UM BOM TESOURO
"A boa educação é moeda de ouro, em toda parte tem valor."
Padre António Vieira, clérigo, escritor, jesuíta e orador de nacionalidade portuguesa. António Vieira, nasceu em 6 de fevereiro de 1608 em Lisboa, Portugal, tipo humano aquário, signo ar, regência saturno e urano. Faleceu em 18 de julho de 1697 em Bahia, Brasil com 89 anos de idade. Considerado o maior orador sacro da literatura de Portugal.
Veio a conquistar a estima do rei, que o fez seu confessor, conselheiro e pregador da corte, e o encarregou de algumas embaixadas na Europa.
Partiu para o Brasil com a família aos seis anos de idade. Freqüentou o Colégio dos Jesuítas, na Baía, tendo ingressado na Companhia de Jesus em 1623. Ordenado sacerdote em 1635, já então proferira alguns sermões e se iniciara na catequização dos indígenas. Em 1641, viajou para Portugal, integrando a comitiva de reconhecimento e homenagem ao novo monarca, D. João IV.
Veio, assim, a ocupar um lugar de destaque na vida do país; a sua intervenção na política nacional através da actividade de pregador, que se saldara já por denúncias e críticas à injustiça e à corrupção de colonos e administradores no Brasil, prosseguiu então, com o estímulo do combate à coroa espanhola. Tal passaria, segundo Vieira, pela moderação da perseguição inquisitorial aos cristãos-novos, de forma a salvaguardar os capitais destes e a sua contribuição para a Guerra de Independência. Tal posição valeu-lhe alguns ódios e o rancor da Inquisição. A sua luta em prol dos direitos dos índios brasileiros originou também reações por parte dos colonos: de regresso ao Brasil em 1652, Vieira foi portador de um decreto de libertação dos índios. Foi esta a sua fase de mais intensa ação evangélica. Com a morte de D. João IV, seu protetor, e tendo deflagrado conflitos entre os colonos e os missionários, estes últimos foram expulsos do Maranhão. Vieira, entre outros, foi levado em 1661 como prisioneiro para Lisboa.
Data do ano seguinte o seu "sermão da Epifania", constituindo uma defesa dos missionários e um ataque aos colonos. Apoiante de D. Pedro, foi perseguido pelos partidários de D. Afonso VI. Entretanto, a Inquisição, acusando-o de heresia, instaurou-lhe um processo e prendeu-o, entre 1665 e 1667. As acusações dirigiam-se à crença messiânica e visionária de Vieira. Apoiado nas "Trovas" do Bandarra e nas Sagradas Escrituras, profetizava a ressurreição de D. João IV, a quem caberia a concretização do Quinto Império português, que coincidiria com o reino de Cristo na Terra - Crença mítica descrita no texto "Esperanças de Portugal, Quinto Império do Mundo, primeira e segunda vida del-rei D. João IV". Entre 1669 e 1675 permaneceu em Roma e, de volta a Lisboa, iniciou a publicação dos seus Sermões, entre os quais se encontram os célebres Sermão de Santo António aos Peixes e o Sermão da Sexagésima. Regressou à Baía em 1581, tendo sido superior das missões do Brasil e Maranhão e, ainda, visitador do Brasil, 1688.
A obra de António Vieira, de que é indissociável a sua intensa ação como homem público, compõe-se de cerca de 200 sermões, mais de 500 cartas e uma série de documentos vários - De política, diplomacia, profecia, religião...
Neles demonstra uma profunda capacidade de análise e denúncia dos vícios humanos, com grande realismo e inteligência implacável na sua ação moralista. Simultaneamente, Vieira foi o visionário do Quinto Império, o idealista utópico e profético de um messianismo em que que se conjugavam as crenças sebastianistas tradicionais e as crenças messiânicas de origem judaica. Em ambos os casos, socorreu-se da sua extraordinária capacidade oratória, pela qual, num estilo claro, sedutor e simples, e segundo os preceitos escolásticos e retóricos da escola jesuíta, recorria a processos pseudo-lógicos de interpretação das escrituras, num discurso fortemente alegórico e metafórico, aplicando os sinais e passagens da Bíblia à realidade sua contemporânea. Os seus textos revelam um grande virtuosismo no domínio da língua e no domínio dos seus efeitos no auditório, expandindo cada motivo de forma dialética e envolvente, causando espanto pelas revelações e conseqüências do seu jogo de raciocínios, que por vezes se aproximam do maravilhoso. Exprimiu, de forma exemplar e viva, muitos dos princípios artísticos do barroco, o que levou, no iluminismo oitocentista, a um certo descrédito da sua figura.
Considerado frequentemente um dos paradigmas da prosa clássica portuguesa, foi o maior orador sacro da literatura do país e, simultaneamente, um dos maiores apologistas do messianismo nacional, que justificava todo o seu empenho na valorização e reforma da economia e na força política do país.
Os seus Sermões foram publicados entre 1679 e 1748. Conservam-se também as Cartas, 1735, a História do Futuro Livro Ante-Primeiro, 1718, obra do seu profetismo milenarista e uma "Defesa Perante o Tribunal do Santo Ofício", 1957, para além de uma série de outros textos variados, entre os quais se encontram os célebres "Sermão de Santo António aos Peixes" e "Sermão da Sexagésima".
Linha de tempo:
1614, Pai de Antônio Vieira, é nomeado escrivão da Relação na Bahia, Brasil.
1614, aos 6 anos parte para o Brasil, com família.
1614, Pai do Padre António Vieira, é nomeado escrivão da Relação na Bahia, Brasil.
1614, aos 6 anos parte para o Brasil, com a família.
1623, é aluno do Colégio dos Jesuítas na Baía; sente vocação religiosa.
1624, Os holandeses ocupam a cidade; os jesuítas, com Padre António Vieira, refugiam-se numa aldeia do sertão.
1633, prega pela primeira vez.
1635, é ordenado sacerdote, é mestre em artes e exerce a função de pregador.
1638, pronuncia nos anos seguintes alguns dos seus mais notáveis sermões.
1641, parte para Portugal na embaixada de fidelidade ao novo rei; é preso em Peniche no desembarque; torna-se amigo e confidente de João IV de Portugal.
1642, prega na Capela Real; publica um sermão avulso.
1643, na 'Proposta a El-Rei', João IV de Portugal, declara-se favorável aos cristãos novos e apresenta um plano de recuperação econômica.
1644, nomeado pregador régio.
1646, inicia atividade diplomática indo à Holanda.
1647, vai a França e fala com Mazarino.
1648, emite um parecer sobre a compra de Pernambuco aos holandeses; defende a criação da província do Alentejo.
1649, é ameaçado de expulsão da Ordem dos Jesuítas, mas D. João IV opõe-se.
1649, é ameaçado de expulsão da Ordem dos Jesuítas, mas João IV de Portugal, opõe-se.
1650, vai a Roma, para contratar o casamento de Dom Teodósio.
1652, parte para o Brasil como missionário no Maranhão.
1654, Sermão de Santo António aos peixes; Padre António Vieira, embarca para Lisboa a fim de obter novas leis favoráveis aos índios.
1655, prega na capital, entre outros, o Sermão da Sexagésima; regressa ao Maranhão com as novas leis.
1659, escreve Esperanças de Portugal, V Império do mundo.
1661, é expulso do Maranhão pelos colonos junto com os outros jesuítas.
1663, destarrado para Coimbra; depõe no Santo Ofício sobre a sua obra Esperanças de Portugal.
1664, escreve a História do Futuro; adoece gravemente.
1665, é preso pela Inquisição, depois mantido em custódia.
1666, entrega a sua defesa ao Tribunal; é interrogado inúmeras vezes.
1667, É lida a sentença que priva Padre António Vieira, da liberdade de pregar; Afonso VI, é afastado do trono.
1668, é mantido em custódia em Lisboa; pazes com Castela; é anistiado, mas impedido de falar ou escrever sobre certas matérias.
1669, chega a Roma, prega vários Sermões que lhe dão grande notoriedade na Corte Pontifícia e na da Rainha Cristina.
1669, combate os métodos da Inquisição em Portugal.
1669, defende novamente os cristãos novos.
1675, Breve do Papa que louva Padre António Vieira, e o isenta da Inquisição; regressa a Lisboa.
1679, Sai o primeiro volume dos Sermões; Padre António Vieira, recusa o convite da Rainha Cristina para seu confessor.
1681, volta à Baía e aos trabalhos de evangelização.
1683, intervém ativamente na defesa de seu irmão, Bernardo.
1688, é nomeado Visitador Geral dos Jesuítas no Brasil.
1691, resigna ao cargo por força da idade e da falta de saúde.
Charles Evaldo Boller
O que o levou às masmorras inquisitoriais foi a
ResponderExcluirpregação judaico-cristã nos moldes do milenaristas do sapateiro trovador de Trancoso, Gonçalo Bandarra, que acabaram a sedimentar a resistência popular à coroa espanhola até que a restauração de independência fosse alcançada pelo Conde de Bragança, depois Rei Afonso IV. Esse milenarismo que também ameaçou a liberdade de Bandarra, teve início com o Pe.Joaquim Fiori e faz parte da História de Portugal desde o Milagre de Ouriques, quando teria sido prometida
a Afonso Henriques, o Conde de Borgonha, futuro
primeiro Rei de Portugal,além da vitória na batalha contra os mouros, as terras e os descendentes que viabilizariam o "V Império de Cristo". Após o descobrimento da Terra de Santa
Cruz, onde foi erigida a estatua do Cristo Redentor, a maior do planeta, Dom Bosco sonhou com sua capital no local em que ela foi depois efetivamente construída. O país tornou-se a meca
de refúgio seguro para os capitais que fogem da
crise que domina o mundo. Ao mesmo tempo o Papa
nomeia vários Cardeais brasileiros. Cerca de uma
dezena deles desempenham agora importantes funções no Vaticano. Reconhecido como a maior
nação católica do planeta, o país será também,em
a sede dos principais jogos esportivos universais em 2012 e 2014. Assim com todos os portugueses, não há brasileiro de descendencia
lusa que não tenha algumas gotas do sangue de
Afonso Henriques. Será, finalmente, o advento do V Império ?