domingo, 10 de agosto de 2014

Debastando a pedra bruta








Frederico Menezes
 

 

A tradição da busca espiritual de todas as épocas estabelece que a jornada da alma humana pelos caminhos do mundo representa o "desbastar" de uma pedra bruta. A alma seria a pedra a ser trabalhada, aformoseada, limada suas imperfeições para daí surgir uma verdadeira obra de arte. O buril  e o cinzel do artista divino vai esculpindo, através das diversas encarnações, a figura do anjo do amanhã.

 

Aí está a síntese dos objetivos sagrados da existência: erguer templos às virtudes e masmorras aos vícios. Aí está a gloriosa expressão para definir nossa jornada, o destino luminoso de cada um de nós. Quando a humanidade tomar consciência dessa realidade, com certeza, as estruturas sociais se modificarão para melhor. A justiça tão almejada se constituirá em efetiva experiência e a generosidade representará sublime fator a nortear a vida dos seres humanos.

 

As imperfeições morais que trazemos caracteriza a pedra bruta. Semelhante ao diamante que resplandece, e quando o faz, ninguém recorda que ele já foi detrito, carbono coberto de "lixo "em plena natureza. Após as grandes pressões sofridas na intimidade das cavernas e montanhas, depois de séculos em transformação no seio da terra, eis que a beleza se faz e o brilho se concretiza. Não seria essa analogia  mais efetiva verdade à respeito da evolução do espírito?

 

A diferença entre o simples carbono e o ser humano é que este pode, e deve, auxiliar em sua transformação, colaborando com o cinzel da Grande Lei para que a fantástica obra de arte de Deus se consolide: o espírito emancipado, maduro, luminoso, seguro e feliz. Forjado na fornalha das grandes lutas reencarnatórias, dentro da montanha de seu ser ou das cavernas em sua intimidade, a alma cresce, assume mais amplamente seu destino, e ruma determinada para o seu alvo grandioso. A pedra bruta desaparece e resplandece o ser imortal, nobre e glorioso, irradiando a luz dos céus em seu coração.

Fonte: Blog de Frederico Menezes

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