quarta-feira, 16 de março de 2011

O Credo da Ciência

Huberto Rohden


O Credo da Ciência



Meu caro amigo. Recebi tuas felicitações - muito obrigado. Atingi o "vértice da pirâmide" - dizes... Enchi de mil conhecimentos o espírito - é verdade...

Cinge-me a fronte o laurel de doutor - sou acadêmico... Entretanto - não me iludo... Quase todo o humano saber - é crer... Nossa ciência - é fé...

Creio no testemunho dos historiadores - porque não presenciei o que referem...
Creio na palavra dos químicos e físicos – porque admito que não se tenham enganado nem me queiram enganar...
Creio na autoridade dos matemáticos e astrônomos - porque não sei medir uma só das distâncias e trajetórias siderais.

Tenho de crer em quase todas as teses e hipóteses da ciência – porque ultrapassam os horizontes da minha capacidade de compreensão.
Creio até nas coisas mais quotidianas - na matéria e na força que me circundam.
Creio em moléculas e átomos, em elétrons e prótons - que nunca vi...
Creio nas emanações do rádium e nas partículas do hélium - enigmas ultramicroscópicos.
Creio no magnetismo e na eletricidade – esses mistérios de cada dia.
Creio na gravitação dos corpos siderais – cuja natureza ignoro.
Creio no princípio vital da planta e do animal - que ninguém sabe definir.

Creio na própria alma - esse mistério dentro do Eu.

Não te admires, meu amigo, de que eu, formado em ciências naturais, creia piamente em tudo isto...
Admira-te, antes de que haja quem afirme só admitir o que compreende - depois de tantos atos de fé quotidiana.

O que me espanta é que homens que vivem de atos de crença descreiam de Deus - "por motivos científicos".

Homem! Tu, que não compreendes o artefato - pretendes compreender o Artífice?
Que Deus seria esse que em tua inteligência coubesse?
Um mar que coubesse numa concha de molusco ainda seria mar?
Um universo encerrado num dedal - que nome mereceria?
O Infinito circunscrito pelo finito - seria Infinito?

Convence-te, ó homem, desta verdade: só há duas categorias de seres que estão dispensados de crer: os da meia-noite - e os do meio-dia... As trevas noturnas do irracional - e a luz meridiana da Divindade... O insciente - e o onisciente...

Aquele por incapacidade absoluta - este por absoluta perfeição...
O que oscila entre a treva total do insciente e a luz integral do onisciente – deve crer...
Deve crer, porque a fé se move nesse mundo crepuscular, eqüidistante do vácuo e da plenitude, da meia-noite e do meio-dia...

“De Alma Para Alma” – Huberto Rohden





O Grande Homem - Huberto Rohden


O grande homem é silenciosamente bom...

É genial - mas não exibe gênio...

É poderoso - mas não ostenta poder...

Socorre a todos - sem precipitações...

É puro - mas não vocifera contra impuros...

Adora o que é sagrado - mas sem fanatismo...

Carrega fardos pesados - com leveza e sem gemido...

Domina - mas sem insolência...

É humilde - mais sem servilismo...

Fala grandes distancias - mais sem gritar...

Ama - sem se oferecer...

Faz bem a todos - antes que se perceba...

Rasga caminhos novos - sem esmagar ninguem...

Abre largos espaços - sem arrombar portas...

Entra no coração humano - sem saber como ...

É como o sol - assaz poderoso para sustentar um sistema planetário e, assaz delicado para beijar uma pétala de flor...

Assim é, e assim age o grande homem verdadeiramente grande - porque é instrumento nas mãos de DEUS.

Do livro - DE ALMA PARA ALMA ( Huberto Rohden)

Nenhum comentário:

Postar um comentário