quarta-feira, 13 de julho de 2011

Função da Loja de Perfeição

Avental

Função da Loja de PerfeiçãoO Rito Escocês Antigo e Aceito descreve o método maçônico com sendo tradicional, iniciático e progressivo. Deve permitir ao adepto se construir ao assimilar o sentido da simbólica, o conteúdo das lendas sucessivas e dos rituais. Para isso, na loja azul, o aprendiz irá descobrir a si próprio no decorrer de uma lenta introspecção. Em seguida lhe será sugerido






aprofundar seus conhecimentos do mundo e dos outros. Finalmente, o terceiro grau vai lhe revelar a existência de um assassinato fundamental, a do Mestre Hiram, o arquiteto bíblico do Templo material de Salomão, e que esta lenda contém e dissimula um sentido oculto. É por isso que a Loja de Perfeição deve prosseguir no estudo profundo até o décimo segundo grau.

O seguinte lhe trará a revelação da existência de um “infinito”, de um “ain soph”, da existência de um “Grande Arquiteto”

.

Existe no ensinamento de uma Loja de Perfeição toda uma dimensão de aprofundamento para permitir a cada um compreender e se apropriar da temática do Mestrado. Mas há também uma dimensão de complementação. Não somente o Mestre é Secreto, subentendendo que se encontra no segredo do Mestrado do Mestre Hiram, em plena possessão de tudo que o

aprofundamento do conteúdo ritualístico lhe permitiu descobrir, mas ele é Perfeito, quando tiver percorrido todos os graus que uma Loja de Perfeição pode lhe transmitir, tornar-se-á Grande Eleito Perfeito e Sublime Maçom. A etimologia de perfeito é a mesma de perfeição, quer dizer que, como na acepção jurídica do termo, significa que não existe mais nada a acrescentar:

tudo é perfeito.

É, também e mais que a loja simbólica, o lugar de reunião das origens e das culturas dos Irmãos, sem que isto acarrete uma uniformização de pensamentos. O impetrante deve compreender o sentido de sua busca utilizando os elementos sintéticos fornecidos pelo Rito. E a sua experiência primeira será a de se aprofundar no simbolismo dos três primeiros graus e,

mais particularmente na lenda de Hiram. A Loja de Perfeição é a ossatura central, a parte essencial da coluna vertebral do Rito Escocês Antigo e Aceito. Ela é a única capaz de fazer progredir um impetrante recentemente saído do estado profano através dos graus simbólicos e considerar sua entrada no sistema iniciático dos graus superiores do Rito.

Exceto aqueles aprendizes que, tendo um real desejo de iniciação, são impelidos á busca de informação nas diversas bibliotecas e fontes ou ao lado dos mais velhos qualificados, poucos mestres maçons tem uma idéia real de que o que este método maçônico proposto pelo Rito é susceptível de lhes trazer para a sua própria evolução, aperfeiçoamento e espiritualização. É a função da Loja de Perfeição abrir seus olhos, os motivar para seguir o

Caminho e os acompanhar ao longo de sua trajetória. É lá que a etapa seguinte, com os graus salomonianos praticados pela Loja de Perfeição, os conduzirá para novos horizontes.

A Loja de Perfeição deve permitir acabar, não direi a formação, mas essencialmente favorecer a busca iniciática de certo número de Irmãos oriundos de lojas simbólicas. E isto porque as Lojas de Perfeição são uma ponte entre os graus simbólicos e aquele ditos superiores que são indispensáveis para prosseguir a busca maçônica de um certo número de

Veneráveis Mestres.

Ora, ainda alguns velhos Mestres dizem que a ascenção ao grau de Mestre é, por si, um fim suficiente, e que neste estado de plenitude maçônica se adquire o Maçom perfeito. Isto poderia ser verdade, se as condições de “fabricação” de tais Mestres levassem em conta o valor do trabalho cumprido em dois anos. E isto só pode ser a única condição, raramente utilizado, é que o trabalho no terceiro grau deve prosseguir sem folga, depois da exaltação, e de um modo profundo. Ora quantas de nossas Lojas azuis consagram sessões a este grau, para outros trabalhos, que além da exaltação ou debater questões administrativas ou disciplinares? Alem do mais, muitas destas reuniões de Mestres são abertos com um golpe de

malhete, isto é de forma irregular, sem o indispensavel suporte de uma mudança de plano ritual, o único capaz de transportar o maçom para condições requeridas para um trabalho eficaz. Recordemo-nos também que nossos ancestrais operativos testavam seus aprendizes durante longos anos de trabalho e de aquisição da experiência necessária, antes de lhes conferir o último grau, o de companheiro, ulteriormente denominado de Mestre pela Maçonaria especulativa pouco tempo após seu nascimento.

É por isso que nossos predecessores, desde 1740, em sua grande sabedoria, diziam que mesmo se o jovem maçom dispõe de uma real vocação, se não é somente digno, mas, sobretudo apto a prosseguir em sua busca, excepcionalmente um homem se revela espiritualmente completo antes de dois ou três anos. O quarto grau é antes de tudo, uma etapa onde a Loja de Perfeição pode constatar se o Venerável Mestre postulante é digno, isto é, se em Loja azul, trabalhou, buscou e progrediu, e se está apto, isto é se, tornando-se Mestre Secreto, irá demonstrar sua capacidade de prosseguir nesta progressão.

Esta etapa é, portanto essencial para dar ao novo Mestre Secreto os meios de tomar consciência plenamente do conteúdo profundo da lenda de Hiram, verificar se está verdadeiramente aberto para uma nova vida e se será ulteriormente digno de se ver utilizando, grau por grau, novos utensílios de busca. É por causa da supressão, pelas Jurisdições norte americanas, da prática e do estudo dos graus anteriores ao trinta e dois e notadamente da

utilidade que tem a Loja de Perfeição, que esta importante maçonaria tem se degenerado totalmente.

Nossa Ordem, se desejar em sua plenitude, como afirmamos em nossas Declarações de Princípios, trabalhar sem folga para o melhoramento da humanidade, não o pode fazer sem construir obreiros qualificados indispensáveis. E, é um dos papeis principais da Loja de Perfeição.

Sem ter medo da palavra que ainda irrita alguns, sabemos que esta necessidade nos obriga a favorecer a criação de uma elite espiritual, pois só esta elite será capaz de influenciar, de modificar os comportamentos, de fazer de nos homens de honra, de rigor, de justiça e de paz para conduzir a uma expressão ativa de amor fraternal. O trabalho maçônico é frequentemente considerado como essencialmente coletivo e não se irá se completar senão em loja. E mesmo que seja, de fato, sobretudo pessoal e individual, a confrontação em Sessão com nossos Irmãos permite completar nosso saber, de retificar nossos erros de percurso, mas o essencial fica no trabalho sobre si e para si, pois desde a aprendizagem, a possibilidade de

busca e de progressão existe em sua totalidade.

A Loja de Perfeição chama o possuidor do décimo quarto grau, o último daqueles para os quais trabalha “perfeito e sublime maçom”. Por quê? Porque ele deve ter exercido sua função essencial, aquela de ter permitido ao Mestre Maçom avançar a passos largos refletidos no desenrolar do curso maçônico e adquirir, senão a sabedoria de Salomão, ao menos o sentido

da ordem divina, aquela do Princípio Criador.

Sem a loja de “aperfeiçoamento” nenhum dos graus praticados seria adquirido e compreendido pelo maçom e em particular pelo novo Mestre Secreto. É, portanto sob esta condição que serão a seguir abordados os graus seguintes.

Não é vergonhoso que um Irmão não saiba de maneira natural, o sentido do sacro e erre no caminho árido, por não ter a vocação, porque os antigos, e particularmente seu apresentante, não souberam preparar o profano, depois o mestre maçom, para as perspectivas reais e seus meios de acesso. Então este Irmão perdeu seu tempo num caminho sem objetivo?

A Loja de Perfeição é responsável pela correção desses erros de percurso. Ela deve, portanto, se não é útil, judicioso não autorizar o acesso aos graus seguintes se os precedentes não permitiram a progressão do Irmão pois mesmo “ se deve se precipitar a escalar as encostas da montanha” nos não devemos esquecer que contem ravinas.

É, ainda e sempre, uma questão de vocação, de desejo pessoal e de trabalho que são as condições primordiais, primeiro da entrada na Ordem, depois o prosseguimento no caminho maçônico. A Loja de Perfeição permanece como a coluna vertebral dos primeiros graus do Rito e orientador do nosso caminho. É por isso que os Supremos Conselhos que, no mundo, trabalham de maneira regular no Rito Escocês Antigo e Aceito, tem, em suas reuniões internacionais, insistido sobre esta necessidade de uma lenta aquisição e da pratica de todos os graus do Rito e notadamente daqueles praticados pela Loja de Perfeição, pois é a moldura da construção da espiritualidade do maçom, como foi dito ainda recentemente no garante de nossa regularidade pelo nosso Mui Poderoso Soberano Grande Comendador.



Páginas 5 / 9 do trabalho

Função da Loja de Perfeição



Autor: ROBERT BUDOR

Tradução: MOIZ HALFON, 33

Fonte: ORDO AB CHAO Nº 55


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