JACQUES DeMOLAY
O Ultimo Grão Mestre dos Cavaleiros Templários
Jacques DeMolay nasceu na cidade de Vitrey na França no ano de 1244 e já aos 21 anos, DeMolay se juntou a Ordem dos Cavaleiros Templários.
Também chamada de Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão , esta ordem foi fundada em 12 de junho de 1118 em Jerusalém pôr Hugo de Payens, Cavaleiro de Burgúndia e Godofredo de Sain t' Omer.
A Ordem dos Templários participou das cruzadas e ganhou reconhecimento pelo seu valor e heroísmo, e a mercê dos bens tomados dos seus inimigos vencidos, ou doados à ordem, chegaram a ser grandes financeiros e banqueiros internacionais, os soberanos da Europa necessitados de dinheiro passaram a invejar sua riqueza.
A ordem foi um dos repositórios de sabedoria oculta na Europa durante os séculos XII e XIII, porém seus segredos só eram transmitidos a alguns membros em seção religiosa sob estrito sigilo. Da&i acute; naturalmente, a razão de lhe haverem os leigos atribuídos as mais horríveis práticas e histórias infamadas.
Em 1298, Jacques DeMolay foi nomeado grão mestre, uma posição de grande prestigio. Como grão mestre Jacques Demolay, entretanto, estava numa posição difícil. As cruzadas não estavam atingindo seu objetivo. Os sarracenos derrotaram os cruzados em batalhas e capturaram muitas cidades.
Em vez de apoio público, os Templários atraíram atenção dos lados poderosos, que estariam interessados em obter poder e riqueza, mas ninguém poderia prever o seu fim brusco e trágico. Conservando-se ainda poderosamente rica, credora do Papa e da corte da França, suas posses passaram a ser avidamente cobiçadas. Em 1305, Felipe o Belo, rei da França tentou obter controle dos Templários, mas não obteve sucesso.
O ano de 1307 foi o começo das perseguições aos cavaleiros Templários. A Europa já contava com cerca de 704 Conventos e Comendadorias.
No dia 12 de outubro de 1307, quinta feira, o 22° Grão Mestre dos Templários, Jacques DeMolay estava assistindo aos funerais de uma princesa da casa real da França. Estava ele um pouco nervoso, pois corriam boatos sobre os desígnios do rei da França Felipe o Belo. No ano precedente, o rei Felipe IV da França, tinha solenemente recebido os esquadrões da Ordem que o visitaram na França, onde no centro de Paris, possuíam o famoso castelo do templo, sede geral da Ordem. Porém o Grão Mestre nesta viagem tinha cometido o erro de comparecer perante o rei com uma escolta de sessenta Templários pertencente à alta nobreza e ostentando o enorme tesouro que tinha trazido da Palestina para ser guardado do templo. Filipe verificara que os TEMPLÁRIOS, representavam uma força verdadeira. Um estado poderoso dentro da França.
Jacques DeMolay recusava-se a acreditar que o rei fosse seu inimigo e ainda o defendeu perante todos os Templários desconfiados, declarando que " tinha certeza da lisura do rei" . Assim após o funeral, o Grão Mestre tinha se retirado na " Ville Neuve du Temple" que era a sede européia da ordem, respirando um pouco mais aliviado na sua fortaleza. No fim da tarde, todos os oficiais espalhados pelo reino e que representavam o poder do rei da França, estavam abrindo uma carta levando o selo do real e contendo instruções secretas e trágicas. Estas cartas estavam sendo lidas no mesmo momento em todos os municípios e cidades da França, nesta noite terrível de 12 para 13 de outubro de 1307. Ao ler o conteúdo da mensagem, os oficiais reais ficaram cheios de medo, pois tratava-se nada mais que prender o Grão Mestre e seus Templários, que eram hóspedes de honra do rei da França; e isto com a autorização do Papa.
Como o Papa Clemente V devia sua posição em Avinhão às intrigas do rei, foi fácil a sua aquiescência. Essa macabra tarefa foi muito ajudada pelo ex-cavaleiro Esquieu de Floyran, o qual, pessoalmente interessado na desmoralização da ordem, contra ela levantou as mais duvidosas acusações. Essas acusações foram sofregamente aceitas pôr Felipe IV, que numa sexta-feira, 13 de outubro de 1307, mandou prender todos os Templários da França e o seu Grão Mestre, Jacques DeMolay, os quais submetidos a inquisição, foram por esta acusados de hereges.
Os sinos da igreja batiam às três horas da manhã, quando, em todo o território francês as casas do templo estavam a ponto de serem invadidas soez e covardemente. Em Paris, foi pessoalmente o guardi&atild e; e doselo do rei Guilherme de Nogaret que quis liderar a infame expedição contra o próprio Grão Mestre.Todos os Templários que acompanhavam o Grão Mestre, bem assim, como os outros espalhados nos Conventos e Comendadorias cerca de 138, foram postos nas prisões do estado, onde executando-se ordens pessoais do rei, deviam imediatamente, ser interrogados pelos comissários da Inquisição para confessarem "suas culpas" devendo ser empregado a tortura , entre as acusações mais sérias que instruíram o processo contra os cavaleiros Templários, figuravam as de apostasia da fé, idolatria e heresia, além dos pecados contra a natureza.
Depois de torturas, confissões e execuções, Clemente V oficialmente aboliu a Ordem dos Cavaleiros Templários no dia 22 de março de 1312.
O Capitulo do Defensores do Vale e da Liberdade 504, faz justa homenagem ao patrono Jacques Demoly ao praticar a filantropia. |
Assim debaixo da tortura todos os acusados confessaram aqueles procedimentos mas vimos depois que o Grão Mestre quando aos 14 de março de 1314 solicitou ser ouvido outra vez , e quando os inquisidores pensavam que outrora altivo Grão Mestre, iria implorar perdão ao rei e misericórdia ao Papa, Jacques DeMolay disse:
-" Eu penso que isto é certo" ele começou. "Que ao menos num só momento eu devo falar a verdade. Ante o céu e a terra, e com todos vocês como minhas testemunhas, eu admito que a ordem é culpada de grossa iniquidade. Mas a iniquidade é que eu tenho mentido em admitir as acusações contra a ordem. Eu declaro que a ordem é pura e santa e está além da questão. Eu tenho realmente confessado que a ordem é culpada, mas tenho feito isto para somente me salvar de terríveis torturas.
Vida é oferecida para mim, mas ao preço de infanidade. Neste preço, vida não vale a pena."
Felipe se sentiu atingido nos seus brios de monarca absoluto que dois dias depois pronunciara ele próprio a sentença de condenação de Jacques DeMolay, que devia morrer na fogueira como réu de crimes infames, heresia, sodomia, mas na verdade pelo delito de.... Lesa Magestade!
Sobre o rio Sena em Paris, na ilha hoje denominada de Vert Galant, anteriormente ilha dos judeus ocorreu o holocausto de Jacques DeMolay e dos Cavaleiros Templários.
A armação da fogueira requeria muita habilidade; homens encapuzados e fortes dispunham as achas de lenha grossa de forma adequada, mais alta que a estatura do homem, o fogo não poderia ser apagado até que o corpo ficasse completamente destruído. No alto da fogueira, o Grão Mestre dos Templários, Guy D'Auvergnie e o preceptor da Normandia Godofredo de Charnay estavam amarrados a estacas, lado a lado, e voltados para a sacada real. Haviam colocados na cabeça de todos a infamante mitra de papel dos Hereges.
Jacques DeMolay assiste impassível e como indiferente aos preparativos de seu trágico suplício sem um queixume, sem um gesto de desespero que significasse covardia perante a morte. E quando o frade encarregado dos responsos avançava de crucifixo na mão e o concita a arrepender-se dos crimes contra a religião, o Grão Mestre responde com a serenidade dos justos: "Guardei, ó frade vossas orações para o Papa que esse sim vai precisar delas!". O olhar do rei e do Grão Mestre se cruzaram, mediram-se, prenderam-se um ao outro, retiveram-se mutuamente. O rei fez um gesto com a mão e carrasco meteu a estopa acesa entre os feixes da lenha e de cavacos da fogueira . O vento mudou e a fumaça de segundo em segundo mais espessa e mais alta, envolveu os condenados cerca de 54 , escondendo-os quase da multidão.
O preceptor da Normandia foi o primeiro atingido. Teve um leve movimento de recuo quando as línguas de fogo começaram a lambê-lo e seus lábios se abriram muito, como procura-se inutilmente respirar um ar que lhe fugia. Seu corpo, apesar da corda dobrou-se em dois. O fogo dançava em torno dele. Depois um torrente acinzentada de fumaça engoliu-o, quando se dissipou Godofredo de Charnay estava em chamas bramindo e arquejando, tentando-se libertar da estaca fatal que tremia sua base. Via-se que o Grão Mestre lhe gritara algo, mas a multidão produzia um rumor tão forte no momento que para conter seu horror só se pode ouvir a palavra " Irmão" duas vezes lan&cce dil;adas. O Grão Mestre ainda não havia sido tocado. Os carrascos atiçavam o fogo com grandes ganchos de ferro. Depois subitamente houve um desmoronamento do braseiro e reavivadas as chamas atiraram-se contra ele. De repente a palavra do Grão Mestre surgiu da cortina de fogo e com uma força irresistível com voz que já era quase do além Jacques DeMolay disse:
-"Vergonha! Vergonha! Vós estais vendo morrer inocentes. Vergonha sobre vós todos. Deus julgará".
A chama flagelou-o, queimou-lhe a barba, calcinou em um segundo sua mitra de papel e acendeu seus cabelos brancos. O rosto em fogo do Grão Mestre estava voltado para a sacada real e com voz terrível, gritou: " NEKAN, ADONAI !!! Chol-Begoal!! PAPA CLEMENTE... CAVALEIRO GUILHERME DE NOGARET... REI FELIPE: INTIMO-OS A COMPARECER PERANTE AO TRIBUNAL DE DEUS DENTRO DE UM ANO PARA RECEBEREM O JUSTO CASTIGO. MALDITOS! MALDITOS! TODOS MALDITOS ATÉ A 13°GERAÇÃO DE VOSSAS RAÇAS !".
Os gases letais interromperam o anátema e DeMolay dobrou-se e perdeu os sentidos. O impacto inesperado deixou a multidão estupefacta. Não esperavam essa reação, mas cada um sentiu em si o peso da injustiça e a certeza que a maldição se cumpriria. Quarenta dias depois Felipe e Nogaret receberam uma mensagem "o Papa Clemente morrera". Felipe e Nogaret olharam-se e empalideceram, no pergaminho dizia que a morte ocorrera entre o dia 19 e 20 de abril. O Papa Clemente morreu pôr ingerir esmeraldas reduzidas a pó( para curar sua febre e um ataque de angústia e sofrimento) que provavelmente cortaram seus intestinos. O remédio foi receitado por médicos desconhecidos, quando retornava a sua cidade natal.
Guilherme de Nogaret veio a falecer numa manhã da terceira semana de Maio, envenenado por uma vela feita por Evrard, antigo Templário, com a ajuda de Beatriz d'Hirson. O veneno contido na vela era composto de dois pós de cores diferentes:
- Cinza: Cinzas da língua de um dos irmãos de d'Aunay , elas tinham um poder sobrenatural para atrair o demônio.
- Cristal Esbranquiçado: "Serpente de faraó" Provavelmente sulfocia de mercúrio. Gera por combustão: Ácido Súlfurico, vapores de mercúrio e compostos anídricos podendo assim provocar intoxicações.
Morreu vomitando sangue, com câimbras, gritando o nome daqueles que morreram por suas mãos.
Felipe o Belo veio a morrer em 27 de Novembro de 1314, com 46 anos de idade, em uma caçada. Saiu a caçar com seu camareiro, seu secretário particular e alguns familiares na floresta de Pont-Sainte-Maxence. Sempre acompanhado de seus cães foram em busca de um raro cervo de 12 galhos visto perto ao local. O rei acabou perdendo-se do grupo e encontrou um camponês que o ajuda a localizar o cervo. Achando-o e estando pronto a atacar-lhe percebeu uma cruz que brilhava, começou a passar mal e caiu do cavalo. Foi achado por seus companheiros e levado de volta ao palácio repetindo sempre " A cruz, a cruz.." .Pediu como o Papa Clemente em seu leito de morte que fosse levado a sua cidade natal; no caso do rei, Fontainebleau.
" A mão de Deus fere depressa, sobretudo quando a mão dos homens ajuda" teria dito um dos Templários remanescentes, jurando vingança.
Fonte: BARSA - Enciclopédia
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