domingo, 31 de outubro de 2010

ORAÇÃO DE AGRADECIMENTO

Sebastião (Foto acima) ora por todas as pessoas.


ORAÇÃO DE AGRADECIMENTO

Agradecemos-te Senhor. Pela glória de viver.
Pela honra de amar!
Muito obrigada Senhor, pelo que me deste, pelo que me dás!
Muito obrigada pelo pão, pelo ar, pela paz!
Muito obrigada pela beleza que meus olhos vêem no altar da natureza!
Olhos que fitam o ar, a terra e o mar. Que acompanha a ave fagueira que corre ligeira pelo céu de anil e se detém na terra verde salpicada de flores em tonalidades mil!
Muito obrigada Senhor, porque eu posso ver o meu amor! Diante de minha visão, pelos cegos, formulo uma oração: Eu sei que depois dessa lida, na outra vida, eles também enxergarão!
Obrigada pelos ouvidos meus que me foram dados por Deus. Ouvidos que ouvem o tamborilar da chuva no telheiro, a melodia do vento nos ramos do salgueiro, as lágrimas que choram os olhos do mundo inteiro. Diante de minha capacidade de ouvir pelos surdos, eu te quero pedir, eu sei que depois desta dor, no teu reino de amor, eles também ouvirão!
Muito obrigada Senhor, pela minha voz! Mas também pela voz que canta, que ensina que alfabetiza. Que canta uma canção e teu nome profere com sentida emoção! Diante da minha melodia quero te rogar, pelos que sofrem de afazia, pelos que não cantam de noite e não falam de dia.
Eu sei que depois desta dor, no teu reino de amor, eles também cantarão!
Muito obrigada Senhor, pelas minhas mãos! Mas também pelas mãos que oram, que semeiam, que agasalham. Mãos de amor, mãos de caridade, de solidariedade. Mãos que apertam mãos. Mãos de poesia, de cirurgia, de sinfonia, de psicografias... Mãos que acalentam a velhice, a dor e o desamor! Mãos que acolhem ao seio do corpo, um filho alheio, sem receio...
Pelos meus pés, que me levam a andar sem reclamar. Muito obrigada Senhor, porque posso bailar!
Olho para a terra e vejo amputados, marcados, desesperados, paralisados... Eu posso andar!!!
Oro por eles! Eu sei que depois dessa expiação, na outra reencarnação, eles também bailarão.
Muito obrigada Senhor, pelo meu lar! É tão maravilhoso ter um lar... Não importa se este lar é uma mansão, um bangalô, seja lá o que for! O importante é que dentro dele exista amor! O amor de pai, de mãe, de marido e esposa, de filho, de irmão... De alguém que lhe estenda a mão, mesmo que seja o amor de um cão, pois é tão triste viver na solidão!
Mas se não tiver ninguém para amar, um teto pra me acolher, uma cama para me deitar...mesmo assim, não reclamarei, nem blasfemarei. Simplesmente direi: Obrigada Senhor, porque nasci. Obrigada Senhor, porque creio em ti!Pelo teu amor, obrigada Senhor!


Texto: Amália Rodrigues e Divaldo Franco

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O EXEMPLO DO CRISTO

O EXEMPLO DO CRISTO

Sem nos referirmos, porém, aos problemas da política transitória do mundo, lembremos, ainda, que a lição do Cristo ficou para sempre na Terra, como o tesouro de todos os infortunados e de todos os desvalidos.


Sua palavra construiu a fé nas almas humanas, fazendo-lhes entrever os seus gloriosos destinos. Haja necessidade e tornaremos a ver a crença e a esperança reunindo-se em novas catacumbas romanas, para reerguerem o sentido cristão da civilização da Humanidade.

É, muitas vezes, nos corações humildes e aflitos que vamos encontrar a divina palavra cantando o hino maravilhoso dos bemaventurados.

E, para fechar este capítulo, lembrando a influência do Divino Mestre em todos os corações sofredores da Terra, recordemos o episódio do monge de Manilha, que, acusado de tramar a liberdade de sua pátria contra o jugo dos espanhóis, é condenado à morte e conduzido ao cadafalso.

No instante do suplício, soluça desesperadamente o mísero condenado -
"Como, pois, será possível que eu morra assim inocente?
Onde está a justiça? Que fiz eu para merecer tão horrendo suplício?"

Mas um companheiro corre ao seu encontro e murmura-lhe aos ouvidos:
- "Jesus também era inocente!..."


Passa, então, pelos olhos da vítima, um clarão de misteriosa beleza.
Secam-se as lágrimas e a serenidade lhe volta ao semblante macerado, e, quando o carrasco lhe pede perdão, antes de apertar o parafuso sinistro, ei-lo que responde resignado:
- "Meu filho, não só te perdôo como ainda te peço cumpras o teu dever."

Emmanuel
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
A Caminho da Luz
FEB

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

SÓCRATES


SÓCRATES

É por isso que, de todas as grandes figuras daqueles tempos
longínquos, somos compelidos a destacar a grandiosa figura de Sócrates, na Atenas antiga.
Superior a Anaxágoras, seu mestre, como também imperfeitamente interpretado pelos seus três discípulos mais famosos, o grande filósofo está aureolado pelas mais divinas claridades espirituais, no curso de todos os séculos planetários. Sua existência, em algumas circunstâncias, aproxima-se da exemplificação do próprio Cristo. Sua palavra confunde todos os espíritos mesquinhos da época e faz desabrochar florações novas de sentimento e cultura na alma sedenta da mocidade. Nas praças públicas, ensina à infância e à juventude o formoso ideal da fraternidade e da prática do bem, lançando as sementes generosas da solidariedade dos pósteros.


Mas Atenas, como cérebro do mundo de então, apesar do seu vasto progresso, não consegue suportar a lição avançada do grande mensageiro de Jesus.
Sócrates é acusado de perverter os jovens atenienses, instilando-lhes o veneno da liberdade nos corações.

Preso e humilhado, seu espírito generoso não se acovarda diante das provas rudes que lhe extravasam do cálice de amarguras. Consciente da missão que trazia, recusa fugir do próprio cárcere, cujas portas se lhe abrem às ocultas pela generosidade de alguns juízes.
Os enviados do plano invisível cercam-lhe o coração magnânimo e esclarecido, nas horas mais ásperas e agudas da provação; e quando a esposa, Xantipa, assoma às grades da prisão para comunicar-lhe a nefanda condenação à morte pela cicuta, ei-la exclamando no auge da angústia e desesperação:

- "Sócrates, Sócrates, os juizes te condenaram à morte..."

- "Que tem isso? - responde resignadamente o filósofo - eles também estão condenados pela Natureza."


- "Mas essa condenação é injusta..." - soluça ainda a desolada esposa.


E ele a esclarece com um olhar de paciência e de carinho:

- "E quererias que ela fosse justa?"


Senhor do seu valoroso e resignado heroísmo, Sócrates abandona a Terra, alçando-se de novo aos páramos constelados, onde o aguardava a bênção de Jesus.


A CAMINHO DA LUZ
EMMANUEL

terça-feira, 26 de outubro de 2010

SINCERIDADE


“Assim como uma gota de veneno compromete um balde inteiro, também a mentira, por menor que seja, estraga toda a nossa vida.” Mahatma Gandhi


Exercitando a Sinceridade

• Uma pessoa digna de confiança é honesta e verdadeira;


• Seja verdadeiro, direto e imparcial nas relações com os outros, não deixando
que questões pessoais perturbem seu desempenho ou dos colegas;

• Dê exemplo, praticando os comportamentos de acordo com os valores da
escola;


• Julgue com imparcialidade, seja reto e justo;

• Contribua para eliminar boatos (fofocas) sobre pessoas ou situações;


• Atribua a todos os envolvidos o mérito dos bons resultados conquistados, não
assumindo o mérito dos outros;


• Mantenha sigilo das informações confidenciais da escola, dos alunos, pais e
de outras instituições;

• Seja uma pessoa que honra os seus compromissos e palavras dadas,
evitando as desculpas “esfarrapadas”;


• Seja amigo(a), confiável, apoie, proteja informações, esteja ao lado da
família;


• Existe uma profunda relação entre honestidade e amizade;


• Não traia a confiança, não minta, não trapaceie e não roube;• Somente prometa o que puder e pretender cumprir;


• Não minta, não deixe ninguém ficar pensando algo que não seja verdade;

• Faça o que é certo, mesmo quando outras pessoas quiserem que você faça
coisas erradas;


• Não peça a ninguém para fazer algo errado;


• Não minta, roube ou maltrate os outros para conseguir amizades ou ganhar
aprovação;


• Seja coerente: aja como fala. Mostre o seu comportamento ético, coragem, e
força fazendo o que é correto, independentemente do que possa vir a perder
com esta atitude;


• Seja cuidadoso com comentários que possam agredir ou embaraçar as
pessoas;


• Seja honesto nas questões envolvendo dinheiro;


• Se encontrar algo, procure devolver ao dono;

• Apoie e proteja a sua família, os amigos, professores, alunos, empregados,
sua comunidade e seu país;




OS SEIS PILARES DO CARÁTER:



• SINCERIDADE
• RESPEITO
• RESPONSABILIDADE
• SENSO DE JUSTIÇA
• ZELO
• CIDADANIA



Joinville/SC
2009
Extraído do Programa “O CARÁTER CONTA”

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Victor Hugo


VICTOR HUGO



O homem pensa.
A mulher sonha.

Pensar é ter cérebro.
Sonhar é ter na fronte uma auréola.

O homem é um oceano.
A mulher é um lago.

O oceano tem a pérola que embeleza.
O lago tem a poesia que deslumbra.

O homem é a águia que voa.
A mulher, o rouxinol que canta.

Voar é dominar o espaço.
Cantar é conquistar a alma.

O homem tem um farol: a consciência.
A mulher tem uma estrela: a esperança.

O farol guia.
A esperança salva.

Enfim, o homem está colocado onde termina a terra.
A mulher, onde começa o céu!!!
Victor Hugo




Vivendo e aprendendo

Na vida temos muitas surpresas, boas, ruins, inesperadas... Temos que estar preparados para reagir a cada uma delas. Chore, ria, faça careta, pule, dançe, cante, corra, viva. Não tenha medo de Viver e ser feliz!
Existem momentos na vida, que podem parecer bobos, que possam parecer comuns para você no enquanto, mas um dia você pode olhar pra traz e diz: esse foi o dia mais feliz de minha vida. "até agora". Por isso, aprecie cada momento na vida, como se fosse único, e especial, com uma pessoa especial.

Não busque a felicidade muito longe, ela pode estar mais perto do que você imagina! Tente apenas ser feliz, faça o que der vontade, não se importe com o que os outros dizem sobre você, porem, tente não dizer nada sobre os outros. Não faça com o próximo o que não quer para si mesmo.
Victor Hugo

Do atrito de duas pedras chispam faíscas; das faíscas vem o fogo; do fogo brota a luz.
Victor Hugo



A miséria de uma criança interessa a uma mãe, a miséria de um rapaz interessa a uma rapariga, a miséria de um velho não interessa a ninguém.
Victor Hugo



Mentir é maldade absoluta. Não é possivel mentir pouco ou muito; quem mente, mente. A mentira é a própria face do demônio.
Victor Hugo



Ser bom é fácil. O difícil é ser justo.
Victor Hugo


Victor Hugo (26 de fevereiro de 1802 - 22 de maio de 1885) foi um escritor francês, autor de Les Miserábles (Os Miseráveis).

sábado, 23 de outubro de 2010

O ESCORPIÃO

O ESCORPIÃO

Um mestre do Oriente viu quando um escorpião estava se afogando e decidiu tirá-lo da água, mas quando o fez, o escorpião o picou. Pela reação de dor, o mestre o soltou e o animal caiu de novo na água e estava se afogando. O mestre tentou tirá-lo novamente e outra vez o animal o picou. Alguém que estava observando se aproximou do mestre e lhe disse:

-Desculpe-me mas você é teimoso! Não entende que todas as vezes que tentar tirá-lo da água ele irá picá-lo?

O mestre respondeu:
A natureza do escorpião é picar, e isto não vai mudar a minha, que é ajudar.

- Então, com a ajuda de uma folha, o mestre tirou o escorpião da água e salvou sua vida, e continuou:

- Não mude sua natureza se alguém te faz algum mal; apenas tome precauções. Alguns perseguem a felicidade, outros a criam. Quando a vida te apresentar mil razões para chorar, mostre- lhe que tens mil e uma razões pelas quais sorrir. Preocupe-se mais com sua consciência do que com sua reputação.

Porque sua consciência é o que você é, e sua reputação é o que os outros pensam de você.
E o que os outros pensam… é problema deles.

Texto extraído de “O livro das Virtudes".

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O NÍVEL CULTURAL DA MAÇONARIA

O NÍVEL CULTURAL DA MAÇONARIA

O presente trabalho será lido por uma minoria de irmãos que cultivam o hábito pela leitura, mas se essa minoria o divulgar nas Lojas poderá estar prestando um grande serviço em defesa da nossa Sublime Instituição.

Tenho verificado que a cultura na Maçonaria está muito aquém. O quadro é simplesmente desolador. O maçom em geral tem, em média poucos anos de estudo, não lê, não estuda e nada sabe. E o que tem esse fato a ver com a Maçonaria? Tudo! Não é possível realizar novos progressos sem o auxílio da cultura e do saber.


O 1º grau, há 40 anos atrás, dava ao cidadão uma base de cultura geral muito maior do que a de hoje e a culpa de tal retrocesso é, exclusivamente, do vergonhoso e criminoso sistema educacional que, paulatinamente, foi implantado no país e, evidentemente, dentro da própria Maçonaria. No 1º grau de hoje o estudante ainda é um se-analfabeto que não sabe sequer cantar o Hino Nacional, que há muito foi expulso das escolas.


O maçom não gosta de ler. A afirmativa é absolutamente VERDADEIRA. Há uma mínima parte do povo que ama a leitura, outra, um pouco maior, que a detesta e a esmagadora maioria nem sabe que ela existe, e a Maçonaria é formada por homens vindos do povo.


Em todos os rituais maçônicos, fala‑se nas sete ciências que formavam a sabedoria dos antigos, composta pela Gramática, Retórica, Lógica, Aritmética, Geometria, Música e Astronomia. Quem só com apenas o 1º grau tem o mínimo de conhecimento sobre tais ciências? Com exceção de alguns rudimentos de Gramática e de Matemática, ninguém!


O mundo moderno não é mais composto por sete ciências; as ciências se multiplicaram infinitamente: Física, Química, Engenharia, Geografia, Medicina, Sociologia, Filosofia, História, etc., cada uma delas com infinitas especialidades e ramificações, cada vez mais avançando nos campos das descobertas, pesquisas e realizações enquanto o maçom ficou estacionado no atual 3, 1º grau. EIS O GRANDE PROBLEMA.


Hoje, com raríssimas e merecidas exceções, chega‑se a Mestre Maçom entre seis meses a um ano e meio; ao Grau 33, entre três e quatro anos. Chega‑se a Mestre e ao Grau 33 sem se sair do 1º grau. O dicionário de Aurélio Buarque de Holanda define: “MESTRE – homem que ensina; professor; o que é perito em uma ciência ou arte; homem de muito saber”.


Será que está acontecendo alguma coisa errada?


Para quem deseja subir nos graus da Maçonaria é exigido um trabalho escrito (muitas vezes meramente copiado, sem pretensão de aprender) e as taxas de elevação (que geralmente são caríssimas). Só isto, nada mais do que isto e... tome‑lhe grau por cima de grau, sem o mínimo avanço cultural. Mas, em compensação, os aventais, colares e medalhas na subida dos graus vão ficando mais caros, mais bordados, mais coloridos e mais vistosos. E lá vai o nosso maçom falando em “beneficência”, “filosofismo”, “Pedra Bruta”, “Pedra Polida”, “Espada Flamejante”, “Câmara de Reflexões”, etc... E para completar o FEBEAMA (Festival de Besteiras que Assola a Maçonaria) diz, por ter ouvido dizer, que a Maçonaria é milenar.


Diz um provérbio popular que “NINGUÉM AMA O QUE NÃO CONHECE”. Como pode esperar a Maçonaria que seus Mestres Maçons, seus componentes dos Altos Corpos Filosóficos, sejam bons transmissores de suas doutrinas, histórias e conhecimentos se... nada sabem?

A Maçonaria é antes de tudo um vasto conjunto de ciências políticas, históricas, geográficas e sócio‑econômicas adquiridas ao longo dos séculos. É simbolismo e filosofia pura, é ciência humana no seu mais Alto Grau. Como pode uma pessoa sem interesse pelo estudo adquirir e transmitir tantos conhecimentos? Só se for por um milagre!


Como pode, apenas com boas intenções, um leigo ensinar medicina para médicos, leis para juízes, aviação para um futuro piloto, engenharia para um futuro engenheiro, Maçonaria para um futuro Maçom?


Tiro por mim que já li quase uma centena de livros e que tenho mais como prazer do que por obrigação dedicar pelo menos meia hora por dia aos estudos maçônicos e outras literaturas de interesse para o meu aperfeiçoamento espiritual, cultural e profissional. E ainda não me considero um “EXPERT”. Reconheço, com toda humildade, que ainda tenho muito que aprender, e tenho o 3º grau completo.. Como pode uma pessoa sem cultura estudar e pesquisar as Lendas do Rei Salomão, Hiran Abiff, Rainha de Sabá, Cabala, entre tantos, sem conhecer História Antiga? Como podem entender a gama de conhecimentos contidos na Constituição de Anderson, Landmarks, Ritos, Painéis, entre outros assuntos totalmente desconhecidos do nosso Mestre Maçom e de uma grande parte daqueles que alcançaram o“TOPO DA PIRÂMIDE” e que se consideram com direito a cadeira cativa no Oriente para que seu “PROFUNDO SABER E CONHECIMENTO MAÇÔNICO POSSA ILUMINAR” as colunas.


A verdade costuma ser brutal mas, infelizmente, esta é a pura realidade que precisa de muitos com coragem para dizer.


O Maçom que estuda e pesquisa pode ser o “O SOL DA CULTURA”, talvez nem seja o vaga‑lume que só tem sua luz notada nas trevas mas, com certeza, é o espelho que poderá transmitir a Luz do Sol ou pelo menos a do vaga‑lume.


A Maçonaria, composta de homens livres e de bons costumes e de boa cultura, obviamente, será muito melhor. No século XVII ela era composta pelos iluministas, no século XIX, no Império Brasileiro era composta da nata intelectual da nação e hoje... sem comentários.

Uma sociedade, um país, é preparado primordialmente pelo sistema educacional e cultura que consegue adquirir e seria muito bom começarmos a preparar a Maçonaria, pelo menos em nossas Lojas, para o Terceiro Milênio, com pessoas um pouco mais cultas.


Denilson Forato .'. MI

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Uma Reflexão sobre a Pedra

Uma Reflexão sobre a Pedra

Não há como iniciar uma reflexão sobre a pedra sem consultar a sabedoria popular. Um provérbio judaico diz: “A pedra caiu no arremessador? Desgraça para o arremessador.”


E parece que é chinês o velho provérbio: “Ser pedra é fácil, o difícil é ser vidraça.” Um provérbio inglês: Constant dropping wears the stone (Tradução aproximada e rimada: “A pedra é dura, a gota miúda, mas, caindo sempre, faz cavadura”), mas é claro que já conhecemos melhor esse ditado: “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”.


Na verdade o que não falta é palavras sobre pedras. “Pedro, sobre esta pedra construirei minha Igreja”. “Não deixar pedra sobre pedra.”


“A pedra grande faz sombra e a sombra não pesa nada.” “Pedra que muito rola não cria limo.” “A pedra e a palavra não voltam depois de lançadas.”


“Quem tem telhado de vidro, não joga pedra no telhado do vizinho.” “Quem atira pedra para cima, cai-lhe na cabeça.”


“Guardo todas as pedras que me atiram. Um dia construirei um castelo”.“As pedras que me atiras, servirão para construir o castelo da tua ignorância”.


Pedras atiradas não vão faltar nunca no mercado. Muito menos pedra bruta. Como estamos cansados de saber, a pedra bruta é um dos vários elementos que decoram internamente uma loja maçônica. Simboliza também as “arestas” da personalidade que o maçom deve aparar ou limar, para se poder aperfeiçoar. Estas arestas são os sentimentos como o Ciúme, perfídia, a vingança, os vícios, e outros mais, pecados da moral e dos bons costumes, que como maçom jurou combater.


Aparando desta forma as suas arestas, o maçom está a tornar-se mais perfeito e mais polido, representado simbolicamente pela pedra cúbica.
Mas um provérbio que deve ser seguido é o seguinte: “Quem tropeça duas vezes na mesma pedra, merece quebrar a cabeça.”
Mas muita gente quebrou a cabeça por causa de um poema de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987):


No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.


Ninguém entendeu o poema na época.
Publicado pela primeira vez na modernista Revista de Antropofagia, em 1928, deflagrou uma saraivada de críticas na imprensa.
Violentos, irônicos, corrosivos, os críticos simplesmente desancavam o autor dos versos e diziam, em suma, que aquilo não era poesia.
“Os nossos gênios poéticos atuais são todos mais ou menos como esse malfadado Carlos Drummond, que penetrou agora no Templo da Imortalidade conduzido pela mão do Sr. Manuel Bandeira e levando na cabeça a pedra sobre a qual burilou esse inimitável poema”, apedrejou com ironia um dos críticos da época.

Acreditamos que ainda hoje, em 2009, muita gente jogue pedras no poema de Drummond.
Mas é claro que um maçom pode tirar significados profundos do velho poema de completa 81 anos e permanece atual.


Atual e permanente como os mitos. O mito de Sísifo, por exemplo. Na literatura grega Sísifo foi condenado a empurrar incessantemente uma pedra até o topo de um monte apenas para vê-la rolar até embaixo novamente, uma metáfora dolorosa para muitos trabalhos modernos: fúteis, sem esperança e repetitivos. O escritor e filósofo francês Albert Camus (1913-1960, Prêmio Nobel da Literatura em 1957), em seu livro O Mito de Sísifo (1942) tenta extrair da lenda homérica as circunstâncias exatas que levaram a este extremo castigo. A lenda declara que Sísifo se rebelou contra os deuses, que ele não os levou a sério e tentou roubar os seus segredos. Outra lenda conta que Sísifo conseguiu prender a morte em cadeias e que foi punido por isto por Plutão.


Para Camus, a negativa de Sísifo da morte e dos deuses faz dele o mais absurdo dos heróis, e seu castigo igualmente a maior metáfora para o homem existencial. Para o escritor francês, o momento chave no castigo de Sísifo está naquele instante em que a pedra rola monte abaixo e Sísifo sabe que ele deve ir atrás dela e tentar, em vão como sempre, empurrá-la para o alto do monte e além. Para Camus, este é o momento da consciência adquirida. Cada um de nós deve, em algum momento, vislumbrar o conhecimento e chegar à conclusão de que não importa quão duro a gente trabalhe, estamos fadados a falhar no sentido de que mais cedo ou mais tarde morreremos. Sísifo, como o homem, é rebelde mas incapaz, e é naqueles momentos de consciência que ele consegue transcendência sobre os deuses. No final das contas, Camus vê em Sísifo não a imagem de um trabalho duro contínuo, cansativo e incessante, mas a de um homem alegre que reconhece que seu destino lhe pertence. Ele e somente ele pode determinar a essência da existência. Camus termina seu ensaio com Sísifo no pé do monte, preparado para suportar exercício doloroso e inútil de rolar a pedra monte acima uma vez mais, mas Camus não vê Sísifo como atormentado, castigado; pelo contrário, ele vê Sísifo feliz.


Vivemos um tempo em que civilização e barbárie quase não se diferenciam. Um tempo onde existem culturas que ainda valorizam o apedrejamento, real ou simbólico, de homens e mulheres. Tempo de pedra no meio do caminho e de empurrar pedra montanha acima.


Tempo de Sísifo. Tempo decisivo.
Infelizmente, tempo em que até mesmo livres atiram a primeira pedra.
Para o filósofo Camus, o mito de Sísifo era o mito decisivo. E por acaso ou necessidade, nós, maçons, não temos tudo a ver com esse mito, com esse Sísifo que empurra incessantemente sua pedra até o alto da montanha apenas para vê-la rolar até embaixo novamente, e descer para empurrar montanha acima essa pedra, mais uma vez, sempre mais uma vez, muitas vezes sozinho, outras vezes
com a ajuda de um irmão? Quantos já desistiram? Quantos jamais tentaram? Quantos continuam tentando burilar essa pedra bruta?

Quantos já desistiram dessa missão infinita, brutal, mas absolutamente necessária e irrevogável para tornar o homem livre e fazer a humanidade feliz?

Transcrito do Jornal A VOZ DO Escriba maio/2010.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Escada de Jacó

Escada de Jacó


Ir\ Nêodo Ambrósio de Castro
neodo@brasilmacom.com.br

Entremeada de lenda, sonho, visão, a Escada de Jacó na Maçonaria passou a ser um Símbolo marcante, de vez que aceita interpretações as mais diversas.
A interpretação tem sido a melhor das ocupações dos Maçons, pois, dependendo do intérprete, do local, e do momento, assume aspectos dos mais variados, porém com conclusões que conduzem a pensamentos elevados de fé, esperança e amor.
Sua forma física não espelha a grandiosidade que teria no sonho, de vez que tendo sido a via de Entidades Celestiais, a sua majestade arquitetônica nem sequer poderia ser reproduzida.
As suas dimensões não caberiam no painel de Dight; ele a reproduziu com grande simplicidade e transformado o quadro em desenho linear, a Escada nada mais apresenta que duas hastes verticais com seus diversos travessões horizontais; o número dos degraus, nada simbolizam, pois ninguém os referiu, contudo, atingindo o infinito, ou pelo menos a Estrela de Sete Pontas, por lá é que terminaria, supondo-se então, que essa Estrela seria a morada da Corte Celestial.
O sonho de Jacó é uma realidade histórica, eis que inserido episódio nas Sagradas Escrituras; uma realidade do povo hebreu que deu início à Nação e o povo Israelita, de vez que Jacó com seus doze filhos, formou as doze Tribos de Israel e o próprio Jacó foi agraciado por Jeová, através do Anjo com quem lutara, com o nome de Israel.
Cumpre, inicialmente, transcrever o relato bíblico que se encontra no livro Gêneses Cap. 28 - V 10-17:
"Partiu Jacó de Berseba e seguiu para Harã.
Tendo chegado a certo lugar, ali passou a noite, pois já era sol-posto;
tomou uma das pedras do lugar, fê-la seu travesseiro, e se deitou ali mesmo para dormir.
E sonhou: Eis posta na terra uma escada, cujo topo atingia o céu; e os Anjos de Deus subiam e desciam por ela.
Perto dele estava o Senhor, e lhe disse: Eu sou o Senhor Deus de Abraão, teu pai, e Deus de Isaque. A terra em que agora estás deitado eu ta darei, a tí, e à tua descendência.
A tua descendência será como o pó da terra: estender-te-ás para o Ocidente e para o Oriente, para o Norte e para o Sul. Em ti e na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da terra.
Eis que eu estou contigo e te guardarei por onde quer que fores, e te farei voltar a esta terra, porque te não desampararei, até cumprir eu aquilo de que te hei referido.
Despertado Jacó de seu sono, disse: na verdade o Senhor está neste lugar; e eu não o sabia.
E, temendo disse: Quão temível é este lugar ! É a casa de Deus, a porta dos céus.
Tendo-se levantado, cedo, de madrugada, tomou a pedra que havia posto por travesseiro e a erigiu em coluna, sobre cujo topo entornou azeite.

E ao lugar, cidade que outrora se chamava Luz, deu o nome de Betel.
Fez também Jacó um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta jornada que empreendo, e me der pão para comer e roupa que me vista, de maneira que eu volte em paz para a casa de meu pai então o Senhor será o meu Deus; e a pedra que erigi por coluna será a casa de Deus; e de tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo".
Evidentemente, esse sonho passou a fazer parte das "raízes" dos israelitas e não se o poderá considerar, apenas, como lendário.
Esse sonho, foi retirado do contexto e transformado símbolo maçônico, para constituir-se em lenda maçônica.
Contudo, o sonho, propriamente dito, por si só, não se tornou lenda maçônica, mas tão somente, um dos elementos do sonho: a Escada.

Nêodo Ambrósio de Castro - M\I\— Gr\ 32 REAA
A\ R\ L\ S\ Centenária Benso di Cavour n° 028 - GLMMG
Or\ Juiz de Fora MG

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

PEDRA BRUTA

SIMBOLISMO

Ao entrar para a Ordem, o A.'. M.'. tem contato com a imagem que resume, senão todos, pelo menos boa parte dos símbolos relacionados ao seu recente tirocínio. Essa imagem indica em si própria, o trabalho que principia o seu extenso aprendizado. Ligeiramente descrevendo, a efígie se trata de um jovem, possivelmente um escultor ou pedreiro, com o olhar voltado para um bloco disforme de pedra. Em suas mãos vemos instrumentos necessários ao seu serviço, qual seja um Malho e um Cinzel. Assim, o pedreiro, o malho, o cinzel e a Pedra Bruta, são os quatro elementos básicos da imagem que nos são apresentados.

Outrora, o material utilizado nas construções era a pedra trabalhada, de sorte, a tornar as edificações mais sólidas e admiráveis. O trabalho na Pedra Bruta visava moldá-las para que elas se encaixassem umas nas outras, restando, todas conforme o projeto do arquiteto. Nesse campo operacional, para o trabalho de lapidação, os pedreiros usavam três elementos básicos: a Pedra em si, o Malho e o Cinzel.

Com o avanço industrial, por volta da segunda década do século XVIII, a máquina passou a substituir a mão de obra humana, e nesse tempo, a Mac.'. passaria a ser considerada de ordem especulativa, assim, boa parte dos componentes então utilizados na arte da construção passaram a compor símbolos, que não obstante estarem associados às edificações, também foram incluídos a aspectos intrínsecos do ser humano, sejam de ordem moral, sejam de ordem espiritual.
Dessa composição, o que anteriormente servia apenas para a preparação e produção de peças perfeitas, seriam tidos como SÍMBOLOS, a alavancar a edificação do verdadeiro homem. Esse necessitava ser trabalhado, ou lapidado como acontecia com os blocos de Pedra Bruta, quando então ter-se-ia a sua perfeição.


A RELAÇÃO COM O HOMEM

Comparando a pedra com o homem, temos que ela, em seu estado bruto, acha-se disforme e longe da perfeição, precisando ser trabalhada. Do mesmo modo, este trabalho de lapidagem pode ocorrer com o ser humano. Qualquer bloco de pedra pode esconder uma bela escultura, contudo, aquele que desejar ver, deverá extrair os excessos; as partes que a encobrem.

Nesse raciocínio, na comparação que ousamos fazer, a Pedra Bruta representa o mal, ou “a inteligência, o sentimento do homem no seu estado primitivo, ásperos e despolidos” e, após devidamente trabalhada pelo obreiro, com uma “educação liberal e virtuosa” tornar-se-a culto “capaz de fazer parte de uma sociedade civilizada” convertendo-se no bem.

Assim, concomitantemente teríamos a ação de duas vontades: a primeira seguirá os desígnios do Criador, que é soberana. A segunda vontade partirá da própria pedra, no caso, o indivíduo a ser trabalhado, ou seja, o A.'.M.'.. A intenção em ambas as possibilidades, é obter o produto final no desenho de uma pedra Justa e Perfeita. JUSTA, pois estará adequada à sua obra; e, PERFEITA, pois estará em conformidade com a perfeição de seu plano maior.

No caso o Ap.'. poderá ser identificado, ora com a pedra, ora com o pedreiro, pois, este irá trabalhar a si próprio, utilizando o malho que estaria associado à força e ao intelecto — elemento ativo, símbolo da ação pura da vontade do Ap.'., agindo com firmeza e assiduidade sobre a Pedra —, e também, o cinzel — elemento passivo capaz de orientar e observar, sabendo discernir o que deve ou não ser retirado do bloco —. Associado, portanto, a arte de esculpir. Um é tradição que prepara e o outro a revelação que cria.

Se a imagem citada assimila o símbolo do grau de A.'.M.'. trabalhando a Pedra Bruta, melhor analisando, podemos entender que o Ap.'. está representado na própria pedra que deverá ser desbastada através da ação do Grande Artesão que utilizará os elementos necessários à realização da Obra final.

Nesse diapasão, podemos entender o Bem como sendo a capacidade do Aprendiz de pôr a própria vontade em harmonia com a vontade Superior, enquanto o Mal representaria a escolha contrária a esta.


CONCLUSÃO


Resta consolidada, assim, que a Pedra Bruta deve ser vista como o próprio homem, no caso o A.'. que comparado à pedra ainda se encontra em estado bruto, necessitando ser lapidado, trabalhado, o que só acontece com o aprendizado constante, com a prática incessante das boas ações, com o respeito às normas, com a presença constante em Loja, com a aplicação dos princípios fundamentais da M.'., como a fraternidade e a humildade.


A Pedra Bruta, o bloco, é uma massa disforme, maciça, que no seu interior abriga uma escultura magnífica, mas para isso precisa ser desbastada. Apenas descobrir que em seu interior há uma pedra oculta nada adiantará se essa pedra não for tocada, não ter a sua aspereza conhecida, se nada se fizer para seu polimento que, sem dúvida, é pesado. O aparelhamento das arestas, dos excessos, é dolente, mas necessário para fazer crescer aquele que encontrou dentro de si.

Isto é o que o diferencia o homem dos demais animais. A pedra oculta é a inteligência, a capacidade de raciocinar, de discernir entre o certo e o errado, de dominar o desejo pessoal, de vencer paixões e submeter vontades!

Impõe-se ainda, que não esqueçamos que a tolerância e a ética são indispensáveis para o convívio em grupo. Tudo isso, acompanhado da leitura de bons livros nos fará crescer intelectualmente, de sorte a dominar nossas paixões e fazer progresso na Maçonaria. Assim como o escultor ou pedreiro trabalham a Pedra Bruta, a grande e sublime empreitada do Mac.'. é educar, direcionar, aprimorar a inteligência desta forma atingirá a sabedoria.
Este trabalho, que se denomina “burilar a pedra bruta”, deve ser realizado por nossas próprias mãos, e assim, acentuará nossa competência na Oficina da Arte Real, na qual fomos colocados pela sabedoria divina. É um trabalho árduo e longo, exige o auxílio de todos e, por conseguinte, levará a conquista de nós mesmos. Sem este aprendizado o nosso espírito ficará ofuscado e a nossa cultura falecerá.

Por derradeiro, pode-se afirmar sem medo, que o trabalho do M.'.; sobre a Pedra Bruta deve ser diário e incessante, devendo ele, com obstinação, visitar o interior da terra, retificando-se, na busca da pedra oculta, e seguir trabalhando-a, perseguindo a busca da evolução contínua e infinita!
“Visita o interior da terra e, retificando-te, encontrarás a pedra oculta”.

Em suma, a Pedra Bruta é aquela que o Ap.'. deve trabalhar e polir até ser considerado Obreiro competente e capaz, quando do julgamento do M.'. determinando estar a Pedra Bruta polida. Portanto, ela representa o Obreiro, em seu estado antecedente ao de seu ingresso na Augusta Instituição, cuja inteligência, costumes e atos não estavam focados devido ao convívio com o mundo profano.


É através do trabalho como Obr.'. e do seu empenho e entrega aos nossos regulamentos e regras morais, de Virtude e eterna vigilância à vontade do G.'.A.'.D.'.U.'. que o Ap.'. irá atingir a casta de pedra polida, para então poder se tornar um membro fértil e um ampliador da doutrina maçônica.

Encerramos, ciente de que a Pedra Bruta, é símbolo das imperfeições do espírito que o maçom deve procurar corrigir; e também, da liberdade total do Aprendiz e dos Maçons de uma forma geral.


CARLOS ALBERTO PEREIRA
A.'.M.'., ARLS Leão de Judah, São vicente/SP - Brasil

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Jacques DeMolay


História da Ordem DeMolay

Jacques DeMolay

Jacques DeMolay nasceu em Vitrey, na França, no ano de 1244. Pouco se sabe de sua família ou sua primeira infância. Sabe-se que na idade de 21 anos, ele tornou-se membro da Ordem dos Cavaleiros Templários
A Ordem participou destemidamente de numerosas Cruzadas, e o seu nome era uma palavra de ordem de heroísmo, quando, em 1298, DeMolay foi eleito Grão Mestre. Era um cargo que o classificava como e muitas vezes acima de grandes lordes e príncipes. DeMolay assumiu o cargo numa época em que a situação para a Cristandade no Oriente estava ruim. Os infiéis sarracenos haviam conquistado os Cavaleiros das Cruzadas e capturado a Antioquia, Trípoli, Jerusalém e Acre. Restaram somente os "Cavaleiros Templários" e os "Hospitalários" para confrontarem-se com os sarracenos. Os Templários, com apenas uma sombra de seu poder anterior, se estabeleceram na ilha de Chipre, com a esperança de uma nova Cruzada. Porém, as esperanças de obterem auxílio da Europa foram em vão pois, após 200 anos, o espírito das Cruzadas havia-se extinguido.
Os Templários foram fortemente entrincheirados na Europa e Grã-Bretanha, com suas grandes casas, suas ricas propriedades, seus tesouros de ouro; seus líderes eram respeitados por príncipes e temidos pelo povo, porém não havia nenhuma ajuda popular para eles em seus planos de guerra. Foi a riqueza, o poder da Ordem, que despertou os desejos de inimigos poderosos e, finalmente, ocasionou sua queda.
Em 1305, Felipe, o Belo, então Rei de França, atento ao imenso poder que teria se ele pudesse unir as Ordens dos Templários e Hospitalários, conseguindo um titular controle, procurou agir assim. Sem sucesso em seu arrebatamento de poder, Felipe reconheceu que deveria destruir as Ordens, a fim de impedir qualquer aumento de poder do Sumo Pontificado, pois as Ordens eram ligadas apenas à Igreja.

Filipe IV, O belo
O ano de 1305 encontra a Ordem dos Cavaleiros do Templo e a Ordem dos Hospitalários sediados na ilha de Chipre, pois os muçulmanos haviam retomado a Terra Santa. Ansiavam por uma última Cruzada, que jamais ocorreu. O rei da França Felipe de Valois, conhecido como “Felipe o Belo”, concebeu um plano voltado a apoderar-se da enorme riqueza dos Templários e ter perdoada sua enorme dívida para com a Ordem e assim amealhar recursos para seus projetos temporais de ampliação territorial sobre a Inglaterra. Para tanto precisava da aquiescência do papa Clemente V (Bernardo de Goth, ex-arcebispo de Bordeaux) que, imediatamente, concebeu o plano de unificar as duas Ordens rivais, ou subordinar todos aos Hospitalários. Convocou os dois Grãos Mestres de ambas as Ordens a um encontro em Paris. O Grão Mestre dos Hospitalários deu uma desculpa convincente e faltou ao encontro. Jacques De Molay, Grão Mestre dos Templários, então contando quase 70 anos de idade, compareceu ao encontro com dois documentos: um plano detalhado para uma nova Cruzada (que presumia ser o principal motivo da convocação) e um arrazoado explicando as diferenças e motivos que considerava relevantes para manter Templários e Hospitalários como ordens distintas.
De Molay foi recebido com todas as honras em Paris. Durante dois anos – período durante o qual Felipe de Valois ficou de apresentar sua decisão final sobre os dois documentos trazidos por Jacques De Molay – Guilherme de Nogaret, ministro de Felipe “o Belo”, arquitetou o plano para aprisionar a um só tempo todos os Templários em todos os pontos da Europa. Foram expedidas cartas lacradas aos senescais (líderes políticos e religiosos locais) de todas as paróquias com ordens expressas de somente abri-las a 12 de setembro de 1307. Naquela data, Jacques De Molay contava-se entre os maiores nobres da Europa a carregarem o caixão da princesa Catarina, falecida esposa do irmão do rei Felipe, Carlos de Valois. No mesmo momento em que o Grão Mestre dos Templários participava deste solene evento fúnebre em companhia dos nobres, não havia meios que lhe permitissem saber da trama, menos ainda do conteúdo das cartas que, abertas, tornariam a sexta-feira 13 (naquele caso de setembro de 1307) o dia mais aziago do ano: 15 mil homens (o número total de Cavaleiros Templários) deveriam ser aprisionados em grilhões especialmente confeccionados e despachados a todos os pontos com esta finalidade.
DeMolay e milhares de outros Templários foram presos e atirados em calabouços. Foi o começo de sete anos de celas úmidas e frias e torturas desumanas e cruéis para DeMolay e seus cavaleiros. Felipe forçou o Papa Clemente V a apoiar a condenação da Ordem, e todas as propriedades e riquezas foram transferidas para outros donos. O Rei forçou DeMolay a trair os outros líderes da Ordem e descobrir onde todas as propriedades e os fundos poderiam ser encontrados. Apesar do cavalete e outras torturas, DeMolay recusou-se.

Papa Clemente V
Finalmente, em 18 de março de 1314, uma comissão especial, que havia sido nomeada pelo Papa, reuniu-se em Paris para determinar o destino de DeMolay e três de seus Preceptores na Ordem. Entre a evidência que os comissários leram, encontrava-se uma confissão forjada de Jacques DeMolay há seis anos passados. A sentença dos juizes para os quatro cavaleiros era prisão perpétua. Dois dos cavaleiros aceitaram a sentença, mas DeMolay não; ele negou a antiga confissão forjada, e Guy D'Avergnie ficou a seu lado. De acordo com os costumes legais da época, isso era uma retratação de confissão e punida por morte. A comissão suspendeu a seção até o dia seguinte, a fim de deliberar. Felipe não quis adiar nada e, ouvindo os resultados da Corte, ele ordenou que os prisioneiros fossem queimados no pelourinho naquela tarde.
Quando os sinos da Catedral de Notre Dame tocavam ao anoitecer do dia 18 de março de 1314, Jacques DeMolay e seu companheiro foram queimados vivos no pelourinho, numa pequena ilha do Rio Sena, destemidos até o fim. Apesar do corpo de DeMolay ter perecido naquele dia, o espírito e as virtudes desse homem, para quem a Ordem DeMolay foi denominada, viverão para sempre.
"Embora o corpo de DeMolay tivesse sucumbido aquela noite, seu espírito e suas virtudes pairam sobre a Ordem DeMolay, cujo nome em sua homenagem viverá eternamente."
Jacques DeMolay, com 70 anos, durante sua morte na fogueira intimou aos seus três algozes, a comparecer diante do tribunal de Deus, e amaldiçoando-os, bem como aos descendentes do Rei da França, Filipe "O Belo":

A Maldição lançada por Jacques DeMolay

No momento em que era amarrado no pelourinho, DeMolay gritava:
" - Vergonha! Vergonha! Vós estais vendo morrer inocentes. Vergonha sobre vós todos".
Enquanto DeMolay queimava na fogueira, ele disse suas últimas palavras:
"- Nekan, Adonai!!! Papa Clemente... Cavaleiro Guillaume de Nogaret... Rei Filipe; Intimo-os a comparecerem perante o Tribunal do Juiz de todos nós dentro de um ano para receberdes o seu julgamento e o justo castigo. Malditos! Malditos! Todos malditos até a décima terceira geração de suas raças!!!
Após essas palavras, Jacques DeMolay, inclinou a cabeça sobre o ombro e entregou sua alma ao Pai Celestial.
Do Palácio Real, Filipe assistia a morte de DeMolay e ouvira suas palavras. Ficou em silêncio mas bastante assustado. Mais tarde comentou com Nogaret: "Cometi um erro, devia ter mandado arrancar a língua de DeMolay antes de queimá-lo."
Quarenta dias depois, Filipe e Nogaret recebem uma mensagem: "O Papa Clemente V morrera em Roquemaure na madrugada de 19 para 20 de abril, por causa de uma infecção intestinal", Filipe e Nogaret olharam-se e empalideceram.
Rei Filipe IV, o Belo, faleceu em 29 de novembro de 1314, com 46 anos de idade, quando caiu de um cavalo durante uma caçada em Fountainebleau.
Guillaume de Nogaret acabou falecendo numa manhã da terceira semana de dezembro, envenenado.
Após a morte de Filipe, a sua dinastia, que governava a França a mais de 3 séculos, foi perdendo a força e o prestígio. Junto a isso veio a Peste Negra e a Guerra dos Cem Anos, a qual tirou a dinastia dos Capetos do poder, passando para a dinastia dos Valois.
Hoje tomamos Jacques DeMolay como símbolo de lealdade e tolerância e lembramos dos seus feitos de coragem, homenageando-o, colocando o seu nome em nossa Ordem.

Outras fontes indicam uma outra versão da Última Prece proferida por Jacques DeMolay no Cadafalso
"Senhor,
permiti-nos refletir sobre os tormentos que a iniqüidade e a crueldade nos fazem suportar.
Perdoai, ó meu Deus, as calúnias que trouxeram a destruição à Ordem da qual Vossa Providência me estabeleceu chefe.
Permiti que um dia o mundo, esclarecido, conheça melhor os que se esforçam em viver para Vós.
Nós esperamos, da Vossa Bondade, a recompensa dos tormentos e da morte que sofremos para gozar da Vossa Divina Presença nas moradas bem-aventuradas.
Vós, que nos vedes prontos a perecer nas chamas, Vós, que nos vedes prontos a perecer nas chamas, vós julgareis nossa inocência.
Intimo o papa Clemente V em quarenta dias e Felipe o Belo em um ano, a comparecerem diante do legítimo e terrível trono de Deus para prestarem conta do sangue que injusta e cruelmente derramaram."
Esta é uma outra versão da prece proferida no dia 18 de março de 1314, no momento em que o Grão-Mestre Jacques DeMolay e seu fiel companheiro foram supliciados.
Les Rois Maudits

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A VIDA

A VIDA


"Por muito tempo eu pensei que a minha vida fosse se tornar uma vida de verdade.
Mas sempre havia um obstáculo no caminho, algo a ser ultrapassado antes de começar a viver, um trabalho não terminado, uma conta a ser paga.
Aí sim, a vida de verdade começaria.


Por fim, cheguei a conclusão de que esses obstáculos eram a minha vida de verdade.
Essa perspectiva tem me ajudado a ver que não existe um caminho para a felicidade.



A felicidade é o caminho!



Assim, aproveite todos os momentos que você tem.
E aproveite-os mais se você tem alguém especial para compartilhar, especial o suficiente para passar seu tempo; e lembre-se que o tempo não espera ninguém.



Portanto, pare de esperar até que você termine a faculdade;
Até que você volte para a faculdade;
até que você perca 5 quilos;
até que você ganhe 5 quilos;
até que você tenha tido filhos;

até que seus filhos tenham saído de casa;
até que você se case;
até que você se divorcie;
até sexta à noite;

até segunda de manhã;
até que você tenha comprado um carro ou uma casa nova;
até que seu carro ou sua casa tenham sido pagos;
até o próximo verão,

outono, inverno;
até que você esteja aposentado;
até que a sua música toque;

até que você tenha terminado seu drink;
até que você esteja sóbrio de novo;
até que você morra;
E decida que não há hora melhor para ser feliz do que AGORA MESMO...
Lembre-se:


"Felicidade é uma viagem, não um destino".

Texto de HENFIL
Foto: José Rodrigues, irmão corajoso e decidido na sua maneira de viver.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

SÓ DE PASSAGEM

SÓ DE PASSAGEM.



Conta-se que no século passado, um turista americano foi à cidade do Cairo no Egito, com o objetivo de visitar um famoso sábio. O turista ficou surpreso ao ver que o sábio morava num quartinho muito simples e cheio de livros. As únicas peças de mobília eram uma cama, uma mesa e um banco.


- Onde estão seus móveis? Perguntou o turista.


E o sábio, bem depressa olhou ao seu redor e perguntou também:


- E onde estão os seus...?


- Os meus?! Surpreendeu-se o turista.


- Mas estou aqui só de passagem!


- Eu também... - concluiu o sábio.


"A vida na Terra é somente uma passagem... No entanto, alguns vivem como se fossem ficar aqui eternamente, e se esquecem de ser felizes."


"NÃO SOMOS SERES HUMANOS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA ESPIRITUAL, SOMOS SERES ESPIRITUAIS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA HUMANA" .


Copiado do BLOG DE JOÃO SÁVIO

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A Lenda do Deus Brahma

A Lenda do Deus Brahma

Fonte: O poema data de 15000 Anos a. C.. Não se sabe quem o escreveu, foi encontrado em escrituras vedas, bramanismo e que hoje chamamos de Hinduísmo.

Conta uma lenda, que após criar nosso Universo, preparando-o para toda forma de vida que surgiria em seu devido tempo, o Deus Brahma deparou-se com grande problema: onde esconder o segredo da chama da criação divina?

Pergunta aos demais deuses e recebe de imediato a resposta:

- Esconda-o no mais alto dos céus.

Brahma pensa e responde:

- Não. Haverão de surgir seres de inteligentes, que chamarão a si mesmos de humanos, e estes irão construir pássaros maiores dos que criei e descobrirão o segredo.

O grupo medita e fala:

- Esconda-o no mais profundo dos oceanos.

Brahma, novamente, pensa e propõe:

- Não! Um dia este mesmo ser construirá peixes que em pouco tempo encontrarão o segredo.

O grupo faz mais uma tentativa e, depois de longa introspecção, sugere:

- Esconda-o nas profundezas da Terra.

Brahma, responde de imediato:

- Também não adiantará! Eles chegarão lá em pouco tempo e terão o segredo em suas mentes.

Finalmente Brahma diz ao grupo:

- O segredo da chama divina da criação deverá ficar escondido dentro do coração de cada um destes seres que estão por vir.

Nada entendendo, perguntam do por que da escolha deste lugar tão fácil de ser achado, a que Brahma responde:

- Estes seres que estão por vir jamais procurarão nada no fundo de seus próprios corações.

Enviado por Charles Evaldo Boller

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Sou a Maçonaria

Sou a Maçonaria

Faz muito tempo que nasci. Nasci quando os homens começavam a acreditar em um Deus único. Fui combatida, vilipendiada e até fizeram troça do meu ritualismo e doutrina mas, através dos tempos foram reconhecendo minha seriedade e princípios, acabei sendo reconhecida como uma entidade íntegra que congrega homens íntegros. As encruzilhadas do mundo ostentam catedrais e templos que atestam a habilidade de meus antepassados. Eu me empenho pela beleza das coisas, pela simetria, pelo que é justo e pelo que é perfeito. Espalho coragem, sabedoria e força para aqueles que as solicitam. Para comprovar a seriedade de meus princípios, sobre meus Altares está o Livro Sagrado, a Bíblia, e minhas preces são dirigidas a um só Deus Onipotente. Meus filhos trabalham juntos, sem distinções hierárquicas, quer seja em público, quer seja em recintos fechados, em perfeita união e harmonia. Por sinais e por símbolos, eles ensinam as lições da Vida e da Morte, as relações do homem para com Deus e dos homens para com os homens. Estou sempre pronta a acolher os homens que atingindo a idade legal e que sejam possuidores de dotes morais e reputação acima de qualquer reparo, me procuram espontaneamente, pois, não faço proselitismo nem campanhas para angariar adeptos. Eu acolho esses homens e procuro ensiná-los a utilizar meus utensílios de trabalho, todos voltados para construir uma sociedade melhor. Eu ergo os caídos e conforto os doentes. Compadeço-me do choro de um órfão, das lágrimas de uma viúva e da dor dos carentes. Não sou uma Igreja nem um partido político, mas meus filhos têm uma grande soma de responsabilidade para com Deus, para com sua pátria, para com seus vizinhos, para com a comunidade em geral. Não obstante são homens intransigentes na defesa de suas liberdades e de sua consciência. Propago a imortalidade da alma porque acredito ser por demais pequena uma só vida no imenso universo em que vivemos. Enfim, sou uma maneira de viver.

Eu sou a Maçonaria.

(PGM Erwin Seignemartin)

terça-feira, 5 de outubro de 2010

POEMAS

Amor é um fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

(Luis Vaz de Camões)



O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela.

Fernando Pessoa

Foto: Reunião da GLMEPB, em Picuí-PB.


domingo, 3 de outubro de 2010

PROMETEU E PANDORA, DA CRIAÇÃO AOS MALES DO HOMEM









PROMETEU E PANDORA, DA CRIAÇÃO AOS MALES DO HOMEM
JEOCAZ LEE-MEDDI – UM POEMA

Milênios antes de o homem estudar a ciência da vida, as religiões explicaram de forma mística a criação da terra, da vida e da humanidade, numa resposta direta à imensa interrogação que se faz sobre o espaço humano dentro do universo, e a sua existência perecível, na eterna luta da vida e da morte. Se nos conceitos judaico-cristãos, Deus é único e supremo criador do universo e do homem, a religião da Grécia antiga via em Prometeu, um Titã da segunda geração, o criador da humanidade.
Feito para viver no jardim do Éden, Adão é a imagem do criador, ser inteligente e livre para escolher o seu caminho. Se no Gênesis o primeiro homem é feito do barro, na mitologia grega também. Prometeu esculpiu o homem do barro misturado com as suas lágrimas. Adão é feito à imagem de Deus, também o homem de Prometeu é feito à imagem de uma divindade. Se Adão é único, e da sua costela surge a mulher, com quem vai procriar, Prometeu maravilha-se com a sua obra e esculpi outros tantos homens, cada um à imagem das divindades. A sua obra, ao contrário da do Deus dos judeus, não é perfeita, pois esses homens são desprovidos de uma inteligência que lhes construísse uma identidade da alma. São seres silvícolas e sem vontade ou pensamento. É preciso que Atena (Minerva), deusa da sabedoria, jogue sobre a criação de Prometeu gotas do néctar divino, para que eles possuam uma alma, e quando a adquirem, não sabem o que fazer com ela.
Se Deus dá a sabedoria divina para Adão por amor à criação, Prometeu rouba o fogo dos deuses, o símbolo da sabedoria humana, não por amor, mas por vingança aos deuses. Instigado por Eva, Adão come o fruto da sabedoria e perde o Éden, também uma mulher, Pandora, será quem trará na sua caixa todos os males do mundo, abrindo-a para a humanidade, que perde a superioridade intelectual alcançada quando a consciência humana, através do conhecimento do fogo, é libertada da submissão aos deuses. Portadores de todos os males da caixa de Pandora, os homens voltam aos deuses, rogando-lhes boa colheita, boa saúde e boa morte.
Os mitos de Prometeu e Pandora, antagônicos, mas unidos através da concepção da criação humana, representam o homem, ser pensante e inteligente (por parte de Prometeu) e às limitações do seu corpo, exposto aos males físicos e intelectuais (herança de Pandora), que os fazem finitos diante da imortalidade dos deuses.


Pandora, a Mulher Feita do Bronze

Os deuses passam a temer os homens, que se expressam através da arte a raiva, o amor e o ódio, sem que precisem recorrer aos deuses. Tornam-se poderosos e cada vez mais independentes da presença divina. Esquecidos pelos homens, os deuses tramam uma vingança terrível, que lhes devolvam o poder usurpado e a submissão humana.
Zeus pede ao filho Hefestos (Vulcano), talentoso deus dos metais e da forja, que confeccione um homem de bronze, mas que seja diferente dos outros, para que possa encantá-los. Hefestos atende ao pedido, criando do bronze, a primeira mulher, bela e encantadora.
À mulher feita do bronze são dados vários presentes divinos. Afrodite (Vênus), deusa do amor, oferece-lhe uma infinita e sedutora beleza, além de encantos para enlouquecer os homens. Atena entrega à mulher uma túnica bordada que lhe cobre e realça a beleza harmoniosa do corpo. Hermes (Mercúrio), presenteia-lhe com a esperteza da língua, e Apolo confere-lhe uma voz melódica e suave. Está pronta a primeira mulher, que é chamada de Pandora, que significa “dotada por todos”. Ela estava pronta para ser enviada aos homens.
Zeus, antes de enviar Pandora aos homens, oferece-lhe uma caixa coberta com uma tampa. Dentro dela estão todos os germes da miséria humana. Assim, é enviada do Olimpo para os homens da Terra, a mulher, que trazia consigo a tentação, o símbolo dos desejos terrestres e todos os males do mundo.

Aberta a Caixa de Pandora



Quando chega a Terra, Pandora depara-se com Epimeteu, irmão de Prometeu. Ao ver tão bela criatura, o Titã encanta-se por sua beleza. Seduzido e apaixonado, ele recebe das mãos da bela mulher a caixa enviada por Zeus. Deslumbrado por tanta beleza, Epimeteu esquece-se da recomendação de Prometeu, que não recebesse nenhuma dádiva vindo do senhor do Olimpo, embevecido de paixão, nem desconfia do conteúdo caixa, abrindo-a prontamente. Subitamente, dela espalha-se um ar pestilento, os homens são afetados pelas doenças, pelas dores, pelo envelhecimento do corpo. Toma-lhes a alma a inveja, o rancor, a vingança. A essência humana, dantes pura e infinita, perde a inocência, tornando-se solitária e egoísta. Dentro da caixa de Pandora há um último elemento, a esperança, que ela deixa lá no fundo, ao fechá-la novamente. O homem perde o paraíso.
Pandora une-se a Epimeteu, criando uma nova geração de homens, desta vez vinda não do barro e das lágrimas de Prometeu, mas da união de um homem e de uma mulher. Os filhos desta união herdam a fragilidade da alma, as doenças, a miséria e todos os males que faz da humanidade a existência provisória diante da perenidade dos deuses.
Os deuses estão vingados. Através de Pandora destruíram a solidariedade entre eles, limitando o caminho vitorioso que percorreram até então. A conquista do fogo, que se fizera instrumento de transformação e progresso, passa a verter o seu lado destrutivo, que incendeia a alma humana.
Copiado de jeocaz.wordpress.com/2008

sábado, 2 de outubro de 2010

SEISCENTOS ANOS DE RITUAL NA ORDEM

SEISCENTOS ANOS DE RITUAL NA ORDEM
Por: Harry Carr.

PRÓLOGO


Irmãos, muitos de vocês devem saber que eu viajo longas distâncias no curso de
minhas obrigações com conferências e quanto mais longe vou, mais abismado fico ao ver que muitos Irmãos acreditam, muito sinceramente, que o nosso ritual maçônico desceu do céu, diretamente das mãos do Rei Salomão. Eles estão muito seguros de que foi em Inglês, é claro, porque é a única língua que falam lá em cima. Eles estão igualmente seguros que tudo foi lavrado em dois tabletes de pedra, para que, os céus proíbem, nenhuma simples palavra, pudesse ser alterada; e muitos deles acreditam que o Rei Salomão, na sua própria Loja, praticava o mesmo ritual que eles praticam na deles.
Mas não foi dessa maneira e, nesta noite tentarei esboçar para vocês a história de
nosso ritual desde seu começo até o ponto em que ele foi virtualmente padronizado, em 1813; mas vocês precisam lembrar, que enquanto eu falo do ritual Inglês também lhes dou a história do seu próprio ritual. Uma coisa vai ser incomum na conversa desta noite. Esta noite nós não teremos nenhum conto de fadas. Cada palavra que eu proferir será baseado em documentos que podem ser provados; e em poucas raras ocasiões quando, apesar de tendo os documentos, não termos a prova completa e perfeita, direi em alto e bom som “nós achamos...” ou “nós acreditamos...”. Então vocês saberão que estaremos, por assim dizer, em terreno incerto — mas darei a vocês o melhor que conheço. E já que uma conversa dessa espécie deve ter um ponto de partida apropriado, vamos começar dizendo que a Maçonaria não começou no Egito, ou Palestina, ou Grécia, ou Roma.

INÍCIO DA ORGANIZAÇÃO PROFISSIONAL MAÇÔNICA

Começou em Londres, Inglaterra, no ano de 1356, uma data muito importante e
começou como resultado de uma boa, antiquada, grande disputa acontecendo em
Londres entre maçons talhadores, os homens que cortavam a pedra e os maçons
assentadores e ajustadores, os homens que na verdade construíam paredes. Os exatos detalhes da rixa não são conhecidos, mas como resultado dessa disputa, 12 hábeis mestres maçons, com alguns homens famosos entre eles, se apresentaram ao prefeito e vereadores na Câmara Municipal de Londres, e com permissão oficial, esboçaram um simples código de regulamentos da profissão.
As palavras de abertura daquele documento, o qual ainda sobrevive, dizem que
aqueles homens tinham se juntado porque seu ofício nunca havia sido regulado dessa forma, como outros ofícios foram. Então aqui, neste documento, nós temos uma garantia oficial que esta foi a primeiríssima tentativa de alguma espécie de organização para os maçons e à medida que o lemos, a primeira regra que eles esboçaram nos dá um indício para demarcar a disputa que eu estava falando. Eles acordaram “Que todo o homem do ofício pode trabalhar em qualquer tarefa concernente ao ramo se ele for perfeitamente habilitado e conhecedor do mesmo”. Irmãos, aquilo era a sabedoria de Salomão! Se você conhecesse o trabalho, você poderia executar o trabalho e ninguém poderia te parar! Se nós tivéssemos tanto bom senso hoje em dia na Inglaterra, quanto melhor nós seríamos.

A organização que foi acertada naquele momento tornou-se, em vinte anos, a
Companhia dos Maçons de Londres (London Masons Company), a primeira guilda de ofício de maçons e um dos ancestrais diretos da nossa Franco Maçonaria de hoje. Esse foi o verdadeiro começo. Mas a Companhia dos Maçons de Londres não era uma loja; era uma guilda de ofício e eu devo despender um bom tempo tentando explicar como as lojas começaram, um problema difícil porque nós não temos registros da efetiva fundação das primeiras lojas operativas.

Em resumo, as guildas eram organizações municipais, grandemente favorecidas
pelas cidades porque ajudavam na administração dos assuntos municipais. Em
Londres, por exemplo, de 1376 em diante, cada ofício elegia dois representantes que se tornavam membros do Conselho Comum, todos juntos formando o governo da cidade.
Mas o ofício maçônico não servia para a organização da cidade. Muito de seu principal trabalho era fora das cidades — os castelos, as abadias, os monastérios, os trabalhos de defesa, os realmente grandes trabalhos de maçonaria estavam sempre longe das cidades.
E nós acreditamos que era nesses lugares, onde não havia outro tipo de organizações de ofício, que os maçons, que eram engajados naqueles trabalhos por anos, se agregaram eles próprios em lojas, imitando guildas, para que tivessem alguma forma de autogoverno no trabalho, enquanto estavam longe de outras formas de controle profissional.
A primeira real informação sobre lojas chega até nós de uma coleção de
documentos que são conhecidos como “Antigas Obrigações” (Old Charges) ou as
“Constituições Manuscritas” da maçonaria, uma coleção maravilhosa. Elas começam com o Manuscrito Regius de 1390; seguido pelo Manuscrito Cooke datado de 1410, e nós temos 130 versões desses documentos correndo através do século dezoito.
A versão mais antiga, o Manuscrito Regius, está em versos rimados e difere em
alguns aspectos dos outros textos, mas em suas formas gerais e conteúdo, eles são muito parecidos. Eles começam com uma Oração de Abertura, Cristã e Trinitária e então continuam com a história da ordem, começando nos tempos da Bíblia e em terras bíblicas e traçam a ascensão da ordem e sua expansão através da Europa até atingir a França e foi então trazida através do canal e finalmente estabelecida na Inglaterra.
Uma história inacreditavelmente ruim; qualquer professor de história cairia morto se fosse desafiado a prová-la; mas os maçons acreditavam nela. Era a sua garantia de respeitabilidade como uma venerável ordem.
Então, depois da história, encontramos os regulamentos, as verdadeiras Obrigações, para mestres, companheiros e aprendizes, incluindo diversas regras de caráter puramente moral, e isso era tudo. Ocasionalmente, o nome de um dos
personagens muda, ou a nomeação de um regulamento será alterada levemente, mas tudo segue o mesmo padrão geral.
Afora essas três seções principais, oração, história e Obrigações, em muitos
deles encontramos poucas palavras as quais indicam os primórdios de uma cerimônia maçônica. Eu devo adicionar que não se pode encontrar todas as informações em um único documento; mas quando nós os estudamos como uma coleção, é possível reconstruir os esboços de uma cerimônia de admissão daqueles dias, a primitiva cerimônia de admissão na ordem.
Nós sabemos que a cerimônia, tal como era, começava com uma oração de
abertura, então havia a “leitura” da história. (Muitos documentos posteriores se
referem a essa “leitura”). Naqueles dias, 99 maçons em 100 não sabiam ler e nós
acreditamos, entretanto, que eles selecionavam seções particulares da história as quais decoravam e recitavam de memória. Ler o texto todo, mesmo que soubessem ler, tomaria muito tempo. Então a segunda parte da cerimônia era a “leitura”.

Então, encontramos a instrução, que aparece regularmente em praticamente todo
documento, usualmente em Latim e diz: “Então um dos sábios segura um livro
(algumas vezes ‘o livro’, algumas vezes a ‘Bíblia’ e algumas vezes a ‘Bíblia Sagrada’) e ele ou eles que serão admitidos colocarão sua mão sobre ele e as seguintes Obrigações serão lidas”. Naquela posição os regulamentos eram lidos ao candidato e tomavam seu compromisso, um simples compromisso de fidelidade ao rei, ao mestre e à ordem, que ele deveria obedecer aos regulamentos e nunca trazer vergonha à ordem. Isto era uma condução direta do compromisso da guilda, a qual era provavelmente a única forma que eles conheciam; sem babados, sem penalidades, um simples juramento de fidelidade ao rei, ao empregador (o mestre) e ao ofício.
Deste ponto em diante, o juramento torna-se coração e essência, o centro crucial
de qualquer cerimônia maçônica. O Regius, que é a primeira das versões a sobreviver, enfatiza isso e vale a pena citar aqui. Depois da leitura das Obrigações do Manuscrito Regius, temos estas palavras: “E todos os pontos acima, a todos eles, ele precisa jurar.
E todos jurarão o mesmo juramento dos maçons, sejam eles determinados, sejam eles relutantes”.
Gostassem ou não, havia apenas uma chave que abriria a porta para dentro da
ordem e esta era o juramento do maçom. A importância, a qual o Regius anexa a ele, nós encontramos repetidas vezes, não nas mesmas palavras, mas a ênfase está sempre lá.
O juramento ou o compromisso é a chave para a cerimônia de admissão.
Assim descrevi para vocês, a mais antiga cerimônia e agora posso justificar o
título de meu trabalho, Seiscentos Anos de Ritual da Ordem. Temos 1356 como a data do início da organização do ofício maçônico e por volta de 1390 a mais antiga prova que indica uma cerimônia de admissão. Devido à diferença, em algum lugar entre essas duas datas, foi onde tudo começou. Isto é quase exatamente 600 anos de história provável e nós podemos provar cada etapa de desenvolvimento dali em diante.
Maçonaria, a arte da construção, começou milhares de anos antes disso, mas,
para os antecedentes de nossa própria Maçonaria, só podemos voltar à linha direta da história que pode ser provada e é 1356, quando realmente começou na Bretanha.
E agora há um outro ponto que precisa ser mencionado antes que eu vá adiante.
Eu tenho falado de um tempo quando havia um grau. Os documentos não dizem que havia somente um grau, eles simplesmente indicam apenas uma cerimônia, nunca mais que uma. Mas acredito que não poderia ser para o aprendiz, ou aprendiz iniciado; deveria ser para o companheiro do ofício, o homem que era completamente treinado.
As Antigas Obrigações não dizem isso, mas há ampla prova externa da qual tiramos essa conclusão. Temos muitas ações judiciais e decisões legais que mostram que nos anos 1400 um aprendiz era um bem pessoal de seu mestre. Um aprendiz era peça de equipamento, que pertencia a seu mestre. Ele podia ser comprado ou vendido da mesma forma que o mestre compraria um cavalo ou uma vaca e sob essas condições, é impossível que um aprendiz tivesse qualquer status na loja. Isso veio muito depois.
Assim se nós pudermos imaginar nós próprios de volta no tempo quando então havia um só grau, ele deveria ser para o maçom completamente treinado, o companheiro da ordem.
Quase 150 anos haveriam passar até que as autoridades e o parlamento
constatassem que talvez um aprendiz fosse na verdade um ser humano também. No inicio dos anos 1500 temos na Inglaterra toda uma coleção de estatutos de trabalho, leis trabalhistas, as quais começam a reconhecer o status de aprendizes e naquele tempo começamos a encontrar evidências de mais de um grau.

De 1598 em diante, temos atas de duas Lojas Escocesas que praticavam dois
graus. Nós voltaremos a isso mais tarde. Antes dessa data não há vestígios de graus, exceto talvez num documento Inglês, o Manuscrito Harleian, nº 2054, datado de 1650, mas acredita-se ser uma cópia de um texto do final dos anos 1500, agora perdido.

Texto traduzido e cedido por:
V.Ir. Paulo Daniel Monteiro

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

ABRA SEUS OLHOS

ABRA SEUS OLHOS


O dono de um pequeno comércio, amigo do grande poeta Olavo Bilac, abordou-o na rua:

- Sr. Bilac, estou precisando vender meu sítio, que o Sr. tão bem conhece. Será que o Senhor poderia redigir o anúncio para o jornal?

Olavo Bilac apanhou o papel e escreveu.
“Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeirão. A casa banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranqüila das tardes, na varanda.

Meses depois, topa o poeta com o homem e pergunta-lhe se havia vendido o sítio.
- Nem penso mais nisso, - disse o homem - quando li o anúncio é que percebi a maravilha que tinha!

As vezes, não descobrimos as coisas boas que temos conosco e vamos longe através de miragens e falsos tesouros.
Valorize o que você tem, a pessoa que está ao seu lado,
os amigos que estão perto de você, a Loja Maçônica em iniciastes, o emprego que Deus lhe deu, o conhecimento que você adquiriu, a sua saúde, o sorriso, enfim tudo aquilo que nosso Deus nos proporciona para o nosso crescimento espiritual.
Foto: Olavo Bilac