O segredo Maçônico
Ir. Antonio Aguiar de Sales
Or. de Salvador - BA
Adaptado ao ensino das verdades de ordem superior, religiosas e metafísicas, ou seja, de tudo que é repelido ou descuidado pelo espírito moderno. “É inteiramente o oposto do que convém ao racionalismo, e todos os seus adversários comportam-se, sem saber, como verdadeiros racionalistas”, acrescenta René Guénon ao pregar uma reforma da mentalidade moderna – restauração da verdadeira intelectualidade e das tradições doutrinárias. Muitos são os que continuam mergulhados nas trevas, mesmo após lhes serem retiradas as vendas, pois em suas retinas não penetrou o fulgor das Luzes da Iniciação Maçônica.
Os segredos nunca lhes serão revelados. Estes segredos só serão descobertos por si próprio, através de seus estudos, observações e compreensão dos símbolos e uma clara interpretação da Ritualística Maçônica. A porta foi aberta, os segredos gradativamente mostrados e, no entanto, não os viram, pois a pedra bruta do “eu interior” não foi debastada e o espírito não foi burilado.
A Maçonaria não é secreta, todavia possui um segredo básico e é justamente por causa da existência desse segredo que temos certeza que existe a segurança da imutabildade de sua doutrina. Se procurarmos olhar os símbolos através da ótica filosófica, iremos verificar que eles são segredo básico da Instituição Maçônica. Quando alguém procede à análise de um símbolo, encontra algo que repercute exclusivamente na sua consciência e essa repercussão é absolutamente intransferível. Quando afirmamos que os símbolos são o grande segredo maçônico, fazemo-lo com convicção, uma vez que sabemos que só o iniciado, depois de muito esforço e estudo, será capaz de fazer a exegese perfeita de um símbolo.
A Maçonaria adota o símbolo como uma das maneiras de se alcançar um determinado tipo de conhecimento e reside aí o grande segredo a revelar as razões por que a doutrina maçônica permanece intacta apesar de lugares e épocas completamente diferentes.
Concluímos com um pensamento do Irmão. “O simbolismo é a síntese da sabedoria humana no caminho transcendental da procura da VERDADE única e absoluta; sem ele a Maçonaria torna-se um corpo sem cérebro, robotizado e sem faculdades intuitivas.
Meditemos sobre isso.
Executava milagres;
Foi perseguido por um tirano em sua infância;
Subiu ao Céu.
• Buda:
Nasceu também de uma virgem, Maya;
É chamado de Pastor Bom;
Executava milagres;
Atingiu a Iluminação.
• Hórus:
Nasceu de uma virgem, no dia 25 de dezembro;
É considerado o Messias, a Luz e a Verdade;
É chamado de Pastor Bom e de KRST — O Filho Ungido de Deus;
Executava milagres;
Tinha 12 discípulos;
Foi enterrado e, no terceiro dia, ressuscitou um homem.
• Mitra:
Os (algumas vezes chamados de Cavaleiros de Cristo, Cavaleiros do Templo, Pobres Cavaleiros, Ordem do Templo, O Templo, etc.).
No outono de 1127, Hugues e mais cinco cavaleiros foram à Roma pedir o reconhecimento do Papa e buscar novos cavaleiros. Lá entraram em contato com Bernard de Clairveaux, que se interessou pela Ordem. Ele era líder da Ordem Cisterciense (ou monges-brancos, uma dissidência dos monges beneditinos). Em 13 de janeiro de 1128, foi realizado, então, o Conselho de Troyes, presidido pelo legado do Papa Mathieu d’Albano, os bispos de Troyes e de Auxetrre e muitos abades, entre eles o abade de Citeaux e, provavelmente, Bernard. Quando se uniu à Ordem, Bernard foi imbuído pelos ideais e convicções dos Cavaleiros de Borgonha. Ele era contra os cavaleiros que usavam cabelos longos, jóias, sedas e plumas. Bernard, então, foi chamado pelo Conselho de Troyes para criar as regras da Ordem. Ele levantou a bandeira e pediu suporte contra as Ordens que possuíam terras e dinheiro, exortando assim os homens de boa família a largarem a vida de pecados e entrarem para a Sua Ordem. Resumindo, o último Mestre da Ordem foi Jacques de Molay.
Arrogante e iletrado, fez duas coisas para chegar ao poder: republicou a antiga regra da Ordem do Templo, a qual dizia que eles não podiam possuir livros, por achar que isso os mantinha distraídos da arte da guerra; e preparou outra cruzada para reconquistar a Terra Santa. O motivo mais plausível para tais atitudes seria que, sem a Terra Santa para defender, a Ordem do Templo poderia ser extinta. Outras Ordens coirmãs também haviam se estabelecido em principados próprios. Os Hospitalários, na Ilha de Malta, e os Cavaleiros Teotônicos, em Ondersland. Os Templários, por sua vez, tinham suas vistas para a área do Languedoc. Eles receberam várias doações, privilégios especiais e adquiriram inúmeras posses, tornando-se ricos e poderosos.
Por isso, diante da necessidade da Coroa Francesa, fizeram-lhe um empréstimo considerável. Em 1306, o rei Filipe IV — também conhecido como Filipe, o Belo — estava desesperadamente quebrado. Tinha previamente quitado seus débitos com os judeus e os lombardos da França, prendendo-os e exilando-os. Tramou, então, um audacioso plano para conseguir o lendário tesouro templário. Só um crime poderia condenar os Pobres Cavaleiros: a heresia, visto que eles deviam obediência somente ao Papa. Filipe teve ajuda de um ex-cavaleiro templário, Esequieu de Floryan, que, pessoalmente, queria a desmoralização da Ordem, e de um perito em criação de heresias, chamado Guillaume de Nogaret. Filipe, então, arranjou um “papa-fantoche”. Numa sexta-feira, 13 de outubro de 1307, todos os Templários foram presos na França(daí a crença de que sextas-feiras 13 dão azar), e o Papa de Filipe enviou ordens de prisão a todos os Cavaleiros de Cristo, pedindo aos reis cristãos que fizessem o mesmo.
Os cavaleiros foram torturados, cada um de uma maneira, e forçados a confessar coisas absurdas, tais como: Cultuar um ídolo de nome Bafomé; Cuspir e pisar na cruz e até mesmo, negá-la; Não praticar sacramentos; Conspirar; Praticar sodomia e homossexualismo. Os três últimos Templários foram queimados na estaca. Eram eles, Hugo de Pairaud, Godofredo de Charney e o Grão-Mestre da Ordem, Jacques de Molay. “Non Nobis Domine. Non Nobis, sed Nomini Tuo da Gloriam”. (“Não por nós, Senhor, não por nós, mas para que teu nome tenha a glória”). Uma pesquisa recente revela-nos que os Templários acolheram vários refugiados cátaros. Bertrand Blanchefort, por exemplo, foi Grão-Mestre da Ordem e era descendente de família cátara. Há uma evidência documentada de que muitos Cavaleiros Templários ajudavam os cátaros nas lutas contra a Cruzada.
Quem afirma isso são os Abraxas, um grupo que é dirigido por Charles Bywaters e Nicole Dawe, residentes em Rennes-les-Bains-Aude, França, uma região templária. Eles descobriram sítios arqueológicos, até agora intocados, com valiosa e sólida documentação. Para os Abraxas, a perseguição da Inquisição — o genocídio bárbaro (originado pela crueldade dos que se intitulam representantes de Deus e, o que é pior, “Obreiros” fiéis de sua “Obra Divina”) ocorrido no Languedoc, no sul da França, onde mais de 30 mil homens dizimaram colheitas, destruíram cidades, exterminando CRIANÇAS, MULHERES E HOMENS — deve ter tido um motivo muito forte, um “segredo monumental” e, ao mesmo tempo, muito perigoso, que deveria ser silenciado para sempre.
Será que esse segredo era a respeito do Papa, ou da religião cristã, ou da Coroa Francesa? O que seria tão grave para que a Inquisição tomasse uma atitude tão drástica como aquela? Há muitas evidências de que não era apenas pelo simples fato de os cátaros serem pagãos. Há, inclusive, algumas lendas descrevem os catáros como possuidores de algo muito valioso, ligado ao Santo Graal, talvez um dos objetos preciosos que estavam sob seu poder. Um fato narrado na história refere-se a um dos oficiais daquele maldito exército que, ao perguntar ao Papa como conseguiria distinguir os cristãos dos hereges, recebeu a seguinte resposta: “Mate-os todos, Deus reconhecerá os seus”. A Cruzada Albigense foi, seguramente, uma guerra sangrenta e inominável.
Para que o leitor tenha uma noção do assunto, vamos tentar explicar melhor, em poucas linhas, o que foi essa tormenta: Estamos nos tempos das Cruzadas, na França, no Languedoc (o Midi Francês), no início do século XIII, quando a riqueza e a opulência floresciam nessa região. Sua política torna-se afim com os reinos de Leon, Aragon e Castela (Espanha). O Languedoc era governado por várias famílias nobres, que se submetiam aos condes de Tolouse e à sua poderosa casa de Trencavel.
Um principado que se tornara a mais fiel representação da Cultura, do Progresso e da Sofisticação, despertando, assim, a inveja dos potentados de todo o continente europeu cristão que, diga-se de passagem, enfrentava um verdadeiro colapso cultural de sua civilização greco-romana. Apesar dos rígidos padrões de controle do pensamento e da reflexão pela estrutura eclesiástica, surgiam vozes que se levantavam contra o abuso e a arrogância da Santa Madre Igreja. Embora fosse cristão, o Languedoc não era fanático. Seus habitantes valorizavam a educação, a filosofia, as artes e a ciência, assim como eram conhecedores de boa parte da tradição espiritual do Ocidente, ecos do pensamento de Heráclito, Pitágoras e Platão. Em 1165, lançou-se um grito de guerra sobre o Languedoc.
A Igreja de Roma atacou seus pontos fracos. Os que foram sido julgados como hereges já tinham sido condenados pelo conselho eclesiástico, na cidade de Albi-Languedoc (no sul na França). Daí o motivo pela a qual a população local tenha sido denominada por Roma de albigense. Muitos podem indagar: quem eram, afinal, os heréticos? A heresia albigense ou cátara não seguia teologia e doutrinas fixas, codificadas e definitivas. Levando-se em conta os poucos documentos que escaparam da destruição da Inquisição, podemos verificar que a prática dos cátaros, em relação ao Cristianismo, era mais antiga e pura. Eles rezavam ao ar livre, eram em sua grande maioria vegetarianos (embora comessem carne de peixes) e exaltavam a vida simples e a humildade. Para os cátaros-albigenses, a fé não era apenas uma doutrina a ser pregada, e sim um sistema de vida a ser seguido.
Eles se denominavam cristãos e chamavam o diabo de “Príncipe do Mundo”. Chamavam sua igreja de “Igreja do Amor” (Roma de trás para a frente). Os cátaros diziam que Jesus era seu profeta, sacerdote, rei e messias, um agente ungido. Conheciam todos os pontos tidos como esotéricos, místicos e mitológicos pregados pelo Cristo enquanto era rechaçado pela Igreja de Roma, o princípio feminino florescia em Languedoc. As mulheres podiam exercer funções e ser proprietárias de seus próprios bens em igualdade com os homens.
Para os cátaros, Maria Madalena significava esse “Princípio Feminino” e era parte integrante da lenda do Santo Graal. E aqui surge um outro motivo, talvez a principal razão, para a perseguição e para os tormentos que a Inquisição arregimentou contra os cátaros. E mais um motivo, talvez a verdade oculta dessa lenda (ou heresia) não esteja contida dentro de um cálice miraculoso, e sim no ventre de Maria Madalena, como mulher de Jesus, ou seja, um herdeiro do sangue real azul, ou sangue real da dinastia de David, um filho de Jesus e de Maria Madalena — a criança do Santo Graal, na Europa. Os Cavaleiros Templários também eram excessivamente preocupados com o “Princípio Feminino”. Os Abraxas descobriram documentos da Ordem do Templo que relatam um número expressivo de mulheres pertencentes àOrdem e a inclusão delas nos trabalhos.
Outros pontos de relevância: o Preceptório Templário estava construído em Troyes (cidade de onde Chrètrien de Troyes, o primeiro a escrever a respeito do Santo Graal, retirou o nome literário), e a mais famosa igreja de Troyes é dedicada à Maria Madalena. Nesse ponto, podemos fazer uma ligação com o início do texto, quando falamos a respeito dos Manuscritos do Mar Morto.
Hugh Schonfield, um dos acadêmicos mais respeitados em relação ao Novo Testamento, demonstrou que os Templários usavam um código conhecido como “Atsbash Cipher”, que está cifrado em diversos pergaminhos. Se fizermos a aplicação desse código no nome do ídolo venerado pelos Templários (Bafomé), ele se transformará na palavra grega Sophia, cuja tradução é sabedoria. Vejamos: Sophia também pode ser traduzida para o hebraico como Choknah, uma figura feminina que surge no livro Provérbios, do Antigo Testamento. Para os gnósticos de Nag Hammadi, Madalena é a encarnação idealizada da Atena grega e da Ísis egípcia, chamada, às vezes, de Sophia. Choknah é a chave para a compreensão da Cabala.
Segundo Lawrence Gardner, em sua obra A Linhagem do Santo Graal (lançada pela Madras Editora), a genealogia de Jesus é investigada até hoje. Gardner também compara o Novo Testamento com os arquivos romanos e judaicos. Nessa consideração, ele detalha como a Igreja corrompeu e manipulou os registros para que servissem a seus propósitos políticos. Apesar de a doutrina católica informar que Jesus era filho de uma virgem e filho de Deus, Lucas e Mateus enfatizam a linhagem e a descendência de Jesus, de David, de Israel, e dos reis de Judá.
O que nos soa mais estranho é o fato de a Cruzada Albigense ter punido tão cruelmente por heresia a comunidade cátara, visitada por São Domingos e São Francisco de Assis, que ficaram impressionados com os métodos de evangelização cátaros e passaram a empregá-los por meio de seus frades mendicantes, juntamente com os votos feitos pelo “parfaits”: pobreza e caridade. Outro que ficou impressionado foi São Bernardo, que disse: “Nenhum sermão é mais cristão que o deles, e sua moral é pura”. Quero aproveitar e abrir um parêntese para relatar, em poucas linhas, a lenda na qual o Graal não é uma taça (objeto), mas sim uma pedra preciosa com muitos poderes, que foi trazida para o planeta Terra pelos anjos. Essa pedra* representava a terceira visão de Lúcifer, o Anjo da Luz, filho primogênito de Deus . Quando Lúcifer se rebelou e desceu aos mundos inferiores, essa pedra, também chamada de lápis exillis (pedra caída do céu), se dividiu em três partes.
Uma dessas partes permanece entre as sobrancelhas do Senhor Lúcifer; outra é conhecida como a Pedra Filosofal, aquela que transforma metais em ouro, homens em reis, iniciados em adeptos. Essa pedra lembra muito a esmeralda de cor verde (sinônimo de esperança e vitalidade). E a terceira parte seria o próprio Graal. O que na Verdade nós quisemos demonstrar aqui foi que nem sempre a documentação é suficiente para reconstruir os fatos com fidelidade, deixando permanecer ainda muitos dos enigmas históricos. Mas, em O Pergaminho Secreto, o autor Andrew Sinclair revela documentos baseados em fatos, em vez de especulações. Essa revelação está fundamentada em um documento inédito - o “Pergaminho de Kirkwall”, achado em uma Loja Maçônica, em uma ilha do Norte do Oceano Atlântico.
Ir.: ANTONIO AGUIAR DE SALES Venerável Mestre da A.:R.:B.:L.:S.: LIBERDADE n. 1 da Grande Loja Maçônica da Bahia, Brasil.
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