domingo, 24 de agosto de 2014

Os Gritos da Noite de São Bartolomeu - 24 de agosto de 1572
Massacre de São Bartolomeu, de François Dubois




Os Gritos da Noite de São Bartolomeu

Autor:
Allan Kardec

Fonte:
Revista Espírita
Setembro de 1858

HISTÓRICO

Na sua Histoire de l´ordre du Saint-Esprit, edição de 1778, De Saint-Foy cita a passagem seguinte, tirada de uma coletânea do Marquês Christophe Juvenal dês Ursins, tenente general do governo de Paris, escrita pelos fins do ano de 1572 e impressa em 160l.

“A 31 de agosto de 1572, oito dias após o massacre de São Bartolomeu, eu tinha ceado no Louvre, em casa da senhora de Fiesque. Durante todo dia havia feito muito calor. Fomos sentar-nos sob uma pequena latada, ao lado do riacho, para respirar ar fresco. De repente ouvimos no ar um barulho horrível de vozes tumultuosas e de gemidos misturados a gritos de raiva e de furor; ficamos imóveis, transidos de espanto, olhando-nos de vez em quando, mas sem coragem de falar. Creio que esse barulho durou cerca de meia hora. É certo que o rei Carlos IX o ouviu, ficou apavorado e não dormiu o resto da noite; contudo, não fez comentários no dia seguinte, mas foi notado o seu ar sombrio, pensativo e desvairado.

“Se algum prodígio deve não encontrar incrédulos, este é um, e é atestado por Henrique IV. Em seu livro I, capítulo 6, páginas 561, diz d´Aubigné: Várias vezes aquele príncipe nos contou entre os seus familiares e cortesãos mais íntimos – e tenho várias testemunhas vivas de que jamais no-lo repetiu sem sentir tomado de pavor – que oito dias depois do massacre da Noite de São Bartolomeu, havia visto uma grande quantidade de corvos pousar e crocitar sobre o pavilhão do Louvre; que na mesma noite Carlos IX, duas horas depois de se haver deitado, saltou da cama, fez com que os camareiros se levantassem, e mandou dar busca, pois ouvia no ar um grande barulho de vozes gementes, em tudo semelhantes às que se ouviam na noite do massacre; que todos esses gritos eram tão chocantes, tão marcados e tão distintamente articulados, que Carlos IX pensou fossem os inimigos dos Montmorency e os seus partidários atacando-os de surpresa, pelo que mandou um destacamento de sua guarda para impedir esse novo massacre; que os guardas informaram que Paris estava tranqüila e que todo aquele barulho que se ouvia estava no ar”.

Observação: O fato relatado tem muita analogia com a história do fantasma que aparecia a Mademoiselle Clairon, relatada em nosso numero de fevereiro, com a diferença que neste caso foi um único espírito a manifestar-se durante dois anos e meio, ao passo que depois da Noite de São Bartolomeu parece ter havido uma inumerável quantidade de Espíritos, que fizeram o ar vibrar apenas por alguns instantes. Aliás, ambos os fenômenos têm evidentemente o mesmo princípio que os outros fatos contemporâneos e da mesma natureza, por nós já relatados e deles não diferem senão em detalhes de forma. Interrogados sobre a causa desta manifestação, vários Espíritos responderam que era um castigo de Deus, o que é fácil de compreender.

Nota: São Bartolomeu foi um dos 12 apóstolos de Jesus Cristo. Pregou o Evangelho na Índia e na Armênia, onde foi crucificado no ano 71, por ordem de Astiage. A Noite de São Bartolomeu é o nome dado a uma das maiores chacinas feitas pelos católicos nos protestantes. Em linhas gerais os fatos foram estes: durante os séculos XVI e XVII, o Protestantismo desenvolveu-se na França sob duas seitas: os Calvinistas e os Luteranos; de 1560 a 1598 houve naquele país oito guerras religiosas, desencadeadas pela política católica que visava aniquilar o Protestantismo; a luta uniu ou federou aquelas seitas, cujo nome Huguenotes provavelmente de deriva do vocábulo alemão eidgenossen, isto é, federados, posto alguns suponham provir do da Torre do Rei Hugo, em Tours, onde aqueles se reuniam. Na célebre Noite de São Bartolomeu, a 24 de agosto de 1572, obediente às manobras dos católicos, e da rainha mãe, Catarina de Médicis, Carlos IX, rei da França, ordenou a matança dos Huguenotes, dando ele próprio o sinal do início da carnificina. O fato passou à História com os nomes de Noite de São Bartolomeu e de Matança do Huguenotes, inspirando de várias maneiras os artistas, entre os quais Meyerbeer, que em 1836 escreveu a célebre ópera Os Huguenotes.

Estas lutas religiosas explicam o interesse e esforço francês por uma França Antártica e o aparecimento na História fo Brasil, de nomes como os de Villegaignon, Duguay-Troin e Coligny.



A noite de São Bartolomeu

Noite de 23 para 24 de agosto de 1572: os sinos da catedral de Saint Germain-l’Auxerrois fazem o prenúncio do dia de São Bartolomeu, (que foi um mártir). De todos os cantos da cidade, acorrem integrantes de uma milícia popular. Começa o terror. Portas e janelas são arrombadas. Com o toque dos sinos, ouvem-se também terríveis gritos assassinos. Começa o massacre da noite de São Bartolomeu.

Na noite de São Bartolomeu de 1572, os católicos massacraram os huguenotes. Somente em Paris, três mil protestantes foram exterminados nessa noite. A violência estava espalhada por todo o país, o número de huguenotes mortos foi de dezenas de milhares.

Poucos dias antes, era calmo o ambiente na capital Paris. Celebrara-se um matrimônio real, que deveria pôr fim um terrível decênio de lutas religiosas entre católicos e huguenotes. Os noivos eram Henrique, rei de Navarra e chefe da dinastia dos huguenotes, e Margarida Valois, princesa da França, filha do falecido Henrique II e de Catarina de Médicis. Margarida era irmã do rei Carlos IX.

Alguns milhares de huguenotes de todo o país – a fina flor da nobreza francesa – foram convidados a participar das festas de casamento em Paris. Uma armadilha sangrenta, como se constataria mais tarde.

A guerra entre católicos e protestantes predominou na França durante anos, com assassinatos, depredações e estupros. E agora, um casamento deveria fazer com que tudo fosse esquecido?

O casamento não foi realizado na catedral. O noivo protestante não deveria entrar em “Notre Dame”, nem assistir à missa. Diante do portal ocidental da catedral, foi construído um palco sobre o rio Sena, no qual celebrou-se o casamento. Margarida não respondeu com um "sim" à pergunta se desejava desposar Henrique, mas fez simplesmente um aceno positivo com a cabeça. Como era comum na época, o casamento tinha motivação exclusivamente política.

No século XVI o maior esteio da França não era o rei, mas sim a Igreja. E esta encontrava-se inteiramente infiltrada pela nobreza católica. Uma reforma no clero significaria, ao mesmo tempo, o tolhimento do poder dos príncipes. Assim, a nobreza – tendo à frente os Guise – buscava a preservação do status quo.

Por isso, os Guise – a linhagem predominante na França – observavam com profunda desconfiança a cerimônia ao lado da “Notre Dame”. O casamento foi realizado por determinação da poderosa rainha-mãe Catarina de Médicis – uma mulher fria, detentora de um marcante instinto de poder.

Poucos dias depois da cerimônia de casamento, ocorreu um fato desastroso. O almirante Coligny sofreu um atentado em rua aberta. O líder huguenote teve apenas ferimentos leves. Ainda assim, os huguenotes pressentiram uma conspiração. Estava em perigo a trégua frágil, lograda através do casamento. Por trás do atentado, estavam os Guise e Catarina de Médicis.

Segundo o Histoire et Dictionnaire des Guerres de Religion (Arlette Jouanna et allia, Paris, Robert Laffont, 1998), o autor teria sido Charles de Louvier, senhor de Maurevert, que já tinha em sua folha corrida o assassinato, em 1569, de Artus de Mouy, um seguidor de Coligny.

Até hoje não se sabe quem encomendou o crime. Alguns historiadores falam, como já vimos, de Catherine de Médicis.

Embora os historiadores não tenham chegado a nenhuma conclusão sobre a autoria intelectual do crime, o fato é que o atentado representou um dos episódios mais sangrentos da história das guerras de religiões. O atentado contra Coligny lembra um outro atentado crucial, em 1936, quando o assassinato de Calvo Sotelo deu o sinal para o desfecho da Guerra Civil Espanhola, que deixou um saldo estimado em um milhão de cadáveres.

Tudo – o casamento, a festa pomposa – era parte de um plano preparado a longo prazo. Carlos IX o rei, com um olhar de louco, ficou furioso ao saber do atentado a Coligny, que era seu conselheiro e confidente. Os católicos espalharam então o boato de que os huguenotes estavam planejando uma rebelião para vingar-se do atentado.

O plano diabólico teve início. O rei Carlos foi pressionado por sua mãe, Catarina. Carlos vacilou, ficou inseguro. Mas cedeu finalmente, e ordenou a execução de Coligny. E exigiu um trabalho completo: não deveria sobrar nenhum huguenote que pudesse acusá-lo posteriormente do crime.

Coligny foi assassinado com requintes de crueldade na noite de São Bartolomeu. E com ele, milhares de pessoas que professavam a mesma fé.

E Henrique de Navarra? Ele sobreviveu à noite de São Bartolomeu nos aposentos do rei, que tinha dado a ordem para o massacre. Henrique teve de renegar a sua fé e foi encarcerado no Louvre. Quatro anos mais tarde, ele conseguiu fugir. Retornou ao seu reino na Espanha e, anos depois, subiu ao trono francês.

Henrique, que permaneceu católico, mas irmão espiritual dos huguenotes, concedeu-lhes a igualdade de direitos políticos através do Edito da Tolerância de Nantes. Uma compensação tardia para os huguenotes.

Henrique defendia a coesão do país: "A França não se dividirá em dois países, um huguenote e outro católico. Se não forem suficientes a razão e a Justiça, o rei jogará na balança o peso da sua autoridade".

Em verdade, o rei pretendia eliminar um número limitado de líderes huguenotes. O que não havia previsto, segundo os autores do Histoire et Dictionnaire des Guerres de Religion, é que a execução limitada aos chefes daria o sinal de um massacre, que em Paris durou até o 29 de agosto, com um paroxismo de violência durante os primeiros três dias.

Há quem fale de setenta mil a cem mil mortos. Segundo relatos, os cadáveres boiaram nos rios durante meses, de modo que ninguém comia peixe.

Quem deve ter ficado muito feliz com o massacre foi o papa Gregório XIII, que cunhou uma medalha comemorativa da data e encarregou Giorgio Vasari de pintar um mural celebrando o massacre.

Fonte: http://www.baguete.com.br/colunasDetalhes.php?id=2513


sábado, 23 de agosto de 2014

SENTENÇA JUDICIAL DATADA DE 1833


 
Porque em 1833 não havia estupro...

 

'Ipsis litteris, ipsis verbis' - TRATA-SE DE LINGUA PORTUGUESA ARCAICA


SENTENÇA JUDICIAL DATADA DE 1833 - PROVÍNCIA DE SERGIPE

 

PROVÍNCIA DE SERGIPE

 

O adjunto de promotor público, representando contra o cabra Manoel Duda, porque no dia 11 do mês de Nossa Senhora Sant'Ana quando a mulher do Xico Bento ia para a fonte, já perto dela, o supracitado cabra que estava de em uma moita de mato, sahiu della de supetão e fez proposta a dita mulher, por quem queria para coisa que não se pode trazer a lume, e como ella se recuzasse, o dito cabra abrafolou-se dela, deitou-a no chão, deixando as encomendas della de fora e ao Deus dará. Elle não conseguiu matrimonio porque ella gritou e veio em amparo della Nocreto Correia e Norberto Barbosa, que prenderam o cujo em flagrante. Dizem as leises que duas testemunhas que assistam a qualquer naufrágio do sucesso faz prova.

 


CONSIDERO:


QUE o cabra Manoel Duda agrediu a mulher de Xico Bento para conxambrar com ela e fazer chumbregâncias, coisas que só marido della competia conxambrar , porque casados pelo regime da Santa Igreja Cathólica Romana;

QUE o cabra Manoel Duda é um suplicante deboxado que nunca soube respeitar as famílias de suas vizinhas, tanto que quiz também fazer conxambranas com a Quitéria e Clarinha, moças donzellas;

QUE Manoel Duda é um sujeito perigoso e que não tiver uma cousa que atenue a perigança dele, amanhan está metendo medo até nos homens.

CONDENO:

O cabra Manoel Duda, pelo malifício que fez à mulher do Xico Bento, a ser CAPADO, capadura que deverá ser feita a MACETE. A execução desta peça deverá ser feita na cadeia desta Villa.


Nomeio carrasco o carcereiro.


Cumpra-se e apregue-se editais nos lugares públicos.

Manoel Fernandes dos Santos

Juiz de Direito da Vila de Porto da Folha Sergipe, 15 de Outubro de 1833.

 

Fonte: Instituto Histórico de
Alagoas

 

Colaboração: Devaldo de Souza

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

20 DE AGOSTO, DIA DO MAÇOM BRASILEIRO

Os únicos atletas (com vigor físico) da Loja Calixto Nóbrega
comemoram o dia do Maçom.

 
20 DE AGOSTO, DIA DO MAÇOM BRASILEIRO
 
Por vezes perguntamos. O que tem levado tantos homens, no mundo inteiro, a abraçar esta Instituição, seguir e difundir seus princípios?
Acreditamos que o motivo fundamental é porque confiamos nos principios sobre os quais ela foi construída: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Crer nos ideais de buscar a perfeição e praticar a beneficência. Aperfeiçoar-se e servir.
Há a lição da irmandade. O sagrado sentimento de união entre os Irmãos, que nos traz a cada sessão e nos faz permanecer num fraterno e imorredouro abraço.
Homens de bons propósitos, perseguindo, incansavelmente, a perfeição. Homens preocupados em ser, em transcender, num preito à espiritualidade e a crença no que é bom e justo. Pregam o dever e o trabalho. Dedicam especial atenção à manutenção da família, ao bem estar da sociedade, à defesa da Pátria e o culto ao Grande Arquiteto do Universo.
Temos perfeita consciência de nosso papel social e da importante parcela de responsabilidade na missão de transformar o mundo, modificando, aprimorando as coisas que nos cercam.
Porque o dia 20 de agosto é considerado o Dia do Maçom no Brasil?
 
“Em setembro de 1918, o Irmão Antenor de Campos Moura, então Venerável da Loja “Fraternidade de Santos”, propunha ao Grande Oriente do Brasil a instituição do “Dia do Maçom”, que seria comemorado não só como um dia de festa, mas também como um dia de beneficência e de caridade.
Na data fixada, as Lojas de todo o Brasil deveriam realizar uma sessão que fosse Econômica, ou Magna de Iniciação, ou branca; não deveria ser exigido que se cumprisse um programa arcaico e muitas vezes despido de interesse.
Cada Loja que fizesse uma reunião como bem entendesse. Qualquer data poderia ser para o “Dia do Maçom”; a data poderia ser aquela em que esse projeto fosse aprovado.”
Posteriormente foi fixada a data de 20 de agosto, sendo aceita e comemorada por todos.
A explicação para a determinação do dia 20 de agosto baseou-se na histórica Sessão conjunta das Lojas “Comércio e Artes” e “União e Tranqüilidade”, no Rio de Janeiro, onde o Ir∴ Gonçalves Ledo pronunciara um discurso inflamado, fazendo sentir a necessidade de proclamar-se a Independência do Brasil, cuja proposição foi aprovada pelos presentes e registrada em ata no 20º dia do 6º mês maçônico do Ano da Verdadeira Luz de 5822, interpretado como se fosse o dia 20 de agosto.
Na realidade, autores referem um erro histórico, dada a utilização equivocada do calendário gregoriano, ao invés do calendário equinocial, utilizado para o registro da sessão, onde o ano se inicia no dia 21 de março, que leva a reunião para o dia 09 de setembro.
O que isso tem haver com a nossa Independência em 7 de setembro?
O 20 DE AGOSTO, DIA DO MAÇOM, foi escolhido, porque nessa data, que realmente a nação se tornou independente, por força e decisão da maçonaria.
E é uma efeméride nacional consagrada e, como tal, deve ser comemorada com toda pompa, pois a Maçonaria em muito contribuiu para a efetiva emancipação político-social do Brasil e os Maçons de um modo geral devem reverenciar seus membros responsáveis pelas idéias e as efetivas ações, mas sempre sabedores da verdade histórica.
- Esta data consta do art.179 da Constituição do Grande Oriente do Brasil e do art. 275 do Regulamento, ordenando a comemoração da data no dia 20 de agosto.
Desde 1923, encontra-se na BIBLIOTECA NACIONAL DO RIO DE JANEIRO, a Certidão das Atas do Grande Oriente do Brasil, de 1822, com o título DOCUMENTOS PARA A HISTÓRIA DA INDEPENDÊNCIA, VOLUME I, LISBOA – RIO DE JANEIRO, 1923 – A MAÇONARIA E A INDEPENDÊNCIA.
Neste documento, grafa quando se refere à “Ata da Sessão de 20 do 6º mês Ano 1822”, a data correspondente no calendário Gregoriano como “(9 de setembro)”.
Em 20 de agosto de 1822, foi convocada uma reunião extraordinária do Grande Oriente do Brasil por Joaquim Gonçalves Ledo , em face da ausência de José Bonifácio, Grão-Mestre que se encontrava viajando. Gonçalves Ledo seu substituto hierárquico na maçonaria brasileira, profere um eloqüente discurso, na ARLS Arte e Comércio em 20 de Agosto, onde era 1º Grande Vigilante. Expondo aos maçons presentes à necessidade de ser imediatamente proclamada a Independência do Brasil.
Por causa do discurso proferido, a proposta foi votada e aprovada por todos os presentes.
A cópia da ata dessa reunião foi encaminhada inmediatamente a D. Pedro I que se encontrava também viajando e, recebeu tal decisão às margens do riacho do Ipiranga em 7 de setembro, ocasião que o Imperador proclamou a Independência do Brasil por encontrar respaldo e mesmo determinação da maçonaria brasileira.
De qualquer maneira, vamos comemorar.
Foi também instituído, em 1994, nos Estados Unidos, o DIA INTERNACIONAL DO MAÇOM, comemorado em 22 de fevereiro, data de nascimento de GEORGE WASHINGTON, o artífice principal da independência daquele país.

Fonte: Prof. Gabriel Campos de Oliveira.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

A Importância do MESTRE de Harmonia em Sessões Maçônicas.


Prof. Gabriel Campos de Oliveira
 
A Importância do MESTRE de Harmonia em Sessões Maçônicas.

 

Mas quero ressaltar um cargo, embora todos os cargos de uma Loja, são importantes por natureza, pois são comparados a uma orquestra, em que todos trabalham cada qual com a sua função,  mas sem poder desafinar, sob pena de ter um resultado desastroso.  Estou falando do cargo de Mestre de Harmonia.

 

Esse cargo, cuja joia é uma LIRA, tem a responsabilidade pelo “equilíbrio vibracional da Loja, propiciando o momento fértil para as manifestações do Grande Arquiteto do Universo.

 

Isso me chamou atenção. E se refletirmos bem, veremos a profundeza dessa afirmação. Ele é que, com as músicas devidas, dará o verdadeiro equilíbrio em que irá vibrar os nossos sentimentos em direção ao espiritual. A importância desse equilíbrio é que vai facilitar a egrégora que se formará dentro de Loja.

 

É colocando no devido tempo as músicas, em seu equilíbrio de tom, suavidade e momentos especiais em que se faz necessário a música. E sabemos que a música realmente vibra dentro do nosso ser enlevando para um patamar especial de encontro com o superior.

 

Ser Mestre de Harmonia é ser uma pessoa de uma sensibilidade musical com capacidade de sentir, de emocionar e se comover. E, lógico, tem que gostar de música. Ser um apaixonado.

 

Isso me chamou atenção. E se refletirmos bem, veremos a profundeza dessa afirmação. Ele é que, com as músicas devidas, dará o verdadeiro equilíbrio em que irá vibrar os nossos sentimentos em direção ao espiritual. A importância desse equilíbrio é que vai facilitar a egrégora que se formará dentro de Loja.

 

É colocando no devido tempo as músicas, em seu equilíbrio de tom, suavidade e momentos especiais em que se faz necessário a música. E sabemos que a música realmente vibra dentro do nosso ser enlevando para um patamar especial de encontro com o superior.

 

Ser Mestre de Harmonia é ser uma pessoa de uma sensibilidade musical com capacidade de sentir, de emocionar e se comover. E, lógico, tem que gostar de música. Ser um apaixonado.


No passado, a Coluna da Harmonia era composta por Irmãos músicos que tocavam, buscando propiciar a harmonia que deve reinar entre os Obreiros e equilibrar as emoções durante os rituais maçônicos. Hoje, os músicos foram substituídos por aparelhagem eletrônica, operada pelo Mestre de Harmonia.
A música é uma das sete artes liberais. Tem o dom de preparar o ambiente para a meditação, para o culto espiritual, não só acalma, ameniza, conforta, como pode curar certos tipos nervosos e ajudar na cura de processos orgânicos. Esotericamente, os sons penetram de tal forma no íntimo dos seres humanos que lhes dão Harmonia e Paz.



Em função do ritmo, da melodia e da mensagem, o inverso é possível, ou seja, a desestabilização emocional, a afloração de sentimentos menos nobres. A Harmonia, em seu sentido mais amplo, é a ciência da combinação dos sons, o que forma os acordes musicais e tem por finalidade a formatação de uma das expressões na criação da Beleza.



http://www.revistauniversomaconico.com.br/wp-content/uploads/2010/06/a-importancia-do-mestre-de-harmonia.jpg
Os discípulos de Pitágoras estudavam a música como disciplina moral, pois ela atuava no controle dos ímpetos das paixões agressivas e no afloramento dos sentimentos nobres e elevados; por meio da música buscavam desenvolver a união, pois entendiam que ela instruia e purificava a mente, desse modo eliminando, pela audição de melodias suaves e agradáveis, a angústia, anseios frustrados, agressões verbais e stress mental.


Portanto, em uma reunião Maçônica deve-se tocar a música que melhor traduza os sentimentos dos Irmãos em cada momento do ritual.


Correntes de Irmãos defendem a não programação de músicas de caráter religioso nas sessões ritualísticas, visto o caráter universal da nossa Ordem, evitando assim algum constrangimento de Irmãos que adotam outra religião.

Corrente outra, sugere a não execução de músicas cantadas, salvo algumas entoadas por Coral, ou seja, na maioria das vezes deve se utilizar a música instrumental.


Outra corrente orienta que o fundo musical deve ser ouvido desde o início, quando da sala dos Passos Perdidos, com melodias que elevem os Irmãos aos mais nobres sentimentos, preparando-os para o início dos trabalhos, lugar onde devem estar paramentados e com as suas insígnias. A melodia pode ser de cunho religioso, de câmara, por ser um local onde todos se limpam mental e espiritualmente, deixando para trás as coisas do mundo profano, momentos de introspecção e a conscientização para a entrada no Templo, onde desenrolar-se-á a reunião de grande elevação espiritual.


Compreendem normas na Maçonaria que suas reuniões se realizem com músicas adequadas e propícias. As músicas são invariavelmente colocadas por hábito, por gosto ou por imitação, dificilmente associando o profundo trabalho de introspecção que é a litúrgica Maçônica a uma trilha sonora que estimule nos instantes de euforia, acalme nos momentos de meditação, espiritualize profundamente nos momentos de abertura e fechamento do Livro da Lei, que seja melodiosa e nos leve à profunda meditação do ato que fazemos quando os Irmãos Mestre de Cerimônias e Hospitaleiro circulam com o Saco de Propostas e o Tronco de Beneficência e, viva alegre e, no momento do encerramento.


A música utilizada tem que ser analisada, em razão da mensagem que se pretende transmitir, como exemplo, deverá causar impressões inesquecíveis na mente do iniciado, pois nestas sessões se transmite a síntese filosófica da Instituição em que se ingressa, pois os ensinamentos seculares que são transmitidos, quando associados a uma música adequada, serão sempre recordados quando da audição de tal melodia. Em função do discorrido, o Mestre de Harmonia deverá desenvolver o entendimento da psicologia da Harmonia na Maçonaria, pois assim auxiliará, influenciando na manutenção do estado de consciência espiritualmente limpa dos Irmãos que adentram ao Templo Sagrado colocando músicas melodiosas e suaves, convidativas à meditação.


Programando músicas cantadas, porque acha que são bonitas, muitas das vezes não está contribuindo para a Harmonia da sessão e a formação da concentração necessária, pois induz sentimentos outros que levam os Irmãos a fazerem imagens mentais que os tirem da manutenção da egrégora pelo efeito dos sons e do ritmo.


Por esse motivo, as músicas devem ser de caráter neutro, pois a melodia maçônica deve ser aquela que induza o Irmão a entrar dentro de Si, elevando-se à reflexão do seu Eu, e não propiciando o desvio dos pensamentos de Irmãos para ir ao ambiente externo no qual costumeiramente “aquela” melodia é ouvida.


Com idade de Três Anos e ainda não sabendo falar, concluo mui primariamente que muito há o que desvendar e de ser entendido numa preparação de Harmonia para um Templo Maçônico, pois os sons são energias que nos aproximam do G.’.A.’.D.’.U.’., estimulam-nos os sentidos e que devem ser conduzidas pelo Espírito com mãos hábeis e sensíveis para a devida sustentação do ambiente favorável ao trabalho dos Irmãos, mantendo o livre fluxo de energia que deverá circular, provendo-nos da Sabedoria, da Força e da Beleza, tríade que compõe as colunas que sustentam nossos intuitos de tornando-nos Homens de Bem, Harmoniosos, Justos e Perfeitos no nosso dizer e com os nossos passos do dia a dia.

Como podemos ver, existe uma variedade muito grande de músicas para serem colocadas em uma Sessão maçônica, e vai depender, única e exclusivamente do Mestre de Harmonia de saber escolher e atingir o objetivo de sua função: fazer o “equilíbrio vibracional da Loja, propiciando o momento fértil para as manifestações do Grande Arquiteto do Universo”.

Fonte: Prof. Gabriel Campos de Oliveira

sábado, 16 de agosto de 2014

Egrégora Maçônica - Fenômeno da Força Incógnita







 
Egrégora Maçônica - Fenômeno da Força Incógnita

Com a vontade pura e a retidão de propósitos deverá estar o Iniciado Maçom revestido ao ingressar junto à soleira do Templo para início de mais uma jornada de trabalho. Exotericamente o fará sempre com o lado esquerdo ligeiramente avançado para que os caminhos do magnetismo destrocêntrico possam se manifestar com maior amplitude já logo de sua chegada para o convívio inicial com seus irmãos que o aguardam.


A primeira limpeza espiritual começa a ser desencadeada nesta hora, quando não por vontade própria, mas por dever anímico, o maçom deverá entrar em um processo de “escaneamento das impurezas profanas”, senão extirpando, pelo menos lutando para cauterizar de seu âmago as amarguras da vida externa.


É nessa hora que o primeiro passo de um fenômeno que adiante será descrito começa a se apontar. Daí temos a importância do sentido de introspecção de que o maçom deve estar imbuído, pois o elo de ligação que nos une como se verdadeiros irmãos fôssemos, começará dentro da mística maçônica a se formar. Os comportamentos profanos nesta hora hão de se cessar para dar lugar senão ao respeito a cerimônia que se inicia ao menos em respeito a ética maçônica de que todos indistintamente devem observar.


Esotericamente antes dos Iir:. adentrarem ao templo, com um único golpe mântrico do bastão no chão mosaico o Augusto Irmão Mestre de Cerimônias ordena que os espíritos se elevem, pois os trabalhos logo se iniciarão. Exotericamente com esse golpe mântrico o som de propaga e atinge o cérebro, já intimamente ligado ao significado egregoral que, - disciplina e ordena a mente - a aug:. sessão irá começar, o sinal foi dado.


Mas é na abertura da loja, com a leitura do salmo 133 do Livro Sagrado Bíblia pelo Irmão Orador que o fenônemo da EGRÉGORA toma força. É quando o salmo 133 acena com a agradabilidade da convivência em união fraterna, e a compara com “o óleo precioso sobre a cabeça o qual desce para a barba, a barba de Aarão... é como o orvalho do Hermon que desce sobre os montes de Sião...ali ordena o Senhor sua benção e a vida para sempre...” o que quer traduzir que o amor fraterno é comparado ao óleo santo de consagração e ao orvalho que umedece Jerusalém dando vida à natureza. Assim deve ser a convivência fraternal, a tudo que permeia e umedece como a fina borrasca de um final de madrugada.


No preciso momento da abertura do livro sagrado e no curso da leitura de uma passagem do Livro da Lei conforme o grau em que se abre a loja, inicia-se a formação da EGRÉGORA, assunto objeto desta modesta peça que começa a ser detalhado cujo campo maçônico se interlaça com o da espiritualidade.


Para se crer e entender o significado da EGRÉGORA impõe-se primeiramente acreditar na existência do espírito. Neste sentido a Constituição de Anderson em seu Landmark (1) de número 20 exige do maçom uma crença na vida futura. E para não incorrer em erro substancial neste assunto de tamanha profundidade por este neófito “que não sabe ler nem escrever” e está longe de dominar, mas podemos ficar com a lição de Aristóteles (Estagira – Grécia 384 AC) e sua sabedoria grandiosa que distingue a alma do espírito: “A alma é o que move o corpo e percebe os objetos sensíveis; caracteriza-se pela auto-nutrição, sensibilidade, pensamento e mobilidade; mas o espírito tem função mais elevada do pensamento que não tem relação com o corpo, nem com os sentidos”.


Para este discípulo de Platão, em sua inteligência universal, o Mundo surgiu de um Primeiro Motor - DEUS – IOD – (TETRAGRAMATON – nome sagrado e impronunciável do Senhor). É ao mesmo tempo Potência e Ato. A primeira engrenagem do Universo.


Sob outro enfoque podemos dizer que o espírito apesar de não se constituir de matéria bruta é formado da união de um corpo físico, de um corpo mental (vital) e de um corpo astral (perispírito). Deste amálgama que ligado pela saliva divina surge o Homem. O Homem é espírito em movimento. Mas é de uma zona física, perispirítica física, extra-corpórea, que tangencia a cútis, é que partirá uma quantidade de energia, tênue e quase imperceptível, como um fio de névoa, para alguns até um estado quase que plasmático, como um rastro sutil de fumaça, formando um corpo protetor, livre de sua origem dos conceitos físicos de tempo-espaço. Não emulado pela fé ou religião, mas força atômica, material e tangível. Um campo de força material. À saída destes corpos, sempre quando em assembléia reunida e neste caso, em Loja, dá-se o nome de EGRÉGORA.


Quanto à referência à doutrina, pode-se colher no ensinamento de J. Boucher a seguinte lição. “Chama-se egrégora uma entidade, um ser coletivo originado por uma assembléia, cada Loja possui a sua egrégora, cada obediência possui a sua, e a reunião de todas essas egrégoras forma a grande EGRÉGORA MAÇÔNICA”.


Rizzardo Da Camino em seu Grande Dicionário Maçônico ensina que Egrégora deriva do grego `egregorien` com o significado de velar ou vigiar. No Livro de Enoch está escrito que os anjos que haviam jurado velar sobre o Monte Hermon teriam se apaixonado pelas filhas dos homens, ligaram-se a elas.....que será tema de um próximo trabalho deste humilde ir:.


Papus, em seu magnífico “Tratado Elementar da Ciência Oculta” introduz a noção de que as egrégoras seriam imagens astrais geradas por uma coletividade.


Serge Marcotoune, iminente mestre do Martinismo russo, constata que a energia nervosa se manifesta por raios no plano astral. O plano astral estaria cheio de miríades de centelhas, flechas de cores das idéias-força. “Cada pensamento, cada ação a que se mistura um elemento passional de desejo, se transmite em idéia-movimento dinâmica, completamente separada do ser que a forma e a envia, mas seguindo sempre a direção dada. Essas idéias seguem sua curva traçada pelo desejo do remetente”. É por isso que precisamos controlar nossos desejos a fim de que eles não pesem sobre nós, acorrentando-nos, imprimindo à nossa aura cores diferentes. A meditação e a prece do iniciado regeneram seu ser, permitindo emitir idéias sadias e tranquilizantes para que no plano astral, os espíritos guias canalizem as idéias-força para zonas determinadas.


Em A Chave da Magia Negra, Stanilas de Guaita afirma que no plano astral as coisas semelhantes aglutinam-se para criar um coletivo, graças às suas vibrações idênticas. “A egrégora, ser astral, possui seu eixo nesse plano e busca um ponto de apoio terrestre para se assegurar de formas estáveis”.


O maçom pode assim se aproximar dos seres superiores e elevados através somente do seu livre-arbítrio. No astral nascerão os germes das grandes associações, das grandes amizades, das grandes proteções. Mas como as egrégoras estão em constante modificação, por força das variações das idéias-força, não possuem um ponto de apoio. Por isso a necessidade da concentração sem esforço durante a ritualística, para que essa egrégora possa permanecer o maior tempo possível ativa, constante e homogênea.


Emanuel Swedenborg diz que viajaremos em grupos unidos, sendo ensinados pelos diversos grupos de anjos que formam sociedades a parte agrupadas em um grande corpo por que segundo ele “o céu é um grande homem”.


O mestre Yeshuah(2), citado pelo apóstolo Mateus, disse: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei entre eles”.


G. Descomier ( Phaneg ) representante do Martinismo(3) Francês, escreveu que “todo coletivo constitui na verdade uma família no plano espiritual. Por isso jamais se deve responder ao ódio com o ódio, porque então as duas egrégoras formariam uma aliança estreita para o mal.


Egrégora é uma forma pensamento que é criada por pensamentos e sentimentos, que adquire vida e que é alimentada pelas mentalizações e energias psíquicas. É uma entidade autônoma que se forma pela persistência e intensidade de correntes emocionais e mentais. Pensamentos e sentimentos fracos criam egrégoras mal definidas e de pouca vida ou duração, porém pensamentos e sentimentos fortes criam egrégoras poderosíssimas e de longa duração.


Existem egrégoras positivas que protegem, atraem boas energias e afastam cargas negativas, e egrégoras negativas que fortalecem o mal, canalizam forças negativas e repelem forças positivas.

Locais sagrados como as localidades de Aparecida do Norte (Brasil), Lourdes (França) e Fátima (Portugal), têm egrégoras poderosíssimas, formadas pela fé e mentalizações dos devotos, que acumulam as energias psíquicas dos fiéis, e quando alguém consegue canalizar para si as energias psíquicas acumuladas na egrégora provoca o conhecido “milagre”. Esta é a explicação oculta da realização de grande parte dos milagres que acontecem. Os locais possuem egrégoras formadas pelas energias psíquicas de seus frequentadores que as canalizam em seu benefício através da fé.


A origem do termo EGRÉGORA é a mesma de "gregário", do latim gregariu: o que faz parte da grei, ou seja, rebanho, congregação, sociedade, conjunto de pessoas. No plano da espiritualidade usa-se o nome egrégora para designar um grupo vibracional, um campo de energia sutil em que se congregam forças, pensamentos ou vibrações com um determinado objetivo.


A egrégora pessoal é formada pelas energias psíquicas da pessoa e principalmente pelos seus pensamentos. Assim, uma pessoa psiquicamente equilibrada e com pensamentos positivos, cria uma egrégora positiva. Do mesmo modo, uma pessoa desequilibrada emocionalmente e negativa cria uma egrégora negativa. Porque a egrégora é como um filho coletivo que se realimenta das mesmas emoções que a criaram.


O maçom correto deve ter plena convicção de que as suas aspirações e desejos de bem, ainda que em pensamentos, nenhuma se perde. Nossa vida deve produzir idéias-forças poderosas.

Esse é o segredo da prece dos ditos “fracos”.


A maçonaria aceita a presença da Egrégora em suas sessões litúrgicas. A egrégora é uma “entidade” momentânea que subsiste enquanto o grupo está reunido. Para que ela surja é necessária a preparação ambiental, formada pelo som, pelo perfume do incenso e pelas vibrações dos presentes. Estas vibrações devem ser puras. O maçom deve eliminar, ainda no átrio, todos os pensamentos inapropriados para o culto maçônico. A ritualística e a liturgia(4), preparam o surgimento da egrégora, no exato momento em que o Irmão Orador termina a leitura em voz alta, do trecho do livro sagrado, a egrégora forma-se brotando do altar como tênue fio espiritual para adquirir corpo etéreo com as características humanas. Os mais sensitivos percebem esta entidade, ela se mantém silenciosa mas atua de imediato, em cada maçom presente, dando-lhe a assistência espiritual de que necessita, manipulando as permutas de maçom para maçom, construindo assim a Fraternidade(5). Para cada loja forma-se uma egrégora específica. Os céticos não aceitam esta entidade, porém os estudos aprofundados revelarão a possibilidade de seu surgimento. Porém, esta entidade não deve ser motivo de adoração pois é uma entidade formada pela força mental e pelas vibrações do conjunto. A egrégora é a materialização da força do maço enquanto em loja.


CONCLUSÕES

A egrégora pode ser associada à consciência de grupo, mas ela é, ao mesmo tempo, algo mais do que isso. Aprendemos que quando dois ou mais se reúnem em um esforço conjunto, é criado algo maior que a soma de seus esforços pessoais. Daí podemos comparar essa idéia à idéia de que o TODO é maior do que as partes que o compõem. Também não devemos nos esquecer que a egrégora de nossa Ordem inclui todos os maçons vivos e também aqueles que passaram pela transição e hoje vivem no Oriente Eterno. A egrégora é, portanto, o resultado de nosso pensamento criativo nos planos exotérico e esotérico do pensamento.


A egrégora surge em loja a partir do esforço e da meditação de cada irmão. É um ser diáfano(6), que apesar de compacto deixa transparecer a luz que mesmo emana e absorve. Ela atua equilibrando as desigualdades emocionais e espirituais dos IIr:. em loja. Grande é sua atuação na CADEIA DE UNIÃO. E somente em Loja existe e existe oriunda da formação assemblear, onde todos nós irmãos, somos condôminos deste fenômeno.


Representa na sua forma mais sublime a expressão “ESTAR A COBERTO”. Mais do que um manto protetor(7) configura para o maçom a materialização de sua fraternidade quando um pouco de si é ofertado, por um mecanismo sobrenatural e divino ao Irmão necessitado. Para tanto impõem-se as posturas mentais, espirituais e corpóreas mencionadas, não somente como um exercício de Virtudes Teologais(8)( Fé, Esperança e Caridade) e Cardiais(9)( Prudência, Temperança, Justiça e Coragem ), mas como também na visão Aristotélica de perfilar pelo caminho do justo meio o bem absoluto e teleológico do ser humano: a felicidade; que para nós pode ser simbolizada pelo alcançar do cume da ESCADA DE JACÓ, para que possamos um dia gozar com firme fé da glória do Grande Arquiteto Do Universo e ao seu lado tomarmos assento, para que possamos descobrir em cada Irmão nossos dons espirituais mais acanhados e possamos sempre nos orgulhar dos verdadeiros motivos que nos levam a estar em fraternidade, na esteira do pensamento do filosófo Immanuel Kant(10), em seu imperativo categórico “age de tal modo que a máxima de tua ação possa ser elevada, por sua vontade, à categoria de lei, e de lei de universal observância”. Tudo isso para que possamos sempre contribuir para o crescimento espiritual de nossa loja, alijando o comportamento profano que obscurece a formação da egrégora.


Oportuna ainda a citação das palavras do maçom emérito Rizzardo da Camino em sua obra “O aprendiz maçom”, atinente ao assunto posto em pauta e que diz respeito também a ética maçônica:


“ Aqueles que ´nada vêem`, que ´nada sentem` e que atuam “mecanicamente” que participam da cerimônia porque a isso foram conclamados pelo Venerável Mestre, devem aceitar o desafio de participação efetiva e espiritual. Então, só assim, hão de se dar conta que maçonaria não é um clube social ou recreativo.”


Que a paz profunda a todos invada.



(1) Os landmarks da Maçonaria são um conjunto de princípios que não podem ser alterados para que se mantenha a unidade maçônica mundial, criado em 1723 por James Anderson.


(2) Yeshua (
ישוע) é considerado por muitos ser o nome hebraico ou aramaico de "Jesus". Este nome é usado principalmente pelos judeus messiânicos - ou por pesquisadores, historiadores e outras pessoas que crêem ser essa a pronúncia original. O nome "Yeshua" deriva-se de uma raiz hebraica formada por quatro letras – ישוע (Yod, Shin, vav e Ain) - que significa “salvar”, sendo muito parecido com a palavra hebraica para “salvação” – ישועה, yeshuah – e é considerado também uma forma reduzida pós-exilio babilônica do nome de Josué em hebraico – יהושע, Yehoshua' – que significa “o Eterno que salva”.


(3) Ordem Esotérica criada por Papus baseada nos escritos de Saint-Martin que hoje faz parte dos Graus Superiores da Ordem Rosa- Cruz.


(4)O vocábulo "Liturgia", em grego, formado pelas raízes leit- (de "laós", povo) e -urgía (trabalho, ofício) significa serviço ou trabalho público. Por extensão de sentido, passou a significar também, no mundo grego, o ofício religioso, na medida em que a religião no mundo antigo tinha um carácter eminentemente público.


(5) Segundo o apóstolo Pedro era o tipo de união que identifica os verdadeiros cristãos. - 1Pedro 2:17


(6) em que a luz passa parcialmente; translúcido.


(7) Verificar passagem bíblica no II Reis, 2-14, sobre a passagem do manto protetor do profeta Elias.


(8) têm este nome porque são ordenadas directa e imediatamente para Deus como fim último. Têm Deus como origem, motivo e objeto.


(9) Elas são derivadas inicialmente do esquema de Platão e foram adaptadas por: Santo Ambrósio, Agostinho de Hipon e Tomás de Aquino.


(10) Fórmula da Lei Universal.


obs. trabalho concluído com a participação e revisão final do Irmão Márcio Moreira.

Fonte: http://misticismoeesoterismo.blogspot.com.br

 

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Não Lamente


 

 

Há sempre o novo a ser alcançado, em qualquer circunstância e ante qualquer dificuldade;

Se a vida não proporcionou-lhe o que esperava, não lamente; siga e realize o possível;

Não permita que o desânimo, a lamúria ou a baixa estima ocupe seu espaço mental;

Quando não temos o que queremos ou o que acreditamos merecer, devemos doar a cota de amor e de vida em favor da Vida;

Ante dificuldades, conflitos, dores e sofrimentos procure sair da posição de vítima, atuando como quem foi convidado a viver e aprender, modificando o estado mental;

Nunca deixe de acreditar em seu poder de superação, pois você é um Espírito imortal e está, e sempre estará, infinitamente conectado ao Criador.

Adenáuer Novaes

Psicólogo Clínico e Escritor