quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

VOCÊ É MAÇOM, OU ESTÁ MAÇOM?

 
VOCÊ É MAÇOM, OU ESTÁ MAÇOM?
 
Pedro Neves  M\ I\(*)


            Sempre, nos momentos de dificuldades e adversidades é que passamos a conhecer as pessoas com as quais convivemos e nos relacionamos, é assim a realidade da vida.

            Nos momentos de alegrias o número de pessoas ao nosso lado é imenso; ao contrário, quando surgem as dificuldades, doenças, o número de “amigos”, como por encanto desaparecem da face da terra, não atendem telefone, e quando atendem desligam rapidamente com desculpas esfarrapadas, não procuram saber em que poderiam auxiliar.

            São muitos, os que se oferecem para comer junto com você uma concha de açúcar, raros são aqueles os que dividiriam e comeriam junto com você uma pequena colher de chá com sal.

            Assim é na vida e na sociedade, assim é em todas as instituições, na maçonaria não poderia ser diferente.

            Existem os maçons de “carteirinha”, profissionais, que só se interessam pelos benefícios que possam receber e que sempre procuram estar em evidência, mas, quando são chamados a contribuir com uma pequena parcela de trabalho, se omitem. Não procuram se aperfeiçoar, e não querem saber de obter conhecimento, não são maçons, estão maçons por interesse próprio e pensam que a maçonaria é um clube de serviços para relacionamentos, e crescimento financeiro, etc, durante uma pequena tempestade são os primeiros a abandonar o barco; Se uma loja encontra um pequeno problema, acham mais fácil abandonar os irmãos e seguir em outra loja; se em uma caminhada você tropeçar e cair, eles são incapazes de estender a mão para ajudá-lo a se levantar, nos momentos de doença de algum irmão simplesmente desaparecem, não são capazes de fazer um contato para saber o que se passa, e oferecer ajuda, nem pensar. Se alguém tem dúvida no que faz ou segue, é melhor sair, para não contaminar os outros companheiros.

            Aos que não conhecem e nem se utilizam das peneiras de Hiram, leia a mensagem:
Meia-noite em ponto! Mais uma jornada do Templo terminara. Cansado por mais um dia de trabalho, Mestre Hiram recostou-se sob o frescor do Ébano para o merecido descanso. Eis que, subindo em sua direção, aproxima-se um Mestre Construtor, que lhe diz:

- Mestre Hiram... vou lhe contar o que disseram do segundo Mestre Construtor...
Hiram com sua infinita sabedoria responde:

- Calma, meu Mestre; antes de me contares algo que possa ter relevância, já fizeste passar a informação pelas “Três Peneiras da Sabedoria?

- Peneiras da Sabedoria? Não me foram mostradas, respondeu o Mestre!

- Sim... meu Mestre! Só não te ensinei, porque não era chegado o momento; porém, escuta-me com atenção: tudo quanto te disserem de outrem, passe antes pelas peneiras da sabedoria e na primeira, que é a da VERDADE, eu pergunto: tens certeza de que o que te contaram é realmente a verdade?

Meio sem jeito, o Mestre respondeu:

- Bom, não tenho certeza realmente, só sei que me contaram...

Hiram continua:

- Então, se não tens certeza, a informação vazou pelos furos da primeira e repousa na segunda, que é a peneira da BONDADE. E eu te pergunto: é alguma coisa que gostarias que dissesse de ti?

- De maneira alguma Mestre Hiram... claro que não!

- Então a tua estória acaba de passar pelos furos da segunda peneira e caiu nas cruzetas da terceira e última; e te faço a derradeira pergunta:

- achas mesmo necessário passar adiante essa estória sobre teu Irmão e Companheiro?
- Realmente Mestre Hiram, pensando com a luz da razão, não há necessidade...
- Então ela acaba de vazar os furos da terceira peneira, perdendo-se na imensa terra. Não sobrou nada para contar.

- Entendi poderoso Mestre Hiram. Doravante somente boas palavras terão caminho em minha boca.

- És agora um Mestre completo. Volta a teu povo e constrói teus Templos, pois terminastes teu aprendizado. 

- Porém, lembra-te sempre: as abelhas construtoras do Grande Arquiteto do Universo, nas imundícies dos charcos, buscam apenas flores para suas laboriosas obras, enquanto as nojentas moscas buscam em corpos sadios as Chagas e feridas para se manterem vivas.

            Esta semana, tenho recebido inúmeros e-mails relatando problemas de um Grão-Mestre e alguns irmãos que não conheço, os que fazem tais divulgações deveriam procurar colocar em prática os uso da peneiras de Hiram, assim, ao contrário do que fazem, eles estariam prestando relevantes serviços para a Ordem Maçônica.

            Maçom não é um super-homem ou santo como muitos podem pensar, o maçom é um homem comum como todos os outros, com virtudes, defeitos e falhas, poucos são os que procuram o conhecimento que a Sublime Instituição Maçônica oferece, poucos são os que seguem os seus ensinamentos.
            Como todas as instituições, religiosas, filosóficas, educação, política, ou filantrópicas, a maçonaria é passível de ter em seus quadros pessoas que não a compreendem e nunca vão compreender, estão apenas de passagem.
Mas, a maçonaria como instituição está acima de interesses pessoais, os seus ensinamentos acumulados foram herdados de seres mais iluminados e instituições milenares.  

            A maçonaria sobrevive graças a poucos abnegados, pois, a grande maioria não compreende e não pratica a LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE, falam apenas da boca para fora, são incapazes de praticar aquilo que desconhecem.

            As brigas pelo poder vão continuar, as divisões vão continuar a acontecer, o que se acham como únicos e verdadeiros, e legítimos eleitos vão continuar, as segregações e a prática do “bullying maçônico” vão continuar, a falta de SOLIDARIEDADE vai continuar, a falta de FÉ vai continuar, a falta de CARIDADE vai continuar, a falta de conhecimento maçônico vai continuar.

            Mas, acima de tudo isso, a ESPERANÇA vai continuar.
Os poucos que conhecem e praticam a verdadeira maçonaria vão continuar para a perpetuação da Instituição e de seus ensinamentos.

 


(*) Pedro Neves .’. M.’. I.’. 33.’. MRA
Membro Efetivo da Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia Belo Horizonte

 Cadeira 001 – Patrono: Arlindo dos Santos
Preceptor da Suprema Ordem Civil e Militar dos Cavaleiros Templários

Texto enviado pelo irmão Devaldo de Souza

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