quarta-feira, 29 de março de 2017


O escopo da Maçonaria: A educação dos sentimentos

 

Os ensinamentos da Ordem Maçônica conduzem-nos para além do materialismo. Não encontramos em seus padrões morais princípios questionáveis, que deixem um sentido dúbio em nosso aprender. Tem o mesmo padrão dos ensinos de Jesus, quando elucidava: “Seja o teu falar – Sim, sim. Não, não." Temos de compreender sua simbologia e para entendê-la, somente é capaz, quem lutar contra si mesmo, deixando os lauréis e louros do egoísmo e da vaidade à margem.

São bastante comuns às dificuldades de tratar com seres humanos, diferentemente, de quem trabalha com uma máquina que atende aos comandos de funcionamento. Estamos matriculados numa Escola sublime que oferta-nos os instrumentos de combater nossas imperfeições, ao invés de lutar contra o irmão incauto.

Em todas as Oficinas encontramos irmãos centrados na humildade, na fraternidade, na decência, no respeito, fiéis do bem, ao contribuir com a “Porta Estreita” (Virtudes) que Jesus reporta, contudo, para os Maçons, essa porta representa o objetivo capaz de superar nossas fraquezas infelizes que amiúde, nos corroí e afasta-nos da humildade e do amor fraternal.

É fato. Nossos bens materiais nos fascinam e, também, não nos pertencem, somos simples administradores dos patrimônios físicos, inclusive de nosso corpo, que haveremos de prestar contas ao GADU, após nossa passagem na Terra. Entretanto, nossa visão equivocada, fora de prumo, permite-nos imaginar a tirania nos múltiplos aspectos, não só da apropriação indébita, pois, não percebemos que nossas atitudes, nossas palavras, essas nos definem, delineando um retrato de nós mesmos.

Relata o Apóstolo Paulo de Tarso: “... mas nada é puro para os contaminados e infiéis...” (Tito, 1:15).

É verdade, conforme a Maçonaria nós não fazemos parte dela para progredir materialmente, para aumentar nossas riquezas do mundo, e fracassado será aquele maçom que assim se locupleta da Ordem e dos Irmãos, apagando sua Luz e possibilitando o embrutecimento de sua alma, esquecendo que as dificuldades, aflições, expiações e provas provocam a evolução moral e iluminam nossas almas. Só observar (São Lucas, 6:45), “Onde estiver o vosso coração, aí estará o vosso tesouro.”.

Certificamo-nos, com Allan Kardec, de que "todo homem de bem sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar.” Ainda, arremata André Luiz de que “É da Lei que cada alma receba da vida de conformidade com aquilo que dá,...";

Conta uma lenda romana, que o Apóstolo Paulo de Tarso, ao ser conduzido pelos soldados para o seu martírio, onde iria cair sua cabeça, em local esmo, é abordado pela cega Petronila, que lhe oferece um véu, na intenção de que na hora lhe vendasse os olhos. Paulo não aceitou seu presente, bondosamente agradeceu da oferta, e Petronila, mais tarde, ao colocar o véu sobre seus olhos, volta a enxergar, recuperando a visão.

A serenidade e a lucidez de Paulo de Tarso denotavam sua evolução espiritual, onde diante dos sacrifícios que viveu, carregava em seu coração a certeza da vitória sobre a morte.

O grande e culto Saulo, o implacável perseguidor dos cristãos, na estrada de Damasco, o Espírito de Jesus pergunta: - Saulo! Saulo! Porque me persegues?  Após esse encontro, o convertido foi o maior responsável pela divulgação do Cristianismo.   Conhecedores da lei de causa e efeito, podemos afirmar: “Que outro fim poderia caber a Paulo, senão o do Martírio”?   

A Maçonaria é educadora, por excelência, convida aos maçons, elucidando: Busquem a Verdade, estudem, amem e trabalhem em prol da felicidade da Humanidade. Nossa matéria educativa e importante a ser trabalhada é: Que o amor transborde em nossos corações e sejamos identificados como justos. Um dia possamos dizer: ninguém tem nada que reclamar do agir dos maçons.

Um dos conceitos ministrados pela Ordem Maçônica é o da imortalidade da alma, derramando esperança para todos, em especial, aos humildes de coração, que se emocionam quando ouvem o ensinamento crístico. “Amai-vos uns aos outros!”

De uma forma jocosa, o nosso telúrico escritor paraibano Ariano Suassuna, quando tomou posse, como imortal, na Academia Brasileira de Letras, disse à reportagem: “O meu desejo era também ser imortal fisicamente.” Certamente, foi uma brincadeira, pois a nossa essência espiritual foi criada pelo GADU para viver para sempre, já o corpo é material e aqui permanecerá.

Segundo o filósofo grego Epicteto, “O homem sábio é aquele que não se entristece com as coisas que não tem, mas rejubila-se com as que têm.” Nós, maçons, pelos tesouros maçônicos  filosofal, temos a maior riqueza que o ser humano poderia almejar.

Assim, estamos sobre o crivo de uma Lei Divina, ou seja, a lei de Ação e Reação, vamos colher aquilo que plantarmos. Plantou amor, colhe o bem. Plantou a dor, colhe as lágrimas.

Saúde e paz!

Walter Sarmento de Sá Filho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário