domingo, 1 de novembro de 2020

 

Adversidades

 

Para atravessar as adversidades, nada é mais gratificante do recorrer à lealdade e amizade dos verdadeiros Irmãos.(Quando falo Irmão me refiro àqueles que não abrem mão da lucidez, da coragem e integridade).

        Agradeço, todos os dias, pela oportunidade de ingresso em divisar a Fiat Lux e respirar climax de liberdade, igualdade e fraternidade. Permitam-me dizer que atravessei apenas duas ocorrências pessoais adversas ocorridas este ano.

        Observa Shakespeare que "A adversidade também dá bons frutos". Além de compreendermos de que nessa hora de adversidade, vemos, sentimos o que realmente somos, como cita o filósofo Lucrécio, "É então que as expressões sinceras são arrancadas dos recônditos do seu peito. A máscara é arrancada; resta a realidade."

Na nossa caminhada sempre existirão percalços na estrada, quem inicia uma viagem está sujeito aos tropeços naturais da jornada. Não poderemos nos iludir, passaremos por caminhos ásperos, com objetivos de testes e provavelmente como uma mão divina nos chamando à ordem.Um dos dias mais difíceis desta ano foi quando fui participar da iniciação Demoly, e, fiquei profundamente chocado quando num quarto de espera e preparação dos forasteiros, existia um verdadeiro holocausto, um quarto de torturas e aquele quadro grotesco com principiantes cheios de esperanças sendo humilhados e torturados(oportunamente/posteriormente houve a retratação do ato insano), vislumbramos Shakespeare em Hamlet, "Quando vêm tristezas, não vêm isoladas como espiãs, mas aos batalhões."

            Outro quadro desolador foi um profano ser iniciado, tendo o mesmo graves indícios de doenças morais e cegos os Irmãos não desejavam divisar o procedimento equivocado do profano, certamente por existir interesse escusos e comprometimento distantes da ética, do bom senso e da moral, sendo levado apenas como um caso pessoal, um caso comercial. Lamentavelmente, cego não é aquele que não vê, mas aquele que tendo a visão, não deseja vê.

         Tudo na vida é lição, compreendemos que o mal que nos faz mal, não é o mal que os outros nos faz, mas, o mal que nós fazemos aos outros. Assim os golpes da adversidades são excelentes oportunidades para burilar os nossos corações e não arredarmos o pé do bom, do belo e do justo.    Doa a quem doer, o nosso comprometimento é com a VERDADE. 

           Não nos curvaremos a hipocrisia, a bajulação e a banalidade.

          "A pedra não pode ser polida sem fricção, nem o homem ser aperfeiçoado sem provação", diz um provérbio chinês.

            Com muita propriedade, o genial Rui Barbosa nos ensinou que "não devemos usar o direito da força, mas a força do direito".

            Sempre, devemos firmar-nos em objetivo que nos enderecem ao bem, aos bons costumes e respeito ao próximo, pois tudo vale a pena deste que não alimentemos sentimentos turvos e tenebrosos. 

               Toda subida é difícil, requer esforços, trabalho, perseverança e amor.

                Portanto, já foi dito há mais de cem anos pelo clérigo Henry Ward Beecher, "estamos sempre na forja, ou na bigorna, através das provações, Deus está nos moldando para propósitos mais elevados".

Para finalizar, expresso a minha alegria quando me encontro dentro de uma Oficina e observando o Norte, o Sul e o Oriente vejo verdadeiras jóias preciosas, na qualidade de Irmãos, que não arredam em hipótese alguma o compromisso que assumiram de trabalhar o compasso moral,  com carinho, fraternidade e conhecimento de que a união e o amor é a nossa bandeira. E, ainda,  de sobremesa oferecemos a sabedoria de aprendemos uns com os outros.

Nós, maçons, não poderemos  mais nos amedrontar, como fez o poeta Castro Alves, ante o infame sofrimento dos escravos, quando desesperado, chorando e a alma em chamas perguntava a pleno pulmões. Onde está o Deus dos Desgraçados!

Somos ricos, meus irmãos,  pois o GADU está em cada um de nós.  

S. F. U.



Walter Sarmento de Sá Filho
M.`.M.`. 33º
Sousa (PB) GLMEPB – REEAA