quinta-feira, 10 de maio de 2012



SESSÃO de NAUTA DA ARTE REAL, EM SALVADOR BAHIA.


TÁBUAS DA LEI

A Loja Maçônica também seria uma reprodução da Arca da Aliança, pelo seu formato e medidas, posto, também, reproduzia a parte interna do Templo de Salomão, ou melhor, do "Sanctus Sanctorum". O material com que foi confeccionada a Arca da Aliança de todos conhecido, 'foi madeira de acácia e ouro.
A acácia é árvore de dimensões relativamente pequenas e, certamente, não se prestaria para construir a Arca de Noé.
Essa Arca tinha as suas medidas ditadas por Jeová: "Faze uma Arca de tábuas de cipreste; nela farás compartimentos, e a calafetarás com betume por dentro e por fora. Deste modo a farás: de trezentos côvados será o comprimento de cinqüenta a largura e a altura de trinta..." (Gênesis 6:14-15).
Portanto, o material usado na construção da Arca de Noé foi a madeira do cipreste, árvore robusta, alta, que poderia suportar, facilmente, as dimensões da construção.
Trezentos côvados seriam 198 metros; qual seria a proporção entre 300 côvados da Arca de Noé com os 2,5 côvados da Arca da'Aliança? Ainda não surgiram esses estudos; pelo menos, em nossa língua não temos obra alguma que mencione o estudo ou o significado dessas proporções.
O povo hebreu não tinha pendores para a construção naval, pois, além de pescadores, não se dedicavam ao transporte marítimo como o eram os fenícios e os romanos com as suas galeras militares.
A construção da Arca, obviamente, terá levado longo tempo, pois, apenas Noé e seus filhos acreditaram no que Jeová dissera; as Sagradas Escrituras não esclarecem sobre quanto tempo Noé levou para completar a sua obra; a Arca fora, consoante determinação de Jeová, "calafetada" por dentro e por fora com betume, isto é, as frestas entre uma tábua e outra, deviam ser perfeitamente, preenchidas de modo que a água não penetrasse durante os dias em que permanecesse dentro da água.
A Arca era uma construção provisória, pois o período de chuvas fora de quarenta dias; acreditamos que os dias referidos no Gênesis eram períodos de 24 horas.
A Arca da Aliança fora revestida por dentro e por fora com lâminas de ouro; portando, o seu peso era relativamente grande.
A acácia da região deveria ser imputrescível; as nossas acácias não o são.
Quando Nabucodonosor destruiu o Grande Templo de Salomão e levou tudo o que era precioso, indubitavelmente, teria levado, também, a Arca da Aliança, posto nenhuma referência a isso seja feita nas Sagradas Escrituras.
Quando Zorobabel trouxe de volta os objetos sagrados da Babilônia para Jerusalém, não mencionou que entre esses houvesse a Arca; pela sua relevância o texto bíblico não poderia ter silenciado.
Diz a lenda que a Arca da Aliança fora conduzida aos Céus.
Esse fato constitui certo mistério, porque Jeová não poderia deixar de prever a ação de Nabucodonosor; existe um hiato na História Sagrada sobre o povo judeu.
A Arca de Noé, quando flutuou pelo crescimento das águas, continha, além da espécie humana, a espécie animal como vem descrito em Gênesis 6:18-22:
"Contigo, porém, estabelecerei a minha Aliança; entrarás na Arca, tu e teus filhos, e tua mulher, e as mulheres de teus filhos, De tudo o que vive, de toda carne, dois de cada espécie, macho e fêmea, farás entrar na Arca para os conservares vivos contigo; das aves, segundo as espécies, de todo réptil da Terra segundo as suas espécies, dois de cada espécie virão a ti, para os conservares em vida. Leva contigo de tudo o que se come, ajunta-o contigo, ser-te-á para alimento, a ti e a eles".
Como em outras situações, a narração bíblica não convence, quiçá por erro de tradução ou por distorção de tradição, mas em um barco com menos de duzentos metros de comprimento e cinqüenta de largura, Noé não poderia juntar toda espécie animal da Terra e ao mesmo tempo, o seu alimento.
As espécies, obviamente, seriam, apenas, as existentes naquele reduto; também, não sintoniza a destruição dos homens gentios, ou seja, aqueles que não pertenciam à família de Noé.
Embora os filhos de Noé tivessem casado com as filhas da Terra que eram formosas, não houve destruição total das espécies humana e animal.
Há sempre, para consertar essas dúvidas, a escapatória de que, também, a Arca de Noé constituiu-se em símbolo; a análise das falhas e omissões talvez constitua um motivo de somenos importância e que não desperta interesse na polêmica ou na pesquisa.
Portanto, a similitude entre a Arca de Noé e a Arca da Aliança, diz respeito, apenas, ao fato de a Arca de Noé constituir um "Testemunho".
Logo, a construção da Arca da Aliança com o formato da Arca de Noé, recordava, apenas, o evento do Dilúvio e a providência de Jeová em preservar a continuidade do povo hebreu.
As medidas da Arca da Aliança nos levam a saber que o objeto tinha a forma de um quadrilátero. Há dúvidas quanto ao conteúdo da Arca da Aliança: diz o texto: "E porás na Arca o Testemunho que eu te darei".
Esse "Testemunho" era, no momento em que Jeová ditava a Moisés o formato da Arca, a sua Lei.
Quando Moisés recebeu a Lei, ele a gravou em duas tábuas de pedra, dadas por Jeová no Monte Sinai. Diz o texto (Gênesis 24:12): "Então disse o Senhor a Moisés: "Sobe a mim no monte, e fica lá; dar-te-ei tábuas de pedra e a Lei o os Mandamentos que escrevi, para os ensinares".
Devemos analisar esse evento: Jeová deu a Moisés, já escritas nas tábuas, as Leis; não se sabe se apenas os Dez Mandamentos, ou todas as Leis; não há referências, outrossim, a respeito das dimensões e formato das pedras que Moisés denominou de tábuas.
Em Êxodo 31:18 lemos:
"E, tendo Jeová acabado de falar com ele (Moisés) no Monte Sinai deu a Moisés as duas tábuas do Testamento, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus".
E mais adiante: (Êxodo 32:15-16)
"E, voltando, desceu Moisés do Monte com as duas Tábuas do Testamento na mão; tábuas escritas de ambas as bandas; de uma e de outra banda estavam escritas; as Tábuas eram obra de Deus; também a escritura era a mesma escritura de Deus, esculpida nas Tábuas".
Que língua teria Jeová empregado para condensar em duas Tábuas, toda a sua Lei? Teria sido o hebraico?
Moisés permaneceu longo tempo no Monte Sinai, talvez longos meses ou mesmo, anos, a ponto de o povo ter perdido a esperança de seu retorno.
Assim, sem o guia espiritual, sem o seu chefe e condutor, o povo rogou a Aarão que lhes fizesse um deus para ser adorado; Aarão recolheu as jóias de ouro do povo e fundiu um bezerro, determinando que o povo o adorasse.
Jeová, então, advertiu Moisés do que o povo estava fazendo e da idolatria em que tinha submergido, demonstrando a sua ira a ponto de destruir os idolatras.
Moisés intercedeu junto a Jeová, que permitiu nova oportunidade para o povo desobediente, determinando que Moisés descesse do Monte e reconduzisse o povo à fé antiga.
Assim fez Moisés, porém, ao chegar aos pés do Monte, vendo que o povo adorava o bezerro prestando-lhe culto, e divertindo-se com danças, perturbou-se e quebrou as tábuas que trazia nas mãos; queimou o bezerro espalhando o seu pó nas águas.
Irado, chamou a si os que eram do Senhor, vindo a seus pés todos os filhos de Levi; a esses determinou que matassem aos idolatras, que somaram três mil homens. Com essa providência, o povo arrependeu-se e seguiu novamente a orientação de Moisés.
Com a destruição das Tábuas da Lei, Moisés não dispunha mais do que Jeová escrevera; rogando ao Senhor que lhe desse, novamente, a Lei, Jeová determinou que Moisés lavrasse novas Tábuas de pedra no formato das primeiras.
No dia seguinte, Moisés subiu, novamente, ao monte e recebeu do Senhor a Lei e uma nova Aliança, simbolizando as Tábuas, mais aquele Testemunho.
Porém, em Deuteronômio 10:1-5 temos notícia mais detalhada: "Naquele tempo me disse o Senhor: Lavra duas tábuas de pedra, como as primeiras, e sobe a mim ao monte, e faze uma Arca de madeira.
Escreverei nas duas Tábuas as palavras que estavam nas primeiras que quebrastes e as porás na Arca.
Assim fiz uma Arca de madeira de acácia, lavrei duas Tábuas de pedra, como as primeiras, e subi ao monte com as duas Tábuas nas mãos.
Então escreveu o Senhor nas Tábuas, segundo a primeira escritura, os Dez Mandamentos que Ele vos falara no dia da congregação, no monte, no meio do fogo; e o Senhor mas deu a mim.
Virei-me e desci do monte, e pus as Tábuas na Arca que eu fizera; e ali estão, como o Senhor me ordenou".
Temos, portanto, uma nova versão para estudar; ou nessas segundas Tábuas, o Senhor limitou-se a escrever, apenas os Dez Mandamentos, ou toda a Lei que fora escrita passara a denominar-se Dez Mandamentos.
A determinação do Senhor para que Moisés construísse uma Arca, talvez o fosse para preservar as novas tábuas para que não fossem, novamente, quebradas, frágeis que deveriam ser, o que faz supor constituírem-se de lascas de pedra, talvez de mármore.
Na Arca da Aliança, além das duas Tábuas da Lei, outros "testemunhos" foram guardados, sendo um deles o Pote de Maná.
"Partiram de Elim, e toda a congregação dos filhos de Israel veio para o deserto de Sim, que está entre Elim e o Sinai, aos quinze dias do segundo mês, depois que saíram do Egito.
Toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e Aarão no deserto; disseram-lhe os filhos de Israel: 'Quem nos dera tivéssemos morrido pela mão do Senhor na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne, e comíamos pão a fartar! Pois nos trouxestes a este deserto para matardes de fome a toda esta multidão'.
Então disse o Senhor a Moisés: Eis que vos farei chover ao ceu, pão, e o povo sairá e colherá diariamente a porção para cada dia, para que eu ponha à prova se anda na minha Lei, ou não.
Dar-se-á que, no sexto dia, prepararão o que colherem e será dois tantos do que colhem cada dia.
Então disse Moisés a Aarão e a todos os filhos de Israel: à tarde sabereis que foi o Senhor quem vos tirou da terra do Egito, e pela manhã, vereis a glória do Senhor, porque não ouviu as vossas murmurações; pois, quem somos nós para que murmureis contra nós?
Presseguiu Moisés: será isso quando o Senhor, à tarde, vos der carne para comer, e, pela manhã, pão que vos farte, porquanto o Senhor ouviu as vossas murmurações; as vossas murmurações não são contra nós, e sim contra o Senhor.
Disse Moisés a Aarão: dize a toda congregação dos filhos de Israel: chegai-vos presença do Senhor, pois ouviu as vossas murmurações.
Quando Aarão falava a toda a congregação, olharam para o deserto, e eis que a glória do Senhor apareceu na nuvem.
E o Senhor disse a Moisés: Tenho ouvido as murmurações dos filhos de Israel; dize-lhes: ao crepúsculo da tarde comereis carne e pela manhã vos fartareis de pão: e sabereis que Eu Sou o Senhor vosso Deus.

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Rizzardo do Camino

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