terça-feira, 28 de abril de 2020


Eu sou a maçonaria


Tenho por objetivo tornar feliz a Humanidade, pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade e pelo respeito à autoridade e à religião!

Caríssimos Irmãos amigos, enquanto não compreendermos que Maçonaria é assimilação de conhecimentos e bom senso em ação, para entendê-la precisamos utilizar as ferramentas da mente arejada e coração aberto. Não existe um preparo, um vestibular, dotado de amplas explicações para ingresso na Ordem. Estamos passando aos não Iniciados (profanos) informações tímidas e desajeitadas.

E se me permito escrever isto, é porque aprendi a duras penas, nesses trinta anos de trabalhos incessantes na Maçonaria, a conhecer a minha própria indigência de conhecimentos.

Temos, antes de tudo, de compreender que nada sabemos. Então, estaremos, pelo menos, conscientes de nossa ignorância.

Mas, aprender com quem? Sozinhos, como autodidatas, tirando nossas próprias lições dos textos colhidos na Internet, confiantes nas luzes de outros que tateiam como nós, mas que estufam o peito de auto-suficiência e pretensão? Claro que não. Ao menos isso devemos saber. Temos de procurar fontes seguras, ensinamentos de pessoas sensatas, bem intencionadas, imbuídas da consciência de transmitir a Verdade e não fantasias fascinadas por mistificações grosseiras e evidentes, visando fazer adeptos.

Seria absurdo pensar que podemos dominar esse vasto acervo de conhecimento, de conceitos, através de simples leituras de textos levianos com que articulistas tratam de certos temas maçônicos, com uma falsa suficiência de arrepiar, lançando confusões ridículas no meio profano e maçônico. Temos de compreender que isso não pode continuar. Chega de arengas melosas, de auditórios basbaques, batendo palmas para palavreado pomposo. Nada disso é Maçonaria. Os articulistas, palestrantes e conferencistas Maçons precisam ensinar Maçonaria - que poucos conhecem - e para isso precisa primeiro, estudar, pesquisar e aprendê-la.

Precisamos de expositores didáticos, servidos por bom conhecimento doutrinário, que como num sacerdócio, sejam aptos a instruir sobre o sagrado. O ensino que é a educação e a cultura ou o sistema de conduta arduamente adquiridos em estudos e pesquisas para expor os temas fundamentais maçônicos, versam sobre os problemas essenciais do espírito maçônico: o sentido da vida e da História, o destino do homem, a significação do mundo, a liberdade, o bem e o mal. A doutrina não desce às aplicações práticas, mas permanece no plano dos grandes princípios.

A Maçonaria é depositária de doutrinas morais, religiosas e filosóficas. Por isto, são muito simples, por terem sido primitivamente destinadas a simples e incultos operários medievais.

Instituição social, a Maçonaria ensina as mesmas doutrinas morais da sociedade cristã ocidental; apenas repisa para que o comportamento de seus membros seja realmente exemplar. Por isto, dela se disse que é "uma ciência de moralidade", assegurando uma instrução maçônica que "a moralidade é a jóia mais preciosa de um Mestre Maçom".

Os seus ensinamentos transmitem-se através do simbolismo, e as interpretações dos símbolos sempre estarão ao nível intelectual e moral do Iniciado.

As doutrinas morais da Maçonaria são, pois, inculcadas nos membros da fraternidade, através de ensinamentos os quais, logo no começo, lembram a obrigação da bondade e os deveres do homem para com o seu próximo. Por isso, na idéia que da Maçonaria fazem os profanos, é que se trata de uma associação de homens ligados entre si por um vínculo particular. Uma instrução do Ritual de Aprendiz ensina: "Existem três grandes deveres que, o Maçom, é obrigado a gravar no espírito: os que se referem a Deus, ao nosso próximo e a vós mesmos".

O dever para com o próximo resume-se, desta forma, na conhecida sentença, antiga e universal: "Faça a outrem o que desejarias que te fizessem". O objetivo da Maçonaria, do ponto de vista moral, é, pois, de ver realizado ao máximo os ensinamentos de amor e auxílio mútuo entre os seus membros, que são as bases de uma verdadeira fraternidade, numa comunidade de sentimentos, de princípios, de escopos, que dão à Ordem todo o seu caráter social e moral. Assim, o escopo moral da Maçonaria baseado sobre o seu caráter social, é de fazer homens melhores; de cultivar o amor fraternal e de inculcar a prática de todas aquelas virtudes que são essenciais para a perpetuação de uma fraternidade.

Além de fazer aos outros o que desejaria que lhe fizessem, o Maçom, segundo os Antigos Deveres, é obrigado a obedecer à lei moral, a ajudar o desgraçado, a dar bom conselho àquele que erra, falar bem do ausente, observar a temperança, a suportar o mal com fortaleza de ânimo, a ser prudente na vida e na conversação, e a dispensar justiça a todos os homens.

Quanto às Doutrinas religiosas da Maçonaria, elas também são simples e evidentes por si mesmas e, não são obscurecidas pelas perplexidades da teologia intolerante, intransigente, permanecendo fora, na luz clara, inteligíveis e aceitáveis para todas as mentes.

Limitam-se elas na simples crença em Deus e no seu corolário natural da imortalidade da alma. As negações destes princípios preconizados pelas doutrinas religiosas da Instituição impedem a Iniciação maçônica. Assim, logo no começo da Iniciação, é perguntado ao candidato se deposita a sua confiança em Deus, e a série de iniciações, na Maçonaria Simbólica, "termina pela revelação do sublime símbolo de uma vida depois da morte e o ingresso na imortalidade".

As doutrinas morais e as doutrinas religiosas da Maçonaria são interdependentes. De fato, é necessário primeiro conhecer e sustentar a paternidade de Deus, antes de apreciar corretamente a fraternidade universal dos homens. A Maçonaria permite que homens de todas as religiões possam ser Iniciados sem para isso renunciar às suas crenças. Assim, longe de substituir as outras confissões deseja-se aproximá-las e conciliá-las, o que exclui a idéia de uma nova fé.

Na verdade, a Maçonaria não possui doutrinas filosóficas que lhe sejam próprias; a sua filosofia é a de todas as idades e de todos os povos em contínuo desenvolvimento, em perene evolução. Assim, por exemplo, o Aprendiz deve procurar saber de onde vimos; o Companheiro o que somos e o Mestre para onde vamos. Porém estas indagações constituem o eterno enigma da humanidade, toda ciência e toda filosofia as fazem também e procuram respondê-las.
O dicionário de Aurélio Buarque de Holanda define: “MESTRE – homem que ensina; professor; o que é perito em uma ciência ou arte; homem de muito saber”.


Colhemos na Internet o texto do Irmão Ray V. Denslow que apresentamos como se segue:

segunda-feira, 27 de abril de 2020


ANTES, PORÉM...

Você pede melhoras de saúde.
Antes, porém, socorra o enfermo em condições mais graves.

Você pede, em favor do seu filho.
Antes, porém, proteja a criança alheia em necessidade maior.

Você pede providência determinada.
Antes, porém, alivia a preocupação de outra pessoa, em prova mais contundente que a sua.

Você pede concurso fraterno contra a obsessão que o persegue.
Antes, porém, estenda as mãos ao obsidiado que sofre sem os recursos de que você já dispõe.

Você pede perdão pela falta cometida.
Antes, porém, desculpe incondicionalmente aqueles que lhe feriram o coração.

Você pede apoio à existência.
Antes, porem, seja consolo e refúgio para o irmão que chora em seu caminho.

Você pede felicidade.
Antes, porém, semeie nalgum gesto simples de amor a alegria do próximo.

Você pede solução a esse ou àquele problema.
Antes, porém, busque suprimir essa ou aquela pequenina dificuldade dos semelhantes.

Você pede cooperação.
Antes, porém, colabore a benefício dos que suam e gemem na retaguarda.

Você pede a assistência dos bons espíritos.
Antes, porém, seja você mesmo um espírito bom, ajudando aos outros.

Toda solicitação assemelha-se, de algum modo, à ordem de pagamento, que, para ser atendida, reclama crédito.

A casa não se equilibra sem alicerce.

Uma fonte ampara outra.

Se quisermos auxílio, aprendamos a auxiliar.

ANDRÉ LUIZ

quinta-feira, 23 de abril de 2020


DIVINO AVISO.

A luz do conhecimento que já atingiste, pode ser estendida à sombra dos outros.

O dinheiro que ajuntaste, pode ser amparo à necessidade dos semelhantes.

A fé que possuir, pode ser refúgio aos que desfalecem.

A doença que sofres, pode ser motivo de paciência, a valer entre os seres queridos por sustento moral.

A ofensa que recebeste, pode ser testemunho de humildade, confortando a todos aqueles que te partilham a experiência.

A hora de que dispões, pode ser trabalho a favor do próximo.

A palavra que falas, pode ser auxilio na luta alheia.

A atitude que tomes, pode ser diretriz do levantamento da caridade.

Ah, meu irmão da Terra!

Toda situação pode ser apoio à vitória do bem e todo serviço prestado ao bem é riqueza da alma, que malfeitores não furtam e que as traças não roem.

Escuta o relógio coração do tempo que te orienta o caminho – e o tempo, qual mensageiro da Eterna Sabedoria, te revelará, por fim, que o seu tique-taque, incessante e sempre novo tique-taque, é divino aviso da Vida, recomendando:

- Serve-serve, serve-serve!

ALBINO TEIXEIRA.

domingo, 19 de abril de 2020


Manoel de Barros: O Menino Que Carregava Água Na Peneira...
O Menino Que Carregava Água Na Peneira

Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino
que carregava água na peneira.

A mãe disse que carregar água na peneira
era o mesmo que roubar um vento e sair
correndo com ele para mostrar aos irmãos.

A mãe disse que era o mesmo que
catar espinhos na água
O mesmo que criar peixes no bolso.

O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.
A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio
do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores
e até infinitos.

Com o tempo aquele menino
que era cismado e esquisito
porque gostava de carregar água na peneira

Com o tempo descobriu que escrever seria
o mesmo que carregar água na peneira.

No escrever o menino viu
que era capaz de ser
noviça, monge ou mendigo
ao mesmo tempo.

O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.

Foi capaz de interromper o vôo de um pássaro
botando ponto final na frase.

Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.

O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor!
A mãe reparava o menino com ternura.

A mãe falou:
Meu filho você vai ser poeta.
Você vai carregar água na peneira a vida toda.

Você vai encher os
vazios com as suas
peraltagens
e algumas pessoas
vão te amar por seus
despropósitos.

Manoel de Barros BARROS, M. Poesia Completa. São Paulo: Leya, 2011.

sábado, 18 de abril de 2020


A Magia do Amor
Um executivo foi a uma palestra e ouviu um grande tribuno falar sobre o maior bem da vida que é a paz interior. Podemos tê-la em qualquer lugar, sozinhos ou acompanhados.
 
Pois o executivo resolveu fazer uma experiência. P
egou cinco belas flores e saiu com elas pela rua, em plena cidade de São Francisco, na Califórnia.
 
Logo notou que as cabeças se viravam e os sorrisos se abriam para ele.
 
Ch
egou ao estacionamento e a funcionária da caixa elogiou o seu pequeno buquê.
 
Ela quase caiu da cadeira quando ele lhe disse que podia escolher uma flor.
 
Segundos depois ele se aproximou de outra mulher, que não assistira à cena anterior, e ela falou do perfume que ele trazia ao ambiente. Ele lhe ofereceu uma flor.
 
Espantada e feliz com o inesperado, saiu dali quase a flutuar. Afinal, quem distribui flores perfumadas numa garagem pública quase deserta, num domingo, perto das 22 horas?
 
Completamente embriagado pela
magia daqueles momentos, ele entrou num restaurante.
Uma garçonete com ar de preocupação foi atendê-lo. Ele percebeu que as flores mexeram com ela.
Como se sentia com poderes especiais para fazer os outros felizes, depois das duas experiências anteriores, ele deu a ela uma flor e um botão por abrir e lhe disse que cuidasse
bem dele, pois, ao desabrochar, lhe traria uma mensagem de amor.
 
Dias depois ele voltou ao rest
aurante. A garçonete sorriu para ele com ar de quem tinha encontrado a fórmula da felicidade e falou: "a flor abriu. A mensagem era linda. Muito obrigada."
 
O executivo sorriu também. Sentia-se um mágico: com flores,
amor no coração e uma mensagem positiva, inventada ao sabor do momento, produzia alegria. Tão simples que até parecia irreal.
 
Na manhã seguinte, ele precisava abrir um portão para passar com o carro. Surgida nem se sabe de onde, uma sorridente mulher desconhecida que passava correndo o abriu e fechou para ele, espontaneamente.

Ele compreendeu que havia uma
harmonia universal ao seu dispor. Bastava que a buscasse. E recomenda: "tente você também, desinteressadamente. Dá certo e a recompensa é doce!"

        Livro: A Magia Amorosa de Divaldo Pereira Franco

sexta-feira, 17 de abril de 2020


BREVIÁRIO MAÇÔNICO - REENCARNAÇÃO

O retorno de um morto à vida, passado um período longo, para que não se confunda com Ressurreição, é fenômeno aceito exclusivamente por questão da fé. Simplesmente, o retorno da alma sem o corpo envolve conhecimentos profundamente esotéricos. Atuando nisso a razão, essa exige "provas". Os aspectos lendários das notícias de que uma alma retornou em outro corpo fazem com que se fortaleça a descrença. A reencarnação ou metempsicose ou palingénesia ou, finalmente, transmigração da alma, constitui conhecimento altamente mı́stico e que a humanidade, muito lentamente, está esclarecendo. Maçonicamente, um dos pontos básicos é a crença numa vida futura; ou seja, na "subida" da alma a paramos superiores. A maçonaria aceita a existência de um oriente eterno, onde as almas dos que morrem se localizam. A maçonaria aceita a fraternidade branca universal, ou seja, a presença e atuação dos maçons mortos junto aos maçons vivos. Essa aceitação, todavia, para o maçom, isoladamente, é facultativa.

Ir.·.RIZZARDO DA CAMINO

quinta-feira, 16 de abril de 2020

A Flor e a Fonte    



"Deixa-me, fonte!", Dizia
A flor, tonta de terror.
E a fonte, sonora e fria,
Cantava, levando a flor.

"Deixa-me, deixa-me, fonte!"
Dizia a flor a chorar:
"Eu fui nascida no monte...
"Não me leves para o mar".

E a fonte, rápida e fria,
Com um sussurro zombador,
Por sobre a areia corria,
Corria levando a flor.

"Ai, balanços do meu galho,
"Balanços do berço meu;
"Ai, claras gotas de orvalho
"Caídas do azul do céu!..."

Chorava a flor, e gemia,
Branca, branca de terror,
E a fonte, sonora e fria,
Rolava, levando a flor.

"Adeus, sombra das ramadas,
"Cantigas do rouxinol;
"Ai, festa das madrugadas,
"Doçuras do pôr do sol;

"Carícia das brisas leves
"Que abrem rasgões de luar...
"Fonte, fonte, não me leves,
"Não me leves para o mar!..."

As correntezas da vida
E os restos do meu amor
Resvalam numa descida
Como a da fonte e da flor...


Vicente de Carvalho     1923

terça-feira, 14 de abril de 2020


A ENCRUZILHADA DA MAÇONARIA
                                                                                                                              José Maurício Guimarães

Para reencontrarmos nosso caminho é necessário o convencimento de que nossa Ordem, a Maçonaria, é forte por si mesma: livre, independente e autônoma.

Se deixamos de fazer uso dessas características é porque outros "valores" se intrometeram em nossa dinâmica pelas mãos dos eternos caciques que tentam controlar tudo, e daqueles que, sob o disfarce de servirem a Maçonaria, vão construindo suas "candidaturas" (a palavra vem de "cândido, isto é, puro) ou garantindo um lugar ao sol dentro das Potências.

O único lugar ao sol existente na Maçonaria fica nos assentos entre as colunas, no Oriente ou nos altares, para aqueles capazes de contemplar a luz maior do Conhecimento simbolizada pelo Astro Rei, o bom e velho Sol. Os demais pertencem à classe dos satélites aventureiros.

Fazer Maçonaria não é falar grosso. É amar a sabedoria e buscar conhece-se a si mesmo. Maçonaria é caminho e maneira de vida e ensina melhor quem coloca o exemplo de vida acima do palavrório.

Pertencer à Maçonaria consiste num permanente vontade de saber e não na constante vontade de poder. A postura do maçom é a de respeito intelectual pela verdade e não na reverência cega diante dos políticos profissionais – as raposas – estejam elas entre nós ou no mundo profano.
Aprendizes e Companheiros: despertem para este fato, pois cada um de nós pode contemplar a realidade tal qual ela é, mesmo dentro das atuais limitações de conhecimento. O subjetivismo dos que tentam nos enganar acaba por deformar a instituição para atender aos interesses pessoais. Se não reagirmos, em breve teremos que reformar toda a Ordem para que o espírito da Maçonaria seja preservado puro e imaculado. É isso que desejamos?

Felizmente essa reação já se esboça entre as novas gerações de maçons que identificam tais manobras e resistem contra elas, seja apoiando as direções das Lojas e das Potências quando alinhadas com os objetivos da verdadeira Maçonaria.

Alguém poderá perguntar: MAS QUAIS SÃO OS VERDADEIROS OBJETIVOS DA MAÇONARIA? E eu só poderia responder: "Se você pergunta quais são, é porque ainda não aprendeu o suficiente sobre Maçonaria (ou talvez nem devesse ter se afiliado...)." – desculpem minha franqueza.

Eu é que não entendo essa necessidade urgente que alguns apontam para que a Maçonaria se curve diante dos (maus) representantes do povo ou busque se justificar perante a sociedade bajulando essa ou aquela religião.
As religiões têm força em si mesmas e não precisam do aval da Maçonaria; nem a Maçonaria carece da aprovação delas. Deve prevalecer o respeito mútuo. Nossa Ordem não é uma religião, e como tal respeita todas e reconhece o bom trabalho que estão realizando; mas somos reciprocamente livres, independentes e autônomos.

O mesmo se dá com a política: devemos votar conscientemente e eleger representantes dignos do mandato popular. Mas a Maçonaria não deve interferir na administração pública, assim como a política partidária não pode interferir na vida das Lojas e das Potências. Nossa aliança preferencial deve ser com o povo, com os cientistas sociais, as universidades e as instituições que apresentem um projeto ético e válido para "o bem estar da Pátria e da humanidade". Esta sim, é a boa política maçônica e profana para o século XXI.

Estou falando de uma nação e de uma instituição milenar, não de uma coisa transitória como um partido político e suas frágeis alianças. Nesse aspecto, nossa vista tem que se voltar vigilante para os ambiciosos caçadores de assentos na administração pública e – pior ainda – na administração da Maçonaria, vestindo a pele de cordeiro com a qual disfarçam sua fome voraz de lobos de avental. Prefiro os bodes.

O ano de 2016 coloca nossa Ordem à prova. Não só no país como no âmbito da Maçonaria muitos acontecimentos haverão de demonstrar de que lado estão os protagonistas que pretendem ser lembrados no futuro – e o futuro é agora.

O objetivo das democracias é que vivamos juntos, ajudando-nos mutuamente e sempre dizendo NÃO aos preconceitos e aos fatores que distanciam o povo maçônico de suas autênticas lideranças.

Não precisamos de cargos nem de posições elevadas para sermos dignos e respeitados.

Olhemos primeiro, para a vida profissional, social e familiar dos que pretendem falar "em nome da Ordem".

Esta é a lição do NÍVEL que devemos exercitar em 2016, pois a Maçonaria não será mais a mesma após decorrer este ano. 

Quem tem ouvidos ouça; quem tiver olhos, veja.

sábado, 11 de abril de 2020


Nas Horas mais Difíceis


Ainda quando te encontres caído sob o peso de grandes provações, levanta-te e caminha para a frente, cumprindo os teus deveres com fidelidade.

Ainda mesmo te sintas sozinho nas lutas de cada dia, não desertes do campo de batalha em que a vida te situa, atendendo às tuas necessidades evolutivas.

Ainda quando te percebas à beira do fracasso, semelhante a abismo que se escancare aos teus pés, não te creias sem forças para continuar, porquanto a Misericórdia Divina a ninguém desampara.

Ainda mesmo te vejas mergulhado em tristeza, qual se a própria existência carecesse de sentido aos teus olhos, deixa que a esperança prossiga te embalando os sonhos de felicidade.

Ainda quando te observes incompreendido pelos afetos mais queridos da alma, silencia e espera, aprendendo a renunciar agora para conquistar depois.

Ainda mesmo te consideres perdido no estranho labirinto dos problemas engendrados pela tua invigilância, não te entregues ao desespero, pedindo aos Céus que te auxiliem a solucioná-los com dignidade.

Haja o que houver e estejas como estiveres, não te precipites em tuas decisões, de vez que é nas horas mais difíceis que tens oportunidade de provar a ti mesmo o valor da própria fé.

Irmão José

sexta-feira, 10 de abril de 2020


VOCÊ ESTÁ ACAMADO?

Todos reconhecem o desconforto da prisão no leito, no entanto, a irritação piora qualquer doença.

- A dor sufoca-lhe as esperanças?

O consolo da prece é medicamento para todos os males.

- A confiança na cura foge-lhe ao coração?

Nem médicos ou familiares podem garantir-lhe a melhora que nasce, espontânea, no íntimo de você mesmo.

 - A revolta envenena-lhe a alma?

A Terra só é vale de lágrimas para os olhos do pessimismo.

-A morte ronda-lhe os pensamentos?

Passagem para a Espiritualidade, caminho de todos.

 - O destino dos filhos ensombra-lhe as horas?

A herança mais valiosa é o exemplo do amor à Providência Divina, através das obrigações cumpridas.

- Saudades aflitivas laceram-lhe a memória?

A mente é a nossa primeira farmácia.

- Sente remorso, à vista de antigos passos?

Homem algum na Terra pode gabar-se de santo.

- Seus lábios já não mais sabem sorrir?
Recorde que os enfermos otimistas e alegres amparam caridosamente quem os visita, estimulando-lhes a coragem.

Guarde a certeza de que se a luz do Evangelho é força no coração e brilho na consciência, a saúde está perto e todos os prognósticos são favoráveis ante o Grande Futuro.

ANDRÉ LUIZ.


A NEGAÇÃO DO IMPOSSÍVEL.
  
O Excelso Criador consubstancia a Possibilidade Infinita para todas as direções, em qualquer setor de trabalho.

Toda edificação aparentemente inexequível aos nossos olhos é obra viável desde que atenda às normas das Leis que nos garantem a liberdade no rumo do Bem Eterno.

Daí o imperativo justo de nos conservarmos fiéis aos compromissos e deveres identificados em nosso passo, confiantes na Sabedoria infalível que nos concede isso ou aquilo conforme a intenção que nos guia impulsos e a perseverança que demonstremos no serviço a fazer.

Não nos cabe indagar quanto ao futuro sem abraçar as tarefas que o presente nos descortina.

Imperioso permanecer em ação, preservando a consciência à luz da esperança, sempre que dificuldades e empecilhos nos enriqueçam o aprendizado, ampliando-nos o entendimento da Vontade Superior para executar-lhe os desígnios.

Somos chamados à irremovível certeza na vitória da Providência, que nos brinda incessantemente com o melhor para as nossas almas, segundo o melhor que oferecemos aos semelhantes.

Sintonizados com a Direção da Vida, nossas fronteiras do possível alcançam os continentes do Ilimitado.

 Deus é a negação do impossível, por isso, disse Jesus:

 - “As coisas que são impossíveis aos homens, são possíveis a Deus”.

Resta-nos, assim, agir com serenidade, relegando ao esquecimento os pruridos de inconformidade que nos despontem no coração, buscando elastecer o rendimento dos próprios atos, na sementeira do bem, porquanto o Pai de Justiça e de Amor, vela por todas as criaturas na onisciência perfeita e na infinita bondade.

Antes a doença, confia.
Frente ao fogo da provação, acalma-te e pensa.
Ante o transe difícil, pondera.
O auxílio superior surge sempre.

Estuda a razoabilidade dos teus temores, à face das próprias atividades e reconhecerás, a breve tempo, que bastas vezes, onde julgamos estar o infortúnio suscetível de trazer-nos desespero e falências, sintuam-se-nos a incompreensão ou a teimosia que nos impelem simplesmente a fugir do bem que nos procura do Alto.

AUGUSTO SILVA, psicografia de Francisco Candido Xavier.

quarta-feira, 8 de abril de 2020


Quem são os inimigos básicos da Maçonaria? 

Os inimigos da Maçonaria não são nunca os homens, são os conceitos, as idéias que se opõem ao progresso. Os inimigos são o fanatismo, a ignorância, a ambição; e é contra estes inimigos que continuamente luta a Maçonaria.

Neste início do século XXI podemos observar como de diferentes formas estes inimigos continuam operando. A sociedade ocidental está fazendo especial ênfase nestes valores negativos e continua fazendo que o “homem seja o lobo do próprio homem”  realizando afirmações tais como as que assinalam a existência de um eixo do mal e por tanto, a existência de seres possuidores da bondade e outros da maldade.

O PRIMEIRO INIMIGO, os fundamentalistas de determinadas confissões políticas e/ou religiosas, os fanatismos que fazem que só eu seja o possuidor da verdade e ninguém mais; estes fanáticos se comportam com total falta de liberdade real, já que seu objetivo é que exista um pensamento único, e que todo mundo veja através da forma que eu apresento, já que eu estou com a verdade absoluta cada vez mais presente.

O SEGUNDO INIMIGO, que continua vigente neste século é a ignorância. Parece até um pouco paradoxo esta afirmação, mas temos elementos que nos permitem sustentar esta afirmação. O feito de que as tecnologias avançaram, de que a comunicação seja muito rápida, de que podemos utilizar Internet e nos colocar em contato imediato com todo o mundo, poderá dar lugar a pensar que há diminuído o nível de ignorância mas pelo contrário, isto tem feito aumentar já que se pensa menos, se tenha menos critérios, seja menos livre a maneira de analisar e pensar. Como prova disto, encontramos analisando os diferentes meios de informação e de comunicação, vemos que cada vez estão mais globalizados, são mais idênticos, e com isto se produz uma menor capacidade de pensamento; podemos observar também uma formação acadêmica muito mais fechada, mais tecnocrática e com menor capacidade criativa individual.

Possuímos uma grande massa de informações, mas nela pairamos superficialmente, sem nos determos na sua essência.

Hoje estamos muito longe de conseguir aquilo que se alcançou na primeira metade do século XX e por isso a ignorância vai aumentando e a medida que ignorância aumenta os problemas fazem que o desenvolvimento humano se estanque.

O TERCEIRO INIMIGO, para não entrarmos em outros tantos, se traduz pela ambição,  o fenômeno mais característico da civilização ocidental no final do século XX e princípios deste século. A ambição marca uma pessoa não pelo o que é, senão pelo o que tem; o importante é o triunfo social, é mais importante a competitividade, o consumismos, o que eu possa comprar e quanto mais coisas possa eu adquirir mais importante serei. A concorrência entre os seres humanos nos faz não solidários com o ser que está a nossa frente, pois deverei combatê-lo para que eu possa triunfar. Estamos novamente, diante daquilo que nossos antepassados já consideravam como o grande problema,  e pelo qual fizeram evoluir uma Instituição como a nossa.

Nesta época em que se está impondo o pensamento único e a globalização que servem para que o ser humano seja menos livre, aumentam as desigualdades e se incrementa a não solidariedade, os valores que nós defendemos são a antítese de estes valores negativos que se vão estendendo em nossa cultura.

Diante dos fanatismos a tolerância, é admitir o que é diferente, aceitar que outro possa pensar de forma distinta a nossa, admitir que ninguém possui a verdade absoluta, e que as diferentes formas de ver, são facetas e caras de uma verdade absoluta que cada um observa e que as vezes como faces opostas de uma mesma figura, poderia nos parecer que são antagônicas quando na realidade não são.

Esta tolerância que nos permiti aceitar o diferente, o estranho, que nos possibilita conhecer melhor a outra pessoa e quando melhor conhecermos as pessoas teremos menos racismo e menos xenofobia, fatores que tem peso importante em nossa sociedade. Este é sem dúvida, um valor importante, que devemos de forma profunda compensar, diminuir e anular com nossos exemplos e nossas ações nos círculos em que nós vivemos, os males que o fanatismo possui.

Diante da ignorância, o conhecimento, o conhecimento pessoal, o conhecimento enriquecedor, o conhecimento que permitirá que o ser humano seja capaz de possuir critérios próprios, de possuir parâmetros que o permitam analisar se aquilo que vê, ou aquilo que lhe dizem, reúne ou não condições e os valores que o querem transmitir. Atualmente, em algumas ocasiões parece que o mais importante é negar uma realidade, já que desta forma faz com que a mesma não exista. É necessário que fomentemos ao máximo o conhecimento, a compreensão e que voltemos aos valores da educação de extrair de cada um o melhor que disponha e de conduzi-lo a níveis mais elevados.

Diante da ambição e da não solidariedade, a solidariedade, o amor fraterno, a fraternidade ou irmandade geral, para lutar precisamente contra os valores mais característicos destes tempos, e que se implantaram na metade dos últimos 50 anos, do século passado, nas sociedades mais desenvolvidas e cujo expoente ficava perfeitamente claro em um texto de psicologia intitulado “Os escaladores da pirâmide”. No qual se explica o que cada um deve fazer para atingir o cume desta pirâmide social onde uma série de indivíduos tentam ascender a mesma pelas suas diferentes faces e a tarefa que temos é tirar os que estão em cima e derrubar os que vem de baixo, para que não nos alcancem. Esta é a antítese da solidariedade, a antítese do amor fraterno e a antítese desta situação, por tanto é uma valor importante.

Na declaração de Lausanne de 1995 os Supremos Conselhos, definiram que é missão da Ordem a propagação e a defesa da liberdade de espírito nos limites da lei Moral para o bem do conjunto dos seres humanos.

Na atualidade se está vendo em todas as partes fundamentalistas de todas as tendências tratando a fé de afogar a liberdade dos homens abaixo de um jugo de terror, o que bastaria para justificar plenamente a necessidade da persistência de nossa Instituição.

Neste sentido queremos dizer quais sãos as perspectivas da Maçonaria para este SÉCULO:
Tem sentido, ou está antiquada, uma coisa para “velhos” ou nostálgicos?

Acreditamos que existe um sentido básico. Não é uma ONG, não é uma seita, não é uma religião, é um forma de moral pessoal com projeção externa que defende valores que continuam vigentes, por tanto, pensamos que se sabemos explicar esta vigência de valores, explicando como no início a respeito da tirania, ou em relação com o absolutismo das monarquias que existiam no século XVIII e no século XIX, com uma configuração atual que apresentam estes inimigos seculares da Maçonaria, ela tem um porvir positivo e progressista. Somos otimistas quanto ao futuro. Se nos convertermos em uma ONG, seguramente não teremos futuro, existem pessoas que fazem melhor do que poderemos fazê-lo. Se unicamente nos dedicarmos a fazer uma espécie de psicodrama entre nós, sem nos aprofundar nos princípios esotéricos, nos simbolismos e na tradição iniciática que já dissemos vem de muito longe, também perde interesse e então se terá pouco futuro. Pensamos que se mantendo os princípios basilares e mantendo as raízes que por sua própria transmissão, desde feitos muito antigos, raízes básicas e profundas, aí teremos um futuro esperançoso que desejamos atingir à Maçonaria, e esplendoroso século XXI, e basicamente que a nossa Instituição seja para melhoria da Humanidade.

E, finalizando gostaríamos de assinalar a importância que tem nossas reuniões em Loja, pois a Maçonaria é uma espécie de escola de forma multidisciplinar na qual o fato da reunião ir ao seio de suas Lojas, a Irmãos de diferentes procedências, aptidões e conhecimentos, forçosamente faz que cada um de seus membros possam extrair algumas conclusões:
  • A primeira das quais de forma indubitável é a que não só nós temos uma idéia senão que os outros Irmãos possuem idéias; que se os outros podem aprender com nossas idéias, nós também podemos aprender deles e que o conjunto de cada um se manifesta, o conjunto dos conhecimentos dos diferentes Irmãos na Loja faz que sejamos muito mais enriquecidos e que o todo que cada um leva é sempre maior que a soma das partes.
A necessidade de implantar novos valores, valores transcendentes, valores que superam os próprios aspectos humanísticos. Tendo em conta os aspectos transcendentais que dá sentido a nossa Instituição e que devemos fazer com que a tradição própria da Maçonaria, se mantenha, apesar das mudanças que as vezes possam se parecer necessárias.

Pensamos que a sociedade, especialmente a mais jovem, começa a demandar a existência de instituições que dêem valor a estas tradições, e que não encontram comumente. Talvez, por este motivo sem que possamos explicá-lo normalmente, muitos estão procurando instituições alternativas, ONG’s, e em outras filosofias não dentro da nossa tradição, e sim em outras culturas, como por exemplo as orientais. Mas é evidente, que existe um núcleo importante de jovens que se dirigem a este sentido e quando encontram alguma coisa que reúna esta condições se comprometem com as Instituições que venham a participar.

Cabe-nos receber e orientar esses jovens. E aqui a importância de recebê-los com todo o amor fraterno que possamos ter.

Não temos dúvida que a Maçonaria tem e terá sempre todo o futuro.

José Antônio Prates Jr. - M\M\