segunda-feira, 7 de março de 2011

A INGRATIDÃO


A INGRATIDÃO

(Decassílabos Brancos)
Irmão Moysés Augusto Torres, 33º






A Ingratidão é algo mui terrível


E mais cruel ainda se apresenta,


Quando surgida de onde não se espera.






A Ingratidão dói mais que a própria dor:


A dor a gente sofre, aceita e esquece,


Pois não maltrata quando vai embora...






A Ingratidão destrói a confiança


E cheira mal e cria tal ambiente


Deixando a gente, assim, desnorteado.






A Ingratidão é mais que simples erro


Nega a Amizade, destruindo a Fé


E desconhece a Solidariedade.






A Ingratidão alia-se a mentira,


Finge amizade sem a conhecer,


Nega a Pureza e traz um gosto amargo.






A Ingratidão - difícil descrevê-la:


Só quem a sofre sabe quanto dói


Ver no parceiro falsa identidade.






A Ingratidão em si caracteriza


A falsa imagem pretendida dar


De quem outrora se dizia amigo.






A Ingratidão maltrata e deprime


Por que se sente e sofre muito mais


Ao ver desmoronar uma Amizade.






A Ingratidão nos mostra o aventureiro


Que foge sempre em face a tempestade


Sem recordar que já fora atendido...






A Ingratidão iguala-se à traição:


Sempre nos pega, assim, desprevenido


Ferindo mais que a flecha do inimigo.






A Ingratidão é, pois, na realidade,


A ausência do Supremo Criador


Harmonizando a nossa convivência!...
 
 
 
O pecado da Ingratidão
Conta uma lenda Judia, que certa vez um homem foi condenado à morte. Na prisão, este homem foi acertado por muitas vezes com grandes pedras atiradas por carrascos. O réu suportou em silêncio o terrível castigo. Nenhum grito se ouviu dele. Na sua condição, compreendia que a desgraça havia caído sobre ele e que seus gritos de nada serviriam.


Passou por ali um homem que havia sido seu amigo. Pegou uma pequena pedra e atirou na direção do condenado. Somente para demonstrar que não era do seu partido. O pobre condenado, atingido pela diminuta pedra, deu um grito estridente.

O rei, que assistia tudo, ordenou que um dos seus lacaios perguntasse ao réu porque ele gritara quando atingido pela pequena pedra, depois de haver suportado sem se perturbar as grandes.


O condenado respondeu: as pedras grandes foram atiradas por homens que não me conhecem, por isso me calei. Mas o pequeno seixo foi jogado por um homem que foi meu companheiro e amigo. Por isso gritei. Lembrei de sua amizade nos tempos de minha felicidade. E agora vi sua felicidade quando me encontro em desgraça.


O rei compadeceu-se e ordenou que o pusessem em liberdade, dizendo: solte-o, mais culpado do que ele era aquele que abandonara na desgraça.

Fonte: Jeremias Antonio de Carvalho






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