Desmonte da Maçonaria e da Sociedade
Charles Evaldo Boller
Os efeitos das evasões na Maçonaria, independente de obediência e país, é resultado de gradual desmonte. As estatísticas demonstram que desde a década de 1950 a Maçonaria é desmontada à semelhança do hodierno Estado brasileiro. Em termos globais o número de obreiros da Maçonaria e os valores da sociedade crescem à semelhança de rabo de cavalo! Os grupos de poder infiltrados na Maçonaria e na política mundial conduzem as instituições ao sabor de suas insidiosas pretensões. No Estado brasileiro é só ler o PNDH-3 e outros projetos e leis para identificar ideologias perniciosas que contribuem ao desmonte da sociedade brasileira. Os valores culturais do brasileiro estão em risco. O legislativo gradativamente altera a ordem cultural brasileira submetido a escusos interesses de poder e economia alienígena. Sociedades como os Estados Unidos da América fenecem debaixo da degradação de valores e princípios. E quando os valores da educação e hegemonia familiar são prejudicados, ao olhar a história da humanidade, em todas as civilizações, esta degradação define desmonte, sobraram de cada civilização apenas resquícios que "mais se parecem com as colunas de um templo druida em ruínas, rude e mutilado em sua grandeza". Por analogia, e devido ao fato do maçom ser parte desta sociedade em dissolução, implica que a ordem maçônica segue o roldão.
A principal atividade da ordem maçônica é a de propiciar ambiente próprio para homens bons desenvolverem-se ainda mais, tornarem-se líderes na Maçonaria e na sociedade e obterem a educação necessária para oferecer oposição ao desmonte preconizado pelos que mandam no mundo. O que se vê na Maçonaria são manobras de distração, de mudança de foco da essência do que deveria ser realizado em loja. Se a divisão em novos ritos e obediências promove novas linhas de pensamentos ela é correta, vem ao encontro de salvar a atual civilização. Se a razão for dividir para conquistar poder, então a instituição segue o caminho da estagnação, mesmice, trivialidade. Basta observar em qual destes caminhos cada loja segue, para determinar a capacidade de sobrevivência de seus obreiros na ordem maçônica. Se não existirem elementos de atração para o maçom permanecer dentro da instituição, se os líderes da Maçonaria não efetuarem esforços hercúleos para motivar os maçons à prática da ação maçônica, vivemos o fim.
Algumas causas de conhecimento geral de evasão de maçons das lojas são: Educação: não de conhecimento, mas de valores e princípios; pensamento: tíbio interesse para pesquisar, ler e escrever; instrução: aplicada de forma mecânica e sem cobrança; debate: descamba em queixume, lamúria e até explosão emocional; trabalho: aprendizes e companheiros ensinam. Acomodação: obreiro entra calado e sai mudo do templo; vaidade: cargo é motivado por sede de poder e distinção; recrutamento: proposto não tem perfil maçônico; sindicância: irresponsável e negligente; decepção: na maioria das propostas de iniciação busca-se por evolução humanística; desafio: ausência de projetos nas áreas de ciências humanas; prolixidade: oratória inócua, desfocada; voluntariado: não aceita cargo que exige trabalho, dedicação e assiduidade; propaganda: associação é espaço para divulgação de currículos, bens e serviços; proposta: é usual proporem a terceirização da responsabilidade civil individual; proselitismo: reiterada investida para atrair irmãos para religião ou ideologia.
Albert Pike, em 1871, em "Morals and Dogma", relativo aos graus filosóficos do Rito Escocês Antigo e Aceito, assim se dirigiu aos irmãos do grau quatro, Mestre Secreto: "Se o irmão estiver desapontado com os três primeiros graus, na forma como os recebeu, e, se pareceu que o desempenho não chegou até o que imaginava; se as lições de moralidade não são novas; onde a instrução científica é rudimentar e os símbolos são explicados de forma imperfeita; lembre-se que as cerimônias e as lições dos graus, com o tempo, foram se acomodando cada vez mais, por supressões e afundando na memória muitas vezes limitada da capacidade e intelecto do mestre e das necessidades do aprendiz recém-iniciado; que a simbologia veio até nós de uma época em que os símbolos eram usados, não para revelar, mas esconder; quando a aprendizagem mais comum foi confinada a uns poucos escolhidos e os mais simples princípios de moralidade pareciam verdades recém-descobertas. Onde esses graus, antigos e simples, agora mais se parecem com as colunas de um templo druida em ruínas, rude e mutilado em sua grandeza, em outras partes corroídas pelo tempo e desfiguradas pelas adições modernas e interpretações absurdas. Estes três graus iniciais, ditos simbólicos, são a entrada para o grande templo maçônico. São as três colunas do pórtico de entrada".
Mesmo com a realidade de 1871, que é semelhante a atual, a Maçonaria cresceu durante as duas grandes guerras e depois começou a decair a partir de 1950, logo após a Segunda Guerra Mundial. Será que o maçom aguarda a eclosão da Terceira Guerra Mundial para motivar-se? Por mais forte que seja a Maçonaria esta não resistirá se seus homens se desumanizam, não pensam e não lutam.
Rousseau iniciou a análise da alienação das pessoas, afirmando ser praticamente impossível escapar da possibilidade de submeter-se à vontade geral em detrimento da vontade individual. O cidadão, em nome da aprovação social e da sobrevivência castra sua vontade individual. Marx leva a questão da alienação ao extremo quando assenta sua filosofia na desumanização resultante do desenvolvimento capitalista, aonde o trabalho aliena do homem até seu próprio corpo, bem como, de sua natureza externa, mental e humana. Ao pensar sobre este tema o maçom acorda o que jaz adormecido em si e se posiciona. Posicionamento exige debate, estudo, ação. Posicionar-se significa perda de poder dos poderosos.
A Maçonaria preconiza a fundamentação filosófica que se use como referência a natureza humana e que se estudem os limites e interesses humanos. Para o maçom e Protágoras, o homem é a medida das coisas quando reconhece suas limitações e assim dimensiona sua ação maçônica dentro de sua capacidade. Os símbolos maçônicos falam ao erudito como aos sem erudição num mesmo nível, cada um responde conforme seus referenciais. Coloca-se o homem no centro da realidade e do saber quando se propiciam oportunidades iguais para todos e se respeitam as limitações individuais. Este laboratório recheado de símbolos existe em todos os ritos da Maçonaria, é só viver o dia-a-dia de cada loja. Levar outros a posicionarem-se é outro dos objetivos que a Maçonaria faz e os poderosos abominam.
Se a Maçonaria caminha para a estagnação, seria porque o "conhece-te a ti mesmo", de Sócrates e da Maçonaria, foge aos interesses dos que realmente mandam no mundo? Os ignorantes são facilmente conduzidos aos redis dos poderosos, salvo uns poucos que observam fatos e dados de ângulo mais elevado. Da maioria ouvem-se brados de ordem e revolta, muita lamúria e pouca ação maçônica. Quando se diz que cada maçom deve permitir que a Maçonaria penetre em si mesmo, significa ação proativa para consigo mesmo e a sociedade, significa: educação, pensamento, debate, trabalho e luta. Ao libertar-se da alienação e passar a pensar por conta própria corta-se o poder dos poderosos, dos alienadores, e disto eles estão cientes; é a razão das hostes inimigas sitiarem e atacarem a Maçonaria, desmontando-a. O desmonte ocorre de dentro para fora. Os piores inimigos, os mais terríveis demolidores da Maçonaria são maçons! Alguns destes maçons nem sabem que são joguetes nas mãos dos poderosos, são até honestos em suas intensões, mas não pensam e não deixam os outros pensarem. Ou então babam pelo poder! Quando não são vítimas de suas próprias paixões servem de instrumento para desfigurar a Maçonaria com "adições modernas e interpretações absurdas".
A ideologia do igualitarismo da Maçonaria e Aristóteles define que os homens devem ser tratados da mesma maneira, mas que a retribuição deve ser proporcional à contribuição individual usando como referência: mérito, necessidade e solidariedade. Desta forma o maçom se humaniza sabendo da necessidade de ação para obter mérito. Sem ação ele se torna peso para os outros maçons. A Maçonaria não é sociedade de auxílio mútuo. Há necessidade de trabalho e ação social. A ação social não está restrita a benemerência que pode ser terceirizada, o objetivo é fazer cada maçom posicionar-se na sociedade como multiplicador de novos pensamentos. Como adquirirá novos pensamentos sem leitura, debate, estudo e escrita? É na autorealização, o último estágio das necessidades de Maslow, que o maçom se motiva e continua perseverante em sua atividade, obtida com ação maçônica constante. Diz o sábio maçom: "lugar de maçom é em loja"!
Um grande iniciado do primeiro século, e muitos outros antes e além dele, chegaram à única conclusão que é apenas pelo amor fraterno que se resolvem todos os problemas da humanidade. Creia na proteção do Grande Arquiteto do Universo, mas, por favor, tranque a porta! - diz o sábio. O caminho para aumentar em número com qualidade é a ação maçônica em todos os sentidos: beneficente, conspiratória, erudita, espiritual, filosófica, fraterna, iniciática, política, social, e por aí afora. Nada se faz sem luta, sem ação. A luta através da ação maçônica não tem necessidade de nova guerra global, basta que cada maçom usufrua e coloque em prática o que desenvolve junto com seus irmãos em sua loja. A diversificação de ritos, lojas e obediências serve para o propósito de oferecer albergue para todas as linhas de pensamento. É só olhar para a história que se deduz que é em resultado de autoconhecimento, de educação - desenvolvimento físico, intelectual e moral - que o homem se liberta da escravidão. A educação liberta o cidadão e, por consequência, o Estado. Resultado: lojas cheias. Apenas quando a absoluta maioria dos cidadãos agirem à glória do Grande Arquiteto do Universo é que a Maçonaria pode ser desmontada; até lá permanece a única fortaleza a opor-se aos poderosos.
Bibliografia:
1. CASTELLANI, José, A Ação Secreta da Maçonaria na Política Mundial, ISBN 85-88781-02-6, 1ª edição, Editora Landmark, 204 páginas, São Paulo, 2001.
2. CHAVES, Pablo Bonilla, Uma Leitura do Papel da Educação à Luz da Constituição Brasileira de 1988, O Processo Educativo como Elemento Propulsor da Cidadania e da Sociedade, ISBN 978-85-60520-53-4, 1ª edição, Núria Babris Editora, 216 páginas, Porto
3. COSTA, Frederico Guilherme, Maçonaria, um Estudo da sua História, Nº 12, 1ª edição, Editora Maçônica a Trolha Ltda., 184 páginas, Londrina, 1991.
4. Estatística da variação de obreiros na maçonaria norte-americana desde 1924; Masonic Membership Statistics; http://www.msana.com/msastats.asp
5. ESTULIN, Daniel, A Verdadeira História do Clube Bilderberg, título original: La Verdadera Historia del Club Bilderberg, tradução: Lea P. Zylberlicht, ISBN 85-7665-169-6, 1ª edição, Editora Planeta do Brasil Ltda., 320 páginas, São Paulo, 2006.
6. FERREIRA, Antônio do Carmo, A Função do Maçom na Sociedade, ISBN 978-85-7252-272-4, 1ª edição, Editora Maçônica a Trolha Ltda., 148 páginas, Londrina, 2009.
7. FERRER-BENIMELI, José Antonio, Arquivos Secretos do Vaticano e a Franco-maçonaria, História de uma Condenação Pontifícia, título original: Les Archives Secrètes du Vatican et la Franc-maçonerie, tradução: Sílvio Floreal de Jesus Antunha, ISBN 978-85-370-0288-9, 1ª edição, Madras Editora Ltda., 832 páginas, São Paulo, 2007.
8. GEORGE, Susan, O Relatório Lugano, Sobre a Manutenção do Capitalismo no Século XXI, título original: The Lugano Report, tradução: Afonso Teixeira Filho, ISBN 85-85934-89-1, 1ª edição, Boitempo Editorial, 224 páginas, São Paulo, 1999.
9. ISRAEL, Jonathan I., Iluminismo Radical a Filosofia e a Construção da Modernidade 1650-1750, Radical Enlighttenment, Philosofy, Making of Modernity, 1650-1750, tradução: Cláudio Blanc, ISBN 978-85-370-0432-6, 1ª edição, Madras Editora Ltda., 878 páginas, São Paulo, 2009.
10. KAMEL, Ali, Não Somos Racistas, ISBN 85-209-1923-5, 1ª edição, Editora Nova Fronteira S/A, 144 páginas, Rio de Janeiro, 2006.
11. Livro com a íntegra do PNDH-3, Programa Nacional de Direitos Humanos, Versão três, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República Federativa do Brasil: http://portal.mj.gov.br/sedh/pndh3/pndh3.pdf
12. MASI, Domenico de, Criatividade e Grupos Criativos, título original: La Fantasia e la Concretezza, tradução: Gaetano Lettieri, ISBN 85-7542-092-5, 1ª edição, Editora Sextante, 796 páginas, Rio de Janeiro, 2003.
13. MASI, Domenico de, O Futuro do Trabalho, Fadiga e Ócio na Sociedade Pós-industrial, título original: Il Futuro del Lavoro, tradução: Yadyr A. Figueiredo, ISBN 85-03-00682-0, 9ª edição, José Olympio Editora, 354 páginas, Rio de Janeiro, 1999.
14. PIKE, Albert Morals and Dogma of the Ancient and Accepted Scottish Rite of Freemasonry, prepared for the Supreme Council of the Thirty Third Degree for the Southern Jurisdiction of the United States, Charleston, 1871.
Biografias:
1. Abraham Maslow, psicólogo de nacionalidade norte-americana. Também conhecido por Abraham H. Maslow. Nasceu em Nova Iorque em 1 de abril de 1908. Faleceu em Califórnia, em 8 de junho de 1970, com 62 anos de idade. Conhecido pela proposta hierarquia de necessidades de Maslow.
2. Albert Pike, advogado, autor, escritor, historiador, maçom e poeta de nacionalidade norte-americana. Nasceu em Boston, Massachusetts em 29 de dezembro de 1809. Faleceu em Washington, em 2 de abril de 1891, com 81 anos de idade. Reorganizador de todos os rituais do Rito Escocês Antigo e Aceito, do grau quarto ao trinta e três.
3. Jesus Cristo, líder religioso, rabino e rei de nacionalidade judia. Também conhecido por O Salvador. Nasceu em Belém em 4 a. C. Faleceu em Jerusalém, em 29. É tido pelos cristãos como o Salvador, aquele que nasceu para sacrificar-se e assim redimir os pecados do homem.
4. Karl Marx ou Karl Friedrich Marx, compositor, economista, filósofo, revolucionário e teórico político de nacionalidade alemã e judia. Nasceu em Trier, Renânia em 5 de maio de 1818. Faleceu em Londres. Inglaterra, em 14 de março de 1883, com 64 anos de idade. Ideólogo do marxismo.
5. Protágoras ou Protágoras de Abdera, filósofo de nacionalidade grega. Nasceu em Abdera em 480 a. C. Faleceu, em 411 a. C. Foi o primeiro pensador a chamar-se de sofista.
6. Rousseau ou Jean-Jacques Rousseau, ensaísta, escritor, filósofo, pedagogo e sociólogo de nacionalidade francesa. Nasceu em Genebra, Suíça em 28 de junho de 1712. Faleceu, em 2 de julho de 1778, com 65 anos de idade. Foi de suma influência na Revolução Francesa e no Romantismo.
7. Sócrates ou Sócrates de Atenas, filósofo de nacionalidade grega. Nasceu em Atenas em 468 a. C. Faleceu, em 399 a. C. Um dos mais importantes pensadores de todos os tempos.
Charles Evaldo Boller
Os efeitos das evasões na Maçonaria, independente de obediência e país, é resultado de gradual desmonte. As estatísticas demonstram que desde a década de 1950 a Maçonaria é desmontada à semelhança do hodierno Estado brasileiro. Em termos globais o número de obreiros da Maçonaria e os valores da sociedade crescem à semelhança de rabo de cavalo! Os grupos de poder infiltrados na Maçonaria e na política mundial conduzem as instituições ao sabor de suas insidiosas pretensões. No Estado brasileiro é só ler o PNDH-3 e outros projetos e leis para identificar ideologias perniciosas que contribuem ao desmonte da sociedade brasileira. Os valores culturais do brasileiro estão em risco. O legislativo gradativamente altera a ordem cultural brasileira submetido a escusos interesses de poder e economia alienígena. Sociedades como os Estados Unidos da América fenecem debaixo da degradação de valores e princípios. E quando os valores da educação e hegemonia familiar são prejudicados, ao olhar a história da humanidade, em todas as civilizações, esta degradação define desmonte, sobraram de cada civilização apenas resquícios que "mais se parecem com as colunas de um templo druida em ruínas, rude e mutilado em sua grandeza". Por analogia, e devido ao fato do maçom ser parte desta sociedade em dissolução, implica que a ordem maçônica segue o roldão.
A principal atividade da ordem maçônica é a de propiciar ambiente próprio para homens bons desenvolverem-se ainda mais, tornarem-se líderes na Maçonaria e na sociedade e obterem a educação necessária para oferecer oposição ao desmonte preconizado pelos que mandam no mundo. O que se vê na Maçonaria são manobras de distração, de mudança de foco da essência do que deveria ser realizado em loja. Se a divisão em novos ritos e obediências promove novas linhas de pensamentos ela é correta, vem ao encontro de salvar a atual civilização. Se a razão for dividir para conquistar poder, então a instituição segue o caminho da estagnação, mesmice, trivialidade. Basta observar em qual destes caminhos cada loja segue, para determinar a capacidade de sobrevivência de seus obreiros na ordem maçônica. Se não existirem elementos de atração para o maçom permanecer dentro da instituição, se os líderes da Maçonaria não efetuarem esforços hercúleos para motivar os maçons à prática da ação maçônica, vivemos o fim.
Algumas causas de conhecimento geral de evasão de maçons das lojas são: Educação: não de conhecimento, mas de valores e princípios; pensamento: tíbio interesse para pesquisar, ler e escrever; instrução: aplicada de forma mecânica e sem cobrança; debate: descamba em queixume, lamúria e até explosão emocional; trabalho: aprendizes e companheiros ensinam. Acomodação: obreiro entra calado e sai mudo do templo; vaidade: cargo é motivado por sede de poder e distinção; recrutamento: proposto não tem perfil maçônico; sindicância: irresponsável e negligente; decepção: na maioria das propostas de iniciação busca-se por evolução humanística; desafio: ausência de projetos nas áreas de ciências humanas; prolixidade: oratória inócua, desfocada; voluntariado: não aceita cargo que exige trabalho, dedicação e assiduidade; propaganda: associação é espaço para divulgação de currículos, bens e serviços; proposta: é usual proporem a terceirização da responsabilidade civil individual; proselitismo: reiterada investida para atrair irmãos para religião ou ideologia.
Albert Pike, em 1871, em "Morals and Dogma", relativo aos graus filosóficos do Rito Escocês Antigo e Aceito, assim se dirigiu aos irmãos do grau quatro, Mestre Secreto: "Se o irmão estiver desapontado com os três primeiros graus, na forma como os recebeu, e, se pareceu que o desempenho não chegou até o que imaginava; se as lições de moralidade não são novas; onde a instrução científica é rudimentar e os símbolos são explicados de forma imperfeita; lembre-se que as cerimônias e as lições dos graus, com o tempo, foram se acomodando cada vez mais, por supressões e afundando na memória muitas vezes limitada da capacidade e intelecto do mestre e das necessidades do aprendiz recém-iniciado; que a simbologia veio até nós de uma época em que os símbolos eram usados, não para revelar, mas esconder; quando a aprendizagem mais comum foi confinada a uns poucos escolhidos e os mais simples princípios de moralidade pareciam verdades recém-descobertas. Onde esses graus, antigos e simples, agora mais se parecem com as colunas de um templo druida em ruínas, rude e mutilado em sua grandeza, em outras partes corroídas pelo tempo e desfiguradas pelas adições modernas e interpretações absurdas. Estes três graus iniciais, ditos simbólicos, são a entrada para o grande templo maçônico. São as três colunas do pórtico de entrada".
Mesmo com a realidade de 1871, que é semelhante a atual, a Maçonaria cresceu durante as duas grandes guerras e depois começou a decair a partir de 1950, logo após a Segunda Guerra Mundial. Será que o maçom aguarda a eclosão da Terceira Guerra Mundial para motivar-se? Por mais forte que seja a Maçonaria esta não resistirá se seus homens se desumanizam, não pensam e não lutam.
Rousseau iniciou a análise da alienação das pessoas, afirmando ser praticamente impossível escapar da possibilidade de submeter-se à vontade geral em detrimento da vontade individual. O cidadão, em nome da aprovação social e da sobrevivência castra sua vontade individual. Marx leva a questão da alienação ao extremo quando assenta sua filosofia na desumanização resultante do desenvolvimento capitalista, aonde o trabalho aliena do homem até seu próprio corpo, bem como, de sua natureza externa, mental e humana. Ao pensar sobre este tema o maçom acorda o que jaz adormecido em si e se posiciona. Posicionamento exige debate, estudo, ação. Posicionar-se significa perda de poder dos poderosos.
A Maçonaria preconiza a fundamentação filosófica que se use como referência a natureza humana e que se estudem os limites e interesses humanos. Para o maçom e Protágoras, o homem é a medida das coisas quando reconhece suas limitações e assim dimensiona sua ação maçônica dentro de sua capacidade. Os símbolos maçônicos falam ao erudito como aos sem erudição num mesmo nível, cada um responde conforme seus referenciais. Coloca-se o homem no centro da realidade e do saber quando se propiciam oportunidades iguais para todos e se respeitam as limitações individuais. Este laboratório recheado de símbolos existe em todos os ritos da Maçonaria, é só viver o dia-a-dia de cada loja. Levar outros a posicionarem-se é outro dos objetivos que a Maçonaria faz e os poderosos abominam.
Se a Maçonaria caminha para a estagnação, seria porque o "conhece-te a ti mesmo", de Sócrates e da Maçonaria, foge aos interesses dos que realmente mandam no mundo? Os ignorantes são facilmente conduzidos aos redis dos poderosos, salvo uns poucos que observam fatos e dados de ângulo mais elevado. Da maioria ouvem-se brados de ordem e revolta, muita lamúria e pouca ação maçônica. Quando se diz que cada maçom deve permitir que a Maçonaria penetre em si mesmo, significa ação proativa para consigo mesmo e a sociedade, significa: educação, pensamento, debate, trabalho e luta. Ao libertar-se da alienação e passar a pensar por conta própria corta-se o poder dos poderosos, dos alienadores, e disto eles estão cientes; é a razão das hostes inimigas sitiarem e atacarem a Maçonaria, desmontando-a. O desmonte ocorre de dentro para fora. Os piores inimigos, os mais terríveis demolidores da Maçonaria são maçons! Alguns destes maçons nem sabem que são joguetes nas mãos dos poderosos, são até honestos em suas intensões, mas não pensam e não deixam os outros pensarem. Ou então babam pelo poder! Quando não são vítimas de suas próprias paixões servem de instrumento para desfigurar a Maçonaria com "adições modernas e interpretações absurdas".
A ideologia do igualitarismo da Maçonaria e Aristóteles define que os homens devem ser tratados da mesma maneira, mas que a retribuição deve ser proporcional à contribuição individual usando como referência: mérito, necessidade e solidariedade. Desta forma o maçom se humaniza sabendo da necessidade de ação para obter mérito. Sem ação ele se torna peso para os outros maçons. A Maçonaria não é sociedade de auxílio mútuo. Há necessidade de trabalho e ação social. A ação social não está restrita a benemerência que pode ser terceirizada, o objetivo é fazer cada maçom posicionar-se na sociedade como multiplicador de novos pensamentos. Como adquirirá novos pensamentos sem leitura, debate, estudo e escrita? É na autorealização, o último estágio das necessidades de Maslow, que o maçom se motiva e continua perseverante em sua atividade, obtida com ação maçônica constante. Diz o sábio maçom: "lugar de maçom é em loja"!
Um grande iniciado do primeiro século, e muitos outros antes e além dele, chegaram à única conclusão que é apenas pelo amor fraterno que se resolvem todos os problemas da humanidade. Creia na proteção do Grande Arquiteto do Universo, mas, por favor, tranque a porta! - diz o sábio. O caminho para aumentar em número com qualidade é a ação maçônica em todos os sentidos: beneficente, conspiratória, erudita, espiritual, filosófica, fraterna, iniciática, política, social, e por aí afora. Nada se faz sem luta, sem ação. A luta através da ação maçônica não tem necessidade de nova guerra global, basta que cada maçom usufrua e coloque em prática o que desenvolve junto com seus irmãos em sua loja. A diversificação de ritos, lojas e obediências serve para o propósito de oferecer albergue para todas as linhas de pensamento. É só olhar para a história que se deduz que é em resultado de autoconhecimento, de educação - desenvolvimento físico, intelectual e moral - que o homem se liberta da escravidão. A educação liberta o cidadão e, por consequência, o Estado. Resultado: lojas cheias. Apenas quando a absoluta maioria dos cidadãos agirem à glória do Grande Arquiteto do Universo é que a Maçonaria pode ser desmontada; até lá permanece a única fortaleza a opor-se aos poderosos.
Bibliografia:
1. CASTELLANI, José, A Ação Secreta da Maçonaria na Política Mundial, ISBN 85-88781-02-6, 1ª edição, Editora Landmark, 204 páginas, São Paulo, 2001.
2. CHAVES, Pablo Bonilla, Uma Leitura do Papel da Educação à Luz da Constituição Brasileira de 1988, O Processo Educativo como Elemento Propulsor da Cidadania e da Sociedade, ISBN 978-85-60520-53-4, 1ª edição, Núria Babris Editora, 216 páginas, Porto
3. COSTA, Frederico Guilherme, Maçonaria, um Estudo da sua História, Nº 12, 1ª edição, Editora Maçônica a Trolha Ltda., 184 páginas, Londrina, 1991.
4. Estatística da variação de obreiros na maçonaria norte-americana desde 1924; Masonic Membership Statistics; http://www.msana.com/msastats.asp
5. ESTULIN, Daniel, A Verdadeira História do Clube Bilderberg, título original: La Verdadera Historia del Club Bilderberg, tradução: Lea P. Zylberlicht, ISBN 85-7665-169-6, 1ª edição, Editora Planeta do Brasil Ltda., 320 páginas, São Paulo, 2006.
6. FERREIRA, Antônio do Carmo, A Função do Maçom na Sociedade, ISBN 978-85-7252-272-4, 1ª edição, Editora Maçônica a Trolha Ltda., 148 páginas, Londrina, 2009.
7. FERRER-BENIMELI, José Antonio, Arquivos Secretos do Vaticano e a Franco-maçonaria, História de uma Condenação Pontifícia, título original: Les Archives Secrètes du Vatican et la Franc-maçonerie, tradução: Sílvio Floreal de Jesus Antunha, ISBN 978-85-370-0288-9, 1ª edição, Madras Editora Ltda., 832 páginas, São Paulo, 2007.
8. GEORGE, Susan, O Relatório Lugano, Sobre a Manutenção do Capitalismo no Século XXI, título original: The Lugano Report, tradução: Afonso Teixeira Filho, ISBN 85-85934-89-1, 1ª edição, Boitempo Editorial, 224 páginas, São Paulo, 1999.
9. ISRAEL, Jonathan I., Iluminismo Radical a Filosofia e a Construção da Modernidade 1650-1750, Radical Enlighttenment, Philosofy, Making of Modernity, 1650-1750, tradução: Cláudio Blanc, ISBN 978-85-370-0432-6, 1ª edição, Madras Editora Ltda., 878 páginas, São Paulo, 2009.
10. KAMEL, Ali, Não Somos Racistas, ISBN 85-209-1923-5, 1ª edição, Editora Nova Fronteira S/A, 144 páginas, Rio de Janeiro, 2006.
11. Livro com a íntegra do PNDH-3, Programa Nacional de Direitos Humanos, Versão três, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República Federativa do Brasil: http://portal.mj.gov.br/sedh/pndh3/pndh3.pdf
12. MASI, Domenico de, Criatividade e Grupos Criativos, título original: La Fantasia e la Concretezza, tradução: Gaetano Lettieri, ISBN 85-7542-092-5, 1ª edição, Editora Sextante, 796 páginas, Rio de Janeiro, 2003.
13. MASI, Domenico de, O Futuro do Trabalho, Fadiga e Ócio na Sociedade Pós-industrial, título original: Il Futuro del Lavoro, tradução: Yadyr A. Figueiredo, ISBN 85-03-00682-0, 9ª edição, José Olympio Editora, 354 páginas, Rio de Janeiro, 1999.
14. PIKE, Albert Morals and Dogma of the Ancient and Accepted Scottish Rite of Freemasonry, prepared for the Supreme Council of the Thirty Third Degree for the Southern Jurisdiction of the United States, Charleston, 1871.
Biografias:
1. Abraham Maslow, psicólogo de nacionalidade norte-americana. Também conhecido por Abraham H. Maslow. Nasceu em Nova Iorque em 1 de abril de 1908. Faleceu em Califórnia, em 8 de junho de 1970, com 62 anos de idade. Conhecido pela proposta hierarquia de necessidades de Maslow.
2. Albert Pike, advogado, autor, escritor, historiador, maçom e poeta de nacionalidade norte-americana. Nasceu em Boston, Massachusetts em 29 de dezembro de 1809. Faleceu em Washington, em 2 de abril de 1891, com 81 anos de idade. Reorganizador de todos os rituais do Rito Escocês Antigo e Aceito, do grau quarto ao trinta e três.
3. Jesus Cristo, líder religioso, rabino e rei de nacionalidade judia. Também conhecido por O Salvador. Nasceu em Belém em 4 a. C. Faleceu em Jerusalém, em 29. É tido pelos cristãos como o Salvador, aquele que nasceu para sacrificar-se e assim redimir os pecados do homem.
4. Karl Marx ou Karl Friedrich Marx, compositor, economista, filósofo, revolucionário e teórico político de nacionalidade alemã e judia. Nasceu em Trier, Renânia em 5 de maio de 1818. Faleceu em Londres. Inglaterra, em 14 de março de 1883, com 64 anos de idade. Ideólogo do marxismo.
5. Protágoras ou Protágoras de Abdera, filósofo de nacionalidade grega. Nasceu em Abdera em 480 a. C. Faleceu, em 411 a. C. Foi o primeiro pensador a chamar-se de sofista.
6. Rousseau ou Jean-Jacques Rousseau, ensaísta, escritor, filósofo, pedagogo e sociólogo de nacionalidade francesa. Nasceu em Genebra, Suíça em 28 de junho de 1712. Faleceu, em 2 de julho de 1778, com 65 anos de idade. Foi de suma influência na Revolução Francesa e no Romantismo.
7. Sócrates ou Sócrates de Atenas, filósofo de nacionalidade grega. Nasceu em Atenas em 468 a. C. Faleceu, em 399 a. C. Um dos mais importantes pensadores de todos os tempos.
As aspirações maçônicas, não possuem uma rocha verdadeira para se alicerçar, se aproximaram do poder, o poder corrompe e já não há bussola que os faz retornar ao correto e puro, pois desprezaram o lado espiritual, que é real, sendo conduzidos por quem acham que não existe, achando que manipulam o manipulador, chamando de irracional aquilo que não compreendem. Falam de um arquiteto, um deus, que pode ser qualquer um. Buscam a iluminação e se consideram iluminados, mas agem no obscuro, no oculto e nas trevas. Muitas vezes foram usados por Satanás para seus propósitos, sem saber. Muitas vezes foram usados pelo Verdadeiro e Único Deus como foi usada a burra de Balaão. Conspiram e o produto desta conspiração se volta contra si mesmo, pois este é um dos preços que devem colher. Não há várias verdades, só Uma. Não há vários caminhos, só Um. Tudo para se chegar a Vida plena.
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