domingo, 7 de fevereiro de 2016


BRANDURA

 

Insignificante é o pingo d'água, todavia, com o tempo, traça um caminho no corpo duro da pedra.

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Humilde é a semente, entretanto, germina com firmeza e produz a espiga que enriquece o celeiro.

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Frágil é a flor, contudo, resiste à ventania, garantindo a colheita farta.

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Minúscula é a formiga, mas edifica, à força de perseverança, complicadas cidades subterrâneas.

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Submissa é a argila, no entanto, com o auxilio do oleiro, transforma-se em vaso precioso.

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Branda é a veste física, que um simples alfinete atravessa, todavia suporta vicissitudes incontáveis e sustenta o templo do Espírito em aprendizado, por dezenas de lustros, repletos de necessidades e padecimentos morais.

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O verdadeiro progresso prescinde da violência.

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Tudo é serenidade e sequência na evolução.

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Aprendamos com a Natureza e adotemos a brandura por diretriz de nossas realizações para a vida mais alta, mas não a brandura que se acomoda com a inércia, com a perturbação e com o mal e sim aquela que se baseia na paciência construtiva, que trabalha incessantemente e persiste no melhor a fazer, ultrapassando os obstáculos que a ignorância lhe atira à estrada e superando os percalços da luta, a sustentar-se no serviço que não esmorece e na esperança fiel que confia, sem desanimo, na vitória final do bem.

 

André Luiz

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