quinta-feira, 15 de novembro de 2012

O que escrevem sobre Maçonaria.


 
O que escrevem sobre Maçonaria.



Muitos no mundo ocidental estão pelo menos conscientes da existência da Maçonaria, e seus mistérios intrigam dois grandes grupos: os que não são Maçons, e se perguntam quais seriam os segredos da Ordem, e os que são Maçons, e também se perguntam quais seriam esses segredos! Uma sólida razão para o silêncio entre os Maçons não é tanto a compulsão de aderir aos sagrados votos, ou o medo de alguma macabra retribuição por parte de seus irmãos, mas sim o fato de que não compreendem uma palavra sequer das cerimônias que participam, sendo o seu único medo o de que as pessoas venham a rir dos rituais tolos e sem objetividade a que comparecem.



A Maçonaria para nós, e para todo e cada irmão que conhecemos, é um pouco mais que um clube social cheio de oportunidades e um pouco de teatro amador, seguido por uma lauta refeição acompanhada de muita cerveja e vinho. O ritual complexo e obscuro tem que ser memorizado através de anos e anos de repetição cantada (2). Dá-se muita ênfase à sinceridade com que o ritual é apresentado, mas na realidade apenas pequenas partes da cerimônia conseguem ser entendida como simples mensagens alegóricas que se relacionam com a retidão de caráter moral- o resto é uma estranha mistura de palavras sem significado e representações de supostos eventos históricos que se relacionam com a construção do Templo do Rei Salomão em Jerusalém, há três mil anos.



(2) A prática maçônica feita na Grande Loja Unida da Inglaterra é a de se realizar todas as cerimônias sem o auxílio de rituais escritos, prevalecendo com isso uma tentativa de se manter a tradição da transmissão oral dos trabalhos maçônicos. (N. T)



Enquanto nós que estamos dentro fazemos muito pouco além de aprender textos amalucados de cor, muitos do lado de fora estão tentando destruir a organização por suspeitar que ela cause corrupção, por vê-la como um bastião de privilégio capitalista ou por considerá-la apenas um clube onde os membros trocam favores. Inúmeros livros sobre o assunto têm alimentado a curiosidade e o antagonismo do público em geral. Alguns, como os escritos pelo autor americano John J. Robinson são obras-primas de pesquisa; outros, como os do falecido, Stephen Knight, são pouco mais que ficção urdida exclusivamente para satisfazer os piores temores do setor antimaçônico.



O lobby antimaçônico trabalha constantemente para provar supostas irregularidades, e já tivemos experiência quanto a isto. Um amigo de Chris, renascido-em-Cristo, nos disse recentemente que iria ocupar o lugar de conselheiro na sua igreja. Questionado sobre a quem iria aconselhar, me horrorizou com a resposta, "a todos aqueles que sofrem de feitiços maçônicos".



"O que é um feitiço maçônico?", eu perguntei, sem informar minha ligação com a Ordem (como a Maçonaria é chamada pelos seus membros).

"Maçons têm que jurar lealdade absoluta entre si mesmos acima de todos os outros, inclusive das famílias. Quando falham, são amaldiçoados com terríveis feitiços, que trazem grande sofrimento a eles e aos que lhes estão próximos!".



Eu fiquei momentaneamente sem palavras. A Maçonaria é muitas coisas, mas certamente não é o Mal, apesar de tantas pessoas estarem determinadas a considerá-la exatamente isso. Repudiando diretamente essas acusações nascidas da falta de informação, a Grande Loja Unida da Inglaterra afirma publicamente que "o dever de um Franco-Maçom como cidadão está sempre acima de qualquer obrigação que tenha com qualquer outro Franco-Maçom", e que "a Maçonaria não pode prejudicar nem a família de um homem nem qualquer de suas ligações pessoais, ou por tomar muito de seu tempo e seu dinheiro ou por forçá-lo a agir de maneira que fira o seu próprio interesse".



Não temos nenhum desejo de sermos apologistas da Maçonaria, mas a temos visto praticar o bem e, tanto quanto saibamos, não a temos visto praticar nenhum mal. A Ordem doa consideráveis somas de dinheiro à caridade, anonimamente na maioria das vezes, e promove níveis de retidão moral e responsabilidade social que são não apenas impressionantes, mas também firmam padrões pelos quais muitos outros se têm pautado. Cor, raça, credo, política são sempre irrelevantes para a filiação, e os dois principais objetivos são uma ordem social baseada na liberdade individual e a busca da totalidade do Conhecimento.



A única exigência absoluta é a da crença em um Deus... qualquer Deus (3).(3) A crença na existência de uma Divindade, ou de um Princípio Criador (como o professado pelos Maçons do Rito Francês), é um ponto essencial da Maçonaria Especulativa, tão essencial que é um dos pontos balisadores para o ingresso à Ordem. Como citado por Albert Mackey: "a 'religião' da Maçonaria é cosmopolita, universal; mas a crença requerida em um Deus não é incompatível com essa universalidade". De fato, a liberdade dada a cada um de seus membros para que se professe o Deus pessoal e a tolerância com os princípios religiosos de cada um é um dos fatores que tem levado a Maçonaria a sofrer toda a forma de ataque pelas crenças mais fundamentalistas, especialmente as alas mais conservadoras da Igreja Católica Romana e algumas organizações cristãs evangélicas e neopentecostais.(N. T.)



Nossa maior crítica à Maçonaria é a sua falta de objetividade. Não sabe de onde veio, ninguém parece saber o que ela deseja alcançar, e parece cada vez mais improvável que ela tenha muito futuro em um mundo que deseja cada vez mais clareza de propósitos e de benefícios. Não só não se conhecem mais as origens da Ordem, mas todos admitem que os "verdadeiros segredos" estão perdidos, e "segredos substitutos" estão sendo usados no lugar nas cerimônias maçônicas, "até o momento em que os verdadeiros sejam redescobertos".



Se as palavras que emergem do ritual forem tomadas no seu valor imediato, supõe-se que a Maçonaria deva ter pelo menos três mil anos de idade. Não são apenas os opositores da Ordem que rejeitam isso - a própria Grande Loja Unida da Inglaterra não declara tal antigüidade. Ciente da possível derrisão pública, evita qualquer posição oficial sobre as origens da Ordem e permite apenas às chamadas "lojas de pesquisa" o debate sobre a limitada evidência histórica existente.



Extraido do livro A CHAVE DE HIRAM

FARAÓS, FRANCO-MAÇONS E A DESCOBERTA DOS MANUSCRITOS SECRETOS DE JESUS, de
CHRISTOPHER KNIGHT & ROBERT LOMAS

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