quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O Verdadeiro Maçom

Exemplos de verdadeiros maçons:
Jarismar, Valmir e Emanoel, obreiros da
Calixto Nóbrega nº15.
 
O Verdadeiro Maçom


 
 


1. Sobe a Escada de Jacó pelas Iniciações da Vida sem ferir os Irmãos neste percurso;

2. Realiza o sonho de desbastar pelo pensamento e pelas ações as arestas dos vícios e da insensatez;

3. Socorre o Irmão nas dificuldades, chora com ele as suas angústias e sabe comemorar a seu lado as suas vitórias;

4. Reconhece nas viúvas e nos órfãos a continuidade do Irmão que partiu para o Oriente Eterno;

5. Vê na filha do Irmão a sua filha e na esposa do Irmão, uma Irmã, Mãe ou Filha;

6. Combate o fanatismo e a superstição sem o açoite da guerra mas com a insistência da palavra sã;

7. É modelo da eterna e universal justiça para que todos possam concorrer para a felicidade comum;

8. Sabe conservar o bom senso e a calma quando outros o acusam e o caluniam;

9. É capaz de apostar na sua coragem para servir aqueles que o ladeiam, mesmo que lhe falte o próprio sustento;

10. Sabe falar ao povo com dignidade ou de estar com reis e presidentes em palácios suntuosos e conservar-se o mesmo;

11. Sendo religioso e político respeita o direito da religião do outro e da política oposta à sua;

12. Permite e facilita o desenvolvimento pleno das concorrências para que todos tenham as mesmas oportunidades;

13 Sabe mostrar ao mundo que nossa Ordem não é uma Sociedade de Auxílios Mútuos;

14. Dominado pelo princípio maior da TOLERÂNCIA suporta as rivalidades sem participar de guerras;

15. Abre-se para si e permite que outros, vendo-o, sigam-no no Caminho do Conhecimento e da Iniciação;

16. Conforma-se com suas posses sem depositar inveja nos mais abastados;

17. Absorve o sacerdócio do Iniciado pela fé no Criador, pela esperança no melhoramento do homem e pela caridade que abrir-se-á em cada coração;

18. Sente a realidade da vida nos Sagrados Símbolos da Instituição;

19. Exalta tudo o que une e repudia tudo o que divide;

20. É Obreiro de paz e união, trabalhando com afinco para manter o equilíbrio exato entre a razão e o coração;

21 Promove o bem e exercita a beneficência, sem proclamar-se doador;

22. Luta pela FRATERNIDADE, pratica a TOLERÂNCIA e cultiva-se integrado numa só família, cujos membros estejam envoltos pelo AMOR;

23. Procura inteirar-se da verdade antes de arremeter-se com ferocidade contra aqueles que julga opositores;

24. Esquiva-se das falsidades inverossímeis, das mentiras grosseiras e das bajulações humanas;

25. Propõe-se sempre a ajudar, amar, proteger, defender e ensinar a todos os Irmãos que necessitem, sem procurar inteirar-se do seu Rito, da sua Obediência, da sua Religião ou do seu Partido Político;

26. É bom, leal, generoso e feliz, ama a Deus sem temor ao castigo ou por interesse á recompensa;

27 Mantem-se humilde no instante da doação e grandioso quando necessitar receber;

28. Aprimora-se moralmente e aperfeiçoa o seu espírito para poder unir-se aos seus semelhantes com laços fraternais;

29. Sabe ser aluno de uma Escola de Virtudes, de Amor, de Lealdade, de Justiça, de Liberdade e de Tolerância;

30. Busca a Verdade onde ela se encontre e por mais dura que possa parecer;

31 Permanece livre respeitando os limites que separam a liberdade do outro;

32. Sabe usar a Lei na mão esquerda, a Espada na mão direita e o Perdão à frente de ambas;

33. Procura amar o próximo, mesmo que ele esteja distante, como se fosse a si mesmo.


FONTE:
http://essenciamaconica.blogspot.com.br/2012/06/o-verdadeiro-macom.html


quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Memética na Maçonaria




Charles Evaldo Boller


Memética na Maçonaria

Charles Evaldo Boller

Sinopse:
A transmissão de conhecimento entre os maçons pela utilização de blocos de códigos simbólicos; estórias e parábolas.

Que fascínio exercem os contadores de histórias, romancistas e dramaturgos? Porque os seres humanos dedicam tantas horas concentrados, até alienados, em assistir filmes, ler livros ou jogar conversa fora? E como é gratificante ouvir o som das palmas de uma criança quando lhe é prometido um conto; júbilo este que se propaga entre adultos. São atitudes que certificam que a espécie humana é a única que troca estórias entre si. O hábito provavelmente estabeleceu-se na pré-história do homem, em momentos de ociosidade dentro das cavernas, onde contavam estórias entre os acontecimentos do dia. Isto propiciou o fato da maioria dos conceitos éticos e morais aportarem no presente por intermédio de parábolas. Em função disto determinou-se que a sociedade humana só está em seu atual desenvolvimento em resultado da transmissão dos mitos e de como estes influenciaram na psique humana; é tanto que, são as ficções as responsáveis pelas explicações das mais diversas realidades espirituais, transcendentais, sociais e cósmicas.

O iniciado na Ordem Maçônica é diversas vezes conduzido em viagens simbólicas; conduzem-no por sendas imaginárias que lhe são dadas a desbravar física, emocional e mentalmente. Para aumentar o impacto e aguçar a sensibilidade emocional e cognitiva, alguns destes passeios são feitos às cegas, com os olhos vendados. Mesmo na rigidez ritualística com que estes deslocamentos físicos são efetuados, em virtude da individualidade, cada indivíduo os percebe psicológica e racionalmente a sua maneira, alicerçado em seus próprios referenciais, baseado nos mitos e sistemas de crenças previamente fixados pela sua experiência de vida.

Surge um questionamento: até onde estas jornadas da Maçonaria conduzem? Até a morte; a maior ameaça que pode atingir alguém. Cada vez que um maçom passa de grau por iniciação, dispara-se nele simbolicamente uma angústia existencial aterradora, experimenta o fim, a morte. Estas reiteradas mortes fictícias têm por objetivo negociar com o pavor da abominável destruição. Ao homem maçom é dado aprender a morrer para condições anteriores; a valores morais e éticos, e ao mesmo tempo é auxiliado emocionalmente a superar a angústia da morte. Resumindo: aprende a morrer bem, para viver bem. Para Sócrates, o homem virtuoso não pode sofrer nenhum mal, nem da vida, nem da morte. Nem da vida porque os outros podem danificar-lhe os haveres ou o corpo, mas não arruinar-lhe a harmonia interior e a ordem da alma. Nem na morte, porque, se existe um além, o virtuoso será premiado; se não existe, ele já viveu bem no aquém, ao passo que o além é como um ser no nada" (G. Reale). As religiões criaram mecanismos para atenuação emocional deste trauma: promessa de uma vida futura num jardim de delícias; restauração em um novo sistema de governo mais justo aqui na Terra mesmo; outras declaram que o adepto será levado a um lugar onde será servido por dezenas de virgens pela eternidade. O maçom, por experimentar repetidas mortes simbólicas, e havendo compreendido e praticado seu sentido simbólico, passa a gozar a vida em graus de harmonia correspondentes ao quanto ele absorveu e vivenciou daquelas experiências, e passa a ser afetado de forma positiva no conjunto de circunstâncias físicas e de relacionamento interpessoal; aproveitando no aquém as benesses de levar vida virtuosa.

A morte, por ser única, é destino que a mente humana não aceita, haja vista os genes imporem a sobrevivência a qualquer custo. Os psicodramas vividos nas passagens de grau, sabidamente lendas, objetivam e ensinam a morrer. Ao vivenciar a morte, de imediato o recipiendário normalmente alcança um entendimento razoável da mensagem, e, se mudar os seus parâmetros de vida, passa a viver cada vez melhor desde então. Entretanto, ele também é atingido por sugestões subliminares; outros pensamentos são incompreensíveis por não disporem de referenciais na base de seu entendimento. No exato instante da transferência da informação para o seu cérebro, a informação pode não ficar clara quanto ao objetivo, mas, ao longo do crescimento dentro do contexto da lenda do grau, ou em outros mais elevados, se houver esforço pessoal, despertarão percepções que linguagem alguma teria condições de verbalizar.

Porque os mitos se espalham e se mantém ao longo da linha do tempo? A ideia foi lançada pela primeira vez em 1976, por Richard Dawkins, que partiu do princípio de, em sendo as leis físicas verdadeiras, e, alicerçado na ação biológica da replicação; uma vida gera a outra vida apoiada nos genes, ele transportou os conceitos da imutabilidade das leis físicas e da capacitação replicante da genética para a capacidade humana em transmitir ideias. A cada unidade de informação ele denominou meme. Provinda do verbete grego mimeme, abreviando-o depois para meme apenas para ficar parecido com gene. Sugeriu que, assim como os genes induzem a desejar a sobrevivência pela replicação, também os memes se propagam e reproduzem no tempo pulando de um cérebro para outro. Ao aportarem no receptor, os princípios e conceitos recebidos são agrupados ao referencial existente, fundem-se ao que ele já possui. Se encontradas condições favoráveis, acabam em transformarem-se em algo aceitável, trabalhando no sentido de beneficiar seu utilizador; à semelhança das mortes sucessivas das iniciações maçônicas levarem a intuir o viver bem na vida aquém.

Considerando que "somente o sábio, que esmagou os monstros selvagens das paixões que lhe agitam no peito, é verdadeiramente suficiente a si mesmo: ele se aproxima ao máximo da divindade, do ser que não tem necessidade de nada" (W. Jäger), outras transações meméticas entre os maçons se fazem necessárias para o entendimento do que realmente a Maçonaria intenciona que cada um descubra durante sua edificação interna. Sem a troca memética não é possível descobrir que dentro de si encontra-se a lei que levará ao despertar para o culto do amor fraterno, verdade que a maioria dos grandes iniciados da história descobriram como solução única aos problemas da humanidade.

Que vindes fazer aqui? Se não for para transmitir memes às mentes de teus irmãos, quer perda de tempo maior? Depois de aprender, é só pensar, filosofar, contar histórias, enfim, transmitir memes; propiciar que os interlocutores efetuem ligações neurais e gerem em si o alimento para que se autoconstruam dentro do objetivo do "conhece-te a ti mesmo". Partindo do princípio que todos os seres humanos são tripulantes desta linda nave espacial Terra e dependerem uns dos outros para manter a supremacia como espécie, a memética é fator fundamental para manter esta condição. E como se faz isso na Maçonaria? Apresentando peças de arquitetura; lançando novas ideias; conversando após as sessões; visitando outras lojas; visitando os irmãos em suas residências; visitando aqueles irmãos que passam por situações difíceis; replicando e criticando construtivamente, dicotomizando, reconstruindo pensamentos pelos eternos ciclos de tese, antítese e síntese; derrubando conceitos antigos e construindo novos, num processo continuo de transmissão e replicação memética.

A memética é a técnica utilizada para revelar o conhecimento ao iniciado na ordem maçônica. Com esforço, dedicação e perseverança, o maçom vai misturando as estórias que lhe são contadas ao referencial pessoal e então os insights explodem em fascínio e admiração; outros pensamentos ficam dormentes no limiar da consciência para despertarem mais tarde; outros, nunca aflorarão. Certamente este é um dos caminhos que conduzem ao encontro da luz emanada do Grande Arquiteto do Universo. Como certificar-se disso? Apoiando-se na memética e viajando pelos caminhos da jornada solitária que cada um faz a sua alma, e cuja aplicação é oportunizada em cada encontro maçom.

Bibliografia:

1. ADOUM, Jorge, Do Mestre Secreto e seus Mistérios, Esta é a Maçonaria, primeira edição, Editora Pensamento Cultrix limitada., 118 páginas, São Paulo, 2005;

2. ANTISERI, Dario; REALE, Giovanni, História da Filosofia, Antigüidade e Idade Média, Volume 1, ISBN 85-349-0114-7, primeira edição, Paulus, 670 páginas, São Paulo, 1990;

3. ASLAN, Nicola, Instruções para lojas de Perfeição, Do Quarto ao 14º Graus do Ritual Escocês Antigo e Aceito, ISBN 85-7252-174-7, quarta edição, Editora Maçônica a Trolha limitada., 102 páginas, Londrina, 2003;

4. BENOÎT, Pierre; VAUX, Roland de, A Bíblia de Jerusalém, título original: La Sainte Bible, tradução: Samuel Martins Barbosa, primeira edição, Edições Paulinas, 1663 páginas, São Paulo, 1973;

5. CAMINO, Rizzardo da, Dicionário Maçônico, ISBN 85-7374-251-8, primeira edição, Madras Editora limitada., 413 páginas, São Paulo, 2001;

6. CAMINO, Rizzardo da, Os Grau Inefáveis, Loja de Perfeição, Volume 1, Do Quarto ao Décimo Grau, primeira edição, Editora Maçônica a Trolha limitada., 178 páginas, Londrina, 1995;

7. CASTELLANI, José, Dicionário Etimológico Maçônico, Coleção Biblioteca do Maçom, segunda edição, Editora Maçônica a Trolha limitada., 123 páginas, Londrina, 1996;

8. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa, versão 1.0, 2001;

9. FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio de, Dicionário de Maçonaria, Seus Mistérios, seus Ritos, sua Filosofia, sua História, quarta edição, Editora Pensamento Cultrix limitada., 550 páginas, São Paulo, 1989;

10. GUIMARÃES, João Francisco, Maçonaria, A Filosofia do Conhecimento, ISBN 85-7374-565-7, primeira edição, Madras Editora limitada., 308 páginas, São Paulo, 2003;

11. LOMAS, Robert, Girando a Chave de Hiram, Tornando a Escuridão Visível, título original: Turning the Hiram Key, Making Drakness Visible, tradução: José Arnaldo de Castro, ISBN 85-3700-044-2, primeira edição, Madras Editora limitada., 288 páginas, São Paulo, 2005;

12. OLIVEIRA FILHO, Denizart Silveira de, Comentários Aos Graus Inefáveis do Ritual Escocês Antigo e Aceito, Coleção Biblioteca do Maçom, ISBN 85-7252-035-X, primeira edição, Editora Maçônica a Trolha limitada., 192 páginas, Londrina, 1997;

13. Ritual do Grau 4, Mestre Secreto, primeira edição, Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito do Brasil, 32 páginas, Rio de Janeiro, 1970;

14. SCHURÉ, Edouard, Os Grandes Iniciados, título original: Les Grands Initiés, ISBN 85-7374-620-3, primeira edição, Madras Editora limitada., 352 páginas, São Paulo, 2005;

15. VIDAL, César, Os Maçons a Sociedade Secreta mais Influente da História, tradução: Maria Alzira Brum Lemos, ISBN 85-7316-423-9, primeira edição, Ediouro Publicações S. A., 262 páginas, Rio de Janeiro, 2006.

Nota:

1. Memética, conceito apresentado por R. Dawkinsd em 1976: "Supõe-se que as leis da física são verdadeiras por todo o Universo acessível. Existe qualquer princípio biológico que, da mesma maneira, tenha validade universal?.'...) Eu faria minha aposta em um princípio fundamental: a lei que diz que toda a vida evolui pela sobrevivência diferencial de entidades replicantes.'...) Penso que um novo tipo de replicante emergiu recentemente neste planeta. Precisamos de um nome para esta nova entidade replicante, um nome que transmita a ideia de uma unidade de transmissão cultural, ou uma unidade de imitação, que seja. "Mimeme" vem de uma aceitável raiz grega, mas queria uma palavra com menos sílabas que soasse de forma parecida com "gene". Espero que meus colegas de classe perdoem-me se abreviar mimeme para "meme;

2. Viagens Simbólicas, são as circunvoluções ritualísticas feitas em Loja pelo recipiendário durante sua iniciação nos diversos graus;

3. Morte simbólica, focada principalmente na morte do Mestre Hiram, para o maçom ela é faz parte de diversos psicodramas que o confrontam com a morte verdadeira, mas que significa a morte para uma condição anterior de imperfeição moral, ética ou transcendental;

4. Testemunhas de Jeová, seita religiosa criada por Charles Taze Russell, "nascido de família presbiteriana, não parece que se sentisse especialmente vinculado à fé de seus pais, pois foi fortemente influenciado com o conhecimento das doutrinas adventistas. Em 1870 entrou para o convento de allegheny, onde se reunia um grupo que ouviam tal de Johan Wendell"..'...) Contra o que seus adeptos atuais poderiam esperar, Russell não pretendia que seus cálculos tivessem a Bíblia como fonte exclusiva. Na verdade, tinha sido iniciado na Maçonaria, e nesta encontrou boa fonte de inspiração para seus ensinamentos;

5. Islamismo, religião caracterizada por monoteísmo estrito e síntese entre fé religiosa e organização sociopolítica, fundada pelo profeta Maomém, que codificou sua doutrina em um livro sagrado, o Corão, que se tornou o fundamento escrito da fé muçulmana; maometanismo, maometismo, muçulmanismo;

6. Psicodrama, psicoterapia de grupo em que os pacientes escolhem os papéis que vão desempenhar na dramatização de uma situação com forte carga emocional, o que dá ao terapeuta a oportunidade de apreender os sintomas que afloram no relacionamento entre os participantes;

7. Recipiendário, é assim denominado o candidato que é cerimoniosamente recebido, após sua iniciação. Trata-se de uma denominação destinada momentaneamente, enquanto dura o cerimonial. No dia seguinte, ele passa a ser denominado neófito;

8. Subliminar, que é subentendido nas entrelinhas ou se faz por associação de ideias;

9. Amor, em maçom, o amor ao próximo confunde-se com o amor a si mesmo, que são atitudes virtuosas, materiais, por um lado despertadas pela compaixão e por outro, esotéricas pela preparação dentro do mundo invisível, no Universo de dentro, do altar onde se cultua a Deus;

10. Grandes Iniciados: Rama; Krishna; Hermes; Moisés; Orfeu; Pitágoras; Platão; Jesus;

11. Dicotomia, na dialética platônica, repartição de um conceito em dois outros, geralmente contrários e complementares, já que abarcam toda a extensão do primeiro;

12. Tese, no hegelianismo, o primeiro estágio do processo dialético, seguido por uma antítese negativa e uma síntese final de ambos os termos, o que expressa logicamente a transformação contraditória a que se submete qualquer realidade espiritual ou material;

13. Insight, clareza súbita na mente, no intelecto de um indivíduo; iluminação, estalo, luz.

Biografia:

1. Dario Antiseri, autor italiano;

2. Denizart Silveira de Oliveira Filho, autor e maçom brasileiro;

3. Giovanni Reale, autor italiano;

4. João Francisco Guimarães, autor e maçom brasileiro;

5. Jorge Adoum, autor e maçom brasileiro. Também conhecido por Mago Jefa;

6. José Castellani, escritor, historiador, maçom, médico e pesquisador brasileiro. Nasceu em Garibaldi, Rio Grande do Sul em 29 de maio de 1937. Faleceu em São Paulo, em 21 de novembro de 2004, com 67 anos de idade. Autor de livros maçônicos, espiritualistas e jurídicos, muito considerado na ampla literatura da Ordem Maçônica. Da Augusta e Respeitável Loja Simbólica Fraternidade Brasileira número 100, Rio de Janeiro. Iniciado em 09/11/1965;

7. Nicola Aslan, escritor e maçom brasileiro e grego. Nasceu em Grécia em 8 de junho de 1906. Faleceu, em 2 de maio de 1980, com 73 anos de idade;

8. Profeta Maomé, clérigo árabe. Também conhecido por Abulqasim Mohamed Ibn Abdala Ibn Abd Al-Mutalib Ibn Hashim. Nasceu em Meca, Arábia Saudita em 3 de junho de 570. Faleceu, em 7 de junho de 632, com 62 anos de idade. Fundador do islamismo. Estabeleceu o princípio da Jihad, Guerra Santa contra os infiéis, aqueles que recusassem a nova religião, dando início a uma série de conquistas que levaria os árabes a estabelecer um império pela Ásia, África e Europa;

9. Richard Dawkins, biólogo e professor norte-americano. Nasceu em 26 de março de 1941., com 67 anos de idade. Da Universidade de Oxford;

10. Rizzardo da Camino, advogado, escritor e maçom brasileiro. Nasceu em Garibaldi, Rio Grande do Sul em 5 de fevereiro de 1918. Faleceu em Porto Alegre. Rio Grande do Sul, em 14 de dezembro de 2007, com 89 anos de idade. Mais de quarenta obras maçônica publicadas. Iniciado na Loja Elektra, número 21, Grande Loja do Rio Grande do Sul;

11. Robert Lomas, engenheiro eletricista, escritor e maçom inglês. Ensina Sistemas de Informação na Escola de Administração da Universidade de Bradford. Foi o primeiro aluno da sua turma de graduação em Engenharia Elétrica, antes de conquistar seu doutorado com pesquisas sobre Física em Estado Sólido e Estruturas Cristalinas. Trabalhou com Sistemas Eletrônicos de Armamento e sempre se interessou por Astronomia de Observação e História da Ciência;

12. Sócrates ou Sócrates de Atenas, filósofo grego. Nasceu em Atenas em 468 a. C. Faleceu em 399 a. C. Um dos mais importantes pensadores de todos os tempos;

13. W. Jäger ou Werner Jäger, filólogo alemão. Nasceu em 1888. Faleceu, em 1961, com 72 anos de idade. Sua principal obra, Paidéia, foi editada na Alemanha, pela primeira vez, em 1936. No Brasil, sua primeira tradução e publicação data de 1966.



Data do texto: 08/09/2008.

Loja Apóstolo da Caridade 21 Grande Loja do Paraná.

Rito: Rito Escocês Antigo e Aceito

Local: Curitiba.

Grau do Texto: Aprendiz Maçom.

Área de Estudo: Maçonaria, Pedagogia.

Sinopse do autor: Charles Evaldo Boller, engenheiro eletricista e maçom de nacionalidade brasileira. Nasceu em 4 de dezembro de 1949 em Corupá, Santa Catarina. Com 61 anos de idade.


terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A VERDADE DE CADA UM

 
A VERDADE DE CADA UM


No. 316 - 04/2013

VIVER EM SOCIEDADE

o respeito às leis e o exercício do poder de polícia

Renato Holz (*)



As leis são regras para a vida em sociedade. Elas servem para mostrar a cada cidadão as suas obrigações para com a comunidade, e estabelece os seus direitos para sua vida em coletividade.

O respeito às leis deve ser ensinado ao ser humano desde a mais tenra idade, e seu conhecimento e prática recapitulados até o final da vida.

Uma vida harmônica em sociedade, com amplo exercício de cidadania por todos nasce e tem seu maior baluarte na educação; desde os princípios ensinados pelos pais, passando pela educação formal nas escolas e pelo aprendizado que a vida nos oferece. Não devemos esquecer nunca que a forma como agimos, os nossos atos, ensinam muito mais do que milhares de palavras.

Além da educação, é necessária e imprescindível a presença do estado, zelando diuturnamente pelo correto respeito às leis. É o exercício do poder de polícia, mais que um direito, uma obrigação do estado. Entenda-se como estado as três esferas de governo, e os três poderes que formam este governo. Estão envolvidos pois vereadores, prefeitos, promotores de justiça e juízes, deputados, governadores, desembargadores, membros do congresso nacional, presidente da república e ministros dos tribunais superiores, assim como todos os subordinados destes. Perdoem-me pela exaustiva citação, aparentemente desnecessária, mas citar todos é importante para mostrar a amplitude desta instituição que chamamos de estado.

Manter os terrenos baldios limpos, fazer edificações respeitando o que estabelece a legislação pertinente, somente construir com a devida licença dos órgãos competentes, montar estabelecimentos industriais, comercias e de serviços dentro das especificações técnicas e de segurança concernentes a cada caso, respeitar as leis de trânsito e o patrimônio alheio, são deveres de toda a população.

Cabe à “ instituição estado “ o exercício do poder de polícia. Isto vai desde a fiscalização efetiva e constante de terrenos e edificações, dos estabelecimentos industriais, comerciais, de serviços e também dos estabelecimentos públicos – escolas, hospitais, postos de saúde, vias públicas, etc - Este zelo, sob forma de uma fiscalização efetiva, não deve se restringir à aplicação de multas por sonegação fiscal, desrespeito às leis de trânsito e esporádicas visitas a locais passíveis de fiscalização. A obrigação do estado é imensamente maior.

Cuidar para que cada cidadão cumpra as regras da vida em sociedade – leis - o estado estará protegendo a saúde da população - evitando a proliferação do mosquito da dengue -, a integridade física dos pedestres – fiscalizando o respeito pela preservação de passeios dentro do que estabelece a legislação municipal e sua total desobstrução, permitindo a circulação pela cidade em segurança -, a vida da população – fiscalizando o respeito pela legislação pertinente a edificações e regras de engenharia e segurança de estabelecimentos em geral. Isto para citar alguns exemplos.

A responsabilidade dos gestores públicos é ainda maior, pois lhes cabe a orientação e cobrança constante dos educadores, assim como dos fiscais de sua alçada, para que as regras de vida em sociedade sejam devidamente ensinadas e seu cumprimento cobrado.

Tudo isto deve parecer a muitos como sendo o óbvio e desnecessário a sua menção. Mas não é.

Quantas cidades brasileiras carecem de pessoas preparadas e em número suficiente para exercer o poder de polícia – fiscais. Conheço municípios onde os fiscais além de poucos são instruídos a não agirem, ou o fazerem somente mediante denúncias, pois a sua ação poderá fazer com que prefeitos e vereadores percam os votos dos fiscalizados em eleições futuras.

Repito, parece o óbvio mas não é.

Quantos motociclistas morrem ou ficam com graves seqüelas por se acidentarem sem estarem com os equipamentos de segurança estabelecidos; assim agiram por não respeitarem as regras, mas também porque não são fiscalizados com o devido rigor.

Por último pergunto: quantas tragédias mais, como a do último sábado em Santa Maria, RS com a morte de centenas de jovens, são necessárias para que cada um cumpra com o seu dever ?

Após a tragédia, discutir o assunto por alguns dias pela imprensa, e as manifestações de solidariedade das autoridades dos mais diversos níveis são bem vindas, mas, quando aprenderemos, todos, como nação, a respeitar as regras estabelecidas para a vida em sociedade, e quando a instituição estado passará a exercer a efetivo e constante obrigação de verificar de forma preventiva se estas regras estão sendo cumpridas?

Pensem nisto enquanto desejo a todos

uma ótima semana



Renato Holz
Horizonte / Ce 28 de janeiro de 2013

<


(*) Renato Holz

articulista e consultor em planejamento estratégico



P.S. – Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a autoria.


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A Magia do Amor

 
A Magia do Amor



Um executivo foi a uma palestra e ouviu um grande tribuno falar sobre o maior bem da vida que é a paz interior. Podemos tê-la em qualquer lugar, sozinhos ou acompanhados.


Pois o executivo resolveu fazer uma experiência. Pegou cinco belas flores e saiu com elas pela rua, em plena cidade de São Francisco, na Califórnia.


Logo notou que as cabeças se viravam e os sorrisos se abriam para ele.


Chegou ao estacionamento e a funcionária da caixa elogiou o seu pequeno buquê.


Ela quase caiu da cadeira quando ele lhe disse que podia escolher uma flor.


Segundos depois ele se aproximou de outra mulher, que não assistira à cena anterior, e ela falou do perfume que ele trazia ao ambiente. Ele lhe ofereceu uma flor.


Espantada e feliz com o inesperado, saiu dali quase a flutuar. Afinal, quem distribui flores perfumadas numa garagem pública quase deserta, num domingo, perto das 22 horas?


Completamente embriagado pela magia daqueles momentos, ele entrou num restaurante.


Uma garçonete com ar de preocupação foi atendê-lo. Ele percebeu que as flores mexeram com ela.


Como se sentia com poderes especiais para fazer os outros felizes, depois das duas experiências anteriores, ele deu a ela uma flor e um botão por abrir e lhe disse que cuidasse bem dele, pois, ao desabrochar, lhe traria uma mensagem de amor.


Dias depois ele voltou ao restaurante. A garçonete sorriu para ele com ar de quem tinha encontrado a fórmula da felicidade e falou: "a flor abriu. A mensagem era linda. Muito obrigada."


O executivo sorriu também. Sentia-se um mágico: com flores, amor no coração e uma mensagem positiva, inventada ao sabor do momento, produzia alegria. Tão simples que até parecia irreal.


Na manhã seguinte, ele precisava abrir um portão para passar com o carro. Surgida nem se sabe de onde, uma sorridente mulher desconhecida que passava correndo o abriu e fechou para ele, espontaneamente.


Ele compreendeu que havia uma harmonia universal ao seu dispor. Bastava que a buscasse. E recomenda: "tente você também, desinteressadamente. Dá certo e a recompensa é doce!"



Autor
Livro: A Magia Amorosa de Divaldo Pereira Franco

 


sábado, 26 de janeiro de 2013

Conquistas


A morte de Sócrates em 1787.

Conquistas



Sou dono de meu tempo, por isso tenho tempo para muitas coisas. Desenvolvo diferentes tarefas e ainda me sobra tempo; quanto mais me ocupo, mais me sobra tempo. Conquistei essa condição depois do dia em que fui visitar uma pessoa doente que me pediu apenas uma palavra de orientação no leito de morte.

Sou dono de habilidades e competências que me permitem conforto, prestígio e patrimônio. Conquistei isso depois que aprendi, na infância, a ler e a interpretar o que lia.

Sou dono de muitos vínculos afetivos, tenho bons amigos, familiares queridos e amores seguros. Conquistei isso depois que descobri como olhar e cuidar da alma do outro.

Sou dono de conhecimentos a respeito da vida, do mundo e dos processos humanos. Conquistei isso depois que passei a me conhecer melhor.

Sou dono de grande e importante ignorância. Conquistei isso quando me percebi Espirito imortal, tão aprendiz quanto os outros, meus irmãos do caminho.

Não sou dono sequer de uma partícula da Natureza. Deus me fez humano, simplesmente humano.

Adenáuer Novaes

Psicólogo Clínico e Escritor


sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Amizade: necessário ter!


Amigo Homem voluntário salva animal de afogamento,
na Fazenda Riacho da Taba - Sousa-PB.
 
Amizade: necessário ter!


Podemos chamar amizade de um sentimento? Sim, pois trata-se de uma espécie de ligação afetiva que une as pessoas entre si, tendo por recursos de ligação o respeito, a confiança e o carinho.

Sem amizade há profunda redução do intercâmbio entre as pessoas.

Ela é a força motriz que amálgama a sociedade e ela está presente em tudo na vida.



Mesmo um relacionamento amoroso se inicia por ela. Dois amantes não se aproximam com real sentimento se não houver respeito, confiança e carinho, quer dizer, os três recursos que compõem a amizade.



Portanto, ela pode ser o início de tudo o que é bom para a humanidade.

A amizade aproxima e faz com que as pessoas sintam alegria de manter aproximação, facilitando, por exemplo, o trabalho em equipe.

Nenhuma equipe rende muito se só é fomentada a inimizade entre seus componentes. Ao contrário: tudo tende a ruir na ausência deste nobre sentimento que é amizade.



E mais: ninguém vive isolado em egoísmo e medo. É necessário dar as mãos e conquistar amigos para tudo na vida.

É preciso ter amigos de verdade para as horas mais duras da vida. Não só as nossas, mas as deles também, pois o apoio, no caso de amigos, é sempre recíproco.



E como se faz sem amigos?



É bem mais difícil!



Conquistar amigos é importante, mas ainda mais importante é cultivá-los, ou seja, manter a amizade por período indeterminado, quer dizer, para sempre, que é o mais importante.

O esforço é de cada um, sempre, para gerar e manter amigos em sua própria vida.




Militão Pacheco

NEPT

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A Régua

 
A Régua

Utilizada em geometria, a régua é um instrumento que contém escalas de medição e é própria para traçar segmentos de reta e medir distâncias, e nos impõe a ideia do traçado reto e de medida, podendo-se com ela fazer planejamentos e aferir resultados, à exemplo, medir e traçar sobre a pedra bruta o corte a ser efetuado. O maço e o cinzel não teriam a plenitude dos seus desempenhos alcançados sem os prévios traçados planejados com a diretiva régua.

Régua é palavra de origem francesa, règle, significa: lei ou regra. A régua de 24 polegadas pode nos remeter à ideia das 24 horas do dia, e conforme consta do trabalho do ir.: Jorge Edison Ribeiro do Or. de Londrina, que me atrevo a aqui transcrever:

"A segunda medida fundamental no mundo físico é a medida do tempo, de extrema importância em nossas atividades diárias e em todas as atividades humanas. É bem conhecido o fato de que, para medirmos o tempo, necessitamos da noção de movimento, de deslocamento, de distância e que portanto a medida do tempo depende também da Régua.

Isto nos mostra mais uma das lições simbólicas deste instrumento;
devemos medir e calcular o nosso tempo utilizando-o para a consecução de ideais nobres."

E sob este aspecto é interessante notar como se comporta cada ser humano ao implacável conceito de tempo. O que faz cada um com o seu tempo, o seu precioso tempo. Servindo para ilustrar este tema, bem se aplica a frase de Rubem Alves:

"O tempo pode ser medido com as batidas de um relógio ou pode ser medido com as batidas do coração."

Podemos ficar apenas a contemplar o vicioso passeio mecânico dos ponteiros do relógio, ou nos entregar de corpo e alma à doce tarefa de viver plenamente a vida e aproveitar o pouco tempo que há a nosso dispor. Faz sentido agora citar o que nos disse Marcel Proust:

"Os dias talvez sejam iguais para um relógio, mas não para um homem."

Sob os ensinamentos de " O Doce e o Amargo", de que "devemos gozar os prazeres da vida com moderação", talvez seja adequado incluir, "mas com intensidade", pois o tempo é breve, como nos alerta Sófocles:
"Porque o tempo do ser vivo é breve, mas sob a terra o morto escondido vive um tempo eterno."

Sófocles também disse: "Ninguém ama tanto a vida como o homem que está a envelhecer.", afirmação que se completa com o que disse Chico Xavier: "Ninguém pode voltar no tempo e fazer um novo começo. Mas podemos começar agora a fazer um novo Fim!" Grandes verdades estão contidas nessas frases que nos convidam a fazer severas reflexões à respeito de como estamos utilizando o nosso tempo.

Para tais reflexões, podemos nos valer de um simples exercício:

Peguemos uma régua de 24 polegadas. Cada escala de polegada representa uma fração do nosso tempo. 24 será a quantidade total do tempo da nossa existência neste orbe. A escala zero é o início, e no princípio era o verbo, e o verbo simboliza o nascimento. A escala 24 simboliza a passagem do umbral, é o fim da nossa existência terrena, e embora não saibamos quando ele ocorrerá, é fato inconteste que haverá um.
Peguemos então uma escala intermediária na régua, que em direção ao zero representará o tempo já vivido, e em direção ao 24 representará o tempo a viver.

Vejamos então o que disse Frank Lloyd Wright:

"O presente é a sombra que se move separando o ontem do amanhã. Nela repousa a esperança."

Mas Albert Einstein também nos alertou:

"Nunca penso no futuro, ele chega rápido demais."

Voltemos agora a Sófocles:

"Os males mais terríveis são aqueles que cada um faz a si próprio."

Portanto, meus queridos irmãos, do tempo passado fiquemos com as boas recordações, não nos façamos o mal. Temos sim que aprender com os nossos erros, mas vamos deixar sepultas no passado nossas angústias e aflições. Não devemos viver feito penitentes, como alguém que leva uma cruz às costas e fica a esperar que o subam a ela. Vamos deixar de caminhar nas trevas. Devemos sim aspirar a Luz. A verdadeira Luz, e viver intensamente os nossos dias, pois a acácia me é conhecida.

TFA

Cláudio Américo


Loja Vera Lux - Maringá-Pr
Colaboração de Devaldo de Souza


terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Verbos de Luz


Verbos de Luz

Sofreste, de inesperado,
O estranho golpe da ofensa
Que te envolve em dor imensa
No espinheiro de pesar,
Mas o remédio mais puro
Que restaura a alma ferida
Vem da farmácia da vida:
Esquecer e perdoar...

Honrando o cérebro eleito
A Ciência alteia a voz,
Expõe o carro veloz,
A nave aérea, o radar...
Além da luz da ciência,
Pede a dupla providência:
Esquecer e perdoar...

No livro da Natureza,
Solo que aceite o trator,
Garante com mais amor
A semente, o pão e o lar;
Da fornalha desumana,
Vem a fina porcelana...

A ostra desconhecida
Cede ao mundo, sem protesto,
A pérola em plena vida,
Ensinando-nos, vencida:
Esquecer e perdoar...

Assim também, alma irmã,
Nos dias de dor e luta,
Acalma-te, espera, escuta,
Sem tristeza a reclamar
E ouvirás a voz dos Céus,
Em meio da própria ação,
A dizer-te ao coração:
Esquecer e perdoar!...


Maria Dolores

Referência
Do livro: Dádivas de Amor, Médium: Francisco Cândido Xavier


sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A Palavra







A Palavra





É dever de todo maçom portar-se de acordo com os princípios estabelecidos pela Ordem, com vistas ao convívio harmonioso, mediante um relacionamento fraterno, ressaltando-se que tal comportamento é condizente com o perfil do maçom que verdadeiramente sempre procede respeitosamente em toda e qualquer situação.

Como não poderia deixar de ser, é plenamente admissível que haja divergências em termos de posicionamentos no campo das ideias, a existência do contraditório, cujo debate se torna salutar, propiciando resultados positivos para a consolidação dos conhecimentos dos debatedores, assim como para outros Irmãos que tomam conhecimento dos assuntos apreciados, culminando com benefícios proveito para todos.

Por outro lado, não se pode aceitar que posicionamentos contrários venham a criar situações de antagonismo pessoal, constrangimento e desagregação, fato totalmente reprovável, que afeta não só o bom relacionamento entre os envolvidos, causando, também, inquietação e insatisfação para outros Irmãos, culminando com o indesejado clima de instabilidade e quebra da harmonia.

Torna-se prudente que as manifestações sejam sempre revestidas de cordialidade e respeito, devendo as partes envolvidas externarem suas opiniões e criticas com o devido cuidado para não usarem termos e palavras agressivas que não gostariam que lhes fossem dirigidas, ou seja: antes de expressarem-se devem colocar-se no lugar do outro e raciocinar de que forma gostariam de ser interpelados ou contestados, levando sempre em consideração que a toda ação corresponde uma reação.

Críticas construtivas e opiniões abalizadas são sempre de bom alvitre e contribuem para a construção de um novo entendimento para a adoção de um novo procedimento, com real proveito, mas sempre deverão ser apresentados de maneira ordeira, respeitável e amistosa, levando-se em conta, principalmente, o verdadeiro sentido empregado pelo saudoso e pranteado Irmão Antonio Odeon Batista para a trilogia tomada emprestada pela Maçonaria do lema da revolução francesa: LIBERDADE, com responsabilidade; IGUALDADE, com respeito ao próximo; e FRATERNIDADE, com amor.

Que o salmo 133 seja realmente praticado e observado em todo mundo em geral e no seio da maçonaria em particular e que o Grande Arquiteto do Universo esteja sempre presente em nossas atividades, orientando-nos, iluminando-nos, abençoando-nos e protegendo-nos.



Marcos José da Silva

Grão-Mestre Geral

Fonte: www.gob.org.br


quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O que é uma Loja Maçônica?



Valdemar Sansão


O que é uma Loja Maçônica?

Na Loja Maçônica se esquecem as preocupações, calam-se os receios, perdoam-se os agravos, consolam-se os sofrimentos e avivam-se as esperanças.


Loja Maçônica
 
- É da natureza humana encontrar um lugar ao qual possamos pertencer e nos sentir úteis, mas é de vital importância que também nos agrupemos espiritualmente e ajudemos uns aos outros.


Chama-se Loja o retiro silencioso dos homens de boa vontade, o Templo augusto da caridade, do amor e da educação cívica, onde se congregam os espíritos honrados, para elaborarem a redenção dos povos e o progresso da humanidade em todas as suas manifestações.

Efetivamente, o Templo Maçônico é uma reprodução, em ponto pequeno, do planeta, com sua abóbada azul, com seu sol, sua lua e suas constelações de astros que contam incessantemente a grandeza do Grande Arquiteto dos Mundos.

O forro do Templo tem a forma de abóbada pintada de azul, representa o céu a noite, com uma multidão de estrelas visíveis, como as do céu porque, como ele, abriga todos os homens, sem distinção de classe ou de cor.

O Templo simboliza o Cosmos, representando o céu. A contemplação de um céu estrelado dá uma grande quietude e uma notável serenidade de espírito; ela incita não ao devaneio, mas à meditação.

O local em que uma sociedade maçônica realiza suas Sessões e, por extensão, qualquer corporação maçônica (na realidade, prefere-se falar em Templo, para designar o local de reunião, reservando o vocábulo Loja para designar a corporação maçônica, quando os seus membros reúnem-se num Templo; ao final de uma Sessão, a Loja é considerada fechada, mas o Templo continua aberto, inclusive para outras Lojas).

Entretanto, o espaço denominado Loja busca em primeira instância representar os canteiros de obras do passado e em segunda instância a relação mística entre a Obra perfeita dedicada a "DEUS" e a construção interior do Homem, cujo corpo é o habitat do espírito.

Nestes dois conceitos, o primeiro é de base originária directamente relacionada aos Maçons de ofício, ou operativos, que rigorosamente desbastavam a pedra e construíam, dentre outros, castelos catedrais, etc.. Já o segundo conceito se baseia na transformação operativo-especulativa, quando, por razões históricas, a Maçonaria assumiu o feitio do construtor social, apresentando o Homem como a principal matéria-prima para a construção de um Templo dedicado à Virtude Universal. É com base neste segundo conceito que se desenharia a alegoria do Templo de Jerusalém, originário do misticismo hebraico.

A Loja é o esteio da franco-maçonaria. Quando os membros se reúnem, agrupam-se como em uma loja - é errôneo dizer que estão se reunindo numa loja. Embora eles possam de fato estar se reunindo numa estrutura que chamam de "loja", os membros são considerados a loja, não o edifício onde se encontram. As primeiras lojas reuniam-se em tavernas e lugares públicos.

Templo é o edifício para funcionamento das Lojas. É o abrigo das chuvas, do calor, do frio. Loja simboliza o mundo ou o universo; é o abrigo do medo, da dor e da solidão.

Uma Loja maçônica não é um Templo misterioso; tampouco é um local onde se praticam ritualismos cabalísticos incompreensíveis. Não é um reformatório para recuperar vencidos. Não é uma filial de instituição de beneficência ou de auxílios mútuos.

Mas o que é, afinal, uma Loja maçônica?

Uma Loja maçônica é um local de reunião pacífica e feliz, onde homens de boa vontade e bom senso têm satisfação de se reunir como Irmãos, despidos de títulos e honrarias e são, simplesmente, Irmãos decididos a colaborar e promover boas causas. É o lugar onde o Maçom comparece para "recarregar" as suas baterias gastas, refazer suas energias, alimentar-se de afeto e encontrar acolhimento. Ali, a comodidade e a preguiça são males a serem superados; o maçom está sempre em vigília e à espreita da oportunidade de auxiliar os seus Irmãos e a sociedade.

A Loja proporciona ao Maçom a convivência renovadora, posto que ali estejam sabiamente proibidas as discussões políticas e religiosas, pois, abrigando os homens livres e de bons costumes em suas Sessões litúrgicas, as asperezas do mundo profano são deixadas de lado e há um verdadeiro revigoramento moral e intelectual vivenciado em sua plenitude.

Os negócios ou o trabalho se tornaram uma doença que debilita o homem contemporâneo. Se não houver um lugar na sua programação semanal para o retiro e a reflexão, provavelmente não estaremos nos movendo em uma direção saudável.

Em uma Loja maçônica reúnem-se homens jovens e maduros; todos convergindo espontaneamente em torno de um ideal comum, como que atraídos por afinidade, tal como a agulha de uma bússola, apontando para o Norte.

É na Loja que se esquecem as preocupações, que se calam os receios, se perdoam as ofensas, as injúrias, as afrontas, se consolam os muitos sofrimentos, se educam os caracteres e se avivam a inteligência e as esperanças, se cultiva o espírito. Ali se caminha sem curvas, se dedica uma recordação a todo o grande feito, derrama-se uma lágrima por todo o prazer legítimo, envia-se um prêmio ou um aplauso a toda ação nobre.

Na Loja, as discrepâncias, contrastes, oposições, as divergências de opiniões ou de interesses, os conflitos, existindo, servirão para esclarecer e engrandecer. Nela frequentam Irmãos que, mesmo na divergência, se apóiam e nas lutas se solidarizam.

Na Loja sonhamos juntos. Ali se plantam sorrisos, sempre há lugar para a alegria.

Ela é um santo refúgio, é um ninho que aconchega aonde vamos à busca da paz da alma. È a escola misteriosa que conduz aos Céus sem nuvem em toda a grandeza íntima.

Nesse lugar se busca o pão da ciência, o prazer da caridade, o apoio desinteressado e o carinho fraternal. Também ali se conciliam desencontradas idéias, interesses opostos, contrárias crenças, suavizando as asperezas da vida com o bálsamo da temperança. Uma análise básica da atitude maçônica para com a religião é que, longe de ser uma religião em si, é o ensinamento que capacita homens de diversas crenças religiosas a se reunirem e permanecerem juntos em uma Sociedade fraternal.

Esse lugar, portanto, não pode ser a casa do homem, a igreja de mera religião errônea, um cassino ou teatro, nada mesquinho. Ali está o mundo, laboratório permanente do bem.

Ama-se a Loja porque ela é o símbolo da pátria; ama-se a pátria porque ela é um pedaço desse todo harmonioso que se chama Humanidade.

Loja é o mundo. O Maçom é o homem em toda plenitude: a família, a honra, a ciência, a liberdade; todas as grandes concepções, todos os amores e todas as esperanças. A Loja é o lugar que o Grande Arquiteto do Universo é sempre convidado especial. Na Loja está Deus, o princípio reitor da Maçonaria no Universo. Trabalhar para a glória do Grande Arquiteto e do Universo significa trabalhar sob o signo de Deus; ou, então, trabalhar sob a inspiração da consciência coletiva da humanidade; ou, ainda, trabalhar de acordo com o princípio que orienta para o Progresso a evolução do mundo e da humanidade.

Que bom seria que todos os homens íntegros tivessem a oportunidade de, no ambiente propício de uma Loja Maçônica pudessem contribuir com seus esforços em prol da construção de um mundo melhor.

Na Loja almejamos criar um mundo que seja próspero, onde reconhecemos uns aos outros como divinos e iguais; onde cooperamos e compartilhamos momentos de mágoa, pesar, aflição, mas também os de glória, de ações extraordinárias, de grandes serviços prestados à humanidade.



Os maçons não são homens excepcionais. São homens comuns em um mundo em movimento. Homens com aspirações, como quaisquer outros que se realizam através da compreensão, da tolerância, da prática das virtudes; homens que chegaram à conclusão de que a FRATERNIDADE ENTRE OS HOMENS começa com o HOMEM NA FRATERNIDADE.



Valdemar Sansão - M:. M:.


quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A História da Maçonaria







Permitam-me que os felicite por terem decidido organizar este jantar debate e sobre o tema da Maçonaria, que me foi proposto de modo a apresentar não os aspectos contemporâneos, mas sim sobre o ângulo da História.

Mas de que História podemos tratar? Necessariamente a do Homem praticante ou adepto da Maçonaria, o Maçon. História dos Maçons portanto. Mas quando apareceram os maçons? Quem foi o primeiro maçon? E quem iniciou o primeiro maçon, seria ele um pré-maçon, e portanto também elegível para figurar numa historia da maçonaria? E será que os maçons sempre foram conhecidos por este vocábulo “maçon”? è que hoje já não há romanos, mas sim italianos...e se quisermos falar sobre a historia dos italianos, forçosamente que temos de remontar aos romanos, e aos etruscos, tal e qual como para se falar da história dos portugueses temos de remontar aos lusitanos e aos galaicos durienses... Para além do problema de semântica, a identificação exacta do que se entende por maçon e por maçonaria, temos um segundo problema que é o que se reduz em saber se de História temos o conceito estrito de elementos em documentos escritos, ou se será possível recorrer também à pré história...
Enfim terceiro e último problema. Que aspectos dos maçons e da maçonaria interessam a esta pequena conferência? O da filosofia dos maçons? O das obras dos maçons? O da galeria dos ilustres maçons? A temática dos mistérios e dos rituais? A das Lojas maçónicas, ou da suas Obediências e Ordens? Vamos depois de postos os problemas à sua solução possível, ponto por ponto: 1) do conceito de história, 2) do conceito de maçon, e 3) do essencial da maçonaria – a iniciação.

1) do conceito de História

Todas as obras sobre História localizam o seu início em função da história do Homem civilizado, e assim remontam a cerca de 4000 anos antes de Cristo. Um bom exemplo é a História do Mundo de Christos Kondeatis (edição Caminho 1990) Cujo mapa de parede refere na Europa a cultura megalítica, a civilização de UR na Mesopotâmia (as primeiras cidades datariam de 3000 AC), a unificação do Egipto com o primeiro Faraó Menés, em 3100 AC, enfim a época dos primeiros escritos sumários com pictogramas de 3100 AC, em tábuas de argila. Recorde-se que a idade da pedra se estende até 2000 AC a idade do bronze (misturado com cobre e ferro), que cede á idade do ferro em 1100 AC, e sempre com epicentro no Oriente ou médio oriente. Mas vamos abarcar toda a Terra, todo o globo terrestre? Então devemos citar a primeira civilização americana, dos Olmecas no México cerca de 1200 AC, a civilização do povo Tcheu na China em 1120 AC.

Será esta aproximação satisfatória? Podemos começar no neolítico e na idade dos metais, que alguns situam a começar com a idade do cobre entre 2000 e 3000 AC, e a que se seguiram com 1000 anos de intervalo a idade do bronze, e depois, quase 1000 anos depois a idade do ferro como expõem W. Devos e R. Geivers no seu Atlas Historique (edição Erasme 1993)? Podemos situar-nos no epicentro da civilização egípcia como ponto de partida? E se tivermos em conta os aspectos não apenas materiais mas espirituais, podemos talvez situar o advento da civilização no Egipto, portanto em momento anterior ao nascimento formal da filosofia grega, com Thalés de Mileto em 585 AC, como de forma pedagógica ensina Jostein Gaarder em Le Monde de Sophie (edição Seuil de 1995)...
Fiquemos pois no Egipto.

2) Do conceito de maçon.

Já alertámos para o facto de não nos devermos cingir a este vocábulo se pretendemos averiguar a concepção e a caracterização de uma realidade maçónica, que hoje é percebida em termos da Maçonaria Universal como relativa ao Homem, crente em Deus, Grande Arquitecto do Universo, que pratica em Loja, depois de devidamente iniciado pelos seus Irmãos, rituais esotéricos que lhe permitem melhor conhecer-se a si próprio, e ao Mundo, postulando que não deve fazer aos outros aquilo que não gostavam que lhe fizessem a si.

Haveria maçons na idade Média (1212-1600) ? decerto....

Haveria maçons na idade das Luzes (1736- 1899) ? decerto...

Haverá maçons contemporâneos (século XX) ? decerto...

Estas afirmações baseiam-se numa cultura documentada relativamente assente, sobre a qual há inúmera bibliografia objectiva, e claro, muitíssimos elementos lendários. Todavia naqueles três períodos de tempo, Maçonaria e Maçons são claramente objecto de investigação, de estudo e portanto de conhecimento, em variadíssimos autores como por exemplo Pierre A. Riffard em L´esoterisme (edição Laffont, 1990).
a) Na idade média, a Maçonaria era apelidada de operativa. Ou seja os detentores de ofícios “corporativos” sacralizavam a sua profissão emergente dos tradicionais trabalhos de campo de lavradores, ou de pastores. Algumas destas profissões como a de pedreiro ou de arquitecto (o que planeia, ou projecta o arco e o tecto) afiguram-se particularmente importantes, porque o trabalhar da pedra visando transformar a pedra bruta em pedra cúbica, adequada á construção impõe necessariamente um trabalho de interiorizarão sobre si próprio, em o que resultado, a obra prima externa, indicia um aperfeiçoamento interior, a nível da mestria do seu autor. Aliás lê-se na primeira epístola de São Pedro (II, 5) o conceito de que o trabalhador é também uma pedra viva sobre a qual e com a qual se edifica o edifício espiritual...tendo com referência o Templo de Salomão, ou seja o primeiro edifício físico em que a Arca da Aliança fica depositada de forma imobilizada e permanente. A ideia base é a arquitectura ou o plano da construção, o que implica o respeito de uma ideia ou concepção com regras e símbolos materializadas no concreto por pedras, colunas, tectos, paredes, tecidos, artefactos diversos, em que se transparecia o poder de autodomínio, e auto conhecimento de técnicas e segredos transmitidos ciosamente, por uma cadeia sucessiva de mestres de obras, que se tinham oportunamente iniciado nessa actividade operativa.
A vivência interior desses segredos, o auto aperfeiçoamento, a capacidade de realizar uma obra apreciada por qualquer um, nos seus aspectos exteriores, significa o indício de uma certa elite conceptual, bem diversa da comum dos guerreiros que visavam ainda que em auto defesa, a destruição aos inimigos, ou a dos lavradores e pastores que surgiam como sujeitos às leis da natureza. O maçon era pois um homem voltado para si, actuando em grupo homogéneo, inspirado em regras ancestrais que lhe tinham sido transmitidas por mestres de saberes e de valores Entrava-se nestes grupos depois de uma iniciação, era preciso ser escolhido, prestar provas e ser aceite nestas irmandades, que nada tinham de religioso (não eram nem monges nem sacerdotes), nada tinham de guerreiro (não eram soldados), nada tinham de senhorial (não pertenciam a nobreza), nem eram dependentes dos trabalhos e campo (não eram nem servos da gleba nem pastores) nem eram letrados ou eruditos.


Os Maçons ter-se-iam organizado lentamente talvez a partir de 1212, apenas com homens, reunidos em Strasbourg em 1275. Dispõe se de documentação relevante sobre estas especiais comunidades de maçons que se vão estruturando com base em declarações de princípios, de cartas e de outras formas do que hoje se considera a “auto regulação de interesses” em termos jurídicos, de “franchising” em termos económicos, e de “Lobby” em termos políticos.

Entre outros são citados

. 1212 London Assize of Wages (pedreiros)

. 1250 Album de Villard de Honnecourt (arquitecto)

. 1350 Manuscrito Cooke

. 1390 Manuscrito Regius (edição da tradução de René Dez por Guy Trédaniel, 1985).

Nestes documentos encontram-se espelhados vários elementos dos chamados Old Charges, ou seja caracterização do maçon como homem leal, honesto e incorruptível, respeitador dos seus irmãos, e da hierarquia de mestre, companheiro e aprendiz, o conhecimento da geometria de Euclides (de Alexandria), a invocação de Deus, para a prática de um mester considerado de arte divina, e que se integra no conceito de arquitectura real (palácios de Reis e Príncipes) e na arquitectura sagrada (de Templos). A solidariedade, o direito à remuneração, a responsabilidade, o dever de transmissão dos conhecimentos aos aprendizes, o respeito pelos juramentos, entre outros elementos caracterizam o estatuto dos maçons, em que o dever da solidariedade suplanta o direito à solidariedade.

b) Na idade das Luzes, a maçonaria entra no seu período esotérico e moderno, também identificada por maçonaria de adopção. Isto é, os maçons deixam de ser exclusivamente integrados por profissionais de mesteres relacionados com a arquitectura e construção, para receberem também burgueses e nobres. Estão em causa não os segredos de conhecimento operativo, mas sim a elevação (revelação) dos conhecimentos especulativos e espirituais.

As datas de referência são aos do início do século XVIII, com a institucionalização da Grande Loja de Londres (por reunião de Lojas pré existentes) e que viria a transformar-se mais tarde na UGLE (United Grand Lodge of England), a Loja Mãe da Maçonaria Universal, com aceitação espiritual do deísmo, e respeito pelo poder civil da Coroa:
. 1717 criação da Grande Loja de Londres

. 1723 Constituições dos Franco Maçons

. 1736 Discurso do Cavaleiro de Ramsay

. 1753 rito da Estrita Observância Templária do Barão Von Hundt

. 1758 Ordem CBCS Cavaleiros Benfeitores da Cidade Santa

. 1772 rito escocês rectificado de Willermoz

. 1778 Ordem dos Cavaleiros Eleitos Cohen de Martines de Pasqually

. 1785 Rito egípcio de Cagliostro

Importante documento a ter em conta são os Landmarks, que de tradição oral foram depois vertidos em versão escrita da Regra em doze pontos, que hoje esta amplamente difundida e acessível em variadíssimos livros e obviamente em numerosos sites da internet. Em termos de referências filosóficas a Maçonaria nesta época recorre francamente aos Livros Sagrados (Bíblia, Tora e Alcorão) e recebe a tradição hebraica da construção do Templo de Salomão, e demais alegorias e simbolismos conexos.

c) A Maçonaria Contemporânea do século XX e até aos nossos dias acha-se polarizada em Grandes Orientes e Grandes Lojas e em inúmeras outras organizações de Altos Graus (e a que só se pode pertencer em “good standing” nas Grandes Lojas), e de diversos ritos, dos quais os mais frequentes são dos York, o Rito Escocês Antigo e Aceite (REAA) e o Rito Escocês Rectificado (RER). Constitui uma forma de expressão mundial e institucionalizada, através de Conferências. As mais importantes são a Conferência Mundial das Grandes Lojas (a II Conferência reuniu-se em Lisboa em 1996, a V será em 2002 em Nova Delli, Índia), as Conferências anuais dos Grão Mestres e dos Grandes Secretários da América do Norte (que incluem os EUA, o Canada e o México), e as Conferências anuais dos Grandes Secretários da Europa.

Trata-se da Maçonaria Institucionalizada e legalizada, com inúmeros Templos, e publicações, com expressão na Internet prevendo-se inclusive em Inglaterra para o próximo dia 16 de Abril de 2002 a consagração da primeira Loja virtual. Esta maçonaria mantém obras de solidariedade social, e abrange o mundo feminino em organizações para maçónicas como por exemplo, a Ordem da Estrela do Oriente, (inexistente em Portugal), além de organizações de influencia maçónica para jovens, a Ordem De Mollay para rapazes, e as Filhas de Job ou o Rainbow para raparigas.

Falamos obviamente de Maçonaria Universal (regular) porque existe um sem número de organizações que se pretendem maçónicas, e que muitas vezes tem expressão apenas nas suas fronteiras limitadas de adeptos, não sendo reconhecidas internacionalmente, e por isso não se integrando na Maçonaria de Tradição. Assim, surgiram maçonarias mistas com homens e mulheres, ditas de Direito Humano, e também maçonarias femininas, como a Grande Loja Feminina de França, ou de Portugal. Outros Grandes Orientes e Grandes Lojas (irregulares) multiplicam-se quer na Europa, quer na América Latina , mas não nos países de expressão ou cultura anglo saxónica. Em Portugal reclama-se da Maçonaria O Grande Oriente Lusitano, O Direito Humano, A Grande Loja Feminina, a Grande Loja Nacional de Portugal, a Grande Loja Regular de Portugal, muito embora internacionalmente exista apenas como reconhecida desde 1991, a GLRP que actua sob a designação de uma associação sem fins lucrativos denominada Grande Loja Legal de Portugal/GLRP, e cuja Loja mais activa de conhecimento externo é a Camelot (www.camelotsite.info).



A razão da distinção entre Maçonaria Universal (Regular) e outras maçonarias é simples, na maioria dos casos, porque são organizações não deístas, e que rejeitam a crença no Grande Arquitecto do Universo, o dever de imparcialidade religiosa e política, e consequentemente, a iniciação não implica o juramento sobre um Livro da Lei Sagrada. Para além destes casos, são também irregulares aquelas organizações que não respeitem determinadas regras de administração e legitimação maçónica, como por exemplo pretenderem actuar sobre o território de Grandes Lojas reconhecidas, admitirem no seu seio maçons não iniciados regularmente, como é o caso de uma pretensa Grande Loja Europeia que pretende actuar no âmbito geográfico da União Europeia, ou ainda outras que resultam de cisões, e outros movimentos de auto afirmação, e que portanto não asseguram a legitimidade da transmissão de origem da consagração e reconhecimento, violando assim os Landmarks, e Os Antigos Usos e Costumes praticados pela Maçonaria Universal, periodicamente reafirmados nas Conferências atrás referidas.


3) Do conceito de iniciação

A Iniciação é um elemento indissociável da maçonaria, embora possa haver muitas outras iniciações, tantas quantas as organizações que a requerem como forma de ingresso do seus membros. A iniciação maçónica visa transformar um profano, postulante em maçon, através de provas rituais a que é submetido por maçons, passando depois deste processo a ser reconhecido como um igual, na sua condição de aprendiz. Mais tarde, pode passar o aprendiz, mediante novas provas, a Companheiro, e finalmente através de novas provas, pode o companheiro ser elevado a Mestre, sempre depois de prestar novos juramentos. Ou seja, a iniciação comporta sempre para o recipiendário: 1) provas rituais, 2) apreciação favorável pelos já iniciados e 3) juramento pelo neófito para selar a sua recepção como membro.

Segundo Jesod Bonum (in Secrets de la Magie de Eliphas Lévi, edição Laffont, 2000), o iniciado tem a lâmpada de Trismegisto, ou seja a razão iluminada pela ciência, o manto de Apolonio, ou seja o completo autodomínio de si próprio, e o bastão dos patriarcas, significando o apoio das forças ocultas e perpétuas da natureza. O iniciado é pois um homem que se libertou de paixões, de constrangimentos e de superstições, pode avançar no desconhecido, nas trevas da ignorância, apoiado no conhecimento que ganhou sobre si próprio e sobre a Natureza, e depois partilhar com outros este estádio de elevação da sua consciência.

O iniciado é pois alguém que atingiu a Luz, a compreensão de si, dos outros e da Natureza, e assim goza com discrição do saber e o poder adquiridos, antecipa o futuro, trabalha o presente, e recorda-se do passado. O verdadeiro iniciado não se abate, não desiste, não se rende aos homens sem espiritualidade. E em maçonaria? A cerimónia de iniciação é retomada de tradições imemoriais, algumas com registo na Bíblia, como o episódio de Hiram, outras de origens diversas como a iniciação dos mistérios de Eleusis, ou dos cavaleiros Templários.

Segundo Daniel Ligou, (Dictionnaire de la Franc Maçonnerie edição PUF, 1987). A inciação maçónica é típica das sociedades secretas, em especial das corporações de mesteres da idade média, e exige:

. adesão livre, pessoal e preparada

. inquérito e interrogatórios rituais

. tempo de espera da candidatura

. idoneidade e boa reputação civil

. apadrinhamento por maçon

. período de reflexão isolado

. provas simbólicas e rituais

. juramentos sobre o Livro Sagrado

. admissão formal e solene

. participação no ágape (banquete) fraternal.

Mas estes são os aspectos esotéricos, isto é exteriorizados, não constituem em si mesmo um segredo, e mesmo os rituais que se acham abundantemente divulgados, revelam ao ínfimo pormenor os detalhes dos procedimentos adoptados. O verdadeiro segredo maçónico da iniciação está nos aspectos esotéricos, ou seja, vivenciados intimamente na consciência do iniciado, em função do conhecimento de si próprio, adquirido face ao simbolismo cujo significado lhe é revelado, e que lhe permite interiorizar a Luz espiritual do Grande Arquitecto do Universo, e a compreensão da Criação.

É essencial a predisposição espiritual do candidato, e a sua maturidade psicológica, e desejável a sua independência económica. O actual Grão Mestre da Maçonaria Regular portuguesa, José Anes, (A Iniciação Maçónica, uma via de espiritualidade, in Religião e Ideal Maçónico - convergências, edição da Universidade Nova de Lisboa, 1994), defende que só pode ser iniciado quem já tem uma religião, ou que acredite no Grande Arquitecto do Universo. A iniciação é pois o caminho para a inteligência do Transcendente, para a compreensão da Harmonia do Universo, para a correcta situação do destino do Homem no Cosmos. Em Maçonaria toma como referências uma tradição ancestral de arquitectura do Templo de Salomão, de base operativa, de influência sacerdotal e de conotações cavalheirescas, ao mesmo tempo, como se deduz da presença respectivamente, do esquadro e do compasso, do Livro da Lei Sagrada, e da espada.

Sem desprimor para outras iniciações esotéricas, esta será porventura uma das mais completas face à História conhecida da Humanidade. E não receamos identificar a iniciação maçónica regular como muito superior à iniciação maçónica irregular, porque, recusando esta última a espiritualidade do sagrado, mais não é do que a admissão humanística num circulo de amizades e solidariedade profanas, embora de elevado sentido cívico, como resulta dos valores da liberdade, da fraternidade e da igualdade. É porém grande a diferença entre valores materiais e valores espirituais, e que resultam dos diferentes planos, o imanente e o transcendente. A grande questão é saber se a iniciação maçónica implica uma morte e um renascimento como a quase unanimidade dos autores maçónicos sustentam, ou se é antes a aquisição de um saber novo, uma iluminação, e uma ascese. Acima de tudo, a iniciação é uma viagem espiritual que visa a obtenção de uma revelação do transcendente, que o próprio iniciado adquire por vivência, sem que lhe seja transmitida exotericamente, isto é explicitamente, pelos maçons reunidos para o efeito em Loja.

O maçon iniciado interioriza na sua intimidade, de consciência desperta pelo simbolismo, a chave da criação do mundo, e a chave da sua própria criação humana, sempre a partir do Kaos em que é lançado. Finda a cerimónia, se bem realizada e bem vivida, o iniciado adquiriu um grau superior de saberes, que lhe permitirá continuar caminho para superiores degraus de conhecimento e de integração universal. Existem muitos rituais maçónicos de iniciação, e como já se disse, até disponíveis na internet, e por isso podem-se inventariar alguns elementos comuns:

. o candidato apresenta-se vendado

. entra como numa caverna, numa sala que desconhece

. encontra inúmeros obstáculos de difícil percepção

. é sempre guiado pela mão por um condutor

. recebe indicações constantes de caracter ritual

. ouve sons de confrontos confusos

. é confrontado com o ar, o fogo, a água e a terra

. são-lhe propostos juramentos

. enfrenta na semi obscuridade ameaças potenciais

. é apaziguado com as luzes acesas, e com a visão do Templo

. são-lhe transmitidos sinais e palavras rituais

. é reconhecido como maçon, e recebido como um irmão

. é chamado a provar a sua solidariedade

. assiste a intervenções explicativas da cerimônia

. é investido com um avental e com luvas rituais

. depois da cerimónia participa numa refeição conjunta (ágape)


Quem é maçon e ler estas linhas assume-as com um significado profundo. Quem o não é, porque não foi iniciado, dificilmente delas retirará qualquer ensinamento e muito menos qualquer revelação. Mesmo que uns digam que os procedimentos representaram a sua morte como profano, e o seu renascimento como maçon, ou que se vá mais longe, e se explique que de olhos vendados assistiu a criação do mundo e ao seu nascimento do ventre materno, e assim compreendeu o fenómeno da criação. Aliás o fenómeno da criação que as mulheres, por o serem, e poderem conceber, não necessitam de assistir em representação para compreenderem uma realidade que lhes é imanente e não transcendente. Essa é Razão pela qual, aliás, as mulheres não necessitam da iniciação maçónica para a sua vida espiritual, e pelo que em nossa opinião não faz sentido a iniciação feminina maçónica, nem a maçonaria mista, e muito menos feminina, e muito menos com rituais de nomenclatura masculina.


Subsiste uma interrogação. Então e Darwin não explicou pela teoria da evolução das espécies que o Homem é que criou Deus á sua imagem, e não o inverso, já que com toda a probabilidade o “homo sapiens” não é mais do que um elo na cadeia evolutiva dos hominideos que há mais de 6 milhões de anos viveram no Quénia? Subiste outra interrogação, mas a evolução do Homem explica-se apenas em termos terrestres? Então não é verdade que um padre jesuíta George Coyne, director do Observatório Astronómico do Vaticano, revelou recentemente (Diário de Noticias, 8 de Janeiro de 2002), a sua convicção na existência de vida extraterrestre? E também não é verdade que ganha cada vez mais adeptos a teoria de que a vida na terra, poderá ter tido origem noutros planetas, em resultado da descoberta de bactérias a mais de 40 Km de altitude como noticiou o Correio da Manhã de 1 de Agosto de 2001?


Terá assim plausibilidade a Teoria da Panspermia de Fred Hoyle e de Chandra Wickramasinghe, de que a vida não nasce espontaneamente, mas está presente em toda a parte, e viaja pelo cosmos fertilizando planetas, como uma espécie de semente universal, conforme divulgado entre nós no II simpósio Internacional “Fronteiras da Ciência”, em Setembro de 2001, na Universidade Fernando Pessoa, no Porto? E a ser assim, se há vida em outros planetas (ou no espaço), será que a evolução da vida hominidea na Terra não sofreu (beneficiou) de cruzamentos (experiências) de seres mais evoluídos, que teriam inclusive estado na origem da própria civilização egípcia? Assim se justificaria que as pirâmides tivessem sido projectadas bem antes da sua construção, cerca de 10.000 AC , em vez da sua data de referência cerca do século III antes de Cristo? Será essa a data do início da Maçonaria, ou seja da Sabedoria do Universo, e da possibilidade da capacidade humana desenvolver o engenho de construção e de arquitectura?
Terá esse saber de origem divina e extraterrestre tido os seus continuadores nos grandes iniciados?

Só o Grande Arquitecto do Universo tem a resposta.



Sertã, ao Oriente de Portugal,

Ao sétimo dia, do terceiro mês de 6002

Luís Nandin de Carvalho

M.·.M.·., e Grão Mestre Ad Vitam da G.·.L.·.R.·.P.·..