sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

EDUCAÇÃO NA MAÇONARIA


Charles E. Boller
 
EDUCAÇÃO NA MAÇONARIA

Charles Evaldo Boller


O cidadão que bate na porta de um templo da Maçonaria em busca da luz, a educação que leva à sabedoria, aguarda que a ordem maçônica possua um método de ensino que o transformará em homem melhor do que já é. Isto é evidente na redação da absoluta maioria das propostas de admissão. Tempos depois, muitos não encontram este tesouro, desiludem-se e adormecem. Para estes, a almejada luz foi apenas um lampejo. Longe de constituir falha do método maçônico de educação de construtores sociais a rotatividade é devida principalmente a nestes cidadãos a luz não penetrar, isto porque eles mesmos não o permitem. A anomalia é consequência do condicionamento a que foram submetidos ao confundirem educação com aquisição de conhecimentos na sociedade. É comum não perceberem a sutil diferença entre os dois propósitos. Professor de escola da sociedade ensina, transmite conhecimentos e não educa. São raros os professores das escolas que mostram caminhos e motivam o livre pensamento, e mesmo assim, isto ainda não constitui educação. Em educação existe apenas o ato de educar-se, de receber luz de fora e sedimentar em si novos conceitos, princípios e prática de virtudes. É impossível educar outra pessoa, a não ser que esta, na prática de seu livre arbítrio, consinta e se esforce em mudar a si próprio. No universo dos seres pensantes existe apenas a autoeducação. Qualquer um só pode educar a si próprio.


Ao mestre maçom é dada a atribuição de ensinar. Pelo modelo do mundo é de sua atribuição transmitir conhecimentos e pelo da Maçonaria é induzir o educando a decidir qual caminho deseja seguir em sua jornada. O método da ordem maçônica visa provocar cada um em descobrir seus próprios caminhos. Ler em conjunto as instruções do ritual não faz do mestre um educador maçônico, mas um professor que transmite conhecimento; ele não induz a luz, a educação da Maçonaria, a almejada sabedoria, para tal, ele carece de uma longa jornada de auto formação. O mestre que apenas dá instruções de forma mecânica não instrui, pois se comporta a semelhança do modelo do mundo, onde os governos propiciam instrução e igrejas conceitos de ação e moral. Auxiliar alguém em mudar o rumo de sua jornada na presença do livre arbítrio é educação. Romper a "couraça de aço" que envolve o intelecto do educando exige uma expressão da arte mística.
É ilusão pensar que pelo fato do educando ver-se mergulhado numa sociedade de homens bons, livres e de bons costumes, já seja o suficiente para fazer dele um homem bom. Se ele não o desejar e não agir conforme, de nada adiantam os melhores mestres que nunca obterá a sabedoria maçônica. Esta só penetra num homem se este o permitir. Por mais que o mestre se esforce, ou possua proficiência num determinado tema, se o caminho para dentro do educando não estiver aberto, isto não sedimentará e não se transformará em educação. Se o recipiendário não abrir-se ao que lhe é transmitido, de nada vale o mais habilidoso educador. O mestre educador exerce apenas um impacto indireto, por uma espécie de indução; um potencial que todos têm latentes em si de influenciar terceiros por um conjunto de atividades intelectuais, afetivas e espirituais. Para romper os bloqueios do educando o mestre deve encontrar-se primeiro, mudar-se, e só então obterá a capacidade de induzir luz maçônica ao outro; de fazer o outro mudar, momento em que, mente e coração do educando se abrem e ele mesmo passa a efetuar mudança em si, exercendo seu potencial de autoeducação. O aprendizado torna-se ainda mais eficiente quando as provocações provêm da ação do grupo sobre o individuo - é o efeito tribal fixado profundamente na mente de cada indivíduo desde os vetustos homens das cavernas - quando a maioria das barreiras e bloqueios abre espaço para a auto educação com o objetivo de obter aprovação do grupo.
Para despertar dentro do educando as potencialidades de seus dons, exige-se do mestre obter conhecimento lato da natureza humana. Para aprofundar-se no conhecimento das características humanas exige-se dele que conheça antes a si mesmo, da forma a mais ampla possível - é a essência do "conhece-te a ti mesmo", de Sócrates. Este autoconhecimento só aflora quando ele atinge a fase de autorealização em sua vida, o último estágio que um ser humano atinge depois de atender a todas as demais necessidades, e que Abraham Maslow definiu para o indivíduo que procura tornar-se aquilo "que os humanos podem ser, eles devem ser: eles devem ser verdades à própria natureza delas". É neste último patamar que se considera a pessoa coerente com aquilo que ela é na realidade, de ser tudo o que é capaz de ser, de desenvolver seus potenciais. Só então é possível ao mestre conhecer a natureza humana alheia, onde a educação passa a obter característica de arte ao invés de ciência.


Note-se que educação maçônica, a luz, a sabedoria, não têm nada a ver com decorar rituais, conhecer ritualística, ser uma enciclopédia ambulante; é uma arte que adquire contornos mágicos quando os resultados aparecem e produzem bons frutos ao induzir os outros a mudarem para melhor como edificadores sociais. Enquanto a ciência pode ter tratamento intelectual com a transmissão de instruções, a arte de educar da Maçonaria vai muito além e alcança intuição cósmica. Enquanto o talento analisa e é consciente, o gênio intui e vai muito além da consciência, alcança o místico.


Abordagens técnicas não furam a couraça do livre arbítrio do educando, mas a alma da educação pode ser alcançada pela metafísica da arte de ensinar os caminhos para a luz. É uma mistura equilibrada de conhecimento, emoção e espiritualidade. A educação apresentará até contornos lúdicos na sua indução. Para isto exigem-se do educador maçônico a plenitude do autoconhecimento e da autorealização. Tal personagem porta a capacidade de induzir na mente do educando uma caminhada que o motiva em efetuar mudanças em sua vida; não porque o mestre assim o determina, mas porque o educando assim o deseja. Quando o mestre adquire esta arte de atingir e motivar o educando pela autoeducação, terá quebrado a barreira da indiferença do livre arbítrio e o educando se modifica porque ele assim o deseja. Com isto o mestre alcança a plenitude de sua atribuição.


É a razão do educador maçônico nunca ser definitivo em suas colocações e sempre apresentar as verdades sob diversos ângulos, para que o educando possa escolher ele próprio qual é o melhor caminho a seguir. É a razão de propiciar aos educandos a possibilidade de debater num grupo, em família, os temas com que a Maçonaria os provoca e eles mesmos definirem, cada uma a sua maneira, as suas próprias verdades. É a razão de o mestre brincar com os pensamentos, propiciando emoção agradável, conduzindo as provocações apenas na direção certa do tema e onde cada um define suas próprias veredas. Em todos os casos onde o educando sente-se livre para pensar e intuir ele derruba as inexpugnáveis barreiras do livre arbítrio que o impedem, em outras circunstâncias mais rígidas e ritualísticas, de obter as suas próprias verdades pelos eternos ciclos de tese, antítese e síntese.

Da mágica que se segue da absorção da luz pela autoeducação do educando é que surge a razão do maçom nunca iniciar um trabalho sem invocar a fonte espiritual da arte de educar à glória do Grande Arquiteto do Universo, a única fonte de luz da Maçonaria.

 
Bibliografia:
1. ROHDEN, Humberto, Educação do Homem Integral, primeira edição, Martin Claret, 140 páginas, São Paulo, 2007.

 

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Dr. Ernesto Artur - Cardiologista


 
Dr. Ernesto Artur - Cardiologista 

- Quando publiquei estes conselhos em meu site, recebi uma enxurrada de e-mails, até mesmo do exterior, dizendo que isto lhes serviu de alerta.
 
São eles:
1. Não cuide de seu trabalho antes de tudo.
(As necessidades pessoais e familiares são prioritárias).

2. Não trabalhe aos sábados o dia inteiro e, de maneira nenhuma, trabalhe aos domingos.

3. Não permaneça no escritório à noite e não leve trabalho para casa e/ou trabalhe até tarde.

4. Ao invés de dizer "sim"a tudo que lhe solicitarem, aprenda a dizer "não".

5. Não procure fazer parte de todas as comissões, comitês, diretorias,
conselhos e nem aceite todos os convites para conferências,
seminários, encontros, reuniões, simpósios etc. 

6. Se dê ao luxo de um café da manhã ou de uma refeição tranquila.
Não aproveite o horário das refeições para fechar negócios ou fazer reuniões importantes.

7. Pratique esportes. Faça ginástica, natação, caminhe, pesque, jogue bola ou tênis.

8. Tire férias sempre que puder, você precisa disso. Lembre-se que você não é de ferro.
 
9. Não centralize todo o trabalho em você, não é preciso controlar e
examinar tudo para ver se está dando certo... Aprenda a delegar. 

10. Se sentir que está perdendo o ritmo, o fôlego e pintar aquela dor de estômago, não tome logo remédios, estimulantes, energéticos e anti-ácidos. Procure um médico. 

11. Não tome calmantes e sedativos de todos os tipos para dormir.
Apesar deles agirem rápido e serem baratos, o uso contínuo fazem mal à saúde.

12. E por último, o mais importante: permita-se a ter momentos de oração, meditação, audição de uma boa música e reflexão sobre sua vida.
Isto não é só para crédulos e tolos sensíveis; faz bem à vida e à saúde.
 
IMPORTANTE:
OS ATAQUES DE CORAÇÃO

Uma nota importante sobre os ataques cardíacos.
Há outros sintomas de ataques cardíacos, além da dor no braço esquerdo.
Há também, como sintomas vulgares, uma dor intensa no queixo, assim como náuseas e suores abundantes.

Pode-se não sentir nunca uma primeira dor no peito, durante um ataque cardíaco.
60% das pessoas que tiveram um ataque cardíaco enquanto dormiam não se levantaram.
Mas a dor no peito pode acordá-lo de um sono profundo.

Se assim for, dissolva imediatamente duas Aspirinas na boca e engula-as com um bocadinho de água. Ligue para Emergência (192, 193 ou 190) e diga ''ataque cardíaco'' e que tomou 2 Aspirinas.
Sente-se  numa cadeira ou sofá e force uma tosse, sim forçar a tosse, pois ela fará o coração pegar no tranco; tussa de dois em dois segundos, até chegar o socorro..
 
NÃO SE DEITE !!!!

Um cardiologista disse que, se cada pessoa que receber este e-mail, o enviar a 10 pessoas, pode ter a certeza de que se salvará pelo menos uma vida !

REPASSE, NÃO DOI NADA!!!!!!!!
 
Quem se faz presente na vida deixa muita saudade e perfume por onde passa.
Há algo mais forte que os laços de sangue: são os laços do coração.

 

Texto enviado pelo Irmão Iraildo Macedo Dantas

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

SÍMBOLOS NAS PALAVRAS


 
 
SÍMBOLOS NAS PALAVRAS

 

Em nos reportando à indulgência, recorde-se que o verbo pode ser definido em variadas comparações.

A palavra da bondade é uma semente de simpatia.

A frase de acusação é um golpe agravando a ferida que nos propomos curar.

O conceito otimista é luz no caminho.

O grito de cólera é curto-circuito na sistemática das forças em que venha a surgir.

O diálogo construtivo é terapêutica restauradora...

O comentário deprimente é pasto da obsessão.

A nota de esperança é porta da paz.

O conceito pessimista é nuvem enregelante.

A frase calmante é ingrediente de paz.

O verbo agressivo é indução à doença.

Conversando podemos criar saúde ou enfermidade, levantar ou abater, recuperar ou ferir.

A nossa palavra enfim pode ser uma pancada ou uma benção.

E o uso dessa força que equilibra ou desequilibra, obscurece ou ilumina, ergue ou abate está em nós.

 

André Luiz

domingo, 23 de fevereiro de 2014

A canção do africano


Castro Alves
 
A canção do africano

 

Lá na úmida senzala,

Sentado na estreita sala,

Junto ao braseiro, no chão,

Entoa o escravo o seu canto,

E ao cantar correm-lhe em pranto

Saudades do seu torrão ...

 

De um lado, uma negra escrava

Os olhos no filho crava,

Que tem no colo a embalar...

E à meia voz lá responde

Ao canto, e o filhinho esconde,

Talvez pra não o escutar!

 

"Minha terra é lá bem longe,

Das bandas de onde o sol vem;

Esta terra é mais bonita,

Mas à outra eu quero bem!

 

"0 sol faz lá tudo em fogo,

Faz em brasa toda a areia;

Ninguém sabe como é belo

Ver de tarde a papa-ceia!

 

"Aquelas terras tão grandes,

Tão compridas como o mar,

Com suas poucas palmeiras

Dão vontade de pensar ...

 

"Lá todos vivem felizes,

Todos dançam no terreiro;

A gente lá não se vende

Como aqui, só por dinheiro".

 

O escravo calou a fala,

Porque na úmida sala

O fogo estava a apagar;

E a escrava acabou seu canto,

Pra não acordar com o pranto

O seu filhinho a sonhar!

............................

 

O escravo então foi deitar-se,

Pois tinha de levantar-se

Bem antes do sol nascer,

E se tardasse, coitado,

Teria de ser surrado,

Pois bastava escravo ser.

 

E a cativa desgraçada

Deita seu filho, calada,

E põe-se triste a beijá-lo,

Talvez temendo que o dono

Não viesse, em meio do sono,

De seus braços arrancá-lo!

 

Castro Alves

Extraído do livro Os Escravos, de Castro Alves, item 2.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014


Conhece-te a ti mesmo.
 
Bens e Males

Quase sempre, na Terra, muitos bens são caminhos a muitos males e muitos males são caminhos a muitos bens.



Por isso, muitas vezes, quem vive
bem à frente dos preceitos humanos, pode estar mal ante as Leis Divinas.



A
dor, sendo um mal, é sempre um bem, se sabemos bem sofrê-la, enquanto que o prazer, sendo um bem, é sempre um mal se mal sabemos fruí-lo.



Em
razão disso, há muitas situações, nas quais o bem de hoje é o mal de amanhã, ao passo que o mal de agora é o bem que virá depois.



Muita gente persegue o
bem, fugindo ao bem verdadeiro e encontra o mal com que não contava e muita gente se desespera, a fim de desvencilhar-se do mal que não consegue entender e acaba encontrando o bem por surpresa divina.



Há quem se ria no
gozo dos bens do mundo para chorar nos males da Terra para colher os bens da Esfera Superior.



Não procures unicamente estar
bem, porquanto no bem apenas nosso talvez se ache oculto o mal que flagela os outros por nossa causa e o mal que flagela os outros por nossa causa é mal vivo em nós mesmos, a roubar-nos o bem que furtamos do próximo...



Se desejas entesourar na estrada o bem dos mensageiros do
bem, atende, antes de tudo, ao bem dos semelhantes, sem cogitar do bem que se te faça posse exclusiva.



Rec
ordemos o Cristo que, aparentemente escravo ao mal do mundo, era o Senhor do Bem, a dominar, soberano, acima das circunstâncias terrestres, e, tentando seguir-Lhe o passo, aceitemos com valor, no mal da própria cruz, o roteiro do bem para a Grande Vida.

 

Scheilla

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Horácio


Aurora
 
Poema de Horácio
 
Ó Sol fecundo,

Que com teu carro brilhante

Abres e fechas o dia!...

Que surges sempre novo e sempre igual!

Que nunca possas ver

Algo maior do que Roma.

Famosa composição de Horácio, na chamada época de Augusto. (Humberto de Campos)

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

VOCÊ É MAÇOM, OU ESTÁ MAÇOM?

 
VOCÊ É MAÇOM, OU ESTÁ MAÇOM?
 
Pedro Neves  M\ I\(*)


            Sempre, nos momentos de dificuldades e adversidades é que passamos a conhecer as pessoas com as quais convivemos e nos relacionamos, é assim a realidade da vida.

            Nos momentos de alegrias o número de pessoas ao nosso lado é imenso; ao contrário, quando surgem as dificuldades, doenças, o número de “amigos”, como por encanto desaparecem da face da terra, não atendem telefone, e quando atendem desligam rapidamente com desculpas esfarrapadas, não procuram saber em que poderiam auxiliar.

            São muitos, os que se oferecem para comer junto com você uma concha de açúcar, raros são aqueles os que dividiriam e comeriam junto com você uma pequena colher de chá com sal.

            Assim é na vida e na sociedade, assim é em todas as instituições, na maçonaria não poderia ser diferente.

            Existem os maçons de “carteirinha”, profissionais, que só se interessam pelos benefícios que possam receber e que sempre procuram estar em evidência, mas, quando são chamados a contribuir com uma pequena parcela de trabalho, se omitem. Não procuram se aperfeiçoar, e não querem saber de obter conhecimento, não são maçons, estão maçons por interesse próprio e pensam que a maçonaria é um clube de serviços para relacionamentos, e crescimento financeiro, etc, durante uma pequena tempestade são os primeiros a abandonar o barco; Se uma loja encontra um pequeno problema, acham mais fácil abandonar os irmãos e seguir em outra loja; se em uma caminhada você tropeçar e cair, eles são incapazes de estender a mão para ajudá-lo a se levantar, nos momentos de doença de algum irmão simplesmente desaparecem, não são capazes de fazer um contato para saber o que se passa, e oferecer ajuda, nem pensar. Se alguém tem dúvida no que faz ou segue, é melhor sair, para não contaminar os outros companheiros.

            Aos que não conhecem e nem se utilizam das peneiras de Hiram, leia a mensagem:
Meia-noite em ponto! Mais uma jornada do Templo terminara. Cansado por mais um dia de trabalho, Mestre Hiram recostou-se sob o frescor do Ébano para o merecido descanso. Eis que, subindo em sua direção, aproxima-se um Mestre Construtor, que lhe diz:

- Mestre Hiram... vou lhe contar o que disseram do segundo Mestre Construtor...
Hiram com sua infinita sabedoria responde:

- Calma, meu Mestre; antes de me contares algo que possa ter relevância, já fizeste passar a informação pelas “Três Peneiras da Sabedoria?

- Peneiras da Sabedoria? Não me foram mostradas, respondeu o Mestre!

- Sim... meu Mestre! Só não te ensinei, porque não era chegado o momento; porém, escuta-me com atenção: tudo quanto te disserem de outrem, passe antes pelas peneiras da sabedoria e na primeira, que é a da VERDADE, eu pergunto: tens certeza de que o que te contaram é realmente a verdade?

Meio sem jeito, o Mestre respondeu:

- Bom, não tenho certeza realmente, só sei que me contaram...

Hiram continua:

- Então, se não tens certeza, a informação vazou pelos furos da primeira e repousa na segunda, que é a peneira da BONDADE. E eu te pergunto: é alguma coisa que gostarias que dissesse de ti?

- De maneira alguma Mestre Hiram... claro que não!

- Então a tua estória acaba de passar pelos furos da segunda peneira e caiu nas cruzetas da terceira e última; e te faço a derradeira pergunta:

- achas mesmo necessário passar adiante essa estória sobre teu Irmão e Companheiro?
- Realmente Mestre Hiram, pensando com a luz da razão, não há necessidade...
- Então ela acaba de vazar os furos da terceira peneira, perdendo-se na imensa terra. Não sobrou nada para contar.

- Entendi poderoso Mestre Hiram. Doravante somente boas palavras terão caminho em minha boca.

- És agora um Mestre completo. Volta a teu povo e constrói teus Templos, pois terminastes teu aprendizado. 

- Porém, lembra-te sempre: as abelhas construtoras do Grande Arquiteto do Universo, nas imundícies dos charcos, buscam apenas flores para suas laboriosas obras, enquanto as nojentas moscas buscam em corpos sadios as Chagas e feridas para se manterem vivas.

            Esta semana, tenho recebido inúmeros e-mails relatando problemas de um Grão-Mestre e alguns irmãos que não conheço, os que fazem tais divulgações deveriam procurar colocar em prática os uso da peneiras de Hiram, assim, ao contrário do que fazem, eles estariam prestando relevantes serviços para a Ordem Maçônica.

            Maçom não é um super-homem ou santo como muitos podem pensar, o maçom é um homem comum como todos os outros, com virtudes, defeitos e falhas, poucos são os que procuram o conhecimento que a Sublime Instituição Maçônica oferece, poucos são os que seguem os seus ensinamentos.
            Como todas as instituições, religiosas, filosóficas, educação, política, ou filantrópicas, a maçonaria é passível de ter em seus quadros pessoas que não a compreendem e nunca vão compreender, estão apenas de passagem.
Mas, a maçonaria como instituição está acima de interesses pessoais, os seus ensinamentos acumulados foram herdados de seres mais iluminados e instituições milenares.  

            A maçonaria sobrevive graças a poucos abnegados, pois, a grande maioria não compreende e não pratica a LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE, falam apenas da boca para fora, são incapazes de praticar aquilo que desconhecem.

            As brigas pelo poder vão continuar, as divisões vão continuar a acontecer, o que se acham como únicos e verdadeiros, e legítimos eleitos vão continuar, as segregações e a prática do “bullying maçônico” vão continuar, a falta de SOLIDARIEDADE vai continuar, a falta de FÉ vai continuar, a falta de CARIDADE vai continuar, a falta de conhecimento maçônico vai continuar.

            Mas, acima de tudo isso, a ESPERANÇA vai continuar.
Os poucos que conhecem e praticam a verdadeira maçonaria vão continuar para a perpetuação da Instituição e de seus ensinamentos.

 


(*) Pedro Neves .’. M.’. I.’. 33.’. MRA
Membro Efetivo da Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia Belo Horizonte

 Cadeira 001 – Patrono: Arlindo dos Santos
Preceptor da Suprema Ordem Civil e Militar dos Cavaleiros Templários

Texto enviado pelo irmão Devaldo de Souza