quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A Temperança e a Tolerância Maçônica


 
A Temperança e a Tolerância Maçônica




Quando ingressamos por livre e espontânea vontade em nossa Ordem, desde logo começamos um novo aprendizado, diferente de todos àqueles que tenhamos buscado e conquistado lá fora, no mundo profano.

Começamos então a freqüentar a nossa Loja e a conviver com as instruções do R\E\A\A\, somos também instruídos pelos Irmãos mais antigos, que nos aconselham, - precisamos estudar, cumprir nossas obrigações e nossos deveres maçônicos, observando, seguindo a hierarquia, a disciplina, a obediência, conforme as Leis, até então nossas desconhecidas no mundo profano onde estávamos, e que agora, desafiam a nossa atenção e o nosso propósito de fazermos progressos neste novo modo de viver.

É neste aspecto muito importante, o grande diferencial, que a maçonaria é sem igual, não pode ser comparada com nenhuma outra instituição, que anteriormente tenhamos conhecido, ou feito parte dela.

Digo isto, porque todas as organizações humanas, envolvem um determinado grupo de participantes, que se identificam entre si mesmos, por ideais, ou por necessidades as mais diversas.

Todas estas organizações têm seus próprios estatutos, seus princípios, suas normas internas, e, as suas leis são oriundas da estrutura organizacional idealizada pelos seus líderes, geralmente, sempre conhecidos, popularizados no mundo profano.

Alguém poderia me dizer: - é, mas as religiões, as crenças em Deus, sejam judaicas, cristãs, islâmicas, budistas, espiritualistas, místicas, sempre buscam cumprir as Leis de Deus!

Aí respondo: - todas se apóiam na crença em Deus, porém todas são reguladas pela interpretação dos seus idealizadores terrenos, se assim, não fosse, a exemplo da Igreja Católica, não teriam sido realizados no decurso da história, diversos Concílios Papais, determinando novos procedimentos, novas condutas em direção a uma nova visão do mundo, em razão dos avanços científicos e tecnológicos.

Também porque se tornaram necessárias as referidas mudanças, em relação aos sentimentos humanos que com o passar dos tempos se tornaram naturalmente menos violentos, menos excludentes. Mais compreensivos de que a solidariedade humana é fundamental, principalmente quando surgem crises, catástrofes, epidemias e perigos que ameacem a toda uma coletividade.

É importante salientarmos ainda a reforma protestante, que provocou uma cisão na igreja mãe, a Católica. Os reformadores Martinho Lutero, Calvino e John Wesley construíram novas vertentes de crenças, interpretações e liturgias, dos ensinos do Mestre Jesus Cristo.

A Maçonaria Universal apesar das diversas Potências/Obediências que sustentam Suas Colunas, e dos diversos Ritos que transmitem Seus ensinos, é, em Sua Universalidade, Uma Só!

Identificamo-nos onde quer que estejamos por Palavras, Toques e Sinais!

Em Loja, mesmo fora do nosso País, independentemente do Rito praticado, nos será sempre familiar o Giro Ritualístico, os procedimentos fundamentais, que jamais serão alterados de acordo com os nossos Landmarks, - enquanto a Maçonaria existir.

Faço estas considerações, porque que desejo convidar-vos que façamos juntos uma reflexão:

Será, entretanto, a Maçonaria apenas uma representação simbólica, “exotérica”, repetitiva, em Suas decorações no interior dos Templos, com sua permanente Ritualística, sempre igual, destinada apenas a conceder Elevações e Exaltações aos Irmãos que exteriorizem, demonstrem, “brilhantes conhecimentos”, “títulos”, demonstrações de “poder e aquisição de bens materiais”, semelhantes as condecorações, quase sempre interesseiras, que geralmente acontecem no mundo profano, onde o interesse político, cultural, econômico, social e financeiro são os fatores determinantes?

Será a Maçonaria de hoje, um lugar de homens privilegiados pelo poder econômico, pelo dinheiro, que se julgam senhores da verdade, donos do mundo, verdadeiros juízes do comportamento alheio, os quais se ufanam de ostentar sem pudor, “tais qualidades”, inclusive humilhando, criticando e desprezando os Irmãos menos favorecidos por bens materiais?

Estes maus maçons
avocam-se do direito de tentar exercer sobre os demais Irmãos, a dominação pela “sede de poder a qualquer custo” que ainda conservam do mundo profano, para promoverem, inclusive, - seduções, revoltas e conspirações, geralmente contra o Irmão Venerável Mestre que os comanda com boa fé, com paciência e tolerância, acima de tudo de acordo com os preceitos maçônicos, e assim sendo pela vontade de todos os Irmãos!

Qual tem sido a nossa contribuição, o nosso ganho, quanto ao Ensino Esotérico, oculto na rica e preciosa Simbologia Maçônica?

Ao respondermos à pergunta, - quanto sois vós?

Prontamente respondemos, - somos um só!

Somos um conosco mesmo, e assim, com os nossos próprios e exclusivos interesses?

Ou somos todos um, com todos os nossos irmãos, na unicidade da fraterna solidariedade, na unidade do fraterno amor?

É aí, que precisamos fazer, cada um de nós, um acurado exame de consciência, na solidão do nosso Templo Interior, para examinarmos as arestas da nossa própria Pedra Bruta, buscando nos nossos Instrumentos de Trabalho - o Malho, símbolo da nossa força interior, força anímica e espiritual que movimenta o nosso querer, capaz de conduzir a nossa consciência, com absoluta clareza, para que sejamos os nossos próprios juízes, para nos julgarmos , para nos analisarmos com rigor, para nos darmos conta das nossas próprias imperfeições e mazelas, quem sabe as quais, inconscientemente, tantas vezes as disfarçamos, pela hipocrisia, a falsidade e a falta de sinceridade.

O Cinzel, belo símbolo da virtude, da beleza da nossa simplicidade, da humildade sem a subserviência e o servilismo aviltante e interesseiro. Humildade capaz de aparar as nossas imperfeições, adornando o nosso espírito da qualidade que nos iguala no aprendizado e no viver harmônico, gentil, sincero, junto aos nossos amados irmãos, dentro e fora do Templo.

Consciente do nosso dever ao qual, livremente Juramos Fidelidade, possamos caminhar, dar os passos que nos permitam, a subida segura em direção ao Oriente da Sabedoria.

É neste contexto que haveremos de compreender o valor da Temperança!

Praticando a autocrítica, haveremos de ganhar a virtude da Temperança, e desta maneira nos libertaremos da insipiência do orgulho que nos prejudica; da vaidade que nos ilude pela sua temporalidade material efêmera e passageira; do sentimento de superioridade que nos apequena perante nossos Irmãos; do julgar acre e sem piedade, daquele, ou daqueles Irmãos que julgamos profanamente serem imerecedores do nosso convívio, ou do Cargo que ocupam.

A Temperança nos fará ouvir mais! A Temperança nos fará mais atenciosos, amigos em todos os momentos dos nossos amados Irmãos!

A Temperança nos proporcionará a medida exata, sempre que usarmos a Régua de Vinte e Quatro Polegadas, capaz de dimensionar o nosso espírito em direção da paz, da conciliação fraterna, do reto proceder, condições imprescindíveis para acontecer dentro e fora do Templo, a permanente construção aperfeiçoadora do Lema: Liberdade, Igualdade e Fraternidade!

A Temperança é irmã gêmea da Tolerância.

É preciso saber temperar, dosar o conhecimento Maçônico, com a argamassa do aprendizado alicerçado no tríplice Ensino Maçônico:

Ritualístico,

Esotérico,

Espiritual.

O Ensino Ritualístico que propicia a nossa correta participação em todos os procedimentos em Loja, e fora dela nos dá a condição de nos identificarmos com nossos Irmãos Maçons, se assim o desejarmos, onde quer que estejamos.

O Ensino Esotérico nos é oferecido de uma forma sutil, ele passa pelos nossos sentidos, - o olhar, para os símbolos colocados cada um em seus exatos lugares, por exemplo, a corda de oitenta e um nós. O que estes nós representam?

Será que algum deles(os nós) são adornados, diferenciados dos outros?

O Piso Mosaico, a Orla Dentada o quê significam?

O Livro da Lei, quando o Irmão Orador faz a sua leitura, o quê Nele é Lido?

E o Olho Onividente é apenas mais um símbolo, ou é a Presença do Grande Arquiteto do Universo, que tudo vê, e assim, capacita àqueles a quem escolhe, e exclui os que apesar de iniciados teimam em impor as suas próprias vontades, viciosas e profanas?

O Ensino Esotérico passa também pelo nosso sentido da audição, pois as palavras ritualísticas que ouvimos e repetimos possuem profundos significados; o som dos malhetes do Venerável Mestre e dos Irmãos 1º e 2º Vigilantes têm entre outros objetivos, o de nos libertar das preocupações e lembranças angustiosas ou negativas do mundo profano e também o de despertar a visão sensitiva, mental espiritual, do 3º olho, situado na região do cérebro onde se localiza a glândula Pineal.

Quando unidos, entrelaçados ritualisticamente pela Cadeia de União, o Ensino Esotérico nos permite conhecer, avaliar e sentir as vibrações energéticas positivas e amorosas, fraternas.

O Ensino Espiritual e seu aprendizado, é o complemento, é o adorno, a aureola, que começa a se tornar evidente no viver daqueles que sendo iniciados, são elevados e exaltados, porque as suas atitudes, agora, serão valoradas pela aquisição das Virtudes antagônicas ao comportamento profano, vicioso, desmedido e desequilibrado pelas paixões que os aprisionavam!

A Egrégora formada no interior do Templo é real, existe, ou é apenas uma energia abstrata, própria da imaginação mental espiritual dos que vivem “alienados” do mundo material?

O alimento que nutre o nosso corpo carnal se torna delicioso se bem temperado!

O homem maçom ao usar da Temperança, adquire pela paciência, pela observação, pela compreensão, pela fraterna união, o dom da Tolerância, aí sim, será um homem livre e de bons costumes, exemplo para os demais, Irmãos e Profanos.

Li, ouvi e concordo que a Maçonaria é uma Escola de Conhecimentos! Digo mais: A Maçonaria é a forja do caráter e da virtude!

A Glusa - Grande Loja Unida Sul Americana sob comando do Irmão Weber Varrasquim, nosso Sereníssimo Grão Mestre, é um exemplo puro da prática e da busca permanente do conhecimento, do saber Maçônico Universal!

Em nossa amada Potência Glusa não importam as aparências faustuosas, muito menos os doutos do saber profano, queremos isto sim, em nossas Oficinas transformar a pedra irregular, bruta, individual, em Pedra Cúbica, perfeitamente ajustada, útil na construção do Templo da Virtude, Ideário Sagrado da Maçonaria Universal!

Considero que as experiências vividas são também nossas mestras. Assim sendo, um dia vivenciei, sofri e aprendi, com uma conspiração havida na Loja que me iniciou, cujas conseqüências ainda são sentidas pelos que desejaram colocar suas personalidades acima das orientações, da ritualística e da hierarquia maçônica que a Glusa sob o comando do nosso Sereníssimo Grão Mestre Weber Varrasquim prega e defende com rigor, sem privilegiar a nenhum Irmão ou Irmãos, por mais importantes que estes possam se sentir.

Em nossa amada Potência Glusa todos os Irmãos têm as mesmas oportunidades, para prestarem seus serviços como Obreiros fiéis e dedicados.

Quem se apressa, tropeça na sua própria Pedra Bruta, a qual deixou de lapidar. Aí cai. Naturalmente se exclui!

A Glusa está sempre preservada, pois está habituada a transpor e a crescer com a superação de todos os obstáculos que enfrenta.

A árvore Glusa produz bons frutos, sabe que de tempos em tempos, a Mão do Grande Arquiteto do Universo a podará.

Sabe, porém, que sempre receberá o orvalho do suor dos seus Obreiros, os que trabalham sem medir sacrifícios para o seu constante e permanente crescimento.



Ir\M\I\ Orlei Figueiredo Caldas, 33º

Delegado Glusa para a Região Sul do Brasil

Texto retirado do site weber Varrasquin.blogspot.com.br



Ir\M\I\ Orlei Figueiredo Caldas, 33º






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