quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Carta de Abraham Lincoln


Abraham Lincoln

Carta de Abraham Lincoln enviado ao professor de seu filho, em 1830:

Caro professor, ele terá de aprender que nem todos os homens são justos, nem todos são verdadeiros, mas, por favor, diga-lhe que, para cada vilão há um herói, que para cada egoísta, há também um líder dedicado, ensine-lhe, por favor, que para cada inimigo haverá também um amigo, ensine-lhe que mais vale uma moeda ganha que uma moeda encontrada, ensine-o a perder, mas também, a saber gozar da vitória, afaste-o da inveja e dê-lhe a conhecer a alegria profunda do sorriso silencioso, faça-o maravilhar-se com os livros, mas deixe-o também perder-se com os pássaros no céu, as flores no campo, os montes e os vales.

Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais que a vitória vergonhosa, ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra todos.



Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros, ensine-o a nunca entrar no comboio simplesmente porque os outros também entraram.


Ensine-o a ouvir todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho, ensine-o a rir quando estiver triste e explique-lhe que por vezes os homens também choram.


Ensine-o a ignorar as multidões que reclamam sangue e a lutar só contra todos, se ele achar que tem razão.

Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço, deixe-o ter a coragem de ser impaciente e a paciência de ser corajoso.




Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens.

Eu sei que estou pedindo muito, mas veja o que pode fazer caro professor.

Autor: Abraham Lincoln, 1830

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

ACASO


ACASO

"Cada um que passa em nossa vida,
passa sozinho, pois cada pessoa é única
e nenhuma substitui outra.
Cada um que passa em nossa vida,
passa sozinho, mas não vai só
nem nos deixa sós.
Leva um pouco de nós mesmos,
deixa um pouco de si mesmo.
Há os que levam muito,
mas há os que não levam nada.
Essa é a maior responsabilidade de nossa vida,
e a prova de que duas almas
não se encontram ao acaso. "

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Vale a pena ser Maçom?

O maçom Luiz em fala à Luz da Ordem.

Vale a pena ser Maçom?
A Maçonaria oferece momentos de raro prazer aos seus membros. Fazer parte do quadro de uma Loja é integrar e interagir no seu dia-a-dia com outros membros. Vale a pena ser Maçom pelo fato de alargar-se o círculo de amizades... passamos a ser considerados iguais por pessoas que, se não fôssemos Maçons, nunca com elas manteríamos contato.
Não se pretenda ver a Maçonaria como um clube de serviços ou uma sociedade de assistência mútua ou destinada a prestação de serviços comunitários. Podemos dizer que “Ela” faz tudo isso e muito mais, mas não com finalidade específica... é meio e não fim.
As trocas de favores existentes entre Maçons, não são obrigatórias ou próprias dos Maçons. Em qualquer coletividade constata-se a troca de favores entre os seus componentes.
O Maçom por juramento deve prestar, sempre que preciso, ajuda aos seus Irmãos. Entretanto, não está obrigado a levar tal obrigação às raias do sacrifício pessoal. Principalmente quando os pedidos contrariam as leis, e até mesmo os princípios morais e esses, com veemência, são repelidos, haja visto que nenhum Maçom é permitido agir contrariamente à moral e aos bons costumes. Em princípio, tudo aquilo que se exige ao ingresso em qualquer outra instituição: respeito aos seus estatutos, regulamentos e acatamento às resoluções da maioria, tomadas de acordo com os princípios que as regem; amor à Pátria, respeito aos governos legalmente constituídos, acatamento às leis do país em que se vive, etc.. e, em particular: à guarda do sigilo dos rituais maçônicos; a dedicação de parte de seu tempo para assistir as reuniões maçônicas; a prática da moral, da igualdade e da solidariedade humana, da justiça em toda a sua plenitude. Objetivando-se ampla base de entendimento entre os homens com a finalidade de evitar que sejam divididos por pequenas questões da vida civil, é considerado ato contrário ao direito, dentro da instituição, as discussões partidárias de política e religião.
Em que pese a banalização da Ordem, criada por uma vocação prejudicial de se primar pela “quantidade” e não pela “qualidade”, ainda assim, nas peneiras sucessivas pelas quais passam os maçons em sua trajetória dentro da Ordem, ficam retidos alguns Irmãos que são, na verdade, a grande estrutura de sustentação da Instituição. Este processo de transformação não ocorre de forma isolada e nem tão pouco instantaneamente, mas de forma gradativa, perceptiva, a partir da assinatura do requerimento e culminando com o ingresso na Ordem Maçônica.
Vale a pena ser maçom! É muito bom ser Maçom! Desde que não seja apenas um “sócio” e que a ela não se tenha entrado com intenções de proveito próprio.
Ir.`. Evandro Azevedo Buruty
Extraído do “O UNIFICADOR”, fevereiro de 2011.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Carlos Drummond de Andrade


Carlos Drummond de Andrade

JOSÉ

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde?
Carlos Drummond de Andrade

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Fernando Pessoa e a Maçonaria

Fernando Pessoa
Fernando Pessoa e a Maçonaria


         "Não sou maçom, nem pertenço a
Qualquer outra ordem semelhante ou diferente.
Não sou, porem, antimaçom, pois o que sei
do assunto me leva a ter uma
idéia absolutamente favorável
da Ordem Maçónica”
As relações de Fernando Pessoa com a Maçonaria, se não foram ideais, em muito se aproximaram disto. É notório o seu interesse, quando na ocasião da defesa que faz, em “Maçonaria”, inserida nas “Ideias Filosóficas”, escrita quando um deputado português propõe a perseguição e sanções junto à Assembleia Nacional, de todos os membros maçons:
“Posso hoje dizer, sem que use de excesso de vaidade, que pouca gente haverá, fora da Maçonaria, aqui ou em qualquer outra parte, que tanto tenha conseguido entranhar-se na alma daquela vida, e portanto, e derivadamente, nos seus aspectos por assim dizer externos”.

Por ser a Maçonaria uma associação não-religiosa, e portanto de carácter não-doutrinário, visando apenas ao aspecto da fraternidade e ao aprofundamento em estudos filosóficos, ela encontrará em Fernando Pessoa um admirador que a somará aos jogos metafóricos de sua obra, conforme podemos verificar no poema “Do Vale à Montanha”:
Do vale à montanha,
Da montanha ao monte,
Cavalo de sombra,
Cavaleiro monge,
Por casas, por prados.
Por quinta e por fonte,
Caminhais aliados.
Do vale à montanha,
Da montanha ao monte,
Cavalo de sombra,
Cavaleiro monge,
Por penhascos pretos,
Atrás e defronte,
Caminhais secretos.
Do vale à montanha,
Da montanha ao monte,
Cavalo de sombra,
Cavaleiro monge,
Por plainos desertos
Sem ter horizontes,
Caminhais libertos.
Do vale à montanha,
Da montanha ao monte,
Cavalo de sombra,
Cavaleiro monge,
Por ínvios caminhos,
Por rios sem ponte,
Caminhais sozinhos.
Do vale à montanha,
Da montanha ao monte,
Cavalo de sombra,
Cavaleiro monge,
Por quanto é sem fim,
Sem ninguém que o conte,
Caminhais em mim.
24/10/1932
Movimento interior, de percurso iniciático, de algum processo que se está dando na alma do poeta, e de que o vale e a montanha, o cavaleiro e o cavalo são fontes de referência.
Vale: usa-se para definir o lugar de instituições maçónicas, é um acto de humildade e verdade que a Ordem seguiu para indicação superior. É a definição da baixa qualidade da iniciação que ela ministra, em relação à alta iniciação, nas altas Ordens, referente sempre a uma montanha.
Movimento vale-montanha: É um movimento iniciático com uma simbólica específica, maçónica de gradação de “estados”.
Busca: é a ‘Palavra Perdida”.
Cavaleiros: são adeptos, os iniciados que procuram a "Palavra Perdida".

[Adaptado de um texto publicado em partes nas versões impressas de Poiésis - Literatura, Pensamento & Arte, nº 154, 155 e 156, janeiro a março de 2009]
Fonte:

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

As Ferramentas do Grau de Aprendiz

Esquadro

Maço

Cinzel
As Ferramentas do Grau de Aprendiz
Escrito por A Jorge

Introdução

Quem é o aprendiz? O aprendiz é a pedra bruta que foi escolhida na pedreira para ser desbastada e se tornar uma pedra de forma cúbica. A pedra bruta representa a natureza humana no estado primitivo, ainda bruta, rude, rústica, não trabalhada, imperfeita e cheia de arestas. É a imagem do homem sem introdução, com defeitos, vícios e paixões.
O aprendiz é simbolicamente comparado à pedra bruta antes de ser instruído nos mistérios maçônicos, devendo estudar para adquirir o simbolismo do seu grau, sua aplicação e interpretação filosófica. Deverá trabalhar constantemente para aperfeiçoar-se assimilando novos conhecimentos e consequentemente buscando auto conhecer-se, aparando as arestas do seu espírito.

Como maçom, desenvencilhando-se dos defeitos e paixões, para se tornar pedra cúbica ou polida e concorrer à construção moral da humanidade que é a verdadeira obra da maçonaria. Quando conseguir desbastar a pedra bruta, o aprendiz terá vencido a primeira batalha da sua carreira templária, vencendo a si mesmo e desfraldando a bandeira de sua evolução interior sem perder de vista aquele fosco pedaço de granito e com o fito de diminuir as suas imperfeições, o neófito se propõe a descobrir, de vez, seus defeitos, suas fraquezas seus deslizes e suas vaidades.
Identifica-se, então, com o período de lapidação do seu ego, adaptando-se melhor aos costumes observados nas reuniões de seus irmãos e vai tornando-se mais puro e mais apto para pugnar pela felicidade do gênero humano. É para realizar esta tarefa que ele trabalha com as ferramentas do aprendiz.
As Ferramentas

As ferramentas do aprendiz são três:
O esquadro,
o maço e
o cinzel.

O esquadro serve para verificar a exactidão dos ângulos retos da pedra cúbica. Além disto, o tem um significado simbólico muito importante:
O esquadro é um quarto de cruz, justa posta a outros três, formam uma cruz. Jesus na cruz, representa Deus no aspecto material na terra. Esotericamente representa a matéria ou o corpo físico.
O esquadro simboliza a equidade, a justiça, a retidão de caráter. A retidão é a qualidade do que é reto, tanto no sentido físico, quanto no moral ou ético.
Assim, a retidão física evidente no corpo do esquadro corresponde simbolicamente à retidão moral, caracterizada pelas ações que estão de acordo com a lei, com o direito, com o dever, e pela intenção de segui-los retamente, sem desviar da direção indicada pela equidade.
Graças a isso é que o esquadro é a jóia-símbolo do V:. M:. por que um M:., elevado ao cargo de dirigente máximo de uma L:., deve manter-se inflexível no cumprimento do seu dever e ter sempre em alta o sentido de equidade, ou seja, de igualdade entre todos os seus II:., perante a lei e o direito.
Como tiramos a imperfeição da pedra bruta?
Utilizando o maço e o cinzel.
O maço e o cinzel são imprescindíveis para transformar a P:. B:. em P:. C:., que, no entanto sempre estará longe de ser perfeita. O maço é o símbolo da vontade de trabalhar. Esta vontade, guiada pela inteligência, habilita-nos a desejar o bom e o justo, impulsionando-nos à ação. O maço representa a força de vontade necessária para dominar as paixões e submeter à vontade de Deus.

O cinzel representa a inteligência, pois é o cinzel que direciona a força do maço rumo às imperfeições da P:. B:.. Só a força não consegue tirar com perfeição os defeitos da mesma. È necessário que o cinzel encaminhe esta força ao ponto exato e arranque, com sua ponta contundente, a imperfeição percebida pelo aprendiz. O cinzel significa o livre arbítrio que é dotado o homem, manifestando-se nele na proporção do seu desenvolvimento espiritual. O homem se comporta de acordo com as concepções formadas em seu coração, e recebe o fruto de seus pensamentos e de suas ações.
Este é o trabalho do aprendiz para se transformar de P:. B:. em P:. C:.. Estas são suas ferramentas e suas aplicações.

Texto de Autor Desconhecido

Bibliografia
O Aprendiz de Maçom - Assis de Carvalho - Ed. A Trolha
Curso de Maçonaria Simbólica - Theobaldo Varoli Filho - Gazeta Maçônica
Cartilha do Aprendiz - José Castelani
Maçonaria, um Estudo Completo - Júlio Doin Vieira

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Porque se vai à Loja


Rui Bandeira
Porque se vai à Loja
A pergunta sobre as razões porque os maçons vão à Loja, gastando tempo que, não fora essa utilização, dedicariam à sua família, ao lazer ou a outras atividades a que se dediquem, tem tantas respostas quantos os maçons. Em boa verdade, cada um tem as suas razões para ir à Loja.
Uns vão em busca do conhecimento, dos ensinamentos que a Maçonaria proporciona.
Outros buscam o convívio, rever os seus Irmãos, com eles estar e partilhar um ágape, em amena cavaqueira.
Outros ainda procuram na Loja a estrutura que corresponde aos seus anseios de serem úteis à Sociedade e aos seus semelhantes, utilizando a Loja como meio de enquadramento da sua vontade de devolver à Sociedade um pouco do que esta lhes proporciona.
Também há os que vão à Loja simplesmente cumprir o seu dever de maçons, assegurarem o cumprimento das obrigações que assumiram, efetuar as tarefas cuja execução assumiram.
Há também aqueles que, na Loja, no seu espaço, nos seus símbolos, no seu ritual, encontram espaços e tempos de comunhão com o Divino, com o Transcendente.
E existem também aqueles que anseiam por uns momentos de simples e pacata Paz, que procuram a companhia de seus Irmãos e a sua estada no espaço do Templo com confiança, encontrando um oásis de segurança e comunhão, que os compensam das agruras, dos desafios, da tensão da sua vida do dia a dia.
E outros buscarão coisas e estados e espaços diferentes.
O que a Loja tem afinal, de extraordinário é uma infinita capacidade de proporcionar a cada um o porto de abrigo, o espaço de segurança, o caminho de busca, o tempo de convívio, a estrutura de atividade ou contemplação ou investigação ou busca que cada um necessita.
O que, no fundo, a Loja é, é um espaço de suprema Liberdade e Tolerância, em que cada um pode realizar-se e deixar os outros realizarem-se, cada um à sua maneira e segundo as suas características e necessidades. É um espaço de cooperação, em que cada um contribui para a realização e melhoria dos outros, beneficiando ele próprio do contributo dos demais. É um ponto de encontro, simultaneamente ponto de partida e encruzilhada de variegados interesses individuais, que constituem um rico interesse coletivo. É a bissetriz do individual e do coletivo, de tal forma equilibrada que permite que ambos cresçam e cooperem e mutuamente se alimentem. É, em suma, a Utopia possível, a concretização do inconcretizável, equilíbrio instavelmente estável de múltiplos interesses e egoísmos, numa matriz que a todos enquadra satisfatoriamente. É um delicado bordado de mil linhas e infinitas cores, executado por inúmeras mãos, extraordinariamente resultando numa harmoniosa composição. É tudo isto e ainda mais o que cada um quiser, desde que respeite os interesses e anseios dos demais e do conjunto por todos constituído.
Esta singular plasticidade da Loja faz dela um duradouro cimento que une homens de diferentes temperamentos, de diversas gerações, de divergentes culturas, de separadas religiões, de conflitantes convicções, gerando laços de solidariedade e confiança que imutavelmente duram há centenas de anos.
É por isso que sempre se marca bem, sempre da mesma forma, sempre com o mesmo ritual, a abertura dos trabalhos, delimitando invisível, mas sensivelmente o espaço e o tempo e a cumplicidade da Loja e dos seus elementos em relação a tudo e a todos que lhes é exterior. É por isso que, findos os trabalhos, de novo, sempre e da mesma forma, se executa um ritual de encerramento, que marca o fechar e preservar desse espaço e tempo e cumplicidade próprios e exclusivos, preparando cada um para voltar a atuar no mundo exterior, só que mais forte, mais sabedor, mais capaz de ver beleza onde o olhar comum nada de especial vê.
A Loja é um espaço onde cada um dá o que pode e vai buscar o que necessita.
É por isso que cada um sabe por que vai à Loja e, afinal, existem tantas razões para um maçom ir à Loja como maçons existem à face da Terra.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O TRABALHO MAÇÔNICO E A ESPIRITUALIDADE

As Sete Virtudes Cardeais de um DeMolay

O TRABALHO MAÇÔNICO E A ESPIRITUALIDADE
Uma Loja maçônica, que pode simbolizar o mundo, o universo em que vivemos, é uma plataforma que permite o crescimento do maçom, o seu desenvolvimento espiritual assim como a sua elevação ética e moral. Uma plataforma, que quando utilizada de forma correta, de coração aberto e em verdade, permite ao indivíduo aperfeiçoar-se e crescer, em suma, tornar-se um homem melhor e mais apto, livremente responsável, que, partilhando um desígnio com os Irmãos, se aperfeiçoa e aperfeiçoa o meio onde se insere, á sua dimensão.
O trabalho maçónico, para mim, claro está, tem como objetivo tornar o mundo melhor. Isto parece um objetivo vago e inalcançável, que tudo permite dizer e nada diz. Porém, é minha convicção que é mesmo isto que fazemos todos os dias.

Uma L.’. Maçónica tem por obrigação ser uma escol dos melhores de uma comunidade, mais capazes e mais aptos a fazer esse mesmo trabalho, o de potenciar o cumprimento dos homens, desbastando a pedra em bruto, aperfeiçoando-se e realizando-se na sua plenitude, contribuindo então para deixar o Mundo um sitio melhor do que era quando cá chegámos. Um primado da Razão e da Filosofia, da bondade Moral e Justeza das ações.

Com os pés no chão, com a certeza de que não resolveremos os problemas todos, nem mesmo muitos ou alguns, apenas aqueles que conseguirmos depois de a isso nos dispormos.

Esse trabalho faz-se mudando os homens, que através do crescimento espiritual e cultural, vão, a pouco e pouco, alterando a sua forma de interagir com a comunidade onde se inserem. Crescendo e aperfeiçoando-se, o maçon muda para melhor, estou em crer, mesmo que inconscientemente, o mundo que o rodeia. Do somatório puro e simples do aperfeiçoamento dos maçons, observamos uma transformação na sociedade, quer tenhamos ou não disso noção. Um processo que se apresenta como profundamente individual assume então a sua generosidade. O trabalho do maçom é aperfeiçoar-se em L.’.. E como é que isso acontece? Esse é o trabalho da L.’., há luz dos códigos de elevação moral e espiritual, onde o Ritual assume um papel preponderante, tornar homens bons melhores, dispostos a preparar o futuro e construir o presente á luz dos ideais maçônicos. Para isso deve ter a L.’. um critério rigoroso de escolha dos seus candidatos, sob pena de se transformar num clube de amigos que transferimos do mundo profano, desprovido de sentido.

Os candidatos devem ser convidados á luz das características dos seus talentos, para que possam ser uma mais valia para o trabalho que está na gênese da Maçonaria e é a sua razão de existir. E porque talentos por si não valem nada, é aqui que os potenciamos e aprendemos que o que conta é o que com eles realizamos, à luz de um código de moralidade e de valores que escolhemos livremente e em consciência para nós.

Estes homens que descrevo têm de ser capazes de conceber o Divino; o Indizível; de sonhar; de terem visão; de terem a Força, a Sabedoria e o desprendimento de se entregar a projetos aparentemente impossíveis, utópicos e belos; têm de conceber a fraternidade leal fruto da partilha do Desígnio. Porque é disso que falamos, de uma escol de Cavaleiros, que foram Cavaleiros da Terra, depois Cavaleiros do Mar e hoje Cavaleiros do Mundo. Essa dimensão espiritual é a sua característica mais importante. Que passo a explicar como se me apresenta hoje.

Entendo que a espiritualidade é uma dimensão indissociável da condição humana, mais do que o bem exclusivo de Igrejas, Religiões ou Escolas de pensamento. Na prática, fala-se de Espiritualidade para a parte da vida psíquica, fruto da inteligência humana, que nos parece mais elevada: aquela que nos confronta com Deus ou com o absoluto, com o infinito ou com o todo, com o sentido da vida ou a falta dele, com o tempo ou com a eternidade, com a oração ou o mistério. Temos a felicidade de ter na nossa Ordem homens de religiões reveladas diferentes, de escolas de pensamento diferentes, sem opção por nenhuma das religiões reveladas, sem se reconhecerem em nenhuma escola de pensamento, homens de profundo esoterismo e outros que nem por isso.

Não temos porém nenhum despojado da assunção da sua espiritualidade. O respeito por essas opções é a nossa riqueza, a base para a geração da harmonia. Isto exige uma reflexão profunda do que é a tolerância maçónica, sempre á Luz de um ideal maior que todas as religiões e escolas de pensamento. Porque a Maçonaria está num patamar diferente. Não se preocupa com a forma como cada um vive a sua espiritualidade nem ambiciona ter voto nessa matéria. A preocupação da Maçonaria é o Individuo e depois o Mundo, onde vivem os homens hoje e os de amanhã, a sua preocupação última é a vida dos homens na Terra, e não oferecer salvação ou condicionar a sua existência á salvação eterna. Para isso existem outras sedes, cujo sucesso e eficácia jamais se poderá questionar ou até medir. A espiritualidade que aqui tratamos remete-se para a relação do homem com o divino em vida, aqui na Terra e como essa relação pode condicionar as suas acções com vista ao cumprimento de um ideal ou Desígnio.

E como os seus obreiros são homens plenos em todas as suas dimensões, a Maçonaria não se demite de aprofundar a relação dos homens com o divino, lutando para que isso os una e jamais os divida, porque a Maçonaria quer libertar os homens das grilhetas profanas e levar esses mesmos homens a realizar a sua dimensão espiritual em total liberdade e no pleno respeito pelas crenças alheias. O que nos une será o sentir o Universo, o Todo, que nos contem e nos transporta, uma presença universal…Será possível uma espiritualidade universal? É minha convicção profunda que sim, mais do que uma espiritualidade clerical e redutora ou do que uma laicidade desprovida de espiritualidade!

Uma espiritualidade universal… Será uma “espiritualidade da imanência, mais do que da transcendência, da meditação mais do que da oração, da unidade mais do que do encontro, da lealdade mais do que da fé, do amor mais do que da esperança, e que será igualmente motivadora de uma mística, ou seja, de uma experiência da eternidade, da plenitude, da simplicidade, da unidade, do silêncio…”.

É a essa espiritualidade universal que ouso chamar Espiritualidade Maçônica. Mas antes de a procurar definir, poderei por ventura afirmar que é apenas no trabalho maçónico que ela poderá ser verdadeiramente aprofundada. Não um conceito que se aprenda nos livros, tem de se sentir e de se viver, fruto de um percurso iniciático.

No entanto, a Maçonaria não revela nenhuma verdade superior nem dá respostas cabais às questões que atormentam a nossa dimensão espiritual. Pelo contrário, convida os II.’. a procurarem saber quem são, conhecerem-se a si mesmos, com o intuito de se cumprirem, o que é profundamente diferente, colocando-os na via dessa procura e dessa realização, situando-se aqui o verdadeiro significado da iniciação, o primeiro passo de um caminho a percorrer e trabalho para fazer na construção do nosso templo interior.

Assim, a tolerância apresenta-se como uma das principais virtudes da Maçonaria e do maçom. Trata-se de uma atitude interior que repousa no respeito pela individualidade espiritual do candidato, pela liberdade de pensamento e pelo percurso intelectual e espiritual que cada maçon depois de iniciado escolhe para si. É neste pressuposto que assenta a minha afirmação de que a Espiritualidade Maçônica é uma Espiritualidade Livre: ao sugerir um caminho individual para a relação com o divino, constrói também um percurso libertador, é um processo livre. Para isso ser possível, precisa no seu seio de homens diferentes dos demais.

O nosso trabalho hoje ao escolher esses homens, é com a convicção plena de que hoje se podem encontrar em qualquer proveniência, podem ter estado ao nosso lado toda a vida, serem os nossos amigos de infância, familiares ou colegas de profissão, como podem estar por detrás de um e-mail manhoso sem rosto.
Madre Teresa de Calcutá e Irmã Dulce - Virtuosas

Temos é de estar certos de que estão á altura do desafio, é de critério que vos falo, não de forma de ingresso nem de sede de relação. Porque é lógico que apenas podemos indicar homens que conhecemos minimamente e por isso têm de vir das nossas relações pessoais, todos temos porém pessoas de quem gostamos muito que sabemos não terem os requisitos mínimos para poderem ser iniciados, por mais que de disso gostássemos, fosse porque razão fosse. O critério é tudo.

É tudo porque a eles vão ser exigidos sacrifícios, de tempo para dedicar ao trabalho, para comparecer ás sessões, para se despojarem de títulos e posições, para se disporem a aprender, a aceitar criticas quando para isso não estão preparados e cuja propriedade da origem questionam, a aguentar ouvir aquilo que não entendem sem julgar, a sentir que fazem parte de algo maior e viver com essa avassaladora responsabilidade sem ser esmagado, quando finalmente se torna clara a missão a que se propuseram.

Por mais capaz que qualquer um seja, tem um percurso a fazer, para poder identificar ferramentas, e então dedicar-se ao trabalho. Uma L.’. Maçónica é uma elite dentro de uma comunidade, coisa que facilmente assumimos sem complexos nem soberba.

Entre nós deverão estar os mais capazes nas suas áreas de intervenção, que podem ser profissionais ou não, têm apenas de ser úteis ao projecto, estar dispostos a aprender e a ensinar partilhando. Ser maçom é uma vivência, uma forma de estar na vida e perante a vida, onde a Honra, a Ética Moral, o sentido de missão, o espírito cavaleiresco das suas ações, fruto da Responsabilidade de se ser e sentir Diferente, assumem um aspecto fundamental.

Não somos com certeza homens plenos de virtudes, todos temos as nossas arestas para desbastar. E este é o local para o fazer, a L.’., depois de responder ao chamamento e livremente bater á porta do Templo, para servir o Desígnio. Com a orientação de todos os obreiros, tornar ferramentas capazes em ferramentas melhores. Porque somos ferramentas de trabalho, somos os que cumprem e efectivam o Desígnio, como outros o fizeram antes de nós.

Os desígnios dignos desse nome sempre tiveram um cunho marcadamente iniciático, porque não se prendem com objetivos de pedra, betão ou madeira, mas com a realização dos sonhos, sendo perpetuados no tempo indefinidos enquanto matéria, mas muito claros quando conceptualizados por homens que se dispuseram a um processo de transformação e crescimento como o nosso, essa ideia indizível transmite-se pela iniciação, pelos rituais, pela via iniciática. E para isso, a dimensão espiritual do homem têm de ser a sua consciência maior, aquilo que lhe rege as acções e circunscreve as paixões e os sonhos á luz das suas capacidades e talentos.

E neste trabalho não há espaço para paternalismos com os menos capazes e aptos, para soberbas profanas ou para alimentar egos com comendas. Não se faz parte da Maçonaria, não se pertence á Maçonaria, é-se maçon. Da sua relação com a L.’. e da sua condição de maçon só o individuo pode ser responsável, se não se sente capaz ou a tarefa assusta, mais vale arrepiar caminho. Sem jamais hipotecar a solidariedade inerente á fraternidade leal, todos temos momentos menos bons e felizes e para isso cá estamos todos e nessa altura dizemos presente.

Não estamos é aqui para tomar conta de ninguém, proporcionar benefícios ou oferecer a salvação, estamos aqui para trabalhar, o nosso tempo é curto e o trabalho imenso. Para que nos cumpramos á luz do que aqui nos trouxe, temos de ser objetivos, sob pena de se esvaziar o sentido da Ordem Maçônica e o trabalho ficar por fazer, comprometendo o Desígnio.

Reconhecendo os méritos e as virtudes dos nossos II.’., não potenciando e exacerbando os seus defeitos, que desses não precisamos, usando o fole com cautela na forja para que a ferramenta que lá se aperfeiçoa não enfraqueça por falta de atenção ou derreta por excesso dela. Desbastando a pedra em bruto, com a lealdade que a critica exige, com a fraternidade que o sacrifício cultiva, com a generosidade a que partilhar o desígnio não é alheia, com o reconhecimento da força e inteligência para o fazer cumprir. Dessa partilha nasce a riqueza da Irmandade, do respeito pelo trabalho e pela forma como é executado. Não sendo santos nem isentos de virtude, temos todos consciência do Desígnio.

Assumamos o objetivo que aqui nos trouxe e não deixemos que nada perturbe a caminhada para a realização desse mesmo Desígnio, que não assume forma material, mas é apenas uma ideia que todos partilhamos… Uma ideia de Homem e de Mundo.


José Eduardo Sousa, M:.M:.
R:.L:. Alengarbe (G:.L:.L:.P:.), a O:. de Albufeira, Portugal
 

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Nossos Filhos


Fernando Paiva em assistência ao Pai, quando hospitalizado.


"Filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isto mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo".

 José Saramago

Quanto mais extensa se fizer nossa tarefa, maior será a nossa família, perante a eternidade.

Francisco Fajardo
Quem condena atira uma pedra que voltará sempre ao ponto de origem.
Quem confia na vitória do Bem espera com paciência.
Quem desconhece o próprio dever ainda está longe de conhecer a si próprio.
Quem foge da escola da vida complica a própria lição.
Quem move as mãos no serviço, foge à treva e à tentação trabalho de cada dia é senda de perfeição.

Meimei
Quem não perdoa em família ainda não consegue servir com segurança no campo da Humanidade.
Quem não sabe suportar não consegue construir.
Quem perdeu a própria fé nada mais tem a perder.
Quem procura o bem, decerto que há de sofrer as arremetidas do mal.
Quem se aceita como é, doando de si à vida o melhor que tem, caminha mais facilmente para ser feliz como espera ser.
Quem se aplica em vasculhar os defeitos perde a fé nas qualidades.
Quem sonha acha a ventura. Pratique o bem por dever. Na vida, o ato de dar é a forma de receber.

EMMANUEL
Se alguém feriu a você, perdoe imediatamente, frustrando o mal no nascedouro.
Se alguém te quiser mal, toma esta decisăo: derrota esse inimigo com a “arma” do perdăo!” (José Fuzeira)

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Trono e Sólio


Trono e Sólio
Saudações estimados Irmãos, o Venerável assenta-se no Trono ou no SÓLIO?
Se você respondeu no Trono, acertou; no Sólio, também acertou. Mas se respondeu no Trono que está no Sólio cometeu uma enorme redundância; o mesmo que, subir para cima e descer para baixo.
Certamente foi lhe instruído que, o Primeiro Diácono fica abaixo do Sólio, e o Sólio é onde fica a cadeira do Venerável, do ex-Venerável e da maior autoridade maçônica presente.
Devo abrir um parêntese para explicar que esta informação é passada principalmente no Rito Escocês, mas há alguns ritos que não fazem menção do Sólio e às vezes, nem dos diáconos e da divisão entre ocidente e oriente.
O uso da palavra SÓLIO, como mobiliário de uma Loja Maçônica é corretíssimo, pois quer dizer “assento do Rei”, “Trono” se levarmos em consideração que fazemos analogia entre a Loja Maçônica e o Templo de Salomão, nada mais plausível que chamemos a cadeira do Venerável Mestre de Trono de Salomão ou se quiserem Sólio de Salomão.
Eu, particularmente, prefiro a palavra Sólio, Trono, dá-nos ideia de Realeza, Poder Temporal, Luxo, já, Sólio está mais ligado aos aspectos espirituais. Palavra de origem latina que designa assento elevado, por metonímia: poder ou autoridade real.
O mais famoso dos Sólios é o Sólio estelífero que enfeita o teto de nossas Lojas e talvez o mais poderoso seja o Sólio Pontifício que é a Cadeira de São Pedro (não se usa o termo Trono de São Pedro). Tendo a oportunidade de ir ao Vaticano, visite a Igreja de São Pedro. Conte os degraus que elevam o Sólio Pontifício, de onde o Papa celebra as missas, irá encontrar sete degraus.
Não são quatro mais três, são sete degraus diretos, mesmo assim lembram alguma coisa! Fico a pensar, em quanta Força é necessária para um homem alcançar o Sólio, não força bruta, mas, Força de Vontade, Determinação.
É possível que use a Força do Bom Propósito. Dotado dessa força, cabe estão o Trabalho. Um trabalho social e moral, onde o enquadramento do indivíduo resultará num ganho para a sociedade, para o tanto ele deverá recorrer a Ciência para transpor um nível e favorecer a disposição da alma para a prática do Bem, que é realmente a Virtude. Virtuoso alcançará um grau de Pureza, pois somente os puros, podem ser um foco de Luz, e fazer prevalecer a Verdade em nossa Sublime Ordem.
Apenas como curiosidade: O Trono de Salomão era grande, todo em marfim finamente trabalhado e coberto de ouro puríssimo, o espaldar do trono ao alto era redondo; de ambos os lados tinha braços junto ao assento, e dois leões junto aos braços. Também havia doze leões um em cada extremidade lateral dos degraus. Nunca houve um trono tão bonito em nenhum outro reino.
O Trono ficava sobre um estrado de seis degraus (Liv. dos Reis). O objetivo deste pequeno artigo é aguçar a curiosidade dos Irmãos, aos estudos. Qual a sua resposta para essa pergunta: – Se o Sólio de Salomão ficava no alto de seis degraus, por que o do Venerável fica no alto de sete degraus? Faça uma pesquisa e quando ela estiver pronta, leve para sua Loja enriquecendo seu Quarto de Hora de Estudos.
Lembre-se independente do Grau ou de Cargos somos responsáveis pela qualidade das Sessões Maçônicas.
Autor: Ir∴ Cesar Augusto Valduga • M∴M∴
ARLS Fraternidade das Termas 68 – REAA – GLSC
Or∴ Palmitos • SC
Fonte: Revista Universo Maçônico

domingo, 19 de fevereiro de 2012

O SETENÁRIO E A UNIDADE

Marcelli Sena, Walter e Maurício.

O SETENÁRIO E A UNIDADE
58. O setenário é o número mais sagrado, porque contém a Trindade e o Quartenário e porque representa o poder divino em toda a sua plenitude. No setenário encontramos o Eu
Sou atuando e ajudado por todos os elementos.
Quando o Iniciado chega a desenvolver seus sete centros magnéticos e atuar nos sete mundos, o
Querub entrega-lhe a espada flamígera para abrir a porta do Éden, como o vimos em outra parte, e obterá o signo da vitória mencionado no Apocalipse de S. João.
59. A idade do Mestre, na Maçonaria, é de sete anos, o que equivale ao desenvolvimento dos sete centros magnéticos,chamados as sete igrejas regidas pelos sete anjos do Senhor.
Esse número nasce do seis pela unidade central dos dois triângulos entrelaçados, conhecidos por Signo de Salomão ou Estrela Macrocósmica.
60. Na Cabala o número sete é representado pelo carro de Triunfo, porque o Iniciado, que ocupa o centro dos elementos, está armado de espada em u'a mão e tem, na outra, um cetro cuja ponta finda num triângulo e numa bola, signos de poder e domínio.C om o sete, o Iniciado domina as duas forças da alma do mundo, afirma-se em sua trindade, reina sobre os quatro elementos, coroase com o Pentagrama, equilibra-se com os dois triângulos, o número seis, e por último, faz a função de Deus Criador com o número sete.
61. O número sete entra em todas as circunstancias da vida, rege o desenvolvimento do homem e os acontecimentos do mundo, material e moralmente.
1.° A mulher tem, todo mês, um período de 14 dias (duplo sete) em que pode ser fecundada, e outro, estéril.
2.° Até sete horas depois de nascido, não se sabe se o novo ser é apto para a vida.
3.° Aos 14 dias (2 vezes sete) os olhos da criatura podem seguir a luz.
4.° Aos 21 dias (3 vezes sete) volta a cabeça impelido pela curiosidade.
5.° Aos sete meses saem-lhe os primeiros dentes.
6.° Aos 14 meses (2 vezes 7), anda.
7.º Aos 21 (3 vezes 7) exprime seu pensamento por meio da voz e do gesto.
8.° Aos sete anos rompem-lhe os segundos dentes.
9.° Aos 14 anos desperta-se nele a energia sexual.
10.° Aos 21 anos chega à puberdade e está fisicamente formado.
11.° Aos 28 anos (4 vezes sete) cessa o desenvolvimento físico e começa o espiritual.
12.° Aos 35 anos (5 vezes sete) chega ao máximo de força e atividade.
13.° Aos 42 anos (6 vezes sete) chega ao máximo da aspiração ambiciosa.
14.° Aos 49 anos (7 vezes 7) chega ao máximo de discrição e começa a decadência física.
15.° Aos 56 anos (8 vezes 7) atinge a plenitude do intelecto.
16.° Aos 63 (9 vezes 7) prevalece a espiritualidade sobre a matéria.
17.° Aos 70 anos (10 vezes 7) inicia-se a inversão mental e sexual, e o homem se torna, como se diz vulgarmente, criança.
Podem-se juntar muitas concordâncias mais, que explicam a afinidade que parece haver no número 7; por exemplo, as enfermidades epidêmicas, que estão regidas por esse número.
Sarampo, varíola, varicela, etc., exigem 7 ou 14 dias para cura; a febre tifóide, 21 dias, etc...., porém consideramos suficientes as indicadas.
62. O objetivo da Iniciação interna é o desenvolvimento dos sete centros magnéticos, chamados também sete igrejas ou sete anjos. Por meio da aspiração,
respiração e concentração, o Iniciado pode produzir o oco na coluna vertebral, para que a energia criadora vá desselando os sete selos da Revelação de S. João até que seu corpo chegue a converter-se na Cidade Santa que "desceu do céu."
63. Os sete planetas frente ao Sol colocaram-se 8 distancias diversas segundo a rapidez de suas vibrações.
Cada qual dos sete planetas recebe a luz do Sol em diferente medida, consonante sua proximidade à órbita central e a constituição de sua atmosfera e seres de cada um.
Em harmonia com o estado de seu desenvolvimento, tem afinidade com um ou outro dos raios solares. Os planetas, chamados
Sete Espíritos ante o Trono, absorvem a cor ou cores, dão um som em congruência com eles e refletem o resto sobre os demais planetas. Esses raios refletidos levam consigo impulsos da natureza do ser, com o qual estiveram em contato.
64. Como é em cima, assim é embaixo, portanto, o
Eu Sou, o Deus íntimo e invisível, envolve dentro do seu Ser tudo o que é, como a luz branca do Sol envolve todas as cores. Manifesta-se em forma de Trindade, como a luz branca se retrata nas três cores primárias: Azul, Amarelo, Vermelho, Pai, Filho e Espírito Santo, Vida, Consciência e Forma, sobre cada um dos sete centros magnéticos do homem, que são os "sete Anjos diante o Trono do Íntimo". Esses também têm cor e som como os de cima.
65. Assim como cada planeta pode absorver do Sol somente determinada porção de uma ou mais cores, em harmonia com o estado geral da evolução nele, assim também cada centro magnético recebe e absorve do Sol Espiritual, do Íntimo, certa quantidade dos diferentes raios projetados. Estes produzem iluminação espiritual segundo o grau de desenvolvimento do mesmo centro, que dá ao homem a consciência e o desenvolvimento moral como os raios da Lua dão crescimento físico.
66. Cada centro magnético do homem vibra em cor e som como vibra um planeta no firmamento; essa vibração dá ao ser humano a energia necessária para que a evolução possa prosseguir.
Cada centro, qual um planeta, absorve umas tantas cores e refrata outras para os demais; cada cor indica um poder ou virtude.
A debilidade de uma cor, num centro, representa o predomínio do seu contrário e, portanto, um vício.
67. Desenvolver um centro é avivar sua cor própria para corresponder ao apelo do íntimo. Mas, antes de entrar em pormenores, devamos explicar os valores das sete cores primárias.
Vermelho:
indica pensamento potente, sentimentos apaixonados e virilidade física.
A debilidade dessa cor representa-se pelo tom roxo.

Alaranjado:
mostra gozo, sentimento alegre e saúde robusta. A debilidade dessa cor indica predomínio do azul celeste
Amarelo:
delata lógica, intuição, anelo de saber, sabedoria, sensibilidade. Sua debilidade assinala predomínio do anil.

Verde:
indica otimismo, confiança e sistema nervoso equilibrado. Na debilidade manifesta-se como alaranjado.
Índigo (anil):
indica pensamentos concentrados, tranqüilidade. Na debilidade dessa cor predomina o amarelo.
Roxo:
Denota misticismo, devoção, boa digestão e assimilação. Na debilidade acentua-se o vermelho.
É claro que, sendo um centro débil de cor, nele haja de preponderar o seu contrário, o qual, em si mesmo, é mui necessário, porém, noutro lugar, e não no centro debilitado.
68. Tudo, na vida, tem relação entre si e não nos cansamos de repetir a frase hermética: "Como é em cima, assim é embaixo, e como é embaixo, assim é em cima".
Antes de empreendermos o estudo do desenvolvimento dos centros do corpo humano, o arrancar os selos, que é a iniciação apocalíptica, devemos conhecer a relação entre as Igrejas do Homem, seus sete anjos, com os planetas, cores, sons, virtudes, vícios, etc.
69. Tomando como o centro o Sol, o astro que verdadeiramente nele se acha, e segundo nossa observarão da Terra, temos:
7 planetas
Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter, Saturno.
7 dias da semana
Segunda, Terça, Quarta, Domingo, Quinta, Sexta, Sábado.
7 Anjos superiores dos Planetas
Gabriel, Rafael, Asrael, Michael, Samael, Zadkiel, Zafkiel.
7 Espíritos interiores dos Planetas
Gabriel, Rafael, Anael, Michael, Samael, Tachel, Cassiel.
7 virtudes
Esperança, Temperança, Amor, Fé, Fortaleza, Justiça, Prudência.
7 metais
Preta, Mercúrio, Cobre, Ouro, Ferro, Estanho, Chumbo.
7 vícios
Avareza, Inveja, Luxúria, Vaidade, Violência, Gula, Egoísmo.
7 cores
Verde, Amarelo, Roxo, Alaranjado, Vermelho, Azul, Índigo.
7 notas musicais
Fá, Mi, Lá, Ré, Dó, Sol, Si.
7 Igrejas do
Apocalipse
Éfeso, Pérgarno, Filadélfia, Tiatira, Esmirna, Sardo, Laodicea
7 centros magnéticos, estrelas ou flores
Fundamental, Umbilical, Frontal, Cardíaco, Esplênico, Leríngeo, Coronário.
7 Sacramentos
Batismo, Confirmação, Matrimônio, Sacerdócio, Penitência, Eucaristia, Extrema unção.
7 Perfumes
Ambar, Benjoim, Almiscar, Laurel, Ajenjo, Açafrão, Mirra.
7 vogais francesas
Ô A Ü E I U
e EU.
7 Consoantes
Assim poderíamos continuar enumerando muitos setenários.
Porém bastam esses.
JORGE ADOUM
( MAGO JEFA )
O MESTRE MAÇOM E SEUS MISTERIOS