quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A Dor e a Alma

A Dor e a Alma



Um dia, um médico materialista resolveu pegar um de seus pacientes o qual ele sabia ser espírita. Quando ele chegou para a consulta, o médico foi logo perguntando, durante o exame .
- Você tenta ajudar Espíritos, com sua doutrina ?
- Sim.
- Você já viu Espírito ?
- Não.
- Já ouviu um Espirito falando ?
- Não.
- Já sentiu algum Espírito ?
- Não.
- Pois bem, temos aí quatro argumentos contra, um a favor da não existência do Espírito, ou alma!. Logo se conclui que segundo a lógica, não existe nem um nem outro.
O paciente Espírita então perguntou ao médico :
- Você é médico ?
- Sim.
- Já viste uma dor ?
- Não.
- Já ouviste uma dor ?
- Não.
- Já provaste uma dor ?
- Não.
- Já cheiraste uma dor ?
- Não.
- Já sentiste uma dor ?
- Sim.
Pois bem : temos aí quatro argumentos contra um a favor da existência da dor. Apesar disso, porém, você sabe que existe a dor e eu sei que há Espíritos.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

BUSCA DE REVOLUÇÃO

BUSCA DE REVOLUÇÃO

A iniciação é fundamental para a continuação da Maçonaria, porém a escolha de novos exige responsabilidade. Para ser maçom não basta ser livre e de bons costumes, amigo, bom esposo e pai. Exige-se do candidato inteligência e discernimento para absorver as filosofia e doutrina maçônicas para si, agregada à capacidade de espargir a luz deste conhecimento aos outros.

Busca-se pessoa que: crê em Deus e numa vida futura; seja sociável, honesta, livre e de bons costumes; possua comportamento moral ilibado; reconheça a importância dos valores; traga dentro de si bons costumes adquiridos da educação; busca incessante evolução; seja estudante dedicado; entenda o conceito de liberdade responsável; tenha pensamento aberto; respeite o pensamento do outro; possua boa vida familiar; disponha de recursos financeiros para despesas pecuniárias na instituição; possua ilibado comportamento, apto, disposto a lutar pelo bem estar da humanidade. Para entrar na Maçonaria há necessidade que alguém represente o cidadão, que conheça suas qualidades e esteja apto a julgar se o convite é viável. Confirmadas as qualidades do candidato acontece o convite. Só depois de certificar merecimento faculta-se ao cidadão pedir adesão.

Viver de acordo e em plenitude com a filosofia maçônica é de difícil alcance. O maçom já existe dentro do candidato, o que se faz é encontrá-lo e iniciá-lo. Não está fácil encontrar homem voluntarioso para trabalhar pela evolução da humanidade. É árduo o procedimento de convidar alguém que demonstre o conjunto de características desejadas. Não apenas atuante na filantropia, mas de forma comprometida e proativa engajar-se na luta para a solução de problemas da humanidade; alguém ciente da necessidade de melhorar sua educação; dotado de humildade e energia para efetuar mudanças em si mesmo. O candidato deve possuir boas características antes de entrar; a Maçonaria não é reformatório!


Considerando a importância da questão para continuidade da Maçonaria cabe ao mestre maçom debater o tema da escolha de novos junto a seus irmãos e sob a luz da sabedoria do Grande Arquiteto do Universo.


Charles Evaldo Boller

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Humildade

Senhor, fazei com que eu aceite
minha pobreza tal como sempre foi.

Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.

Dai, Senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.

Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa."

Cora Coralina

sábado, 25 de setembro de 2010

O PRINCIPIO 90/10

O PRINCIPIO 90/10

QUE PRINCÍPIO É ESSE?
Os 10% da vida estão relacionados com o que se passa com você, os outros 90% da vida estão relacionados com a forma como você reage ao que se passa com você.


O QUE ISTO QUER DIZER?
Realmente, nós não temos controle sobre 10% do que nos sucede. Não podemos evitar que o carro enguice, que o avião atrase, que o semáforo fique no vermelho.
Mas, você é quem determinará os outros 90%.



COMO?
COM SUA REAÇÃO!
Exemplo: você está tomando o café da manhã com sua família. Sua filha, ao pegar a xícara, deixa o café cair na sua camisa branca de trabalho. Você não tem controle sobre isto. O que acontecerá em seguida será determinado por sua reação.



ENTÃO, VOCÊ SE IRRITA.
Repreende severamente sua filha e ela começa a chorar. Você censura sua esposa por ter colocado a xícara muito na beirada da mesa. E tem prosseguimento uma batalha verbal...



Contrariado e resmungando, você vai mudar de camisa. Quando volta, encontra sua filha chorando mais ainda e ela acaba perdendo o ônibus para a escola. Sua esposa vai para o trabalho também contrariada.



Você tem que levar sua filha de carro pra escola. Como está atrasado, dirige em alta velocidade e é multado. Depois de 15 minutos de atraso, uma discussão com o guarda de trânsito e uma multa, vocês chegam à escola, onde sua filha entra sem se despedir de você.



Ao chegar atrasado ao escritório, você percebe que esqueceu sua maleta. Seu dia começou mal e parece que ficará pior. Você fica ansioso para o dia acabar e quando chega em casa, sua esposa e filha estão de cara fechadas, em silêncio e frias com você.



POR QUÊ?
Por causa de sua reação ao acontecido no café da manhã.




PENSE, POR QUE SEU DIA FOI PÉSSIMO?
A) por causa do café?
B) por causa de sua filha?
C) por causa de sua esposa?
D) por causa da multa de trânsito?
E) por sua causa?
A resposta correta é a da letra "E".



Você não teve controle sobre o que aconteceu com o café, mas o modo como você reagiu naqueles 5 minutos foi o que deixou seu dia ruim.



O café cai na sua camisa, sua filha começa a chorar e então você diz a ela, gentilmente: "está bem, querida, você só precisa ter mais cuidado". Depois de pegar outra camisa e a pasta executiva, você volta, olha pela janela e vê sua filha pegando o ônibus. Dá um sorriso e ela retribui dando adeus com a mão.


NOTOU A DIFERENÇA?
Duas situações iguais, que terminam muito diferentes. Por quê? Porque os outros 90% são determinados por sua reação.



AQUI TEMOS UM EXEMPLO DE COMO APLICAR O PRINCÍPIO 90/10.
Se alguém diz algo negativo sobre você, não leve a sério, não deixe que os comentários negativos te afetem, reaja apropriadamente e seu dia não ficará arruinado.



COMO REAGIR A ALGUÉM QUE LHE ATRAPALHA NO TRÂNSITO?
Você fica transtornado? Golpeia o volante? Xinga? Sua pressão sobe?
E o que acontecerá se você perder o emprego? Vai ficar preocupado, angustiado, perder o sono e adoecer?



ISTO NÃO FUNCIONARÁ!
Use a energia da preocupação para procurar outro trabalho.
Seu voo está atrasado, vai atrapalhar a sua programação do dia. Por que manifestar frustração com o funcionário do aeroporto? Ele não pode fazer nada.
Use seu tempo para estudar, conhecer os outros passageiros. Estressar-se só piora as coisas.



Agora que você já conhece o Princípio 90/10, utilize-o. Você se surpreenderá com os resultados e não se arrependerá de usá-lo. Por desconhecerem o poder de escolher suas reações diante dos acontecimentos, milhares de pessoas estão sofrendo e se estressando desnecessariamente. E o estresse destrói nossa saúde e nos envelhece.



TODOS DEVEMOS CONHECER E PRATICAR O PRINCÍPIO 90/10.
PODE MUDAR A SUA VIDA!



Stephen R. Covey (Nascido em 24 de Outubro de 1932 em Salt Lake City, Utah) é autor do best-seller administrativo (classificado por alguns como livro de auto-ajuda) Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes, publicado pela primeira vez em 1989, como também do livro (Primeiro o Mais Importante), dentre outros. Ele é fundador da Covey Leadership Center em Salt Lake City, Utah, e da "Covey" de FranklinCovey Corporation, que ensina a como fazer planejamentos nas organizações.

COPIADO DO BLOG DE JOÃO SÁVIO

REVOLUÇÃO DA ALMA

REVOLUÇÃO DA ALMA

Aristóteles, filósofo grego, escreveu este texto " Revolução da Alma“ no ano 360 A.C. e é eterno.

Ninguém é dono da sua felicidade, por isso não entregue sua alegria, sua paz sua vida nas mãos de ninguém, absolutamente ninguém. Somos livres, não pertencemos a ninguém e não podemos querer ser dono dos desejos, da vontade ou dos sonhos de quem quer que seja.
A razão da sua vida é você mesmo. A tua paz interior é a tua meta de vida, quando sentires um vazio na alma, quando acreditares que ainda está faltando algo, mesmo tendo tudo, remete teu pensamento para os teus desejos mais íntimos e busque a divindade que existe em você. Pare de colocar sua felicidade cada dia mais distante de você.

Não coloque objetivo longe demais de suas mãos, abrace os que estão ao seu alcance hoje. Se andas desesperado por problemas financeiros, amorosos, ou de relacionamentos familiares, busca em teu interior a resposta para acalmar-te, você é reflexo do que pensas diariamente. Pare de pensar mal de você mesmo(a), e seja seu melhor amigo(a) sempre.

Sorrir significa aprovar, aceitar, felicitar. Então abra um sorriso para aprovar o mundo que te quer oferecer o melhor.

Com um sorriso no rosto as pessoas terão as melhores impressões de você, e você estará afirmando para você mesmo, que está "pronto" para ser feliz.

Trabalhe, trabalhe muito a seu favor.

Pare de esperar a felicidade sem esforços.
Pare de exigir das pessoas aquilo que nem você conquistou ainda.
Critique menos, trabalhe mais.

E, não se esqueça de nunca de agradecer.

Agradeça tudo que está em sua vida nesse momento, inclusive a dor.

Nossa compreensão do universo, ainda é muito pequena para julgar o que quer que seja na nossa vida.
"A GRANDEZA NÃO CONSISTE EM RECEBER HONRAS, MAS EM MERECÊ-LAS."
Blog de João Sávio

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Silêncio





Silêncio

Silencio na noite...! Já está tudo em calma,
Os músculos dormem... A ambição descansa,
Embalando um berço, uma mãe canta,
Um canto querido, que chega a minh’alma,
Porque neste berço, está sua esperança.

Eram cinco irmãos...
Ela era uma santa,
Eram cinco beijos, todas as manhãs,
Que ela recebia em teu rosto amigo,
Esta mãe querida,
Eram cinco filhos que lhe adoravam !

Silencio na noite...! Já está tudo em calma,
Os músculos dormem... A ambição descansa,
Um clarim se ouve... Periga a Pátria !
E nos campos de guerra, os homens se matam,
Cobrindo de sangue, os campos de França.

Silencio na noite...! Já está tudo em calma,
Os músculos dormem... A ambição descansa,
Tudo já passado... Renascem as plantas,
Um hino vida, os arados cantam,
E a velhinha, de cabelos brancos,
Ficou tão sozinha, com cinco medalhas,
Que por cinco heróis, premiou a Pátria.

Silencio na noite...! Já está tudo em calma,
Os músculos dormem... A ambição descansa,
Um coro distante, de mulheres que cantam,
Embalam seus berços, com novas esperanças,
Silencio na noite!... Silencio nas almas !......



Albertinho Fortuna








"A Voz do Silêncio "

Pior do que uma voz que cala, é um silêncio que fala!
Simples, rápido! E quanta força!
Imediatamente me veio à cabeça situações em que o silêncio me disse verdades terríveis pois, você sabe, o silêncio não é dado a amenidades.
Um telefone mudo.
Um e-mail que não chega.
Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca.
Silêncios que falam sobre desinteresse, esquecimento, recusas.
Quantas coisas são ditas na quietude, depois de uma discussão.
O perdão não vem, nem um beijo, nem uma gargalhada para acabar com o clima de tensão.
Só ele permanece imutável, o silêncio, a ante-sala do fim.
É mil vezes preferível uma voz que diga coisas que a gente não quer ouvir, pois ao menos as palavras que são ditas indicam uma tentativa de entendimento.
Cordas vocais em funcionamento articulam argumentos, expõem suas queixas, jogam limpo.
Já o silêncio arquiteta planos que não são compartilhados.
Quando nada é dito, nada fica combinado.
Quantas vezes, numa discussão histérica, ouvimos um dos dois gritar:
"Diz alguma coisa, mas não fica aí parado me olhando!"
É o silêncio de um mandando más notícias para o desespero do outro.
É claro que há muitas situações em que o silêncio é bem-vindo.
Para um cara que trabalha com uma britadeira na rua, o silêncio é um bálsamo.
Para a professora de uma creche, o silêncio é um presente.
Para os seguranças de um show de rock, o silêncio é um sonho.
Mesmo no amor, quando a relação é sólida e madura, o silêncio a dois não incomoda, pois é o silêncio da paz.
O único silêncio que perturba é aquele que fala.
E fala alto.
É quando ninguém bate à nossa porta, não há recados na secretária eletrônica e mesmo assim você entende a mensagem.

Martha Medeiros

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Tempo e verdade


FORUM ROMANO RECONSTITUÍDO - DA WEB

Tempo e verdade


A verdade não tem tempo...
Não tem prazo.

É dona de tudo. Única.

A verdade é ela mesma, em si, só e acompanhada.

A verdade é invencível.
Um dia, se mostra, sobe ao palco e brilha!

Ela é dona da situação, fala no momento certo.
Irrita por sua fama.

A verdade é impetuosa, cheia de sabor, energia e com todas as vitaminas certas.
Ela, por ser tão absoluta, não pede licença...

É vip, importante, total.
A verdade é convidada de honra, senta-se à mesa, come a vontade, com gosto.

Mesmo que você não queira, ela está aí, do lado, em cima, na frente em todas as direções.

A verdade vem, de qualquer forma, de jeito e desajeitada...
E por mais tempo que passe, ela virá igualmente, talvez com mais imponência.

E é tão verdade...

Texto de Deka copiado do Blog sem gorduras trans

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Quem sabe um dia

Quem sabe um dia

Quem sabe um dia
Quem sabe um seremos
Quem sabe um viveremos
Quem sabe um morreremos!


Quem é que
Quem é macho
Quem é fêmea
Quem é humano, apenas!


Sabe amar
Sabe de mim e de si
Sabe de nós
Sabe ser um!


Um dia
Um mês
Um ano
Uma vida!


Sentir primeiro, pensar depois
Perdoar primeiro, julgar depois
Amar primeiro, educar depois
Esquecer primeiro, aprender depois


Libertar primeiro, ensinar depois
Alimentar primeiro, cantar depois
Possuir primeiro, contemplar depois
Agir primeiro, julgar depois


Navegar primeiro, aportar depois
Viver primeiro, morrer depois

Mário Quintana

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Os Mistérios da Vida e da Morte



Jacques DeMolay
1244-1314 AD
Last Grand Master of the Order of the Temple
(The Templars)





Os Mistérios da Vida e da Morte

Nossa Ordem vive hoje, infelizmente, na mais profunda obscuridade intelectual e espiritual. Alguns Irmãos estão tentando transformá-la, rebaixando seus propósitos de tal forma que, praticamente, pessoas sem os quesitos necessários para compor o quadro de Obreiros das Lojas acabam tendo ingresso em suas Oficinas, até mesmo os ateus, e nela permanecem.

Sei, e com muita convicção, que a Instituição não é o que praticam nela, e o pior, existem Irmãos que acreditam que a Maçonaria é aquilo que vêem, que ouvem e, muitas vezes, aquilo que fazem…

São esses Irmãos que ignoram seus maiores feitos e nomes. É por isso que faço questão de tratar daquilo que é um dos fatores mais sublimes no ser humano: a sua espiritualidade, fator este que está intimamente ligado à Maçonaria, a começar pelas cerimônias de Iniciação.

Mas antes de tratarmos do tema central de nosso artigo, creio ser relevante, até mesmo para conhecimento dos leitores profanos, lembrarmos o que é, afinal, a Maçonaria. Ela é uma Ordem Universal, formada por homens livres e de bons costumes, não importando sua raça, sua cor, seu credo e sua nacionalidade. Nela, os seres são acolhidos por suas diversas qualidades com a finalidade de evoluírem, física e espiritualmente. Essa Ordem foi fundada sob o Amor incondicional, na esperança da construção de uma sociedade humana mais justa e perfeita. Por isso mesmo, é Investigadora da “Verdade” e combate a ignorância. Seus princípios são a Tolerância, a Virtude, a Justiça e a Sabedoria, sob a tríade Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Ao contrário do que muitos pensam, a Maçonaria não é uma sociedade secreta. Nossa história tem sido divulgada em diversos livros, os quais estão à venda em todas as livrarias. Nossos documentos são registrados em cartório. Temos endereço certo, como toda pessoa jurídica legalmente constituída. Também não é uma religião. Não promove nenhum dogma, deixando o ser pensar como bem entender. Não é ateísta, muito menos um partido político, como alguns tentam conduzi-la. Para muitos, e eu me incluo entre estes, a “política é uma introdução à guerra”.

Além de combater a ignorância em todas as suas modalidades, constitui-se em uma escola, impondo-se o seguinte programa:

I — Obedecer às leis democráticas do país;
II — Viver segundo os ditames da honra;
III — Praticar a justiça;
IV — Amar ao próximo;
V — Trabalhar pelo progresso do homem.
A par dessa definição e da declaração formal da aceitação dos Landmarks, codificados por Albert Gallatin Mackey, proclama, também, os seguintes princípios:
I — Amar a Deus, a pátria, a família e a humanidade;
II — Praticar a beneficência, de modo discreto, sem humilhação;
III — Praticar a Solidariedade Maçônica, nas causas justas, fortalecendo os laços de fraternidade;
IV — Defender os direitos e as garantias individuais;
V — Considerar o trabalho lícito e digno como dever do Maçom;
VI — Exigir de seus membros boa reputação moral, cívica, social e familiar, pugnando pelo aperfeiçoamento dos costumes;
VII — Exigir a tolerância para com toda a forma de manifestação de consciência, de religião ou de filosofia, cujos objetivos sejam os de conquistar a verdade, a moral, a paz e o bem social;
VIII — Lutar pelo princípio da equidade, dando a cada um o que for justo, de acordo com sua capacidade, suas obras e seus méritos;
IX — Combater o fanatismo, as paixões, o obscurantismo e os vícios.
Comungo da verdade de que a Maçonaria é uma Ordem tradicional, muito mais antiga do que a data que lhe é atribuída: 1717. Baseia-se essa informação pela estrutura da Ordem, a prática mecânica de nossos rituais, os símbolos, a transmissão das ciências secretas aos Iniciados, as diversas teorias místicas, ocultistas, metafísicas, espirituais e filosóficas. Enfim, somos uma entidade muito mais antiga, mas, infelizmente, os livros de História não podem nos dar uma data precisa de nosso surgimento. Não nos esqueçamos de que a história é narrada e criada pelos vencedores e que muitos dos vencedores, diversas vezes, não têm interesse de que a verdade seja revelada.




Sejamos, ao menos, justos. Se debitamos à Maçonaria, em geral, todos aqueles casos particulares, ponhamos-lhe a crédito, em contrapartida, os benefícios que dela temos recebido em iguais condições. Beijem-lhe os jesuítas as mãos por lhes ter sido dado acolhimento e liberdade na Prússia, no século XVII — quando expulsos de toda parte, o próprio papa os repudiava —, pelo maçom Frederico II. Agradeçamos-lhe a vitória de Waterloo, pois Wellington e Blucher eram maçons. Sejamos-lhe gratos por ter sido ela quem criou a base na qual veio a assentar a futura vitória dos Aliados — a Entente Cordiale, obra do maçom Eduardo VII. Pensando na América, podemos citar a Independência do Brasil e a Abolição da Escravatura. Na França, a Maçonaria teve influência na Revolução Francesa. E não nos esqueçamos, finalmente, de que devemos à essa Ordem as maiores obra da arte moderna — Fausto, do maçom Goete, e a memorável A Flauta Mágica, do maçom Mozart.

Isso é apenas um pouco da nossa história que não foi apagada nem esquecida…Mas vamos falar de espiritualidade. Ao abordarmos este tema, surge um outro infinitamente ligado a ele — A MORTE.
E começamos por citar algumas palavras de um Lama, sacerdote tibetano: “Não há uma pessoa, na verdade, nenhum ser vivo, que não tenha retornado da morte”. De fato, todos nós morremos várias mortes antes de virmos para esta encarnação; e aquilo que chamamos nascimento é apenas o lado inverso da morte, como um dos dois lados de uma moeda, ou, ainda, como uma porta que chamamos de “entrada” a partir do lado de fora, e de “saída”, a partir do lado de dentro.

É ainda mais surpreendente que nem todos se lembrem de sua morte anterior. E, em decorrência desse lapso de memória, a maioria das pessoas não acredita que tenha havido uma morte anterior. Mas também não se lembram de seu mais recente nascimento, embora, nesse caso, não duvidem de terem nascido. Tais pessoas esquecem-se de que a memória ativa é uma pequena parte de nossa consciência normal e que nossa memória inconsciente registra e preserva cada impressão e experiência passadas, que a nossa mente despertada não consegue se lembrar.

Poderia citar também a lagarta; o que ela chama de morte, chamamos de BORBOLETA.
Na realidade, nem todos têm a sensibilidade de perceber determinadas vibrações, ou melhor, freqüências vibratórias, o que dificulta, e muito, os contatos que são feitos com habitantes de um outro plano ou outra dimensão. Muitas pessoas que fazem parte de nosso grupo de estudos tentam desenvolver essa sensibilidade por diversos meios, um deles seria o que chamamos de “viagem astral”, em que, por meio de exercícios, as pessoas conseguem entrar em um estado de relaxamento (transe) profundo e contatar esses habitantes de outros planos, em outras dimensões ou na mesma dimensão.

Esse processo é muito semelhante ao da sintonia de um rádio, quando vamos sintonizar uma determinada estação. As ondas estão ali, no mesmo lugar, passando por nós, mas se não sintonizarmos na “freqüência” certa, se não entramos em sua sintonia, não conseguiremos captar a estação.

Obviamente, o que parece ser tão fácil, não é. Todo trabalho, de qualquer Escola Iniciática séria, tem de preparar o discípulo para a morte, para que ele tenha a oportunidade de se iluminar no tempo certo, por meio da integração com a sua própria essência. Para que o leitor tenha uma compreensão mais vasta do tema, recomendo a leitura de duas obras verdadeiramente herméticas: O Livro dos Mortos do Antigo Egito e O Livro dos Mortos Tibetano, lançados pela Madras Editora. Ambos dão um registro muito claro e preciso “da arte de viver e da arte de morrer”.
Vejamos, agora, como grandes personalidades da História vislumbravam o fenômeno morte. Primeiramente, vou descrever parte de um texto de Fedro, livro de autoria de Platão:
“Nenhum poeta jamais cantou nem cantará a região que se situa acima dos céus. Vejamos, todavia, como ela é. Se devemos dizer sempre a verdade, quanto mais obrigados o seremos ao falarmos da própria verdade? A realidade sem forma, sem cor, impalpável, só pode ser contemplada pela inteligência, que é o guia da alma. E é na idéia Eterna que reside a ciência perfeita, aquela que abarca toda a verdade.

“O pensamento de um deus nutre-se de inteligência e de ciência puras. O mesmo se dá com todas as almas que buscam nutrir-se do alimento que lhes convém quando a alma, depois da evolução pela qual passa, atinge o conhecimento das essências. Esse conhecimento das verdades puras a mergulha na maior das felicidades.

“Depois de haver contemplado essas essências, volta a alma ao seu ponto de partida. E, ao longo da evolução pela qual passou, ela pôde contemplar a Justiça e a Ciência — não esta que conhecemos, sujeita às mudanças e que é contingente aos objetos, mas a Ciência que tem por objeto o Ser dos Seres. Quando assim contempla as essências, quando sacia a sua sede de conhecimento, a alma mergulha novamente na profundeza do céu e volta a seu pouso. Aquela (alma) que mais Verdades contemplou gerará um filósofo, um esteta ou um amante favorito das Musas.

“A beleza era visível em todo o seu esplendor quando, na corte dos bem-aventurados, deparávamos com o espetáculo ridente em que seguiam a Zeus (Deus na mitologia grega) e alguns entre nós a outros deuses. Iniciados nos mistérios divinos, nós os celebrávamos puros e livres, isentos das imperfeições em que mergulhamos no curso ulterior do nosso caminho. A integridade, a simplicidade, a imobilidade, a felicidade eram as visões que a iniciação revelava ao nosso olhar, imersas numa pura e clara luz. Não tínhamos mácula nem contato com esse sepulcro que é o nosso corpo, ao qual estamos ligados como a ostra à sua concha.”
Existem diversas teorias a respeito da morte; entre elas, há os que dizem que sentem muito frio ao desencarnarem.

O poeta Ovídio dizia que a Noite, mãe do Sono e do Falecimento, habitava além do país dos cimérios, que o Sol jamais ilumina. Nela, os galos nunca anunciaram a volta da aurora. Os cães e os gansos que vigiam as casas nunca turbaram com seus gritos o silêncio que reina eterno. Nessa época fabulosa de poesias eternas e encantos nunca vistos, também se sabia que a Morte, irmã gêmea do Sono, era implacável, mesmo tendo sido ludibriada poucas vezes, como aconteceu com Sísifo, que, como nos relata a mitologia, burlou a Morte acorrentando-a de tal modo, que ninguém morria na Terra. Mas foi punido pelo Deus Marte, que o levou ao inferno após livrar a Morte, para continuar a ordem no Universo.
Podemos notar que os castigos para os pecadores no inferno são severos e eternos. Sísifo, por exemplo, tinha o dever de rolar uma grossa pedra até o pico de uma montanha, mas sempre que chegava próximo, uma força maior fazia com que a pedra rolasse até o chão, e novamente ele se esforçava para tentar levá-la até o pico da montanha.

Para as Denaides, protagonistas de um belíssimo poema em que matam seus maridos, pelo pecado foram condenadas a carregar jarros de água de uma fonte e encher um poço sem fundo.

Pela mitologia grega, sabe-se que o inferno, formado pelos rios Estige e Aqueronte, tem um vigia, um barqueiro chamado Caronte, que escolhe os mortos que serão levados ao seu eterno lar na escuridão. Ao chegar do outro lado, os mortos condenados ao inferno encontram o cão vigia de Caronte, chamado Cérbero, que tem três cabeças e impede qualquer das almas de voltar ao mundo normal.

Ao longo de toda a sua história, o homem sempre soube que o inferno é um lugar onde impera o calor, em que se queima enxofre eternamente. Conforme algumas teorias, lugares quentes, como o inferno, têm pouquíssima energia; logo, o Céu, oposto ao inferno, tem muita energia, e por isso é muito frio.

Se as almas dos mortos que se destinam ao inferno não podem voltar, impedidas por Caronte e seu cão Cérbero, não se pode dizer o mesmo das almas que vão para o céu, às quais Deus sempre dá uma outra oportunidade. São almas não pecadoras, normalmente vítimas de algum maltrato, mas que simplesmente não conseguiram achar seu aposento no céu. Ao voltarem à Terra para pedir ajuda, trazem o frio celeste consigo, causando o tremor de quem as vê ou se aproxima.
Sócrates (469-399 a.C.) já dizia: “Porque morrer é uma ou outra destas duas coisas. Ou o morto não tem absolutamente nenhuma existência, nenhuma consciência do que quer que seja, ou, como se diz, a morte é precisamente uma mudança de existência e, para a alma, uma migração deste lugar para outro”.

Então, talvez morrer não seja de todo desagradável. Será que viver é que seria a nossa “condenação”? Eis um autêntico paradoxo. Viver implica várias formas de sofrimento e uma busca incessante pela felicidade. Ademais, viver implica morrer um pouco a cada dia, de forma que o evento terminal de uma “vida”, ao qual chamamos “morte”, é apenas o cessar do processo de morte. Deveríamos, então, ter medo da vida e não da morte.
O corpo físico do homem, com seus cerca de 1.028 átomos, troca aproximadamente 98% desses átomos todos os anos. A mucosa do estômago se renova em uma semana; a pele inteira, em um mês; os ossos, em três meses; o fígado, em seis semanas; etc., de forma que, em aproximadamente cinco anos, todos os nossos átomos retornaram ao “pó” e outros foram colocados no lugar. Diante disso, podemos concluir que o corpo físico “morre” a cada cinco anos. Assim sendo, o que permanece do nosso corpo original com toda essa metamorfose?

Pode-se pegar um atalho conceitual e afirmar que morte é ausência de vida. Mas o que é vida? Existe vida após o nascimento? Realmente se vive, somente pelo fato de termos nascido? Afinal, o que é que nasce e o que é que a morte faz cessar? Desde que o “cérebro se tornou capaz de investigar o cérebro”, uma pergunta é repetida e respondida pelo homem: existe alguma forma de consciência após a morte do corpo físico? A neurociência não consegue, ainda, responder a essa questão. Não há nenhuma evidência que sim, nem que não.
A vida é algo que está além do corpo físico e que em algum momento passa a “habitá-lo” ou “preenchê-lo”, a “dar-lhe vida”. Partindo do conceito científico moderno de que não existe algo como um corpo individual delimitado no espaço, pois todos os corpos são interdependentes, processos vivos compartilhados, e de que a vida e a consciência devem estar de alguma forma escondidas no mundo quântico, pode-se afirmar que a vida é uma propriedade do Universo em geral, ligada a tudo e a todos. Se a vida é Una, algo que está imerso em toda a manifestação, nós podemos concluir que, para que algo morra, é necessário que tudo morra. Somos todos UM!

Há, ainda, grandes vultos da História que proferiram frases relevantes a respeito do assunto, e que faço questão de mencionar:

“A morte de qualquer homem diminui-me, porque eu estou englobado na humanidade.”
Carl Gustav Jung (1875-1961)

“Eu, enquanto homem, não existo somente como criatura individual, mas me descubro membro de uma grande comunidade humana.”
Albert Einstein (1879-1950)

“A vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos para o futuro.”
John Lennon (1940-1980).

“O que é oposto à morte?… É o nascimento, pois a Vida é eterna!”.
Sidarta Gautama, o Buda (563-483 a.C.).

Fernando Pessoa já dizia que “a morte é a curva da estrada; morrer é só não ser mais visto”. Diante disso, é possível termos uma visão da morte com mais serenidade, como ponto de partida para uma nova vida. Sobretudo, de modo transcendente, ou seja, sublime. É como se adormecêssemos com a plena convicção de que continuaremos vivos no dia seguinte, junto àqueles que amamos. Porém, estaremos em outra dimensão, convivendo com seres que já convivemos um dia, que foram nossos entes queridos em outras vidas, ou mesmo na atual, e estaremos prosseguindo nossa jornada evolutiva nessa nova fase da existência. A vida é assim: feita de reencontros, aqui ou em qualquer lugar. Não entraremos, aqui, no mérito da questão de que a alma poderá não ir para esse paraíso, e sim para o inferno. É o que muitos podem estar pensando neste momento. Mas, afinal, quem somos nós, seres humanos, para julgarmos os destinos das almas ou espíritos?
É comum ouvirmos a expressão “a morte é a única certeza que temos na vida”. Ocorre que a civilização ocidental materialista se amoldou à idéia de que tudo acaba com a morte. Dessa forma, ela é tratada por muitos como um tabu, algo que não se deve comentar ou investigar. O maior desejo do ser humano é a imortalidade, e esse desejo está intimamente relacionado ao medo da morte. Mas, de onde vem esse medo? Pode ser que venha do medo que se tem do desconhecido, do instinto de autopreservação que estimula o medo da própria extinção. Ou será que viria de uma experiência antiga, guardada na memória, já vivida e não mais desejada?
Se desejamos viver indefinidamente, por que insistirmos em acreditar que morrer é o fim? Provavelmente, se o contrário estivesse acontecendo, se o homem tivesse certeza de sua imortalidade, ele procuraria a própria extinção. Será que o inconsciente coletivo do homem já tem essa certeza da imortalidade? Será que os atos humanos destrutivos, contra a natureza e contra si mesmos, não são formas veladas (e doentias!) de se buscar atingir esse estado?

Mesmo assim, a morte assusta, talvez pelo apego que temos às coisas materiais, as quais perderemos definitivamente quando morrermos, e pelo apego que temos à própria vida. Talvez um apego à nossa persona, nossa “individualidade” que irá se desfazer, voltar ao “pó” (Eclesiastes 12:7). Na realidade, o nosso medo vem de uma fonte mais profunda: não sabemos quem realmente somos. Somente após a morte do corpo é que se pode experimentar a possibilidade de uma outra vida, caso ela exista. Por outro lado, não se pode comprovar a possibilidade contrária (a inexistência de uma outra vida), afinal, não se terá consciência dela.

Para os materialistas, o dia da morte de uma pessoa deveria ser uma data inerte; afinal, tudo acaba com esse fenômeno e não há razão para homenagear quem não existe mais. Ocorre, porém, que a maioria das pessoas homenageia a memória de seus entes queridos, até mesmo os ateus; mas, no fundo, estão apenas dando vazão à dor da própria ferida não curada, gerada pela falta que sentem dos seus entes queridos: saudades.

Quem de nós nunca sentiu saudades? Aquele que já a vivenciou sabe o quanto ela dói, causa um estado profundo de melancolia, faz chorar, provoca um desejo imenso de querer ter de volta aquilo ou alguém que um dia nós “possuímos”; pode, enfim, levar uma pessoa à “loucura”. E no momento em que qualquer ser humano perde um ente querido, seja ele espiritualista ou ateu, a saudade daquele que partiu mexe com os mais profundos sentimentos. Assim sendo, pergunto a um ateu se a morte seria mesmo o fim da vida. Por que, então, ele sente saudades de quem se foi, se a morte acaba com tudo? Qual a razão de homenageá-los?
Já ouvi muitos espiritualistas dizerem que, apesar de acreditarem na eternidade da vida, não se conformam quando a morte chega em sua família; então sofrem e choram a perda de seu ente querido. A dor da perda é a visita da morte à vida, e sem dor não há vida, porque nos apegamos demais a tudo o que possuímos, ou seja, pensamos que possuímos; na verdade, apenas nos foi emprestado, inclusive a carne, e, como tal, um dia teremos que devolvê-la ao Universo.

Flua como um rio, desapegue-se de situações e de pessoas, transcenda…
A Teosofia afirma que essa homenagem remonta à época dos Atlantes, raça de “gigantes” (Gênesis 6:4), os enacim e os emim, presentes na Bíblia Sagrada (Números 13:33 e Deuteronômio 1:28, 2:10).

Historicamente, o culto aos antepassados é tão antigo quanto a história do Antigo Egito. Seu povo, longe do conhecimento de sua avançada espiritualidade, restringia o seu culto à veneração de imagens dos antepassados, ou de alguma divindade menor, por meio de diversas superstições, incluindo o uso de amuletos.
Na Índia védica, os filhos do Sol buscavam a ciência pura do fogo sagrado, a adoração ao Deus Supremo e a honra aos antepassados por meio de orações. Ao milenar povo chinês, afastado dos ensinamentos elevados acerca do Tao, restava um culto mágico aos antepassados e uma adoração aos espíritos.
Para o Xintoísmo, a alma dos que morrem permanece poluída, conservando sua personalidade de quando estava em vida, necessitando, assim, de rituais de purificação para que assuma um aspecto benevolente e pacífico. Dessa forma, ela atingirá o grau de guardiã, ou deidade (kami), protetora da família. Assim, enquanto religião, a divinização das energias cósmicas foi acompanhada da divinização dos espíritos dos antepassados (considerados deuses tutelares da família), dos sábios ancestrais, dos imperadores, de alguns animais e de forças elementares da natureza.

A Psicologia Transpessoal fala da existência de outros pacotes de inconsciente, além do Inconsciente Coletivo descrito por Jung. Um deles seria o inconsciente familiar, responsável pela repetição de padrões de comportamento presentes no seio familiar. Alguns pesquisadores defendem que essas memórias estariam impressas em nosso DNA e, dessa forma, acessíveis à nossa mente inconsciente. Essa tese explicaria também a ocorrência de memórias novas, em transplantados, de fatos ocorridos na vida do doador do órgão. O culto aos antepassados, de forma que se libere essas energias de sua influência sobre nós, seria uma forma de se trabalhar no inconsciente familiar.

Para os celtas, o ano era dividido em quatro períodos de três meses e, no início de cada um, havia um grande festival. No primeiro dia do ano celta, celebrado em 1º de novembro, era comemorada a mais importante das quatro festas: o Samhain, conhecido como “Noite dos Ancestrais” ou “Festa dos Mortos”, pois os celtas acreditavam que nesse dia o véu entre os mundos estaria bem fino. Hoje, essa festa está associada com o Hallows Day e é celebrada na noite anterior ao Halloween. O mundo cristão assimilou essa festa pagã e passou a comemorá-la em 2 de novembro (Dia de Finados).

Concluindo nosso pensamento, podemos dizer que a crença generalizada na existência da morte, como aniquilação individual, fez sumir a visão de longo prazo e afetou o planeta inteiro. Não se prepara mais o futuro, apenas se vive em busca de prazeres e desejos pessoais do ego, teoria de vida pregada pelo capitalismo, que é uma forma geradora de desejos. O homem está destruindo o planeta e a si mesmo. Definitivamente, não há morte como a concebemos. A morte existe apenas porque não se sabe o que a vida é, porque ainda estamos inconscientes da Vida, da sua ausência de morte.

Assim, os que perguntam o que acontece após a morte o fazem por não lhes ter acontecido nada durante a vida. É necessário um nascimento espiritual para que a Vida nos permeie em sua abundância. Quando se conhece a Vida, conhece-se a morte. A morte é apenas uma transição de um estado de consciência para outro, e a única coisa que morre é a morte. A morte é apenas uma PASSAGEM, e essa passagem deve ser o triunfo de uma existência, seu mais glorioso momento.
Preparar-se para morte, sem exageros, conscientes de que, assim como nascemos, todos passaremos por ela, coloca-nos em sincronicidade com as Leis do Universo.
Somente quando formos capazes de entender a chave iniciática contida nas palavras de São Francisco de Assis, quando dizia que “… é morrendo que se nasce para a vida eterna”, ou a declaração proferida pelo Faraó, no final da quinta etapa da iniciação egípcia, “Sebek Ur Sebek”, que afirma: “Só a Morte pode Vencer a Morte”, estaremos, de fato, preparados para ela.
E esse entendimento somente será completo até mesmo em certas iniciações, em que a “LUZ É DADA DEPOIS DA MORTE”, e “QUE SE FAÇA A LUZ…! E A LUZ FOI FEITA!”.

A Luz é a sua recompensa…
Eu Sou Apenas isso,
Eu Sou Você,
Você Sou Eu,
Eu Sou, a Sua Manifestação…
Eu Sou, Wagner Veneziani Costa.

Autor
Pelo Ir.’.Wagner Veneziani Costa

Revista Universo Maçônico

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

GANHEI CORAGEM

GANHEI CORAGEM

Rubem Alves

"Mesmo o mais corajoso entre nós só raramente tem coragem para aquilo que ele realmente conhece", observou Nietzsche.



É o meu caso.
Muitos pensamentos meus, eu guardei em segredo.
Por medo.
Alberto Camus, leitor de Nietzsche, acrescentou um detalhe acerca da hora em que a coragem chega:
"Só tardiamente ganhamos a coragem de assumir aquilo que sabemos".
Tardiamente. Na velhice. Como estou velho, ganhei coragem.
Vou dizer aquilo sobre o que me calei:
"O povo unido jamais será vencido", é disso que eu tenho medo.
Em tempos passados, invocava-se o nome de Deus como fundamento da ordem política.
Mas Deus foi exilado e o "povo" tomou o seu lugar: a democracia é o governo do povo.
Não sei se foi bom negócio; o fato é que a vontade do povo, além de não ser confiável, é de uma imensa mediocridade.
Basta ver os programas de TV que o povo prefere.
A Teologia da Libertação sacralizou o povo como instrumento de libertação histórica. Nada mais distante dos textos bíblicos. Na Bíblia, o povo e Deus andam sempre em direções opostas. Bastou que Moisés, líder, se distraísse na montanha para que o povo, na planície, se entregasse à adoração de um bezerro de ouro. Voltando das alturas, Moisés ficou tão furioso que quebrou as tábuas com os Dez Mandamentos.
E a história do profeta Oséias, homem apaixonado! Seu coração se derretia ao contemplar o rosto da mulher que amava! Mas ela tinha outras idéias. Amava a prostituição. Pulava de amante e amante enquanto o amor de Oséias pulava de perdão a perdão. Até que ela o abandonou. Passado muito tempo, Oséias perambulava solitário pelo mercado de escravos. E o que foi que viu? Viu a sua amada sendo vendida como escrava. Oséias não teve dúvidas. Comprou-a e disse:
"Agora você será minha para sempre." Pois o profeta transformou a sua desdita amorosa numa parábola do amor de Deus.
Deus era o amante apaixonado. O povo era a prostituta. Ele amava a prostituta, mas sabia que ela não era confiável. O povo preferia os falsos profetas aos verdadeiros, porque os falsos profetas lhe contavam mentiras. As mentiras são doces; a verdade é amarga.
Os políticos romanos sabiam que o povo se enrola com pão e circo. No tempo dos romanos, o circo eram os cristãos sendo devorados pelos leões. E como o povo gostava de ver o sangue e ouvir os gritos!
As coisas mudaram. Os cristãos, de comida para os leões, se transformaram em donos do circo.
O circo cristão era diferente: judeus, bruxas e hereges sendo queimados em praças públicas. As praças ficavam apinhadas com o povo em festa, se alegrando com o cheiro de churrasco e os gritos. Reinhold Niebuhr, teólogo moral protestante, no seu livro "O Homem Moral e a Sociedade Imoral" observa que os indivíduos, isolados, têm consciência. São seres morais. Sentem-se "responsáveis" por aquilo que fazem.
Mas quando passam a pertencer a um grupo, a razão é silenciada pelas emoções coletivas.
Indivíduos que, isoladamente, são incapazes de fazer mal a uma borboleta, se incorporados a um grupo tornam-se capazes dos atos mais cruéis. Participam de linchamentos, são capazes de pôr fogo num índio adormecido e de jogar uma bomba no meio da torcida do time rival. Indivíduos são seres morais.
Mas o povo não é moral. O povo é uma prostituta que se vende a preço baixo.
Seria maravilhoso se o povo agisse de forma racional, segundo a verdade e segundo os interesses da coletividade. É sobre esse pressuposto que se constrói a democracia. Mas uma das características do povo é a facilidade com que ele é enganado. O povo é movido pelo poder das imagens e não pelo poder da razão. Quem decide as eleições e a democracia são os produtores de imagens.
Os votos, nas eleições, dizem quem é o artista que produz as imagens mais sedutoras.
O povo não pensa. Somente os indivíduos pensam. Mas o povo detesta os indivíduos que se recusam a ser assimilados à coletividade. Uma coisa é a massa de manobra sobre a qual os espertos trabalham.
Nem Freud, nem Nietzsche e nem Jesus Cristo confiavam no povo. Jesus foi crucificado pelo voto popular, que elegeu Barrabás. Durante a revolução cultural, na China de Mao-Tse-Tung, o povo queimava violinos em nome da verdade proletária. Não sei que outras coisas o povo é capaz de queimar.
O nazismo era um movimento popular.
O povo alemão amava o Führer.
O povo, unido, jamais será vencido!
Tenho vários gostos que não são populares. Alguns já me acusaram de gostos aristocráticos.
Mas, que posso fazer? Gosto de Bach, de Brahms, de Fernando Pessoa, de Nietzsche, de Saramago, de silêncio; não gosto de churrasco, não gosto de rock, não gosto de música sertaneja, não gosto de futebol.
Tenho medo de que, num eventual triunfo do gosto do povo, eu venha a ser obrigado a queimar os meus gostos e a engolir sapos e a brincar de "boca-de-forno", à semelhança do que aconteceu na China.
De vez em quando, raramente, o povo fica bonito. Mas, para que esse acontecimento raro aconteça, é preciso que um poeta entoe uma canção e o povo escute: "Caminhando e cantando e seguindo a canção."
Isso é tarefa para os artistas e educadores.
O povo que amo não é uma realidade, é uma esperança.

Rubem Alves colunista da Folha de São Paulo

sábado, 18 de setembro de 2010

Fios da Vida

Fios da Vida

Já fiz mais do que podia
Nem sei como foi que fiz.
Muita vez nem quis a vida a vida foi quem me quis.
Para me ter como servo?
Para acender um tição na frágua da indiferença? Para abrir um coração no fosso da inteligência?
Não sei, nunca vou saber. Sei que de tanto me ter, acabei amando a vida.
Vida que anda por um fio, diz quem sabe.
Pode andar, contanto (vida é milagre) que bem cumprido o meu fio.

Thiago de Mello

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

SE NÃO TIVESSE AMIGOS





SE NÃO TIVESSE AMIGOS
Erivaldo Alves*



(Homenagem ao meu amigo Daniel Xavier, presidente da Associação das Pessoas com Deficiência de Ponte dos Carvalhos). Marcos 2.1-12

“Sem amigos, ninguém gostaria de viver, mesmo que possuísse todas as coisas da vida” Aristóteles






Imagine como devia ser a vida de um homem paralítico no mundo antigo! O tempo todo deitado em uma maca medindo 90 x 180 cm. Dependendo dos outros para tudo – beber, vestir, comer, tomar banho, conduzi-lo... Sem conhecer o que significa ser independente, uma condição que todos nós prezamos muito. Ele sonha que tem um corpo perfeito. Mas é só um sonho. Sem emprego, sem dinheiro, sem influência.
Acontece que ele tinha algo em seu favor: Tinha quatro amigos. Excelentes amigos! Verdadeiros amigos. Sua história existe por causa desses amigos extraordinários. Não teria se aproximado de Jesus, jamais teria sido curado, jamais teria recebido perdão, não fossem os amigos.






ELE NÃO SE ISOLOU, MAS BUSCOU VIVER SUA DOR NA COMUNIDADE.






Em razão de sua condição física, não era fácil ter amigos. Sua etiqueta declarava: “Mercadoria com defeito.” Imagine que pessoas tidas como normais têm dificuldade de ter amigos verdadeiros, quanto mais pessoas com deficiências físicas!






Na antiguidade, a coisa era muito mais difícil para aqueles que tinham algum tipo de deficiência ou condicionamento físico ou mental.






Os gregos defendiam a eliminação de recém nascidos com algum tipo de anomalia física. Segundo Aristóteles, “Deve haver alguma lei que impeça que as crianças deformadas sobrevivam”.






Os romanos, no século V a.C., legislavam sobre o assunto da seguinte maneira: “Matar rapidamente uma criança deformada”.






Os judeus atribuíam ao pecado, o fato da deficiência.






Hoje apesar das inúmeras dificuldades enfrentadas por quem tem alguma deficiência, existem respeito e direitos que foram adquiridos através da mobilização de entidades representativas.





Os amigos daquele paralítico se reuniam com ele todos os dias para: Cantar-orar-adorar a Deus comer estudar. Não é de admirar que fossem tão unidos! Alguém já disse que “as pessoas sábias não têm pressa quando o assunto é amizade”.






Talvez a maior barreira que a maioria de nós tem para ter um relacionamento mais intenso com as outras pessoas seja simplesmente o ritmo de nossa vida. Não precisamos ter pressa para ouvir. Não podemos ter pressa para chorar. Não temos que ter pressa para carregar a maca de alguém.






ELE TINHA UMA MACA





Necessitava de alguém que o carregasse (isso era muito constrangedor). As pessoas o viam e sentiam sua fragilidade,suasfraquezas. Cada um de nós tem uma maca e precisamos de alguém que nos ajude a carregar






• É um temperamento difícil de ser controlado,
• É a incapacidade de construir relacionamentos duradouros,
• É o medo de que as pessoas te conheçam como tu és verdadeiramente,
• É a desconfiança nas pessoas,
• É a mentira,
• É baixa auto-estima (por se achar incapaz, feio, solitário),
• É o descontrole financeiro.






Com quem você pode contar para carregar a maca? Você deixa transparecer para seus amigos suas fraquezas e lutas interiores? Você pede a alguém que ore por você e diz pelo que orar? Quem tem permissão para ver suas fragilidades e mesmo assim tê-lo como amigo? Se você deseja ter amizades, não pode ser sempre à parte mais forte. Às vezes, terá de permitir que alguém carregue sua maca.






ELE TINHA AMIGOS DEMOLIDORES DE TELHADOS






Jesus chega a cidade dele. Seus amigos ficam sabendo. Um deles diz: “Não podemos ir até lá sozinhos. Temos que levar nosso amigo. Ele ficará muito contente. Talvez Jesus possa curar nosso amigo. Vamos levá-lo”! Mas atrasaram... Ao chegarem ao local da reunião, o salão estava totalmente repleto de pessoas e não havia mais lugar nem mesmo à porta. Acontece que seus amigos não desistem e têm uma idéia arriscada: “Vamos arrombar o telhado e apresentá-lo a Jesus”. E assim fizeram. Desceram o paralítico e o Senhor elogiou a fé daqueles homens e também curou o paralítico. Se não fossem os amigos, aquele paralítico não teria se aproximado de Jesus e consequentemente não teria sido curado.






*Erivaldo Alves é Pastor da Igreja Batista da Cohab e membro da Academia Cabense de Letras

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A FLOR E A FONTE



A FLOR E A FONTE

"Deixa-me, fonte!" Dizia
A flor, tonta de terror.
E a fonte, sonora e fria,
Cantava, levando a flor.

"Deixa-me, deixa-me, fonte!"
Dizia a flor a chorar:
"Eu fui nascida no monte...
"Não me leves para o mar".

E a fonte, rápida e fria,
Com um sussurro zombador,
Por sobre a areia corria,
Corria levando a flor.

"Ai, balanços do meu galho,
"Balanços do berço meu;
"Ai, claras gotas de orvalho
"Caídas do azul do céu!..."

Chorava a flor, e gemia,
Branca, branca de terror,
E a fonte, sonora e fria
Rolava, levando a flor.



Autor: Vicente de Carvalho

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

CONTA COM DEUS




CONTA COM DEUS


Não te queixes, trabalha.
Não te desculpes, aceita.
Não te lastimes, age.
Não provoques, silencia.
Não acuses, ampara.
Não te irrites, desculpa.
Não grites, pondera e explica.
Não reclames, coopera.
Não condenes, socorre.
Não te perturbes,espera.
Não exijas dos outros.
Conta sempre com Deus.


Emmanuel

domingo, 12 de setembro de 2010

... as palavras existem para informar e não para impressionar.

... as palavras existem para informar e não para impressionar.


Nesse sentido, Anthony Robbins, em seu esplêndido livro Poder Sem Limites, relata uma interessante passagem a qual vou pedir licença aqui para reproduzir.

O autor relata a experiência de um profissional da área de terapia que um dia resolveu visitar uma instituição para doentes mentais e lá encontrou um paciente que se recusava a mudar a sua forma de pensar, insistindo ser Jesus Cristo em carne e osso. Foi então que o visitante lhe perguntou: você é Jesus? “Sim, meu filho” respondeu o homem. O visitante então lhe disse: “voltarei em um minuto”, retirando-se em seguida. Claro que o paciente ficou um pouco confuso. Alguns minutos depois o visitante retornou com uma fita métrica na mão. Pediu ao homem que abrisse os braços e o mediu de braços abertos e da cabeça aos pés. Voltando a perguntar: “quem é você?” Ao que o homem respondeu: “eu sou Jesus”.

Então o visitante naturalmente afastou-se do local, deixando o sujeito um pouco mais preocupado. Passado alguns minutos o visitante retornou com um punhado de pregos grandes e afiados, um grande martelo e uma porção de tábuas fortes, começando em seguida a pregá-las em forma de cruz e voltou a questionar: “você é Jesus?” Ao que o homem sem titubear respondeu: “sou sim, meu filho”. Daí, o visitante enfatizou: “então você já deve saber o que estou preparando para você, não é mesmo? Ao que o sujeito subitamente recuperou a memória se lembrando de quem era na realidade e dizendo: “eu não sou Jesus.”, eu não sou Jesus.” e se mandou.


Copiado DO BLOG DE João Sávio



sábado, 11 de setembro de 2010

CONSTRUIR

CONSTRUIR

Para construir a floresta a natureza gasta séculos de serviço.

Para destruí-la, basta a chispa do fogo.

Para construir a casa, grande turma de obreiros despende longos dias.

Para destruí-la, basta um só homem de picareta, no espaço de algumas horas.

Para construir um jarro de legítima porcelana, o ceramista utiliza tempo enorme de vigília e preparação.

Para destruí-lo, basta um martelo.

Para construir o avião, primorosa equipe de técnicos associa prodígios de inteligência, na ação de conjunto.

Para destruí-lo, basta um erro de cálculo.

Para construir o depósito de combustíveis, o homem é constrangido a providências numerosas, alusivas à edificação e à preservação.

Para destruí-lo, basta um fósforo aceso.

Para construir a cidade, o povo emprega anos e anos de sacrifício.

Para destruí-la, basta hoje uma bomba.

Irmãos, sempre que chamados à crítica, respeitemos o esforço nobre dos semelhantes.

Para construir, são necessários amor e trabalho, estudo e competência, compreensão e serenidade, disciplina e devotamento.

Para destruir, porém, basta o golpe.

André Luiz

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A FÉ



A FÉ


Não confundas a fé cega, com a fé esclarecida.
A primeira se deixa levar pela ignorância, e não raro, detrás da mesma, encontramos a negação daquilo que dizemos acreditar.
A segunda, apoiada na razão, luta para engrandecer-se naquilo que acredita, fazendo da crença, a estrada luminosa de paz e amor para si, e para todos quantos lhe aceitam a presença.
Medita na forma de fé a que te vinculas.
Não esperes que o fato de crer, por mais belo que seja, modifique teu caminho.
A movimentação para o melhor, em beneficio de todos, é que te mostrara o certo e o errado; sem a vontade de crescer, permaneceras no circulo do comodismo, por tempo indeterminado até que, a tua ação para o melhor, se desenvolva através da compreensão fraterna, no dever que te cabe de servir ao próximo.
Não basta crer.
É necessário por em pratica aquilo que aceitamos como verdadeiro.
Arvore sem fruto, será sempre vegetal incompleto.
Teoria sem pratica, não passará de repositório de ensinamentos sem proveito.
Fé, divulgada nos oratórios e tribunas, sem colocada na hora máxima do testemunho, será palavra oca, relegada ao esquecimento, afogando os princípios mais belos da ascensão espiritual do homem, através da reforma intima, pelas obras da construção interior.



BEZERRA DE MENEZES

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

EDUCAÇÃO



Todos falam da importância da educação, mas esta palavra é, para a maioria, de um significado excessivamente impreciso


[...]. Em geral nós a vemos somente no sistema de estudos, e este equívoco é uma das principais causas do pouco progresso que ela obteve. [...]

A educação é a arte de formar os homens, isto é, a arte de neles fazer surgir os germes das virtudes e reprimir os do vício; de desenvolver sua inteligência e dar-lhes a instrução adequada às suas necessidades [...].

Em uma palavra, o objetivo da educação consiste no desenvolvimento simultâneo das faculdades morais, físicas e intelectuais. [...]


Extraído do livro "Plano Proposto para a Melhoria da Educação Pública", do professor Hippolyten Léon Denizard Rivail, escrito em 1828, na França.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O Ser



Nestes últimos séculos temos investido de forma unilateral no mundo da matéria e os frutos são notáveis!
Sintetizados na tecnociência maravilhosa que dispomos.
A grande tragédia, entretanto, é que não houve praticamente nenhum investimento no mundo da subjetividade, da alma, da ética, da consciência, da essência.
O resultado encontra-se nos noticiários tristes e apocalípticos de cada dia. Escaladas de violência, guerras infindáveis.
A exclusão desumana de uma maioria que morre de fome por uma minoria que morre de medo e extinção em massa de espécies. Ou seja, rota de colisão do ser humano com a natureza e todo tipo de aplicações tecnológicas irresponsáveis.
O investimento maciço na alma é a única estratégia que poderá viabilizar a perpetuação com qualidade e dignidade de nossa espécie.
Antigas e esquecidas lições.
“De que serve o mundo inteiro se você perdeu a sua alma”?
Se você se perdeu de si mesmo?
Se você esqueceu do Ser que lhe faz Ser?
Felizmente crise é também oportunidade de crescer e evoluir.
Gosto de confiar que o ser humano será a maior descoberta do Terceiro milênio.
A vida não dá nem empresta; não se comove nem se apieda. Tudo quanto ela faz é Retribuir e transferir. Tudo aquilo que nós lhe oferecemos.

Albert Einstein

domingo, 5 de setembro de 2010

POEMA DO AMIGO APRENDIZ

POEMA DO AMIGO APRENDIZ
Fernando Pessoa



"Quero ser o teu amigo. Nem demais e nem de menos.

Nem tão longe e nem tão perto.

Na medida mais precisa que eu puder.

Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,

Da maneira mais discreta que eu souber.

Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.

Sem forçar tua vontade.

Sem falar, quando for hora de calar.

E sem calar, quando for hora de falar.

Nem ausente, nem presente por demais.

Simplesmente, calmamente, ser-te paz.

É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!

E por isso eu te suplico paciência.

Vou encher este teu rosto de lembranças,

Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias..."

A Maçonaria e a Religião

A Maçonaria não é uma seita.
A Maçonaria não sustenta dogmas.
A Maçonaria não pretende substituir-se à religião de cada um.
A Maçonaria coloca-se imparcial entre todas as crenças religiosas e teorias filosóficas, e acima de todas as suas controvérsias, para fazer da liberdade de pensamento - o seu fundamento.
A Maçonaria deixa livre a cada um dos seus membros adotar e seguir a religião de sua eleição, sem que os outros nada tenham a censurar-lhe.
Aquele que chega à porta dos seus templos, a Maçonaria diz: "Tu serás aqui o único diretor da tua consciência".
Aquele que é conduzido entre as colunas de seus templos, a Maçonaria declara: "Aqui ninguém te interpelará pela tua crença, nem te injuriará por ela".
Aquele que toma lugar no seu recinto, a Maçonaria assegura: "A nobreza de tuas ações e a tua sinceridade dão-te o direito de seres aqui o único na tua crença. Se estás errado, talvez a verdade te ilumine, mas tu te encaminharás para ela livremente.
Em matéria de religião, o principal dever do maçom é a prática da tolerância absoluta em relação às crenças alheias, no elevado intuito de, a despeito dos seus antagonismos, aproximar todos as homens de boa vontade, sob a bandeira da Fraternidade.
No seio da Maçonaria, as homens de todas as religiões podem reunir-se sem hostilizarem- se e, numa atmosfera de paz e serenidade, trocar as suas idéias em busca do aperfeiçoamento moral da humanidade.
A Maçonaria é sempre a mãe carinhosa no meio das lutas fraticidas.
A Maçonaria é a mediadora dos interesses privados e das paixões pessoais em choque.
A Maçonaria é a única força capaz de apaziguar as ódios religiosos quando desencadeados.
Para deter os impulsos da sua natureza, o Maçom usa de dois freios: a império sobre si mesmo e a supressão dos maus instintos.
É o único jugo que lhe impõe a associação: aquele que se rebela contra ele, é perjuro e, como tal, abandonado à sua sorte, depois de julgado maçonicamente.
A Maçonaria é a única associação que reúne, sob as suas abóbadas, os adeptos de todos os cultos para glorificarem, em comum, o Grande Arquiteto do Universo que é Deus, - idéia que encerra: na ordem física, a expressão do Equilibro Universal; na ordem intelectual, a Suprema Inteligência que tudo rege e prevê; e na ordem moral, a Justiça Imanente.
A Maçonaria não é adversária da religião; mas, antes, é a sua melhor cooperadora.
A Maçonaria quer a crença nos lares e nos Templos, respeitada e sem atritos com os sentimentos dissidentes.
Em matéria de política, a Maçonaria exige apenas que as minorias não sejam espezinhadas em seus direitos pela maioria dominante no Estado.
A Maçonaria bate-se pelo poder civil separado do ambiente religioso, a fim de que, por motivo de crença, não sejam tratados desigualmente cidadãos da mesma pátria, o que redunda em opressão ou tirania.
A Maçonaria não tolera a hipocrisia.
A Maçonaria condena o fanatismo, a obsessão religiosa e carolice.
A Maçonaria combate sem tréguas a intolerância.
Maçom deve ser fiel e serviçal entre todos os homens, sejam eles cristãos, budistas, muçulmanos, judeus, espíritas ou livres-pensadores. Jesus Nazareno não se envergonhava da companhia de publicanos e gentios, por ser isto obra de misericórdia: - à sua imitação, procede a verdadeiro Maçom; e esta a sua lei máxima, por ser tudo obra da fraternidade.



Contribuição do Ir:. Jaime Balbino

sábado, 4 de setembro de 2010

Respeitável Loja Affonso Domingues - Portugal

Os Juízes e a Maçonaria
No último fim-de-semana de Outubro de 2008, decorreu o VIII Congresso dos Juízes Portugueses, no decurso do qual foi discutido o “Compromisso ético dos juízes portugueses”.

Justiça Contrariamente ao que a direção da ASJP pretendia e do que chegou a ser noticiado, tal compromisso não foi aprovado pelo congresso. Foi sim considerado “uma referência válida e importante para o debate no seio dos juízes portugueses”, uma vez que houve vários juízes que se opuseram à sua aprovação naquelas circunstâncias e sem o aprofundamento da discussão.
Como se afirma na introdução desse documento, proposto pela Direção da ASJP, o mesmo “… não se confunde com as normas deontológicas previstas no estatuto nem tem vocação disciplinar ou sancionatória, acolhe os princípios de ética judicial reconhecidos pelos juízes …”.
Tal documento consagra os princípios da independência, da imparcialidade, da integridade, do humanismo, da diligência, da reserva e do associativismo judicial. É justamente o comentário 3º ao princípio da imparcialidade[1] que provoca esta minha intervenção.
Aí se diz: “O juiz não integra organizações que exijam aos aderentes a prestação de promessas de fidelidade ou que, pelo seu sincretismo, não asseguram a plena transparência sobre a participação dos associados.”.
Imediatamente, esta foi considerada uma referência à Maçonaria e ao Opus Dei (cf. Correio da Manhã de 23/11/2008, que titula “Maçonaria sem Juízes”) e temos que concordar que essa é uma interpretação absolutamente legítima.
Tanto assim é que o Sr. Desembargador Dr. Rui Rangel, que creio não ser Maçon., pondo em causa o conteúdo daquele documento, escreveu no mesmo jornal: “E o que dizer da ofensa que lhe está subjacente, feita a muitos juízes associados que agora ficaram, a saber, que não tem ética porque pertenceram ou pertencem Maçonaria ou ao Opus Dei ou porque exerceram ou exercem funções em comissões de confiança política.”.
Uma tal posição, no que à Maçonaria diz respeito, só pode ser conseqüência de preconceitos que muito mal ficam a juízes (o compromisso foi elaborado por juízes), até porque é conseqüência, desde logo, da ignorância, que poderia ser facilmente suprida com um pouco de trabalho: bastavam consultar os sítios da UGLE[2] e da GLLP na internet, para se concluir que a Maçonaria regular não oferece qualquer perigo de tornar os juízes menos imparciais, pelo contrário, impõe-lhes uma conduta de acordo com a lei e os princípios da mais alta ética profissional.
Assim, “Nas Doze Regras Da Maçonaria”, publicadas no sítio da GLLP, além do mais, diz-se:
“…
6. A Maçonaria impõe a todos os seus membros o respeito das opiniões e crenças de cada um. Ela proíbe-lhes no seu seio toda a discussão ou controvérsia, política ou religiosa. É um centro permanente de união fraterna, onde reina a tolerante e frutuosa harmonia entre os homens, que sem ela seriam estranhos uns aos outros.
10. Os Maçons cultivam nas suas Lojas o amor da Pátria, a submissão às leis e o respeito pela Autoridade constituída. Consideram o trabalho como o dever primordial do ser humano e honram-no sob todas as formas.
…”.
Ora, eu não vejo donde se possam retirar destes princípios ou doutros que a pertença à Maçonaria possa pôr em causa a imparcialidade de um magistrado.
E eu acrescento: quantas organizações podem dizer como nós podemos que nos seus rituais se jura a obediência à magistratura civil, conforme todos os II. um dia terão oportunidade de presenciar?
Há uns anos, no Reino Unido foi discutido no Parlamento se os juízes e polícias deviam ser obrigados a revelar a sua filiação na Maçonaria e o Terceiro Relatório da Comissão de Assuntos Internos do Parlamento decidiu, em Março de 1997, recomendar que fosse elaborado um registro dos Membros das magistraturas que fossem Maçons. Em 17/02/1998, o Ministro do Interior anunciou que o Governo tinha aceitado a recomendação da Comissão. De acordo com essa decisão, o “Lord Chancellor” (Procurador Geral) decidiu que todos os novos nomeados para as magistraturas sob a sua responsabilidade devem declarar se são Maçons[3].
A este propósito, afirmava José Augusto Seabra, em 23/03/1998, num artigo no “Público”: “O retorno recorrente de alguns fantasmas que continuam ainda a povoar certas mentes arcaicas, entre nós, é bem sintomático de como, sob o véu hipócrita de uma falsa “transparência”, nelas se escondem velhos e obscuros demônios, sempre prontos a irromper à superfície quando as circunstâncias se lhes antolham propícias. Quem diria, na verdade, que a obsessão fóbica quanto ao sincretismo maçônico serviria de pretexto, em pleno regime democrático, para se tentar pôr em causa liberdades e direitos fundamentais e sagrados, em termos que fazem lembrar, curiosamente, com uma forte conotação “retro”, os idos da institucionalização da ditadura, após a queda da República democrática?”.
Por outro lado, em editorial do “Expresso”, escrevi, em 17/03/1998, Henrique Monteiro: “… Numa sociedade aberta e democrática, como hoje são praticamente todas as sociedades ocidentais, haverá razão para a existência de associações cujos membros não se dão a conhecer? O fato de esses elementos, sobretudo aqueles com responsabilidades elevadas no Estado, como os magistrados, poderem ter obediências não conhecidas, não acaba por lhes conferir vantagens ou possibilidades superiores (ou, pelo menos, desiguais) às dos seus colegas que não contam com as mesmas fidelidades?”. E continua: “É, além disso, uma sociedade na qual os valores, sejam eles os da Liberdade e Fraternidade maçônica, ou os do catolicismo de organizações como o «Opus Dei», não estão nem podem estar ameaçados, precisamente porque é uma sociedade aberta, onde se respeitam as convicções individuais que não prejudiquem o conjunto.”. Mas reconhece que esta questão é mais complexa do que isto e que existem outras fidelidades, construídas em universidades, clubes desportivos, sindicatos e outros, que são mais ou menos incontroláveis, e que os próprios Estados não prescindem de organizações secretas. Termina dizendo que a proposta de Blair (tal proposta foi dele) faz sentido no plano teórico, mas é totalmente ingênua no plano prático.
Este tipo de atitudes e preconceitos, no passado, levou à perseguição da Maçonaria. Para disso ter uma idéia, basta ver o excelente artigo de Ferrer-Benimeli, Jesuíta espanhol e um dos maiores especialistas na Maçonaria, no qual se explica que todas as ditaduras do século XX, de direita e de esquerda (com exceção de Cuba) proibiram a Maçonaria e perseguiram os Maçons[4].
Por exemplo, Salazar fez aprovar na Assembléia Nacional a Lei n.º 1.901, de 21/05/1935, que, apesar de nunca falar da Maçonaria, a ela se dirigia diretamente (até porque não consta que durante o seu governo a Opus Dei tivesse sido proibida ou perseguida). Na verdade, essa lei estabelecia restrições às sociedades secretas, que eram definidas, e proibia qualquer funcionário público, civil ou militar, de a elas pertencer, estabelecendo as respectivas penalidades.
Em face do projeto dessa lei, subscrito elo Sr. José Cabral, em polêmica pública, Fernando Pessoa, dizendo não ser Maçom nem anti-Maçon, escreveu no Diário de Lisboa, a partir de 04/02/1935, que o mesmo, pela sua natureza e pelo seu conteúdo, se integrava nas melhores tradições dos Inquisidores. Nesse escrito afirmava que, dada a imprecisão do conceito de sociedades secretas (as que exerçam a sua atividade, no todo ou em parte, por modo clandestino ou secreto), o próprio José Cabral devia ser denunciado como membro de uma sociedade secreta: o Conselho de Ministros. Afirmava também que tudo o que se faz de sério e importante no mundo, faz-se em segredo, uma vez que os conselhos de ministros não se reúnem em público, como não o fazem os diretores dos partidos políticos, nem os conselhos de administração das sociedades comerciais, nem mesmo as direções dos clubes desportivos. Afirma depois, que não mencionando o projeto a Maçonaria, esta era praticamente o seu único objetivo. Mas a Maçonaria, afirma, não é uma simples associação secreta, mas uma ordem iniciativa, sendo o segredo comum a todas as ordens iniciáticas, a todos os “Mistérios” e a todas as iniciações transmitidas de mestre a discípulo.
Também a este propósito, escreveu Norton de Matos, então Grão-Mestre da Maçonaria Portuguesa, ao Presidente da Assembléia Nacional, Prof. Alberto dos Reis, uma carta, opondo-se ao conteúdo de tal projeto, onde, para além do mais, afirmava: “Associação secreta deve ser para efeitos penais: aquela cujos fins sejam imorais e inconfessáveis. São de todos conhecidos os fins da Maçonaria e os princípios morais que guiam a sua conduta; nunca se procurou ocultar a eleição dos seus Grãos-mestres e a nomeação dos seus corpos dirigentes; realizam os Maçons muitas sessões e solenidades públicas, onde ostentam as suas insígnias e onde tomam os seus lugares habituais, na sala das suas reuniões, não temendo, portanto, ser conhecidos pelos muitos concidadãos não Maçons que a essas sessões assistem.”.
E mais adiante afirma: ”Mais uma vez, na longa carreira através dos séculos, a Maçonaria se encontra sob uma onda de perseguições. De um extremo os bolchevistas procuram evitá-la na Rússia; de outro extremo as forças reacionária promovem a sua expulsão da Itália e da Alemanha.”.
Mas vejamos porque são os rituais Maçônicos só praticados entre Iniciados e porque não revelam estes à identidade de outros Iniciados, salvo com autorização dos próprios.
A resposta à primeira questão é óbvia: porque isso é inerente a qualquer rito iniciático, como muito bem explica Fernando Pessoa no referido artigo.
Por outro lado, quanto a não revelação dos seus membros há que ter em conta que, embora vivamos em sociedades abertas e democráticas, a liberdade e a democracia nestas não é necessariamente uma dado imutável e a história está repleta, sobretudo no século XX, de exemplos de reversão de democracias para ditaduras, em que, como refere Ferrer-Benimeli, quase invariavelmente, os Maçons foram perseguidos.
Além disso, como afirma Rui Bandeira, em texto publicado no blogue “Partir Pedra, em 08/01/2008, “A Fraternidade implica o reconhecimento da dignidade do outro em todas as circunstâncias. Implica o respeito pelo outro, pela sua inteligência, pelas suas escolhas. Se um maçom divulgasse que outrem tem essa qualidade, sem que o visado tivesse previamente assumido a mesma publicamente, estaria, sobretudo a desrespeitá-lo, a desrespeitar essa sua escolha. Se o visado não se tinha assumido publicamente como maçom, isso resultava de uma análise do mesmo, de uma escolha sua. Análise e escolha que era seu direito fazer e que só a ele competia fazer. Divulgar que esse que se não assumiu como maçom é maçom corresponde a substituir, a desvalorizar, a desconsiderar, o juízo por ele feito, em favor do juízo (ou da falta de juízo...) do próprio.”.
Se nenhum cidadão pode ser perguntado pela sua religião (art.º41º/3 da CRP[5]) e, por isso, também não pode ser perguntado sobre se pertence a alguma igreja; se os partidos políticos não têm que revelar os seus membros[6], mas tão só os titulares; se todos os cidadãos têm liberdade de associação sem interferência das autoridades públicas (art.º 46º/2 da CRP[7]); se os magistrados podem fazer parte de partidos políticos, sem ter que o revelar, só estando proibidos de exercer atividades político-partidárias públicas[8]; se a DUDH consagra a liberdade de pensamento, em público e em privado com os respectivos ritos (art.º 18º[9]), porque haveria a Maçonaria de ter que revelar os seus membros?
E porque teriam os magistrados que dizer que são Maçons, se não têm que dizer se pertencem a um partido político, a um clube desportivo, a uma associação religiosa, se são sócios de uma sociedade comercial ou se são colaboradores dos serviços de informações?
Por outro lado, para além da devassa da intimidade de cada um ou da intenção de descriminar um magistrado por ser Maçom, não vejo qual o interesse prático da revelação da qualidade de Maçons pelos magistrados.
Na verdade, se o magistrado se revela como Maçom, mas nem as partes nem as testemunhas de um processo têm que o fazer, sempre se fica sem saber se o magistrado favoreceu uma das partes ou deu especial crédito a uma testemunha por serem Maçons.
Por outro lado, se, como afirma Henrique Monteiro, essa revelação se destina a evitar que os magistrados Maçons beneficiem de vantagens ou possibilidades superiores às dos seus colegas que não contam com as mesmas fidelidades, então forçoso é concluir que se essa revelação for feita, os Maçons, para não serem beneficiados, serão prejudicados, já que, com sabemos a Maçonaria suscita sentimentos exacerbados.
Mas, para além disso, todas as outras fidelidades teriam que ser reveladas e registradas, para evitar que os magistrados fossem por via delas beneficiados. Ou será que ser beneficiado porque se pertence ao mesmo partido político, ao mesmo sindicato ou linha sindical, ao mesmo clube desportivo ou porque se foi colega de escola ou de faculdade de determinadas pessoas põe menos em causa o independência do magistrado, o estado de direito e é mais aceitável?
Creio que além de preconceituoso este tipo de atitude revela a dificuldade que vai campeando em lidar com espíritos verdadeiramente livres, que se não deixam dominar por quaisquer tipos de interesses que não os mais elevados. Esta dificuldade foi o caldo de cultura de todas as ditaduras. Eis, pois, porque é perigosíssima e porque é absolutamente necessário combatê-la.
Eu quero dizer-vos que sou Maçom com muito orgulho e muito proveito, do ponto de vista do meu crescimento interior e da minha humanidade, que considero que sou um juiz imparcial, tanto quanto um homem o pode ser, e que não vejo qualquer incompatibilidade entre essas duas qualidades. Quero também dizer-vos que não deixarei de ser Maçom por cedência a preconceitos mesquinhos e ignorantes como estes tal como afirmei na cerimônia da minha iniciação[10].
Assim o GADU me dê força e me ilumine para merecer ser Maçon.
Lisboa, Setembro de 2009
Prancha de Autor Desconhecido
Notas:
[1] ENUNCIADO: A IMPARCIALIDADE É O ATRIBUTO FUNDAMENTAL DOS JUÍZES E DA FUNÇÃO JUDICIAL, QUE VISA GARANTIR O DIREITO DE TODOS OS cidadãos ao julgamento justo e equitativo. Princípios: 1. No exercício da função judicial, os juízes são imparciais, acionando os mecanismos de escusa nas situações que possam gerar dúvidas sobre a sua imparcialidade, observando as regras do processo que garantem a igualdade e o contraditório e repudiando todas as formas de discriminação. 2. Os juízes rejeitam a participação em atividades extrajudiciais que ponham em causa a sua imparcialidade e que contendam ou possam vir a contender com o exercício da função ou que condicionem a confiança do cidadão na sua independência e na imparcialidade da sua decisão
[2] Na verdade, como se afirma no sítio da UGLE:
“Public. Affaire
The basic principles and the statement of Freemasonry's aims show that the rule that forbids Masonic discussion of politics is designed to prevent regular Freemasonry becoming involved in any way in affairs of State, whether they are domestic or external. Great care must be taken to ensure that nothing is done that might allow it even to seem to be so involved. Grand Lodges which ignore these principles are not conducting themselves regularly and cannot expect to be or to remain recognised.”.
E mais: “Secrecy
Freemasonry is not a secret society.
Like many other societies, it regards some of its internal affairs as private matters for its members.
• There is no secret about its aims and principles. Copies of the constitutions and rules can be obtained from Freemasons' Hall by interested members of the public.
• The 'secrets' of Freemasonry are concerned with its traditional modes of recognition. Its ceremonies are private.
• In ordinary conversation there is very little about Freemasonry that may not be discussed.
On enquiry for acceptable reasons, Freemasons are free and will be proud to acknowledge their own membership.
E em perguntas e respostas: Q Why are you a secret society? «A We are not, but lodge meetings, like those of many other groups, are private and open only to members. The rules and aims of Freemasonry are available to the public. Meeting places are known and in many areas are used by the local community for activities other than Freemasonry. Members are encouraged to speak openly about Freemasonry. Q What are the secrets of Freemasonry? A The secrets in Freemasonry are the traditional modes of recognition which are not used indiscriminately, but solely as a test of membership, e.g. when visiting a Lodge where you are not known. Q What happens at a lodge meeting? A The meeting is in two parts. As in any association there is a certain amount of administrative procedure - minutes of last meeting, proposing and balloting for new members, discussing and voting on financial matters, election of officers, news and correspondence. Then there are the ceremonies for admitting new Masons and the annual installation of the Master and appointment of officers. The three ceremonies for admitting a new Mason are in two parts - a slight dramatic instruction in the principles and lessons taught in the Craft followed by a lecture in which the candidate's various duties are spelled out. Q Why do Freemasons take oaths? A New members make solemn promises concerning their conduct in Lodge and in society. Each member also promises to keep confidential the traditional methods of proving that he is a Freemason which he would use when visiting a lodge where he is not known. Freemasons do not swear allegiances to each other or to Freemasonry. Freemasons promise to support others in times of need, but only if that support does not conflict with their duties to God, the law, their family or with their responsibilities as a Citizen. Q Why do your 'obligations' contain hideous penalties? A They no longer do. When Masonic ritual was developing in the late 1600s and 1700s it was quite common for legal and civil oaths to include physical penalties and Freemasonry simply followed the practice of the times. In Freemasonry, however, the physical penalties were always symbolic and were never carried out. After long discussion, they were removed from the promises in 1986.
[3] Cf. www.publications.parliament.uk:
Lord Burnham asked Her Majesty's Government:
Why the application form for lay membership of employment tribunals contains the question ''Are you a Freemason?'' when no other voluntary associations are singled out for declaration, and
Whether the question ''Are you a Freemason?'' contained in application forms for lay membership of employment tribunals is in breach of human rights legislation and the European Convention on Human Rights; and whether this represents unfair discrimination.[HL4086]
Lord Sainsbury of Turville: First, I would like to reassure the noble Lord that the answer to the ''Are you a Freemason?'' question has no impact on this selection process. The decision on appointment as a lay member to an employment tribunal will be based on how far applicants meet the published criteria. Whether or not candidates are freemasons has no bearing on their suitability for these posts.
13 May 2002 : Column WA10
The Home Affairs Select Committee's third report Freemasonry in the Police and the Judiciary, published in March 1997, recommended that a register should be established in order to promote greater openness about membership of the freemasons in the criminal justice system. Although the Select Committee's report had found no clear evidence of freemasonry exerting any improper influence within the criminal justice system, it concluded that suspicions about the influence of freemasonry were damaging to the credibility of the criminal justice system, and that the greatest cause of the suspicions was the secrecy surrounding freemasons. On 17 February 1998 the Home Secretary announced that the Government accepted the committee's proposal.
Consistent with the Government's response, the Lord Chancellor decided that new appointees to judicial office for which he was responsible in both the civil and criminal justice system should be required to declare whether or not they are freemasons. Employment tribunal lay members act in a judicial capacity and it is the policy of my department to adopt the same approach to these appointments. Equally we are committed to transparency in public appointments.
The Government believe that the requirement to disclose membership of the freemasons as a condition of appointment of the application form for these appointments is not incompatible with the European Convention on Human Rights and does not represent unfair discrimination.
[4] La Franc-Maçonnerie face aux dictatures”, La Revue do GRA, in www.freemasons-freemasonery.com.
[5] Constituição da República Portuguesa. Art.º 41º/3: “Ninguém pode ser perguntado por qualquer autoridade acerca das suas convicções ou prática religiosa, salvo para recolha de dados estatísticos não individualmente identificáveis, nem ser prejudicado por se recusar a responder.”.
[6] Art.º 6º da Lei dos Partidos Políticos: “Princípio da transparência
Os partidos políticos prosseguem publicamente os seus fins.
A divulgação pública das actividades dos partidos políticos abrange obrigatoriamente:
Os estatutos;
A identidade dos titulares dos órgãos;
As declarações de princípios e os programas;
As actividades gerais a nível nacional e internacional.
Cada partido político comunica ao Tribunal Constitucional, para efeito de anotação, a identidade dos titulares dos seus órgãos nacionais após a respectiva eleição, assim como os estatutos, as declarações de princípios e o programa, uma vez aprovados ou após cada modificação.”.
[7] “As associações prosseguem livremente os seus fins sem interferência das autoridades públicas e não podem ser dissolvidas pelo Estado ou suspensas as suas actividades senão nos casos previstos na lei e mediante decisão judicial.”.
[8] Art.º 21º da Lei dos Partidos Políticos, LOrg 2/2003, de 22/08:
Não podem requerer a inscrição nem estar filiados em partidos políticos:
Os militares ou agentes militarizados dos quadros permanentes em serviço efetivo;
Os agentes dos serviços ou das forças de segurança em serviço efetivo.
É vedada a prática de atividades político-partidárias de caráter público aos:
Magistrados judiciais na efetividade;
Magistrados do Ministério Público na efetividade;
Diplomatas de carreira na efetividade.
Não podem exercer atividade dirigente em órgão de direção política de natureza executiva dos partidos:
Os diretores-gerais da Administração Pública;
Os presidentes dos órgãos executivos dos institutos públicos;
Os membros das entidades administrativas independentes
[9] “Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos.”.
[10] “Declarais solenemente, por vossa honra, que … não fostes movido por solicitação imprópria de amigos, contra a vossa própria inclinação e que não fostes influenciado por motivos mercenários ou outros menos dignos e que é livre e espontaneamente que vos apresentais como candidato aos mistérios e privilégios da Maçonaria?”


Escrito por A Jorge