sábado, 23 de abril de 2016




 
Como surgiu a Marselhesa
 
Datas simbólicas merecem ser lembradas não como os exercícios de decoreba que nos impõem nas escolas, mas para celebrarmos o valor do seu significado.
A Revolução Francesa foi/é um evento histórico complexo e com múltiplos significados. Mas jamais deixará de ser um ícone da luta contra a opressão, ainda que ela tenha feito germinar posteriormente a semente do sistema que é a institucionalização econômica, política e cultural da opressão.
Mas isso é outra história. O que vale hoje é comemorar (rememorar coletivamente)  o legado inspirador da Revolução Francesa. Por isso reproduzo post aqui do blog de 14/07/2009.
Ademais, A Marselhesa é uma das canções mais lindas e inspiradoras da humanidade.
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14 de julho é feriado nacional da França. Na terra de
Victor Hugo, essa data é celebrada em razão do início, de fato, da Revolução Francesa, simbolizada no episódio conhecido como “Queda da Bastilha”.
No outro blog que mantenho, meio errante, o
Bocas do Tempo, focado no pensamento de Eduardo Galeano, publiquei um texto sobre outro símbolo da Revolução, a Marselhesa, o hino nacional francês. Reproduzo aqui.
Parabéns ao povo francês.
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A Marselhesa


A Marselhesa é, sem qualquer sombra de dúvida, uma das canções mais belas e emocionantes que a humanidade já produziu. Verdadeiramente arrepiante.
Tenho várias versões aqui, mas a versão de Edith Piaff… sem comentários… (se ainda não ouviu, clique
aqui para baixar – letra aqui)
Poucos sabem a sua história, entretanto.

A Marselhesa

O hino mais famoso do mundo nasceu de um famoso momento da história universal. Mas também nasceu da mão que o escreveu e da boca que pela primeira vez o cantarolou: a mão e a boca de seu nada famoso autor, o capitão Rouget de Lisle, que o compôs numa noite.
A letra foi ditada pelas vozes da rua, e a música brotou como se o autor a tivesse dentro dele, desde sempre, esperando para sair.
Corria o ano de 1792, horas turbulentas: as tropas prussianas avançavam contra a revolução francesa. Discursos inflamados e declarações alvoraçavam as ruas de Estrasburgo.
- Às armas, cidadãos!
Em defesa da revolução acossada, o recém-recrutado exército do Reno partiu rumo à frente de batalha. O hino de Rouget deu brio às tropas. Soou, emocionou; e alguns meses depois, reapareceu, sabe-se lá como, na outra ponta da França. Os voluntários de Marselha marcharam para o combate cantando essa canção poderosa, que passou a se chamar “A Marselhesa”, e a França inteira fez coro. E o povo invadiu, cantando, o palácio das Tulherias.
O autor foi preso. O capitão Rouget era suspeito de traição à pátria, porque tinha cometido a insensatez de divergir da dona Guilhotina, a mais afiada ideóloga da revolução.
No fim, saiu do cárcere. Sem uniforme, sem salário.
Durante anos arrastou sua vida, comido pelas pulgas, perseguido pela polícia. Quando dizia que era o pai do hino da revolução, todo mundo ria na sua cara.
Eduardo Galeano, “Espelhos – uma história quase universal”.
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A Marselhesa (trecho do filme “La vie en rose”)
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=XWOKANV5tf4
FONTE: PROF. GABRIEL CAMPOS
 

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