sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

UMA PESCARIA INESQUECÍVEL









UMA PESCARIA INESQUECÍVEL

Ele tinha onze anos e, a cada oportunidade que surgia,
ia pescar no cais próximo ao chalé da família,
numa ilha que ficava em meio a um lago.



A temporada de pesca só começaria no dia seguinte, mas pai e filho saíram no fim da tarde para pegar apenas peixes cuja captura estava liberada.




O menino amarrou uma isca
e começou a praticar arremessos,
provocando ondulações coloridas na água.




Logo, elas se tornaram prateadas pelo efeito da lua nascendo sobre o lago.
Quando o caniço vergou,
ele soube que havia algo enorme
do outro lado da linha.




O pai olhava com admiração,
enquanto o garoto habilmente,
e com muito cuidado, erguia o peixe exausto da água.




Era o maior que já tinha visto, porém sua pesca só era permitida na temporada.
O garoto e o pai olharam para o peixe,
tão bonito, as guelras movendo para trás e para frente.




O pai, então, acendeu um fósforo
e olhou para o relógio.




Pouco mais de dez da noite...
Ainda faltavam quase duas horas
para a abertura da temporada.




Em seguida, olhou para o peixe
e depois para o menino, dizendo:
- Você tem que devolvê-lo, filho!
- Mas, papai, reclamou o menino.



- Vai aparecer outro, insistiu o pai.
- Não tão grande quanto este,
choramingou a criança.




O garoto olhou à volta do lago.
Não havia outros pescadores
ou embarcações à vista.




Voltou novamente o olhar para o pai.
Mesmo sem ninguém por perto,
sabia, pela firmeza em sua voz,
que a decisão era inegociável.



Devagar, tirou o anzol da boca do enorme peixe e o devolveu à água escura.
O peixe movimentou rapidamente o corpo
e desapareceu.




Naquele momento,
o menino teve certeza de que
jamais pegaria um peixe tão grande quanto aquele.
Isso aconteceu há trinta e quatro anos.




Hoje, o garoto é um arquiteto bem-sucedido.




O chalé continua lá, na ilha em meio ao lago, e ele leva seus filhos para pescar no mesmo cais.




Sua intuição estava correta.



Nunca mais conseguiu pescar
um peixe tão maravilhoso
como o daquela noite.




Porém, sempre vê o mesmo peixe todas as vezes que depara com uma questão ética.




Porque, como o pai lhe ensinou, a ética é simplesmente uma questão de
CERTO e ERRADO.




Agir corretamente,
quando se está sendo observado,
é uma coisa.




A ética, porém, está em agir
corretamente quando ninguém
está nos observando.




Essa conduta reta só é possível quando, desde criança,
aprendeu-se a devolver o PEIXE À ÁGUA.




A boa educação é como uma moeda de ouro:
Tem valor em toda parte.

Autor: James P. Lenfestey
do livro "Histórias para Aquecer o Coração dos Pais",

Enviado por
Odelmo Teixeira blog poesias e crônicas

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