domingo, 11 de novembro de 2012


O Compasso





 
Escrito por Valdemar Sansão



Símbolo do espírito, do pensamento nas diversas formas de raciocínio, e também do relativo (círculo) dependente do ponto inicial (absoluto).



A Régua de 24 polegadas, o Prumo, o Nível, o Esquadro e o Compasso são instrumentos simbólicos que o maçom deve aprender a manejar com maestria.


Filosoficamente, o homem constrói a si mesmo, e, para que resulte em um templo apropriado para glorificar o Grande Arquiteto do Universo, torna-se indispensável saber usar cada um dos principais instrumentos da construção.


Dos alicerces ao teto, todos eles são indispensáveis, e quando surgir em nosso caminho algo em aparência de incontornável lancemos mãos da alavanca. Removido o obstáculo, teremos uma edificação gloriosa que nos honrará. O Compasso é, em Maçonaria, um dos máximos Símbolos, ao lado do Esquadro e do Livro da Lei Moral, formando, com esses dois, o conjunto chamado de Três Grandes Luzes Emblemáticas da Maçonaria.


Compasso - É um instrumento de metal, ou de madeira, composto de duas hastes, utilizado para traçar circunferências, arcos de círculo e para tomar medidas.


O Compasso é um dos instrumentos de trabalho e um dos tributos da Maçonaria. Este instrumento de medida e de comparação deve permitir que sejam apreciados o alcance e as conseqüências dos atos que devem permanecer fraternos para com todos e, muito particularmente para os Maçons. É, portanto, o emblema da Sabedoria visto que, graças ao Compasso, todas as coisas podem ser medidas ao seu justo valor.


Com o Compasso, descrevem-se círculos cujo centro ele indica nitidamente, assim como os raios e o diâmetro. Intelectualmente, o Compasso é a imagem do pensamento nos diversos círculos que ele percorre; o afastamento de seus braços e sua aproximação representa os diferentes modos do raciocínio que, de acordo com as circunstâncias, devem ser abundantes e amplos, ou precisos e estreitos, mas sempre claros e persuasivos.


O círculo centrado pelo ponto é a primeira figura que se pode traçar com a ajuda de um compasso; essa figura é o emblema solar por excelência. Ela combina o Círculo (infinito) com o ponto (símbolo do início de toda manifestação). O absoluto e o Relativo estão, portanto, representados pela ação do Compasso, que é também a figura da dualidade (braços) e da união (a cabeça do Compasso). É um dos atributos que a Divindade é representada e explicada, visto ser o vértice do mesmo uma alegoria do olho de Argos da Divindade que tudo vê, e seus ramos a claridade dos eflúvios que se derramam sobre o homem ou a matéria, neste caso, estão representadas pelo Esquadro.


É por isto que, no 1º Grau, vê-se o Esquadro colocado sobre o Compasso, manifestando assim que o homem que não vencer o seu "Eu" material, invadido pelo erro e preconceito, não pode receber completamente estas emanações da Divindade, até que lho permita seu próprio esforço por vencer suas paixões e seus vícios, por meio de uma vontade firme e incontestável.


O Compasso representa o céu, para onde o Iniciado deve dirigir suas vistas; o Esquadro representa a Terra onde o acorrentam os seus vícios e paixões.


Por isto que o Compasso simboliza o dever imperativo de dominar nossas paixões e refrear nossos desejos nos devidos limites. É o emblema mais notável da virtude e a única e verdadeira medida do Maçom. Podemos dizer que ele nos ilumina em nossos deveres para conosco mesmo.


Sabe-se que o Compasso é usado como símbolo de perfeição nas artes, visto que dele surgem as mais complicadas figuras, todas elas perfeitas e obedecendo a um centro comum, e desse mesmo modo pretende-se explicar que a Divindade, foco central de toda beleza e inspiração, derrama sobre os homens seus dons por igual.


Entrelaçado ao Esquadro, ele é usado como emblema da Ordem Maçônica. O simbolismo do Compasso é muito extenso. Além de ser o emblema da justiça com que devem ser medidos os atos dos homens, ele simboliza a exatidão, medida na pesquisa dos sentimentos pelos quais devem ser pautados os atos de cada um, a perfeição industrial, artística e científica.


O Compasso é retidão, harmonia e compreensão da Lei e de uma realidade superior. É a moderação dos nossos desejos, a compreensão e o conhecimento da verdade, estabelecendo as perfeitas relações entre as coisas.


O Compasso é um símbolo das relações do Maçom com seus Irmãos e com os demais homens. Um dos seus ramos fixa-o num ponto, ao redor do qual a outra ponta pode traçar inúmeros círculos, de acordo com a abertura, e esses círculos são símbolos de nossas Lojas e da Maçonaria, cuja extensão pode ser indefinida.


No plano exotérico o Compasso simboliza a justiça pela qual devem ser medidos os atos dos homens, significando a prudência nas buscas empreendidas pelo Maçon. O Compasso é um instrumento que proporciona o traçar de círculos cada vez maiores, indo do zero ao infinito expressando a abrangência da arte do saber.


Do ponto de vista esotérico, o Compasso simboliza as qualidades do espírito ou mente e os atributos do conhecimento filosófico do ser infinito, o corpo astral. A amplitude de ação sugerida pelos movimentos circulares e progressivos de suas hastes expressa o quanto o conhecimento humano é capaz de atingir, quando bem dirigido, muito embora a circunscrição da totalidade seja competência única e exclusiva do Grande Arquiteto do Universo.


Segundo um autor, "o Compasso descreve círculos que se dirigem aos céus, dos quais descem as influências fecundantes. De fato, o Compasso é um símbolo masculino e representa a Potência geradora ou a Energia criadora da Divindade".


A ponta do Compasso colocada sobre o peito desnudo do Recipiendário, assento da consciência, recorda-nos a vida passada, na qual, não só os nossos passos, como ainda as nossas idéias, ainda não eram guiados por esse símbolo de Exatidão, que, no Maçom, regula pensamento e ações.


O compasso mede os mínimos valores até completar a circunferência e o círculo. O Círculo centrado pelo ponto é a primeira figura que é possível traçar com o auxílio do Compasso. Sejamos o centro desse círculo, onde fixamos uma das hastes do compasso e, girando sobre nós mesmos, executaremos com facilidade o projeto perfeito.


O entrelaçamento do compasso com o esquadro será o distintivo permanente da Maçonaria. Nossa vida é uma prancha onde grafamos os Projetos os que, estudados e calculados os seus valores, resultarão no caminho completo para a construção de nosso ideal.


Uma Loja Maçônica é o único lugar onde o Esquadro se entrelaça com o Compasso, numa demonstração de aliança perfeita dos sentires de retidão dos seus obreiros militantes. Quando unidos, deles deflui a lição que manda o Iniciado regular sua vida e ações. Lembramos que no Grau de Aprendiz, o Esquadro deve ser colocado por cima do Compasso, isto é, o Esquadro cobre os dois braços do Compasso, indicando que nesse grau não se pode exigir mais do neófito além de sinceridade e confiança, conseqüências naturais da equidade e da retidão. Nesta ocasião, o Esquadro simboliza a Matéria e o Compasso o Espírito. Assim, no simbolismo do 1º Grau, esta posição significa que, no Aprendiz, a Matéria ainda domina o Espírito.


Apontando para baixo, o Compasso designa a instância da terra, onde todas as criaturas desenvolvem suas respectivas missões humanas. O Esquadro, pelo contrário, estabilizando na situação inferior com as extremidades voltadas para cima, indica as alturas celestiais para onde os homens retornarão após o término de seus dias neste mundo.


Este instrumento de medida e de comparação deve permitir que sejam apreciados o alcance e as conseqüências dos atos que devem permanecer fraternos para com todos e muito particularmente para os Maçons.


Valdemar Sansão - M:. M:. -







Nenhum comentário:

Postar um comentário