SER MAÇOM DE DENTRO PARA FORA
Ir.’. Valdemar Sansão
Auto crítica e revalidação – estamos cumprindo nosso papel de construtores sociais, ou estamos acomodados?
O que fazemos?
Reunimo-nos com regularidade, crescemos em quantidade de Lojas e em número de adeptos.
Afinal, as Lojas são o que seus membros delas fazem. Para aqueles que reclamavam, dizendo que a Maçonaria nada fazia para mudar o Brasil, respondia o PGM Erwin Seignemartin: “O Japão também não faz nada para crescer; são os japoneses que fazem”.
O ser humano nasce para iluminar o mundo, para realizar um trabalho que só ele pode fazer; para atender aos anseios das pessoas cuja alegria é a sua presença.
Portanto, você é uma pessoa imprescindível. Talvez pense que não passa de uma criatura insignificante, mas, na verdade, a sua força contribui para sustentar o todo.
O grande trabalho é a revalidação da Maçonaria a partir da escolha dos profanos para ingressarem nela, exigindo muito mais rigor nas informações e, de outro lado, informando ao candidato às responsabilidades que irá assumir.
Se quiser escrever para a humanidade o que a torne melhor, seja você mesmo o início dessa humanidade melhor. Seja uma célula sadia do organismo convalescente. Seja primeiro em sua pessoa o que desejaria fossem os outros. Comece a reforma do gênero humano, pela reforma do seu Eu individual. Primeiro na própria casa, no templo em que congrega; depois no seu trabalho e na coletividade em que vive. De dentro para fora – do componente para o composto. Está em seu poder reformar a sociedade, ao menos em uma das suas partes integrantes.
O grande ideal
- Quantas vezes se encontra com seus amigos? E nunca se encontra consigo mesmo? Não com o seu ego externo – sim com o seu Eu interno. O encontro com sua alma resolveria os problemas da sua mente e do seu corpo. Esse encontro com o seu centro de energia beneficiará sua vida diária. O verdadeiro instrumento de nossa arte somos nós mesmos.
Quantas vezes não é a realidade filha dum inconsciente dever, mas o ideal nasce sempre dum consciente querer. Querer é poder! Só não pode quem não sabe querer. Tudo é possível àquele que quer. Nunca será tarde para começar e sempre será cedo para desistir.
O grande homem
– Sem uma grande realidade ou um grande ideal, ninguém pode ser grande, e como prestar grandes coisas quem não é grande?
Cada um é o senhor do próprio Eu. Cada um é o eco de sua alma – só reproduz com palavras o que ela é de fato. Para ser grande não basta fazer algo, é necessário ser alguém. De alma para alma é que atua o poderoso fluido da personalidade.
Quem faz jus ao título de “grande homem”?
Não sei... O homem inteligente? Não basta ter inteligência para ser grande.
O homem poderoso? Há também poderosos mesquinhos...
O homem religioso? Não basta qualquer forma de religião. Podem todos esses homens possuir muita inteligência, muito poder e certo espírito religioso e nem por isso são grandes homens. Pode ser que lhes falte certo vigor e largueza, certa profundidade e plenitude, indispensáveis à verdadeira grandeza. Podem os inteligentes, os poderosos, os virtuosos não ter a necessária liberdade de espírito. Pode ser que as suas boas qualidades não tenham essa vasta e leve espontaneidade que caracteriza todas as coisas grandes.
O grande homem é silenciosamente bom; é genial, mas não exibe gênio; é poderoso, mas não ostenta poder; socorre a todos, em especial os carentes, os esquecidos, os excluídos, os necessitados sem precipitação; é puro, mas não vocifera contra os impuros; é justo, totalmente justo, pois quando erra, reconhece os erros e sabe pedir desculpas; adora o que é sagrado, mas sem fanatismo. Serve espelhando-se nas palavras de São Francisco de Assis “quem serve não busca recompensa, pois a verdadeira recompensa está na alegria de poder servir”.
Encontrar prazer em servir, encontrar bem-estar na ação generosa é princípio de virtude. Faz parte de seu crescimento como ser humano, que possa ser um ombro amigo a quem precise sem se sentir especial por isso, e sem se revoltar quando esse mesmo ombro não é reconhecido.
A Humanidade possue tesouros em abundância e misérias morais em quantidade. Alguns repartem um pouco. O verdadeiro Maçom que não possua tesouros que se gastam, se roubam, se perdem, despertam disputas e paixões, oferece o que tem. Não doa coisas – doa-se.
É corajoso, pois recusa no pensamento, de ceder a outra coisa que não a verdade. E precisa coragem para suportar uma deficiência, para assumir um fracasso ou um erro.
Não permite que sua Loja se torne um lugar de conversas vazias, um tédio. Carrega fardos pesados com leveza e sem gemido assume o papel de “conte comigo” incondicionalmente. Sobrepõe-se à desigualdade de classe, de renda, rejeita e supera divergências mesquinhas, como preconceitos dolorosamente atuais. Ama e faz o bem a todos, sem se oferecer. É humilde, mas sem servilismo. Rasga caminhos novos, abre largos espaços sem arrombar portas.
Possui bens (não há mal em possuir bens) - todo o mal está em ser possuído. Nunca pede o que não for justo, moral e lícito. Admite uma grande afinidade das idéias filosóficas com os princípios maçônicos.
A Liberdade
que justifique a identidade de Irmão, a mesma crença, a mesma filosofia de vida, o mesmo objetivo comum. Livre e de bons costumes é a característica do maçom.
A Igualdade
propriedade de ser igual. A Constituição brasileira afirma que todos são iguais perante a lei; contudo, um menos favorecido da sorte não encontra vaga nos colégios para seus filhos; um pobre enfermo bate às portas dos hospitais em vão; não há oportunidade para o trabalho; o que é benesse não é dado aos pobres. Uma igualdade injusta não é igualdade...
Para a Maçonaria, filosoficamente, existem os iniciados, aqueles que “nascem de novo” após a permanência na Câmara das Reflexões não serão obviamente iguais aos demais (profanos).
Um maçom deve cultivar a igualdade como se fosse uma virtude!
A Fraternidade
implica obrigações e direitos; a parte ética de comportamento é muito importante. São admitidas pequenas rusgas, como sucede dentro de uma família, mas com a obrigação de serem passageiras. O maçom tem o dever de tolerar esses incidentes e perdoar se eles tiverem sido mais intensos.
Auto realização
– O Maçom está sempre a procura de soluções para fazer do mundo um lugar melhor. Tudo isso fará o maçom, porque é como o Sol – esse astro tão grande e poderoso para sustentar um sistema planetário, e tão delicado para beijar uma pétala de flor. Seja tão poderoso o astro do seu ser, que em volta dele possam outras estrelas girar – sem provocar desarmonia sideral.
Sem um genuíno auto conhecimento, não haverá verdadeira auto-realização. Não interessa a ninguém o que estudou, decorou ou sabe – interessa somente o que você é. Se não é alguém, ninguém lhe pode garantir a vitória; se é alguém, ninguém lhe pode derrotar.
Tudo isso é possível graças a uma força inacreditável oriunda da vontade de mostrar para si mesmo que é capaz de encontrar caminhos para realizar o que suas limitações poderiam impedir. Não podemos deixar que as limitações que nos impõe impeçam nosso desenvolvimento.
Pode-se aprender a ler, escrever e contar, mas não se pode aprender com meras teorias a ser alguém. Para ser alguém, deve o homem ter mente lúcida, honesta e consciência da sua realidade. Deve ser integralmente sincero consigo mesmo. Deve saber unir a justiça ao amor. Deve ser um eco do Eterno no deserto do mundo efêmero. Um emissário do Grande Arquiteto do Universo, no meio da humanidade. Será, pois, meu irmão, um templo aberto para todos os horizontes da vida em cujo altar arda o fogo sagrado da Verdade. O que o coração sabe que o cérebro não sabe, é que nada é de graça nem o amor, nem a coragem, nem a esperança. E a Verdade é a propriedade mais cara de todas.
Um mundo melhor
- Assim é e assim age o maçom verdadeiramente grande e todos aqueles que sonham com um mundo melhor, mais justo, fraterno, solidário, porque é instrumento nas mãos de Deus; desse Deus de infinita potência e de supremo amor; desse Deus cuja força governa a imensidade do cosmos e cuja paciência tolera as fraquezas do homem...
Doce ilusão acreditar em sonho, talvez pensando ser realidade. No entanto o sonho é sonho, é ilusão. Enche de sonho o meu pobre coração. Mas, que seria de nós se não sonhássemos?
Não vás para fora, volta para dentro de ti; no interior do Homem habita a verdade!
Colaboração do irmão Devaldo de Souza
Colaboração do irmão Devaldo de Souza
Nenhum comentário:
Postar um comentário