domingo, 30 de junho de 2019

MASMORRAS AO VÍCIO



A palavra masmorra é de origem árabe, que na época dos Mouros designava o celeiro subterrâneo, que também servia de cárcere. Com o contato com a civilização européia a palavra perdeu o sentido de “depósito de alimentos” para ser usada somente como ergástulo, enxovia, calabouço, cárcere, cadeia, masmorra e prisão.

É neste sentido que realmente os Maçons devem utilizar a pá da vontade, a picareta da determinação e a alavanca da moral para cavarem, o quanto mais fundo poderem, um aposento sombrio e triste para tudo aquilo que avilta o homem.

Não devemos nos preocupar com o mal, mas com os HÁBITOS que desgraçadamente nos arrastam até ele. O vício é uma impetuosa propensão que nos atormenta e insufla nossas vis paixões. 

Sem a menor intenção de ser moralista, mas alertando que ser um “Homem Livre e de Bons Costumes” exige a prática da Virtude. Que nada mais é do que o oposto ao Vício (do latim "vitium", que significa "falha" ou "defeito"). 

Se o Irmão tem algum hábito repetitivo que degenera ou lhe causa algum prejuízo e aos que com você convivem, está passando da hora de compreender que em nossos labores trabalhamos para adaptar nosso espírito às grandes afeições e a só concebermos idéias sólidas de virtudes, porque somente regulando nossos hábitos pelos princípios da moral, é que poderemos dar à nossa alma o equilíbrio de força e de sensibilidade que constitui a Ciência da Vida. 

Nos arredores da cidade de Patrocínio há uma enorme cratera de aproximadamente 16 km de diâmetro. Durante muito anos, especulou-se que sua origem era vulcânica, contudo, não existem provas concretas de atividade vulcânica. Observando melhor as características geologicas, surge a possibilidade da cratera ter sido formada pelo impacto de um asteroide. 

De maneira simbólica vejam um asteróide como um “pequeno vício”, afinal está tão distante de nós que parece pequenininho. O “hábito repetitivo” ou simbologicamente – o tempo - vai aproximando este asteróide/vício de nós e quando menos esperamos, ele (vício/asteróide) está enorme e preste a nos causar um “grande buraco” (cratera). Faltam apenas 3 semanas para completarmos o ano de 2011. Tempo mais que suficiente para iniciarmos a construção de Templos pessoais à Virtude e Masmorras profundas aos nossos vícios. Margaret Mead foi uma antropóloga norte-americana, nascida em 16 de dezembro de 1901 que resumiu a relação virtude e vício com a seguinte frase: “A virtude é quando se tem a dor seguida do prazer; o vício é quando se tem o prazer seguido da dor”.

De acordo com o PROMAÇOM cujo programa visa à integração das Lojas Maçônicas, segue em anexo, o quadro com as atividades das Lojas que se reúnem na avenida Brasil 478 e, de algumas situadas fora do Palácio Maçônico.

Irm Sérgio Quirino Guimarães *

sábado, 22 de junho de 2019


O PERFIL DO VERDADEIRO MAÇOM

Os homens que levaram a cabo a fundação do Regime Escocês Retificado, teve uma idéia clara do que o esperado virtudes de um bom pedreiro. Herdeiros de uma tradição maçônica de séculos, esses fundadores.

Conheci um homem que dedicou sua vida à construção de um templo interno em seu coração, deve ter as virtudes de verdadeiros homens que construíram templos, na Idade Média, as catedrais colossais. Essas virtudes claramente definidos por Theophilus e outros beneditinos em seus "manuais de construção" aparecem nesse trecho de um discurso do duque de Brunswick com impressionante simplicidade. Se perguntarmos o que podemos esperar de um verdadeiro maçom? eis a resposta mais forte. Postado mais de dois séculos, continua válida. Discurso realizado pelo Grand Superior da Ordem Interior e Grão-Mestre de todas as Lojas, 31 de julho de 1782. Para trazar o perfil do verdadeiro Mason, que deve ser fornecido com as seguintes qualidades:

Em uma verdadeira crença em Deus sem hipocrisia.

Um verdadeiro e puro por seu Divino Redentor, a única fonte de todo o bem do amor.

Em uma perfeita retidão de coração.

Um amor ativo para os outros.

O verdadeiro conhecimento de como a verdadeira formação do coração deve ser, e como você pode obtê-lo, e para examiná-lo com os outros.

A partir de uma instituição de caridade no seu sentido mais amplo.

Um verdadeiro e refinada caridade em todo o mundo, seja amigo ou inimigo.

A partir de uma comodidade no comércio para viver.

Um verdadeiro amor ao próximo.

A partir de um humor social.

A completa ausência de inveja.

A partir de uma total ausência de ciúme.

Para evitar suspeitas. Para atender exatas e religiosamente todos os compromissos assumidos como um Mason, bem como as efetuadas no estado civil.

Ser altruísta.

Renunciar a todas as auto exagerada e indignados amor.

Renunciar orgulho, fonte única e principal de todos os males do mundo.

Se não rancoroso. Trabalhando principalmente no verdadeiro conhecimento de si mesmo, e não para ser tolerante com essa tarefa.

Trabalho todos os dias para melhorar seu coração, e torná-lo mais ágil, se não és.

E a persistir no cumprimento de todas essas virtudes, até o fim de sua carreira.

Um que atenda, meus queridos irmãos, estas regras é escrupulosamente verdadeiro Mason, e na cabeça deste tipo de maçons e terei prazer em bem vindos.

Solenemente renunciar a tudo o que é contrário a essas virtudes. Se todas estas virtudes são executados exatamente cada um como você pode possivelmente, resulta necessariamente a isso, à medida que mais e única vantagem que os membros desta companhia respeitável será refinada, e foram preferencialmente ocupar qualquer outro de coisas dignas do Grande Arquiteto do Universo, e que pode tender ao verdadeiro bem-estar da humanidade, com a consequência de que a pobreza e as necessidades do miserável ser socorrida, e injustamente oprimido será assistido por encontrar um verdadeiro paraíso com a gente.

Ir.·. Tony Iñiguez

sexta-feira, 14 de junho de 2019


O SEGREDO DOS FILHOS DA LUZ

A iniciação é considerada pelos maçons, como um novo nascimento. Um parto em que o candidato tem o seu primeiro contato com a luz que vem do leste. O processo das provas e viagens são os meios utilizados para esclarecer ao futuro maçom, sobre as finalidades da Ordem Maçônica, dos deveres de seus membros.

A luz que simbolicamente é dada ao neófito servirá para iluminar o caminho na senda a ser percorrida, abrir a mente para o conhecimento e semear conceitos sólidos para o desenvolvimento espiritual e moral de seus integrantes. Mas, já não estamos conseguindo praticar o que pregamos, os conceitos da Sublime Instituição são puros, relevantes, espirituais, justos e perfeitos.

A Ordem Maçônica é constituída por seres humanos, que são imperfeitos e estão relegando a um segundo plano o seu conteúdo espiritual e a estão transformando em uma instituição puramente materialista. Então, as brigas pelo poder começam e passam a ocorrer divisões de potências e obediências, com vários líderes pregando a prática de sectarismo.

Assim, a intolerância passa a imperar, a Fraternidade deixa de ser praticada, e o amor não é praticado entre os que se dizem irmãos. Nada do que é ensinado dentro dos sagrados templos é praticado por seus membros quando estão fora das reuniões. A grande maioria só quer saber dos seus direitos, não se preocupam com os deveres de cada um para com a humanidade.

É incrível o numero de maçons que não entendem as mensagens ocultas nas entrelinhas dos rituais, que não sabem interpretar o simbolismo existente dentro dos templos, e não sabem diferenciar o que são lendas e o que é história. Não se pode amar aquilo que se desconhece.

O conhecimento de todo esse conjunto é o que faz o “Segredo Maçônico”. Poucos são os que o conhecem, são os denominados “Filhos da Luz”, os verdadeiros detentores da ciência sagrada.

 Ir.·. Pedro Neves .'. 
M.'. I.'. 33.'. MRA Academia Maçônica de Letras do Brasil
– Arcádia Belo Horizonte

quinta-feira, 13 de junho de 2019


No Templo Doméstico

A escola simples alfabetizará teu cérebro, garantindo-te o ingresso no vestíbulo da cultura e a universidade, na ordem superior do ensino, alçar-te-á o conhecimento à comunhão com a ciência preciosa, descerrando-te o acesso à infinita sabedoria...

O santuário religioso preparar-te-á o sentimento para a aquisição da virtude e as grandes experiências da fé, habilitar-te-ão a vida interior aos mais largos vôos nos domínios do espírito...

Aprenderás com o mundo e com os homens os mais belos caminhos para que o teu entendimento e o teu coração se ergam da sombra terrestre à claridade dos cimos, entretanto, o lar é o ponto vivo de tua luta, a oficina de tua redenção e o templo em que conquistarás as próprias asas para a libertadora ascensão.

É aí, nesse abrigo limitado a quatro paredes, que serás desafiado a positivos testemunhos de sacrifício, diplomando-te no serviço justo à comunidade terrena que te espera a palavra brilhante e a linguagem do exemplo renovador...

Vives no asilo doméstico, à maneira de quem lhe penetrou os umbrais exclusivamente para aprender e amar, socorrer e servir.

Dentro dele encontrarás os laços mais puros incentivando-te à sublimação do porvir e as mais aflitivas algemas a te jungirem ao passado obscuro e delituoso.

Em seus altares, serás defrontado pelas flores do carinho sem jaça e pelos espinhos agressivos do ódio e da aversão, requisitando-te a mensagem permanente da humildade e da tolerância.

Abraça, pois, no lar em que te situas, o cadinho de tua própria purificação à frente da vida, e, convertendo-te no santuário familiar em servo do amor que auxilia sempre, dele desferirás teu grande vôo em serviço da Humanidade inteira.

Quando estiveres à beira da impaciência ou da ira, perdoa setenta vezes sete vezes e adota o silêncio por gênio guardião de tua própria paz.

EMMANUEL

segunda-feira, 10 de junho de 2019


Exaltemos a Vida

Não matarás – determina a Lei.

Não basta, porém, te prives de furtar o corpo aos semelhantes.

Aprendamos a cultivar a vida, engrandecendo-a, aqui e além, hoje e sempre.

Não mates o tempo com o veneno da inutilidade, porque pela sombra das horas que aniquilas em vão, serás visitado pelas trevas tentadoras da maldade e do crime, compelindo-te talvez, a investir muitos séculos do futuro em pesados compromissos.

Não aniquiles a confiança do próximo com a lâmina da aspereza ou da ingratidão, de vez que pela dor do vizinho que menosprezas, podes ser constrangido a inquietantes padecimentos de reajuste.

Não apagues o entusiasmo de teu irmão nas boas obras, nas quais nos sentimos atraídos pelo ideal superior, porquanto, o fel de teu pessimismo pode induzi-lo ao desânimo, estabelecendo aflitivos débitos em teu próprio desfavor.

Não extingas a fé que brilha no coração dos companheiros, manejando a lança do desapontamento ou da incompreensão, porque o frio em que envolves a tarefa dos outros, será, mais tarde, neve de angústia e desencanto ao redor de teus passos.

Não extermine a luz, a alegria, a paz, a esperança, o trabalho ou o otimismo dos que marcham contigo, lado a lado, na mesma senda de luta, na convicção de que a morte por tuas mãos será sempre morte a ti mesmo.

Entronizemos a vida em nossa alma e adubemo-la com a nossa boa vontade na extensão do progresso e do serviço, da harmonia e do amor, e, ainda mesmo a pretexto de legítima defesa, abstenha-se do mal, recordando, com o Divino Mestre que a cruz do supremo sacrifício será sempre brilhante ressurreição.


Na tarefa de esposo, desculpa a fraqueza ou a exasperação da companheira, nos dias cinzentos da incompreensão; e, no ministério da esposa aprende a perdoar as faltas do companheiro e a esquecê-las, a fim de que ele se fortaleça no crescimento do bem.


EMMANUEL

sábado, 8 de junho de 2019


No Serviço da Luz

Não ouvides que todos os perseguidores da luz são habitualmente enfermos do espírito acomodados ao mal.

Muitos trazem no peito o vulcão do ódio, exalando os fluidos comburentes do fogo devorador que lhes consome a vida, a se enovelarem, pouco a pouco, nas teias da loucura, quando o crime não lhes colhe a existência; outros, transportam no coração a chaga da cobiça ou da inveja a verminar-lhes o seio e ainda outros se abismam nos labirintos da ambição desregrada, abrindo para si mesmos a cova de dor, a que descerão para a bênção expiatória...

Outros muitos, sofrem, no imo d’alma, a infestação do vício que os transforma em presa fácil dos empreiteiros da sombra e quase todos padecem na própria mente o assalto da ignorância em que se fazem, desavisados , instrumentos soezes da miséria e da insânia em verdadeiro flagelo público.

Renteando com eles – pobres irmãos nossos que elegeram para si próprios a condição penosa de detratores – trata-os por doentes necessitados de socorro e medicamento.

Conhecendo-os, de perto, lembrou Jesus no monte a bem-aventurança reservada no mundo aos que exerçam o perdão e a misericórdia.

E, é ainda por esse motivo que, à última hora, circulando por eles, nos tormentos da cruz, o Senhor recomendou-os à Tolerância Divina, e, ao invés de aceitar-lhes injúrias e desafios, preferiu segregá-los no hospital da oração.


Observa o mundo ao redor de teus passos e perceberás, na desigualdade das situações, a Justiça Divina a expressar-se com a perfeição da sabedoria e do amor.


Emmanuel

quinta-feira, 6 de junho de 2019


                                                                                                                

Quando se segue uma Via Espiritual ou se é admitido numa Ordem de tipo esotérico-iniciática tal como a Maçonaria se define, é habitual o novo membro efetuar um juramento no momento da sua admissão ou durante a execução de uma cerimónia de cariz iniciático, no qual se assume um determinado compromisso. E somente após a realização desse juramento é que o neófito é recebido e integrado no seio da respetiva Ordem. 
No caso que irei abordar e que será sobre a Maçonaria, é natural quando se fala em compromisso maçónico também se abordar simbióticamente o juramento maçónico. Tanto um como o outro são indissociáveis, porque um obriga ao outro e o mesmo, reciprocamente.

Durante o desenrolar de uma Iniciação Maçónica, no seu “ponto alto”, o neófito concorda em submeter-se a um juramento onde assume como compromisso de honra, aceitar e respeitar as Regras, Usos e Costumes da Maçonaria bem como as regras e leis do país onde se encontra sediada a Obediência Maçónica e a respetiva Loja da qual irá fazer parte. Nomeadamente e de entre os vários princípios maçónicos que se aceitam cumprir, os mais conhecidos pelo mundo profano são a Fraternidade entre todos os Irmãos, a prossecução do espírito da  Liberdade na Sociedade Civil e o sentimento de Igualdade entre todos.
Assim, assumir-se um compromisso com a Ordem Maçónica é assumir-se um compromisso pela Ordem e a bem da Ordem. Isto é que é o tão  propalado estar à Ordem.
 E estar-se é mais do que o ser-se! E digo isto porque qualquer um pode “o ser, mas “estar apenas se encontra ao alcance de poucos… 
Estar implica sacrifício, comprometimento, trabalho, prática e estudo, e isto de forma incansável e perene. 
Por isto é que assumir um compromisso deste género e com a relevância que este tem, nunca deverá ser feito de forma leviana; o mesmo se passa com os outros compromissos que se assumem durante a nossa vida profana e que também não devem ser assumidos se não estivermos capacitados para os cumprir. 
-Há que se ter a noção daquilo a que nos propomos a fazer-. 
 Por isso é que o compromisso maçónico é feito com a nossa Palavra e sobre a nossaHonra. Desvirtuar estas duas qualidades, é desvirtuar a própria Maçonaria. 
Da mesma forma que, se não respeitarmos a nossa palavra e não mantivermos a nossa dignidade na sociedade civil, também não somos dignos de nela estarmos integrados e sofreremos as consequências ou punições que forem legitimadas pelas leis do país. 
De certa maneira, a Maçonaria atua e se assemelha com a sociedade profana, com as suas leis e os seus costumes, competindo aos maçons respeitar a sua aplicação e observar o seu cumprimento. É mais que um dever ou obrigação tal. É a assumpção que assim o deve ser e nada mais! 
Porque assim tem funcionado há quase três séculos e o deverá continuar a ser noutros tantos…

Aliás, ainda na Maçonaria contemporânea se encontra algo que dificilmente se encontra na profanidade atualmente, ou seja, o valor da palavra sobre a escrita. O que não deixa de ser curioso dados os tempos que correm. 
Nesta Augusta Ordem, ainda hoje aquilo que um maçom afirma tem um valor tal, que se poderá assumir que não necessitará de ser escrito para que o seja considerado; basta se dizer, que assim o será. 
O tal “contrato verbal” na Maçonaria ainda hoje tem lugar. E somente pessoas de bons costumes o usam fazer, pois a sua honra e a sua conduta serão sempre os seus melhores avalistas.

Não obstante, o compromisso maçónico ao ser albergado por um juramento, obriga a que quem se submete a ele, o faça de forma permanente. Não se jura somente aquilo que gostamos ou somente aquilo que nos dá jeito cumprir. 
Quando entramos para a Maçonaria sabemos que, tal como noutra associação ou organização qualquer, existem regras e deveres para cumprir; pelo que o cooptado compromete-se em respeitar integralmente todas as regras e deveres que existem na sua Obediência. E quem age assim, fá-lo porque decidiu livremente que o quer fazer e não porque alguém a tal o obriga.

E uma vez que a adesão à Maçonaria se faz por vontade própria, aborrece-me bastante (para não ser mais acutilante ainda…) assistir ou ter conhecimento de casos em que este juramento foi atraiçoado e em que os compromissos assumidos perante todos, foram deliberadamente e conscientemente esquecidos.

Será que quem age desta forma, poderá ser  reconhecido como um verdadeiro maçom? 
Ou será apenas gente que simplesmente enverga um avental e um par de luvas brancas nas sessões da sua Loja? 
Em alguns casos destes, creio que foram pessoas que entraram na Maçonaria, mas que por sua vez, a Maçonaria certamente não entrou neles…

Algumas vezes, infelizmente, isto pode acontecer porque quem vem para a Maçonaria vem “desavisado”, isto é, pouco conhece ou percebe o que é a Maçonaria e o que ela representa, “vem ao escuro” por assim dizer, e caberá a quem apadrinha uma candidatura maçónica, informar ou retirar algumas dúvidas que se ponham ao seu futuro afilhado e consequente irmão. Em última instância, devem os responsáveis pelas inquirições que decorrem no âmbito de um processo de candidatura maçónica, no momento das entrevistas aos candidatos, terem a sensibilidade para se aperceberem do desconhecimento do entrevistado sobre os princípios e causas que movem os maçons e sobre a Ordem da qual este manifesta a vontade de vir a fazer parte, e nesse caso, serem os próprios inquiridores nessas alturas em concreto, a efetuar o trabalho que deveria ter sido feito anteriormente pelo proponente da referida candidatura, no que toca a esclarecer o profano e a fornecer-lhe as informações que lhe sejam necessárias para que esta (possível) adesão possa decorrer sem sobressaltos, nem que esta admissão venha a causar problemas (previsíveis!) no futuro, seja para a respetiva Loja ou até mesmo para a Obediência que porventura o vier a acolher.

Todavia, normalmente no momento do juramento maçónico, o neófito fá-lo sem saber/compreender o que estará a jurar e para o que estará a jurar, pois o véu que o cobre  na sua Iniciação é de tal densidade que  muitas vezes somente passado algum tempo é possível se perceber o juramento que se fez e o compromisso que se tomou, e que por vezes pode ser diferente daquilo que são as crenças pessoais e respetiva forma de estar de cada um ou até mesmo porque se acreditava que se “vinha para uma coisa e afinal se encontrou outra”…
E o trabalho que um padrinho deve desenvolver com o seu afilhado durante a formação deste tanto como a responsabilidade que assumiu perante o afilhado e a Ordem ao subscrever a candidatura dele, serão fulcrais neste tipo de situação concreta. O padrinho (pelo dever moral) e a Loja em si (porque é um dever da loja acompanhar e tentar integrar corretamente os Irmãos nos valores maçónicos) devem tentar perceber o motivo pelo qual alguém se “distancia” da Maçonaria. E apenas ulteriormente, se for caso disso, devem aconselhar a um possível adormecimentodesse irmão por não ser do seu intento continuar a pertencer a algo com o qual não se identifique mais. 
Pelo que desta forma se prevenirão certos casos e eventuais “lavagens de roupa suja” ou fugas de informação que poderão surgir, as quais na sua maioria nem sequer são informações plausíveis nem verídicas sequer, pelo que apenas posso especular que estas ocorrências se devem a  paixões e vícios mal combatidos e nem sequer evitados… E como se costuma dizer, “o mal corta-se pela raiz”, pelo que “as desculpas devem evitar-se”…

E quem entra na Maçonaria deve ter a noção que as suas atitudes já não lhe dirão respeito apenas a si, mas a todos os integrantes desta Augusta Ordem, a conduta de um maçom estará sempre sob um fino crivo pela sociedade e sempre debaixo do escrutínio de todos, seja de fora ou internamente. - Porque um, pode sempre e a qualquer momento, “por em xeque” os demais -. E ter esta noção e assumir esta responsabilidade é algo que deve ser intrínseco desde os primeiros momentos de vida maçónicos. 
Já não é o Nuno, o X ou o Y  que fazem isto ou aquilo, serão os maçons Nuno, X ou Y que o fazem… Logo é a Maçonaria na sua generalidade que será atentada com a má conduta que os seus membros possam ter, para além da Ordem poder vir a ser acusada de cumplicidade pelos atos efetuados pelos seus membros.

 Assumir que a nossa forma de estar e agir condiciona e se reflete na Maçonaria é um dos maiores compromissos que os maçons poderão tomar. Tanto que o dever de honrar a nossa Obediência, a nossa Loja e a Maçonaria em geral, deve permanentemente se encontrar  na mente de todos os maçons. 
Um juramento implica obrigações, e jurar ser-se maçom, mas fundamentalmente ser-se reconhecido maçom pelos nossos iguais,  implica que sejamos maçons a “tempo inteiro” e não apenas às segundas-feiras ou quintas-feiras de manhã ou à noite, ou quando nos dará mais jeito, é sempre! 
Sermos maçons, não é quando visitamos a loja e usamos os respetivos paramentos. Não basta envergarmos um avental, calçar umas luvas brancas e fazer uns “gestos estranhos”, é muito mais que isso! É cumprir preceitos, rituais e trabalhar em prol da Ordem. 
E se não estivermos prontos para tal, de nada valerão os juramentos que fizermos, porque nunca nos iremos comprometer com nada na realidade e em último caso, nem sequer  reconhecidos como tal seremos. 
E a palavra persisitirá perdida
Fonte: A PARTIR PEDRA , DE 01.12.2014

terça-feira, 4 de junho de 2019

Ser ou não ser .... Arguido


Vou entrar por um tema que está na MODA. Ser arguido.

O texto terá seguramente imprecisões juridicas mas não sou advogado.

Vou começar por vos confessar que eu já fui arguido uma dezena de vezes em processos crime. Em todos eles o mais longe que cheguei foi à instrução de um deles e fui dado como Não Pronunciado. Os recursos de quem me atribuia a responsabilidade nos "crimes" pelos quais fui constituido arguido foram todos recusados.

A maioria destes processos em que respondi nunca chegaram à instrução tendo sido arquivados, mesmo se num deles e já por gozo "confessei" o crime de que ia acusado pois tratava-se de um processo de falsas declarações no qual eu ia acusado de no inquerito e enquanto testemunha ter dito uma coisa e passados 2ou 3 anos na instrução desse processo e na mesma enquanto testemunha ter dito a mesma coisa mas no singular e não no plural como havia dito anos antes.

Pelo ridiculo da coisa confessei pois de facto a primeira formula no plural estava gramaticalmente errada e a segunda no singular estava certa, confessei porque como disse à senhora Magistrada andava já angustiado há muito tempo por ter vilipendiado de forma tão grosseira a Lingua Pátria e quando pude corrigir o erro cometido corrigi, relatando a situação de forma correcta e expressando-me em bom português. Foi entendido que por isto eu teria prestado falsas declarações e fui então constituido Arguido.

Ser constituido arguido é a coisa mais simples deste mundo. Basta uma queixa, uma referencia em interrogatório de terceiros, uma certidão e é iniciado um processo de averiguações que culmina com a constituição como arguido. Nesse momento não é ainda sequer conhecido o facto que constitui a acusação e se me lembro só depois de ouvido e constituido arguido é que o meu advogado tinha acesso ao processo para saber de que ia eu acusado.

Arguido é como ir ao parque passear. Não tem valor qualquer e não pode prejudicar a honorabilidade das pessoas. Se eu me chatear com um dos meus co-blogueiros e for dar parte deles contando uma historia que possa ser vista pelas autoridades como crime publico, é quase garantido que eles serão constituidos arguidos, e na verdade não fizeram nada.

Entre ser constituido arguido e o processo de acusação ficar concluido pode demorar mais de 1 ano. E depois de formalmente acusado ainda pode demorar mais uma data de tempo até chegar à instrução do processo. Havendo pronuncia há julgamento, mas relembro que neste país existe uma coisa que se chama

PRESUNÇÃO DE INOCENCIA

e que todos somos inocentes até provado o contrário e que a unica prova que vale é a que é produzida em tribunal.

Acho indecente que um cidadão tenha que adiar a sua vida por um periodo de tempo desconhecido apenas por ter sido constituido arguido e formalmente nao ser acusado de nada e nao ter tido sequer a possibilidade de se defender ( a defesa só pode ser feita depois de constituido arguido).

Acho que um cidadão culpado deve ser punido, até à prova da sua culpa não pode perder nenhum direito nem garantia.

Todavia creio que entre a constituição de arguido e a acusaçao formal , a existir, o tempo deveria ser extraordinariamente curto pois a honorabilidade do cidadão está em causa.

Entendam que cada vez que tinha que ir prestar declarações, ser ouvido, etc tinha que apresentar no departamento de pessoal da empresa um documento do tribunal ou da policia para justificar a minha falta. As coisas sabem-se e não é agradavel ser olhado de forma diferente e tal como disse no inicio nunca fui condenado (bem umas multas de transito e outras fiscais mas isso nao conta!!!).

Os média à falta de assunto tornaram o " ser Arguido " em " Culpado para além de qualquer duvida e nem vale a pena ir ao tribunal que nós julgamos já aqui nas noticias e aplicamos a sentença imediatamente"

E fazem isto de forma impune porque o fazem ao abrigo da liberdade de imprensa o que torna dificilimo processá-los por difamação.

Não pretendo ilibar ou defender ninguém mas tendo sido arguido inumeras vezes e nao tendo por isso ficado menos honesto ou honoravel tenho que dar o beneficio da duvida aos arguidos deste mundo e esperar o resultado do respectivo julgamento se este vier a acontecer.

Por ultimo um agradecimento ao advogado que brilhantemente me defendeu e que no que depender de mim me defenderá sempre que necessário.

JoseSR