sábado, 30 de julho de 2016


Provas

 

Aceita os instrumentos

Das provas que te apuram.

Toda renovação

Traz a dor aonde surja.

 

Que seria da pedra

Sem toques de martelo?

Sem massacres do trigo.

Não teríamos pão.

 

Nos teus dias de crise.

Sofre com paciência.

Tolerância nas provas

É degrau para Deus.

Emmanuel

sexta-feira, 29 de julho de 2016


 
O SEGREDO DOS FILHOS DA LUZ



A iniciação é considerada pelos maçons, como um novo nascimento. Um parto em que o candidato tem o seu primeiro contato com a luz que vem do leste.


O processo das provas e viagens são os meios utilizados para esclarecer ao futuro maçom, sobre as finalidades da Ordem Maçônica, dos deveres de seus membros.


       A luz que simbolicamente é dada ao neófito servirá para iluminar o caminho na senda a ser percorrida, abrir a mente para o conhecimento e semear conceitos sólidos para o desenvolvimento espiritual e moral de seus integrantes.
Mas, já não estamos conseguindo praticar o que pregamos, os conceitos da Sublime Instituição são puros, relevantes, espirituais, justos e perfeitos. A Ordem Maçônica é constituída por seres humanos, que são imperfeitos e estão relegando a um segundo plano o seu conteúdo espiritual e a estão transformando em uma instituição puramente materialista.


Então, as brigas pelo poder começam e passam a ocorrer divisões de potências e obediências, com vários líderes pregando a prática de sectarismo. Assim, a intolerância passa a imperar, a Fraternidade deixa de ser praticada, e o amor não é praticado entre os que se dizem irmãos.


       Nada do que é ensinado dentro dos sagrados templos é praticado por seus membros quando estão fora das reuniões. A grande maioria só quer saber dos seus direitos, não se preocupam com os deveres de cada um para com a humanidade.


È incrível o numero de maçons que não entendem as mensagens ocultas nas entrelinhas dos rituais, que não sabem interpretar o simbolismo existente dentro dos templos, e não sabem diferenciar o que são lendas e o que é história. Não se pode amar aquilo que se desconhece. 
O conhecimento de todo esse conjunto é o que faz o “Segredo Maçônico”. Poucos são os que o conhecem, são os denominados “Filhos da Luz”, os verdadeiros detentores da ciência sagrada.



Pedro Neves .’. M.’. I.’. 33.’. MRA


Membro Efetivo da Cadeira 001 – Patrono: Arlindo dos Santos da Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia Belo Horizonte


Preceptor da Suprema Ordem Civil e Militar dos Cavaleiros Templários



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SITES:
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Pedro Neves

quinta-feira, 28 de julho de 2016


VOCÊ É MAÇOM, OU ESTÁ MAÇOM?



Sempre, nos momentos de dificuldades e adversidades é que passamos a conhecer as pessoas com as quais convivemos e nos relacionamos, é assim a realidade da vida.


Nos momentos de alegrias o número de pessoas ao nosso lado é imenso; ao contrário, quando surgem as dificuldades, doenças, o número de “amigos”, como por encanto desaparecem da face da terra, não atendem telefone, e quando atendem desligam rapidamente com desculpas esfarrapadas, não procuram saber em que poderiam auxiliar.


São muitos, os que se oferecem para comer junto com você uma concha de açúcar, raros são aqueles os que dividiriam e comeriam junto com você uma pequena colher de chá com sal.


Assim é na vida e na sociedade, assim é em todas as instituições, na maçonaria não poderia ser diferente.


Existem os maçons de “carteirinha”, profissionais, que só se interessam pelos benefícios que possam receber e que sempre procuram estar em evidência, mas, quando são chamados a contribuir com uma pequena parcela de trabalho, se omitem. Não procuram se aperfeiçoar, e não querem saber de obter conhecimento, não são maçons, estão maçons por interesse próprio e pensam que a maçonaria é um clube de serviços para relacionamentos, e crescimento financeiro, etc., durante uma pequena tempestade são os primeiros a abandonar o barco; Se uma loja encontra um pequeno problema, acham mais fácil abandonar os irmãos e seguir em outra loja; se em uma caminhada você tropeçar e cair, eles são incapazes de estender a mão para ajudá-lo a se levantar, nos momentos de doença de algum irmão simplesmente desaparecem, não são capazes de fazer um contato para saber o que se passa, e oferecer ajuda, nem pensar.

 

Se alguém tem dúvida no que faz ou segue, é melhor sair, para não contaminar os outros companheiros. Aos que não conhecem e nem se utilizam das peneiras de Hiram, leia a mensagem:
Meia-noite em ponto! Mais uma jornada do Templo terminara. Cansado por mais um dia de trabalho, Mestre Hiram recostou-se sob o frescor do Ébano para o merecido descanso. Eis que, subindo em sua direção, aproxima-se um Mestre Construtor, que lhe diz:


- Mestre Hiram... vou lhe contar o que disseram do segundo Mestre Construtor...


Hiram com sua infinita sabedoria responde:


- Calma, meu Mestre; antes de me contares algo que possa ter relevância, já fizeste passar a informação pelas “Três Peneiras da Sabedoria?


- Peneiras da Sabedoria? Não me foram mostradas, respondeu o Mestre!
- Sim... meu Mestre! Só não te ensinei, porque não era chegado o momento; porém, escuta-me com atenção: tudo quanto te disserem de outrem, passe antes pelas peneiras da sabedoria e na primeira, que é a da VERDADE, eu pergunto: tens certeza de que o que te contaram é realmente a verdade?


Meio sem jeito, o Mestre respondeu:


- Bom, não tenho certeza realmente, só sei que me contaram...
Hiram continua:


- Então, se não tens certeza, a informação vazou pelos furos da primeira e repousa na segunda, que é a peneira da BONDADE. E eu te pergunto: é alguma coisa que gostarias que dissesse de ti?


- De maneira alguma Mestre Hiram... claro que não!


- Então a tua estória acaba de passar pelos furos da segunda peneira e caiu nas cruzetas da terceira e última; e te faço a derradeira pergunta: achas mesmo necessário passar adiante essa estória sobre teu Irmão e Companheiro?


- Realmente Mestre Hiram, pensando com a luz da razão, não há necessidade...
- Então ela acaba de vazar os furos da terceira peneira, perdendo-se na imensa terra. Não sobrou nada para contar.


- Entendi poderoso Mestre Hiram. Doravante somente boas palavras terão caminho em minha boca.


- És agora um Mestre completo. Volta a teu povo e constrói teus Templos, pois terminastes teu aprendizado.


Porém, lembra-te sempre: as abelhas construtoras do Grande Arquiteto do Universo, nas imundícies dos charcos, buscam apenas flores para suas laboriosas obras, enquanto as nojentas moscas buscam em corpos sadios as Chagas e feridas para se manterem vivas.


Esta semana, tenho recebido inúmeros e-mails relatando problemas de um Grão-Mestre e alguns irmãos que não conheço, os que fazem tais divulgações deveriam procurar colocar em prática os uso da peneiras de Hiram, assim, ao contrário do que fazem, eles estariam prestando relevantes serviços para a Ordem Maçônica. 


Maçom não é um super-homem ou santo como muitos podem pensar, o maçom é um homem comum como todos os outros, com virtudes, defeitos e falhas, poucos são os que procuram o conhecimento que a Sublime Instituição Maçônica oferece, poucos são os que seguem os seus ensinamentos.

 
Como todas as instituições, religiosas, filosóficas, educação, política, ou filantrópicas, a maçonaria é passível de ter em seus quadros pessoas que não a compreendem e nunca vão compreender, estão apenas de passagem.


Mas, a maçonaria como instituição está acima de interesses pessoais, os seus ensinamentos acumulados foram herdados de seres mais iluminados e instituições milenares. 


A maçonaria sobrevive graças a poucos abnegados, pois, a grande maioria não compreende e não pratica a LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE, falam apenas da boca para fora, são incapazes de praticar aquilo que desconhecem.
As brigas pelo poder vão continuar, as divisões vão continuar a acontecer, o que se acham como únicos e verdadeiros, e legítimos eleitos vão continuar, as segregações e a prática do “bullying maçônico” vão continuar, a falta de SOLIDARIEDADE vai continuar, a falta de FÉ vai continuar, a falta de CARIDADE vai continuar, a falta de conhecimento maçônico vai continuar.


Mas, acima de tudo isso, a ESPERANÇA vai continuar.


Os poucos que conhecem e praticam a verdadeira maçonaria vão continuar para a perpetuação da Instituição e de seus ensinamentos.

Pedro Neves .’. M.’. I.’. 33.’. MRA


Membro Efetivo da Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia Belo Horizonte Cadeira 001 – Patrono: Arlindo dos Santos Preceptor da Suprema Ordem Civil e Militar dos Cavaleiros Templários.

 

 

quarta-feira, 27 de julho de 2016


As correntes da vida

 

 

Não nos esqueçamos de que o corpo na terra é o filtro vivo de nossa alma.

Nossos pensamentos expressar-se-ão segundo sentimos, tanto quanto nossos atos serão exteriorizados conforme pensamos.

Todos os processos emocionais de nosso coração atingem o cérebro, de onde se irradiam para o campo das manifestações e das formas.

Sensações e atitudes mais íntimas se mostram, invariavelmente, em nossa vida de relação.

A gula produz a deformidade física.

O orgulho estabelece a neurastenia sistemática.

A vaidade conduz, apressadamente, à loucura.

A cólera dá origem à congestão e à apoplexia.

O ciúme arrebata ao ridículo.

A maldade encontra sempre a casa escura do crime.

A inveja situa o homem na preguiça e na maledicência.

O desânimo alimenta o caruncho da inutilidade.

A ignorância faz a miséria.

A tristeza prolongada deixa na alma o cupim das moléstias indefiníveis.

O vício gera monstruosidades.

Os hábitos deploráveis trazem a antipatia em torno de quantos a eles se afeiçoam.

Emmanuel

segunda-feira, 25 de julho de 2016


Rendamos graças


“Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.” – Paulo. (1ª Epístola aos Tessalonicenses, 5:18.)

A pedra segura.

O espinho previne.

O fel remedeia.

O fogo refunde.

O lixo fertiliza.

O temporal purifica a atmosfera.

O sofrimento redime.

A enfermidade adverte.

O sacrifício enriquece a vida.

A morte renova sempre.

Aprendamos, assim, a louvar o dia pelas bênçãos que nos confere.

Bom é o calor que modifica, bom é o frio que conserva.

A alegria que estimula é irmã da dor que aperfeiçoa.

Roguemos à Providência Celeste suficiente luz para que nossos olhos identifiquem o celeiro da graça em que nos encontramos.

É a cegueira íntima que nos faz tropeçar em obstáculos, onde só existe o favor divino.

E, sobretudo, ao enunciar um desejo nobre, preparemo-nos a recolher as lições que nos cabe aproveitar, a fim de realizá-lo segundo os propósitos superiores que nos regem os destinos.

Não nos espantem dificuldades ou imprevistos dolorosos.

Nem sempre o Socorro de Cima surge em forma de manjar celeste.

Comumente, aparece na feição de recurso menos desejável. Lembremo-nos, porém, de que o homem sob o perigo de afogamento, nas águas profundas que cobrem o abismo, por vezes só consegue ser salvo ao preço de rudes golpes.

Rendamos graças, pois, por todas as experiências do caminho evolutivo, na santificante procura da Vontade Divina, em Jesus-Cristo, Nosso Senhor.

 

Do livro Pão Nosso, de Emmanuel

domingo, 24 de julho de 2016


Restauração de Templos Vivos

 

Charles Evaldo Boller

 

Sinopse: Exortação à espiritualidade; vida eterna; restauração o templo interno e defesa dos inimigos; influência e pertencimento ao Universo.

 

O maçom é sucessivamente exortado a edificar e restaurar templos. Reconstruir templos danificados tem na Maçonaria significado simbólico de grande profundidade filosófica. Isto porque na reconstrução concorrem valores humanos significativos, bem mais intensos que na sua construção. Para uma edificação ser reconstruída, esta deve possuir valor inestimável, e são poucos os abnegados que se habilitam na empreitada de reconstruir algo danificado e com alta probabilidade de ser destruído de novo. Na reconstrução de templos concorrem valores como firmeza de decisão e perseverança no objetivo para concluir a reconstrução, bem como, heroísmo no enfrentamento de terríveis e insidiosos inimigos durante as atividades. A ordem maçônica usa de ilustrações de reconstruções para provocar o raciocínio de restaurações constantes de um tipo especial de templo: o homem integral.

 

Quando em Maçonaria se faz referência a um templo, este designa o local de reunião dos maçons, e por extensão simbólica, significa o "grande" Universo e o "pequeno" Universo, aonde este último constitui a essência do próprio homem, sua força vital, o seu corpo completo; o homem como um templo vivo. Entende-se por corpo completo a sua constituição física e a força ativa que o mantém vivo. Este conjunto complexo pode ser comparado a um Universo em miniatura composto de: corpo, mente, emoção e espiritualidade. Na soma total destes elementos, o espírito é considerado encarnado, parte do corpo físico. A reconstrução deste tipo de templo ocorre a cada iniciação, a cada nova modificação interior, em resultado da auto educação estimulada pela ordem maçônica. Cada pedreiro trabalha com as ferramentas de que dispõe, em si mesmo e como resultado de seu desenvolvimento físico, intelectual, emotivo e metafísico. O sábio percebe a finalidade do desafio de modificar a si mesmo para o bem. O sublime e principal propósito é levar o homem a conhecer-se intimamente, de modificar-se, de reconstruir-se ou reorganizar-se internamente ao templo vivo que cada um é.

 

No diálogo, "O Banquete", Platão (428 a. C. - 347 a. C.) afirma que enquanto na juventude prevalece a admiração pela beleza, no adulto amadurecido descobre-se a verdadeira beleza na espiritualidade. É na maturidade que o homem desperta e se considera parte de um templo maior que consiste em toda a vida do "grande" Universo. Conscientiza-se que concorre para a realização de todo o esplendor do milagre da vida estabelecido em leis naturais espantosas, só compreendidas no amadurecimento espiritual adulto. Entretanto, existem "adultos" que, ao não se modificarem internamente, continuam menores de idade, dependentes da orientação de terceiros e ainda não alcançaram idade madura. Neste caso não se trata do período da vida compreendido entre a juventude e a velhice, ou a meia-idade, mas o termo último de desenvolvimento humano, a fase de auto realização. É a liberdade observada quando o homem não é culpado de sua própria menoridade, de sua heteronomia, de deixar-se conduzir por um terceiro. Heteronomia refere-se à deficiência onde a dependência não acontece for falta de entendimento ou limitação fisiológica, mas da falta de coragem ou preguiça de trabalhar em seu templo, presa de paixões desenfreadas ou vícios degradantes. Para Platão, o adulto que venceu sua minoridade reconhece que a beleza emana de sua característica espiritual, essencialmente quando desenvolvida por si mesmo e em si mesmo. E isto constitui a liberdade absoluta do homem, pois quando não padece de heteronomia, é em seu "pequeno" Universo interior, qual templo, que o homem adulto é soberano e senhor absoluto.

 

Um templo maçônico é a representação simbólica do Universo maior, composta de toda matéria animada e inanimada. É tão incrível a matéria deste "grande" Universo que, se observada de perto, de bem perto, ao nível atômico e subatômico, é como se toda a existência material fosse feita com absolutamente nada de massa, de quase nada, quase que exclusivamente de espaço vazio. As partículas são tão insignificantes e afastadas umas das outras em espaços relativos tão grandes que, em essência, resulta apenas espaço vazio. E é tão somente pela velocidade com que os elétrons giram ao redor do núcleo que se manifesta a solidez da matéria. Em essência, a matéria do Universo é feita de nada, de espaço vazio. Ser parte deste todo e ao mesmo tempo deste nada, deste maravilhoso espetáculo da matéria inanimada e animada pelo sopro da vida, é o que dá um importante significado para a vida do homem. É uma distinção impar ser uma individualidade diante do volume de matéria inanimada que existe. O homem é feito da matéria inanimada do Universo, a qual recebeu vida de uma forma ainda incompreensível para o seu conhecimento científico. É natural que, respeitadas as devidas proporções, se considere o homem como um "pequeno" Universo de matéria e energias aglutinadas e animadas por uma energia vital e sobre o qual o intelecto sem heteronomia exerce poder e comando.

 

Se as estrelas e planetas exercem influências gravitacionais de uns sobre os outros, então as partículas que formam o templo do homem, o seu "pequeno" Universo interior, estão sob influência energética dos outros corpúsculos semelhantes espalhados pelo "grande" Universo. É este pertencer que dá grande significado para a vida do homem. Seu templo faz parte indissolúvel do Universo e isto promove um maravilhoso significado para exercer a liberdade com responsabilidade. É uma honra e distinção impossível de esquecer o fato de ser premiado para viver com liberdade dando conta de si mesmo no Universo.

 

Se destruído o corpo, ou parte dele, ao nível da matéria e com a atual tecnologia disponível ainda é impossível ao homem reconstruir um templo assim. Resta remendar o corpo físico e mantê-lo funcionando mesmo que precariamente e em decadência progressiva. Para viver com qualidade, o sábio cuida bem de sua saúde física e emocional enquanto os anos lhe vão desgastando a maravilhosa estrutura biológica, até o instante em que a regeneração química de suas moléculas se torna impossível e o sopro da vida o abandona. Alguns parceiros do homem que compartilham a biosfera terrestre têm em si a capacidade de desenvolverem novos membros que lhes foram arrancados por acidentes ou predadores, mas ao homem esta faculdade ainda não se disponibilizou. Já o templo interior do homem é passível de reconstrução, basta que para isto se parta para a ação com vontade e perseverança. A capacidade de reconstruir o templo interior, uma vez destruído, é uma capacidade que cada homem possui em potencial. É só deixar que esta inclinação espiritual se manifeste e se obedeça ao bom senso de seguir sempre em frente.

 

Simbolicamente, a ação nobre da espada inibe a aproximação e defende do inimigo externo e subjuga e mata o inimigo interno, enquanto a trolha, na mão do trabalhador da pedra, participa na edificação e reedificação de templos. A trolha constrói o templo externo de pedra, assentando as pedras, em cujo interior, ao alisar as paredes, melhora as relações entre as pedras vivas que estão construindo e reconstruindo templos vivos. Os maçons reúnem-se num templo de pedra que representa o Universo, local sagrado onde cada indivíduo reconstrói seu próprio lugar sagrado, o templo de si mesmo. É local também onde se provoca e incentiva ao seu irmão a edificar e melhorar seu templo. Cada um atua num templo de carne que é a representação em miniatura do Universo dentro de um templo de pedra que representa o Universo. Os templos melhorados pelo trabalho em si mesmos agradecem ao privilégio de vestirem ossos com carne, animados pela força ativa do espírito que exalta o dom da vida. É pelo conjunto de todo o trabalho de construção e reconstrução, planejado racionalmente, que o maçom declara a glória do Grande Arquiteto do Universo,

 

Bibliografia:

 

1. CAMINO, Rizzardo da, Rito Escocês Antigo e Aceito, Graus um ao Trinta e Três, ISBN 978-85-370-0222-3, primeira edição, Madras Editora Ltda., 302 páginas, São Paulo, 2009;

 

2. CLAUSEN, Henry C., Comentários Sobre Moral e Dogma, primeira edição, 248 páginas, Estados Unidos da América, 1974;

 

3. MIRANDA, Pedro Campos de, Os Caminhos da Maçonaria, ISBN 85-7252-216-6, primeira edição, Editora Maçônica a Trolha Ltda., 160 páginas, Londrina, 2006;

 

4. SANSÃO, Valdemar, O Despertar para a Vida Maçônica, ISBN 85-7252-206-9, primeira edição, Editora Maçônica a Trolha Ltda., 192 páginas, Londrina, 2005;

 

5. SOBRINHO, Octacílio Schüler, Maçonaria, Introdução Aos Fundamentos Filosóficos, ISBN 85-85775-54-8, primeira edição, Obra Juridica, 158 páginas, Florianópolis, 2000;

 

6. SPOLADORE, Hercule, O Homem, o Maçom e a Ordem, ISBN 85-7252-204-2, primeira edição, Editora Maçônica a Trolha Ltda., 194 páginas, Londrina, 2005.

 

Data do texto: 26/01/2010

 

Sinopse do autor: Charles Evaldo Boller, engenheiro eletricista e maçom de nacionalidade brasileira. Nasceu em 4 de dezembro de 1949 em Corupá, Santa Catarina. Com 61 anos de idade.

 

Loja Apóstolo da Caridade 21 Grande loja do Paraná

 

Local: Curitiba

 

Grau do Texto: Aprendiz Maçom

 

Área de Estudo: Espiritualidade, Filosofia, Maçonaria, Simbologia

sábado, 23 de julho de 2016


Maçonaria e Intervenção na Sociedade

 

Escrito por M:.G:.

Venerável Mestre,
Meus muito queridos Irmãos em todos os seus Graus e Qualidades
Da Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues:

Maçonaria e Intervenção na Sociedade

"Os limites da minha linguagem denotam os limites do meu Mundo", como escreveu Wittgenstein é a epígrafe desta minha primeira prancha, que submeto ao superior juízo dos meus Irmãos da Respeitável Loja de Mestre Affonso Domingues, loja perfeita que me deu a honra de a integrar.

De fato, a minha linguagem, limitada até há pouco ao meu parco mundo profano, é a que consegui, até agora, organizar. Creio vir a ter outra, um dia, bem mais acertada e rica, orientada pelos princípios e sabedoria da Maçonaria, que, perto dos 68 anos, recorrendo aos meus restos de vitalidade, pedi para abraçar.

No seu seio vou refletir, palavra que significa, afinal, mudar de direção, isto é, melhor dizendo, procurar estar apto a fazê-lo.

Eu, pedra bruta, com a vossa ajuda, iniciei o meu afeiçoamento e aprenderei a construir. Recorro à alegoria da caverna e digo: de lá saí. Mas foi há pouco e embora já Filho da Luz ainda ao seu resplendor me estou a habituar, para reconhecer muito do que me rodeia e deficientemente identificava.

Lembrar-me-ei, para sempre, do momento em que, na Câmara de Reflexão, perante o enxofre, o sal e o mercúrio, li "visita o interior da terra, e rectificando, descobrirás a pedra oculta"("visita interiora terrae, rectificandoque, invenies occultum lapidem"), bela fórmula de me convidar a conhecer o meu íntimo, dobrar-me sobre o próprio eu e concentrar-me.

A bibliografia maçónica assinala que o verdadeiro Maçon protegerá, mesmo com o perigo da própria vida, os seus Irmãos. Fá-lo-ei, se for caso disso, afirmo-vos solenemente. E é, agora, o momento de vos agradecer terem-me aceite para ficar convosco. Em primeiro lugar, ao meu Venerável Mestre, por quem daria a vida desde que acumulei os anos suficientes para conhecer, ainda na vida profana, a sua dimensão interior, pois sei ter veiculado o meu pedido de iniciação na Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues. Depois, aos meus benévolos Inquiridores; e, obviamente, aos meus Irmãos Mestres, que resolveram conceder-me a oportunidade de com eles partilhar a vida neste Templo – em particular ao Irmão Mestre A:. D:., que me amparou tão carinhosamente, ao Irmão Mestre R:. B:., que me transmitiu as palavras e os toques secretos, corrector rigoroso das minhas faltas rituais e cuja intervenção em Loja observo com muita atenção e ao Irmão Mestre 2º Vigilante, que me incentivou, com enorme envolvimento e cuidados, eu diria ternura, a estar hoje, aqui, a oferecer-vos – pobre oferta! – a minha primeira prancha. Queria agradecer, também como melómano, ao Irmão Organista (e em outras amplas qualidades) J:. R:., que de modo tão sensível nos envolve em ajustadas atmosferas sonoras.

Posto isto, falar-vos-ei de algumas inquietações que de há muito invadem o meu espírito, e se prendem com as atitudes e o comportamento concreto dos Maçons nos tempos que correm, em função do seu obrigatório papel exemplar e orientador. Claro que não tenho dúvidas de não ser nem o primeiro nem o último a abordar esta matéria no quadro da nossa Obediência. Tais inquietações têm a ver, singelamente, com o seu grau de empenhamento como cidadãos, "a priori" superiormente esclarecidos.

Que faz um Maçon perante o evoluir ou o regredir da Sociedade onde se movimenta e como com ela interage?

Recorro ao caso de um histórico Maçon português, que altos desígnios fizeram um dos grandes amigos de meu Pai, e do qual ouvi, pela primeira vez, as palavras Maçon e Maçonaria, um Mestre que acompanhou todo o meu despertar para a complexidade da Vida. Se o Maçon for como ele, terá o atributo da Coragem que vos caracteriza, e o levou ao sacrifício absoluto pela causa da Democracia, por tantos objecto de invocação hipócrita, contra o obscurantismo, pondo a sua vida em risco. Se o Maçon for como ele, fará o exercício resguardado e em Discrição da Bondade, não a sua demonstração pública. Discrição e Bondade que são, devem ser, atributos maçónicos.

Dizia Beethoven, - que a investigação aponta, quase com certeza absoluta, como maçon e o grande ensaísta Hans Keller, citado por George Steiner, defende ser a maior personalidade de que há registo na História do Homem - constituir a Bondade a qualidade que mais o impressionava. Não falava ele, decerto, nem eu falo, de uma bondade esgotada no gesto visível, mas na Bondade que torna possível ao Outro "um fazer" e "um seguimento".

Uma norma bem clarividente da Grande Loja Legal de Portugal/Grande Loja Regular de Portugal é o impedimento, em trabalhos maçónicos, de discussões políticas ou religiosas, como enfraquecedoras da coesão dos Irmãos nos seus trabalhos em Loja. Mas (e este "mas" não tem, aqui, o sentido de uma contraposição) sabemos que à Maçonaria, nas suas diversas e autênticas Obediências, repugna o silêncio violentador das vozes abafadas; e sabemos, também, que tem de exigir - a História o regista -, sendo Iniciática e Esotérica, um Estado de Direito, que não será inútil, como o fazem e fizeram alguns precavidos juristas, qualificar de Direito Justo. Por este Estado, ou pelo que de mais próximo houve, em cada época, lutaram os nossos maiores.

Por conseguinte, fora do trabalho maçónico, de esforço para a convergência, o Maçon tem de ser, na serenidade e na firmeza, um cidadão vigilante e um adversário dos que corroem, pelo desinteresse e egoísmo, o avanço social. O Maçon tem de estar atento a qualquer sinal denunciador de atentados à Liberdade, pois é a Liberdade condição do Indivíduo Social. O Maçon tem de estar atento às manifestações de autoritarismo intimidatório nos círculos que frequenta, nas sociedades em que participa, para assim defender a autoridade saneadora e a disciplina produtiva. Deste modo, propiciará o progresso das Comunidades como conjuntos solidários.
O Maçon é, por todas as razões que o levaram a essa qualidade, um participante da Polis, agregadora de Cidadãos. Lembro o severo veredicto de Aristóteles: o desinteressado da Política, da organização social é um não homem.

Perante a questão primordial da Liberdade integrante do Estado de Direito, o Maçon tem de ser, por princípio, proactivo, guardando a reactividade para acontecimentos emergentes que o atinjam inesperadamente. De facto, a observação da autoridade constituída não é acto inerte e implica dupla atenção: pode ter deixado de ser legítima e pode ter desmerecido o respeito da Sociedade.

A tolerância dos Maçons, que tanto é invocada, suscita-me um comentário, que advém do aviso contido no significado da palavra: tolerância quer dizer suportar de modo constante. Suportar deste jeito é possível com o fanático? Viajemos à origem desta palavra. Fanático é o que serve um templo de modo delirante, seja em que missão, tarefa, desempenho pessoal ou grupal for. A tolerância não pode transigir com o fanatismo.

Beneficiamos, hoje, do sacrifício, em muitos casos da própria vida, de muitos Maçons contra ignominiosas condições provocadas por humanos contra humanos, por dominadores sobre dominados, por passadista contra progressistas.

Lincoln e Franklin Roosevelt, o Marquês de Pombal, Jean Moulin, Pierre Mendès-France, Salvador Allende são casos de Maçons de excepção; pelas entregas totais às suas missões, pelo que fizeram pelos povos que serviam, podem-nos iluminar caminhos e servir de modelos.

Que o empolgante e belíssimo discurso do genial Chaplin, outro Maçon, no fim do seu filme "O Grande Ditador, realizado em plena força do Nazi-Fascismo, nos possa recordar, sempre, que a nossa luta deve continuar preocupada com a construção de uma sociedade mais justa, alicerçada em Estados de Direito. Estados que nunca mais ponham em causa o contributo maçónico para que o Homem se interprete melhor, conheça melhor o Mundo onde está, e aceite com naturalidade outros Mundos com os quais, estou em absoluto convicto, um dia contatará. Sob o supremo olhar do Grande Arquitecto do Universo, que nos enche o Espírito, os Templos e as casas onde nos abrigamos de Felicidade.

M:.G:. - A:.M:. - R:.L:.M:.A:.D:.

 Fonte: R:.L:. Mestre Affonso Domingues

sexta-feira, 22 de julho de 2016


Tesouro da Fraternidade

 

Não desprezes as pequeninas parcelas de carinho para que atinjas o tesouro da fraternidade.

Uma palavra confortadora.

O gesto de compreensão e ternura.

A frase de incentivo.

O presente de um livro.

A lembrança de uma flor.

Cinco minutos de palestra edificante.

O sorriso de estímulo.

A gota de remédio.

A informação prestada alegremente.

O pão repartido.

A visita espontânea.

Uma carta de entendimento e amizade.

O abraço de irmão.

O singelo serviço em viagem.

Um ligeiro sinal de cooperação.

 

Não é com o ouro fácil que descobrirás os mananciais ignorados e profundos da alma.

Não é com a autoridade do mundo que conquistarás a devoção real de um amigo.

Não é com a inteligência poderosa que colherás as flores ocultas da confiança.

Mas sempre que o teu coração se inclinar para um mendigo ou para um príncipe, envolvido na luz sublime da boa vontade, ajudando e servindo em nome do Bem, olvidando a ti mesmo para que os outros se elevem e se rejubilem, guarda a certeza de que tocaste o coração do próximo com as santas irradiações das tuas pérolas de bondade e caminharás no mundo, sob a invencível couraça da simpatia para encontrar o divino tesouro da fraternidade em plenos

céus. 

Emmanuel