domingo, 3 de fevereiro de 2013

As Mãos


As Mãos

Esta é a história real de dois irmãos: Albert e Albrecht.

Em 1471, em Nuremberg, Alemanha, nascia o extraordinário pintor, (Pintura Flamenga) ALBRECHT DÜRER. Legou-nos lindos trabalhos, obras magníficas. Faleceu em 1528. Mas, poucas pessoas conhecem a história verdadeira de ALBERT e a história do lindo quadro que o identifica.

Espero que esta história, baseada na verdade, possa nos fazer entender o verdadeiro sentido do amor e do sacrifício.

A HISTÓRIA LINDA DE DOIS IRMÃOS
No século XV, numa pequena aldeia perto de Nuremberg, vivia a família Dürer com vários filhos.
Para ter pão na mesa para todos, o pai trabalhava cerca de 18 horas diárias nas minas de carvão, e em qualquer outra coisa que se apresentasse.

Dois dos seus filhos: (Albert e Albrecht) tinham um sonho: serem pintores.

Mas sabiam que o pai jamais poderia mandar algum deles para a Academia de Pintura.
Depois de muitas noites de conversas e troca de idéias, os dois irmãos chegaram a um acordo:
atirariam uma moeda ao ar e o que perdesse trabalharia nas minas para pagar os estudos ao que ganhasse.

Eles se amavam muito e não se largavam.
Concordaram que, quando terminasse o curso, o vencedor pagaria os estudos ao outro com a venda de suas obras.
Assim, os dois irmãos poderiam ser artistas.

Lançaram a moeda ao ar num domingo ao saírem da igreja.

Deus quis que fosse Albrecht a ganhar e assim foi estudar pintura em Nuremberg.

O outro irmão, Albert, começou o perigoso trabalho nas minas, onde permaneceu nos quatro anos seguintes para pagar os estudos de Albrecht, que desde a primeira hora fez sensação na Academia.
Ficou famoso. Ele se esforçava e demonstrava ter um talento natural.

As gravuras de Albrecht, os seus entalhados e os óleos chegaram a ser muito melhores
que os de muitos dos seus professores que se admiravam de suas obras e seu esforço.

Quando se formou, já ganhava muito dinheiro com a venda das suas obras.

Quando o ALBRECHT (o jovem artista) regressou à sua aldeia, a família Dürer reuniu-se para uma ceia festiva em sua homenagem.

Ao finalizar a memorável festa, Albrecht levantou-se e propôs um brinde ao seu irmão Albert que tanto se havia sacrificado trabalhando nas minas para que o seu sonho de estudar se tornasse realidade.

E disse com intensa e imensa gratidão:

“Agora, meu irmão, chegou a tua vez.
Agora podes ir para Nuremberg e realizar os teus sonhos, que eu me encarregarei de todos os teus gastos.
Sou grato a Deus e a você por me ajudar tanto nestes anos.”
Todos os olhos voltaram-se, cheios de expectativa, para Albert.

Este, com o rosto lavado em lágrimas, levantou-se e disse suavemente:

“Não irmão, não posso ir para Nuremberg.
É muito tarde para mim.
Estes quatro anos de trabalho nas minas destruíram as minhas mãos.
Cada osso dos meus dedos já partiu pelo menos uma vez, e a artrite da minha mão direita tem avançado tanto que até tenho dificuldade em levantar o copo para o teu brinde.
Não poderia trabalhar com delicadas linhas, com o compasso ou com o pergaminho e não poderia manejar a pena nem o pincel.
Não irmão, para mim já é tarde.
Mas estou feliz e realizado porque as minhas mãos disformes serviram para que as tuas agora tenham cumprido o seu sonho.”

CONCLUSÃO
Quase 500 anos se passaram desde aquele dia.
Hoje as gravuras, óleos, aquarelas, entalhes e demais obras de Albrecht Dürer podem ser vistos em muitos museus de todo o mundo.

Mas com certeza – a maioria das pessoas, só se recordam de uma obra.
Talvez você até tenha uma reprodução em sua casa., não é mesmo?

Albrecht Dürer, para homenagear ao sacrifício de seu irmão, desenhou as mãos maltratadas de Albert, com as palmas unidas e os dedos apontando ao céu.

Albrecht intitulou esta poderosa obra simplesmente “Mãos”, mas o mundo inteiro abriu de imediato o coração à sua obra de arte e alterou o nome da obra para “Mãos que oram”.

Na próxima vez em que você olhar uma cópia desta obra, olha-a bem.

E espero que reflita sobre a sua história real..

Rogo a Deus que ela sirva, para que, quando o orgulho invadir o seu ser, traga à sua lembrança que ninguém vence sozinho.

Jesus Cristo, ao conversar com Tomé que duvidará de sua ressurreição, mostrou-lhe as mãos marcadas pelos cravos e disse-lhe:

“..Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e coloca-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente.”
(Evangelho de João 20.27)

O apóstolo Paulo, após sofrer várias e terríveis perseguições, disse:

“… porque trago em meu corpo as marcas do Senhor Jesus …”
(Gálatas 6.17b – A Palavra de Deus)
Albert trazia em suas mãos as marcas do amor e dedicação ao seu irmão.

Albrecht trazia em seu peito as marcas da gratidão.

Albert estava feliz e realizado pois sua felicidade consistia em ver seu irmão feliz.

Você também encontra a sua felicidade na felicidade do seu próximo?
Reflita.

Texto do Pastor Nathaniel

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