terça-feira, 19 de novembro de 2013

A Ordem dos Templários

A Ordem dos Templários
O fato de que nunca se teve a oportunidade de se ter acesso a documentos originais dos julgamentos contra os templários motivou o surgimento de muitos livros e filmes, com grande repercussão pública, porém, sem nenhum embasamento histórico. Também muitas sociedades secretas como a maçonaria se colocam como herdeiras dos templários, entretanto, a partir de documentos históricos, e, não a partir de fábulas e astúcia é possível entendermos melhor esse episódio da história.
A obra, publicada pela Biblioteca Vaticana: “Processus contra templários”, restaura a verdade histórica sobre Os Cavaleiros da Ordem do Templo, conhecidos como templários, cuja existência e ulterior desaparecimento foram motivo de numerosas especulações e lendas.
Os pergaminhos são relativos ao processo contra os templários, realizados sob o pontificado do Papa Clemente V, cujos originais são conservados no Arquivo Secreto do Vaticano. O principal valor da publicação reside na perfeita reprodução dos documentos originais do citado processo e nos textos críticos que acompanham o volume; explicam como e por que o pontífice Clemente V absolveu os Templários da acusação de heresia e suspendeu a Ordem sem dissolvê-la, reintegrando os altos dignitários Templários e a própria Ordem na comunhão da Igreja.
A Ordem dos Cavaleiros do Templo
Os templários foram fundados por Hugo de Payens, depois da primeira Cruzada em 1119. São Bernardo escreveu a regra dessa ordem monacal e militar.
Os Templários eram membros de uma ordem religiosa de monges guerreiros. O nome de Cavaleiros do Templo lhes veio porque seu convento principal e primeiro fora estabelecido junto ao local onde existira o Templo de Salomão, em Jerusalém. A finalidade da Ordem dos Cavaleiros do Templo era a de defender a Terra Santa dos ataques dos maometanos, mantendo os reinos cristãos que as Cruzadas haviam fundado no Oriente.
A Ordem do Templo e sua regra fora aprovada pela Igreja. Os Templários foram, durante muito tempo, fiéis à sua regra e à sua finalidade.
Estes cavaleiros fizeram voto de pobreza e seu símbolo passou a ser o de um cavalo montado por dois cavaleiros. Em decorrência do local de sua sede, do voto de pobreza e da fé em Cristo surgiu o nome da Ordem, "Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão", ou simplesmente "Cavaleiros Templários".
Sob a divisa Non nobis, Domine, non nobis, sed nomini Tuo da gloriam (Sl 115,1) - (Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao Vosso nome dai a glória).
Seu crescimento vertiginoso ao mesmo tempo que ganhava grande admiração da Europa se deu pelo grande fervor religioso e pela sua incrível força militar. Os Papas guardaram a ordem acolhendo-a sob sua imediata proteção, excluindo qualquer intervenção de qualquer outra jurisdição fosse ela secular ou episcopal. Não foram menos importantes também os benefícios temporais que tal ordem recebeu dos soberanos da Europa.
Um contemporâneo (Jacques de Vitry) descreve os Templários como "leões de guerra e cordeiros no lar; rudes cavaleiros no campo de batalha, monjes piedosos na capela; temidos pelos inimigos de Cristo, a suavidade para com Seus amigos".
Levando uma forma de vida austera não tinham medo de morrer para defender os cristãos que iam em peregrinação a Terra Santa. Como exército nunca foram muito numerosos aproximadamente não passavam de 400 cavaleiros em Jerusalém no auge da ordem, mesmo assim foram conhecidos como o terror dos maometanos. Quando presos rechaçavam com desdém a liberdade oferecida a preço de apostatarem (negar a Fé cristã).
O grande crescimento da Ordem e a perda de sua missão
Com o passar do tempo a ordem ficou riquíssima e muito poderosa: receberam várias doações de terras na Europa, ganharam enorme poder político, militar e econômico, o que acabou permitindo estabelecer uma rede de grande influência no continente, o que pode ter provocado um relaxamento da moral, sede pelo poder, pelo dinheiro.
Também começaram a ser admitido na ordem devido à necessidade de contingente, pessoas sem levar em conta os mesmos critérios do seu inicio. Logo, o fervor cristão, a vida austera e a vontade de defender os cristãos da morte deixaram de ser as motivações principais dos cavaleiros templários.
A grande riqueza da ordem atrai a atenção do Estado
Felipe IV pensou em apropriar-se dos bens dos Templários, e por isso havia posto em andamento uma estratégia de descrédito, acusando-os de heresia. A perseguição aos templários começou em 1307, quando o rei da França, acusou os templários de heresia e imoralidade.
No dia 13 de Outubro de 1307 o rei obrigou o comparecimento de todos os templários da França. Os templários foram encarcerados em masmorras e submetidos a torturas para se declararem culpados de heresia, no pergaminho redigido após a investigação dos interrogatórios, no castelo de Chinon, no qual Felipe IV da França (Felipe o Belo) havia prendido ilicitamente o último grão-mestre do Templo e alguns altos dignitários da Ordem.
O Pergaminho de Chinon atesta que o Papa Clemente V absolveu os templários, das acusações de heresia, evidenciando, assim, que a queda histórica da Ordem deu-se por causa da perda de sua missão e de razões de oportunismo político.
Da perda de sua missão o que caracterizou não mais uma vida austera como no inicio da ordem se aproveitou o Rei Felipe IV, o Belo, para se apoderar dos bens da Ordem, acusando-a de ter se corrompido. Ele encarcerou os Superiores dos Templários, e, depois de um processo iníquo, os fez queimar vivos, pois obtivera deles confissões sob tortura, que eram consideradas nulas pelas leis da Igreja e da Inquisição (Concílio de Viena (França) em 1311 e Concílio regional de Narbona (França) em 1243).
A sentença do Papa Clemente V a Ordem dos Templários
A ata de Chinon declara que os Templários não dissolvidos, mas absolvidos, suscitou a reação da monarquia francesa, tanto que obrigou Clemente V à ambígua discussão sancionada em 1312, durante o Concílio de Vienne, com a bula «Vox in Excelso», na qual declarava que o processo não havia comprovado a acusação de heresia, mas só a indignidade e os maus hábitos difundidos entre muitos membros da Ordem.
Ao declarar que o processo não tinha comprovado a acusação de heresia, Clemente V suspendeu a Ordem dos Templários mediante uma sentença não definitiva, sem dissolvê-la, para impedir um cisma com a França, reintegrando os altos dignitários Templários na comunhão da Igreja.
O Pergaminho de Chinon atesta que o Papa Clemente V absolveu os templários, das acusações de heresia, mostrando assim, que o Pontífice não considerou a ordem como sendo herege (conforme se especulava). E que deu a absolvição ao último grã-mestre dos Templários, Jacques de Molay, e aos cavaleiros da Ordem. O Pontífice ainda permitiu a eles "receber os sacramentos cristãos e serem acompanhados por um capelão" até os últimos momentos de sua vida.
Considerações finais
A destruição da Ordem do Templo propiciou ao Rei francês não apenas os tesouros imensos da Ordem (que estabelecera o início do sistema bancário), mas também a eliminação do exército da Igreja, o que o tornava senhor rei absoluto, na França.
Nos demais países a riqueza da ordem pertencente à Igreja em sua maioria também ficou com os respectivos Estados. A ordem dos Hospitalarios também herdou uma parte do dinheiro.
Jacques de Molay
Grãos-Mestres
1. Hugo de Payens (Huguens de Payns) (1118-1136)
2. Hugue, conde de Champagne
3. Rossal de Clairvaux
4. Geoffro de Bissor
5. André de Condemare
6. Archambaud de Saint-amande
7. Philippe de Milly (Philippus de Neapoli/de Nablus) (1169-1171)
8. Odo de St Amand|Odo (Eudes) de St Amand ou Odon de Saint-Chamand (1171-1179)
9. Arnaud de Toroge (Arnaldus de Turre Rubea/de Torroja) (1179-1184)
10. Gérard de Ridefort (1185-1189)
11. Robert de Sablé (Robertus de Sabloloi) (1191-1193)
12. Gilbert Horal (Gilbertus Erail/Herail/Arayl/Horal/Roral) (1193-1200)
13. Phillipe de Plessis / Plaissie`/ Plesse` /Plessiez (1201-1208)
14. Guillaume de Chartres ou Willemus de Carnoto (1209-1219)
15. Pedro de Montaigu|Pierre (Pedro) de Montaigu (Petrus de Monteacuto) (1219-1230)
16. Armand de Périgord (Hermannus Petragoricensis) ou Hermann de Pierre-Grosse (???-1244)
17. Richard de Bures (1245-1247)
18. Guillaume de Sonnac (Guillelmus de Sonayo) (1247-1250)
19. Renaud de Vichiers (Rainaldus de Vicherio) (1250-1256)
20. Thomas Bérard (1256-1273)
21. Guillaume de Beaujeu (Guillelmus de Belloico) (1273-1291)
22. Thibaud Gaudin (Thiband Ggandin) (1291-1292)
23. Jacques de Molay (1292-1314)
 
Fonte: Wikipédia
 

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