quarta-feira, 1 de maio de 2013

Qual o significado da morte?


 

Krishnamurti

 

Qual o significado da morte?



Descobriremos o significado da morte, compreendendo a infelicidade e a angústia por ela causada. Quando alguém falece, manifesta-se um choque intenso a que chamamos sofrimento. Exemplo: vocês perdem alguém a quem grandemente amavam, em quem haviam confiado e que suas vidas enriquecia. Quando há sofrimento, sinal da pobreza do ser, buscamos para ele um remédio, o remédio que a religião nos oferece, a unidade final de todos os seres humanos, com muitas teorias que lhe diz respeito. Depois, há o narcótico espírita e o remédio confortável da idéia da reencarnação. Buscamos inúmeras fugas para a angústia causada pela morte de alguém a quem grandemente amamos. Estas fugas são apenas vias sutis para que possamos esquecer-nos de nós mesmos. Nossa preocupação não diz respeito a morte, mas sim, ao nosso próprio sofrimento. Só que o que acontece é que lhe chamamos de amor pelos mortos.

Ora, se vocês não buscam conforto, por mais sutil que ele seja, esse mesmo sofrimento despertará a verdadeira inteligência de vocês, a única que pode revelar o fluxo da realidade. Não estou arquitetando teorias, estou me referindo ao que realmente tem lugar. Preocupados com a morte, vocês se tornam conscientes da sua própria vacuidade, do seu vazio, da sua solidão, e isto ocasiona a dor; e para se libertarem dessa angústia, vocês buscam remédios, consolações. Vocês apenas procuram drogas de escolhas para narcotizar as suas mentes. Assim, a mente torna-se escrava dos ideais, das crenças, e a pesquisa sobre a idéia da reencarnação, no mundo espírita, apenas conduz a maior escravidão. Tudo isto indica a pobreza do ser. Para disfarçar a pobreza do ser, vocês procuram por guias, moldes de conduta, sistemas de pensamento. Porém, jamais, poderão disfarçá-la. Por mais que a mente se esforce para evitá-la, para escapar a essa superficialidade, ela continuará a se expressar por muitas maneiras. É importante que a mente não fuja por meio de qualquer remédio e que defronte integralmente a sua própria vacuidade. Dado o fato de que a maioria de vocês não a ter enfrentado completamente, vocês não podem afirmar que haverá o nada, outra vacuidade. Vocês só verificarão o que tem lugar, após a experiência, quando viverem desta maneira. Quando vocês se tornarem plenamente conscientes, observarão como a mente sempre está procurando evitar o profundo entendimento da causa da tristeza; no entanto, é nesse pleno percebimento que verdadeiramente, vocês dissiparão a causa.
Disfarçando cuidadosamente a causa da vacuidade, que é o egoísmo profundo e sutil, vocês pensam terem resolvido o problema da morte. O sofrimento é apenas a indicação de uma mente estagnada e apegada, mas, em lugar de vocês verificarem isso, apenas procuram outra forma de narcótico para novamente adormecerem. Assim, a vida de vocês é um continuo despertar, chamado tristeza, e novamente uma volta ao sono.
Quando há sofrimento, vocês se previnem em não serem levados ao sono pelos consoladores com seus remédios. Quando a mente perde a sua limitação egoísta, dá-se então, aquele movimento da vida, o perpetuo vir a ser, em que não existe a sombra da morte.
Krishnamurti
 
– Do livro: Krishnamurti no Chile e no México em 1935

 

"Enquanto estiver vivo, sinta-se vivo.
Quando não conseguir correr através dos anos, trote.
Quando não conseguir trotar, caminhe.
Quando não conseguir caminhar, use uma bengala.
Mas nunca se detenha!"
Madre Tereza de Calcutá

 


 

 


 

3 comentários:

  1. Boa tarde!
    Gostaria de saber como postar um texto em seu blog.
    Marcos Castilho Alexandre - MM

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Prezado Irmão Marcos,
      Caso deseje autorizar publicar textos de sua autoria, poderá enviar-nos ao email waltersarmentosa@yahoo.com.br, e, dentro dos padrões maçônicos éticos e instrutivos, honra-nos a sua divulgação.
      Fraternalmente,
      Walter Sarmento de Sá Filho MM

      Excluir
  2. A Viagem

    O aprendiz chegou ao recanto de antigo orientador da vida cristã e perguntou, em seguida às saudações costumeiras:
    - Instrutor, posso acaso receber as suas indicações quanto ao melhor caminho para o encontro com Deus?
    A resposta do mentor não se fez esperar:
    - A viagem para o encontro com Deus é repleta de obstáculos por vencer... Espinheiros, precipícios, charcos e pedreiras perigosas...
    Silenciando o interpelado, o moço prosseguiu:
    - Isso tudo conheço... Já visitei vários templos da Índia, quando estive por vários dias na intimidade de faquires famosos, todos eles revestidos de faculdades supranormais; arrisquei-me a cair nos despenhadeiros do Tibet para conviver com os monges santos; orei na grande Pirâmide do Egito; demorei-me na Palestina, procurando registrar impressões da paisagem na qual Jesus viveu, no entanto, estou saciado de excursões à procura da Divina Presença...
    O orientador escutou com humildade e esclareceu, em seguida:
    - Sim, é verdade que todas essas peregrinações e práticas auxiliam na busca do Supremo Senhor, mas, ao que me parece, há um engano de sua parte...
    E arrematou:
    - A viagem para o encontro com Deus é para dentro de nós.

    Marcos Castilho Alexandre
    M.'.M.'.

    ResponderExcluir