesquita foi reconstruída para receber, atualmente, 600 mil peregrinos. Somente as pessoas que conseguem provar que são muçulmanas entram na cidade santa.

Em Meca, o primeiro rito é caminhar em torno da Caaba sete vezes. Nessa ocasião muitos peregrinos tentam beijar a pedra negra. Outro rito importante acontece entre o meio-dia e o pôr-do-sol, quando os peregrinos se postam no monte Arafat, sem permissão de proteger a cabeça do sol intenso, renovando, assim, o seu pacto com Deus. Segundo a tradição, foi no monte Arafat que Adão e Eva se encontraram de novo, depois de expulsos do jardim do Éden. O ponto máximo dos rituais são os sacrifícios. Em geral, os peregrinos matam um animal (carneiro, boi, bode, camelo) com o propósito de lembrar como Abraão foi obediente a Deus, quando se dispôs a sacrificar seu próprio filho. 18

2.3 - As relações pessoais

São normas relativas à convivência social, ética e política. Tradicionalmente, não há no Islã distinção entre religião e política, entre fé e moral. Todas as obrigações religiosas, morais e sociais estão estabelecidas na sagrada lei muçulmana, a xariá. Trata-se de um conjunto de leis que se fundamentam no Corão, e também no Suna e no haddif. No Corão há instruções fixas e rígidas sobre o governo, a política, a sociedade, a economia, o casamento, a moral, o status da mulher etc.

Se o Corão não fornecer instruções precisas sobre assuntos específicos, os muçulmanos as pesquisam no Suna (muito usado pelos sunitas, uma das divisões islâmicas). Suna são relatos de ações, palavras e reflexões definidas por Maomé e pelos califas. A outra fonte legalista de consulta é o haddit, coletâneas que tratam da vida e das pregações de Maomé.

Essas fontes, inclusive o Corão, se reportam a uma vida em sociedade que não mais existe, surgindo, pois, a necessidade de se fazer adaptações no presente. As adaptações seguem dois princípios: o da similaridade, ou analogia, e o do consenso. O princípio da similaridade ou analogia, procura solucionar um problema atua, a partir de um exemplo análogo existente no Corão ou nas demais fontes. O princípio do consenso parte da afirmação de Maomé de que os fiéis nunca podem concordar, coletivamente, sobre algo errado. Assim, as decisões estabelecidas pelos fiéis, em assembléias específicas, são automaticamente aceitas pelos líderes religiosos (especialistas legais).

Por exemplo: certa ocasião alguns líderes religiosos quiseram proibir a ingestão do café, proibição que foi totalmente rejeitada pelos fiéis numa assembléia convocada para resolver esse assunto (solução foi dada pelo princípio da similaridade).

Uma das subdivisões do movimento Islã, os xiitas, aceitam, além dessa três fontes citadas (Corão, Suna e Haddit), a interpretação dos imans. Já os sunitas não aceitam qualquer interpretação islâmica ocorrida após Maomé.

O Corão não questiona o direito à propriedade privada, mas impõe certas limitações ao acúmulo de riquezas e bens, porque “sendo a riqueza uma tentação, afasta os homens de Deus’’.

As mulheres representam um capítulo à parte nas relações pessoais. Na verdade, no Corão há duas afirmações que se contradizem: a da sura 4:31 e a da sura 2:228, respectivamente expressas assim: “os homens têm autoridade sobre as mulheres, porque Deus os fez superiores a elas’’; “as mulheres devem, por justiça, ter direitos semelhantes àqueles exercidos contra elas’’. Esta última citação dificilmente é utilizada.

É notória a diferença de tratamento que é dado aos homens daquele que as mulheres recebem, sobretudo dentro do casamento. A poligamia é permitida na maioria dos estados muçulmanos, não existindo na Turquia nem na Tunísia. O divórcio é possível, desde que iniciado pelo homem, mas, em geral, é dificultado, pois, segundo Maomé “é a atividade legal menos preferida por Deus’’. Devemos lembrar que o índice de divórcio nos países árabes é o mais alto do mundo.

A circuncisão é obrigatória. A mutilação sexual das mulheres não encontra qualquer referência no Corão. No entanto, é praticada em algums países muçulmanos, notadamente nos do norte da África. A tradição de usar o véu, ou chador, não encontra apoio no Corão, foi uma tradição iniciada pelas mulheres pertencentes a famílias ricas. Entretanto, o Corão orienta os maridos no sentido surrarem as esposas: “Quanto àquelas de quem temes desobediências, deves admoestá-las, enviá-las a uma cama separada e bater nelas.’’ 19 (sura 4)

 

2. KARDEC, Allan. Revista espírita. Jornal de estudos psicológicos. Ano 1866. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Poesias traduzidas por Inaldo Lacerda Lima. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Ano 9, agosto de 1866, n.º 8, Item: Maomé e o Islamismo, p. 304-305.

3. KARDEC, Allan. Revista espírita. Jornal de estudos psicológicos. Ano 1866. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Poesias traduzidas por Inaldo Lacerda Lima. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Ano 9, agosto de 1866, n.º 8, Item: Maomé e o Islamismo, p. 305.

 

21. ______. Cap. 2. (A crença islâmica) , p. 5.

21. ______. (O Tauhid), p. 5-6.

22. ______. (A crença nos anjos), p. 6.

23. ______. (A crença nos livros. A crença nos mensageiros), p. 6-8.

24. ______. (A crença no juízo final), p. 8-9.

11. HELLEN, V., NOTAKER, H. E GAARDER, J. O livro das religiões. Tra-

dução de Isa Mara Lando. São Paulo: Companhia das Letras, 2000, item:

o credo: p.123-124.

12. ______. p. 125-126.

21. MUNZER, Armed Isbelle. Descobrindo o Islam. Rio de Janeiro: Azaan, 2002.

Cap. 2 (A crença islâmica) , p. 5.

21. ______. (O Tauhid), p. 5-6

25. ______. Cap. 3 (As obrigações do Islam), p. 13.

19. HELLEN, V., NOTAKER, H. E GAARDER, J. O livro das religiões. Tradução de Isa Mara Lando. São Paulo: Companhia das Letras, 2000, item: relações humanas – ética e política, p. 130-134.