quinta-feira, 2 de agosto de 2012

APRENDIZ


APRENDIZ


Os maçons mais antigos, como nós, por exemplo, já com 50 anos de Loja, enfrentamos algumas dificuldades quando visitamos Lojas (e a nossa própria) vez que, encontramos "inovações".

As alterações que os Grãos-mestres introduzem, aparentemente inócuas, na realidade, às vezes ferem a liturgia e alteram o sentido da frase ritualística.

Freqüentemente, os Rituais são renovados e assim, perdem o que a tradição deveria conservar.

"Eu aprendi assim", "no meu tempo se fazia assim", são afirmações muito comuns; a tendência é conservar a tradição, mesmo que esse contenha erros vernaculares ou interpretações desusadas.

No entanto, as Lojas progridem e a Fraternidade cresce; talvez esses alterações sucessivas, porque feitas de boa-fé não prejudiquem tanto o organismo em si; os prejuízos revelam-se na parte esotérica, que é a menos estudada.

A divisão simbólica em três Graus, recorda a tríade: corpo, espírito e alma nas suas distintas fases: nascimento, vida e morte.

São fases progressivas visando uma "construção" decorrendo daí que se faz necessário um aprendizado, uma comunicação e um mestrado; esse como garantia de perpetuação da construção; um edifício, após concluído, destina-se a alguma função e essa é permanente, sediada num complexo bem realizado e permanente.

A trilogia representa a Deus, à Inteligência e à Virtude e essas fases influenciam a Vida.

Um nascimento e um estágio de companheirismo, seriam próprios da juventude; todavia, a Maçonaria inicia a jornada com o homem adulto, vendo nele o desenvolvimento completo; temos então, como se fosse um contra-senso, um adulto nascendo novamente.

Uma "criança", ao mesmo tempo, adulta, recebendo o alimento próprio para a criança.

O simbolismo esconde sigilos, mistérios e esoterismos.

O Iniciado é, simbolicamente, um recém-nascido e a vivência desse recém-nascido é realizada dentro da Loja e não no mundo profano; sai da sessão de dentro de um Templo, para a Sala dos Passos Perdidos, não o recém-nascido mas um adulto renovado; a sua inteligência compreenderá a transformação e o campo experimental, no mundo profano será numa trajetória virtuosa.

A passagem pelo aprendizado objetiva a "União", o "Aperfeiçoamento" e a "Felicidade" da humanidade.

O "culto" exercitado dentro do Templo, redunda em benefício do físico, do intelecto e da moral.

Portanto, a ação do Aprendiz, materializa-se beneficiando o próprio Corpo (o afastamento dos vícios) robustecendo o intelecto, pelos novos conhecimentos através do estudo e do conteúdo de um catecismo.

O catecismo é o resumo da Doutrina, parte compreensível de imediato e parte dependente do raciocínio prolongado.

A Maçonaria fornece os "princípios" estáticos; o simbolismo auxilia na interpretação e a prática contribui para a evolução.

O Mistério maçônico exsurgirá das regras contidas nos princípios e se revelará paulatinamente para o indivíduo maçom.

Cada Grau (são 33) possui seus Mistérios; ultrapassado o Grau de Aprendiz, os mistérios dos Graus terão sido assimilados e ao final, chegado o maçom ao ápice da pirâmide, nenhum Mistério existirá.

No entanto, as revelações serão individuais porque ficarão dependentes do estudo e da perseverança.

Como a solução dos mistérios é lenta e difícil, cada maçom conservará para si, e isso constituirá o "sigilo".

Dentro dos Graus Simbólicos, os "mistérios maiores" exaurem-se vencido o 3o Grau, ou seja, o Mestrado.

O Grau do Aprendiz filosoficamente, vem consagrado ao desenvolvimento dos princípios fundamentais de Sociedade (Maçônica e profana) e ao ensinamento de suas leis e costumes compreendidos nas seguintes expressões: Deus, Beneficência e Fraternidade.

Deus, porque constitui um princípio consagrado; o Maçom deve crer na existência de Deus, caracterizado historicamente através das Sagradas Escrituras.

Beneficência, porque o coração do Maçom não pode permitir que um Irmão (membro de sociedade) padeça necessidades.

Fraternidade, porque todos os homens são filhos de Deus, portanto, simbólica, histórica e filosoficamente, nossos Irmãos.

O Aprendiz cumpre esquadrejar a Pedra Bruta com trabalho, capacidade, persistência e fé.

Sem preparar a Pedra Bruta, não poderá, o Maçom, entregar-se à construção do Edifício moral, físico e espiritual; essas três fases resultam em construção de um edifício material e espiritual que é o corpo humano, compreendida a razão e a vida.

A saída do estado de imperfeição somente é realizada através do trabalho.

Esse trabalho, quanto ao Aprendiz é auxiliado pelos seus Irmãos de idade maior (2º e 3o Grau).

O Maçom trabalha em um Templo onde se encontra a Loja que por sua vez mantém uma Oficina.


Aprendiz - Grau 1º

Rizzardo do Caminho

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