domingo, 5 de agosto de 2018


SEM RESERVA MENTAL

Todos nós, um dia, já fomos chamados a assumir compromissos “sem reserva mental”, ou seja, aquele compromisso que se assume com o corpo e a alma, sem a menor possibilidade de não ser cumprido irresponsavelmente. Infelizmente, até mesmo entre os Irmãos, nos deparamos com situações embaraçosas, onde, ou se esquece de compromissos firmados ou os firma com os “dedos cruzados”. 

Assumir compromissos “com reserva mental” significa que, secretamente, a intenção é de não cumprir a palavra firmada. No campo do Direito, a reserva mental corresponde à figura da “simulação unilateral”, expressa em lei: “A manifestação da vontade subsiste ainda que seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tenha conhecimento.” Artigo 110 do Código Civil Brasileiro. 

Não é à toa que, logo em nosso primeiro contato com os princípios e valores maçônicos, há a chamada para a reflexão: “SE FORES DISSIMULADO, SERÁS DESCOBERTO” Tal comportamento dissimulado passa à margem de qualquer possibilidade de ser “justo e de bons costumes”. 

Em nossa Ordem, em que se prega a irmandade como base da relação, a verdade nas intenções e nas manifestações é premissa inarredável. Mas, não é só dentro das Lojas ou para com os Irmãos, que o Maçom deve se comportar sem reserva mental. 

O verdadeiro Maçom se fundamenta em valores que não permitem mudança de posição, quando baseada em possíveis ganhos ou por temor a desafetos. O grau de nossa integridade é proporcional ao que, em essência, somos na relação com o outro. Fazemos o que falamos e cumprimos o que prometemos. Podemos e, às vezes, devemos sim, mudar de opinião, desde que nós mesmos nos convençamos de que a posição anterior estava justamente equivocada ou elementos novos apresentaram um novo prisma, também justo, à questão. Nenhuma de nossas ferramentas tem função diferente da qual se destina. O malho não tem escala, portanto não serve para medir. Não se traça curvas com a régua e não se assenta pedra com a prancha de delinear. Tendo em nós esses símbolos como parâmetros de vida, não podemos deturpar a verdade. Não devemos modificar a realidade, na tentava dissimulada de justificar um não comprometimento com os princípios e valores aos quais nos vinculamos solenemente. SINCERIDADE, LEALDADE, HONESTIDADE SÃO AS AÇÕES QUE REPRESENTAM, PARA O MAÇOM, A EXPRESSÃO “SEM RESERVAS MENTAIS”. SÃO COMPORTAMENTOS DIÁRIOS APLICADOS A TODOS OS SEUS RELACIONAMENTOS, DENTRO E FORA DA MAÇONARIA. 

Este artigo foi inspirado no livro “BREVIÁRIO MAÇÔNICO” do Irmão Rizzardo da Camino que na página 340 sobre o tema sentencia: “O Maçom “tem palavra”; o seu sim será sim; o seu não, não.” 

Neste décimo segundo ano de compartilhamento de instruções maçônicas, mantemos a intenção primaz de fomentar os Irmãos a desenvolverem o tema tratado e apresentarem Prancha de Arquitetura, enriquecendo o Quarto-de-Hora-de-Estudos das Lojas. Precisamos incentivar os Obreiros da Arte Real ao salutar hábito da leitura como ferramenta de enlevo cultural, moral, ético e de formação maçônico.
Fraternalmente
Ir.·. Sérgio Quirino – MI- 33- KTP

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