domingo, 22 de julho de 2012

MEMÓRIAS


MEMÓRIAS

Repassando...

“Antônio Elias Pessoa, que figura entre os primeiros e melhores versejadores, nos deixou a LIRA MELANCÓLICA, publicado em 1901. E a poesia do paraibano é tão fértil, é tão espontânea, parece que está na nossa alma. Antônio Elias Pessoa foi um poeta que fez versos religiosos no velho estilo romântico e foi até o gênero parnasiano.”


“Antônio Elias Pessoa era um homem notável, inteligência rara; seus versos eram publicados nas melhores revistas do Rio de Janeiro. Mas ele se perdeu na boemia e tinha uma noiva chamada Aurina Silveira. Ele perdeu as condições para se casar, ficou impotente. Desesperado, não queria mais saber de casamento. Aurina soube qual era o motivo. Mas ficou como um anjo de candura, indo buscá-lo em toda parte. Foi uma viúva antecipada, porque foi noiva até quando ele morreu. Uma vez ele me contou chorando, arrependido por que tinha feito uma grosseria com Aurina. Ele então fez, e me mostrou, os versos que jamais esqueci, com o título de FELICIDADE:”

 

Felicidade, tu bem que existes;

Julguem entanto sonho falaz.

Só não te encontram os poetas tristes

Que te procura onde não estais.

Já me buscastes, felicidade,

Nos doces tempos de minha aurora.

E eu todo cheio de ingenuidade,

Sem conhecer-te, mandei-te embora.

Vinhas ridente, tão meiga e airosa,

Toda de branco, de um lindo alvor,

Branco de lírios, cheirando a rosa,

Beijos trazendo na boca em flor.

Hoje, no outono, desiludido,

Em pleno ocaso da mocidade

Em vão te busco, sonho perdido,

Felicidade, felicidade.

Antônio Elias Pessoa

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