sexta-feira, 30 de outubro de 2020

 

Uma Sublime Escola de nome: MAÇONARIA!

 

               Aqueles que desconhecem a verdadeira finalidade da Maçonaria alardeiam levianamente que a Maçonaria tem parte com um suposto “diabo”, que dentro de suas Lojas realizam-se sacrifícios de animais e segue a propagar notícia inverídica e fantasiosa, cujas lendas chegam a tornarem irresponsáveis quem assim procedem.

                Na verdade, a maçonaria tem por fim combater a ignorância em todas as suas manifestações. Para tanto, é necessário e imprescindível ao maçom, uma boa conduta e cujos ensinos ministrados na Ordem o encaminharão ao Bem e as Virtudes.  

                 A maçonaria oferta ao maçom à possibilidade de estudar e perceber a sua pura e rica filosofia e o seu aspecto científico facultarão a ampliação de seus conhecimentos ao entender os princípios de elevada moral do Bramanismo, no Prasada, em Zoroastro, em Jeremias, em Buda, além de Lau-Tseu, Mêncio e Confúcio. Sem descuidar dos ricos preceitos de Sócrates cujos conselhos de Sócrates ainda hoje são de bom tamanho quando nos afirma: “ “Nosce te ipsum”. O grande Sócrates também aconselhava que: “o conhecimento nos leva ao caminho da Verdade”.        

                 Todos os grandes Avatares da humanidade, sem exceção, são pesquisados pela Ordem. Com certeza, o Cristo que nos legou um Evangelho de Paz, de perdão e de amor, tem um estudo especialíssimo, pois toda a moral de Jesus se resume na humildade e na caridade.

                  Para os maçons, é necessário beber da fonte que nos oferta a maçonaria, muito embora, poucos tenham bebido desta água. Para melhor compreensão, observemos o exemplo da fonte.

“Dois homens chegam à fonte para beber. A linfa cristalina e serena reflete suas imagens no límpido da superfície. Ajoelham-se sobre o musgo e inclinam a cabeça até tocar com os lábios a água e bebem. Chegam em seguida outros montados em animais e para não molestarem-se em apear, entram com eles, removendo o lodo do fundo, e a água se torna turva.”

“- Que água mais desagradável a desta fonte”! – exclamam eles.

“Assim ocorre também com a Divina Sabedoria, com a Maçonaria, fonte de luz e de verdades eternas”. “Muitos se aproximam para beber, mas nem todos chegam a Ela com túnica limpa, e muitos chegam montados nos animais das paixões, dos egoísmos humanos e dos preconceitos que trouxeram de outros ambientes e de outras ideologias.”

                      Um dos objetivos da Ordem é que, aqueles que adentrarem deverão se transformar em homens de muito saber e de elevado conhecimento moral espiritual.

                        Um grande estudioso da Maçonaria, de nome José Inácio, dedicado maçom paraibano, nos diz com muita propriedade: “Mais importante do que ter Irmãos é ser Irmão”!

                      Todos os maçons acreditam na existência de um Ser Superior, que nós em nossas orações o denominamos de O Grande Arquiteto do Universo.

                       Conta-se que: “Certa feita um materialista em discussão com um respeitável Mestre, afirmava, em alto e bom som, de que Deus não existia, e dizia, caso Ele existisse, eu O veria, argumentando acreditar unicamente naquilo que via.”

                        “O mestre, pensativo, tendo convicção da existência de Deus, coloca dois copos com água diante do ateu, tendo um deles um pouco de açúcar que foi dissolvido e pede para este identifique qual copo continha o açúcar.” Observou que os dois copos possuíam a mesma transparência. Pensou consigo que somente conseguiria identificar caso experimentasse a água. E assim o fez, bebendo da água e confirmando qual dos

copos continham açúcar. Conclui o Mestre: “Assim é Deus, nós não O vemos, apenas O sentimos.”

Portanto, a honra, ética, o caráter e a integridade são atributos inerentes aos maçons, que labutam, para que esses valores sejam essenciais em suas vidas. Não nos orgulhemos de participarmos da Maçonaria, pois, segundo Santo Agostinho, “o orgulho não é grandeza, mas inchaço. E o que está inchado parece grande, mas não é sadio.”

 

S.F.U. aos valorosos Irmãos.

Walter Sarmento de Sá Filho.

Maçom

 

terça-feira, 27 de outubro de 2020

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

 


Os Três Pontinhos…
 



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Três Pontos; triângulo; é símbolo com várias interpretações, aliás, conciliáveis: luz, trevas e tempo; passado, presente e futuro; sabedoria, força e beleza; nascimento, vida e morte; liberdade, igualdade e fraternidade.

Muitos não iniciados (que se convencionou chamar de profanos) ficam intrigados com as abreviaturas encontradas nos escritos da Maçonaria, as quais consistem em substituir parte das palavras nos textos por três pontos. Ao contrário do que muitos imaginam os Três Pontos dispostos em triângulo, usados pelos Maçons em seus documentos e impressos, não são um símbolo.

São um sinal gráfico adotado em abreviaturas e no final do “ne varietur”;  no primeiro caso identificam as abreviaturas de termos Maçônicos, e, no segundo, servem como forma de identificação do maçom.

Embora, no início, os três pontos fossem apenas sinais de abreviaturas, não demorou muito a se transformar em símbolo, ao qual foram dadas as mais variadas interpretações.

Não somente para os não maçons, mas também, para muitos iniciados na Sublime Ordem, os Três Pontos indiciam a idéia subjetiva de segredo, expressa através do número três, algarismo muitíssimo ligado à simbologia e hermenêutica maçônicas. Sua origem, na verdade, está nas abreviaturas, tradição antiqüíssima que a Arte Real trouxe para o seu seio e que se mantém até os dias de hoje.

Não obstante, os Três Pontos foram relacionados com os inúmeros símbolos Maçônicos e que acabaram tendo interpretações esotéricas e simbólicas, culminado com o uso nas assinaturas dos Maçons.

Entretanto, essa prática de apor os três pontos na assinatura não é de uso universal, como por exemplo, a Maçonaria inglesa que não adotou... Seu uso, porém, estendeu-se, gradativamente, nos Estados Unidos. À medida que entrava em uso geral nas Potências Latinas.  Como todas as coisas ligadas à Maçonaria, não faltaram aos Três Pontos exegetas e hermeneutas para dar os mais variados significados.

De acordo com várias citações que foram feitas através dos tempos podemos observar as mais variadas colocações, onde os três pontos se tornaram ainda mais importantes dentro do conceito maçônico. Os três pontos, na posição de vértices de um triângulo eqüilátero, podem constituir o símbolo da divisa maçônica, que é a Liberdade, Igualdade e Fraternidade e para muitos outros simbolizam o Passado, o Presente e o Futuro.

O exemplo do triângulo, uma das mais simples figuras geométrica que tornou a sua representação gráfica uma idéia ternária à qual foram ligados, os Três pontos, igualmente, tem a sua figura assimilada á várias significados: Liberdade, Igualdade e Fraternidade; Vontade, Amor e Sabedoria; Fé Esperança e Caridade; Espírito, Alma e Corpo; Passado, Presente e Futuro;  e outros.

De acordo com indicações do Rito Escocês, os três pontos devem estar em esquadro nos ângulos, sendo um no ângulo oriente meio-dia, outro no ângulo ocidente meio-dia e o terceiro no ângulo ocidente setentrião, formando assim também o simbolismo dos três pilares da loja, Sabedoria, Força e Beleza.

Para Oswald Wirth, os três pontos representam a Tese, a Antítese e a Síntese, isto é a idéia que se defende, a oposição que lhe é feita e a harmonia das idéias opostas.

Em nossas atividades normais, isto é, fora da maçonaria, o uso de abreviaturas está bem codificado e não prejudica em nada o seu  emprego... Ao contrário: Há certas palavras e expressões, convencionalmente representadas pelas respectivas letras iniciais, ou por essas iniciais seguidas de outras letras, cujo conhecimento oferece enorme utilidade.

Abreviaturas não são novidades. Desde a Antigüidade, gregos e romanos já delas se utilizavam.  Elas chegaram a ser proibidas, como em Roma, no tempo de Justiniano I (483-565), por gerarem confusão. O mesmo ocorreu na França da Idade Média, e, em 1304, o Rei Felipe, o Belo, interditou o seu uso nas atas jurídicas. É visto, por exemplo, nos objetos celtas do Século IX a.C e muito antes nas cerâmicas egípcias, cretas e gregas. Os Três Pontos têm, pois, origem bem antiga. Costuma-se relacionar os Três Pontos, dispostos em triângulo, como uma das expressões comuns da luz interior e do espírito que presidiu à criação do mundo.

Afirma-se que a abreviatura com Três Pontos foi utilizada na maçonaria, pela primeira vez, em 12 de Agosto de 1774, quando o Grande Oriente da França comunicou o novo endereço á todas as duas Lojas jurisdicionadas.

Há, contudo, outras versões, como que o início da utilização do Triponto deu-se em 1764, na Loja Besaçon, também na França, e a de que teria surgido com o companheirismo, por representar o triângulo. E há até que declare, 
categoricamente, que o seu uso vem da arte hieroglífica dos egípcios.

Naturalmente, para cada versão existem os seus contestadores. Alguns autores apontam que os Templários faziam uso dos Três pontos, e, que no calabouço, onde Jacques de Molay esteve preso durante oito anos, nas paredes havia grafitos e um deles era o Triponto.

As abreviaturas, usualmente, empregadas na Maçonaria são do tipo “por suspensão”  ou “apócope” que consiste em suprimir letras ou sílabas no final da palavra que se quer abreviar.

A abreviação tripontada nem sempre é disposta na forma de um triângulo que repousa sobre sua base, pode ser encontrada sob outras formas e podemos dizer com bastante certeza que a abreviação maçônica dos três pontos nos vem da arte hieroglífica egípcia, onde era praticada.

Por regra, essas abreviaturas só deveriam ser usadas nas palavras de vocabulário Maçônico e jamais para as palavras profanas. A má aplicação das abreviaturas chega a provocar textos incompreensíveis até em rituais, o que prejudica, sobremaneira, a sua leitura e entendimento.

Não há uma regra quanto à disposição dos Três Pontos, um em relação aos outros. As disposições encontradas são das mais variadas, tanto no formato do triângulo delata (eqüilátero), como nos formatos isósceles e retângulos em diversas posições, aparecendo, até como sinal de reticências…

Quanto ao uso em si, é costume empregar abreviaturas nas palavras suprimindo-lhes alguma ou algumas das letras finais e conservando as que forem necessárias para a leitura fácil e de boa compreensão do sentido da frase.

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

 


A INSTALAÇÃO DE UM VENERÁVEL MESTRE


Esse é um tema um tanto quanto comentado na Maçonaria contemporânea. Há tantas teorias, histórias e invenções sobre o assunto que se torna até difícil tratá-lo de forma concisa.

Você pode ler por aí que Instalação é a mesma coisa que Investidura ou que Posse. Isso não é verdade.

Você também pode ler que Instalação é um costume que a Maçonaria copiou dos Cavaleiros Templários. Isso é viagem.

Talvez você leia em algum lugar que Instalação é uma influência da Igreja Católica na Maçonaria. Isso é besteira.

Você também poder se deparar com a teoria de que Instalação é uma cerimônia adaptada de um Grau Superior do Real Arco Americano, chamado de Grau de Past Master. Essa é uma grande idiotice.

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E se você ler que a Instalação surgiu por volta de 1823 na Grande Loja Unida da Inglaterra, também não acredite.

Em primeiro lugar, instalação significa “ato de instalar”, sendo o verbo “instalar” originado do termo latim “installare”, que significa “introduzir na cadeira”. Assim sendo, instalação é algo maior do que uma simples investidura ou posse. Os Oficiais são investidos no cargo, tomam posse. Mas apenas o líder é “introduzido na cadeira”, ou seja, é “instalado”.

Esse costume de instalar o Mestre da Loja, de sentá-lo no Trono de Salomão, não nasceu com a Grande Loja Unida da Inglaterra, ou com o Ritual de Emulação, ou mesmo com algum Grau Superior. Pelo contrário, esse costume é mais antigo do que tudo isso e ainda mais antigo que o Grau de Mestre Maçom.

Como todos sabem (ou pelo menos deveriam saber), antigamente só havia 02 Graus: Aprendiz e Companheiro. Então, os Companheiros escolhiam entre eles aquele para governar a Loja, o qual era instalado na “Cadeira do Oriente” e chamado de Mestre da Loja. Na própria 1ª versão da Constituição de Anderson, datada de 1723, não havia ainda citação do Grau de Mestre Maçom, que só foi acrescentado na edição seguinte, mas já havia o antigo costume de “instalar” o Venerável Mestre.

Esse costume da Maçonaria Inglesa se deveu à cultura monárquica dos britânicos. Afinal de contas, os reis também são “instalados” no trono quando assumem o posto, e se o Venerável Mestre simboliza o Rei Salomão, então nada mais justo dele ser devidamente instalado no trono. Daí muitos estudiosos também relacionam o uso do chapéu do Venerável Mestre com a coroa, e o uso do malhete com o cetro.

Já essa história de que a instalação foi adaptada do Grau de Past Master do Real Arco é a típica suposição maçônica. Alguém que fica sabendo que existe um grau no Real Arco que se chama “Past Master” e conclui que esse grau serviu de base para a Instalação de Venerável Mestre não pode ser considerado um Investigador da Verdade. É apenas mais um “achista” de plantão. Na verdade ocorreu exatamente o contrário: o grau de Maçom do Real Arco tradicionalmente era restrito a Mestres Instalados. Então, para não restringir o grau apenas àqueles que foram Veneráveis Mestres, foi criado um grau conhecido como “Past Master Virtual” que é apenas uma “Instalação Virtual” para que o membro que não seja um Mestre Instalado tenha o conhecimento mínimo para se tornar um Maçom do Real Arco. Portanto, foi a Instalação que serviu de base para o Grau de Past Master, e não o contrário.
Outra observação a se fazer quanto à Instalação é quem a realiza. O correto é que o Venerável Mestre realize a Instalação de seu sucessor. Ele se une com pelo menos três Mestres Instalados da Loja ou visitantes e forma o Conselho de Mestres Instalados, o qual realiza a Instalação. É direito daquele que está deixando o posto entregar o bastão, faixa, colar, malhete ou o que quer que seja ao que está assumindo. Isso faz parte do processo democrático.

Enfim, trata-se de um antigo costume maçônico inglês com valor simbólico importantíssimo para a manutenção da cultura maçônica através das Lojas, e por isso adotado por praticamente todos os Ritos e Rituais regulares do mundo.

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

 

ÚNICA MEDIDA.

 

A carteira de identidade presta informações de sua pessoa humana.

 

O calendário fala de sua idade física.

 

O relógio marca o seu tempo.

 

O metro especifica as dimensões do seu corpo.

 

A altitude revela a sua localização transitória sobre o nível do oceano.

 

A tinta grava as suas impressões digitais.

 

O trabalho demonstra a sua vocação.

 

A radiografia faculta o exame dos seus órgãos.

 

O eletrocardiógrafo determina as oscilações do seu músculo cardíaco.

 

Todos os seus estados e condições, realizações e necessidades podem ser definidos por máquinas, engenhos, instrumentos, aparelhos, laboratórios e fichários da Terra, entretanto, não se esqueça você de que o serviço ao próximo é a única medida que fornece exata notícia do seu merecimento espiritual.

 

ANDRÉ LUIZ

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

 


AS BEM-AVENTURANÇAS

 

UM TRECHO DO SERMÃO DO MONTE

 

“Vendo Jesus a multidão, subiu ao monte; e depois de se ter sentado, aproximaram-se seus discípulos; e ele começou a ensiná-los, dizendo:

“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o Reino dos Céus.

“Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.

“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a Terra.

“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos.

“Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.

“Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.

“Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.

“Bem-aventurados os que têm sido perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus.

“Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem, vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Alegrai-vos e exultai, porque grande é o vosso galardão nos Céus; pois assim perseguiram aos profetas que existiram antes de vós.”

(Mateus, V, 1-12.)

 

No mundo há alegrias, porém mais existem dores e tristezas. Já dizia que “o homem vive pouco tempo na Terra e a sua vida é cheia de tribulações” — Brevi vivens tempore repletur multis miseriis.

A Escritura chama à Terra um Vale de Lágrimas e compara a vida do homem à do operário que apenas à noite come o seu pão banhado de suor.

Sentimo-nos, neste mundo, vergados ao peso da dor; hoje, amanhã ou depois, ela não deixa de visitar-nos. O peso dos infortúnios acompanha a Humanidade em todos os séculos.

O homem vem ao mundo com um grito; um gemido de dor é o seu último suspiro!

Do berço ao túmulo, a estrada da vida está semeada de espinhos e banhada de lágrimas! Quantas ilusões, quantas amarguras, quantas dores passamos neste mundo!

A dor é uma lei semelhante à da morte; penetra no tugúrio do pobre como no palácio do rico. Neste mundo ainda atrasado, onde viemos progredir, a dor parece ser a sentinela avançada a nos despertar para a perfeição.

Max Nordau dizia: “Ide de cidade em cidade e batei de porta em porta; perguntai se aí está a felicidade, e todos vos responderão. Não; ela está muito longe de nós!”

Mas se é verdade que o Senhor permitiu que os sofrimentos nos assaltassem, não é menos verdade que também nos proporciona a Esperança, com que aguardamos dias melhores. “Bem-aventurados os que sofrem, pois serão consolados.”

A Esperança é a estrela que norteia as nossas mais belas aspirações; é a estrela que ilumina a noite tenebrosa da vida, e nos faz vislumbrar a estância de salvamento. A vida na Terra é um caminho que nos conduz às paragens luminosas da Vida Eterna; não é um repouso, mas uma preparação para o repouso.

Paulo, o Apóstolo dos Gentios, recordando-nos numa das suas luminosas Epístolas a Vida Real, disse: “Dia virá em que despiremos a veste mortal para vestir a da imortalidade.

Atravessamos a existência na Terra como o soldado atravessa um campo de fogo e de sangue, e os bravos e os fortes de espírito cravam nas muralhas o seu estandarte e levantam o grito de vitória!

 É isto o que nos ensina o Espiritismo com a sua consoladora Doutrina.

Tomado de compaixão pelo mundo, o Cristo desce das alturas, senta-se sobre um alto monte, atrai a si multidões de desventurados e começa o seu monumental sermão com as consoladoras promessas:

“Bem-aventurados os pobres, os aflitos, os que choram, porque deles é o Reino dos Céus!” A “palavra boa”, a Esperança, proporciona sempre resignação, coragem e fé aos desiludidos das promessas do mundo.

O homem que confia e espera em Deus, vê nos sofrimentos o resgate de suas faltas, o meio de se purificar da corrupção! É preciso ter fé, é preciso ter Esperança. Dizei ao moribundo que, em verdade não morrerá, e ele, animado pela vossa palavra, enfrentará a morte e não sofrerá o seu aguilhão!

A Esperança é a consolação dos aflitos, a companheira do exilado, a amiga dos desventurados, a mensageira das promessas do Cristo!

Perca o homem tudo: bens, fortuna, saúde, parentes, amigos, mas se a Esperança, Filha do Céu, o envolve, ele prossegue em sua ascensão para o bem, para a vida, para a Imortalidade!

Do alto do monte, tomado de tristeza pelas desventuras humanas, o Senhor ensinava às multidões os meios de conquistar, com o trabalho por que passavam, o Reino dos Céus. E a todos recomendava resignação na adversidade, mansidão nas lutas da vida, misericórdia no meio da tirania, e higiene de coração para que pudessem ver Deus. Nessa autêntica oração, o Senhor já previa que seriam injuriados e perseguidos todos aqueles que, crendo na sua Palavra, encontrassem nela o arrimo para suas dores, o lenitivo para seus sofrimentos; mas recomenda, antecipadamente, não nos encolerizarmos com o mal que nos fizerem, para que seja grande o nosso galardão nos Céus. Disse mais: que exemplificássemos a nossa vida como os profetas que nos precederam, porque “bem-aventurados têm sido todos os que são perseguidos por causa da justiça”.

Lutemos contra a dor, aproveitando essa prova que nos foi oferecida, para a vitória do Espírito, liberto dos liames terrenos!

Empunhemos a espada da Fé e o escudo da Caridade, com todos os seus atributos, e o Reino de Deus florescerá em nós, como rogamos diariamente no Pai nosso, a prece que Jesus nos legou.

 

Cairbar Schutel

 

Parábolas e Ensinos de Jesus

 

(1ª Edição -1928)

terça-feira, 13 de outubro de 2020

 A queda dos Templários e a maldição de Jacques de Molay



 “Todos vocês serão amaldiçoados até a 13ª geração”, foi a maldição lançada por Jacques de Molay, o último mestre templário, enquanto o fogo consumia seu corpo. Era o fim da mais poderosa ordem de cavaleiros surgida durante as Cruzadas. Como entender que, em poucos anos, os prestigiados monges guerreiros da Ordem do Templo, defensores da cristandade, se tornaram inimigos do Estado e do papa? Fortalezas templárias no Oriente destacando os pontos mais importantes: Jerusalém, Acre e Chipre. A data entre parêntesis é o ano em que a fortaleza foi perdida para os muçulmanos.

Surgida em 1119, em Jerusalém, a Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, ou simplesmente Templários, tinha por missão proteger os locais santos de Jerusalém e os peregrinos cristãos que para lá viajavam. Lutando ao lado de reis durante das cruzadas derrotou as forças muçulmanas, inclusive na Península Ibérica. Paralelamente, acumulou uma enorme fortuna a ponto de emprestar dinheiro a reis e príncipes europeus tornando-se, em muitos países, a percursora dos bancos,  inclusive na Suíça.

O patrimônio da Ordem do Templo incluía mosteiros, fortalezas, terras aráveis, moinhos além muito ouro e prata guardados nos cofres de suas sedes espalhadas pela Europa. Os templários tinham ainda seus próprios navios nos quais transportavam artigos de luxo do Oriente para a Europa (sedas e especiarias). Tamanha riqueza pode ter contribuído para a ruína dos Templários. Ao final do século XIII, contudo, o destino dos templários começou a mudar.

As derrotas militares

Jerusalém foi sede da Ordem do Templo desde sua fundação, em 1119 até a queda da Cidade Santa, tomada por Saladino em 1187. A sede templária foi, então, transferida para São João de Acre onde permaneceu pouco mais de um século, até nova derrota para os muçulmanos em 1291. A queda de Acre, o último estado cristão na Terra Santa, foi um golpe para os cristãos e os templários, que haviam jurado defender os locais sagrados.

A ordem transferiu sua sede para a ilha de Chipre, a terra cristã mais próxima. Foi em Chipre que viveu Jacques de Molay, o último mestre da ordem, eleito em 1293. Em 1303, Chipre também foi perdida assim como a ilha de Rodes, e os cristãos expulsos do Oriente. O período das Cruzadas havia terminado.

Os Templários caem em desgraça

A perda da Terra Santa abalou o prestígio dos Templários e fez crescer a animosidade contra a ordem, especialmente pela vida de luxo e abundância de alguns templários, em contradição ao voto de pobreza. Em suas propriedades na Europa, cobravam taxas, banalidades, fretes, direitos etc. Possuíam um poder militar equivalente a 15 mil homens, treinados em combate – uma força que estava submetida unicamente ao papa. A presença dos templários como jurisdição pontifícia afrontava a soberania real limitando o poder do rei em seu próprio território.

A situação ficou particularmente ruim para os templários a partir de 1305 quando Clemente V foi eleito papa e aliou-se a Filipe IV, o Belo, rei da França. O novo papa comprometeu-se a retirar a excomunhão da família real francesa, colocada pelo papa anterior.

O papa e o rei, pensando em formar uma nova cruzada, propuseram juntar as duas ordens de monges guerreiros – templários e hospitalários – tendo por líder absoluto Filipe IV. O mestre templário Jacques de Molay rejeitou a ideia de fusão e se recusou a condecorar o rei francês como honorário da Ordem do Templo. Papa Clemente V (1264-1314). Mestre templário Jacques de Molay (1243-1314) Rei da França Filipe IV, o Belo (1268-1314)

Difamação, prisão e tortura dos Templários

Filipe IV começou uma campanha difamatória contra os Templários acusando-os de heresia. Segundo alguns historiadores, o rei teria obtido autorização do papa para prender os templários na França.

Na madrugada do dia 13 de outubro de 1307, em uma operação sigilosa, a guarda real prendeu o mestre Jacques Molay e todos os templários em território francês. O rei Filipe IV foi ainda mais longe na perseguição: enviou cartas aos monarcas de Portugal, Espanha e Inglaterra pedindo que fizessem o mesmo. Todos recusaram, afinal a Ordem do Templo estava protegida pela imunidade sancionada pelo papa, e não poderia ser submetida à justiça secular.

Filipe IV entregou os templários ao Grande Inquisidor da França. Durante sete anos, submetidos a interrogatórios brutais e sessões de tortura, alguns confessaram heresias e idolatria: negação da Santa Cruz, negação de Jesus Cristo, beijos obscenos, sodomia e adoração de um ídolo chamado de Bafomé, associado ao Diabo. Dos 138 templários presos, 38 morreram sob tortura.

Obrigado por compartilhar. Lembre-se de citar a fonte: https://ensinarhistoriajoelza.com.br/a-queda-dos-templarios-e-a-maldicao-de-jacques-de-molay/ - Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues

sábado, 10 de outubro de 2020

 Dedica-te ao Trabalho

 

Dedica-te ao trabalho em que te sustentas, sem desprezar a pausa do repouso ou o entretenimento em que se te restaurem as energias.

Serve ao próximo, tanto quanto puderes.

Tempera a conversação com o fermento da esperança e da alegria.

Quando a lembrança do passado não contenha valores reais, olvida o que já se foi, usando o presente na edificação do futuro melhor.

Oferece um sorriso de simpatia e bondade, seja a quem for.

A paciência é a escora da paz em todas as crises e provocações nas quais te vejas. Trocá-la por reclamações e cólera, descontentamento e intolerância, será sempre deixar a pequena dificuldade em que te encontras para cair na pior.

Não condenes o mundo,

Ao invés de apará-lo.

A fonte em movimento assinala o poder do manancial.

A caridade em ação é o metro que determina as dimensões da fé.

Soubéssemos praticar o espírito de aceitação que nos sugerem os ensinamentos do Cristo e decerto que a nossa vida se desdobraria em degraus de paz e luz, ante os nossos anseios de elevação.

 

Emmanuel

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

 


O ESTÍMULO DO CONHECIMENTO

 

Para a Humanidade terrestre a revelação de outras pátrias do firmamento, fragmentos da Pátria Universal, não deve constituir uma razão para desânimo de quantos se entregam aos labores profícuos do estudo. Os desequilíbrios que se verificam no orbe terreno obedecem a uma lei de justiça, acima de todas as coisas transitórias; e, além disso, a primeira obrigação de todo homem é colaborar, em todos os minutos de sua passageira existência, em prol da melhoria do seu próximo, consciente de que trabalhar a benefício de outrem é engrandecer-se.


O conhecimento das condições perfeitas da vida em outros mundos, não deve trazer abatimento aos extremistas do ideal. Semelhante verdade deve encher o coração humano de sagrados estímulos.


Saudai, pois, o concerto da vida, do seio dos vossos combates salvadores!...


Sóis portentosos, luzes policrômicas, mundos maravilhosos, existem embalados pelas harmonias que a perfeição eleva à Entidade Suprema!...


Além do Grande Cão, da Ursa, de Hércules, outras constelações testam a grandeza divina. Os firmamentos sucedem-se ininterruptamente nas amplidões etéreas, mas a Humanidade, para Deus, é uma só e o laço do seu amor reúne todos os seres.

 

Emmanuel

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

 RECORDAÇÕES

É VERDADE, ACONTECEU NA CASA DO CAMINHO - SOUSA-PB (ABRIGO DE IDOSOS) HÁ 17 ANOS.





A foto acima foi capturada no ano 2000, pelo fotógrafo amador Antonio Neury, irmão de Cidália, hoje responsável pela Casa Transitória, e, envia-nos, em abril de 2010, exatamente dez anos após a reunião dos seis albergados da foto, todos com característica e peculiaridade especifica e inerentes às suas personalidades.


Vejamos o nosso irmão Jaime, de camisa amarela, portador de problemas renais crônicos, deslocava-se ao Hospital Santa Terezinha a cada dois dias, para a realização da hemodiálise, sempre retornando sofrido, abatido e, muitas vezes, raivoso.






O Sr. Jaime (
Foto) tinha um amigo de nome Alípio, que diariamente fazia a sua caminhada de 500 metros, motivo de orgulho e satisfação pelo grande feito físico. O percurso era dentro do terreno da Casa do Caminho. Após o exercício físico, outra maratona estava reservada: passar horas e horas em discussão por problemas, desde o mais elementar, até o mais complexo. Algumas vezes chegavam a discussões acaloradas, prevendo até trovoadas mais fortes, entre um e outro, apesar das durezas das palavras. Cada um, Jaime e Alípio, estavam convencidos de sua superioridade na área da sapiência, e, concluídas as abordagens, os dois felizes e vitoriosos resmungavam de dentro de si, filosofando intimamente, balançando a cabeça, da tamanha ignorância do seu parceiro.

Observemos uma discussão entre os dois. Jaime sempre afirmava que não existia Deus. Alípio defendia a bondade e existência de Deus. Alípio exemplificava que o vento era obra de Deus, não obstante, o Sr. Jaime com aparente conhecimento dizia: "que o vento era obra dos homens, pois acionavam grandes ventiladores e proporcionava a movimentação do ar".


Lamentavelmente, nem Alípio nem Jaime, conheciam o pensamente de La Rochefoucauld, que nesta frase de sua autoria comentava: “O melhor meio para ser-se enganado é considerar-se mais esperto do que os outros”.


Bem, já dá para perceber a que nível de questionamento os dois amigos entregavam-se. Certamente, essa discussão deve estar sendo produzida no mundo espiritual, com certeza, com uma orientação mais serena e detendo um auxiliar para suprir a falta de sabedoria de que eram detentores quando encarnados.



Na sequência da foto, o Sr. Joaquim (Foto), alegre, pescador virtuoso, contador de estória de pescaria, voz forte de trovão, quando falava com raiva todos se calavam, homem valente, pavio curto, sempre está a desafiar quem ousasse falar de suas fragilidades e de seus limites.


Certo domingo, para assistir a missa do Idoso, quando todos vestiam as suas melhores roupas, o pescador Joaquim tinha um orgulho quando calçava um sapato, não obstante, a pessoa responsável por calçar os sapatos em Joaquim, na pressa, não percebeu que os sapatos estavam com os pés trocados e nada do querido irmão Joaquim conseguir andar. Algum tempo após, foi constatado a troca dos sapatos, motivo que o impedia de caminhar. Assim, depois de quase duas horas parado, o nosso irmão passa o final da manhã caminhando, elegantemente calçado, roupas bonitas, desfilando mostrando a todos a beleza do seu caminhar.

Outro ponto controvertido de Joaquim era o ciúme exagerado de sua filha Rita. Caso alguém falasse o nome de sua filha, ele pulava da cadeira e como se possuísse uma faca na cintura, partia com uma invisível arma branca em punho e partia para matar o primeiro que encontrasse. Para retornar ao estado normal era necessário lembrar que estava se referindo a Rita Lee, a cantora de rock.


O terceiro irmão da foto é o Cajazeirense Ascendino, foi assíduo frequentador de todos os bares de Cajazeiras, relatava casos políticos de conceituados cajazeirenses e era ouvinte assíduo do programa do radialista Ademar Nonato, da Rádio 104 FM, passando a transmitir para todos as notícias e comentários divulgados no Rádio.




Por diversas vezes, fugiu a pé da Casa do Caminho até a cidade de Cajazeiras (38 km), sendo o motivo da fuga para comer um peba com cachaça, num bar próximo ao Hospital Regional de Cajazeiras. Para retornar a Casa do Caminho o argumento utilizado era convidá-lo para comer outro peba na rua das oficinas mecânicas. O difícil era convencê-lo a entrar na Kombi, pois, acaso subindo no carro, o destino era a Casa do Caminho. 



Inclusive, em uma destas buscas por Ascendino, o nosso irmão Hélio Nóbrega Zenaide (Foto) foi eficiente no convencimento de Ascendino(Foto).



A principal característica de Ascendino, além da ausência de vaidade, era a sua afirmativa, em forma de demonstração da força espiritual e sabedoria, admitia-se possuidor, quando pronunciava repetidamente a seguinte frase:


 “Morreu acabou! Morreu acabou! Morreu acabou!”.


Dessa forma, jogava por terra, todo o conhecimento de que afirmava detentor.



Um caso interessante, ocorrido com Ascendino foi a sua paixão por Francineide, à época, responsável pela alimentação dos Idosos, vindo a existir entre ambos uma grande simpatia, entretanto, Francineide era noiva com Gatico, com quem veio a casar-se e ter filhos. Francineide nutria por Ascendino um carinho de filha com pai, não obstante, Ascendino tinha a esperança de que um dia Francineide olharia de forma diferente para ele nos seus quase oitenta janeiros. Com o casamento entre Gatico e Francineide, permaneceu vários dias triste, deixando uma única vez, como vingança, escapar de sua boca a frase maldosamente pronunciada: "o primogênito que acabara de nascer não era do marido". Embora, tempos depois, arrependeu-se amargamente da infeliz e caluniosa citação.


Ascendino foi muito amigo de Thiago Guimarães Damião, e, normalmente, aos domingos os dois iam tomar café na granja onde Thiago residia. Retornando, percebíamos os olhos de Ascendino quase fechado e confirmando maquinalmente: "o café da casa de Thiago era bom e forte".


Na verdade, hoje sabemos que iam tomar um pouco de vinho, conversavam e retornavam para o almoço, conforme posteriormente nos relatou Thiago.


Muitas vezes, chegava a perguntar se tinha bebido algo além do café. Ele afirmava que lá em Seu Thiago era servido apenas café.

Acreditamos, em verdade, que o nosso irmão Ascendino era um espírito experiente, desprendido dos bens materiais e normalmente dormia duas a três horas por noite.


Lamentavelmente, não realizamos o seu último desejo: "era morrer no mato, na floresta, junto às plantas que amava". Veio a desencarnar na UTI do Hospital.



O quarto irmão da foto é o Sr. Antonio, vivia só em uma montanha no município de Nazarezinho (PB), em condições sub-humanas.

Ao chegar a Casa foi reeducado, deixou de alimentar-se com as mãos, começando a levar a boca, os alimentos com talheres e a não arrebatar a comida das mãos dos outros albergados. Algumas vezes, esquecia-se da necessidade de vestir-se e saía nu após o banho, diante de todos na maior naturalidade.





Certa feita, preparando as vacinas, dirigíamos ao curral de gado para vacinar, quando, de repente, o Sr. Antonio (Fotolá se encontrava sozinho, tentando dominar um garrote e o animal o derrubou, fugiu do curral e saiu em direção ao final do terreno da Casa do Caminho, pois, apesar de gritarmos e pedi que soltasse o animal, não obstante, o Sr Antonio não obedeceu e fomos encontrá-lo todo suado, arranhado, roupas rasgadas, espalhadas pelo chão, completamente nu, segurando o pescoço do animal, ambos profundamente cansados, e explicava em forma de sermão ao garrote que o mesmo lhe devia obediência.




O quinto irmão é o Sr. Chico (Foto), calado, humilde, riso fácil, era proprietário do carro de mão mais bonito e enfeitado da cidade de Sousa, pintura impecável, tinha até bandeira do Brasil. Era um carro de quatro rodas, com direção de carro de verdade, que o mesmo empurrava e trabalhava pesado, carregando frutas, verduras e cereais. Para adquiri-lo foram dezenas de anos de trabalho. Dizia, com alegria, que as pessoas mais importantes da cidade já tinham utilizado o seu serviço de entrega de mercadoria, pois fazia freguesia em várias bodegas da cidade. Não gostava de dá trabalho a ninguém, afirmando ser um homem de vergonha e respeito. Como homem de vergonha, dizia que: “nunca fez vergonha a ninguém.” Afirmava que mesmo sob o jugo de golpes dos maus, sempre amava, pois estava em busca da luz e não das trevas.



O sexto irmão é o Sr. Ozório (Foto) cuja vida foi de muitas lágrimas e sofrimento. Ele afirmava que ficou doente desde que o levaram a João Pessoa, sendo interno em hospital para doentes mentais. Segundo Osório, lá aplicaram uns choques fortes que queimaram todos os seus nervos. Era comum, logo pela manhã, encontrar o nosso irmão atirando, para todos os lados, com uma arma de fogo fictícia, contra os seus inimigos desencarnados.

Era incapaz de agredir fisicamente qualquer pessoa, pois, além do mais, era enfermo, descontrolado, articulista, dramático e megalomaníaco, quando, por diversas vezes, esteve na concessionária Chevrolet “Rio Vale” da cidade de Sousa e adquiriu de uma só vez quarenta carros. A princípio, o rosto do vendedor era todo de alegria, sendo para entregar, de imediato, dois Vectra, cujo pagamento seria efetuado em dólar (
vendedor?), moeda corrente em todas as suas transações. Essa compra rendeu uma discussão com o vendedor que acionou a Polícia Militar da Paraíba e fomos avisados/convocados deste episodio que após explicar o comportamento de Ozório, foi desfeito o negócio.
Algumas semanas após o episódio da Rio Vale, Ozório vai a sua terra natal “Campo Alegre”, distrito de Vieiropólis. Lá chegando, dirigiu-se a uma residência por trás da Capela católica e, rispidamente, solicita a viúva, proprietária da residência que a desocupe, pois aquela residência era propriedade sua. Diante da dona da casa residencial, alteradamente, exigia que desocupasse a residência.


A senhora comunicava, chorando, que a casa foi herança do seu falecido marido. Ozório, em contrapartida, agressivo na voz, dizia que aquela casa lhe pertencia, pois tinha comprado de seu compadre, o presidente do Brasil Juscelino Kubitsheck. (foto) 


Após esse dialogo a Senhora percebeu que Ozório tinha problemas.
Mais uma vez fomos atrás de Ozório para felicidade da Viúva de Campo Alegre.


São dezenas de casos de Ozório de compras e vendas de boiada de 500 até 1000 cabeças de gado, compra de terras, pagamento de lanches, almoço, com pedaço de papel jornal, aluguel de vários taxis, cujo pagamento era para receber em seu escritório (
Casa do Caminho) agressão ao gerente Élcio do Banco do Brasil, por não lhe pagar em dólar, dentre tantos outros eventos constrangedores. Percebíamos, assim, pelo comportamento inconsciente, inconsequente, de Ozório, a confirmação de uma sublime verdade de que a sede do ouro corrompe os mais sublimes ensinamentos.


Esses relatos, digitado apressadamente, sem preocupação com o vernáculo e sem nenhuma intenção de deixar nódoas  na imagem de nossos amados amigos, apenas, registramos uma faísca de sua valorosa personalidade, da fraternidade, de seus sofrimentos, físicos e morais, que os acompanharam nesta existência, consciente de que todos eles realizaram trabalhos de realce em outras existências, para serem nesta tão requisitados a adentrarem em provas difíceis a que se submeteram. Alguns ainda persistiam em manter um poder invisível que já não possuíam, pois não registramos em sua alma a arrogância, peculiar a muitos poderosos na Terra. Como ensina a sabedoria judaica: “A arrogância é o reino – sem a coroa”.


Pedimos a Deus todo poderoso, que derrame suas bençãos sobre os nossos seis irmãos que acabamos de mencionar algumas passagens de suas jornadas, no século XX, pois, foram para nós exemplos vivos da Lei de Ação e Reação, deixando claro um salutar ensinamento do filósofo e matemático grego Pitágoras, quando em sua sabedoria assim se expressou: “Não cometas nenhum ato vergonhoso nem na presença de outros nem em segredo. A tua primeira lei deve ser o respeito a ti mesmo”.


Infelizmente, são ainda pouquíssimos os que se interessam pela sua evolução moral. A vida da maioria de nós é uma corrida desenfreada para os bens ilusórios, nos prendemos a coisas passageiras e efêmeras. Nós, esquecemos o que nos faria felizes, dentro da nossa possibilidade de sê-lo nesta Terra, que é fazer o bem e criar em torno de nós uma atmosfera de paz e de bem-estar.

Finalmente, a fraternidade nos aproxima, nos humaniza, faz bem quando procuramos praticá-la em sua essência, não deixemos como diz um filósofo, que a fraternidade brilhe mais nos discursos do que nos corações.


Walter Sarmento de Sá Filho.