segunda-feira, 30 de março de 2015


Princípios e Preceitos

 

Princípios e Preceitos
Ama a Humanidade.
Escuta a voz da natureza, que te brada: todos os homens são iguais, todos constituem uma única família.
Tem sempre presente que não só és responsável pelo mal que fizeres, mas pelo bem que deixaste de fazer.
Faz o bem pelo amor do próprio bem.
O verdadeiro culto consiste nos bons costumes e na prática das virtudes.
Escuta sempre a voz da consciência: é o teu juiz.
Trata de te conhecer; corrige os teus defeitos e vence as tuas paixões.
Nos teus atos mais secretos supõe sempre que tens todo o mundo por testemunha.
Ama os bons, anima os fracos, foge dos maus, mas não odeies ninguém.
Fala sobriamente com os teus superiores, prudentemente com os iguais, abertamente com os amigos, benevolamente com os inferiores, leal e sinceramente com todos.
Diz a verdade, pratica a justiça, procede com retidão.
Não lisonjeies nunca, é uma traição; se alguém te lisonjear toma cuidado não te corrompa.
Não julgues ao de leve as ações dos outros; louva pouco e censura ainda menos; lembra-te que para bem julgar os homens é preciso sondar as consciências e perscrutar as intenções.
Se alguém tiver necessidade, socorre-o; se se desviar da virtude, chama-o a ela; se vacilar, ampara-o; se cair, levanta-o.
Respeita o viajante; auxilia-o; a sua pessoa é sagrada para ti.
Foge a contendas, evita os insultos, obedece sempre à razão esclarecida pela ciência.
Lê, aproveita, vê e imita o que é bom, reflita e trabalha; faz quanto possas para o aperfeiçoamento da organização social, e assim, contribuirás para o bem coletivo.
Sê progressivo; estuda a ciência porque ela te conduzirá à verdade que tens por dever procurar.
Não te envergonhes de confessar os teus erros; provarás assim que és hoje mais sensato do que eras ontem e que desejas aperfeiçoar-te.
Moraliza pelo exemplo; sê obsequioso; tolera todas as crenças e todos os cultos, mas tem por dever lutar contra a superstição, o fanatismo e a reação, como os mais resistentes obstáculos ao progresso humano.
Educa e ensina; esclarece os outros com o teu conselho, inspirado pela circunspecção e pela benevolência.
Regozija-te com a justiça; insurge-te contra a iniquidade; sofre os azares da sorte, mas luta contra eles no intuito de os vencer.
Procede sempre de forma que a razão fique do teu lado.
Respeita a mulher; não abuses nunca da sua fraqueza; defende a sua inocência e a sua honra.
Ama a Pátria e a Liberdade; sê bom cidadão, bom marido, bom pai, bom filho, bom irmão e bom amigo.
Quando fores pai alegra-te, mas compreende a importância da tua missão. Sê um protetor fiel do teu filho; faz que até aos dez anos te obedeça, até aos vinte te ame, e até à morte te respeite. Até aos dez anos sê seu mestre, até aos vinte seu pai e até à morte seu amigo. Ensina-lhe bons princípios de preferência a belas maneiras; que te deva uma retidão esclarecida e não frívola elegância; fá-lo um homem honesto de preferência a um homem astuto.

Como timbre, inscreve no seu código fundamental: JUSTIÇA - VERDADE - HONRA - PROGRESSO.


Tem por divisa: LIBERDADE - IGUALDADE - FRATERNIDADE.


Da Maçonaria e seus princípios

A Maçonaria, Ordem Universal, é constituída por homens de todas as raças e nacionalidades, acolhidos por iniciação e congregados em Lojas, nas quais, auxiliados por símbolos e alegorias, estudam e trabalham para o aperfeiçoamento da Sociedade Humana. É fundada no Amor Fraternal e na esperança de que, com amor a Deus, à pátria, à família e ao próximo, com tolerância e sabedoria, constante e livre investigação da Verdade, com a evolução do conhecimento humano pela filosofia, ciências e artes, sob a tríade da Liberdade, Igualdade e Fraternidade e dentro dos Princípios da Moral, da Razão e da Justiça, o mundo alcance a felicidade geral e a paz universal. A partir desse enunciado podemos deduzir o seguinte: A Maçonaria proclama, desde a sua origem, a existência de um Princípio Criador, ao qual, em respeito a todas as religiões, denomina Grande Arquiteto do Universo; A Maçonaria não impõe limites à investigação da verdade e, para garantir essa liberdade, exige de todos a maior tolerância; A Maçonaria é acessível aos homens de todas as raças, classes e crenças, quer religiosas quer políticas, excetuando as que privem o homem da liberdade de consciência, da manifestação do pensamento, restrinjam os direitos e a dignidade da pessoa humana e exijam submissão incondicional; A Maçonaria Simbólica compõe-se de três Graus universalmente reconhecidos e adotados: Aprendiz, Companheiro e Mestre; A Maçonaria além de combater a ignorância em todas as suas modalidades, constitui-se numa escola, impondo-se o seguinte programa: a) obedecer às leis democráticas do País; b) viver segundo os ditames da honra; c) praticar justiça; d) amar o próximo; e) trabalhar pelo progresso do homem; A Maçonaria proíbe discussão político-partídaria e religioso-sectária em seus Templos. A par dessa definição a Maçonaria, também, proclama os seguintes princípios: Amar a Deus, a Pátria, a Família e a Humanidade; Praticar a beneficência, de modo discreto, sem humilhar; Praticar a solidariedade maçônica, nas causas justas, fortalecendo os laços de fraternidade; Defender os direitos e as garantias individuais; Considerar o trabalho lícito e digno como dever do homem; Exigir de seus membros boa reputação moral, cívica, social e familiar, pugnando pelo aperfeiçoamento dos costumes.

da Redação do site da GLESP

domingo, 29 de março de 2015


Canção do exílio

Gonçalves Dias
 
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.


Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.


Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.


Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.


Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
 
Coimbra - julho 1843.


* - "Conheces a região onde florescem os limoeiros ?
laranjas de ouro ardem no verde escuro da folhagem;
conheces bem ? Nesse lugar,
eu desejava estar"
(Mignon, de Goethe)
 

sábado, 28 de março de 2015


Poemas de Fernando Pessoa
 
Não sei quantas almas tenho

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.

Fernando Pessoa

 

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa

 

É fácil trocar as palavras,
Difícil é interpretar os silêncios!
É fácil caminhar lado a lado,
Difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto,
Difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos,
Difícil é reter o calor!
É fácil sentir o amor,
Difícil é conter sua torrente!

Como é por dentro outra pessoa?
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.

Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição
De qualquer semelhança no fundo.

Fernando Pessoa

PRECE


Senhor, que és o céu e a terra, que és a vida e a morte! O sol és tu e a lua és tu e o vento és tu! Tu és os nossos corpos e as nossas almas e o nosso amor és tu também. Onde nada está tu habitas e onde tudo está - (o teu templo) - eis o teu corpo.

Dá-me alma para te servir e alma para te amar. Dá-me vista para te ver sempre no céu e na terra, ouvidos para te ouvir no vento e no mar, e mãos para trabalhar em teu nome.

Torna-me puro como a água e alto como o céu. Que não haja lama nas estradas dos meus pensamentos nem folhas mortas nas lagoas dos meus propósitos. Faze com que eu saiba amar os outros como irmãos e servir-te como a um pai.

[...]

Minha vida seja digna da tua presença. Meu corpo seja digno da terra, tua cama. Minha alma possa aparecer diante de ti como um filho que volta ao lar.

Torna-me grande como o Sol, para que eu te possa adorar em mim; e torna-me puro como a lua, para que eu te possa rezar em mim; e torna-me claro como o dia para que eu te possa ver sempre em mim e rezar-te e adorar-te.

Senhor, protege-me e ampara-me. Dá-me que eu me sinta teu. Senhor, livra-me de mim.

Fernando Pessoa

sexta-feira, 27 de março de 2015

O QUE ACONTECE QUANDO VC BEBE UM REFRIGERANTE


Prof. Dr. Carlos Alexandre Fett
Faculdade de Educação Física da UFMT
Mestrado da Nutrição da UFMT
Laboratório de Aptidão Física e Metabolismo - 3615 8836
Consultoria em Performance Humana e Estética


Primeiros 10 minutos:
10 colheres de chá de açúcar batem no seu corpo, 100%
do recomendado diariamente.
Você não vomita imediatamente pelo doce extremo,
porque o ácido fosfórico corta o gosto.


20 minutos:
O nível de açúcar em seu sangue estoura, forçando um
jorro de insulina.
O fígado responde transformando todo o açúcar que
recebe em gordura (É muito para este momento em
particular).


40 minutos:
A absorção de cafeína está completa.
Suas pupilas dilatam, a pressão sanguínea sobe,
o fígado responde bombeando mais açúcar na
corrente. Os receptores de adenosina no cérebro
são bloqueados para evitar tonteiras.


45 minutos:
O corpo aumenta a produção de dopamina,
estimulando os centros de prazer do corpo.
(Fisicamente, funciona como com a heroína.)


50 minutos:
O ácido fosfórico empurra cálcio, magnésio e
zinco para o intestino grosso, aumentando o
metabolismo.
As altas doses de açúcar e outros adoçantes
aumentam a excreção de cálcio na urina.


60 minutos:
As propriedades diuréticas da cafeína entram
em ação. Você urina.
Agora é garantido que porá para fora cálcio,
magnésio e zinco, os quais seus ossos precisariam.
Conforme a onda abaixa você sofrerá um choque
de açúcar. Ficará irritadiço.


Você já terá posto para fora tudo que estava no refrigerante, mas não sem antes ter posto para fora, junto, coisas das quais farão falta ao seu organismo.

Pense nisso antes de beber refrigerantes.
Se não puder evitá-los, modere sua ingestão!
Prefira sucos naturais.


Seu corpo e sua saúde agradecem!!


 

quinta-feira, 26 de março de 2015


O Tronco dos Templários e a Maçonaria


 
 

Quando eu dava meus primeiros passos na Maçonaria, assisti a uma instrução na qual um Mestre, com mais de trinta e três anos e seiscentos costados de Ordem, ensinou o seguinte sobre o TRONCO DE SOLIDARIEDADE (ou de beneficência):



- Chama-se tronco porque os antigos Templários escondiam seus dinheiros em troncos de árvores!



Lembro-me bem ‒ foi possível ouvir, naquela ocasião, todos os Templários mortos novecentos anos atrás darem ruidosas voltas em suas sepulturas e chacoalharem armaduras contra suas espadas enferrujadas.



A boa-vontade daquele instrutor fora, sem dúvida alguma, subsidiada por uma forte dose de criatividade. Certamente ele tivera excelente educação de berço, mas faltou-lhe o conhecimento dos fatos ou a lembrança do que aprendera na escola formal. Não o censuro; pois, de qualquer forma, ele me pôs com a pulga atrás da orelha. Corri atrás da explicação correta (dizem que é péssimo hábito meu) e encontrei não o tesouro dos templários, mas o sentido da palavra "tronco".



Tronco, em Maçonaria, apresenta duas interpretações, sendo a mais correta delas a que tem origem na língua francesa: tronc, aquela sacola (ou cofre) onde são depositadas as ofertas nas igrejas (Le tronc des pauvres, segundo o Robert Dictionnaire, pg. 1366).Tronc é também "le tronc d'un arbre" (o tronco de uma árvore); mas o bom senso nos faz optar pelo primeiro significado ‒ ESMOLA ‒ e não pelo temerário esconderijo de riquezas templárias, um tronco de pau podre no meio da floresta situada entre Bouy, Nuisement, Fresnoy e Beaulieu.



A segunda interpretação está no Dicionário Houaiss da língua portuguesa: tronco é a incumbência ou compromisso de alguém; um encargo, obrigação. Neste sentido, a esmola (o tronco dos órfãos e das viúvas) seria uma alusão ao compromisso de caridade para com aqueles que se tornam deserdados do sustento material. Esta é a derivação a que chamamos "sentido figurado".



Tronco maçônico é também compromisso para com as causas sociais. Por exemplo: do meio ambiente (ver anexo 2 abaixo) depende o sustento material de uma nação.

Os textos maçônicos em português preservaram as duas modalidades: tronco de solidariedade e tronco de beneficência (ou bolsa de beneficência) que, se analisados, significam:

1) esmola de solidariedade ou esmola de beneficência (pleonásticos);

2) incumbência de solidariedade ou compromisso de beneficência, o que é mais condizente com o significado maçônico.



Citei este exemplo do tronco para:



 1) tornar mais clara a necessidade de as instruções maçônicas serem aprimoradas e bem fundamentadas. O que for acrescentado no período de instrução ou quarto-de-hora de estudos tem que ser comprovado.



 É preferível apenas ler com correção o texto das instruções do que se aventurar em interpretações de improviso, no achismo e nos falsos cognatos (palavras normalmente derivadas de outras línguas, com grafia semelhante, mas que têm significados diferentes);

 2) incentivar os maçons mais jovens a desenvolverem, paralelamente ao processo iniciático, estudos complementares que os auxiliem na compreensão dos Graus simbólicos. Como escola, a Maçonaria só pode ser útil à sociedade na medida em que os maçons ENTENDAM de Maçonaria.



Ninguém é obrigado a saber tudo ou ter vastos conhecimentos; no entanto, ninguém deveria, por isso mesmo, inventar sobre coisas que não sabe.



Da mesma forma, deve-se exigir a máxima cautela quanto às imaginativas e sonhadoras "relações" entre os textos da Maçonaria e outras disciplinas, sejam elas científicas, históricas, ou mesmo ocultistas (metafísicas e/ou exotéricas): cabala, hermetismo, magia, etc. e as derivações do judaísmo (Torá, Tanakh, Talmud, Sefer Yetzirah...) dos Vedas, do Mahabharata, do Zend Avesta e outros. Todo conhecimento é necessário, útil e complementa nossos estudos desde que precedido e fundamentado em estudo comprovado dessas áreas, para que não sejam induzidos em erro nossos Aprendizes e Companheiros.



"O conhecimento incompleto é mais perigoso do que a ignorância: pau é pau; toco é toco, tronco é tronco."


Autor:  José Maurício Guimarães

 

quarta-feira, 25 de março de 2015


Santa Ceia

 


Paulo Randow
 
Um bom exemplo de como a Astrologia está inserida na religiosidade cristã é a obra "Última Ceia" do italiano Leonardo da Vinci. As associações relatadas abaixo foram inicialmente observadas por um jovem francês de 12 anos que estimulou sua mãe, Ema de Marcheville, também francesa, a investigar as observações do filho, o que a fez pesquisar a bibliografia do famoso artista em busca de indícios que a levassem a compreender os motivos que levaram o autor a organizar de forma tão objetiva a cena de sua obra. Deparou-se ela com a informação de que teria da Vinci se dedicado ao estudo da Astrologia, e procurou comparar os detalhes de sua obra com o conhecimento milenar da metodologia de interpretação dos astros.
 
Leonardo da Vinci procurou em sua famosa "Última Ceia" deixar muito mais do que uma bela obra de arte, mas também um completo tratado de Astrologia. Associando os apóstolos aos doze signos do Zodíaco, ele estampou os arquétipos humanos através das cores, gestos, olhares e expressões. Na Astrologia cada signo possui o seu oposto, nitidamente representado nesta cena. Os signos são divididos em quatro grupos de acordo com as estações do ano e Da Vinci representou esta divisão organizando os apóstolos em quatro grupos de três, de forma clara e inconfundível.
 
Começando da direita para esquerda de Jesus, agrupando os apóstolos em pares; o 1º e o 7º, o 2º e o 8º, ..., o 6º e o 12º, conseguiremos encontrar a verdadeira intenção deste grande gênio da humanidade:
 
1º - Simão - Áries - Esse signo é caracterizado pela agressividade, por impor suas vontades, por gostar de liderar e competir. Quando suas idéias não são aceitas tenta boicotar a idéia escolhida na tentativa de mostrar que sua opinião estava correta. Signo do "EU" representado por Simão que está posicionado na cabeceira da mesa, como se fosse o líder do grupo ou o senhor da casa, caracterizado por um tipo rude, bem masculino, trajando vermelho que é a cor do fogo, elemento deste signo. Simão está com as mãos em posição de entrega, de sugestão, de imposição, de debate.
 
7º - João - Libra- Esse signo é caracterizado pela vaidade, pelo equilíbrio, pela sociabilidade e por preocupar-se em agradar as pessoas. Simbolizado pela balança que nada faz além de pesar as opiniões dos outros obtendo o ponto médio. Libra é o único signo que é representado por algo não vivo; um objeto, significando que ele não coloca o seu "EU" em questão. João está representado por um tipo feminino com roupas em tons pastéis, próprias desse signo que procura ser equilibrado até mesmo nas roupas em que se apresenta aos outros; está com as mão em posição de quem recebe algo, de quem pesa o que os outros dizem, formando com seus braços o prato da balança. Sua cabeça pende para o outro; seus olhos estão fechados, como o símbolo da justiça com os olhos vendados para não impor sua própria vontade.
 
2º - Judas Tadeu - Touro - Esse signo é caracterizado por sua teimosia, seu olhar desconfiado, pelo conservadorismo, seu carinho, sua sedução, sensualidade, seu esforço de realização e sua capacidade de tolerar o trabalho pesado. Judas Tadeu demonstra em suas feições o lado rústico mas sedutor; sua força está concentrada no pescoço. Está numa atitude de preocupação quanto as idéias impostas pelo seu antecessor, discutindo se não é melhor ficar como está, mas pronto para iniciar a tarefa e finalizá-la. Sua mão esquerda apoiada na mesa para buscar o lado concreto e a outra colhe as virtudes vindas do céu. Veste-se de marrom a cor do elemento terra de Touro.
 
8º - Judas Escariotes - Escorpião - Esse signo é caracterizado por sua personalidade profunda, observadora, transformadora e sexualizada; possui a capacidade nata de lidar com dinheiro, de ser um estrategista, um administrador e de controlar seus sentimentos. Seu olhar sempre frio parece buscar algo no fundo do nosso ser. Admira tudo que está ligado aos poderes psíquicos e investiga tudo sobre a morte. Judas Escariotes está posicionado de forma que possa observar com cautela; seus olhos e seus ouvidos estão atentos; segura um saco de dinheiro significando que ele era o tesoureiro do grupo de Jesus; derruba o sal simbolizando que a morte está ligada a esse signo, pois onde se atirava sal acreditava-se estar esterilizando o solo. Suas cores, o azul e o branco, são as cores do elemento água do signo de Escorpião.
 
3º - Mateus - Gêmeos - Esse signo é caracterizado por sua jovialidade, sua capacidade comunicativa, sua esperteza, suas dúvidas e inconstância de humor. Necessita narrar os fatos, não se aprofunda nos assuntos e relacionamentos; com sua mente criativa consegue vender tudo que quer, mesmo que a verdade não esteja totalmente em suas palavras; adora dançar e se movimentar, inquieto, adora viagens curtas para poder narrar o que viu. Mateus está gesticulando numa expressão de quem viu algo e narra o ocorrido, é o mais jovem dos apóstolos, sua posição demonstra sua dualidade. Veste-se de azul, cor do céu, representando o elemento ar do signo de Gêmeos.
 
9º - Pedro - Sagitário - Esse signo é caracterizado pela sua necessidade de buscar o conhecimento e a verdade, necessita ser um especialista naquilo que se dedica, é religioso, busca basear sua filosofia no conhecimento adquirido através dos livros e de outros filósofos, quando encontra a sua verdade se torna cego a outras idéias e as defende de forma agressiva. É simbolizado por um centauro que é metade homem e metade animal. Pedro é representado por um homem velho para demonstrar sua sabedoria, seu olhar fixo em Jesus demonstra sua sagacidade em busca do conhecimento, seu dedo aponta para o alvo como a flecha do centauro, sua expressão facial é agressiva e cavalga por cima dos seus companheiros, segurando uma faca em sua mão direita representando sua agressividade na defesa de suas verdades.
 
4º - Felipe - Câncer- Esse signo é caracterizado pela sua necessidade de proteger, de agradar, representa a mãe, muito ligado a família, ao passado, é ingênuo e inseguro. Tem tendência a engordar, é emotivo e sua intuição é semelhante a de uma mãe que sente o que se passa com seu filho. Felipe é representado por um tipo feminino que mais parece uma mãe que olha para seu filho com amor, carinho e desejo de protegê-lo, seu olhar parece não questionar, mas aceitar, suas mãos sugere a expressão: "Vinde a mim e eu lhe protegerei". Sua posição curva demonstra a flexibilidade e adaptabilidade própria de uma mãe, e as mãos parecem encobrir os seios que oferecem o alimento, órgãos regidos pelo signo de Câncer.
 
10º - André - Capricórnio - Esse signo é caracterizado pela sua desconfiança, ceticismo, rigidez, responsabilidade, seriedade e profissionalismo. Simboliza o pai que defende seus filhos da malícia do mundo que ele conhece bem, representa a autoridade e o homem amadurecido pelo tempo. André está com as mãos em posição de defesa, seu olhar desconfiado como alguém que questiona as intenções que se esconde atrás dos fatos, está numa posição rígida como um pai que tenta manter a autoridade mesmo que seu coração deseje demonstrar todo seu afeto, suas feições são de um homem amadurecido pelo tempo e o trabalho.
 
5º - Tiago Menor - Leão 5º - Esse signo é caracterizado pela sua beleza, elegância, brilho, criatividade, necessidade de ser o centro das atenções, sua vaidade, seu gosto pela moda, sua capacidade de amar, seu gosto pelas crianças e sua diplomacia, também é caracterizado pelo seu egocentrismo e dramaticidade. Tiago Menor está numa posição quase central e afasta os apóstolos ao seu redor para que ele esteja bem visível, possui o semblante mais belo de toda a cena, mais belo que o próprio Jesus, visto que o rosto do Cristo não foi pintado por Da Vinci que deixou essa obra incompleta obrigando a contratação de outro pintor para terminar esse detalhe da obra. Expressa-se com elegância mas também com prepotência, seu cabelo, barba e roupa demonstram seu zelo pela aparência.
 
11º - Tiago Maior - Aquário 11º - Esse signo é caracterizado pela sua inteligência, ideologia, fraternidade, inventividade, necessidade de ser diferente, sua aversão à moda, pela defesa dos direitos humanos, sua rebeldia, sua dificuldade com a rotina e regulamentos, sua falta de persistência e desorganização. Não gosta de ser o centro das atenções, é político, adora ensinar e pregar a necessidade de viver em coletividade. Tiago Maior é representado por um tipo relaxado com sua aparência, com a barba e cabelo mal cuidados, abraçando seus companheiros e empurrando-os para o centro. 6º - Tomé - Virgem - Esse signo é caracterizado por sua busca da perfeição, seu detalhismo, sua crítica, sua capacidade de organização e limpeza, pela sua capacidade de servir, pela dificuldade de ouvir críticas a seu respeito, pela sua necessidade de trabalho e sua higiene. Tomé está quase escondido na cena, pois quem critica não pode estar sujeito as mesmas críticas e por isso se recolhe, está olhando para a ponta do seu dedo indicador, representando o seu olhar fixo em detalhes e sua necessidade de apontar os erros dos outros. Esse é o dedo de Júpiter, Deus que na Mitologia dizia o que era certo e errado.
 
12º - Peixes - Bartolomeu - Esse signo é caracterizado pela sua sensibilidade, seu auto-sacrifício, sua instabilidade, visão do todo, fantasia, imaginação, aceitação, necessidade de silêncio e solidão, sua busca espiritual e fuga do real. Seu regente é o Deus Netuno que reinava sobre os oceanos, que é tão instável quanto esse signo. Peixes absorve toda negatividade do ambiente da mesma forma que o mar recebe da humanidade tudo que se precisa eliminar. Bartolomeu está posicionado em pé quase sem contato com os outros, numa posição instável sobre a ponta dos pés, seu olhar se perde no horizonte, veste-se de verde e azul, as cores do mar e do elemento água deste signo; é o único com os pés iluminados simbolizando a regência desse signo. Jesus é o centro e não possui signo mas as qualidades de todos eles. Com a mão esquerda ele oferece energia ou atividade para os signos da primavera e do verão, representado por Da Vinci através da forma viva e expressiva dos seis primeiros apóstolos, e com a sua mão direita recolhe a energia ou experiência através dos signos do outono e do inverno, representado pela forma observadora e fria dos últimos seis apóstolos.
 
A Astrologia divide os signos em elementos: Fogo, Terra, Ar e Água, representados pelos quatro tapetes persas em cada parede; e em Qualidades: Cardinal (início das estações), Fixo (meio das estações) e Mutável (fim das estações) representadas pelas três janelas ao fundo da cena.
 
É importante salientar que os signos apenas representam os doze arquétipos humanos e nós não encontraremos uma pessoa no mundo que possua todas as qualidades ou defeitos de um único signo, mas uma mistura de padrões, como um quadro com várias tonalidades de cores, mas que pode ter uma cor mais predominante. Na Astrologia a definição da mistura dos arquétipos se dá através dos astros e pontos cardeais; Sol, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno, Plutão, Ascendente (horizonte leste), Descendente (horizonte oeste), Fundo do Céu e Meio do Céu; cujo movimento constante impede de haver duas pessoas com o mesmo padrão de personalidade, salvo se nascerem no mesmo local, data e hora, evento muito raro.

Fonte: glesp.org.br

segunda-feira, 23 de março de 2015

 
 
 
Colaboração do Irmão Devaldo de Souza.

domingo, 22 de março de 2015


 
CORRUPÇÃO, ONDE MORAS?

20 de março de 2015

MILTON R. MEDRAN MOREIRA*

   Claro que não. A corrupção não está no Legislativo. Tampouco no Executivo, no Judiciário ou na atividade privada. A corrupção está na alma humana. Rousseau recusava a ideia de que gente nascesse com ela: a convivência com o outro dela nos contamina. Já Hobbes, para quem “o homem é o lobo do homem”, sustentou estarmos todos inoculados de seu veneno. O egoísmo, combustível a nos arremessar contra o outro, só poderia ser aplacado pelo pacto social de que resultara o Estado.

   Antes deles, o mito judaico da criação figurou o homem como um ser angelical, saído perfeito do sopro divino que lhe deu vida no barro. O pecado, fruto da convivência com o outro, o contaminaria.

   Conceda-se um pouco de razão a cada um. Parece mesmo que viver e, especialmente, viver com o outro, nos corrompe. Como reconheceria Sartre, “o inferno é o outro”. O outro, neste momento, são o Executivo, o Legislativo, as empreiteiras, os doleiros, os partidos políticos…

Teoricamente, fizemos o pacto social que evoluiu para o Estado democrático de direito. Ele iria nos libertar da esperteza do outro e de sua maldade, sempre à espreita para nos prejudicar em benefício próprio. Mas logo se percebeu que “hecha la ley, hecha la trampa”. O leviatã que nos defenderia do outro mostrou-se incapaz de nos proteger.

Anuncia-se um pacote anticorrupção. Que outros mecanismos externos ainda poderão ser implantados? Não estão eles devidamente estruturados na Constituição, nas leis penais e de responsabilidade civil, nos tantos e tão complexos mecanismos de fiscalização, de imposição de sanções administrativas e judiciais consubstanciadas no Estado?
   Tempos assim trazem um alerta para o qual, quem sabe, ainda não demos a devida atenção. Há na alma humana mecanismos internos de transformação bem mais poderosos do que todos os esforços já empreendidos para nos proteger da maldade alheia. Eles apontam para nossas próprias imperfeições. A História tem comprovado a imensa capacidade de transformações sociais e políticas conquistadas por esse poderoso elã coletivo que, agora, se revigora entre nós. Mas seremos capazes de investir o mesmo esforço no afã individual de transformação? Ou teríamos esquecido a grande lição presente nas mais caras tradições filosóficas, segundo as quais a corrupção nasce e vive na alma humana e só ali pode ser morta?

(*) Advogado e jornalista, presidente do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre:

sábado, 21 de março de 2015


A Bagagem
 
“Um homem não é grande por aquilo que ele fez e sim por aquilo a que ele renuncia”!
O homem veio a este planeta para semear e colher. E todos os bens materiais do mundo estão colocados à sua disposição. Assim o quis o Grande Arquiteto do Universo.
Acontece que na grande maioria dos casos, a busca a esse “status”, e a luta pela riqueza e o prestígio, acabam afastando o homem de um outro desenvolvimento tão importante quanto o progresso material: o desenvolvimento espiritual, e, principalmente, a assumir responsabilidades diante das nobres e altruísticas missões que nos aguardam em prol do bem comum.
É importante, pois, que todos nós saibamos encontrar uma fórmula, que nos permita escapar desse roteiro constituído de trabalho profissional, preocupação financeira e conquista de espaços nas colunas sociais. O homem que deseja progredir em relação ao seu desenvolvimento espiritual – e principalmente o Maçom que deve desbastar a Pedra Bruta – precisa ter em conta que a bagagem para a Grande Viagem não é a mesma que se leva quando de roteiros de negócios ou turismo. É preciso que tenhamos isso em mente! Não apenas em alguns momentos de reflexão, mas em cada minuto do dia. É preciso que o homem se localize como fiel da balança, sabendo até onde deve ser conduzido pelos seus desejos mundanos, naturais, de progresso material e até onde precisa levar sua vida, construindo um destino que, ao final, venha somar em seu crescimento espiritual.
Vejamos o que pode nos acontecer num encontro mais ou menos assim:
Ao fim de um dia estafante, de um dia de rotina, o homem procurou repousar e rapidamente dormiu. Dormindo, em sonho, ele pressentiu a presença de alguém. Era um estranho personagem que, dirigindo-se a ele, disse-lhe que se preparasse, porque a qualquer momento deveria viajar.
- Arrumai a mala!... – falou o estranho.
Embora aturdido pela nova situação e mesmo confuso e sem poder raciocinar direito, como um autômato, o homem  começou a juntar tudo que tinha e que poderia levar com ele. À sua frente, o estranho personagem observava de perto os gestos do importante homem de negócios. Abriu a mala com um gesto quase automático, e começou a juntar suas coisas: roupas, livros, troféus, sapatos, diplomas e tantas coisas. Silente, o estranho apenas observava. E o homem foi colocando mais coisas na mala: um álbum de fotografias – onde estavam suas lembranças queridas; retratos de antigas namoradas; cartões de visita do seu grande círculo de amizades, etc, etc. – Ah! E o talão de cheques! Como esquecê-lo? Junto com o talão, apanhou seus cartões de crédito, colocando-os no bolso interno do traje branco, junto aos seus documentos pessoais e dinheiro vivo, em moeda corrente. Por um instante, levantou os olhos e viu o estranho que continuava ao seu lado, olhando aquela cena toda. O estranho sorriu, sacudiu a cabeça e disse:
- Nesta viagem não precisas de nada disso. O supérfluo deve ficar e contigo deves conduzir apenas aquilo que é realmente importante. O homem transpareceu surpresa no olhar e falou:
- Mas como? Roupas, dinheiro, calçados, documentos, cheques, nada disso é importante? Não estou entendendo!
- Verdade – retrucou o estranho – disseste-o muito bem. Nesta viagem que farás nada disso é importante. E constatando o olhar surpreso do homem, o estranho continuou falando calma e tranqüilamente. E disse que esta é uma viagem diferente. Tão diferente que, apesar de nem saber quando seria, o homem já deveria ir se preparando desde agora. E não poderia levar coisas que não fossem realmente importantes e necessárias. Sua voz continuava tranqüilamente a esclarecer:
- Não precisaras ocultar a nudez do teu corpo. Não precisaras de livros para ler, pois nada mais poderás aprender nos livros que possuis. Os teus sapatos não terão qualquer serventia, posto que não andarás mais na terra nem pisarás mais o chão. Os teus troféus e as tuas medalhas não terão qualquer valor para onde vais. Nem tampouco diplomas te serão pedidos. As tuas fotografias nada mais significarão para ti e outras serão tuas lembranças. Deves esquecer conquistas sem finalidade, e nem todos os cheques de todos os bancos do universo comprarão sequer um banco rústico onde possas sentar. Para onde tu vais, o teu dinheiro não vale nada!
- Mas minhas roupas de alto valor? Meu “smoking”? Meu terno branco de tanto gosto? – perguntou o homem.
- Nada disso importa! – Não deves te preocupar com a brancura do teu terno, mas sim com a alvura da tua alma, a branco pureza que deve vestir o teu espírito...
Nesta altura do diálogo, o homem sentiu-se envolver por uma aura de luz dourada que chegava até eles, sem que se pudesse perceber de onde. Então, sem entender bem porquê, o homem começou a tirar toda aquelas coisas da mala, que logo ficou vazia.
- Para que a mala? – pensou ele, perguntando em seguida – Apesar de teres dito para arrumar a mala, ei-la vazia, sem razão de ser e sem finalidade. Que querias dizer quando ordenaste que eu arrumasse a mala?
- Quando te mandei arrumar a mala, não me entendeste! Eu me referia a que reuniste tudo de puro e de bom que teus sentimentos abrigam na bagagem do teu espírito, no recesso do teu coração. Eu pedia que reunisse num somatório, todos os gestos de amor que praticaste até aqui; toda a palavra de perdão que proferiste; todo o amor fraterno que ofereceste aos teus Irmãos; toda a fome que ajudaste a mitigar, a sede que saciaste, o corpo de alguém que agasalhaste; toda a palavra que proferiste para educar, ensinar, guiar, esclarecer e proteger. Esta, apenas esta, é a bagagem que deves reunir. Esta mala que está ao teu lado, não tem qualquer serventia a não ser aqui. A outra, a mala que te mandei arrumar, é a mala do coração e da mente.
No faiscar de um instante, num relance, o homem compreendeu que a viagem que deveria fazer seria para além do mundo material. Galgaria os céus, ou quem sabe, desceria aos infernos. Subiria á culminância das estrelas, num encontro fatal com os anjos portadores da balança da Lei e, depois, quem sabe onde iria parar. No recesso da Casa do Pai ou nas profundezas abismais das trevas e do medo.
- Então, a minha viagem é agora – falou. O suor deslizava pela sua testa e se precipitava no abismo de suas faces. Sua voz estava rouca. A garganta estava seca. E o homem fez um esforço e disse:
- Vou morrer?
O estranho sorriu e respondeu tranqüilizando o homem.
- Não! A tua viagem não é agora. Mas poderá ser no próximo minuto, dentro de alguns dias, talvez semanas, quem sabe dentro de muitos anos, ainda. Mas ouve o meu conselho: não deixa para arrumar tua bagagem no minuto anterior à partida. Não! Deves cuidar dos teus bens (se é que possui algum) agora. Prepara-te com antecedência. Mesmo porque não poderás saber quando chegará o momento do céu se abrir e as trombetas dos anjos anunciarem que a tua viagem está começando. Que não sejas pego de surpresa. Que não viajes despido e sem nada. Porque se assim o fizeres, certamente terás que retornar para recuperar o que perdeste e para construir o que não edificaste. E o que é bem pior, voltarás para trocar teus valores e, então sim, encontrareis o teu tesouro. Cuida-te, pois! Construir na matéria a finalidade maior da vida terrena, esquecendo que acima de tudo isto existe a essência Maior, que conduz à morada espiritual na Casa do Pai, é um trágico e amargo engano que a maioria dos homens comete. Pára e medita. Traça um paralelo entre a vida do homem espiritual em seu manancial de verdadeira Luz e Sabedoria. Se as trombetas tocassem agora e os anjos chamassem teu nome, terias pronta a bagagem para a grande viagem?
Valdemar Sansão
Bibliografia:
Coletado no trabalho: “O Estranho” do
Ir\ Tibiriçá Freitas (A TROLHA Mar-Abril/90)
A Maçonaria existe para servir os homens e para transmitir o facho de conhecimento coletado e secreto, de uma outra geração de iniciados!
Fonte: glesp.org.br
 

sexta-feira, 20 de março de 2015


Pensamento lateral

 Edward de Bono

 

Há muitos anos, quando alguém que devia dinheiro podia ser posto na prisão, um mercador londrino teve a infelicidade de dever a um agiota uma grande soma. O agiota, que era velho e feio, estava apaixonado pela filha do mercador, uma bela adolescente. E propôs ao pai um negócio: disse que cancelaria a dívida do mercador se, em troca, pudesse ter a moça.

 

Tanto o mercador quanto a filha ficaram horrorizados com essa proposta. Então, o esperto agiota propôs que deixassem a Providência decidir a questão. Disse-lhes que colocaria duas pedrinhas, uma preta e outra branca, em uma bolsa vazia, e a jovem teria de pegar uma das pedrinhas. Se pegasse a preta, tornar-se-ia sua esposa e a dívida do pai seria cancelada; se pegasse a branca, permaneceria com o pai e a dívida também seria cancelada. Mas se a jovem se recusasse a tirar uma das pedrinhas, o pai seria posto na cadeia e ela morreria de fome.

 

Relutante, o mercador concordou. Estavam conversando em passeio juncado de seixos no jardim do mercador, e o agiota curvou-se para pegar as duas pedrinhas. A moça, olhos aguçados pelo medo, percebeu que ele escolhera duas pedrinhas pretas, enfiando-as na bolsa. Então, pediu a ela que pegasse a pedrinha que decidiria seu destino e o de seu pai.

 

Quem pensa de forma vertical não poderia ser de grande ajuda a uma jovem nessa situação. Da forma como quem pensa assim analisa o problema, existem três possibilidades:

 

1. a jovem deveria se recusar a tirar uma pedrinha.

2.a jovem deveria denunciar o agiota, mostrando que havia duas pedrinhas pretas na bolsa.

3.a jovem deveria tira uma pedrinha preta e sacrificar-se para evitar que o pai fosse para a prisão.

 

Nenhuma dessas sugestões é de grande ajuda, pois se a moça não tira uma pedrinha, o pai vai para a prisão, e se tira, então tem que se casar com o agiota.

O que a jovem da história fez foi enfiar a mão na bolsa e tirar uma das pedrinhas. Sem olhá-la, ela se atrapalhou e deixou a pedrinha cair no caminho, onde esta imediatamente se perdeu no meio das outras.

 

- Oh, como sou desastrada! – disse, então. – Mas não tem importância... Se o senhor olhar na bolsa, poderá saber qual foi a pedrinha que peguei, pela cor da que ficou.

Uma vez que a pedrinha que ficar na bolsa era, evidentemente, preta, deve-se concluir que ela tirara a pedrinha branca, uma vez que o agiota não ousará admitir sua desonestidade.

Edward de Bono

* Pensamento lateral, Edward de Bono, professor das universidades de Oxford, Cambridge, Londres e Harvard. Escreveu 62 livros, traduzidos em 34 línguas.