segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Analfabetismo Maçônico


Analfabetismo Maçônico

O analfabetismo de ontem era o iletrado, não conhecedor do alfabeto, hoje analfabeto é aquele indivíduo que mesmo sabendo ler não consegue interpretar um texto, ou seja, não entende o que leu. Isso ressalta no Brasil uma marca de aproximadamente 30 milhões de analfabetos.

O desígnio da Maçonaria é, em suma, o de tornar o homem maçom mais sábio e melhor, e consequentemente, mais feliz. A sabedoria é inútil a menos que se ponha em prática. Se você não estiver disposto a vivenciar a maçonaria, não procure conhecer os seus grandes mistérios. Esse conhecimento traz em si a responsabilidade do uso e da obediência: é impossível esquivar-se dessa responsabilidade.

Deveríamos, e poucos IIr.’. procuram, estudar, entender, compreender e interpretar melhor o significado real de algumas passagens dos textos primitivos da Maçonaria, anterior à instrução da primeira Grande Loja de Londres e a Constituição de Anderson.

Dentro da instituição Maçônica, existem diversos segmentos a serem seguidos, tais como: a ação política maçônica; defesa dos interesses da comunidade; avaliação internamente dos problemas estruturais da sociedade, etc. Mas é de fundamental importância, procurarmos ler e interpretar nossos rituais bem como nosso riquíssimo simbolismo.

O maçom, dentro do seu campo de atuação, pode-se assim concluir, que ele está certo, mas há de nos conscientizarmos, ou seja, existem IIr.’. que, apesar da capacidade de ler, maçonicamente não possuem capacidade de interpretar ou entender o que foi lido.
A interpretação da nossa simbologia, que além de importante, é de inteira responsabilidade individual de cada um de nós; e é no processo dessa interpretação pessoal que se pode entender a sobrevivência da nossa Ordem Maçônica como um “mistério”.

Para que possamos, com o secreto que se reserva entre nós, o de conhecermos entre si em qualquer parte do mundo e a forma de interpretar símbolos e seus ensinamentos. Isso só se torna conhecimento desde quando fomos iniciados.

Na nossa instituição maçônica, ouvimos e falamos muito em filantropia, mas a verdadeira filantropia deve estender-se a todos os homens, indistintamente. Filantropia verdadeira é ajudar o semelhante a emergir de sua pobreza material, de seu analfabetismo, de sua ignorância, devolvendo-lhe o amor próprio e a responsabilidade social.

No seio da nossa instituição, por meio dos nossos ensinamentos e do próprio simbolismo, a sabedoria é um crescimento da alma, e a recompensa do trabalho e do esforço, que não pode ser adquirida se não pelo seu igual valor em sacrifício. Cada vez que você progride ao olhar para trás, perceberá ter passado pelo altar dos sacrifícios, algo que representa o trabalho de suas mãos e de seu coração, simbolizando que, por meio do trabalho, retribuirá aos seus IIr.’. e à humanidade os benefícios que recebeu gratuitamente.
Respeitando-se integralmente os Landmarks e os 33 mandamentos da Maçonaria e, considerando as faixas de ação da política maçônica, concluímos que devemos nos empenhar, como IIr.’. e instituição (Lojas), em defesa dos interesses maiores da comunidade. Isso significa fazermos política comunitária; discutir e avaliar internamente os problemas estruturais da sociedade em que vivemos, ajudar a encontrar soluções e colaborar em suas implementações. Acredito, e boa massa de IIr.’. também acreditam, que neste Brasil afora muitas Lojas vêm fazendo exatamente isso, seja nas áreas educacional, de assistência social, de saúde pública, de ecologia e tantas outras.

Para finalizar, é importante repassar e dizer que, talvez porventura, no século XVIII se justificasse o analfabetismo nos diversos segmentos. Então imperava o analfabetismo, muitas das ciências davam os primeiros passos, o Iluminismo era ainda recente… mas, nos dias atuais, que interesse e justificação têm pedir-se a homens cultos, muitos licenciados e doutorados que … estudam o homem e as ciências e as artes? Tudo isso são interrogações legítimas, preocupações compreensivas, hesitações evidentes. Mas por tudo isso é necessário passar, para se concluir a formação maçônica.

Autor
Ir.’.José Valdeci de Souza Martins
FONTE: REVISTA UNIVERSO MAÇÔNICO

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Minha Mãe



Enilde, Edvaldo, Laurita (seu filho Walter de pé), Ana Maria e Nara.
 
Minha Mãe
Casimiro de Abreu

                                                        Oh l‘amour d’une mère!
                                                        amour que nul n’oublie!
                                                                            V. Hugo.




Da pátria formosa distante e saudoso,
Chorando e gemendo meus cantos de dor,
Eu guardo no peito a imagem querida
Do mais verdadeiro, do mais santo amor:
— Minha Mãe! —


Nas horas caladas das noites d’estio
Sentado sozinho co’a face na mão,
Eu choro e soluço por quem me chamava
— “Oh filho querido do meu coração!” —
— Minha Mãe! —


No berço, pendente dos ramos floridos
Em que eu pequenino feliz dormitava:
Quem é que esse berço com todo o cuidado
Cantando cantigas alegre embalava?
— Minha Mãe! —


De noite, alta noite, quando eu já dormia
Sonhando esses sonhos dos anjos dos céus,
Quem é que meus lábios dormentes roçava,
Qual anjo da guarda, qual sopro de Deus?
— Minha Mãe! —


Feliz o bom filho que pode contente
Na casa paterna de noite e de dia
Sentir as carícias do anjo de amores,
Da estrela brilhante que a vida nos guia!
— Uma Mãe! —


Por isso eu agora na terra do exílio,
Sentado sozinho co’a face na mão,
Suspiro e soluço por quem me chamava:
— “Oh filho querido do meu coração!” —
— Minha Mãe! —


Lisboa — 1855

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Quando um Maçom é Desnecessário



Sede da Grande Loja da Paraíba, em João Pessoa.

Quando um Maçom é Desnecessário

Uma das situações, talvez a mais dolorosa para um homem, é quando ele se conscientiza de que é totalmente desnecessário, seja no ambiente familiar, no trabalho, na comunidade ou, principalmente, para nós Maçons, na nossa Instituição.

Os Maçons tornam-se desnecessários: Quando, decorrido algum tempo de sua Iniciação ao primeiro grau da Ordem, já demonstram desinteresse pelas Sessões, faltando constantemente, demonstrando não estarem comprometidos com a Instituição, apesar de terem aceitado a Iniciação e terem feito um juramento solene.

Quando, durante as Sessões, já “enturmados”, ficam impacientes com as instruções, com as palestras ou com as palavras dos Irmãos mais velhos, achando tudo uma chatice, uma bobagem que atrasa o ágape e a esticada.

Quando, ao tempo da apresentação de trabalho para aumento de Salário, não têm a mínima idéia dos assuntos dentre os quais podem escolher os seus temas. Simplesmente “copiam” alguma coisa de um livro e apresentam-no, pensando que ninguém vai notar.
Quando, ainda Companheiros, começam a participar de grupos para ajudar a eleger o novo Venerável e, não raro, já pensando seriamente em, assim que chegarem a Mestres, começarem a trabalhar para obter o ” poder” na Loja.

Quando Mestres, não aceitarem que ainda não sabem nada a respeito da Ordem e acharem que estudar e comparecer ao máximo de Sessões do ano é coisa para a administração, para os Companheiros e Aprendizes.

Quando Mestres, ao participarem das eleições como candidatos a algum cargo na Loja, principalmente para o de Venerável, e não forem eleitos, sumirem ou filiarem-se a outra Loja onde poderão ter a “honra” de serem cingidos com o avental de M.’.I.’., que é muito mais vistoso do que o de um “simples” Mestre.

Quando já Mestres e até participando dos graus filosóficos não terem entendido ainda que o essencial para o verdadeiro Maçom é o seu crescimento espiritual, a sua regeneração, a sua vitória sobre a vaidade e os vícios, a aceitação da humildade e o bem que possam fazer aos seus semelhantes, e que, a política interna, a proteção mútua, principalmente na parte material, é importante mas não essencial.

Quando, como Aprendiz, Companheiro ou Mestre, não entenderem que a Loja necessita que suas mensalidades estejam rigorosamente em dia, para que possam fazer frente às despesas que são inevitáveis.
Quando como Venerável-Mestre, age de forma mesquinha, de forma a ocultar de todos os obreiros de sua Loja, fatos e eventos que tenha claramente interesses materiais particulares.
Quando, como Veneráveis Mestres deixa o caos se abater sobre a Loja, não sendo firmes o suficiente para exercer sua autoridade; não tendo um calendário com programação pré-definida para um período; não cobrando de seus auxiliares a consecução das tarefas a eles determinadas, e não se importando com a educação maçônica, que é primordial para o aperfeiçoamento dos obreiros.

Quando, como Vigilantes, não entenderem que, juntamente com o Venerável Mestre, devem constituir uma unidade de pensamento, pois, em todas as Lojas nas quais um, ou os dois Vigilantes não se entendem entre si e, principalmente não se entendem com o Venerável, o resultado da gestão é catastrófico.

Quando, como Guarda da Lei, nada sabem das leis e regulamentos da Potência e de sua própria Loja, e usam o cargo apenas para discursos ocos e intermináveis.
Quando, como Secretários, sonegam à Loja as informações dos boletins quinzenais, as correspondências dos Ministérios e, principalmente, os materiais do departamento de cultura, que visam dotar as Lojas de instruções e conhecimentos que normalmente não constam dos rituais, e são importantes para a formação do Maçom.

Quando, como Tesoureiros, não se mostram diligentes com os metais da Loja, não se esforçam para manter as mensalidades dos Irmãos em dia e não se importam com os relatórios obrigatórios e as prestações de contas.

Quando, como Hospitaleiros, não estão atentos aos problemas de saúde e dificuldades dos Irmãos da Loja. Quando constatamos que em grande número de Lojas, com uma freqüência média de vinte Irmãos, se recolhe um tronco de beneficência de R$ 10,00 (dez reais) em média, todos são desnecessários, pois a benemerência é um dever do Maçom.

Quando, como Chanceleres, não dão importância aos natalícios dos Irmãos, cunhadas, sobrinhos e de outras Lojas. Quando, em desacordo com as leis, adulteram as presenças, beneficiam Irmãos que faltam e não merecem esse obséquio.

Quando a Instituição programa uma Sessão Magna Pública para homenagear alguém ou alguma entidade pública ou privada, constata-se a presença de um número irrisório de Irmãos, dando aos profanos uma visão negativa da Ordem, deixando constrangidos aqueles que se dedicaram e se esforçaram para realizar o evento à altura da Maçonaria. Todos esses Irmãos indiferentes, que não comparecem habitualmente a essas Sessões, são desnecessários à nossa Ordem.
Muito mais haveria para se dizer em relação aos Irmãos desinteressados da nossa Sublime Instituição.
Fiquemos por aqui e imploremos ao Grande Arquiteto do Universo que ilumine cada um de nós, para que possamos agir na Maçonaria com o verdadeiro Espírito Maçônico e não com o espírito profano, e roguemos ainda, que em nenhuma circunstância, seja na família, no trabalho, na sociedade ou na Arte Real, tornemo-nos desnecessários, pois deve ser muito triste e frustrante para qualquer um sentir-se sem importância e sem utilidade no meio em que se vive.
Enviado pelo Ir.’. Jair Duarte

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A Origem da Palavra Irmão


Maçons na pratica da filantropia, visitando Abrigo de Idosos. 


A Origem da Palavra Irmão

Os membros da Maçonaria, unidos pelo Amor Fraternal, qualquer que seja o seu grau, dão–se o tratamento de “Irmão”. É o título que geralmente se dão, mutuamente, os religiosos de uma mesma Ordem e de um mesmo convento e também os membros de uma mesma associação.
Esse tratamento existe em todas as sociedades iniciáticas e nas confrarias, em que o seu significado é a condição adquirida com a participação de um mesmo ideal baseado na amizade. É o tratamento que se davam entre si os maçons operativos.

A origem do cordial tratamento de “Irmão” afirma que esse tratamento foi adotado e nunca mais olvidado pelos maçons, desde os tempos de Abraão, o velho patriarca bíblico. Reza a história que estando ele e sua mulher Sara no Egito, lá ensinavam as 7 ciências liberais (gramática, lógica e dialética, matemática, geometria astronomia e música), e contou entre os seus discípulos com um de nome Euclides. Tão inteligente que não demorou nada em tornar-se mestre nas mesmas ciências, ficando por isso bastante afamado como ilustre personagem.

Então Euclides, a par com suas aulas, estabeleceu regras de conduta para o discipulado; em primeiro lugar cada um deveria ser fiel ao Rei e ao país de nascimento; em segundo lugar, cumpria-lhes amarem-se uns aos outros e serem leais e dedicados mutuamente. Para que seus alunos não descuidassem dessas últimas obrigações, ele sugeriu a eles que se dessem, reciprocamente, o tratamento de “Irmãos” ou “Companheiros”.

Aprovando inteiramente esse costume da escola de Euclides, a Maçonaria resolveu sugeri-lo aos seus iniciados, que receberam-no com todo agrado, sem nenhuma restrição, passando a ser uma norma obrigatória nos diversos Corpos da Ordem.

De fato, traduz uma maneira de proceder muito afetiva e agradável a todos os corações dos que militam em nossos Templos. Assim passaram os Iniciados ao uso desse tratamento em todas as horas, quer no mundo profano, quer no maçônico.

O Poema Regius, que data do ano de 1390, aconselha os operários a não se tratarem de outra forma senão de “meu caro Irmão”. Por isso o tratamento de Irmão dado por um maçom a um outro, significa reconhecimento fraternal, como pertencente à mesma família.

Os maçons são Irmãos por terem recebido a mesma Iniciação, os mesmos modos de reconhecimento e foram instruídos no mesmo sistema de moralidade. Além da amizade fraternal que deve uni-los, os maçons consideram-se Irmãos por serem, simbolicamente, filhos da mesma mãe, a Mãe-Terra, representada pela deusa egípcia Ísis, viúva de Osíris, o Sol, e a mãe de Hórus.
Assim os maçons são, também, simbolicamente, Irmãos de Hórus e se autodenominam Filhos da Viúva.

Durante a Iniciação quando o recipiendário recebe a Luz, seus novos Irmãos juram protegê-lo sempre que for preciso. A partir daquele momento, todos que a ele se referem o tratam como Irmão. Os filhos de seus novos Irmãos passam a tratá-lo como “Tio” e as esposas de seus Irmãos passam a ser sua “Cunhada”. Forma-se nesse momento um elo firme entre o novo membro da Ordem e a família maçônica.

A Maçonaria não reconhece qualquer distinção entre raças, crenças, condições financeira ou social entre seus obreiros. Há séculos vem a Sublime Instituição oferecendo a oportunidade aos homens de se encontrarem e colherem os frutos do prazer de conviver sempre em paz, em união e concórdia, como amigos desinteressados, dentro de um espírito coletivo voltado à prática do bem, guiados por rígidos princípios morais, sem desavenças e dissensões.

Os membros de nossa Ordem aprendem a destruir a ignorância em si mesmos e nos outros; a ser corajosos contra suas próprias fraquezas, lutar contra seus próprios vícios e também contra a injustiça alheia.

São estimulados a praticarem um modo de vida que produza um nível elevado em suas relações com seus Irmãos, aos quais dedicam amizade sincera e devotada. São fiéis cumpridores de todo dever cujo cumprimento lhes seja legalmente imposto ou reclamado pela felicidade de sua Pátria, de sua Família e da Humanidade.

Jamais abandonará sua prole, seus Irmãos e seus amigos, no perigo, na aflição ou na perseguição. Sobre o coração do maçom está o símbolo do amor, da amizade, da razão serena e perseverante.
O que o distingue na vida profana é sua aversão à iniquidade, à injustiça, à vingança, à inveja e à ambição, sendo ele constante em fazer o bem e em elogiar seus Irmãos.

O verdadeiro Irmão é aquele que interroga sua consciência sobre seus próprios atos, pergunta a si mesmo se não violou a lei da justiça, do amor e da caridade em sua maior pureza; se não fez o mal e se fez todo o bem que podia; se não menosprezou voluntariamente uma ocasião de ser útil; se ninguém tem o que reclamar dele. E quando não tem uma palavra que auxilie, procura não abrir a boca… (Se for falar, cuida para que suas palavras sejam melhores que o seu silêncio).

O Irmão, possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperança de recompensa, retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seu interesse à justiça.

Ele é bom, humano e benevolente para com todos, sem preferência de raças nem de crenças, abraça o branco e o preto ( pois não é a cor, mas sim o talento e a virtude que faz um homem elevar-se por sobre os demais), o rico e o pobre, o jovem e o velho, o sábio e o ignorante, o nobre e o plebeu, porque vê Irmãos em todos os homens.

Porém, devemos observar que nem o rico, o príncipe ou o sábio, devem “descer” para o nivelamento. Não descendo ao nível deles mas, sim, ajudando-os a se levantarem e poderem melhor enxergar o horizonte. É caminhando que se faz o caminho. Pensando, agindo, sentindo, sofrendo, aprendendo e corrigindo. Fazendo melhor em seguida. Se comprometendo a sempre ensinar aos capazes, o que se aprendeu. Capacitando-os. Perpetuando a GNOSE adquirida.

Quem deverá “subir” é o pobre; pobre no sentido de ser CARENTE. Acontece de existir entre os ricos de recursos materiais, os pobres de sabedoria, ignorantes de conhecimento, de altruísmo e complacência.

O verdadeiro Irmão não tem ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; compreendendo, nem condena. Portanto perdoa, e anula as ofensas, e não se lembra senão dos benefícios que já tenha recebido, porque sabe que com a mesma sábia compreensão que deixou de condenar, assim será tratado intimamente, na sua própria causa de compreensão, como réu de sua consciência, quando essa lhe julgar.

Não se compraz em procurar os defeitos alheios, nem em colocá-los em evidência. Se a necessidade a isso o obriga, procura sempre motivar o bem que pode atenuar o mal.
Não se envaidece nem com a fortuna, nem com as vantagens pessoais, porque sabe que tudo o que lhe foi dado apenas o direito da posse, pertence ao mundo e por poder dessa força natural, se desmerecido, tudo pode lhe ser retirado.

Se a ordem social colocou homens sob sua dependência, ele os trata com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante o Grande Arquiteto do Universo; usa de sua autoridade para erguer-lhes o moral e não para os esmagar com o seu orgulho; evita tudo o que poderia tornar sua posição subalterna mais penosa.

O subordinado, por sua vez, compreende os deveres da sua posição, e tem o escrúpulo em cumpri-los conscienciosamente.

O verdadeiro Irmão respeita em seus semelhantes todos os direitos dados pelas leis da Natureza, como gostaria que os seus fossem respeitados.

Aplicando os ensinamentos maçônicos, tanto no interior dos Templos como no seio da sociedade profana, dentro de suas possibilidades, colabora para a edificação do Templo da civilização humana.

Afinal, se cultiva a liberdade, a igualdade e a fraternidade, tem por obrigação, abrir mais os seus braços, entrelaçar seus Irmãos e oferecer sua convivência fraterna, sua influência, seu trabalho de auxílio, com harmonia, paz, concórdia e fraternização, dentro e fora do Templo.

Enfim, o verdadeiro Irmão saberá fazer o Bem sem ostentação, mas não sem utilidade para todos. Onde quer que o pobre reclame o combate sem descanso aos exploradores dos fracos, o auxílio e proteção à criança ou à mulher, o Irmão é obrigado a fazer obra maçônica. É-lhe proibido fechar os olhos aos deserdados da sorte.

Porém, só quando se encontra revestidos de todas essas virtudes é que pode dizer: “Meus Irmãos como tal me reconhecem” – frase mais ouvida e citada dentro da Loja e também fora dela – como forma de identificação.

Curioso, no entanto, é que ao sermos reconhecidos como Irmãos, o outro abre o sorriso e os braços, como se fosse um velho conhecido. Esse é um sentimento de irmandade, é muitas vezes, mais forte que entre Irmãos de sangue.

Nossa Ordem precisa de Irmãos verdadeiros, aqueles que têm orgulho de pertencerem à Sublime Instituição e estão dispostos a sacrifícios pessoais em benefício dela.

O Grande Arquiteto do Universo, que é DEUS, ouve nossos rogos e nos mostra o caminho que a Ele conduz, continua a nos proporcionar a dádiva da aproximação de valorosos Irmãos que nos socorrem em nossas dificuldades, se interessam por nós, nos escrevem, telefonam para saber como estamos, trocam e-mails e assim, não nos deixam experimentar a depressão e a solidão.

Nossas Lojas Maçônicas são portos seguros, colos de mãe para enxugamento das lágrimas e o consolo de nossas dores, num ambiente de luz, paz e amor, pois é sublime reunir em seu seio, católicos, evangélicos, espíritas, maometanos, israelitas, budistas, e a todos dizer: ” Aqui vossas disputas não encontrarão eco. Aqui, não ofendereis a ninguém e ninguém vos ofenderá.”

Meu Irmão, se eu me esquecer de você, nunca se esqueça de mim! Conte comigo. Eu conto consigo.
“O maior cargo em maçonaria é o de verdadeiro Irmão.”

Valdemar Sansão

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Educação na Maçonaria

Charles Evaldo Boller

Educação na Maçonaria


O cidadão que bate na porta de um templo da Maçonaria em busca da luz, a educação que leva à sabedoria, aguarda que a ordem maçônica possua um método de ensino que o transformá-lo em homem melhor do que já é. Isso é evidente na redação da absoluta maioria das propostas de admissão.

Tempos depois, alguns não encontram esse tesouro, desiludem-se e adormecem. Para eles, a almejada luz foi apenas um lampejo. Longe de constituir falha do método maçônico de educação de construtores sociais, a rotatividade é devida principalmente a nesses cidadãos a luz não penetrar, isso porque eles mesmos não o permitem. A anomalia é consequência do condicionamento a que foram submetidos ao confundirem educação com aquisição de conhecimentos na sociedade. É comum não perceberem a sutil diferença entre os dois propósitos. Professor de escola da sociedade ensina, transmite conhecimentos e não educa. São raros os professores das escolas que mostram caminhos e motivam o livre pensamento, e mesmo assim, isso ainda não constitui educação.

Em educação existe apenas o ato de educar-se, de receber luz de fora e sedimentar em si novos conceitos, princípios e prática de virtudes. É impossível educar outra pessoa, a não ser que essa, na prática de seu livre-arbítrio, consinta e se esforce em mudar a si próprio. No universo dos seres pensantes existe apenas a autoeducação. Qualquer um só pode educar a si próprio. Ao mestre maçom é dada a atribuição de ensinar. Pelo modelo do mundo, é de sua atribuição transmitir conhecimentos e, pelo da Maçonaria, é induzir o educando a decidir qual caminho deseja seguir em sua jornada. O método da ordem maçônica visa a provocar que cada um descubra seus próprios caminhos. Ler em conjunto as instruções do ritual não faz do mestre um educador maçônico, mas um professor que transmite conhecimento; ele não induz à luz, à educação da Maçonaria, à almejada sabedoria; para tal, ele carece de um condicionamento de autoformação. O mestre que apenas dá instruções de forma mecânica nem instrui, pois se comporta à semelhança do modelo do mundo, onde os governos propiciam instrução e igrejas conceitos de ação e moral, que na maioria das vezes visa apenas a escravizar para o trabalho ou ao fundamentalismo radical. Auxiliar alguém a mudar o rumo de sua jornada, na presença do livre-arbítrio, é educação. Romper a “couraça de aço” que envolve o intelecto do educando exige uma expressão de arte, algo quase místico.

Para despertar dentro do educando as potencialidades de seus dons, exige-se do mestre obter conhecimento lato da natureza humana. Para aprofundar-se no conhecimento das características humanas exige-se dele que conheça antes a si mesmo da forma mais ampla possível – é a essência do “conhece-te a ti mesmo”, de Sócrates. Esse autoconhecimento só aflora quando ele atinge a fase de autor-realização em sua vida, o último estágio que um ser humano atinge depois de atender a todas as demais necessidades, e que Abraham Maslow definiu para o indivíduo que procura “tornar-se aquilo que os humanos podem ser, eles devem ser: eles devem ser verdades à própria natureza delas”.

É nesse último nível que se considera a pessoa coerente com aquilo que ela é na realidade, seu verdadeiro eu, de ser tudo o que é capaz de ser, de desenvolver seus potenciais até o limite. Só então é possível ao mestre conhecer a natureza humana alheia, em que a educação passa a obter característica de arte ao invés de ciência. É ilusão pensar que pelo fato do maçom ver-se mergulhado numa sociedade de homens bons, livres e de bons costumes, já seja o suficiente para fazer dele um homem bom. Se ele não o desejar e não agir conforme, de nada adiantam os melhores mestres que nunca obterá a sabedoria maçônica; essa luz só penetra num homem se esse o permitir. Por mais que o mestre se esforce, ou possua proficiência num determinado tema, se o caminho para dentro do educando não estiver aberto, isso não sedimentará e não se transformará em educação ou em luz maçônica.

Se o recipiendário não se abre ao que lhe é transmitido, de nada vale o mais habilidoso educador. O mestre educador exerce apenas um impacto indireto, por uma espécie de indução; um potencial que todos têm latente em si de influenciar terceiros por um conjunto de atividades intelectuais, afetivas e espirituais. Para romper os bloqueios do educando, o mestre deve encontrar-se primeiro, mudar- -se, e só então obterá a capacidade de induzir luz maçônica ao outro – de fazer o outro mudar – momento em que, mente e coração do educando se abrem, e ele mesmo passa a efetuar mudanças em si, exercendo seu potencial de autoeducação. Em todos os casos o educando só muda se o mestre mudar antes.

O aprendizado torna-se ainda mais eficiente quando as provocações provêm da ação do grupo sobre o indivíduo – é o efeito tribal fixado profundamente na mente de cada indivíduo, fenômeno psicológico e social desenvolvido desde os vetustos homens das cavernas – é quando a maioria das barreiras e bloqueios desaba e abre-se espaço para a autoeducação; nesse caso, com o objetivo de obter aprovação do grupo e identificar-se com seus semelhantes.

Fica mais efetivo quando uma força assemelhada é aplicada a si mesmo, para obter a aprovação própria, algo que lança o homem na obtenção de sua derradeira necessidade: a autorrealização. Note-se que educação maçônica, a luz, a sabedoria, não têm nada a ver com decorar rituais, conhecer ritualística, ser uma enciclopédia ambulante; é uma arte que adquire contornos quase mágicos, principalmente quando os resultados aparecem e produzem bons frutos ao induzir os outros a mudarem para melhor como edificadores sociais.Enquanto a ciência pode ter tratamento intelectual com a transmissão de instruções, a arte de educar da Maçonaria vai muito além, e alcança intuição cósmica, limitada apenas nas fronteiras que cada um impõe a si próprio. Enquanto o talento analisa e é consciente, o gênio intui e vai muito além da consciência, pode até alcançar o místico.

Abordagens técnicas não furam a couraça do livre arbítrio do educando, mas a alma da educação pode ser alcançada pela “metafísica” da arte de ensinar os caminhos para a luz. É uma mistura equilibrada de conhecimento, emoção e espiritualidade; elementos dependentes entre si. A educação que quebra as barreiras do livre-arbítrio apresentará sempre contornos lúdicos na sua indução. Para isso exigem-se do educador maçônico autoconhecimento e autorrealização.

Tal personagem porta a capacidade de induzir na mente do educando uma caminhada que o motiva a efetuar mudanças em sua vida; não porque o mestre assim o determina ou exemplifica, mas porque o educando assim o deseja. Quando o mestre adquire essa arte de atingir e motivar o educando pela autoeducação, terá quebrado a barreira da indiferença do livre-arbítrio e o educando se modifica porque ele assim se auto-determina.

Com isso, o mestre alcança a plenitude de sua atribuição. É a razão do educador maçônico nunca ser definitivo em suas colocações e sempre apresentar as verdades sob diversos ângulos, para que o educando possa escolher ele próprio qual é o melhor caminho a seguir. É a razão de propiciar aos educandos a possibilidade de debater num grupo, em família, os temas com que a Maçonaria os provoca e eles mesmos definirem, cada um a sua maneira, suas próprias verdades.

É a razão de o mestre brincar com os pensamentos, propiciando emoção agradável, conduzindo as provocações apenas na direção certa do tema e que cada um define suas próprias veredas. Em todos os casos nos quais o educando sente-se livre para pensar e intuir, ele derruba as inexpugnáveis barreiras do livre-arbítrio que o impedem, em outras circunstâncias mais rígidas e ritualísticas, de obter as suas próprias verdades pelos eternos ciclos de tese, antítese e síntese.

Da mágica que se segue da absorção da luz pela auto-educação é que surge a razão do maçom nunca iniciar um trabalho sem invocar a fonte espiritual da arte de educar à glória do Grande Arquiteto do Universo, a única fonte de luz da Maçonaria.

Autor

Enviado pelo Ir.’. Charles Evaldo Boller
ARLS Apóstolo da Caridade Nº 21 • Or.’. Curitiba • PR

Bibliografia

1. ROHDEN, Humberto. Educação do homem integral, 1a edição. São Paulo: Martin Claret 2007




































quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

VENTOS DEMOCRÁTICOS

Frederico Menezes

VENTOS DEMOCRÁTICOS

O mundo assiste, impressionado, o efeito dominó que ocorre no mundo árabe. Região de muitas ditaduras, cheia de "slogans" contra o imperialismo norte americano e ocidental, sempre foi vítima do domínio opressor. Ficaram ricos a custa do sofrimento do povo e da ausência de liberdade. Digam o que quiserem mas a democracia, com as imperfeições que a caracteriza, ainda é o regime mais adequado para o desenvolvimento das sociedades no estagio espiritual em que nos encontramos. E creio que a democracia tende a se aperfeiçoar. Ditadura, jamais. De qualquer espectro político ideológico.

Primeiro a Tunísia, que derrubou o ditador, com manifestações da população em várias cidades. Depois, o efeito dominó. Líbia prepara-se, através de manifestações populares, para comemorar a queda da tirania de Kadafi, no poder há 40 anos. O Irã vê recrudescer o movimento popular contra o Armahdnejar, o homem que quer riscar Israel do mapa. Até no Bahrein, pais próspero, surgem movimentos de protesto.

Há que devemos creditar esse momento histórico nos países árabes? Temos uma panela de pressão. Essa analogia entre os regimes opressores e a panela de pressão é perfeita. Um dia a tampa explode. O sopro dos ventos da renovação naquela região do planeta faz parte de um projeto de renovação espiritual em curso, como bem o sabemos.Um breve olhar sobre todos os campos da vida humana nos faz perceber que há transformações ocorrendo em todo o globo. Na política não seria diferente. Não deverá haver mais espaço para a corrupção e a opressão. O populismo barato, que faz comandantes dominarem o povo através de seu carisma, desaparecerá, em breve, da face do planeta. Quando menos se esperar, eis que não haverá mais espaço para certas práticas que conhecemos tão bem por aqui.

Claro que democracia não é apenas eleição direta. Por incrível que pareça, ditaduras de pessoas ou de partidos podem se perpetuar através de manipulações e atitudes escuras em pleno processo eleitoral. Sem falar na manutenção de um povo com baixo índice educacional, o que favorece práticas populistas, em que não se resolvem problemas fundamentais de um país, mas se mantêm popularidades através da mídia e de supostos programas populares. Democracia é o fortalecimento das instituições e o império da lei. O funcionamento harmônico e respeitoso entre os três poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário - é condição indispensável para a emancipação de uma nação, alcançando o patamar de país desenvolvido. Quando ocorre a hipertrofia de um dos poderes, a democracia verdadeira corre perigo. Será que o legislativo no Brasil é independente ou subserviente ao executivo? E com as atuais nomeações do Supremo Tribunal sendo realizado pelo governante de plantão, será que temos suficiente independência deste para julgar os desvios do executivo?

Interessante observar que grande parte desses ditadores são amigos próximos do governo que saiu do poder no nosso país. Nunca entendi por que o nosso governo vivia apoiando e cheio de carinhos para com esses regimes torturadores Quem não se lembra das frases afetuosas entre Lula e Kadafi há dois anos atrás? E entre nosso ex- presidente e o presidente do Irã? E ele, nossa autoridade maior, abraçado e feliz com Fidel Castro, ditador de Cuba durante 50 anos e que, por motivo de saúde, passou o poder para o seu irmão, Raul Castro? Sem falar na estreita amizade com Hugo Chaves, que vem promovendo a quebra da Venezuela, com seu projeto bolivariano.

E viva a democracia. Pena que muitas vidas estejam sendo tiradas pelos homens do poder nos países árabes, Seria o ideal que não houvesse qualquer derramamento de sangue. Que o sopro renovador trouxesse apenas debate de idéias e não o espocar de armas. Mas os que querem se perpetuar no poder parecem não conhecer o valor das idéias. Mantêm pelo terror, pela opressão. Por isso, são ditadores. Peçamos ao Alto paz para essas terras e bom senso à todos. E que os que estão no poder parem para escutar a voz da população. Não se chega a essa situação aleatoriamente. E viva a democracia e a paz.

Fonte: Blog de Frederico Menezes

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Irmãos Brigam?


Irmãos Brigam?
Charles Evaldo Boller

Sinopse: Ensaio sobre o 'amor ação' que existe entre os maçons. Contenda no plano das idéias.

Existe uma sociedade onde as pessoas se tratam por irmãos. É uma sociedade onde existe o irmão que raramente aparece, um age mais outro menos, existe o tímido, o retraído, o mais adiantado, o noviço cheio de sonhos, o comumente exaltado e o de ânimo calmo qual ovelha no pasto. Mas todos são irmãos e se amam em ação; com vontade, sabedoria e inteligência.

Significa que, por se autodenominarem irmãos e se amarem profundamente, eles nunca brigam? É claro que não! Estes irmãos debatem sim! Porque não! Podem disputar, afinal são seres humanos inteligentes, livres e de bons costumes. É regra irmãos se desentenderem no plano das idéias! A querela, quando motivada para o bem, para estabelecer limites e promover progresso é atitude positiva - mesmo que os meios não sejam lá satisfatórios, os irmãos que assim agem estão lutando para que prevaleça o bem comum. Ação assim é sinônimo de amor; de amor fraterno. O mesmo amor que grandes iniciados intuíram como a única solução de todos os problemas da humanidade. E toda ação assim dirigida resulta em mudanças com objetivo e não simplesmente mudar pela mudança.

O "amor ação" não é o "amor sentimento" com que aquele é normalmente confundido. É o amor alicerçado na vontade. Quando alguém está cheio de intenção, mas não faz o propósito ser acompanhado de ação, obtém resultado nulo. De outra forma, quando este soma intenção e ação, o resultado é aflorar sua vontade. E vontade é sinônimo de amor porque resulta em ação, o "amor ação". E assim, vontade é força. E onde existe ação entre seres humanos, encontram-se disputas. É por isto que irmãos brigam, mas só o fazem por amor e não por vaidade. Daí a necessidade de equilibrar a vontade com sabedoria e inteligência. Um não existe sem os outros dois.

O destempero entre irmãos aflora sempre? Não! Os irmãos convivem em ambiente com limites claros e definidos, numa sociedade caracterizada por padrões preestabelecidos e onde todos são responsáveis. Na maioria das vezes eles elogiam e apoiam, haja vista o elogio ser uma necessidade essencial nos relacionamentos saudáveis. Irmãos desenvolvem a humildade, que é outra expressão do amor, pois significa que são autênticos, sem arrogância, pretensão ou orgulho.

Em seu progresso pessoal desenvolvem autocontrole; sustentam as escolhas que fazem; dão atenção aos seus irmãos; apreciam e incentivam os outros irmãos; são honestos, forçam evitar o engano; visam satisfazer as necessidades dos outros, não fazem necessariamente o que o outro deseja; seria escravidão, mas o que o outro irmão precisa o que é convertido em liderança; existe ocasião em que o irmão põe de lado sua própria vontade e necessidade apenas para defender um bem maior para seus irmãos; e acima de tudo, o irmão perdoa. Se houver dano prefere recolher-se, isolar-se por uns tempos, nunca fechando questão a ponto de nunca mais oportunizar reconciliação. Mesmo prejudicado, o irmão desiste do ressentimento. Tudo isto o tempo, o treinamento constante, a convivência freqüente desenvolvem nestes que são verdadeiros irmãos. Explicar isto em palavras é difícil, senão impossível, daí a necessidade da convivência freqüente e rotineira.

No passado alguém disse que o Grande Arquiteto do Universo só está onde as pessoas se tratam como irmãos e se amam uns aos outros. Hoje os verdadeiros irmãos que praticam o "amor ação" tudo fazem para que a divindade em cada um esteja presente de fato em todos os momentos de suas vidas. Assim são os irmãos maçons que honram seus juramentos.

Data do texto: 04/09/2008

Sinopse do autor: Charles Evaldo Boller, engenheiro eletricista e maçom de nacionalidade brasileira. Nasceu em 4 de dezembro de 1949 em Corupá, Santa Catarina. Com 61 anos de idade.

Loja Apóstolo da Caridade 21 Grande loja do Paraná
Local: Curitiba
Grau do Texto: Aprendiz Maçom
Área de Estudo: Comportamento, Maçonaria, Moral, Tolerância
Blog Segredo Maçônico




segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Nações Unidas e Pobreza


Sede da ONU

Nações Unidas e Pobreza

Ir∴ David Kasahara - dkasahara@gmail.com


Meus IIr.'.,

As Nações Unidas foram criadas para trazer níveis mínimos de dignidade a vida humana e para acabar com conflitos armados que mataram milhões na Primeira e na Segunda Guerra Mundial. Apesar de mais de 6 décadas de existência, pouco se tem realizado para reduzir a extrema pobreza em varias nações do mundo.

O objetivo atual e recente das Nações Unidas é acabar com a miséria ate o ano 2015.
Sim isso mesmo, 5 anos para acabar com a situação em que seres humanos de diversos países não têm acesso a comida, água, habitação, saúde, e educação.
Para isso, as Nações Unidas tem 8 alvos divididos em 21 sub-alvos quantificáveis que são mensurados através de 60 indicadores:

1. Erradicar a extrema pobreza e a fome
2. Alcançar a educação primaria universal
3. Promover a igualdade entre os gêneros e promover as mulheres
4. Reduzir a mortalidade infantil
5. Melhorar a saúde maternal
6. Combater o HIV/AIDS, a malaria e outras doenças
7. Assegurar a sustentabilidade ambiental
8. Desenvolver parceria global para o desenvolvimento.

Bom, meus IIr∴, o que isso tem a ver com a maçonaria?
Tem muito a ver com a maçonaria porque indiretamente é isso que esperamos promover na nossa Ordem.

O desenvolvimento espiritual, intelectual e pleno do ser humano, passa pela necessidade de transformar o mundo material que vivemos em um mundo muito melhor, mais avançado, mais digno a outros seres humanos e seres vivos desse planeta.
Sem que compreendamos essa necessidade a nossa evolução pára por ai, e seremos apenas um ser intelectóide, mas sem a evolução necessária para alcançar as altas sendas do desenvolvimento espiritual e filosófico.
Quando jovem, sempre questionei o porque que alguns tem muito e outros não tem nada.
Apesar dos meus pais serem contra, sempre conversei com indigentes, pessoas de outras etnias, e de outras orientações religiosas para compreender melhor a sociedade brasileira, e sempre argumentei nas aulas de OSPB e EMC.

A Maçonaria e seus membros não só podem fomentar esse propósito, como deve fazer o melhor para que esses oito objetivos das Nações Unidas seja alcançado o mais breve possível, mas se não for possível ate 2015, porque não tentarmos ate 2016?
Mas vamos contribuir por vias materiais, de apoio, de divulgação, de educação, ou mesmo trabalhando para a sustentabilidade ambiental dentro de casa. Devemos exigir dos candidatos a presidência um cronograma para levar o Brasil a cumprir essa erradicação em 2015, e mais ainda, para que os cidadãos brasileiros ajudem aqueles irmãos da África, que nada possuem, da Ásia, e de outros países latino-americanos.

Muito falam do pré-sal, todos querem ganhar dinheiro com isso, mas ninguém discute como usar de forma racional as riquezas coletadas deste projeto ou de outras fontes naturais do Brasil. Estas fontes seriam para fomentar projetos de interesse nacional como renda mínima, saúde universal, ou erradicação do trabalho infantil.

Aprendemos que devemos trabalhar na pedra bruta, mas ainda estamos na pedra mais bruta ainda, e nem na polida chegamos, pois muitos ainda estão mais preocupados com o copo d'água, com o paramento, com qual mármore colocar no piso do templo maçônico a ser erguido, ou nas festas da Loja. Deveríamos isso sim, usar nossos esforços para trabalhar na nova revolução, não aquela que libertou os países de seus opressores, mas numa revolução humanitária, onde compartilhamos o excedente que temos, com aqueles que nada tem.

Deixo aqui o meu óbulo e o TFA,

David







Conheça a ONU

A Organização das Nações Unidas é uma instituição internacional formada por 192 Estados soberanos, fundada após a 2ª Guerra Mundial para manter a paz e a segurança no mundo, fomentar relações cordiais entre as nações, promover progresso social, melhores padrões de vida e direitos humanos. Os membros são unidos em torno da Carta da ONU, um tratado internacional que enuncia os direitos e deveres dos membros da comunidade internacional.

As Nações Unidas são constituídas por seis órgãos principais: a Assembléia Geral, o Conselho de Segurança, o Conselho Econômico e Social, o Conselho de Tutela, o Tribunal Internacional de Justiça e o Secretariado. Todos eles estão situados na sede da ONU, em Nova York, com exceção do Tribunal, que fica em Haia, na Holanda.

Ligados à ONU há organismos especializados que trabalham em áreas tão diversas como saúde, agricultura, aviação civil, meteorologia e trabalho – por exemplo: OMS (Organização Mundial da Saúde), OIT (Organização Internacional do Trabalho), Banco Mundial e FMI (Fundo Monetário Internacional). Estes organismos especializados, juntamente com as Nações Unidas e outros programas e fundos (tais como o Fundo das Nações Unidas para a Infância, UNICEF), compõem o Sistema das Nações Unidas.


Fonte: Site da ONU.





























sábado, 19 de fevereiro de 2011

Em uma Tarde de Outono



Em uma Tarde de Outono

Outono. Em frente ao mar. Escancaro as janelas
Sobre o jardim calado, e as águas miro, absorto.
Outono... Rodopiando, as folhas amarelas
Rolam, caem. Viuvez, velhice, desconforto...

Por que, belo navio, ao clarão das estrelas,
Visitaste este mar inabitado e morto,
Se logo, ao vir do vento, abriste ao vento as velas,
Se logo, ao vir da luz, abandonaste o porto?

A água cantou. Rodeava, aos beijos, os teus flancos
A espuma, desmanchada em riso e flocos brancos...
Mas chegaste com a noite, e fugiste com o sol!

E eu olho o céu deserto, e vejo o oceano triste,
E contemplo o lugar por onde te sumiste,
Banhado no clarão nascente do arrebol...

Olavo Bilac, in "Poesias"


sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Mensagem Fraterna



Mensagem Fraterna

Guarde-se do mal e defenda-se dele
com a realização do bem operante.

Há muito que fazer,
valorizando a oportunidade
e serviço que surge inesperada.

A intriga não merece
a atenção dos seus ouvidos.

A injúria não merece
o respeito da sua preocupação.

A ingratidão não merece
o respeito da sua preocupação.

A ofensa não merece
o zelo da sua aflição.

O ultraje não merece
o seu revide verbalista.

A mentira não merece
a interrupção das suas nobres tarefas.

A exasperação não merece
o seu sofrimento.

A perseguição gratuita não merece
a sua solicitude.

A maledicência não merece
o alto-falante da sua garganta.

A inveja não merece
o tempo de que você necessita
para o trabalho nobre.

Abra os braços ao dever,
firme-se no solo do serviço,
abrace-se à cruz da responsabilidade,
recordando o madeiro onde expirou o Cristo e,
em perfeita magnitude, desafie a fúria do mal.

O lídimo cristão é fiel servidor.

Marco Prisco

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A força do exemplo



A força do exemplo
Daltro Rigueira Viana


Manhã luminosa. Sol esplendente, fazendo jorrar seus raios multicores sobre a minha face. Inicio a minha trajetória em mais um dia abençoado por Deus. Alhures, diviso um casal de rolinhas, arrulhando e se acariciando _ exemplo de amor! Subindo a ladeira, caminhando com passos incertos, olhos perdidos no tempo, surge uma criatura esquálida e maltrapilha _ exemplo de abandono! Alguém se desvia dela, como se de um malfeitor. Lembro-me de uma frase que aprendi: "Por que fugirmos dos andrajos humanos se em nossos corações repousam ulcerações lamentáveis?"

Mais adiante, uma velhinha de pequena estatura tem dificuldades em alcançar a campanhia de uma residência _ alguém presto resolve o seu problema _ exemplo de solidariedade!


A caminhada prossegue. Vejo uma igreja. Pela porta semi-aberta, diviso criaturas orando _ exemplo de fé! Vem-me à mente, outro ensinamento: "O templo que o homem ergue, seja, antes de tudo, o teto de agasalho onde o cansado repouse, o aflito dormite e o in feliz encontre a paz. Seja simples e modesto, para que sua ostentação não fira a humildade de quantos o busquem".


Sentados num banco junto à pracinha, três amigos recordam animados os "bons tempos" e sorriem felizes: exemplo de amizade! Ouço um deles, dizendo: "Na amizade e no amor se repartem os bens imortais da alma". Não longe, forte rapaz puxa uma carroça abarrotada de mercadorias _ exemplo de trabalho!


O tempo transcorre. Continuo com minhas observações. Caminhando cambaleante, segue um infeliz dominado pela bebida _ exemplo de vício! Pitágoras exarou: "Não é livre aquele que não obteve domínio sobre si próprio".


Respiro a longos haustos. Ali perto, uma livraria. Dirijo-me até lá. Um vendedor solícito me atende com carinho e atenção _ exemplo de gentileza! Na vitrine deparo com um extraordinário dizer do Pe. Antonio Vieira: "O livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive".


Retiro-me feliz. Uma senhora conversa com um maltrapilho e lhe oferece, além do caldo reconfortante, alguns minutos de conversação fraterna _ exemplo de caridade! Emmanuel, escritor espiritual, baila em meu campo mental, relembrando-me um ensinamento: "Sublime é a caridade que se transforma em reconforto. Divina é a caridade que se converte em amor irradiante."


Uma estátua na praça. Uma menina loura a observá-la. Na ampulheta do tempo, revejo-me lendo uma historieta: "O fato ocorreu na Itália. Havia uma estátua que representava uma menina grega, escrava. Era formosa, limpa e bem vestida. Uma menina maltrapilha, desasseada, despenteada, deteve-se a contemplar a estátua, enamorando-se dela. Ficou admirada, encantada. Chegou em casa, lavou-se e penteou-se. Pôs em ordem seus vestidos e passou a cuidar-se melhor. A força do exemplo, mesmo um exemplo mudo, estereotipado no mármore".


Num parque, sento-me e respiro profundamente. Volvo o olhar para o alto e agradeço as dádivas Divinas. Um toque suave de mão em meus ombros... A entrega de um folheto, enquanto a criatura abençoada se vai. Os pássaros gorjeiam. Os ventos convidam-me à reflexão. Tudo é festa! Curioso, abro o folheto e leio magistrais elucidações para meu espírito, ávido de aprendizado:


"É longa a estrada dos preceitos: a dos exemplos é breve e mais segura". _ Sêneca.


"Em todas as idades, o exemplo pode muitíssimo convosco: na infância, então, é onipotente". _ Fénelon.

"As palavras comovem, os exemplos arrastam". _ Provérbio árabe.

"Não há modo de mandar ou ensinar mais forte e suave do que o exemplo; persuade sem retórica, seduz sem porfiar, convence sem debate, todas as dúvidas desata, e corta caladamente todas as desculpas". _ Pe. Manuel Bernardes.


"... vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais também vós". _ JESUS.


Retorno ao meu lar, meditando numa extraordinária frase da autora espiritual Joanna de Ângelis: "Vive de tal forma, que deixes pegadas luminosas no caminho percorrido, como estrelas apontando o rumo da felicidade".

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O Espírito Maçônico

José Ednor Varela (Foto), exemplo do verdadeiro espírito maçônico.
Oriente de Pombal (PB)

O Espírito Maçônico - Parte 04

Se a Arte Real é uma potência determinante; se a profissão humanitária da Loja tem um campo de aplicação e de atividade; se extraímos da Loja sentimentos humanitários, como cidadãos, estaremos ins-pirados na vida por idéias maçônicas e guiados em nossos atos por princípios maçônicos. Quer dizer que o Maçom será reconhecido por suas ações onde haja bem-estar ou sofrimento de seus semelhantes, onde haja um interesse público a ventilar – não por sinais exteriores, mas pelas manifestações íntimas do espírito maçônico – por sua concepção elevada da vida, da Justiça, Amor, Liberdade, Fraternidade, da sua atividade tranqüila e de seu pensamento isento de preconceitos.

A neutralidade da Loja a respeito das correntes religiosas ou partidos políticos está imposta e se justifica pelo espírito ideal que a domina, espírito que só tende ao conhecimento do que é eterno e imutável na vida da humanidade, só abraçando aquilo que lhe é comum. O ideal paira sobre os partidos.




Na vida em que se busca a realização do ideal, malgrado a maleabilidade do caráter humano e a diversidade dos interesses, só o homem perverso ou sem consciência pode permanecer indiferente ao seu influxo. É preciso decidir-se pelo direito contra a injustiça, possuir o sentimento de que se faz parte de um todo harmônico para cumprir reciprocamente os homens entre si e dentro de suas respectivas esferas - com os deveres e obrigações correspondentes. O homem é filho do combate e a sua história é a relação de uma luta dura e penosa.

Na história da humanidade, o progresso nem sempre se realiza pelo meio mais dignificante, freqüentemente reina a perversidade, que se manifesta sob a forma do egoísmo e da força da inércia, causadora da ruína daquele que só se abaixa para recolher o seu próprio benefício. As multidões que se tornam indolentes e se deixam oprimir, renunciam aos bens intelectuais para só conservar os materiais; não possuem ideais, nem o sentimento pelos bens espirituais, que dão à humanidade o verdadeiro sentido da vida.




Por maiores que sejam as ações das forças negativas sobre os elementos do bem no homem, são, no entanto, impotentes para extirpá-los, apenas podendo paralisá-los temporariamente. Depois de mil derrotas, o princípio elevado que existe no coração do homem levanta a cabeça e conclui pela reconquista vitoriosa do que é bom e do que é grande. O Maçom, verdadeiramente animado do espírito maçônico, não tem opiniões preconcebidas, irrefletidas, adotadas sem exame. Por outro lado, o Maçom não pode desperceber a ignorância, a origem dos preconceitos, porque o homem que a ignora não pode julgar coisas, fatos e conseqüências.



O Maçom nada admite sem prévia reflexão ou análise, não por temor de ser considerado desejoso de escapar ao compromisso da tradição, mas sim por profunda convicção. É por isso que o Maçom pode tolerar e respeitar certas idéias, o que não implica em aceitá-las. Fatos existem que estão hoje absolutamente demonstrados e que, no entanto, certos seres inteligentes resistem em aceitar. A Maçonaria é inimiga do fanatismo político e religioso.

Os preconceitos, os juízos de todas as religiões são por ela repelidos, de modo que um Maçom não pode pertencer a uma sociedade que mantém idéias tão errôneas como as de condenar a quem disser que o homem é livre de abraçar ou professar a religião que considera verdadeira, que condena a quem disser que a vontade do povo é soberana, a quem disser que os pais têm o direito de educar os filhos na religião que desejarem, e a quem disser que a autoridade religiosa deve se submeter ao poder civil.




Um verdadeiro Maçom, animado do espírito maçônico, é inspirado por sério carinho para a Verdade e sinceramente decidido a não se deixar dominar pelo fanatismo ou por propósitos preconcebidos. O progresso é o inspirador do verdadeiro Maçom em todos os domínios da atividade humana. Não deve, pois, o Maçom praticar senão obras destinadas ao bem e ao melhoramento da humanidade. O Maçom, em seu íntimo, sente simpatia por todas as causas justas; o seu coração bate por todas as obras de Justiça, Solidariedade e Fraternidade.




Nada lhe pode ser indiferente desde que se trate de fazer feliz ao seu semelhante, de aperfeiçoar as relações sociais e a todos proporcionar um lugar ao sol e ocasiões para honestamente ganharem o seu pão. O irmão Baudoin dizia: “Na sua transformação através dos séculos, a Maçonaria modificou sem cessar as suas idéias; eis porque representa o progresso. Compreendendo que foi obra vã em todos os tempos querer destruir a História, ela sempre respeitou os velhos costumes. Os seus rituais, semeados de palavras egípcias, assírias, hebraicas, gregas e latinas, tomaram alguma coisa de todas as religiões, que sucessivamente lhes tem proporcionado adeptos.

Todos estes restos dos dias do passado são elos no caminho do passado, que indicam o trajeto percorrido pela humanidade. Hoje, como ontem, buscam os Maçons a Verdade; discípulos do progresso, impelem a humanidade para uma incessante melhoria; as lembranças do passado os tornam tolerantes, porque sabem quanto padeceram os antepassados. Buscam a Verdade como a buscavam os seus predecessores, sabendo embora que não devem esperar encontrar senão uma Verdade relativa, destinada a ser reformada ou completada pelos que lhe sucederem, ou lhes revelar nesse trabalho”.




III - O espírito maçônico é, por fim e, sobretudo, Um Espírito de Amor e de Justiça. O Maçom verdadeiro é pacifista, isto é, reconhece com a Economia Política a falsidade da opinião que proclama que um povo comerciante pode se enriquecer mediante a ruína de seus vizinhos. Acredita que todos os povos têm interesses diretos na prosperidade dos que lhe estão ligados pela permuta comercial, da mesma forma que o vendedor tem interesse em que seus clientes vivam na abastança. O Maçom acredita com o economista que os diversos mercados do mundo estão de tais modos ligados entre si, que a nenhum deles pode sobrevir uma perturbação sem que os outros se ressintam imediatamente. As atuais relações comerciais são tão numerosas e estreitas entre os povos, que a guerra seria um mal para o próprio vencedor.

A aversão à guerra deve aumentar porque quanto mais um povo avança na via do seu desenvolvimento comercial e industrial, mais o seu próprio interesse o dispõe em favor da paz. Estas Verdades econômicas são atualmente tão elementar que quanto mais persuadido estiver um Verdadeiro Maçom das vantagens da Fraternidade humana, com tanto mais ardor se declarará pacifista.




As Constituições Maçônicas de 1722 fazem ressaltar que a Maçonaria sempre foi contra a guerra, a morte e a confusão. O Irmão Benjamin Franklin, inspirado pela idéia maçônica, dizia: “Quando a humanidade estiver convencida de que todas as guerras são loucuras assaz custosas e por demais nocivas, se decidirá a regular as suas diferenças pela arbitragem”.




O Verdadeiro Maçom não ama a guerra entre indivíduos ou povos. Inspira-se num perpétuo anelo de concórdia, de inteligência e de boa harmonia. Supera todos os obstáculos para frustrar os desacordos; não conhece o rancor, sabe perdoar, sabe esquecer e sabe estender a mão sem intenções ocultas. Todas as injúrias profanas, públicas ou secretas, ele responde com a dignidade da sua vida, com a generosidade dos seus sentimentos. Não falamos das discussões com seus Irmãos, pois estes conflitos são os que primeiro devem ser atendidos por meio da prática das virtudes maçônicas, que se chamam lealdade, franqueza e probidade.

Todo homem, e Maçom, está exposto à inimizade e à inveja; todos temos inimigos, até aqueles a que se afiguram não os ter. Se é difícil ou impossível estar ao abrigo dos ataques da calúnia e da maledicência humanas, ao Maçom não se pode admitir que os seus Irmãos tenham a tal respeito atitudes hostis ou procedimentos incorretos. A confiança e o afeto dos Irmãos devem ser ganhas pela atividade e pelo esforço, com tendência a fazer desaparecer todas as nuvens que possam obscurecer as suas relações fraternais.




O Maçom é naturalmente generoso de coração, filantrópico, caritativo, sem pretensão nem vaidade. O seu Amor se manifesta por todos os sofrimentos, sem se preocupar com as opiniões políticas ou religiosas dos seus protegidos. Faz o bem pelo bem, sem se preocupar com o seu amor próprio. Sobre isto é desnecessário insistir, pois é notória a sã filantropia maçônica.

Há outra disposição natural no Maçom: as afeições não se limitam às fronteiras de seu país. É patriota consagrado à sua pátria, o que não impede de ser humanitário. Em certos meios zomba-se deste humanismo e é considerado até ridículo. Isto não deve impressionar o Maçom. Cremos na penetração mútua dos interesses humanos, pois afirmamos os princípios da Fraternidade e de Solidariedade, e isto nos isenta de responder aos que não podem ou não querem nos entender.



Muito tem a maçonaria que fazer com idéias, símbolos, rituais, usos e sua história, guiando, também, os filiados a alargarem o círculo em afetividade e sentimentos, ensinando que todos os seres humanos, sem distinção de raça, povo e história merecem o interesse, a estima e simpatia, para que se possa deixar de responder ataques, filhos de ignorância ou da má fé. A Fraternidade maçônica existe; é inerente às instruções da Aliança. É a Fraternidade tão incontestavelmente de essência maçônica que toda a atividade da Ordem a proclama de modo irrefutável.

O Irmão Blatin, na interessante biografia do Irmão Ch. Limousin, redator da “A Accacia”, exprime-se desta maneira: “O espírito maçônico é formado do sentimento profundo de afetos e de solidariedade que deve unir todos os Maçons; do menosprezo dos preconceitos que governam o geral dos homens; do amor para a nossa Ordem e do respeito das tradições que fazem a sua força; da submissão às nossas fórmulas ritualísticas que constituem a nossa disciplina; da compreensão dos nossos símbolos, de que derivam os nossos mais altos ensinamentos de filosofia e de moral”.




Uma das coisas que os Maçons nunca devem esquecer é que, pelos ensinamentos extraídos de seus rituais e pela interpretação dos símbolos estão solidamente unidos uns aos outros em toda a superfície do globo. As questões de ordem profana, em que se tem o direito de divergir de opinião, podem dividi-los - quando não sejam prudentemente abordadas, seguindo as prescrições ritualísticas da Ordem - mas, não contribuirão para desfazer a sua união. A história e a ciência demonstram que o único laço suficientemente poderoso para manter uma estreita união fraternal entre os homens que divergem uns dos outros pela educação, conhecimentos, costumes, nacionalidade, raça e pela língua, encontra-se na prática dos ensinamentos que lhes são comuns e o amor fraternal.



A larga existência da nossa Ordem, a sua influência no mundo e o afã para chegar ao aperfeiçoamento dos homens mediante isso aproximam as nações e dependem, sobretudo, do respeito que os seus membros guardaram e guardam por costumes que lhes são comuns, que só faltando aos juramentos livremente prestados pode o Maçom deixar que se enfraqueça.

Compreende-se agora com quanto escrúpulo e quanta perseverança devem as Oficinas Maçônicas estudar os nossos rituais e os nossos símbolos e assim aprenderem a tirar partido dos ensinamentos que deles derivam. Onde o estudo for descuidado, não há iniciados na Verdadeira acepção da palavra – não há senão Profanos disfarçados de Maçons. É penetrando o espírito maçônico que o Irmão se deixa inspirar pelos princípios de Justiça, Solidariedade, Igualdade, Fraternidade, Moralidade, Educação, Universalidade, conservando o amor a sua pátria.
Pela posse do espírito maçônico é que todo Irmão compreende e pratica os deveres de retidão, Tolerância, averiguação da Verdade, amor ao próximo e ao progresso. É esse espírito que deve possuir todo Irmão para compreender e sentir o benefício que resulta do bem-estar de nossos semelhantes; a aspiração almejada pela Maçonaria é a harmonia social tomada do ponto de vista humano, que é constitutiva de um todo mais amplo e perfeito nivelador de condições, raças, sentimentos e aspirações.

Aquele que bem compreende a Arte Maçônica sabe muito bem em que ponto malho, colher, prumo, compasso, esquadro e nível lhe foram confiados. Sabe que essa Arte sublime não somente liga o indivíduo como o aproxima do objeto; que não deve ser egoísta, deve se exteriorizar; que a Aliança está aí, não para a organização aparente das Lojas e sim para a humanidade, e que os princípios e os deveres não têm em vista um simples jogo, e sim uma obra formal.




O espírito maçônico é a necessidade de melhoramento moral, de Tolerância, respeito e estima para todos; de amor ao progresso e à paz; de trabalho e desvelo em benefício de toda a humanidade; de generosidade de espírito e sacrifício para os nossos semelhantes.

O espírito maçônico sugere as grandes e nobres idéias de educação moral e intelectual da juventude e o desenvolvimento cada vez mais acentuado dos princípios de Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Pela afirmação do livre exame, pelo reconhecimento de que isso não constitui simplesmente um direito, sim um dever, - só o livre uso do pensamento permite descobrir a Verdade - a Maçonaria conduz ao estudo de todos os problemas de filosofia, moral e política, aguilhoando a curiosidade do espírito com tanta força que chegou a ser uma das causas primordiais da rapidez com que o progresso se realiza no mundo moderno.




Impressora Helvética Ltda.
Curitiba - Paraná - Brasil
Original na biblioteca da Aug. e Resp. Loj. Simb. Apóstolo da Caridade, nº 21.
Muit. Resp. Gr. Loj. do Par..
Restaurado às 18 horas e 15 minutos de terça-feira, 22 de abril de 2008, por Charles Evaldo Boller.
A recuperação pode conter inconsistências.

Por Ir.•.Walter Murbach