domingo, 31 de maio de 2020

Vida e Posse


Do câmbio da vida transparece a verdade incontroversa.


Nada possuis daquilo que reclamas.


E possuirás, ainda que não queiras, tudo o que cedes de ti, sem qualquer intenção de recompensa.


O egoísmo grita e perde na medida em que a abnegação prende e atrai.


Emmanuel

sábado, 30 de maio de 2020


Reflexões “Família”

Tomemos "Maximes et anecdotes" de Chamfort para ouvi-lo exclamar: "Le plaisir peu s'appuyer sur I'illusion, mais le bonheur repose sur la vérite".
O prazer pode se apoiar sobre a ilusão, mas a felicidade repousa sobre a verdade.

O mesmo se poderia dizer de Edouard Pailleron que, em "Noel", assim se exprime: "Le seul bonheur qu'on a , vient du bonheur qu'on donne".
A única felicidade que temos, advém da felicidade que damos aos outros.
“Porque Deus é bom, nos deixa plantar o que quisermos. E porque Deus é justo, nós colhemos  o que plantamos.”

Permitindo deduzir a assertiva do pensamento de Napoleão quando expressa:  “Colocamo-nos acima daqueles que nos insultam, perdoando-lhes”.

Lembrando o escritor Oscar Wilde: “Em algumas ocasiões, é mais do que um dever moral, o falar com franqueza”.

É preciso propagar a Moral e a Verdade. MUMS –  Obras Póstumas,  de Allan Kardec.

É importante estudar, liberta nossas almas da ignorância, como orienta Mark Twain, “Supor é bom, descobrir é melhor”.
O escritor romano Cícero já dizia; “Não vemos a Deus, mas O conhecemos pelas suas Obras. Deus é o invisível evidente.”

Em consonância com o célebre René Descartes: “A existência de Deus é mais certa que o mais certo de todos os teoremas de geometria.”

Já o escritor alemão Schopenhauer, reverberou: “Não deve existir erro privilegiado nem tampouco sancionado. Deus é invisível evidente”.

Realmente, a Terra é um grãozinho de areia na imensidade do Cosmo. E que o Pai Misericordioso nos abençoe nessa reunião cuja fala é família.

Portanto, Respeitosa é a família! Seus antepassados nos legaram os princípios da humildade, da decência, da fraternidade e que todos os valores morais ensinados pelo nosso mestre Jesus, sejam corajosamente assimilados em nossa mente e em nossos corações. É impossível cobrir o Sol com uma peneira. Da lei divina ninguém foge. A verdade será sempre a Verdade! A Verdade é eterna, permanece para sempre!

      “QUER FAZER ALGO PARA PROMOVER A PAZ MUNDIAL?
      VÁ PARA CASA E AME SUA FAMILIA.” Madre Tereza de Calcutá.

sexta-feira, 29 de maio de 2020


No Futuro

“E não mais ensinará cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor! Porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior.”

Paulo (Hebreus, 8:11)



Quando o homem gravar na própria alma
Os parágrafos luminosos da Divina Lei,
O companheiro não repreenderá o companheiro,
O irmão não denunciará outro irmão.
O cárcere cerrará suas portas,
Os tribunais quedarão em silêncio.
Canhões serão convertidos em arados,
Homens de armas volverão à sementeira do solo.
O ódio será expulso do mundo,
As baionetas repousarão,
As máquinas não vomitarão chamas para o incêndio e para a morte,
Mas cuidarão pacificamente do progresso planetário.
A justiça será ultrapassada pelo amor.
Os filhos da fé não somente serão justos,
Mas bons, profundamente bons.
A prece constituir-se-á de alegria e louvor
E as casas de oração estarão consagradas ao trabalho sublime da fraternidade suprema.
A pregação da Lei
Viverá nos atos e pensamentos de todos,
Porque o Cordeiro de Deus
Terá transformado o coração de cada homem
Em tabernáculo de luz eterna,
Em que o seu Reino Divino

Resplandecerá para sempre.

Emmanuel

quinta-feira, 28 de maio de 2020


BATERIA MAÇÔNICA

Origem e a motivação do ato de produzir som através da batida das mãos. Encontramos na história da humanidade relatos pagãos do milênio anterior a Cristo, onde bater palmas tinha a intenção de acordar/despertar os Deuses. Também eram, desde esta época, usadas para afugentar os maus espíritos. Durante os antigos espetáculos circenses na Grécia e Roma, bater as mãos era a manifestação de agrado pelo que estava sendo apresentado e uma expressão não oral de saudação à autoridade presente.

Ao ser incluída nos trabalhos maçônicos, a Bateria Maçônica resgata sua origem e passa a ser sacralizada em nosso trabalhos. Executamos sequências de som de percussão usando as mãos, em quantidades determinadas a cada situação/grau e circunstância/momento.

A Bateria Maçônica é uma atividade eminentemente esotérica. Primeiramente ela envolve o contato das duas partes internas das mãos. Todos nós reconhecemos e já sentimos a energia que envolve juntá-las, seja para orar com os dedos voltados para o Altíssimo ou para com outra pessoa, através de um aperto de mão, demonstrar confiança e amizade.

“Pela Bateria”, percebemos a harmonia e iteratividade nos trabalhos. A Bateria unissonamente executada produz dois efeitos primordiais:

Inconscientemente, passa aos Irmãos a sensação de unidade. Não devemos esquecer que ela precede a Aclamação, e que mantendo esta unidade, estará mantida a EGRÉGORA do grupo.

O segundo efeito é de ordem sutil e vai além das fronteiras do próprio inconsciente. Mais do que o som audível, a vibração produzida tem a função de harmonizar/equalizar o ambiente.

Ao adentrar no recinto sagrado, muito não conseguem canalizar bons fluídos e deixar para trás as impressões sensoriais negativas vividas antes da reunião. Levando-as assim para dentro do Templo e deixando dentro de si energias desarmônicas.

A própria palavra BATERIA, deve ser bem compreendida. Bateria é um agrupamento de coisas de vão juntas, portanto BATERIA MAÇÔNICA NÃO É SIMPLESMENTE BATER PALMAS. O MAÇOM DE PÉ E A ORDEM. COM UM MOVIMENTO CONFIRMA SEU JURAMENTO. JUNTA O TOPO DE SUAS COLUNAS E USANDO O PRIMEIRO INSTRUMENTO DE TRABALHO DADO PELO CRIADOR, PRODUZ CADENCIADAMENTEVIBRAÇÕES ETÉREAS, PARA A MATÉRIA E O ESPÍRITO. Este artigo foi inspirado no livro O APRENDIZADO MAÇÔNICO (2013), do Irmão RIZZARDO DA CAMÍNO, que, na página 120, nos intrui:

“O som jamais se destrói; avança Cosmos adentro, numa incessante viagem através do Universo, tanto exterior como interior. O som não atinge somente a periferia, mas adentra na parte espiritual e produz os seus efeitos '”

Neste nono ano de compartilhamento de instruções maçônicas, mantemos a intenção primaz de fomentar os Irmãos a desenvolverem o tema tratado e apresentarem Prancha de Arquitetura, enriquecendo o Quarto de Hora de Estudo das Lojas.

Precisamos incentivar os Obreiros da Arte Real ao salutar hábito da leitura  como ferramenta de enlevo cultural, moral, ético e de formação maçônica.

Ir.·. Sérgio Quirino - ARLS Presidente Roosevelt 025 - GLMMG
Fonte: Jornal do Aprendiz

terça-feira, 26 de maio de 2020

VIVER COM SERENIDADE

No tumulto, que ruge desenfreado, precata-te na serenidade.

Ante o clamor das mil vozes da anarquia, que engrossa as fileiras da alucinação, mantém-te em serenidade.
Sob as tempestades da dor generalizada ou a coerção de aflições que pressionam, preserva a serenidade.
No meio do vozerio, que reclama e blasfema sob falso fundamento de justiça ou não, vive com serenidade.
Na conjuntura de expectativas malsãs, ante o desalinho que se faz lugar comum, insiste na serenidade.
Porque todos se descontrolem, ameaçando a harmonia geral, não percas a serenidade.
Serenidade em qualquer situação. Serenidade com Deus.
Certamente não é fácil uma atitude pacifista quando se enfrenta a agressão asselvajada.
Sem dúvida é um desafio sustentar o equilíbrio sob o açodar da violência primitiva.
Ninguém nega a dificuldade em permanecer com nobreza em meio às viciações que grassam, dominadores.
Quem, no entanto, conhece Jesus, tem um compromisso com a serenidade de que Ele deu mostras em todos os transes da Sua vida.
A identificação com o Mestre impõe a consciência do discernimento em meio à malversação dos valores que se desatinam, em desconcerto.
A afinidade com o Cristo reveste o indivíduo de fortaleza moral para permanecer no posto fiel da paz.
Ninguém se justifique em face das armadilhas em que tomba.
Ninguém se escuse do esforço que deve envidar, preservando a integridade.
Ninguém procure desculpas para tombar no redemoinho das paixões dissolventes.
Os mecanismos de evasão fazem-se uma atitude cômoda, amolentada, diante das dissonantes composturas morais que se estabelecem na Terra com o beneplácito dos cristãos...
A serenidade em tudo, caracteriza o amadurecimento do Espírito na forja dos testemunhos, disposto, realmente, a atingir o ponto final da sua difícil trajetória.
Só uma decisão finalista e argamassada no desejo honesto de não cair, de não desistir, de não asselvajar-se, leva o homem ao planalto da serenidade, em que o Mestre aguarda todos quantos se candidatam ao Reino.
Considerando a gravidade do momento que se vive no planeta angustiado, a serenidade é uma eficiente medicação de emergência para evitar o contágio dos males que predominam nos corações.
Com ela, todos teremos forças para os cometimentos elevados que a vida nos propõe em forma de testes para o nosso aprimoramento íntimo. E quando esta serenidade parecer desequilibrar-se, busca a oração que imana o homem ao Senhor numa sublime osmose, e absorverás o fluido pacificador que verte do Pai, recompondo-te, para prosseguir.

Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo P. Franco.

segunda-feira, 25 de maio de 2020



Mensagem de Conforto



Quando você se observar, à beira do desânimo, acelere o passo para frente, proibindo-se parar.

Ore, pedindo a Deus mais luz para vencer as sombras.

Faça algo de bom, além do cansaço em que se veja.

Leia uma página edificante, que lhe auxilie o raciocínio na mudança construtiva de ideias.

Tente contato de pessoas, cuja conversação lhe melhore o clima espiritual.

Procure um ambiente, no qual lhe seja possível ouvir palavras e instruções que lhe enobreçam os pensamentos.

Preste um favor, especialmente aquele favor que você esteja adiando.

Visite um enfermo, buscando reconforto naqueles que atravessam dificuldades maiores que as suas.

Atenda às tarefas imediatas que esperam por você e que lhe impeçam qualquer demora nas nuvens do desalento.

Guarde a convicção de que todos estamos caminhando para adiante, através de problemas e lutas, na aquisição de experiência, e de que a vida concorda com as pausas de refazimento das nossas forças, mas não se acomoda com a inércia em momento algum.

André Luiz – Psicografia: Chico Xavier

domingo, 24 de maio de 2020

Quando o Filho se torna Pai de seu Pai


Há uma quebra na história familiar onde as idades se acumulam e se sobrepõem e a ordem natural não tem sentido: é quando o filho se torna pai de seu pai.

É quando o pai envelhece e começa a trotear como se estivesse dentro de uma névoa. Lento, devagar, impreciso.

É quando aquele pai que segurava com força nossa mão já não tem como se levantar sozinho. É quando aquele pai, outrora firme e instransponível, enfraquece de vez e demora o dobro da respiração para sair de seu lugar.

É quando aquele pai, que antigamente mandava e ordenava, hoje só suspira, só geme, só procura onde é a porta e onde é a janela – tudo é corredor, tudo é longe.

É quando aquele pai, antes disposto e trabalhador, fracassa ao tirar sua própria roupa e não lembrará de seus remédios.

E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão trocar de papel e aceitar que somos responsáveis por aquela vida. Aquela vida que nos gerou depende de nossa vida para morrer em paz.

Todo filho é pai da morte de seu pai.

Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja curiosamente nossa última gravidez. Nosso último ensinamento. Fase para devolver os cuidados que nos foram confiados ao longo de décadas, de retribuir o amor com a amizade da escolta.

E assim como mudamos a casa para atender nossos bebês, tapando tomadas e colocando cercadinhos, vamos alterar a rotina dos móveis para criar os nossos pais.

Uma das primeiras transformações acontece no banheiro.

Seremos pais de nossos pais na hora de pôr uma barra no box do chuveiro.

A barra é emblemática. A barra é simbólica. A barra é inaugurar um cotovelo das águas.

Porque o chuveiro, simples e refrescante, agora é um temporal para os pés idosos de nossos protetores. Não podemos abandoná-los em nenhum momento, inventaremos nossos braços nas paredes.

A casa de quem cuida dos pais tem braços dos filhos pelas paredes. Nossos braços estarão espalhados, sob a forma de corrimões.

Pois envelhecer é andar de mãos dadas com os objetos, envelhecer é subir escada mesmo sem degraus.

Seremos estranhos em nossa residência. Observaremos cada detalhe com pavor e desconhecimento, com dúvida e preocupação. Seremos arquitetos, decoradores, engenheiros frustrados. Como não previmos que os pais adoecem e precisariam da gente?

Nos arrependeremos dos sofás, das estátuas e do acesso caracol, nos arrependeremos de cada obstáculo e tapete.

E feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte, e triste do filho que aparece somente no enterro e não se despede um pouco por dia.

Meu amigo José Klein acompanhou o pai até seus derradeiros minutos.

No hospital, a enfermeira fazia a manobra da cama para a maca, buscando repor os lençóis, quando Zé gritou de sua cadeira:

 - Deixa que eu ajudo.

Reuniu suas forças e pegou pela primeira vez seu pai no colo.

Colocou o rosto de seu pai contra seu peito.

Ajeitou em seus ombros o pai consumido pelo câncer: pequeno, enrugado, frágil, tremendo.

Ficou segurando um bom tempo, um tempo equivalente à sua infância, um tempo equivalente à sua adolescência, um bom tempo, um tempo interminável.

Embalou o pai de um lado para o outro.

Aninhou o pai.

Acalmou o pai.

E apenas dizia, sussurrado:

- Estou aqui, estou aqui, pai!

O que um pai quer apenas ouvir no fim de sua vida é que seu filho está ali.

"Feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte, e triste do filho que aparece somente no enterro e não se despede um pouco por dia."

Fabrício Carpinejar

sábado, 23 de maio de 2020

BARRAGEM.


Quanto mais se adianta a civilização, mais extensos se fazem os processos de controle em todos os distritos da atividade humana.

O trânsito obedece a sinais previamente estudados.

Comutadores alteram a direção da corrente elétrica.

Automóveis usam freios altamente sensíveis.

Locomotivas correm sobre linhas condicionadas.

Simples engenhos de utilidade doméstica funcionam guardados por implementos protetores.

Em toda parte, surgem sistemas de cautela e defesa evitando perturbações e desastres.

Semelhantes apontamentos induzem-nos a aceitar o imperativo de governo à força mental, cujo destempero não somente inutiliza as melhores oportunidades daqueles que a transfiguraram em rebenque magnético da revolta, mas também azeda os ânimos, em torno, urtigando-lhes o caminho.
Cólera é sempre porta aberta ao domínio da obsessão.

Consultemos as penitenciárias, onde jazem segregados milhares de companheiros que lhe caíram sob as marteladas destruidoras: entrevistemos os suicidas, degredados em regiões de arrependimento e regeneração além-túmulo; ouçamos muitos daqueles que largaram inesperadamente o corpo físico ou foram colhidos pela morte obscura e escutemos grande parte dos alienados mentais que vagueiam em casas de tratamento e repouso, quais mutilados do espírito, relegados à periferia da vida e encontraremos a explosão arrasadora da cólera na gênese de todos os suplícios que lhe garroteiam a alma...

Consideramos tudo isso e toda vez que a irritação nos acene de longe, ofereçamos de pronto à inundação dos pensamentos de agressividade e revide, violência e desespero, um anteparo silencioso com a barragem da prece.

EMMANUEL.

sexta-feira, 22 de maio de 2020


A pérola escondida

A luz do amor, que brilha em nossa vida,
Dormita em nós, qual pérola escondida
No fundo do oceano indevassado.
Trazemos, desde as mais remotas eras,
No fluxo e refluxo das esferas,
Aquele dom de Deus por nós herdado.

Dom que nos acompanha tempo afora
E em noite densa surge como aurora
Iluminando a nossa caminhada.
É o despertar da nossa consciência
Para o labor fecundo da existência,
No cumprimento da missão tomada.

Mas essa luz às vezes amortece,
Se não buscamos o calor da prece
Durante os vendavais da trajetória.
Por isso vemos tantas criaturas,
Escravas de tormentos e amarguras,
Julgando a vida uma jornada inglória.


Quando, entretanto, a nossa alma acorda
Para a verdade e o coração transborda
O amor que em nosso ser jazia oculto,
A vida se transforma de repente,
E esse amor, que era então inconsciente,
Passa a ser nossa crença e nosso culto.

É pelo amor, na dimensão mais bela,
Que Deus aos nossos olhos se revela,
No resplendor de sua luz mais pura.
A existência de Deus não se contesta,
Mas Ele bem maior se manifesta
No coração de cada criatura!

José Soares Cardoso

terça-feira, 19 de maio de 2020

JOSÉ

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
(...)
José, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!
Sozinho no escuro
qual bicho do mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?
Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 18 de maio de 2020


Vencerás

Não desanimes.
Persiste mais um tanto.
Não cultives pessimismo.
Centraliza-te no bem a fazer.
Esquece as sugestões do medo destrutivo.
Segue adiante, mesmo varando a sombra dos próprios erros.

Avança, ainda que seja por entre lágrimas.
Trabalha constantemente.
Edifica sempre.
Não consintas que o gelo do desencanto te entorpeça o coração.
Não te impressiones à dificuldade.
Convence-te de que a vitória espiritual é construção para o dia-a-dia.

Não desistas da paciência.
Não creias em realização sem esforço.
Silêncio para a injúria.
Olvido para o mal.
Perdão às ofensas.
Recorda que os agressores são doentes.
Não permitas que os irmãos desequilibrados te destruam o trabalho ou te apaguem a esperança.
Não menosprezes o dever que a consciência te impõe.
Se te enganaste em algum trecho do caminho, reajusta a própria visão e procura o rumo certo.

Não contes vantagens nem fracassos.
Estuda buscando aprender.
Não te voltes contra ninguém.
Não dramatizes provações ou problemas.
Conserva o hábito da oração para que se te faça luz na vida íntima.

Resguarda-te em Deus e persevera no trabalho que Deus te confiou.
Ama sempre, fazendo pelos outros o melhor que possas realizar.
Age auxiliando.
Serve sem apego.
E assim vencerás.

Emmanuel

quinta-feira, 14 de maio de 2020


Prece de Todo o Dia

Senhor, concede-me a consciência dos meus muitos erros.

Não me consintas viver iludido a meu próprio respeito.

Que eu tenha suficiente lucidez para saber quem sou.

Que eu consiga, mais que outros, detectar as fragilidades que me são comuns.

Dá-me a Tua força para que eu possa superar-me, a Tua luz para não caminhar nas trevas, a Tua paz na luta que me aflige.

Que eu seja sempre sincero em meus propósitos e humilde em minhas atitudes, verdadeiro em minhas palavras e fiel aos meus compromissos.

Senhor, não me deixes entregue à invigilância e ao assédio do mal.

Sê meu abrigo e a minha inspiração!...

Assim seja.

Autor: Irmão José

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Biblioteca Charles Evaldo Boller  1/6

A Iniciação Iluminada 

Charles Evaldo Boller

Sinopse: Uma jornada infindável ao interior de si mesmo, em busca da Iluminação que conduz para a Liberdade e felicidade da Humanidade.

Áreas de Estudo: Arte Real; Consciência; Caráter; Esoterismo; Iniciação; Liberdade; Maçonaria.

Ver numa pedra bruta apenas as rugosidades externas sem visualizar a beleza interna da pedra polida é limitação daquele que ainda não se iniciou na Maçonaria. É de conhecimento geral que mesmo aquele que passou pela cerimônia de iniciação e apenas enxerga as imperfeições do homem, ainda permanece ligado a vícios humanos e escravo do vil sistema humano materialista. Continua carente da iniciação iluminada pelo filosofar maçônico. 

No mais absoluto sigilo, o processo começa com a proposta de iniciação de um cidadão de valor por iniciativa de um mestre maçom. Efetuam-se investigações. Só pessoa de destacadas características é desejada e introduzida na ordem maçônica. O intento é melhorar o que já é bom. Passa então por uma cerimônia especial determinada a testar seu valor. Considera-se que o indivíduo é cortado de uma hipotética pedreira, a sociedade. E mesmo com suas qualidades e erudição reconhecidas, em presença da filosofia maçônica, por obvio, ele ainda apresenta uma forma tosca de construção interna, que apresenta imperfeições. Isso porque lhe falta liberdade devida a seu condicionamento social. A busca de independência implica em livrar-se de crenças surreais que outras pessoas, ao longo da vida, o fizeram acreditar. Urge tomar conta de seus próprios pensamentos, livres da imposição social e dos exageros do politicamente correto. 

A caminhada para a iluminação, segundo modelo de vetustas escolas herméticas, se dá em cegueira profunda, total inexistência de Luz. Em termos maçônicos é a representação de condição do homem em estado bruto dentro da erudição filosófica, intelectual e espiritual. A obstrução da visão do iniciando representam os primeiros passos em total dependência, ignorância e castrado de iniciativa. É similar à vida de cidadão algemado pelos poderes humanos que limitam sua evolução. A falta de Luz demonstra onde e como o sistema humano o submete aos poderes que lhe tomam os metais, posses, roupa e força vital. Para demonstrar o seu lastimável destino, um laço no pescoço, à semelhança de um enforcado, o provoca a pensar sua existência à semelhança de um condenado a viver como animal sem inteligência e sabedoria, para o qual a vida apenas passa vazia e sem gosto. Sua total dependência dos outros o incentiva a sorver com ansiedade goles de liberdade para tomar conta de sua vida em sentido lato e sem ser conduzido por terceiros. Para demonstrar sua miserabilidade, o homem não iniciado anda calçado apenas com ordinário e rústico chinelo. Não significa humildade, pois é retrato lastimável do homem dentro do sistema: homem explorando homem em seu próprio prejuízo! 

Faz seu testamento. Depois de armado e municiado para libertar-se, entende que o beneficiário é ele mesmo. Como já morreu para o mundo, ele jaz sepulto na caverna que representa a sua consciência. Naquele local lúgubre responde perguntas que o levam a pensar a respeito da vida que teve até ali. Na solidão da sepultura o homem de sensibilidade desperta para princípios de vida com elevado significado existencial. Com a sua morte simbólica rompe definitivamente com a materialidade herdada e que o aprisionavam ao sistema humano de coisas. Prepara-se para reviver na cerimônia de iniciação para uma nova oportunidade de vida. O renascimento exemplificado na Páscoa, no Natal e nos solstícios solares o ajudarão a entender e organizar a sua vida. É o ponto de entrada para uma fantástica jornada em busca da liberdade. Utilizará da sabedoria de vetustas civilizações que ficaram no anonimato para se protegerem de perseguição e proibição. O iniciado usa de todas as culturas, a sua Arte Real, para racionalmente louvar a Criação, obra do Grande Arquiteto do Universo. 


É jornada nova! É renascimento que ele escolheu racionalmente quando e onde. Nasceu dentro de si mesmo a partir de sua livre iniciativa e capacidade de pensar e sentir. É a resposta corajosa ao que vê pelas ruas da cidade onde a maioria não está satisfeita com o lugar e o tempo em que vive. Onde os insatisfeitos mais ativos mudam de emprego, família, cidade e país em busca de felicidade para, em curto espaço de tempo, ficar irrequieto novamente e iniciar nova jornada ao léu. É insensatez! Acontece que estes não têm tempo para pensar nos temas certos. Sem concentração e meditação, os andarilhos não encontram respostas para suas angústias. Permanecem infelizes! E a resposta está tão perto! Bastaria olhar para dentro de si mesmo. Modificar-se. Evoluir! Libertar-se! Ser feliz e contagiar a Humanidade em ser feliz também. 

Para entender o mapa da caminhada efetuam-se viagens simbólicas. É submetido compulsoriamente às provas que envolvem os quatro elementos da Natureza: terra, água, ar e fogo. São apresentados seus deveres básicos: absoluto silêncio e fidelidade; vencer paixões prejudiciais; praticar a solidariedade, socorrendo outros ao encaminha-los a praticarem o bem; é-lhe exigida a crença num Princípio Criador, baseado no conceito de Grande Arquiteto do Universo; sujeitar-se às leis. 

A Luz 

Depois disto lhe é simbolicamente revelada a Luz. Luz que ilumina o interior do templo sagrado que é o próprio corpo do iniciado. 

No dia da iniciação o maçom inicia uma jornada que dura o resto de sua vida. E não vai longe! Ao menos não em termos de deslocamento. O seu destino é ao interior de si mesmo. Bem perto, mas tão longe! Para ver a Luz é necessário desobstruir a entrada da caverna de sua consciência, arrancar as lascas das rugosidades externas e internas da simbólica pedra que ele é. Deixar a Luz entrar na pedra. Ele viaja ao interior de si mesmo. Passa a destruir e a reconstruir a si próprio por utilizar-se das ferramentas que estão espalhadas pelas oficinas maçônicas. 

A Maçonaria propicia as ferramentas, o iniciado a matéria prima: a pedra. Ele é a pedra. E somente ele a pode trabalhar. No Universo apenas ele mesmo tem o poder e a capacidade de modificá-la. Nem mesmo o Grande Arquiteto do Universo interfere, pois dotou a criatura com a capacidade do livre-arbítrio, portanto, nunca cobrará se ele foi ou não bem comportado durante o privilégio de usufruir da vida. Afasta o medo do castigo eterno. Afasta a falsidade da barganha com o Supremo Arquiteto com vistas a obter prazeres eternos. Significa liberdade! E responsabilidade! O pensamento expresso no conceito de Grande Arquiteto do Universo para o maçom não é crença, o que implicaria em dúvida; o maçom tem certeza da manifestação do Criador através de suas obras. 

O iniciado sente-se privilegiado por merecer essa experiência de vida. A pedra burilada por quem tem o interesse maior resulta num ser humano que sabe equilibrar amor, vontade e intelecto. Constitui o centro do grande tema da Ordem Maçônica. 

A Liberdade 

A grande provocação da cerimônia de iniciação aponta para a liberdade. Durante o início da jornada existe a figura do condutor. Quando revelada a Luz, o iniciado deixa de ser conduzido e daí em diante passa a tomar conta de seus próprios passos, de seu caráter, de sua consciência, de sua vida, e em todos os aspectos que o levam a evoluir. Está focado essencialmente na destruição interior dos embustes nos quais foi condicionado a acreditar. Trabalha agora na edificação de valores virtuosos que revelam potências nunca antes percebidas porque estavam imersas na hipocrisia do mundo de ilusão criado por religiões, escolas, amigos, governos, usos e outras influências. Andar e pensar com liberdade implica em duvidar de velhos hábitos e costumes. Faz do questionamento geral uma Arte Real, praticada no ócio criativo. Aprende a desfrutar da vida de forma comedida e tranquila, aproveita desse paraíso de delícias, chamado Terra, de forma respeitosa e tranquila. 

Desbastar a pedra bruta é tarefa individual que os maçons perseguem em sentido moral, ético e mais acentuado na dimensão da elevação espiritual com aprimoramento de caráter e consciência. A Luz do livre pensamento passa a brilhar dentro do templo que a pedra representa. As lascas, o cascalho, que caem neste trabalho são os defeitos  e imperfeições como preconceitos, ignorância, fanatismo, orgulho, e outros. 

Assim, mesmo que viva entre as trevas do mundo idealizado pelo homem material, ele aprende a conviver com elas sem se contaminar com as impurezas que vigoram fora do templo, fora de si mesmo. O seu templo interno permanece imaculado. 
Depois de disciplinada e diligente atividade no desbaste da pedra bruta o iniciado encontra dentro de si o espírito, o transcendental, a assinatura indelével do Grande Arquiteto do Universo, origem da Luz que guarda e guia os iniciados pelos caminhos dos augustos mistérios das antigas escolas iniciáticas. 

Bibliografia 1. CLIFFORD, Anthony; A Arte de Questionar, a Filosofia do Dia-a-dia, ISBN 978-85-395-0588-3, 1ª edição, Editora Fundamento, 320 páginas, São Paulo, 2014; 2. Paraná, Grande Loja do; Ritual do Grau 01, Aprendiz Maçom, Rito Escocês Antigo e Aceito, 3ª edição, Grande Loja do Paraná, 98 páginas, Curitiba, 2001; 3. ZIJDERVELD, Anton; BERGER, Peter; Em Favor da Dúvida, Como Ter Convicções sem se Tornar Fanático, In Prise of Doubt, traduzido por YAMAGAMI, Cristina; ISBN 978-0-06-177817-9, 1ª edição, Elsevier Editora Limitada, 172 páginas, São Paulo, 2012;

segunda-feira, 11 de maio de 2020


A ARTE DE DOAR


Quando ofertarmos, possuímos.

Quando recebemos, tornamo-nos devedores.

A felicidade em poder repartir é sempre maior do que aquela que convida a acumular quando o próximo tem carência.

A semente que se nega a sucumbir na terra, para desdobrar-se na vida, morre na inutilidade.

Todavia, a que perece, esmagada no solo, revive com exuberância.

Toda doação é uma sementeira para o futuro, que a vida se encarrega de multiplicar.

Há moedas esquecidas que se podem tornar dádivas de importância, tais como a hospitalidade fraternal, a expressão de cortesia, o gesto de amizade, a participação no sofrimento alheio, o sorriso gentil, que não custam dinheiro e, em certos momentos, são mais valiosos do que ele.

A caridade que se converte em triunfo pessoal naquele que a recebe, é sempre luz inapagável na vida de quem a pratica.

Vive com otimismo na confiança integral em Deus e distribui alegria por onde passes.

Não deixes ninguém afastar-se de ti, sem que leve um traço de bondade ou um sinal de paz da tua vida.

Quem se aproximou de Jesus, nunca mais foi o mesmo, jamais O esqueceu.

Joanna de Ângelis

sábado, 9 de maio de 2020

Doação

Doação com Jesus, alma querida e boa,
Não é somente o apoio que transmites
Em socorro à penúria, tantas vezes,
Sob duros limites! ...

É muito além do verbo que a define
Doação com Jesus é o Céu que se condensa
Na fé que se transforma em reconforto,
Sem cogitar de recompensa.

Está no olhar que enxerga as erosões e os charcos
No caminho em que avança,
Mas em vez de acusar a terra desprezada
Nela semeia flores de esperança...

Mora no ouvido compassivo e calmo
Que a bondade alicerça,
E do mal faz o bem, sem alarde e sem queixa,
Na luz da compreensão que sublima a conversa!

Brilha nas mãos que servem no silêncio,
Seja amparando alguém que a sombra desvirtua,
Lavando um prato humilde, afagando um doente
Ou removendo um seixo em recanto da rua! ...

Vibra na voz que aceita os dias tristes,
Falando no esplendor dos dias que virão,
A extinguir em carinho e tolerância
A ira, o desespero, a irritação...

Faz-se doce clarão na atitude sincera
De quem se acolhe ao bem, por norma definida,
Desculpando e servindo, ajudando e aprendendo,
Edificando em paz e abençoando a vida! ...

Doação com Jesus é tudo quanto eleva,
Venha de onde vier e seja com quem for,
Algo do coração que confia e se entrega
Para estender no mundo a vitória do Amor.


Autora: Maria Dolores

sexta-feira, 8 de maio de 2020

TRABALHO EM NÓS



Cada vez mais predominante na Terra a necessidade do trabalho com o entendimento da importância de semelhante ingrediente na evolução.

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A sabedoria da vida estabelece o serviço profissional, seja na administração ou na subalternidade, quase que por látego indispensável à preservação da saúde e da harmonia mental das criaturas, no entanto, existe a sublimação do trabalho, nas atividades do bem ao próximo, nas quais o servidor comparece voluntariamente, sem qualquer idéia de remuneração; altruísmo enfatizado no mundo pelas religiões ou fora delas.
É, sobretudo, para esse tipo de Ação que a Espiritualidade Maior Convida as criaturas da Terra, em Benefício delas mesmas.

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Caridade, beneficência, filantropia ou assistência social, sob qualquer dessas legendas, os companheiros domiciliados no Plano Físico encontram oportunidades valiosas para a aquisição de valores da alma, com expressão definitiva e substancial em qualquer sistema de vida.

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Muitos amigos menosprezam o ensejo que se lhes oferece, pronunciando recusas quais estas:
- “Quem sou eu para servir?”.
- “Sou um feixe de imperfeições...”.
- “Conheço o meu atraso moral”.
“Meus defeitos são meus impedimentos...”.
Entretanto, os convites dos Orientadores Espirituais – realmente orientadores – falam em serviço e não em santidade.
Eles sabem que somos ainda consciências endividadas em evolução.
Temos conosco refulgências de estrelas e sombras de abismo, tranquilidade e tumulto, fonte de amor e desertos de incompreensão e não seria justo exigir perfeição nos seres em aperfeiçoamento...

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Fugir do trabalho de auxílio aos outros, sob esse ou aquele pretexto, é mera desculpa de quantos preferem retardar a melhoria própria.
E afirmamos isso, porque estamos muito longe do clima dos anjos e, se quisermos caminho de elevação para o reencontro com aqueles que nos esperam nas vanguardas da luz, a única opção será sempre: - servir.

Emmanuel