Krishnamurti |
Qual o significado da morte?
Descobriremos o significado da morte, compreendendo a infelicidade e a angústia por ela causada. Quando alguém falece, manifesta-se um choque intenso a que chamamos sofrimento. Exemplo: vocês perdem alguém a quem grandemente amavam, em quem haviam confiado e que suas vidas enriquecia. Quando há sofrimento, sinal da pobreza do ser, buscamos para ele um remédio, o remédio que a religião nos oferece, a unidade final de todos os seres humanos, com muitas teorias que lhe diz respeito. Depois, há o narcótico espírita e o remédio confortável da idéia da reencarnação. Buscamos inúmeras fugas para a angústia causada pela morte de alguém a quem grandemente amamos. Estas fugas são apenas vias sutis para que possamos esquecer-nos de nós mesmos. Nossa preocupação não diz respeito a morte, mas sim, ao nosso próprio sofrimento. Só que o que acontece é que lhe chamamos de amor pelos mortos.
Ora, se vocês não buscam conforto, por mais sutil que ele seja, esse mesmo sofrimento despertará a verdadeira inteligência de vocês, a única que pode revelar o fluxo da realidade. Não estou arquitetando teorias, estou me referindo ao que realmente tem lugar. Preocupados com a morte, vocês se tornam conscientes da sua própria vacuidade, do seu vazio, da sua solidão, e isto ocasiona a dor; e para se libertarem dessa angústia, vocês buscam remédios, consolações. Vocês apenas procuram drogas de escolhas para narcotizar as suas mentes. Assim, a mente torna-se escrava dos ideais, das crenças, e a pesquisa sobre a idéia da reencarnação, no mundo espírita, apenas conduz a maior escravidão. Tudo isto indica a pobreza do ser. Para disfarçar a pobreza do ser, vocês procuram por guias, moldes de conduta, sistemas de pensamento. Porém, jamais, poderão disfarçá-la. Por mais que a mente se esforce para evitá-la, para escapar a essa superficialidade, ela continuará a se expressar por muitas maneiras. É importante que a mente não fuja por meio de qualquer remédio e que defronte integralmente a sua própria vacuidade. Dado o fato de que a maioria de vocês não a ter enfrentado completamente, vocês não podem afirmar que haverá o nada, outra vacuidade. Vocês só verificarão o que tem lugar, após a experiência, quando viverem desta maneira. Quando vocês se tornarem plenamente conscientes, observarão como a mente sempre está procurando evitar o profundo entendimento da causa da tristeza; no entanto, é nesse pleno percebimento que verdadeiramente, vocês dissiparão a causa.
Disfarçando cuidadosamente a causa da vacuidade, que é o egoísmo profundo e sutil, vocês pensam terem resolvido o problema da morte. O sofrimento é apenas a indicação de uma mente estagnada e apegada, mas, em lugar de vocês verificarem isso, apenas procuram outra forma de narcótico para novamente adormecerem. Assim, a vida de vocês é um continuo despertar, chamado tristeza, e novamente uma volta ao sono.
Quando há sofrimento, vocês se previnem em não serem levados ao sono pelos consoladores com seus remédios. Quando a mente perde a sua limitação egoísta, dá-se então, aquele movimento da vida, o perpetuo vir a ser, em que não existe a sombra da morte.
Krishnamurti
– Do livro: Krishnamurti no Chile e no México em 1935
Quando não conseguir correr através dos anos, trote.
Quando não conseguir trotar, caminhe.
Quando não conseguir caminhar, use uma bengala.
Mas nunca se detenha!"
Madre Tereza de Calcutá
Boa tarde!
ResponderExcluirGostaria de saber como postar um texto em seu blog.
Marcos Castilho Alexandre - MM
Prezado Irmão Marcos,
ExcluirCaso deseje autorizar publicar textos de sua autoria, poderá enviar-nos ao email waltersarmentosa@yahoo.com.br, e, dentro dos padrões maçônicos éticos e instrutivos, honra-nos a sua divulgação.
Fraternalmente,
Walter Sarmento de Sá Filho MM
A Viagem
ResponderExcluirO aprendiz chegou ao recanto de antigo orientador da vida cristã e perguntou, em seguida às saudações costumeiras:
- Instrutor, posso acaso receber as suas indicações quanto ao melhor caminho para o encontro com Deus?
A resposta do mentor não se fez esperar:
- A viagem para o encontro com Deus é repleta de obstáculos por vencer... Espinheiros, precipícios, charcos e pedreiras perigosas...
Silenciando o interpelado, o moço prosseguiu:
- Isso tudo conheço... Já visitei vários templos da Índia, quando estive por vários dias na intimidade de faquires famosos, todos eles revestidos de faculdades supranormais; arrisquei-me a cair nos despenhadeiros do Tibet para conviver com os monges santos; orei na grande Pirâmide do Egito; demorei-me na Palestina, procurando registrar impressões da paisagem na qual Jesus viveu, no entanto, estou saciado de excursões à procura da Divina Presença...
O orientador escutou com humildade e esclareceu, em seguida:
- Sim, é verdade que todas essas peregrinações e práticas auxiliam na busca do Supremo Senhor, mas, ao que me parece, há um engano de sua parte...
E arrematou:
- A viagem para o encontro com Deus é para dentro de nós.
Marcos Castilho Alexandre
M.'.M.'.