A psicologia de Jung e a reencarnação
Não se pode afirmar com certeza que Carl Gustav Jung (1875-1961), psiquiatra suíço, pai da Psicologia Analítica, era reencarnacionista. Seus escritos oficiais não apontam nessa direção, muito embora ele tenha deixado pistas de que não era contra.
Em seu fenomenal livro Memórias, Sonhos, Reflexões, ele escreveu textualmente:
“O problema do carma, assim como o da reencarnação ou da metempsicose, ficaram obscuros para mim. Assinalo com respeito a profissão de fé indiana em favor da reencarnação e, olhando em torno, no campo de minha experiência, pergunto a mim mesmo se em algum lugar e como, terá ocorrido algum fato que possa legitimamente evocar a reencarnação.
É evidente que deixo de lado os testemunhos relativamente numerosos que acreditam na reencarnação. Uma crença prova apenas a existência do “fenômeno da crença”, mas de nenhuma forma a realidade de seu conteúdo. É preciso que este se revele empiricamente, em si próprio, para que eu o aceite. Até estes últimos anos, embora tivesse tido toda a atenção, não cheguei a descobrir absolutamente nada de convincente neste campo. Mas recentemente observei em mim mesmo uma série de sonhos que, com toda a probabilidade, descrevem o processo da reencarnação de um morto de minhas relações. Era mesmo possível seguir, como uma probabilidade não totalmente negligenciável, certos aspectos dessa reencarnação até a realidade empírica. Mas como nunca mais tive ocasião de encontrar ou tomar conhecimento de algo semelhante, fiquei sem a menor possibilidade de estabelecer uma comparação. Minha observação é, pois, subjetiva e isolada. Quero somente mencionar sua existência, mas não o seu conteúdo. Devo confessar, no entanto, que a partir dessa experiência observo com maior boa vontade o problema da reencarnação, sem no entanto defender com segurança uma opinião precisa.”
Adenáuer Novaes
Do livro: Reencarnação: processo educativo
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